Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Segurança do Trabalho
Etapa 3
Autoridades Expediente
Utramig
CGP Solutions Ltda – EPP
Editoração, Impressão e Acabamento
Lindomar Gomes
Presidente Três Criativos
Diagramação
Giovana de Souza
Sampaio Rocha ADRIANA KARINE DE SOUZA
Diretora de Planejamento, Revisão de Textos
Gestão e Finanças
GABRIEL CAMILLO
Pesquisa de imagens e links
Silvana Melo do Nascimento
Diretora de Ensino Pesquisa
Vera Victer
Diretora de Qualificação
e Extensão
Segurança do Trabalho
Etapa 3
Conteúdos Específicos Página
Disciplinas Profissionalizantes
Eidemiologia / Toxicologia / Doenças Ocupacionais....................................5
Meio Ambiente e Biossegurança................................................................ 55
Elaboração de Projetos.............................................................................103
Higiene do Trabalho/ Teorica e Prática .................................................... 123
Segurança do Trabalho............................................................................. 201
Segurança Industrial...... ......................................................................... 253
Ergonomia.................. ............................................................................ 285
Curso Técnico em
Segurança do Trabalho
Etapa 3
EPIDEMIOLOGIA
TOXICOLOGIA
DOENÇAS OCUPACIONAIS
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Sumário
1. Epidemiologia............................................................................................................. 9
2. Suas utilidades............................................................................................................ 9
7. Medidas Profiláticas................................................................................................. 16
9. Patologia do trabalho............................................................................................... 18
13. Enfisema................................................................................................................ 19
7
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
22. Toxicologia.............................................................................................................. 34
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
8
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
EPIDEMIOLOGIA
É o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coleti-
vidades humanas” (IEA).
SUAS UTILIDADES
Exemplos
Conhecer a distribuição de características de um grupo ou de uma população (sexo, idade,
estatura, peso, cor, renda, etc);
Conhecer a morbidade e/ou mortalidade de uma certa doença em uma população;
Compará-las entre populações;
Conhecer a evolução de doenças durante um período de tempo numa população;
Descobrir quais são os principais problemas de saúde de uma população;
Avaliar a melhora que uma intervenção (p. ex. vacinas, pré-natal, educação em saúde) causa
em uma população;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
9
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Verificar qual a melhora que uma medicação pode trazer para uma doença ou agravo, e
quais seus efeitos colaterais;
Avaliar o quanto um exame realmente diagnostica uma doença existente ou deixa de diag-
nosticar;
Avaliar que comportamentos ou fatores podem influenciar na piora ou melhora da saúde
de uma população;
Avaliar o funcionamento e a satisfação gerada por um serviço implementado;
Conhecer as opiniões e o entendimento que uma população tem a respeito de uma doença,
tratamento, intervenção, serviço, etc.
ESTRUTURA EPIDEMIOLÓGICA
O Ambiente - Deve ser entendido como “o conjunto de todos os fatores que mantém relações
interativas com o agente etiológico (causador) e o hospedeiro, sem se confundir com os mesmos”.
(Ambiente: Físico, Biológico, Social).
O Agente - Embora, de um modo geral, se considere que cada doença infecciosa (não infecciosa
ou agravos à saúde) tem seu agente etiológico específico, deve-se ter claro que não há um agente
único da doença.
Determinantes - São todos os fatores físicos, biológicos, sociais e comportamentais que in-
fluenciam a saúde. Estados ou acontecimentos relacionados com a saúde incluem doenças, causa de
morte, comportamentos, como uso de tabaco, reações aos métodos preventivos, provisão e uso dos
serviços de saúde.
Populações específicas - São aquelas com características identificáveis, tal como seu número
definido.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
10
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Premissas
- Doenças/eventos não ocorrem ao acaso.
- É possível intervir sobre os Determinantes
- Prevenção, Vigilância e Controle dos Eventos Relacionados à Saúde
nas populações.
Como disciplina científica a Epidemiologia:
- Contribui para o acúmulo do conhecimento ao longo do tempo
- Formula e sugere hipóteses
- Submete estas hipóteses a testes e refutação
Objetivo
Explicar as causas da variabilidade da distribuição das doenças numa população, considerando
um determinado TEMPO, ESPAÇO e CARACTERÍSTICAS dos indivíduos e dos grupos.
Endemias Incidência elevada durante longo tempo. (Ex. incidência de malária no norte do
Brasil). Número de casos de determinada doença sensivelmente maior do que o esperado normal-
mente num determinado espaço de tempo, numa determinada população.
Pandemias doenças que se alastram rapidamente por todo um país, continente ou até mes-
mo por todo o mundo, como a gripe espanhola, a peste negra, a Aids.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
11
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Objetivos
• Promover;
• Proteger;
• Restaurar a saúde.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
A Lei Orgânica da Saúde conceitua Vigilância Epidemiológica (VE) como um “conjunto de
ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”.
Propósitos
Fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a
execução de ações de controle de doenças e agravos.
Funções
• Coleta e processamento de dados; análise e interpretação dos dados processados;
• Investigação epidemiológica de casos e surtos;
• Recomendação e promoção das medidas de controle apropriadas;
• Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
• Divulgação de informações sobre as investigações;
• Medidas de controle adotadas;
• Impacto obtido;
• Formas de prevenção de doenças, dentre outras.
Investigação Epidemiológica
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
12
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
B – Formulação da hipótese (suposição) – elaboração de uma ou mais proposições ou questões
científicas que possam guiar a investigação;
C – Verificação da hipótese – teste científico – tipo de método a ser usado – encontrar as res-
postas das hipóteses;
D – Apresentação dos resultados – chegou ao que foi proposto?
E – Comentário Final -
Roteiro de investigação
As seguintes indagações devem ser levantadas:
• De quem foi contraída a infecção? (fonte de contágio;
• Qual a via de disseminação da infecção, da fonte ao doente?
• Que outras pessoas podem ter sido infectadas pela mesma fonte de contágio?
• Para quais pessoas o caso pode ter transmitido à doença?
• A quem o caso ainda pode transmitir a doença? Como evitá-lo?
Finalidade da Investigação
• Adoção de medidas de controle em tempo hábil. Para que isso aconteça, deve ser iniciada
imediatamente após a ocorrência do evento.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
13
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Coleta de Dados
A Vigilância Epidemiológica desencadeia suas atividades a partir da ocorrência de um evento
sanitário de caso suspeito ou confirmado de doença sob vigilância.
Tipos de Dados
Morbidade, mortalidade, dados demográficos e ambientais, notificação de surtos e epidemias.
Morbidade
Estatísticas referentes ao número de casos de doenças ou de agravos à saúde.
Inquéritos de Morbidade
Semelhante ao diagnóstico – utiliza-se o instrumental clínico-clássico: história, exame físi-
co e testes laboratoriais complementares.
Fontes de Dados
• Notificação compulsória de doenças - é uma das principais fontes da vigilância epidemiológica.
• Desencadeia o processo de:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
14
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
• Aids
• Chagas agudo
• Cólera
• Coqueluche
• Dengue
• Difteria
• Febre amarela
• Febre maculosa
• Febre tifóide
• Hanseníase
• Hantaviroses
• Hepatites
• Infecção pelo HIV em gestantes e crianças expostas ao risco de transmissão vertical
• Leishmaniose tegumentar e visceral
• Leptospirose
• Malária (em área não endêmica)
• Meningites / doença meningocócica
• Paralisia flácida aguda
• Parotidite / caxumba
• Peste
• Poliomielite
• Raiva humana
• Rubéola e síndrome da rubéola congênita
• Sarampo
• Sífilis congênita
• Tétano acidental
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
15
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
• Tétano neonatal
• Tuberculose
Informações da VE
As informações de toda a cidade são consolidadas na Gerência de Vigilância Epidemiológica, que
tem por obrigação disponibiliza-las para os profissionais de saúde e toda população.
Como notificar?
A notificação deve ser feita quando da suspeita da doença.
NÃO É NECESSÁRIO AGUARDAR CONFIRMAÇÃO PARA NOTIFICAR
Notificação Imediata
Doenças e agravos de notificação de 24 horas devem ser feitas por telefone porque estas exigem
execução de ações de controle rápidas (ex: vacinação de bloqueio no sarampo ou quimioprofilaxia na
meningite).
MEDIDAS PROFILÁTICAS
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
16
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
• Tratamento da água;
• Medidas de saneamento básico;
• Educação sanitária;
• Identificação e tratamento dos doentes assintomáticos, principalmente daqueles que são
manipuladores de alimentos.
A – Evolução aguda, rapidamente fatal, ex. raiva e na exposição de altas doses de radiação;
B – Evolução aguda, clinicamente evidente – recuperação rápida, ex. viroses respiratórias;
C – Evolução sem alcançar limiar clínico, o pcte jamais saberá do ocorrido – ex. infecções
subclínicas (hep. anictérica);
D – Evolução crônica – exterioriza e progride para o êxito letal após longo período – ex.
afecções cardiovasculares;
E – Evolução crônica com períodos assintomáticos entremeados de exacerbações clínicas –
ex. afecções psiquiátricas e dermatológicas
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
17
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
PATOLOGIA DO TRABALHO
FISIOPATOLOGIA
BRONQUIECTASIA
Sinais e Sintomas
• Supuração pulmonar;
• Tosse produtiva;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
18
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
• Expectoração abundante;
• Hemoptises;
• PNM de repetição.
Complicações
• Insuficiência Respiratória (destruição do parênquima);
• Cor pulmonale – Sobrecarga de VD (dilatação e hipertrofia);
• Abcessos Cerebrais – migração de bactérias para o cérebro.
ATELECTASIA
ENFISEMA
• Doença estrutural caracterizada pelo aumento anormal dos espaços aéreos distais ao
bronquíolo terminal seguida da destruição das paredes alveolares.
• A insuficiência respiratória incapacitante costume ocorrer por volta dos 50 /60 anos;
• A deficiência funcional surge precocemente.
• Os danos são irreversíveis;
• Pode-se deter a evolução com a eliminação do tabagismo.
Aspectos Morfológicos
• Quadro Macroscópico –
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
19
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
• Quadro Microscópio –
1 - Destruição da parede da porção respiratória – bronquíolos até os alvéolos;
A – Dilatação permanente dos alvéolos;
B – Perda do componente elástico do pulmão;
2 – Obstruções dos pequenos canais aéreos (obstáculo na saída do ar, aumento do ar residual e
aumento da dilatação dos espaços aéreos);
A – Estenose e deformações dos bronquíolos;
B – Aumento do conteúdo do muco (pouco fluído e denso);
C – Lesões vasculares;
D – Redução da rede capilar por destruição da parede alveolar;
E – Lesões arteriolares decorrentes da hipertensão pulmonar.
Fisiopatologia
• Alterações da função respiratória – hipertensão pulmonar.
• Causas da insuficiência respiratória
A – Diminuição do fluxo aéreo;
B – Dificuldade de acesso do ar inspirado (aumento ao ar inspirado);
C – Diminuição da superfície de trocas alvéolos-capilares (destruição da parede).
BRONQUITE CRÔNICA
Presença de tosse crônica produtiva com expectoração mucosa ou purulenta, durante três
meses ou mais por ano, durante pelo menos dois anos consecutivos. Nas fases mais avançadas –
obstruem-se as vias aéreas – Causas – Espessamento da parede bronquiolar, edema da mucosa,
excesso de muco e destruição e obstrução bronquiolares.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
20
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Inflamações pulmonares pneumoniais
É um processo inflamatório exclusivamente do parênquima pulmonar
PATOGÊNESE
Formas de introdução do microrganismo no pulmão:
A – Inalação em aerosol – Contágio inter-humano ou de fontes naturais;
B – Aspiração de grumos de secreção das mucosas naso-faríngeas colonizadas (bactérias);
C – Aspiração maciça de secreções orofaríngea – focos sépticos
TUBERCULOSE – TBC - TB
Transmissão
• Inalação de bacilos expelidos pelos pacientes quando falam, tossem ou espirram;
• Escarro – 1 milhão a 100 milhões de bacilos/ml.
Epidemiologia
• A TB é atualmente a principal causa infecciosa de morbidade e mortalidade no mundo;
• OMS – 1990 – 1/3 da população mundial (1,7 bilhões de pessoas);
• 2008 – 2 bilhões de pessoas;
• 8 a 10 milhões de novos casos/ano;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
21
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Sinais e sintomas
• Tosse – Início – Seca – produtiva com a evolução da doença;
• Hemoptise (hemorragia pulmonar);
• Febre;
• Sudorese noturna;
• Perda ponderal do peso;
• Anorexia.
Prevenção
• É a arma mais poderosa e genericamente usada em todo o mundo. É feita através da vacina
BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), que é aplicada nos primeiros 30 dias de vida e capaz de
proteger contra as formas mais graves de tuberculose. É, por isso, obrigatória e tomada por
milhões de crianças em todo o mundo.
Tratamento
• Consiste na combinação de três medicamentos: rifampicina, isoniazida e pirazinamida. Este
tratamento dura cerca de seis meses e deve ser sempre acompanhado pelo médico de fa-
mília do seu centro de saúde.
• Se o doente seguir a prescrição do médico e as suas indicações, as oportunidades de cura
atingem os 95 por cento. Mas para que assim seja, é fundamental não interromper o trata-
mento em hipótese alguma, nem mesmo se os sintomas desaparecerem.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
22
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Diagnóstico
Exame do escarro (Baar) duas amostras, ou baciloscopia e também uma radiografia ao tórax.
Através dos resultados destes dois exames o médico estará, então, em condições de avançar com o
diagnóstico e encaminhá-lo para os serviços médicos competentes.
PNEUMOCONIOSES
ANTRACOSE
SILICOSE
ASBESTOSE
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
23
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
O infarto agudo do miocárdio (IAM), conhecido popularmente como infarto do coração, en-
farte ou ataque cardíaco, é uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Conceito
Refere- se à morte de parte do músculo cardíaco (miocárdio), que ocorre de forma rápida (ou
aguda) devido à obstrução do fluxo sanguíneo das artérias coronárias para o coração.
Causas
• A principal causa está relacionada à presença de uma Doença Arterial Coronariana (DAC).
• Trata-se de uma doença onde há a deposição de placas de gordura por dentro das paredes
das artérias coronárias (as artérias coronárias são vasos sanguíneos que irrigam o coração).
• Quando estas placas de gordura causam obstrução ao fluxo sanguíneo das coronárias para
o coração, o músculo cardíaco sofre pela falta de sangue - oxigênio e começa a morrer. Por
isso, o tratamento deve ser feito rapidamente, no sentido de desobstruir as artérias coro-
nárias e evitar a morte do músculo cardíaco.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
24
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Outra causa relacionada ao infarto agudo do miocárdio é a ocorrência de um severo espasmo
coronariano. O espasmo coronariano se refere ao colabamento das paredes das artérias coronárias,
impedindo o fluxo sanguíneo ao coração. Embora não se saiba ao certo o que causa o espasmo das
artérias coronárias, muitas vezes esta condição está relacionada a:
Sinais e sintomas
• Dor no peito ou desconforto torácico ocorre geralmente no centro do peito, com caracte-
rísticas do tipo pressão ou aperto, de grau moderado a intenso. Geralmente, a dor pode
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
25
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
durar por vários minutos ou parar evoltanovamente. Em alguns casos, a dor do infarto pode
parecer com um tipo de indigestão, queimação no estômago ou azia.
• Sensação de desconforto nos ombros, braços, dorso (costas), pescoço, mandíbula ou no es-
tômago. Algumas pessoas podem ainda sentir uma sensação de dor tipo aperto nos braços
e sensação de incômodo na língua ou no queixo.
• Palidez da pele, suor frio pelo corpo, inquietação, palpitações e respiração curta também
podem ocorrer.
• Pode haver também náuseas, vômitos, tonturas, confusão mental e desmaios.
Diagnóstico
É feito pela análise dos sintomas, histórico de doenças pessoais e de familiares, e pelos
resultados de exames solicitados (dosagens de enzimas, ECG, angiografia coronariana e angio-
plastia).
Tratamento
• O tratamento precoce pode prevenir e limitar os danos causados ao músculo cardíaco.
O importante é agir rápido diante dos primeiros sintomas de infarto agudo do miocár-
dio, procurando um atendimento médico prontamente.
• Alguns tratamentos são iniciados pelo médico diante da primeira suspeita.
• Inalação de oxigênio, para melhor oxigenação no músculo cardíaco;
• Aspirina, para prevenir formação de trombos ou coágulos sanguíneos;
• Nitroglicerina: trata-se de um medicamento utilizado para reduzir a sobrecarga de tra-
balho do coração e melhorar o fluxo de sangue pelas artérias coronarianas;
• Tratamento da dor torácica com analgésicos. A presença da dor pode piorar o quadro.
Medicamentos
• Trombolíticos: medicações que dissolvem o trombo ou coágulo no interior das coronárias.
• Betabloqueadores: diminuem a sobrecarga do coração.
• Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA): controlam a pressão arterial e
reduzem a tensão do músculo cardíaco.
• Anticoagulantes: previnem a formação de trombos ou coágulos.
• Antiagregantes plaquetários: também previnem a formação de trombos.
Outras medicações para reduzir a dor, ansiedade ou tratar arritmias.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
26
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Tratamento cirúrgico
Quando as medicações não conseguem parar o processo de infarto, são necessários
procedimentos médicos para melhor tratamento. Os procedimentos mais utilizados para de-
sobstruir as coronárias são a angioplastia e procedimentos do tipo ponte de safena (a safena
é uma veia da perna que é transplantada para o coração no lugar da artéria coronária obstru-
ída). Este procedimento de transplante de vasos sanguíneos para substituir a artéria coroná-
ria, que está obstruída, pode ser feito também com artérias mamárias (do tórax) e artérias
radiais (dos antebraços).
Prevenção
• Seguir uma dieta balanceada, rica em frutas e verduras. Com baixa quantidade de gorduras
e sal;
• Perder peso, em caso de obesidade ou sobrepeso;
• Parar de fumar;
• Praticar atividades físicas regularmente, sob orientação médica;
• Tratar adequadamente doenças como o colesterol alto, hipertensão arterial e diabetes
mellitus.
Curiosidades
Cerca de 50% das mortes por IAM ocorrem na primeira hora do evento e são atribuíveis a arrit-
mias, mais frequentemente fibrilação ventricular;
Conclusão
PREVENÇÃO
Diante disto, vale à pena ressaltar que o rápido reconhecimento dos sintomas, bem como o
pronto atendimento médico é de fundamental importância para um melhor tratamento desta doença
bem como para evitar complicações e mortes prematuras.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
27
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
GASTRITE AGUDA
Causas
1 – Medicamentos – aspirina;
2 – Bebidas alcoólicas;
3 – Fumo;
4 – Estresse;
5 – Intoxicação alimentar;
6 – Agentes biológicos.
GASTRITE CRÔNICA
ÚLCERA PÉPTICA
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
28
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Frequência
• 5 a 10 % da população adulta;
• A UP intestinal é mais frequente que a gástrica;
• Homens são mais acometidos do que as mulheres.
ALCOOLISMO
Dependência física
Torna-se presente quando a retirada da droga produz sinais e sintomas opostos a aqueles
desejados pelo usuário;
• Ex. Síndrome de abstinência.
Dependência psicológica
Comportamento compulsivo de busca da droga, em que o indivíduo usa a droga repetida-
mente para satisfação pessoal.
• Ex. Fumar cigarro.
Conceitos
• Uso nocivo – Quando se usa o álcool e causa danos à saúde do usuário.
Dependente do álcool
Conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos no qual o uso de bebidas
alcoólicas alcança uma prioridade muito maior para uma pessoa que outros comportamentos
que antes tinham muito valor.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
29
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Diagnóstico
1 – Forte desejo, compulsão à bebida;
2 – Dificuldades em controlar o comportamento de beber em termos de início, término e
níveis de consumo;
3 – Evidências de tolerância;
4 – Abandono dos prazeres ou interesses alternativos;
5 – Persistência, no uso da bebida, mesmo na presença de patologias secundárias ao álcool.
Etiologia
1 – História da infância;
2 - Fatores psicanalíticos;
3 - Fatores sociais e culturais (maior disponibilidade de bebidas alcoólicas);
• Alto grau de estresse coletivo;
• Pressão social para beber;
• Inexistência de sanções sociais contra a embriaguez.
4 – Fatores psiquiátricos
É mais comum o álcool levar a uma doença psiquiátrica que a mesma induzir ao alcoolismo.
5 – Fatores genéticos
- Hereditariedade
- Associação aos receptores de dopamina D2
Sinais e sintomas
• Aparelho gastrointestinal – náuseas, vômitos, diarreias, gastrites, úlceras, varizes esofagia-
nas, pancreatite, redução do poder de absorção intestinal, etc;
• Cardiovascular – palpitações, AVC, mio cardiopatia, HAS;
• Neurológicos – mialgias, convulsões, neuropatia, demência, déficit de memória, redução no
peso e volume cerebral por morte neuronal, dilatação ventricular;
• Psicológicos – Ansiedade, depressão, disfunção sexual, abuso de drogas, insônia;
• Sociais – Problemas familiares, financeiros, legais, no trabalho, etc.
• Alterações laboratoriais;
• Alterações hepáticas;
• Alterações hematológicas – anemia, trombocitopenia (nº plaquetas abaixo do normal) – he-
mostasia prejudicada;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
30
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Abstinência alcoólica
Conjunto de sinais e sintomas manifestados no dependente de álcool, quando suprime ou reduz
o consumo de álcool.
Sinais e sintomas
• Tremores – 6 a 8 hs após a cessação do consumo de álcool;
• Sintomas psicóticos – 8 a 12 hs;
• Convulsões – 12 a 24 Hs.
• Delirium Tremulus – 72 Hs.
Delirium
• Pode ocorrer tanto pela intoxicação quanto pela abstinência alcoólica;
• Emergência médica – alto índice de morbidade e mortalidade;
• Distorções perceptivas;
• Níveis flutuantes de atividade psicomotora;
HIPERTENSÃO ARTERIAL
• É definida como um nível de pressão arterial sistólica (PAS) de 140 mmHg ou mais elevada;
• Pressão arterial diastólica (PAD) de 90 mm/Hg ou mais elevada;
• Uso de medicação anti-hipertensiva.
Classificação
• ÓTIMA - <120 e < 80
• NORMAL - <130 e <85
• ALTA-NORMAL – 130 – 139 ou 85-89
Hipertensão
• ESTÁGIO 1 – 140-159 ou 90-99;
• ESTÁGIO 2 – 160 – 179 ou 100-109;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
31
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Epidemiologia
• Aumenta em todos os grupos com a idade (brancos, negros, mulheres e homens);
• Atinge cerca de 65% da população 65 a 74 anos;
• Negros prevalência maior que a dos brancos (38 % contra 29%);
• Até os 50 anos mais comum nos homens que nas mulheres;
• Após esta idade – é mais comum nas mulheres.
Manifestações clínicas
• Cefaleia;
• Zumbido no ouvido;
• Fatigabilidade;
• Palpitação;
• Tontura e sensação de peso ou pressão na cabeça;
Avaliação
Objetivos principais
1 – Identificar as causas conhecidas;
2 – Avaliar a presença ou ausência de lesão em órgãos-alvo e doença cardiovascular, o grau
da doença e a resposta à terapia;
3 – Identificar outros fatores de risco cardiovascular ou doenças concomitantes;
Anamnese
• Conhecimento da duração e dos níveis pressóricos;
• História do paciente e sintomas de doença aterosclerótica, insuficiência cardíaca, doença
vascular periférica, doença renal, diabetes melittus, dislipidemia (alto nível de gordura no
sangue), gota ou disfunção sexual;
• Histórico familiar – hipertensão, acidente vascular cerebral, DM, dislipidemia e doença renal;
• Sintomas;
• História de alteração recente no peso, tempo para atividades de lazer e exercícios e tabagismo;
• Avaliação dietética – ingestão de sódio, álcool, gordura saturada e cafeína;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
32
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
• História de todas as medicações prescritas, drogas ilícitas;
• Resultados e efeitos adversos de terapias anti-hipertensivas prévias;
• Fatores psicossociais e ambientais que possam influenciar no controle da HA
Exames complementares
• Hemograma completo + contagem de plaquetas;
• Bioquímica (potássio, sódio, ureia, creatinina, glicemia de jejum, colesterol total);
• EAS;
• ECG.
Diuréticos
• Atuam na eliminação de sal e água através da urina;
• Reduzem a quantidade de líquidos circulantes na corrente sanguínea, em consequência
reduz a pressão existente nas artérias.
Beta-bloqueantes ou Alfa-bloqueantes
• São usados para reduzir a pressão arterial, bloqueiam sinais de nervos que estimulam o
mecanismo responsável pela frequência cardíaca e a força de contração do coração;
• Reduzem a pressão arterial, relaxa e amplia o lúmen dos vasos sanguíneos.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
33
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
TOXICOLOGIA
• É uma ciência multidisciplinar que tem como objeto de estudo os efeitos adversos das subs-
tâncias químicas sobre os organismos.
• Nosso corpo humano possui sistemas naturais de defesa que nos ajudam a proteger contra
muitos riscos ambientais ocupacionais, ajudam também o organismo a curarem-se quando
sofre algum dano;
• Os riscos ocupacionais podem ser por bactérias, vírus, substâncias químicas, ruído, tempe-
ratura, procedimentos de trabalho, etc;
• Os trabalhadores podem estar expostos a esses riscos que podem debilitar seus sistemas de
defesa do seu organismo.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
34
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Absorção através da pele
• É o maior órgão do corpo humano, tem uma função muito importante na proteção do orga-
nismo humano.
• Nem sempre protege contra os riscos presentes nos ambientes de trabalho por que as subs-
tâncias químicas podem absorvidas diretamente pelo organismo através da pele saudável;
• Após serem absorvidas as substâncias químicas através da circulação são transportadas
para os órgãos alvo produzindo efeitos nocivos.
PELE
Dermatites – sintomas
• Os sintomas aparecem quando a substância química entra em contato com a pele e desa-
parece quando ele deixa de entrar em contato com a mesma
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
35
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Gases E Vapores
Irritantes
A – Primários
B – Secundários
Asfixiantes
A – Simples
B – Sistêmicos:
• Gases e vapores podem penetrar no organismo através do sistema respiratório.
• Efeitos locais no trato respiratório superior e pulmões, são absorvidos, passam para a
corrente sanguínea e provocam efeitos adversos em órgãos alvo.
• Nosso organismo tem a capacidade de emitir sinais de alerta quando ocorre algum tipo
de risco:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
36
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
• Odor;
• Tosse;
• Irritação no nariz;
Utilização
• Dissolução
• Extração;
• Desengraxamento;
• Diluição;
• Tintas, corantes, pinturas;
• Limpeza à seco.
BENZENO
• Exposição ocupacional
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
37
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
• Refinarias de petróleo;
• Petroquimicas;
• Distribuidores de combustíveis;
• Síntese de outros solventes;
• Indústria do Couro;
• Laboratórios químicos e biológicos;
• Exposição extra ocupacional
• Fumo do cigarro;
• Poluição do tráfego veicular.
Toxicidade
• Intoxicação aguda
• Os sintomas mais evidentes estão a cargo do SNC.
Intoxicação crônica
A mais relevante é o efeito no sistema hematopoiético – menor produção de eritrócitos, leu-
cócitos e plaquetas pela medula, podendo causar anemia aplástica (distúrbio da medula óssea) e
indução à leucemia.
TOLUENO
• Exposição Ocupacional
• Petroquimicas e refinarias de Petróleo
• Extra ocupacional
• Produtos de limpeza e colas
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
38
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Metabolismo
• É absorvido através dos pulmões e mais lentamente pela pele;
• No organismo é encontrado primeiramente no sangue em seguida deposita-se no tecido
adiposo;
• 20% da dose absorvida são eliminados inalterados pelo trato respiratório;
Toxicidade
• Exposição aguda
• Irritação das vias aéreas superiores;
• Depressão do SNC;
Asbestose
• Nome comercial: amianto - mineral constituído basicamente de silicato de magnésio. A
parte fibrosa é o asbesto.
• Doença causada por deposição de fibras de asbesto no pulmão.
Tratamento
• Não há tratamento específico;
• O trabalhador deve ser afastado do trabalho.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
39
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Prevenção
• Substituir substâncias e agentes cancerígenos por outros não cancerígenos ou menos noci-
vos.
• Reduzir o número de trabalhadores expostos, a duração e os níveis de exposição ao mínimo
compatível com a segurança.
• Informar aos trabalhadores sobre a doença e sua exposição;
• Realização de exames periódicos para avaliar efeitos da exposição;
• Medidas de controle ambiental;
• Umidificação dos processos onde haja produção de poeira;
• Prescrever medidas de proteção.
• Normas de higiene e segurança rigorosas;
• Monitoramento das concentrações de fibras no ar ambiente;
• Mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores
expostos e o tempo de exposição;
BENZENISMO
• Hidrocarboneto aromático;
• Líquido incolor, volátil, inflamável e de odor característico;
• Uma das substâncias químicas tóxicas mais presente nos processos industriais no mundo;
• Substância mais cancerígena, segundo a Agência Internacional de Controle do câncer.
• Presente em derivados do petróleo: gasolina, solventes, detergentes;
• A exposição crônica ao benzeno é prejudicial ao organismo.
• Subprodutos (metabólitos) do benzendo são tóxicos e se depositam na medula óssea e nos
tecidos gordurosos;
• Não existe limite seguro de exposição ao benzeno. A presença do produto no ambiente de
trabalho põe em risco a saúde do trabalhador.
Vias de absorção
• A intoxicação humana pelo benzeno pode ocorrer por 3 vias de absorção respiratória (ab-
sorção de vapores, cutânea e digestiva).
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
40
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
A via respiratória: principal do ponto de vista toxicológico.
Intoxicação aguda
• Maior parte retida no sistema nervoso central
• Ocorre quando o produto é ingerido, aspirado ou derramado acidentalmente ou proposital-
mente em doses mais concentradas.
Intoxicação crônica
• 40% na medula óssea;
• 43% no fígado;
• 10% nos tecidos gordurosos;
• Metabolizado no fígado e 30% é eliminado pela urina.
Sinais e sintomas
• Fadiga intensa, sonolência, cefaleia, tonteira, vômitos, perda do apetite, lesões na pele e
gastrointestinais de difícil cicatrização.
• Pode causar leucemia.
Medidas de proteção
• Programas de vigilância da saúde e monitoramento ambiental;
• Instalação de grupos de prevenção à exposição ao benzeno;
• Avaliações periódicas de saúde (hemograma obrigatório para diagnosticar cedo o benzenismo).
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
41
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
SATURNISMO
Fontes de chumbo
• Maquiagem, esmaltes, loção camélia do Brasil, grecin 2000;
• Peso de cortina;
• Peso de pesca;
• Tintas contendo chumbo; cerâmica revestida com esmalte à base de chumbo para armaze-
nar ou servir comida.
• Gases de gasolina.
Sinais e sintomas
• Alterações da personalidade, cefaleia, gosto metálico na boca, inapetência, desconforto ab-
dominal, vômito, constipação intestinal.
• A lesão cerebral em adultos é rara.
Sintomas – crianças
• Irritabilidade;
• Perda do interesse em brincar
• Vômito persistente;
• Marcha descoordenada;
• Convulsão;
• Confusão mental;
• Sonolência;
• Coma.
• Alguns sintomas podem diminuir quando a exposição é interrompida.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
42
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Diagnóstico
• RX;
• Estudo das linhas de chumbo nos ossos em crianças,
Limites de tolerância
• Definido pela NR 15: 0,1 mg/m3 para jornada de até 48 hs.
Tratamento específico
• Indução do vômito: efetivo somente nos primeiros 30 min após a ingestão;
• Adultos devem ter os níveis de chumbo no sangue investigados mensalmente ou a cada 2
meses (acm).
CHUMBO TETRA-ETILA
Diagnóstico e tratamento
• È feito uma correlação entre os sintomas e a história de exposição ocupacional.
• O tratamento consiste de afastar o trabalhador da fonte de exposição e medidas gerais.
Prevenção
• Manter a concentração abaixo dos limites de 0,1mg/m3, para jornada de até 48 hs.
• Substituir o chumbo por substancias menos tóxicas;
• Ventilação por exaustão;
• Prevenir a dispersão de poeiras e fumos com limpeza através de panos molhados;
• Uso de EPI;
• Exame médico periódico.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
43
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
44
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Orientações gerais
• Procurar, de todas as formas, substituir as substâncias e agentes cancerígenos por outros
não cancerígenos ou menos nocivos;
• Reduzir o número de trabalhadores expostos, a duração e os níveis de
exposição ao mínimo compatível com a segurança;
• Prescrever medidas de proteção;
• Estabelecer sistema apropriado de registro;
• Informar aos trabalhadores sobre os riscos e medidas a serem aplicadas;
• Garantir a realização dos exames médicos necessários para avaliar os efeitos da exposição.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
45
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Condutas
• Comunicar os resultados aos trabalhadores e empregadores;
• Se demonstrada relação com a exposição ocupacional, orientar as medidas corretivas e de
controle rigoroso das exposições;
• Manter estrita e sistemática vigilância dos efeitos em saúde e dos ambientes de trabalho,
qualquer que seja a conclusão.
História médica
• História da doença atual;
• História dos distúrbios médicos associados a neoplasias malignas secundárias;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
46
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
• Uso de medicamentos no passado (crônico e breve);
• História de radioterapia.
História familiar
• História de câncer;
• Membros da família que fumam (atualmente e durante a infância);
• História ocupacional dos membros da família (atualmente e durante a infância);
• Distúrbios hereditários associados a neoplasias malignas secundárias.
História social
• Consumo de tabaco;
• Produtos não fumáveis com tabaco;
• Uso de álcool;
• Abuso de drogas;
• Hábitos sexuais;
• Todas as atividades recreativas e passatempos;
• Dieta e nutrição, incluindo uso de vitaminas, jardins domiciliares (pesticidas);
• Viagem ao exterior.
História ocupacional
• Todas as ocupações, incluindo trabalhos esporádicos e na infância;
• Todos os empregos com riscos conhecidos;
• Todos os empregos em que foram utilizados equipamentos de proteção;
• Todos os empregos com concentração de casos de câncer;
• Todos os empregos com odores desagradáveis;
Todos os empregos com substâncias químicas, fumaças, gases, poeiras e radiações.
História ambiental
• Todas as residências e tipos;
• Qualquer residência próxima a indústrias, local de despejo, áreas agrícolas ou outras insta-
lações;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
47
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Entre 90 a 95% das neoplasias malignas do estômago são adenocarcinomas e os 5 a 10% restan-
tes dividem-se entre leiomiossarcomas e linfomas. Dos adenocarcinomas, aproximadamente 75% são
ulcerados, 10% são polipoides e 10% são cirrosos. Quanto à localização, 50% localizam-se no piloro e
antro, 20% na pequena curvatura, 20% no corpo; 7% na cárdia (orifício entre o esôfago e o estômago)
e 3% na grande curvatura (as úlceras da grande curvatura raramente são benignas).
Prevenção
• A prevenção da neoplasia maligna do estômago relacionada ao trabalho baseia-se nos pro-
cedimentos de vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos
para a saúde;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
48
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
O controle da exposição ao amianto e a outros fatores de risco identificados pode contribuir
para a redução da incidência da doença nos grupos ocupacionais sob risco. As medidas de controle
ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a níveis de concentração próximos de zero
ou dentro dos limites estabelecidos.
Tratamento
• Cirurgia para ressecção pulmonar parcial ou total;
• Radioterapia;
• Quimioterapia.
Os epiteliomas são neoplasias do epitélio, que podem ser benignos ou malignos. Porém, o
termo epitelioma é geralmente reservado para designar os processos malignos;
Fatores de risco
• A etiologia dos cânceres de pele está fortemente associada com a exposição actínica, em
especial os raios ultravioletas;
• Profissões que expõem os trabalhadores à intensa radiação solar, como agricultores, traba-
lhadores da construção civil e mineração a céu aberto, pescadores e marinheiros.
• História familiar de câncer de pele;
• Recepção de rim transplantado;
• Albinismo;
• Infecções pelo (HPV);
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
49
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Diagnóstico
• O diagnóstico é feito pela história clínica e exame físico, com ênfase na pele, na região das
costas, cavidade oral, região perianal e genital, lesões de intertigo, pesquisa de adenopatias
no pescoço, ausculta pulmonar, palpação abdominal para pesquisa de massas tumorais e
hepatomegalia.
• Os exames laboratoriais incluem o quadro hematológico completo, e biópsia da lesão.
Tratamento
• Está indicada a ressecção cirúrgica tradicional, com uma margem livre de tumor de 3 a 10
mm, dependendo do seu tamanho.
• Curetagem, criocirurgia e radioterapia.
• Nos tumores grandes e profundamente erosivos, ou com metástases à distância, deverá ser
avaliada clínica e cirurgicamente com o devido critério.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
50
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Sinais e sintomas do AVC
• Hemiparesia -> fraqueza ou torpor súbitos na face, braço e perna de um lado do corpo;
• Afasia ou dislalia -> perda ou dificuldade para falar ou para entender palavras;
• Diminuição ou perda da visão em um só olho;
• Anisocoria -> pupilas desiguais;
• Tontura falta de firmeza ou queda súbita;
• Cefaleia súbita de forte intensidade;
• Perda do controle dos esfíncters;
• Perda da consciência;
• Convulsão.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
51
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
Atendimento Inicial
• A fase aguda do AVC dura de 24 a 72 hs;
• Indivíduos que ficam inconscientes tem prognóstico sombrio, enquanto os conscientes pos-
suem expectativa bem mais favorável;
• A manutenção de vias aéreas pérveas e de ventilação adequada são prioridades na fase
aguda.
Encaminhamento
• Para um hospital que disponha de neurologia, bloco cirúrgico e UTI;
• Fazer contato prévio com o hospital;
• Fazer relatório de encaminhamento constando: avaliação e atendimento inicial.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
52
Epidemiologia - toxicologia - doenças ocupacionais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CIPA – Comissão Interna da Prevenção de Acidentes – Uma Nova abordagem Armando Campos
Acidentes de trabalho e Doenças Ocupacionais e Nexo Técnico e Epidemiológico – Gustavo Filipe Bar-
bosa Garcia
Constituição Federal.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
53
Curso Técnico em
Segurança do Trabalho
Etapa 3
MEIO AMBIENTE
E
BIOSSEGURANÇA
Meio Ambiente e Biossegurança
SUMÁRIO
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
56
Meio Ambiente e Biossegurança
O termo Gestão, segundo o dicionário Aurélio Buarque de Hollanda, quer dizer, “ato
de gerir; gerência, administração”.
Sistema de Gestão, sob o ponto de vista empresarial, significa um modelo operacio-
nal que uma determinada organização adota para geri-la, não importando neste caso o
seu porte ou seguimento. Toda e qualquer empresa deve possuir um sistema de gestão,
pois, do contrário, teria a sua própria existência comprometida.
Acontece que alguns modelos foram desenvolvidos e adotados por várias empresas
com o intuito de haver uma padronização de metodologia seguindo diretrizes traçadas
por normas. Daí os modelos normativos hoje existentes e muito difundidos e que, para
empresas que se apresentam de alguma forma pouco estruturadas são excelentes para a
sua correção de rotina e rumo, elevando-a a patamares de alto grau de excelência.
Mas é muito importante salientar que, para o devido sucesso do modelo, é necessá-
rio o correto empenho e o comprometimento de seus dirigentes e que o modelo adotado
seja de fato usado como ferramenta de gestão e não apenas um mero artifício de demons-
tração.
É evidente que é do interesse da empresa organizar-se quanto à gestão de diferentes
disciplinas, como gestão da qualidade, gestão do meio ambiente, gestão da responsabili-
dade social, gestão da segurança e da saúde ocupacional, etc.
Ora, empresas produtoras de bens e serviços desenvolvem seus negócios por meio
de processos e atividades que apresentam variabilidade natural e estão expostos a falhas
potenciais relacionadas aos recursos disponibilizados e aos métodos de trabalho empre-
gados. É fácil concluir que, quanto maior for o impacto advindo de uma dessas falhas nos
resultados dos negócios, de maior significância essa falha se tornará.
Dentre esses impactos, deve-se concluir não apenas os prejuízos financeiros e hu-
manos imediatos, mas também as consequências de médio e longo prazos que podem
advir da perda de imagem no mercado, requerendo gestão específica sobre as atividades
envolvidas, visando a prevenir a ocorrência de eventos indesejados.
Como, no entanto, assegurar-se de que os modos potenciais de falha estão devida-
mente identificados e analisados e que as atividades relacionadas com eles estão sobre
controle sem que existam padrões capazes de prover a previsibilidade requerida?
A organização desses padrões em sistemas de gestão que assegurem a previsibili-
dade desejada é sempre vantajosa para qualquer negócio. Sua ausência pode acarretar o
aparecimento de efeitos indesejáveis que trazem fortes impactos adversos aos resultados
do negócio.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
57
Meio Ambiente e Biossegurança
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
58
Meio Ambiente e Biossegurança
Um dos últimos grupos a integrar a luta pela preservação do meio ambiente e, tal-
vez, o que traga resultados mais diretos em menos tempo, é o setor empresarial. Movidos
pela exigência de seus consumidores, inicialmente os europeus, as empresas começaram
a perceber que seus clientes estavam dispostos a pagar mais por produtos ambiental-
mente corretos, e mais, deixar de comprar aqueles que contribuíam para degradação do
Planeta. Além disto, a pressão popular atingiu também governos, que passaram a estabe-
lecer legislações ambientais cada vez mais rígidas, ao fazer com que empresas tenham que
adequar seus processos industriais, com o uso de tecnologias mais limpas.
A norma brasileira NBR ISO 14001 - Requisitos com orientações para uso de Sistemas
da gestão ambiental é idêntica às normas propostas pela ISSO para serem adotadas em to-
dos os países membros e tem um efeito sistêmico interessante: ao enfocar a necessidade
de adotar fornecedores certificados, cria-se um enlace de reforço positivo.
Quanto mais empresas estiverem certificadas, mais empresas se verão obrigadas a
se certificar, pois a exigência se replica a montante na rede de valor.
Empresas existentes no mercado, como produtoras de bens e de serviços estão,
hoje, em grande evidência em relação à questão ambiental. As pressões exercidas pelas
comunidades, ONGs e governos, têm forçado uma postura proativa na melhoria de seus
processos produtivos, com geração de menor quantidade de resíduos e poluentes e me-
nor consumo de matérias-primas e energia.
O crescimento da atividade industrial, com a consequente geração de maior quanti-
dade de resíduos e poluentes e o crescimento da demanda por produtos e serviços, tem
forçado ao desenvolvimento de novas tecnologias para os processos produtivos, simul-
taneamente à necessidade de novas técnicas administrativas voltadas ao gerenciamento
dessas atividades, com preocupação ambiental.
Ao implementar um Sistema de Gestão Ambiental - SGA como forma de gerencia-
mento das atividade organizacionais, deve-se lembrar que o compromisso passa a ser per-
manente, pois exige uma mudança definitiva da antiga cultura e das velhas práticas. Para
tanto, é imprescindível a busca da melhoria contínua, princípio fundamental de um SGA.
Contudo, o gerenciamento de um processo, por meio das ferramentas de um SGA pos-
sibilita ganhos de produtividade e qualidade, além da satisfação das pessoas envolvidas
diretamente no processo, pois esses aprendem que sempre é possível fazer melhor e per-
cebem a evolução da qualidade de seus serviços. Atuar de maneira ambientalmente res-
ponsável é ainda, hoje, um diferencial entre empresas, que as destacam no competitivo
mercado, quanto antes as empresas perceberem esta nova realidade maior será a chance
de se manterem.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
59
Meio Ambiente e Biossegurança
Segundo DONAIRE (DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. São Paulo: Atlas, 1995), as
empresas passam por três fases:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
60
membros, sendo que o TC 207 é responsável pela Gestão Ambiental. Cada Comitê
Técnico é formados por Sub Comitês (SC’s) e estes, por sua vez, desenvolvem suas
atividades através dos Grupos de Trabalho (WG’s). Este processo já permitiu a
Meio Ambiente e Biossegurança
elaboração de mais de 12 mil Normas Técnicas.
© 2005 HGB Consultoria e Gestão LTDA., Todos os Direitos Reservados.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
61
Meio Ambiente e Biossegurança
Em um primeiro momento, foram aprovadas cinco normas: ISO 14001, 14004, 14010, 14011
(parte 1 e 2) e 14012.
Hoje, apenas as duas primeiras persistem, enquanto que as três últimas foram sintetizadas, em
2002, na Norma NBR ABNT ISO 19011 - Diretrizes para Auditorias em Sistemas de Gestão da Qualida-
de e/ou Ambiental.
As normas ISO 14000 não estabelecem níveis de desempenho ambiental, especificam somente
os requisitos que um sistema de gestão ambiental deverá cumprir.
De uma forma geral, estabelecem o que deverá ser feito por uma organização para diminuir o
impacto das suas atividades no meio ambiente, mas não prescrevem como o fazer.
A preocupação com a conservação do meio ambiente está se tornando uma constante nos últi-
mos tempos.
Vários movimentos estão pressionando as organizações e os governantes para tornarem as re-
gulamentações cada vez mais rígidas, exigindo das empresas uma postura ambiental correta.Com isso
o produto que possui o ISO 14000 (ou qualquer outro de sua família) é visto de uma outra maneira,
pois ele possui um diferencial competitivo, e isso mostra à sociedade que a empresa é comprometida
com a preservação ambiental.
A ISO 14000 já se tornou um passaporte para a exportação de produtos para a Europa.
a) Motivos Externos:
- Pressão do cliente;
- Alta concorrência do mercado e
- Restrição de comércio através de regulamentações de mercado (ex.: CEE).
b) Motivos Internos:
- Convicção, acreditar nos benefícios que o sistema proporciona;
- Política corporativa e estratégia de competitividade.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
62
Meio Ambiente e Biossegurança
a) Proporciona uma ferramenta gerencial adicional para aumentar cada vez mais a eficiência e
eficácia dos serviços;
b) Proporciona a definição clara de Organização, com responsabilidades e autoridades de cada
função bem estabelecidas;
c) Promove a capacidade dos colaboradores para o exercício de suas funções, estruturadas a
partir de seleções, treinamentos sistemáticos e avaliação de desempenho;
d) Reduz custos através de uma maior eficiência e redução do desperdício, o que aumenta a
competitividade e participação no mercado;
e) Aumenta a probabilidade de identificar os problemas antes que eles causem maiores consequências.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
63
Meio Ambiente e Biossegurança
Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAenr0AE-1.png
A Organização como um sistema aberto Um sistema de gestão pode ser conceituado como o
conjunto de pessoal, recursos e procedimentos, dentro de qualquer nível de complexidade, cujos
componentes associados interagem de uma maneira organizada para realizar uma tarefa específica e
atingem ou mantém um dado resultado.
Sob o ponto de vista empresarial, os objetivos de um sistema de gestão visam a aumentar cons-
tantemente o valor percebido pelo cliente nos produtos ou serviços oferecidos, o sucesso no seg-
mento de mercado ocupado (através da melhoria contínua dos resultados operacionais) a satisfação
dos funcionários com a organização e da própria sociedade com a contribuição social da empresa e o
respeito ao meio ambiente.
Para que tais objetivos sejam alcançados, é importante a adoção de um método de análise e
solução de problemas, para estabelecer um controle de cada ação. Existem diversos métodos com
esse propósito sendo utilizados atualmente. A maioria deles está baseada no método PDCA – Plan,
Do, Check, Act, que constitui-se em um referencial teórico básico para diversos sistemas de gestão.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
64
Os sistemas de gestão ambiental normatizados segundo a Norma NBR ABNT
ISSO 14.001 referenciam-se neste modelo cíclico onde:
• Plan (Planejar): significa estabelecer os objetivos e processos necessários
Meio Ambiente e Biossegurança
para fornecer resultados de acordo com os requisitos do cliente e políticas da
Os sistemas deorganização;
gestão ambiental normatizados segundo a Norma NBR ABNT ISSO 14.001 refe-
renciam-se neste modelo cíclico onde:
• Do (Fazer): significa implementar os processos;
• Check (checar): significa monitorar e medir processos e produtos em relação
• Plan (Planejar): significa estabelecer os objetivos e processos necessários para fornecer resul-
às políticas, aos objetivos e aos requisitos para o produto e relatar os
tados de acordo com os requisitos do cliente e políticas da organização;
resultados;
• Do (Fazer): significa implementar os processos;
• Act (agir): significa executar ações para promover continuamente a melhoria
• Check (checar): significa monitorar e medir processos e produtos em relação às políticas, aos
objetivos edoaos
desempenho do processo.
requisitos para o produto e relatar os resultados;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
65
Meio Ambiente e Biossegurança
Muitas organizações gerenciam suas operações através da aplicação de um sistema de proces-
sos e suas interações, que podem ser referenciados como “abordagem de processo”. A ABNT NBR ISO
14001 promove a utilização da abordagem de processo.
Como o PDCA pode ser aplicado a todos os processos, as duas metodologias são consideradas
compatíveis.
Diagnóstico ambiental
A expressão “diagnóstico ambiental” tem sido muito usada em órgãos ambientais, universida-
des, associações profissionais, etc. com conotações as mais variadas. O substantivo diagnóstico do
grego “diagnostikós”, significa o conhecimento ou a determinação de uma doença pelos seus sintomas
ou conjunto de dados em que se baseia essa determinação. Daí, o diagnóstico ambiental poder se
definir como o conhecimento de todos os componentes ambientais de uma determinada área (país,
estado, bacia hidrográfica, município) para a caracterização da sua qualidade ambiental.
Portanto, elaborar um diagnóstico ambiental é interpretar a situação ambiental problemática
dessa área, a partir da interação e da dinâmica de seus componentes, quer relacionados aos elemen-
tos físicos e biológicos, quer aos fatores socioculturais.
A caracterização da situação ou da qualidade ambiental (diagnóstico ambiental) pode ser rea-
lizada com objetivos diferentes. Um deles é, a exemplo do que preconizam as metodologias de pla-
nejamento, servir de base para o conhecimento e o exame da situação ambiental, visando a traçar
linhas de ação ou tomar decisões para prevenir, controlar e corrigir os problemas ambientais (políticas
ambientais e programas de gestão ambiental).
Para se iniciar a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental é preciso identificar a atual
situação da organização em relação as suas atividades e o meio ambiente, sendo prioritário promover
o Diagnóstico Ambiental da mesma de modo a ser capaz de perceber a existência de uma Política de
Gestão Ambiental do empreendimento e a influência no meio ambiente dos processos implantados;
identificar o nível de consciência e preocupação dos colaboradores quanto às etapas modificadoras
da qualidade ambiental (geração/emissão de poluentes); colher informações sobre a geração e des-
tinação de resíduos, com especial atenção à aplicação do conceito dos 3R’s (Redução, Reutilização,
Reciclagem); atestar a eficiência no consumo de água e energia.
Um método bastante adequado para atingir este objetivo é a elaboração de uma lista de verifi-
cação ou “check-list”. A grande vantagem desta ferramenta é permitir o emprego imediato na avalia-
ção qualitativa e quantitativa de impactos mais relevantes. Para tanto, o modelo a ser utilizado deve
se ater a nove áreas fundamentais relacionadas aos fluxos de entrada e saída da organização: energia,
água, matéria prima, resíduos gerados (líquidos, sólidos e gasosos, domésticos e industriais), recursos
humanos, legislação aplicável, saúde e segurança no trabalho, gestão e comunidade a que pertence.
Esta ferramenta instrumenta a organização ter a possibilidade de visualizar de forma ampla as
condições gerais da empresa em relação aos aspectos ambientais a serem considerados e as suas não
conformidades com os objetivos da organização. Tal conhecimento permitirá o levantamento dos as-
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
66
Meio Ambiente e Biossegurança
pectos e impactos ambientais significativos da empresa, auxiliando a identificação de fraquezas que
posteriormente necessitam ser tratadas e solucionadas pelo futuro sistema de Gestão Ambiental,
após a definição de objetivos e metas ambientais.
Após o diagnóstico ambiental se pode ter uma ideia bem clara da influência do(s) processo(s)
que se deseja gerenciar através do Sistema de Gestão Ambiental.
A resposta para este novo papel pode ser caracterizada em três níveis de atuação:
- Controle da Saída: a instalação de equipamento para o controle de poluição nas saídas, como
as estações de tratamento de efluentes e os filtros para as emissões atmosféricas, é a tônica neste
nível de resposta.
- Integração do Controle Ambiental nas Práticas e nos Processos Ambientais: o
planejamento ambiental passa a envolver a função de produção através da prevenção da polui-
ção pela seleção de matérias primas, novos processos e produtos, reaproveitamento e racionalização
de energia.
- Integração do Controle Ambiental na Gestão Administrativa: projetando-a para as mais altas
esferas de decisão da organização, proporcionando a formação de um corpo técnico e um sistema
gerencial específico, fazendo com que essa preocupação ambiental passe a ser parte dos valores da
mesma.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
67
Meio Ambiente e Biossegurança
Desta forma, podemos classificar os impactos ambientais em: adversos, quando trazem alguma
alteração negativa para o meio; e benéficos, quando trazem alterações positivas para o meio (aqui,
entenda-se “meio” como a circunvizinhança da empresa/indústria, incluindo o meio físico, biótico e
social).
São considerados impactos ambientais significativos àqueles que por algum motivo são conside-
rados graves pela empresa de acordo com sua possibilidade de ocorrência, visibilidade, abrangência
e/ou outros critérios que a empresa/indústria pode definir.
Na NBR ABNT ISO 14001, o tema é objeto do requisito 4.3.1. Segundo esse requisito da Norma:
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para:
a) identificar os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e serviços, dentro do escopo
definido de seu sistema da gestão ambiental, que a organização possa controlar e aqueles que ela
possa influenciar, levando em consideração os desenvolvimentos novos ou planejados, as atividades,
produtos e serviços novos ou modificados.
b) determinar os aspectos que tenham ou possam ter impactos significativos sobre o meio am-
biente (isto é, aspectos ambientais significativos).
A organização deve documentar essas informações e mantê-las atualizadas.
A organização deve assegurar que os aspectos ambientais significativos sejam levados em con-
sideração no estabelecimento, implementação e manutenção de seu sistema da gestão ambiental.
Nestas notas de aula, utilizaremos três desses critérios que sabemos ser independentes entre si:
a severidade, a probabilidade e a área de influência.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
68
Meio Ambiente e Biossegurança
Para cada critério, vamos atribuir graus variando de 1 a 5, segundo as tabelas a
Para cada critério, vamos atribuir graus variando de 1 a 5, segundo as tabelas a seguir:
seguir:
71
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO � ETAPA 3
69
Meio Ambiente e Biossegurança
A todo impacto se deve, pois, ser atribuído um valor que reflita sua posição em
A todo impacto
A todo
relação se deve,
impacto
a cada sepois,
um dos sercritérios.
deve,
três atribuído
pois, um valorum
ser atribuído quevalor
reflita
quesuareflita
posição
sua em relação
posição ema cada
um dos trêsrelação
critérios.
a cada um dos três
Sejam, por exemplo, dez critérios.
impactos levantados em um processo de produção para
Sejam, por exemplo, dez impactos levantados em um processo de produção para os quais que-
Sejam,
os quais por exemplo, dez impactos levantados em um processo de produção para
remos atribuir grau queremos atribuir grau
de significância: de significância:
os quais queremos atribuir grau de significância:
72 Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
72 “Fundação de Educação para
70
o Trabalho de
“Fundação de Minas Gerais”
Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Meio Ambiente e Biossegurança
Para atribuirmos a escala de significância dos impactos, devemos multiplicar os
Para atribuirmos a escala de significância dos impactos, devemos multiplicar os graus atribuídos
a cada impacto. graus atribuídos a cada impacto.
Assim:
Assim:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO � ETAPA 3
71
Meio Ambiente e Biossegurança
A DECLARAÇÃO DE COMPROMETIMENTO
COM A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
72
Meio Ambiente e Biossegurança
conhecimento essencial provido pela consultoria, viabilizando a melhoria contínua do sistema mesmo
quando os consultores deixarem a organização.
Condição sine qua non para o sucesso do gerenciamento ambiental sistematizado, portanto,o
nível de comprometimento para com um SGA pode ser identificado através de uma análise dos inves-
timentos dedicados ao(à):
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
73
Meio Ambiente e Biossegurança
POLÍTICA AMBIENTAL
A política ambiental deve ser definida, portanto, pela Alta Administração, geralmente sob um
suporte consultivo (interno ou externo à organização). Deve ser assinada pela diretoria, mas prefe-
rencialmente pela presidência, demonstrando que o maior nível funcional hierárquico ratifica o seu
comprometimento com a questão ambiental.
A Alta Administração também deve assegurar que, considerando o escopo do sistema já defini-
do anteriormente, a política ambiental seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais das
atividades, produtos e serviços. Isto é, ao ser definida, seu texto deve deixar claro que suas diretrizes
são compatíveis com o grau de interferência ambiental que a organização apresenta. Políticas consi-
deradas “genéricas” não são recomendadas, visto que não explicitam a realidade dos impactos am-
bientais daquela organização em particular. Por esta razão é que se sugere que na política ambiental
seja incluído o escopo do SGA, conforme já mencionado em artigo precedente, que define exatamen-
te o processo ou atividade à qual o SGA se estabelecerá.
Uma abordagem que vai de encontro a esta recomendação e que deve ser evitada, é a utilização
de políticas ambientais corporativas como políticas do SGA. O que se recomenda é que a organização,
processo ou atividade sob a influência do SGA tenha uma política própria, pois assim ela atenderá ao
item “a” deste requisito.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
74
Meio Ambiente e Biossegurança
Assim como no item anterior, a Alta Administração não deve prescindir de mencionar claramen-
te seu comprometimento em atender a legislação ambiental aplicável, bem como os outros requisitos
subscritos pela organização.
Ora, se a Alta Administração se compromete em atender os diplomas legais, ela automaticamen-
te assume uma postura de responsabilidade ambiental. Uma organização responsável é aquela que,
no mínimo, cumpre com os preceitos legais vigentes, os quais protegem a sociedade de potenciais
abusos na externalização dos custos socioambientais entre todas as partes interessadas no desempe-
nho ambiental do negócio. Assim, se a organização afirma explicitamente que atende à legislação a ela
aplicável, espera-se que o cuidado ambiental minimamente aceitável pela sociedade esteja garantido.
A partir desta perspectiva de responsabilidade ambiental, o SGA ISO 14001 preconiza que não
basta apenas a organização atenda à legislação. Deve-se, como estabelece o item “a”, melhorar con-
tinuamente o sistema de gestão e, consequentemente, o desempenho ambiental da organização.
Empresas que buscam unicamente atender à legislação, em tese, não atendem ao critério da melho-
ria contínua, já que se enquadram num perfil de reatividade às leis ambientais que se acumulam em
detrimento da proatividade da Gestão Ambiental, que se dá pela superação desses requisitos legais.
Os requisitos legais são todos aqueles instituídos como legislação municipal, estadual e federal
vigentes, incluindo, por exemplo: leis e respectivos decretos, resoluções do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA) – que, por sua vez, podem remeter às normas técnicas da ABNT aplicáveis
-, entre outros.
O item “c” também traz à tona a necessidade da empresa se comprometer com “outros requisi-
tos subscritos pela organização”, isto é, aqueles requisitos não evidenciados na legislação, mas funda-
mentais para a manutenção da conformidade ambiental. Exemplos destes requisitos são:
• Acordos com clientes, fornecedores, comunidades do entorno, autoridades públicas ou or-
ganizações não-governamentais, como critérios específicos de produção que previnam a
poluição ou apoio gerencial para a logística reversa de produtos obsoletos;
• Adesão a princípios voluntários ou protocolos internacionais, tais como o compromisso de
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
75
Meio Ambiente e Biossegurança
se gerenciar um inventário de Gases de Efeito Estufa e a redução sistemática da pegada de
carbono da organização;
• Códigos de conduta específicos para a área em que a organização atua, como o Programa
Internacional de Atuação Responsável (Responsible Care ®) da indústria química que pres-
creve boas práticas neste segmento produtivo, incluindo toda a sua cadeia logística;
• Requisitos corporativos ou da própria empresa, que definem, por exemplo, critérios opera-
cionais mais restritivos que os determinados pela legislação vigente;
• Rotulagem ambiental de adesão facultativa para produtos de relevante interesse ambien-
tal, dentre outros.
Uma vez subscritos pela organização, tais requisitos passam a fazer parte das diretrizes organiza-
cionais a serem cumpridas dentro do escopo do SGA, como compromissos declaradamente assumidos
entre as partes envolvidas. Assumem-se, portanto, como “leis” internas do SGA que não devem ser
prescindidas, sob o risco de se produzir não-conformidades no sistema.
d) forneça uma estrutura para o estabelecimento e análise dos objetivos e metas ambientais;
Este item muitas vezes gera alguma confusão pelo fato de sua especificação ser um tanto quanto
vaga. Como, afinal, a política ambiental deve fornecer uma “estrutura” para o estabelecimento dos
objetivos e metas ambientais? Neste caso, o que é uma estrutura? As respostas podem ser mais sim-
ples do que aparentam.
A estrutura a que o requisito se refere nada mais é do que a espinha dorsal de onde devem partir os
objetivos e metas ambientais (cujas definições serão abordadas nos próximos artigos), que são as forças
motrizes da melhoria contínua. São as declarações contidas na política que articularam o desenvolvimento
desses objetivos e respectivas metas. Ou seja, qualquer objetivo cujo sistema de gestão se proponha a
atingir deve estar necessariamente lastreado nas intenções declaradas pela política ambiental. Se isto não
ocorrer, ou o objetivo não foi definido com a compatibilidade suficiente com o SGA, ou a política ambiental
está inadequada. Consequentemente, ambos deverão ser revistos no sentido de readequá-los: no caso da
política, isto se dá incluindo assertivas compatíveis com o grau de nocividade ambiental da organização;
por outro lado, se os objetivos estiverem em desalinhamento com a política, deve-se redefini-los para que
atendam plenamente aos comprometimentos nela expressos.
Desse modo, a estrutura fornecida pela política ambiental dar-se-á pelas assertivas nela de-
claradas, que demonstrarão o comprometimento com a melhoria contínua, com o atendimento da
legislação e com a prevenção da poluição. Se as afirmações forem compatíveis com a verdadeira res-
ponsabilidade da empresa sobre seus impactos ambientais, a estrutura para o estabelecimento de
objetivos e metas estará bem consolidada na política.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
76
Meio Ambiente e Biossegurança
da política, como, por exemplo, sua inclusão no manual do SGA ou em outro documento de nível es-
tratégico do sistema. A organização também deverá comunicar a política para todos os colaboradores
próprios ou terceirizados, por meio de editais, e-mails, treinamentos, quadros de avisos e outras for-
mas de comunicação interna e ao público em geral, logicamente, através de websites da organização,
publicidade, materiais institucionais e outras formas de comunicação externa.
Análise Prática
Como exemplo, vejamos a política ambiental publicada no website da Moto Honda da Amazônia
e, portanto, comunicada ao público.
Na sentença introdutória acima, a organização informa que o comprometimento, tal como defi-
nido pelo requisito da política ambiental, inicia-se pela Alta Administração.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
77
Meio Ambiente e Biossegurança
A sentença acima vem cumprir com um dos requisitos da política ambiental exaustivamente
trabalhado neste texto: o comprometimento com o atendimento à legislação ambiental aplicável aos
processos, produtos e serviços oferecidos pela organização.
Como não poderia ser diferente, o alto grau de qualidade desta declaração não deixou de fora a
importância da interação da empresa com a sociedade, por meio do comprometimento com a promo-
ção da conscientização ambiental externa, além de outras ações de cunho social desenvolvidas, com
vistas à conservação do meio ambiente e ao bem-estar da comunidade como um todo.
Feita a declaração de responsabilidade ambiental da organização em conformidade com a ISO
14001 e como parte do pré-planejamento do sistema, parte-se então para a fase de planejamento do
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
78
Meio Ambiente e Biossegurança
SGA. Esta primeira fase do ciclo (Plan, Do, Check, Act), é dada pelas seguintes abordagens normativas:
• levantamento de aspectos e impactos ambientais (item 4.3.1 da ISO 14001), matéria a ser
discutida no próximo artigo;
• levantamento de requisitos legais e outros (item 4.3.2 da ISO 14001);
• definição de objetivos, metas e programas de gestão ambiental (item 4.3.3 da ISO 14001).
2 – Giuliano Moretti: Engenheiro Químico com MBA em Sistemas de Gestão Ambiental e Mes-
trado em Gestão Ambiental. Diretor Executivo de Operações Sustentáveis da Preserva Ambiental Con-
sultoria. Vice-Coordenador do Núcleo de Estudos Científicos em Sustentabilidade (NECS). Consultor,
Auditor e Perito Judicial Ambiental Cível. Professor dos cursos de pós-graduação MBA em Gestão de
Obras de Edificações no SENAI (CIETEP Curitiba) e Sustentabilidade em Arquitetura e Desenvolvimen-
to Urbano na Universidade Positivo. Membro do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico
(IPEDT).
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
79
Meio Ambiente e Biossegurança
gico econômico); Avaliação de Impactos Ambientais; Licenciamentoe revisão de atividades efetiva
ou potencialmente poluidoras; Sistema Nacional de Informações Ambientais; Sistema de Unidades
de Conservação. Desde sua promulgação, a política ambiental brasileira vem atuando tanto no plano
corretivo como preventivo. Datam igualmente da década de 80 as regulamentações relativas ao esta-
belecimento de padrões de qualidade da água e de efluentes e sobre o Programa de Poluição do Ar
por Veículos Automotores – PROCONVE (Resoluções CONAMA 020/86 e 018/86 respectivamente) e
a relativa à Avaliação de Impacto Ambiental (Resolução CONAMA 001/86). Por outro lado, somente
em 1997 foi promulgada a regulamentação federal sobre Licenciamento Ambiental (Resolução CO-
NAMA 237/97) enquanto continuaram sendo elaboradas no período normas para controle de emis-
sões gasosas e ruído dentro de uma ótica de política claramente corretiva. Adicionalmente, o Brasil
incorporou no início da década de 90 um novo instrumento que vinha sendo discutido na Europa, a
Auditoria Ambiental.
Quase que contemporaneamente, diversos Estados, Municípios e também a União discutiram
projetos de lei sobre a introdução deste novo instrumento. A concepção brasileira do mesmo, no en-
tanto, seguia o modelo inicial do Regulamento da CEE que consistia num tradicional instrumento de
comando e controle, ou seja, tinha um caráter essencialmente compulsório e não incorporava a ado-
ção conjunta de um Sistema de Gestão Ambiental. Este processo acabou não progredindo resultando
no arquivamento do projeto de lei federal e na suspensão de alguns projetos estaduais e municipais.
O Estado do Rio de Janeiro, no entanto, foi um dos estados que regulamentaram este novo instru-
mento (Lei 1898/91 e Decreto 2147A/95). Do ponto de vista institucional, desde a promulgação da Lei
6938/81, foram essencialmente mantidas as atribuições a nível federal, estadual e municipal, tendo
sido modificadas, através de leis e decretos, algumas figuras da estrutura original, dentre as quais
destacam¬se: a SEMA foi absorvida em 1989, juntamente com SUDEPE, IBDF e SUDHEVEA formando
o IBAMA; em 1989 foi criado o Comitê do Fundo Nacional do Meio Ambiente; o Ministério do Meio
Ambiente foi criado em 1992 e sua denominação e composição foram modificadas diversas vezes
nestes anos. A Constituição de 1988 veio reforçar a política ambiental brasileira, além de atribuir aos
municípios maior autonomia em campo ambiental.
Vê-se desde então um crescimento do envolvimento municipal em questões ambientais sem
que no entanto a lei federal tenha sido modificada no sentido de redefinir competências. A gravidade
desta situação ficou latente quando em 1997 foi promulgada a Resolução 237 dando atribuições espe-
cíficas aos municípios para o licenciamento de projetos com implicações ambientais locais. Como re-
sultado a resolução foi taxada de inconstitucional e, ao mesmo tempo, desencadeou-se um processo
de elaboração de projetos de lei sobre licenciamento por parte de muitos municípios. Se por um lado
é incontestável a pertinência da atuação municipal em campo ambiental, por outro, se não se proce-
der a uma premente revisão do Sistema Nacional de Meio Ambiente, poderá agravar-se a sobrepo-
sição de competências entre as diferentes figuras institucionais. Não só para modificar as atribuições
dos municípios tornasse necessária a revisão da lei quadro ambiental brasileira, mas principalmente
para incorporar os novos conceitos e instrumentos que tem permeado hoje a evolução da gestão
ambiental a nível internacional.
Neste sentido, o Brasil ainda encontrasse bastante distanciado de uma visão efetivamente inte-
gradora da gestão ambiental. Isto não significa que estas novas tendências não tenham sido absoluta-
mente implementadas no caso brasileiro. Recentemente é possível identificar, tanto ao nível federal
como estadual, a adoção de alguns novos mecanismos legais e institucionais que direcionam-se,
mesmo que de forma ainda incipiente, para a negociação e/ou a formação de parcerias. Dentro da
lógica que tem regido a política ambiental brasileira, no entanto, estes convivem com igualmente
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
80
Meio Ambiente e Biossegurança
novos mecanismos que se inserem nas modalidades mais tradicionais da gestão ambiental do tipo
comando e controle. É o caso, por exemplo, da Lei 9605, conhecida como Lei de Crimes Ambientais
que, promulgada em 1998, possui um profundo caráter punitivo. Com relação à negociação, uma ini-
ciativa recente que tem dado bons resultados no Estado do Rio de Janeiro é a realização de Termos de
Compromisso Ambiental (TCAs) entre o órgão ambiental e as empresas. Este instrumento surgiu com
a Medida Provisória 1949¬24/00 relacionada à Lei Federal 9605/98 anteriormente mencionada e teve
como intuito permitir a adequação das empresas às exigências legais (Scheeffer, 2001).
Embora tenha sido originado por um instrumento clássico de comando e controle, o TCA tem
fomentado a negociação entre as partes. Outro mecanismo menos recente que introduziu a nego-
ciação, sempre entre empresas e setor público, data da década de 80 e vem sendo praticado tanto ao
nível federal como estadual. Tratasse da Avaliação de Impacto Ambiental e do mecanismo correlato
de Audiência Pública. Não cabe aqui discutir a eficácia destes mecanismos (ver Magrini, 1989), mas
é importante assinalar que apesar destas iniciativas já estarem em curso não existe ainda na prática
da gestão ambiental no Brasil uma efetiva “cultura” que reconheça explicitamente o conflito e imple-
mente a negociação de forma mais estruturada.
O emprego de técnicas e/ou procedimentos para o tratamento destas questões precisa ser fo-
mentado e alargado (Bredariol e Magrini, 1997). Em termos de formação de parcerias, existem no Es-
tado do Rio de Janeiro os mecanismos denominados PROCON¬ar e PROCON¬água que consistem em
programas de auto-controle implementados pelas empresas e acompanhados pelo órgão ambiental.
Outro instrumento, o Sistema de Manifesto de Resíduos Industriais e a Bolsa de Resíduos, tam-
bém constitui uma forma de “compartilhamento” com a iniciativa privada de atividades que estariam
normalmente apenas a cargo do órgão ambiental. Mesmo que estes mecanismos tenham sido imple-
mentados em sua maioria no final da década de 80 com o claro intuito de minimizar custos e “aliviar”
a carga de controle da FEEMA, hoje, num novo contexto, precisam ser potencializados e dinamizados
vindo a constituir-se em parcerias efetivas. Finalmente, a nível federal, a recente criação da lei de Ge-
renciamento de Recursos Hídricos (Lei 9433/97), que ainda encontrasse em fase de regulamentação,
pode vir a constituir um grande avanço na prática da negociação e da formação de parcerias. Efeti-
vamente, ao eleger a bacia hidrográfica como unidade de gestão, este novo sistema faz intervir, na
gestão da mesma, diferentes esferas do poder público (Estados, Municípios, União), além de envolver
os diversos usuários da bacia, através da representação nos chamados Comitês de Bacia.
A lei também introduz novos instrumentos de gestão buscando integrar os aspectos qualitati-
vos e quantitativos relativos ao gerenciamento da água que seguramente necessitarão da prática da
negociação e da formação de parcerias. O gerenciamento de recursos hídricos no Brasil pode portanto
vir a constituir-se no primeiro exemplo significativo de gestão ambiental cooperativa podendo servir
como modelo para a reformulação do próprio Sistema Nacional de Meio Ambiente.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
81
Meio Ambiente e Biossegurança
NR 25 - RESÍDUOS INDUSTRIAIS
25.1 Entende-se como resíduos industriais aqueles provenientes dos processos industriais, na
forma sólida, líquida ou gasosa ou combinação dessas, e que por suas características físicas,
químicas ou microbiológicas não se assemelham aos resíduos domésticos, como cinzas, lo-
dos, óleos, materiais alcalinos ou ácidos, escórias, poeiras, borras, substâncias lixiviadas e
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como demais
efluentes líquidos e emissões gasosas contaminantes atmosféricos.
25.2 A empresa deve buscar a redução da geração de resíduos por meio da adoção das melho-
res práticas tecnológicas e organizacionais disponíveis.
25.3 Os resíduos industriais devem ter destino adequado sendo proibido o lançamento ou a
liberação no ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam comprometer
a segurança e saúde dos trabalhadores.
25.3.1 As medidas, métodos, equipamentos ou dispositivos de controle do lançamento ou
liberação dos contaminantes gasosos, líquidos e sólidos devem ser submetidos ao exame e
à aprovação dos órgãos competentes.
25.3.2 Os resíduos líquidos e sólidos produzidos por processos e operações industriais de-
vem ser adequadamente coletados, acondicionados, armazenados, transportados, tratados
e encaminhados à adequada disposição final pela empresa.
25.3.2.1 Em cada uma das etapas citadas no subitem 25.3.2 a empresa deve desenvol-
ver ações de controle, de forma a evitar risco à segurança e saúde dos trabalhadores.
25.3.3 Os resíduos sólidos e líquidos de alta toxicidade e periculosidade devem ser dispos-
tos com o conhecimento, aquiescência e auxílio de entidades especializadas/públicas e no
campo de sua competência.
25.3.3.1 Os rejeitos radioativos devem ser dispostos conforme legislação específica da
Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
25.3.3.2 Os resíduos de risco biológico devem ser dispostos conforme previsto nas le-
gislações sanitária e ambiental.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
82
Meio Ambiente e Biossegurança
A NR-32 abrange as situações de exposição à riscos para a saúde do profissional, à saber: dos
riscos biológicos; dos riscos químicos; da radiaçWão ionizante.
83
Meio Ambiente e Biossegurança
está em que ele pode ser a porta de entrada de doenças infecciosas graves e letais como a
Hepatite B e C e a AIDS. A frequência de exposições é maior entre, auxiliares e técnicos de
enfermagem, quando comparados a profissionais de nível superior. Entre 30 a 35% dos ca-
sos das exposições percutâneas estão associados à retirada de sangue ou de punção venosa
periférica. Entre 60% e 80% das exposições ocorrem após a realização do procedimento e
podem ser evitadas com as práticas de Precauções Padrão e com o uso sistemático de dis-
positivos de segurança.
32.2.4.4 Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas
atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o trabalho.
32.2.4.5 O empregador deve vedar: a utilização de pias de trabalho para fins diversos dos pre-
vistos; o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho; o
consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho; a guarda de alimentos em locais não desti-
nados para este fim; o uso de calçados abertos.
Fonte: Google.com
menta de trabalho adequada e em condições de conforto.
32.2.4.6.1 A vestimenta deve ser fornecida
sem ônus para o empregado.
32.2.4.6.2 Os trabalhadores não devem deixar
o local de trabalho com os equipamentos de
proteção individual e as vestimentas utilizadas
em suas atividades laborais.
32.2.4.6.3 O empregador deve providenciar locais apropriados para fornecimento de ves-
timentas limpas e para deposição das usadas.
32.2.4.6.4 A higienização das vestimentas utilizadas nos centros cirúrgicos e obstétricos,
serviços de tratamento intensivo, unidades de pacientes com doenças infectocontagiosas
e quando houver contato direto da vestimenta com material orgânico, deve ser de respon-
sabilidade do empregador.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
84
Meio Ambiente e Biossegurança
32.3.1 Deve ser mantida a rotulagem do fabricante na embalagem original dos produtos quími-
cos utilizados em serviços de saúde.
32.3.2 Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identifi-
cado, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição química, sua concentração,
data de envase e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento.
Descarte as agulhas e outros materiais pérfuro-cortantes, sem reencapar, dentro da caixa apropriada.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
85
Meio Ambiente e Biossegurança
32.3.9.4.7 Além do cumprimento do disposto na legislação vigente, os Equipamentos de Pro-
teção Individual - EPI devem atender as seguintes exigências: ser avaliados diariamente quanto ao
estado de conservação e segurança; estar armazenados em locais de fácil acesso e em quantidade
suficiente para imediata substituição, segundo as exigências do procedimento ou em caso de conta-
minação ou dano.
32.3.9.4.8 Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos é vedado: iniciar qualquer ativida-
de na falta de EPI; dar continuidade às atividades de manipulação quando ocorrer qualquer interrup-
ção do funcionamento da cabine de segurança biológica.
Segundo a recomendação da ANVISA – RDC 220: 7.2 Quando o STA contar com farmácia própria,
esta deve atender os seguintes requisitos mínimos: 7.2.1 Área destinada a paramentação: provida de
lavatório para higienização das mãos. 7.2.2 Sala exclusiva para a preparação de medicamentos para
TA, com área mínima de 5 (cinco) m2 por cabine de segurança biológica.
7.2.2.1 Cabine de Segurança Biológica (CSB) Classe I B2 que deve ser instalada seguindo as
orientações contidas na RDC/ANVISA n° 50, de 21/02/2002.
7.3.1 Deve existir registro por escrito das manutenções preventivas e corretivas realizadas.
7.3.2 As etiquetas com datas referentes a última e à próxima verificação devem estar afixadas
nos equipamentos.
Fonte: Google.com
1.4.2 Pessoal:
1.4.2.1 O vestuário deve ser removido imediatamente quando houver contaminação.
1.4.2.2 As áreas da pele atingidas devem ser lavadas com água e sabão.
1.4.2.3 Quando da contaminação dos olhos ou outras mucosas, lavar com água ou solução
isotônica em abundância, providenciar acompanhamento médico.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
86
Meio Ambiente e Biossegurança
1.4.3 Na Cabine: 1.4.3.1 Promover a descontaminação de toda a superfície interna da cabine.
1.4.3.2 Em caso de contaminação direta da superfície do filtro HEPA, a cabine deverá ser isolada até a
substituição do filtro.
1.4.4 Ambiental: 1.4.4.1 O responsável pela descontaminação deve paramentar-se antes de ini-
ciar o procedimento. 1.4.4.2 A área do derramamento, após identificação e restrição de acesso, deve
ser limitada com compressas absorventes. 1.4.4.3
Os pós devem ser recolhidos com compressa absorvente umedecida. 1.4.4.4 Os líquidos devem
ser recolhidos com compressas absorventes secas. 1.4.4.5 A área deve ser limpa com água e sabão
em abundância. 1.4.4.6 Quando da existência de fragmentos, estes devem ser recolhidos e descarta-
dos conforme RDC/ANVISA nº 3, de 25/02/2003 suas atualizações ou outro instrumento que venha
substitui-la.
32.3.9.3.4 Toda trabalhadora gestante só será liberada para o trabalho em áreas com possibilida-
de de exposição a gases ou vapores anestésicos, após autorização por escrito do médico responsável
pelo PCMSO, considerando as informações contidas no PPRA. Observar com rigor as recomendações
e legislações vigentes, disponibilizados, em português, aos trabalhadores. É proibida a utilização de
equipamentos sem manutenção corretiva e preventiva, devendo existir a verificação programada de
cilindros de gases, conectores, conexões, mangueiras, balões, traqueias, válvulas, aparelho de anes-
tesia e máscaras faciais para ventilação pulmonar. Todas as informações devem estar disponíveis aos
trabalhadores expostos. Locais com gases e vapores anestésicos devem ser providos de ventilação e
exaustão adequados.
Não cabe ao profissional de Enfermagem o manuseio e/ou transporte de cilindros de gases me-
dicinais, com exceção dos portáteis, quando utilizados no transporte de pacientes ou reposição em
ambulâncias. É proibido: Utilização de equipamentos com vazamentos de gás.
Obs.: deve haver sinalização ampla, visível e haver placa com informações com o
nome das pessoas autorizadas e treinadas para operação e manutenção do sistema; pro-
cedimentos de emergência; número do fone de emergência; sinalização de perigo.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
87
Meio Ambiente e Biossegurança
32.4.2 É obrigatório manter no local de trabalho e à disposição
da inspeção do trabalho o Plano de Proteção Radiológica - PPR, apro-
vado pelo CNEN, e para os serviços de radiodiagnóstico aprovado pela
Vigilância Sanitária.
32.4.2.1 O Plano de Proteção Radiológica deve: estar dentro
do prazo de vigência; identificar o profissional responsável e
seu substituto eventual como membros efetivos da equipe de
Fonte: Google.com
trabalho do serviço; fazer parte do PPRA do estabelecimento;
ser considerado na elaboração e implementação do PCMSO;
ser apresentado na CIPA, quando existente na empresa, sen-
do sua cópia anexada às atas desta comissão. A sala de raios X
deve dispor de: sinalização visível na face exterior das portas
de acesso, contendo o símbolo internacional de radiação ioni-
zante, acompanhado das inscrições: “raios X, entrada restrita” ou “raios X, entrada proibida
a pessoas não autorizadas”. sinalização luminosa vermelha acima da face externa da porta
de acesso, acompanhada do seguinte aviso de advertência: “quando a luz vermelha estiver
acesa, a entrada é proibida”.
32.4.4 Toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das atividades com radia-
ções ionizantes, devendo ser remanejada para atividade compatível com seu nível de formação.
88
Meio Ambiente e Biossegurança
32.4.5.1 Os dosímetros individuais devem ser obtidos, calibrados e avaliados exclusivamente
em laboratórios de monitoração individual acreditados pelo CNEN.
32.4.5.2 Na ocorrência ou suspeita de exposição acidental, os dosímetros devem ser encami-
nhados para leitura no prazo máximo de 24 horas.
32.4.5.3 Deve ser elaborado e implementado um programa de monitoração periódica de áre-
as, constante do Plano de Proteção Radiológica, para todas as áreas da instalação radiativa.
32.4.6 Cabe ao empregador: implementar medidas de proteção coletiva relacionadas aos ris-
cos radiológicos; manter um profissional habilitado, responsável pela proteção radiológica em cada
área específica, com vinculação formal com o estabelecimento; promover a capacitação em proteção
radiológica, inicialmente e de forma continuada, para os trabalhadores ocupacionalmente e para-o-
cupacionalmente expostos às radiações ionizantes; manter no registro individual do trabalhador as
capacitações ministradas; fornecer ao trabalhador, por escrito e mediante recibo, instruções relativas
aos riscos radiológicos e procedimentos de proteção radiológica adotados na instalação radiativa; dar
ciência dos resultados das doses referentes às exposições de rotina, acidentais e de emergências, por
escrito e mediante recibo, a cada trabalhador e ao médico coordenador do PCMSO ou médico encar-
regado dos exames médicos previstos na NR.
Toda instalação radioativa deve possuir um serviço de proteção radiológica. As áreas da instala-
ção radioativa devem ser classificadas, sinalizadas e ter controle de acesso definido pelo responsável
pela proteção radiológica. A sala de manipulação e armazenamento de fontes radioativas em uso
deve: ser revestida com material impermeável que possibilite sua descontaminação, devendo os pisos
e paredes serem providos de cantos arredondados; possuir bancadas constituídas de material liso, de
fácil descontaminação, recobertas com plástico e papel absorvente; dispor de pia com cuba de, no
mínimo, 40 cm de profundidade, e acionamento para abertura das torneiras sem controle manual; É
obrigatória a instalação de sistemas exclusivos de exaustão: nos locais onde são manipulados e arma-
zenados materiais radioativos ou rejeitos, não é permitido: aplicar cosméticos, alimentar-se, beber,
fumar e repousar; guardar alimentos, bebidas e bens pessoais; os trabalhadores envolvidos na mani-
pulação de materiais radioativos e marcação de fármacos devem usar os equipamentos de proteção
recomendados no PPRA e PPR; ao término da jornada de trabalho, deve ser realizada a monitoração
das superfícies de acordo com o PPRA, utilizando-se monitor de contaminação. O local destinado ao
decaimento de rejeitos radioativos deve: ser localizado em área de acesso controlado; ser sinaliza-
do; possuir blindagem adequada; ser constituído de compartimentos que possibilitem a segregação
dos rejeitos por grupo de radionuclídeos com meia-vida física próxima e por estado físico. O quarto
destinado à internação de paciente, para administração de radiofármacos, deve possuir: blindagem;
paredes e pisos com cantos arredondados, revestidos de materiais impermeáveis, que permitam sua
descontaminação; sanitário privativo; biombo blindado junto ao leito; sinalização externa da presença
de radiação ionizante; acesso controlado.
Os Serviços de Radioterapia devem adotar, no mínimo, os seguintes dispositivos de segurança:
salas de tratamento possuindo portas com sistema de intertravamento, que previnam o acesso in-
devido de pessoas durante a operação do equipamento; indicadores luminosos de equipamento em
operação, localizados na sala de tratamento e em seu acesso externo em posição visível.
Na sala de preparo e armazenamento de fontes é vedada a prática de qualquer atividade não
relacionada com a preparação das fontes seladas. O preparo manual de fontes utilizadas em braqui-
terapia de baixa taxa de dose deve ser realizado em sala específica com acesso controlado, somente
sendo permitida a presença de pessoas diretamente envolvidas com esta atividade. O manuseio de
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
89
Meio Ambiente e Biossegurança
fontes de baixa taxa de dose deve ser realizado exclusivamente com a utilização de instrumentos e
com a proteção de anteparo plumbífero. Após cada aplicação, as vestimentas de pacientes e as roupas
de cama devem ser monitoradas para verificação da presença de fontes seladas.
32.5.3 A segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são gerados, devendo ser
observado que: sejam utilizados recipientes que atendam as normas da ABNT, em número suficiente
para o armazenamento; os recipientes estejam localizados próximos da fonte geradora; os recipientes
sejam constituídos de material lavável, resistente a punctura, ruptura e vazamento, com tampa provi-
da de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e que sejam resistentes ao
tombamento; os recipientes sejam identificados e sinalizados segundo as normas da ABNT.
32.5.3.1 Os recipientes existentes nas salas de cirurgia e de parto não necessitam de tampa
para vedação.
32.5.3.2 Para os recipientes destinados a coleta de material perfurocortante, o limite máxi-
mo de enchimento deve estar localizado 5 cm abaixo do bocal.
32.5.3.2.1 O recipiente para acondicionamento dos perfurocortantes deve ser mantido
em suporte exclusivo e em altura que permita a visualização da abertura para descarte.
32.5.4 O transporte manual do recipiente de segregação deve ser realizado de forma que não
exista o contato do mesmo com outras partes do corpo, sendo vedado o arrasto.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
90
Meio Ambiente e Biossegurança
32.5.5 Sempre que o transporte do recipiente de segregação possa comprometer a segurança e
a saúde do trabalhador, devem ser utilizados meios técnicos apropriados, de modo a preservar a sua
saúde e integridade física.
32.6.2 Os estabelecimentos com até 300 trabalhadores devem ser dotados de locais para refei-
ção, que atendam aos seguintes requisitos mínimos: localização fora da área do posto de trabalho;
piso lavável; limpeza, arejamento e boa iluminação; mesas e assentos dimensionados de acordo com
o número de trabalhadores por intervalo de descanso e refeição; lavatórios instalados nas proximi-
dades ou no próprio local; fornecimento de água potável; possuir equipamento apropriado e seguro
para aquecimento de refeições.
32.6.3 Os lavatórios para higiene das mãos devem ser providos de papel toalha, sabonete líqui-
do e lixeira com tampa de acionamento por pedal.
Levar este saber ao trabalhador deve fazer parte das medidas de proteção. Além dos indicados
na NR-32 outros temas de saúde também devem ser objetos de programas educativos baseados nos
indicadores de saúde dos trabalhadores ou sempre que indicados pelo Ministério do Trabalho e Em-
prego e Ministério da Saúde.
32.2.4.9 O empregador deve assegurar capacitação aos trabalhadores, antes do início das ati-
vidades e de forma continuada, devendo ser ministrada: sempre que ocorra uma mudança das con-
dições de exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos; durante a jornada de trabalho; por
profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos agentes biológicos.
32.2.4.9.1 A capacitação deve ser adaptada à evolução do conhecimento e à identificação
de novos riscos biológicos e deve incluir: os dados disponíveis sobre riscos potenciais para a
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
91
Meio Ambiente e Biossegurança
saúde; medidas de controle que minimizem a exposição aos agentes; normas e procedimen-
tos de higiene; utilização de equipamentos de proteção coletiva, individual e vestimentas de
trabalho; medidas para a prevenção de acidentes e incidentes; medidas a serem adotadas
pelos trabalhadores no caso de ocorrência de incidentes e acidentes.
32.2.4.9.2 O empregador deve comprovar para a inspeção do trabalho a realização da capa-
citação por meio de documentos que informem a data, o horário, a carga horária, o conteúdo
ministrado, o nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor e dos trabalhado-
res envolvidos.
32.3.10.1 Os trabalhadores envolvidos devem receber capacitação inicial e continuada que con-
tenha, no mínimo: - as principais vias de exposição ocupacional; os efeitos terapêuticos e adversos
destes medicamentos e o possível risco à saúde, a curto e longo prazo; - as normas e os procedimen-
tos padronizados relativos ao manuseio, preparo, transporte, administração, distribuição e descarte
dos quimioterápicos antineoplásicos; - as normas e os procedimentos a serem adotadas no caso de
ocorrência de acidentes.
32.3.10.1.1 A capacitação deve ser ministrada por profissionais de saúde familiarizados
com os riscos inerentes aos quimioterápicos antineoplásicos.
32.4.3 O trabalhador que realize atividades em áreas onde existam fontes de radiações ionizan-
tes deve: permanecer nestas áreas o menor tempo possível para a realização do procedimento; ter
conhecimento dos riscos radiológicos associados ao seu trabalho; estar capacitado inicialmente e de
forma continuada em proteção radiológica; usar os EPIs adequados para a minimização dos riscos;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
92
Meio Ambiente e Biossegurança
estar sob monitoração individual de dose de radiação ionizante, nos casos em que a exposição seja
ocupacional.
32.4.6 Cabe ao empregador: implementar medidas de proteção coletiva relacionadas aos ris-
cos radiológicos; manter um profissional habilitado, responsável pela proteção radiológica em cada
área específica, com vinculação formal com o estabelecimento; promover capacitação em proteção
radiológica, inicialmente e de forma continuada, para os trabalhadores ocupacionalmente e para-o-
cupacionalmente expostos às radiações ionizantes; manter no registro individual do trabalhador as
capacitações ministradas; fornecer ao trabalhador, por escrito e mediante recibo, instruções relativas
aos riscos radiológicos e procedimentos de proteção radiológica adotados na instalação radiativa; dar
ciência dos resultados das doses referentes às exposições de rotina, acidentais e de emergências, por
escrito e mediante recibo, a cada trabalhador e ao médico coordenador do PCMSO ou médico encar-
regado dos exames médicos previstos na NR-07.
32.8.1 Os trabalhadores que realizam a limpeza dos serviços de saúde devem ser capacitados,
inicialmente e de forma continuada, quanto aos princípios de higiene pessoal, risco biológico, risco
químico, sinalização, rotulagem, EPI, EPC e procedimentos em situações de emergência.
32.8.1.1 A comprovação da capacitação deve ser mantida no local de trabalho, à disposição
da inspeção do trabalho.
A NR-32 não traz um capítulo exclusivo para tratar do risco ergonômico, mas podemos encon-
trar diluído em outros temas, ações de prevenção relacionadas a ele.
32.9.4 Os equipamentos e meios mecânicos utilizados para transporte devem ser submetidos
periodicamente a manutenção, de forma a conservar os sistemas de rodízio em perfeito estado de
funcionamento.
32.9.5 Os dispositivos de ajuste dos leitos devem ser submetidos a manutenção preventiva,
assegurando a lubrificação permanente, de forma a garantir sua operação sem sobrecarga para os
trabalhadores. 32.10.1 Os serviços de saúde devem:
- atender as condições de conforto relativas aos níveis de ruído previstas na NB 95 da ABNT;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
93
Meio Ambiente e Biossegurança
- atender as condições de iluminação conforme NB 57 da ABNT; atender as condições de
conforto térmico previstas na RDC 50/02 da ANVISA; manter os ambientes de trabalho em
condições de limpeza e conservação.
32.10.9 Em todos os postos de trabalho devem ser previstos dispositivos seguros e com estabili-
dade que permitam aos trabalhadores acessar locais altos sem esforço adicional. 32.10.10 Nos proce-
dimentos de movimentação e transporte de pacientes deve ser privilegiado o uso de dispositivos que
minimizem o esforço realizado pelos trabalhadores.
32.10.11 O transporte de materiais que possa comprometer a segurança e a saúde do trabalha-
dor deve ser efetuado com auxílio de meios mecânicos ou eletromecânicos.
32.10.12 Os trabalhadores dos serviços de saúde devem ser: capacitados para adotar mecânica
corporal correta, na movimentação de pacientes ou de materiais, de forma a preservar a sua saúde
e integridade física; orientados nas medidas a serem tomadas diante de pacientes com distúrbios de
comportamento.
32.10.13 O ambiente onde são realizados procedimentos que provoquem odores fétidos de-
vem ser providos de sistema de exaustão ou outro dispositivo que os minimizem.
AÇÃO CORRETIVA:
Ação para eliminar a causa de uma não-conformidade identificada ou outra situação indesejável.
AÇÃO PREVENTIVA:
Ação para eliminar a causa de uma potencial não-conformidade ou outra situação potencial-
mente indesejável.
Nota: ações preventivas são usadas para evitar ocorrências, enquanto ações correti-
vas evitam nova ocorrência.
ALTA DIREÇÃO:
Pessoa ou grupo de pessoas que dirige e controla uma organização no Mais alto nível.
AMBIENTE DE TRABALHO:
Conjunto de condições sob as quais um trabalho é realizado.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
94
Meio Ambiente e Biossegurança
ANÁLISE CRÍTICA:
Atividade realizada para determinar a pertinência, a adequação e a eficácia do que está sendo
examinado, para alcançar os objetivos estabelecidos.
AUDITORIA:
Processo sistemático, documentado e independente para obter de evidencia da auditoria e ava-
liá-Ia objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios de auditoria são atendidos.
CAPACIDADE:
Aptidão de uma organização, sistema ou processo de realizar um produto que irá atender aos
requisitos para este produto.
CLIENTE:
Organização ou pessoa que recebe um produto.
CONCESSÃO:
Permissão para usar ou liberar um produto que atende a requisitos especificados.
COMPROVAÇAO METROLOGICA:
Conjunto de operações necessárias para assegurar que um equipamento de medição atende
aos requisitos para seu uso pretendido
- aferição ou verificação;
- qualquer ajuste ou reparo necessário, e subsequente reaferição;
- comparação com os requisitos metrológicos para uso pretendido do equipamento;
- qualquer etiqueta ou lacre necessário.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
95
Meio Ambiente e Biossegurança
Nota 2: a confirmação metrológica não é alcançada, até que a adequação do equipamento de
medição para o uso pretendido tenha sido demonstrada e documentada.
Nota 3: os requisitos para o uso pretendido incluem considerações tais como: amplitude, reso-
lução e em máximo permitido, etc.
Nota 4: os requisitos de comprovação metrológica são normalmente distintos dos requisitos do
produto e não estão especificados nestes requisitos.
CONFORMIDADE:
Atendimento a um requisito
CONTROLE DA QUALIDADE:
Parte da gestão da qualidade focada no atendimento dos requisitos da qualidade.
CORREÇAO:
Ação para eliminar uma não-conformidade identificada.
Nota: Uma correção pode envolver um reparo, ou um retrabalho ou uma reclassificação.
DEFEITO:
Não atendimento a um requisito relacionado a um uso pretendido ou especificado.
DOCUMENTO:
Informação e o meio no qual ela está contida.
Nota: O meio físico pode ser papel, magnético, disco de computador de leitura ótica
ou eletrônica, fotografia, ou amostra padrão, ou uma combinação destes.
EFICÁCIA:
Extensão no qual atividades planejadas são realizadas e os resultados planejados, alcançados.
EFICIÊNCIA:
Relação entre o resultado alcançado e os recursos utilizados.
ESPECIFICAÇÃO:
Documento que estabelece requisitos.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
96
Meio Ambiente e Biossegurança
EVIDÊNCIA OBJETIVA:
Dados que apoiam a existência ou verdade de alguma coisa.
FORNECEDOR:
Organização ou pessoa que fornece um produto.
GARANTIA DA QUALIDADE:
Parte da gestão da qualidade focada no atendimento dos requisitos da qualidade.
GESTÃO DA QUA.LIDADE:
Atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização, no que diz respeito à qualidade.
MELHORIA DA QUALIDADE:
Parte da gestão da qualidade focada no aumento da capacidade de atender os requisitos da
qualidade.
MELHORIA CONTÍNUA:
Atividade recorrente para aumentar a capacidade de atender requisitos.
NÃO-CONFORMIDADE:
O não atendimento a um requisito.
OBJETIVO DA QUALIDADE:
Aquilo que é buscado ou almejado, no que diz respeito à qualidade.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
97
Meio Ambiente e Biossegurança
PARTE INTERESSADA:
Pessoa ou grupo que tem um interesse no desempenho ou no sucesso de uma organização.
Exemplos: clientes, proprietários, empregados, fornecedores, sindicatos, sócios ou a sociedade
em geral, agentes financeiros e etc.
PLANEJAMENTO DA QUALIDADE:
Parte da gestão da qualidade locada no estabelecimento dos objetivos da qualidade e que espe-
cifica os recursos e processos operacionais necessários para atender a estes objetivos.
Nota: um grupo pode compor uma organização, parte dela ou mais de uma organização.
PLANO DA QUALIDADE:
Documento que específica quais os procedimentos e recursos associados devem ser aplicados,
por quem e quando, a um empreendimento, produto, processo ou contrato específicos.
POLÍTICA DA QUALIDADE:
Intenções e diretrizes globais de uma organização relativas à qualidade, formalmente expressas
pela alta direção.
PROCEDIMENTO:
Forma especificada de executar uma atividade ou um processo.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
98
Meio Ambiente e Biossegurança
PROCESSO:
Conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam insumos (entradas)
em produtos (saídas).
PRODUTO:
Resultado de um processo.
Nota: existem quatro categorias genéricas de produto:
PROJETO E DESENVOLVIMENTO:
Conjunto de processos que transformam requisitos em características especificadas ou na espe-
cificação de um produto, processo ou sistema.
QUALIDADE:
Grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos.
RASTREABIDADE:
Capacidade de recuperar o histórico, a aplicação ou a localização daquilo que está sendo
considerado.
REGISTRO:
Documento que apresenta resultados obtidos ou fornece evidencias de atividades realizadas.
REPARO:
Ação sobre um produto não conforme, a fim de torná-lo aceitável para o uso pretendido.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
99
Meio Ambiente e Biossegurança
REQUISITO:
Necessidade ou expectativa que é expressa, geralmente, de forma implícita ou obrigatória.
RETRABALHO:
Ação sobre um produto não conforme, a fim de tomá-lo conforme os requisitos.
SISTEMA.
Conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
100
Meio Ambiente e Biossegurança
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
SCHEEFFER, M., 2001. Uma Avaliação do Controle Industrial do Programa de Despoluição da Baía de
Guanabara: o Caso das 55 Indústrias Prioritárias, Tese de Mestrado, COPPE/UFRJ.
MAGRINI, Alessandra. Política e gestão ambiental: conceitos e instrumentos. 2010. Disponível em:
<file:///C:/Documents and Settings/usuário/Meus documentos/Downloads/v08n02_politica-e-ges-
tao-ambiental-conceitos-e-instrumentos.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2014.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
101
Curso Técnico em
Segurança do Trabalho
Etapa 3
ELABORAÇÃO DE PROJETOS
Elaboração de Projetos
APRESENTAÇÃO
Este guia de normas visa auxiliar estudantes da 3ª Etapa do curso Técnico em Se-
gurança do Trabalho no processo de elaboração do trabalho de conclusão de curso. As
informações aqui apresentadas foram extraídas de diversas fontes bibliográficas, descri-
tas ao longo e ao final do documento e seguem a Norma de Apresentação de Projeto de
Pesquisa da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
104
Elaboração de Projetos
SUMÁRIO
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
105
Elaboração de Projetos
A pesquisa científica faz parte de toda a formação, que deve ser orientada por estudos teóricos e
práticos. O conhecimento científico, diferente daquele que é utilizado e elaborado no nosso cotidiano,
é obtido de maneira programada, sistemática e controlada. Suas principais características são a veri-
ficação, a objetividade e o uso de métodos e técnicas específicas, tornando possível sua aplicação no
meio acadêmico e profissional.
Para ser desenvolvido, o conhecimento científico deve ser apresentado em forma de projeto de
pesquisa, cujos pressupostos e estrutura têm sido amplamente utilizados em diferentes organizações.
Por isso, este material didático apresenta os caminhos para a elaboração de um projeto, seja ele aca-
dêmico ou empresarial.
Nos tópicos que se seguem deste documento, tentaremos descrever de maneira didática essas
etapas, de modo a orientar a elaboração do projeto de pesquisa que viabiliza a conclusão do curso
Técnico em Segurança do Trabalho e prepara estudantes para o mercado de trabalho.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
106
Elaboração de Projetos
O tema de uma pesquisa diz respeito ao assunto que se deseja investigar ou desenvolver. Ele
ocorre a partir de uma dificuldade, um evento ou uma curiosidade. Uma maneira interessante de
começar a pensar o tema de pesquisa é lembrar-se dos gostos e preferências durante o curso ou a
facilidade de desenvolver o trabalho (como a realização de estágios, por exemplo).
É preciso definir com clareza o tema de pesquisa e verificar se é possível desenvolvê-lo com
estudos bibliográficos, práticos, se há tempo suficiente para isso e se há a possibilidade de consultar
especialistas no assunto. (Junior, 2008)
Quando precisar escolher um tema de pesquisa, elabore as seguintes perguntas a si mesmo:
• O que eu mais gostei durante o curso? Qual assunto me chamou mais atenção?
• Onde trabalho? O que faço hoje ou já fiz?
• Há algum novo equipamento ou material que eu gostaria de conhecer, verificar
ou analisar?
• Quais assuntos eu teria condições práticas e teóricas de pesquisar?
A) Interesse pessoal: temas que despertam o gosto e a identificação dos estudantes são consi-
derados importantes no processo de escolha.
B) Interesse profissional: dificuldades enfrentadas do cotidiano de trabalho, os eventos e as
deficiências da empresa podem despertar uma ideia de pesquisa. Vale lembrar que o tema
não precisa ser interessante somente para o estudante, mas também para a empresa.
C) Pesquisas e estudos já realizados: trabalhos realizados em outra disciplina ao longo do curso
podem se caracterizar como um estímulo para a definição de um tema de pesquisa.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
107
Elaboração de Projetos
• Identificação de riscos e perigos no trabalho
• Identificação de adoecimento mental no trabalho (estresse, depressão...).
• Implantação de sistemas de segurança no trabalho
• Uso de Equipamentos de proteção individual e coletiva (EPI’s e EPC’s)
• Treinamento em Segurança do Trabalho
• Categorias profissionais: motorista, policial, professor, etc...
• Construção civil
• Espaços confinados
FUNDAMENTAL ENTENDER: após a escolha do tema, ainda é preciso delimitar e direcionar para
a formulação de um objetivo. O tema “Treinamento em Segurança do Trabalho” é um tema interes-
sante, mas que ainda precisa ser mais pontual, como, por exemplo, “Treinamento em Segurança do
Trabalho para o servente de pedreiro em uma empresa de grande porte de Belo Horizonte, Minas
Gerais.” A elaboração do problema de pesquisa nos ajudará a definir de maneira mais pontual o nosso
tema/objetivo de trabalho.
3. O PROBLEMA DE PESQUISA
Após a escolha do tema de pesquisa, é preciso convertê-lo em problema através de técnicas e
ferramentas que nos possibilitarão delimitar e formular o problema.
Para Junior (2008), delimitar o problema significa:
1) definir as características da população, em termos de sexo, faixa etária, classe social, profis-
são e outras variáveis, de forma a não deixar dúvidas sobre quem será investigado;
2) analisar fatos, situações e fornecer explicações para tentar solucionar ou contribuir para a
referida situação problemática;
3) buscar mecanismos e elementos que possam contribuir para a situação problemática, tor-
nando-se, assim, objeto de estudo do trabalho.
Ainda segundo o autor, formular o problema de pesquisa significa escrever uma frase interro-
gatória e que resume em poucas linhas o conteúdo delimitado e se constitui uma síntese da situação
problemática.
A) Ser formulado como pergunta: o problema de pesquisa deve ser enunciado sob a forma de
perguntas.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
108
Elaboração de Projetos
B) Ser claro e preciso: o problema deve poder ser operacionalizado.
C) Ser empírico: o problema deve ser passível de investigação científica
D) Ser suscetível de solução e ser delimitado a uma dimensão viável: as informações necessá-
rias para a realização da pesquisa devem estar disponíveis, sejam factíveis e viáveis.
Quando temos uma ideia a respeito de uma pesquisa, sempre pensamos de uma maneira am-
pla, como, por exemplo, o treinamento em segurança do trabalho. Bom, para estudarmos este tema,
talvez a gente levasse uma vida inteira de pesquisa e, sequer, chegasse a compreender totalmente as
dimensões desse tema. Por isso, apresentaremos agora as:
Respondendo a essas perguntas, você será capaz de definir de maneira mais pontual o seu pro-
blema de pesquisa de acordo com a população estudada (categoria profissional), os problemas envol-
vidos (fatores de adoecimento, riscos, uso/não uso de EPI, etc.) e o local, circunstâncias e situações
(empresa, cidade). Para escrever e chegar até o seu tema, tente explorar cada um desses aspectos.
Aqui, a leitura de bibliografia é essencial!
Os objetivos de uma pesquisa são os alvos que se pretende alcançar ao longo do estudo. Reco-
mendações para a elaboração dos objetivos:
A) Os objetivos devem ser factíveis, ou seja, devem considerar o tempo de realização do traba-
lho, o tipo de informação disponível, os recursos necessários, dentre outros.
B) Se a pesquisa será realizada em uma empresa, é preciso compatibilizar ambos os interesses
– o do aluno e o da organização pesquisada.
C) Os objetivos sempre se iniciam com o verbo no infinitivo. Exemplos: analisar, avaliar, propor,
identificar, comparar, mapear, etc.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
109
Elaboração de Projetos
Em um projeto de pesquisa, os objetivos deverão ser divididos em Objetivo Geral e Objetivos
específicos. O objetivo geral deve indicar a meta que se pretende alcançar durante a realização do
projeto. Os objetivos específicos, em média três, deve se referir às metas que se espera atingir, os
passos que serão dados para desenvolver o trabalho. (Junior, 2008) Os objetivos específicos são uma
fragmentação do objetivo geral em objetivos menores, que, uma vez alcançados, possibilitarão o al-
cance do objetivo maior. Os objetivos específicos devem ser mais direcionados, delineando os diver-
sos momentos do trabalho e do produto final de cada um deles. (Bertucci, 2008)
O estudo teórico do tema pode ajudar na definição dos objetivos da pesquisa. Por isso, sempre
que possível, reúna materiais, tais como: artigos científicos, livros, leis e normas, pois eles fornecerão
a você um conhecimento mais sólido do assunto, garantindo clareza e segurança na escrita dos obje-
tivos.
5. JUSTIFICATIVA
Em sua justificativa você deve explicar por que o seu trabalho é importante e merece ser finan-
ciado ou dedicado para o seu desenvolvimento. Nos trabalhos de conclusão que envolve a segurança
do trabalho, podemos refletir sobre a relevância de pesquisa nos seguintes níveis:
• Individual: para você, por que o seu trabalho é importante e por que você escolheu o tema?
(Aqui você pode mencionar a possibilidade de aprimorar o seu conhecimento em determi-
nada área, pode atribuir ao estágio ou trabalho desenvolvido na área, dentro outros aspec-
tos).
• Empresa: para a empresa, por que o seu trabalho é importante? Haverá maior lucrativida-
de? Haverá uma adequação às normas de segurança? A empresa poderá evitar processos
jurídicos iniciados por trabalhadores? E, enfim, ela será capaz de garantir a saúde e a segu-
rança dos funcionários?
• Trabalhador: para o trabalhador, por que o seu trabalho é importante? Em que medida
a sua pesquisa poderá promover sua saúde e segurança? É preciso desenvolver e pensar
aspectos que tornem a vida ocupacional dos trabalhadores mais interessante, menos peri-
gosa, menos desgastante, etc.
• Cliente: em questões de atendimento e qualidade do produto e/ou serviço oferecido ao
cliente da empresa, a sua pesquisa pode ser beneficiadora?
• Governo/Sociedade: refletindo sobre uma dimensão mais ampla, social e/ou governamen-
tal, pense em aspectos positivos que a sua pesquisa poderá proporcionar para a cidade,
estado ou nação.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
110
Elaboração de Projetos
6. METODOLOGIA
A metodologia deve apresentar o modo como será feita a pesquisa, definindo: o tipo de pes-
quisa, os procedimentos adotados, a forma de análise dos dados, características da população e/ou
da organização pesquisada e demais informações que julgarem relevantes.
• Vantagens: alcança um grande número de pessoas; reduz custos de pesquisa; permite que
entrevistados respondam no momento em que acharem mais adequado; não expõe ao en-
trevistado.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
111
Elaboração de Projetos
• Desvantagens: não permite retorno ao entrevistado; não possibilita que o pesquisador ana-
lise e conheça as circunstâncias em que foi respondido; muitas pessoas não respondem ao
instrumento; as amostras não adequadas podem comprometer o estudo.
C) Documental: Trata-se de uma pesquisa teórica que tem como referência a leitura, a análise
e a interpretação de documentos existentes acerca de um determinado fenômeno. Esses materiais
tanto podem ser livros e artigos científicos, como também relatórios de pesquisa, documentos in-
ternos disponibilizados por órgãos públicos, organizações ou famílias, documentos de época, fotos,
gravações, informações extraídas de jornais, revistas e boletins.
B) Entrevistas: Consiste em uma indagação direta, realizada no mínimo entre duas pessoas,
com o objetivo de conhecer a perspectiva do entrevistado sobre o assunto pesquisado. As entrevistas
podem ser estruturadas, semiestruturadas ou livres. São estruturadas quando seguem um roteiro rí-
gido de questões previamente estabelecidas, são semiestruturadas quando é desenvolvido um roteiro
norteador da entrevista, que pode sofrer mudanças de acordo com as necessidades identificadas ao
longo da entrevista. A entrevista livre não segue nenhum tipo de roteiro.
• Vantagens: pode ser utilizada com todos os segmentos da população; oferece flexibilidade;
permite o entrevistador observar o seu entrevistado: gestos, postura, conforto ou descon-
forto ao abordar o tema, etc.
• Desvantagens: se não tratada de maneira adequada pode se tornar uma reunião de opini-
ões (senso comum); a relação entre entrevistador-entrevistado pode atrapalhar a obtenção
dos resultados; o entrevistado pode ter receio de se colocar e dar suas opiniões; é um pro-
cesso mais longo e, por fim, não pode envolver um número grande de pessoas.
A etapa de preparação da entrevista é muito importante e deve ser cuidadosa na escolha das
perguntas, no agendamento e tempo de duração e, por fim, deve ser realizada em um ambiente calmo
e propício para o diálogo.
A gravação da entrevista fica a critério do pesquisador, que deve considerar a possibilidade do
seu entrevistado se sentir inibido na presença do gravador. Caso o pesquisador opte pelo uso do gra-
vador, é preciso, sempre, solicitar a autorização do entrevistado.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
112
Elaboração de Projetos
C) Observação direta: trata-se de uma forma de coleta de dados em que o pesquisador, para
conseguir informações, utiliza os sentidos da observação. O pesquisador deve reunir tudo o que viu
e ouviu durante a observação e analisar, gerando um conhecimento acerca da realidade pesquisada.
Durante a observação, é importante realizar e registrar observações de acordo com o plano da pesqui-
sa e com o que é apresentado no momento do estudo. A observação direta é fundamental no proces-
so de elaboração de uma análise crítica a respeito do problema pesquisado, descrevendo, analisando,
construindo significados, apontando problemas e identificando possibilidades e alternativas para as
questões em análise.
A) Revisão teórica: os livros da área de segurança do trabalho são fundamentais para o desen-
volvimento do trabalho, bem como os artigos científicos publicados. Alguns livros serão encontrados
na biblioteca da escola e os artigos científicos podem ser pesquisados na internet.
ATENÇÃO! Muito cuidado ao utilizar a internet como fonte de pesquisa, pois se trata
de um conjunto de informações pouco criteriosas e muito pouco úteis para a pesquisa
científica. Para amenizar o risco de coletar informações falsas e superficiais, sugerimos o
uso do Google Acadêmico, uma ferramenta que seleciona, na busca, as informações com
caráter científico e veiculadas, predominantemente, por pesquisadores.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
113
Elaboração de Projetos
B) Revisão jurídica e normativa: Para um bom técnico em segurança do trabalho, as normas
jurídicas devem constituir como consulta permanente. Como estudantes em realização de trabalho
de conclusão de curso, há três fontes principais: a Constituição Federal, especialmente o artigo 7º,
que lista os direitos sociais dos trabalhadores; a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), priorizando a
seção dedicada à Segurança e Medicina do Trabalho e, principalmente, as Normas Regulamentadoras
editadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
A pesquisa para a revisão teórica, jurídica e normativa é realizada conforme o tema de pesqui-
sa e deve começar tão logo inicie o semestre, pois o estudo constante pode ajudar a amadurecer as
ideias que sustentam a proposta de pesquisa.
Sempre que selecionado o material, recomenda-se a elaboração de fichamentos ou resumos
com as principais colaborações daquele autor ou autora. Ao longo do estudo será possível ter uma
compreensão global sobre aquele tema e, assim, você conseguirá se apropriar do assunto com clareza
e segurança. Para o seu projeto final, você poderá realizar citações de trechos dos artigos e obras es-
tudados, mas nunca poderá reproduzir trecho ou obra completa sem a devida referência. Plágio cons-
titui crime e a citação referenciada empresta confiabilidade, seriedade e idoneidade do pesquisador.
(Bertucci, 2008)
A coleta de dados deve ser planejada conforme o tema e os objetivos do projeto. Conforme já
foi enfatizado nas demais seções, é importante a revisão teórica, jurídica e normativa para auxiliar no
processo da pesquisa, além da pesquisa de campo, que pode ser desenvolvida na forma de questioná-
rios, entrevistas ou observação do local. A estrutura e o formato dessa coleta de dados serão definidos
conforme o tempo disposto pelo pesquisador e a necessidade de cada pesquisa.
A coleta de dados é seguida de sua organização, análise e discussão. Quando realizada a pes-
quisa de campo, é importante extrair das informações coletadas, aquelas que dialogam com a inves-
tigação teórica, jurídica e normativa. Este é o momento de expor os resultados de maneira lógica
através da:
a) explicação: tornar evidente o que estava implícito, obscuro ou complexo, descrever;
b) Discussão: comparar várias posições sejam elas fruto da teoria ou da pesquisa de campo e
c) Demonstração: argumentar apropriadamente à natureza do trabalho. (Severino, 2000)
A articulação entre dados da pesquisa de campo e da pesquisa teórica confere fluidez e dinami-
cidade ao texto escrito, evitando a fragmentação e a descontinuidade. Entretanto, é preciso, para se
obter um texto bem escrito, estudar o tema e, principalmente, inserir na vida cotidiana o hábito da
leitura e da escrita.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
114
Elaboração de Projetos
9. CRONOGRAMA E RECURSOS
Os vários momentos da pesquisa, desde a escolha do tema, até a entrega do trabalho final
deverão ser planejados e distribuídos no tempo. No cronograma, é possível descrever as etapas do
trabalho e o período de realização de cada uma delas.
Os recursos, por sua vez, devem ser descritos e variam conforme o tipo de projeto a ser desen-
volvido. Em alguns casos, é necessário especificar os recursos a serem utilizados, bem como o custo
gerado por cada um deles. Principalmente em projetos empresariais, comuns são os gastos com pro-
fissionais especialistas, diárias (transporte ou hospedagem), materiais de consumo, serviços diversos
e equipamentos para a realização e implantação do projeto.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
115
Elaboração de Projetos
1. ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
Os elementos pré-textuais são itens que servem para identificar o trabalho, nominar os sujei-
tos que contribuíram para sua realização, além de fornecer uma lista orientadora de seu conteúdo.
Os elementos pré-textuais são compostos por:
A) Capa: revestimento externo com dados da instituição, autor, título do trabalho, local e data
de sua realização. A capa pode ser elaborada conforme o modelo:
B) Folha de rosto: indica a finalidade para a qual o trabalho foi elaborado. Deve conter nome
do autor, título do trabalho, natureza, grau obtido e nome da instituição, além de indicar
local e data, segundo o modelo:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
116
Elaboração de Projetos
C) Dedicatória: item opcional, em que o autor (a) do trabalho escolhe pessoas ou instituições
para dedicar o seu trabalho. Pode ser escrito no canto inferior direito da folha.
D) Agradecimentos: item opcional, em que o autor (a) agradece a pessoas ou instituições que
auxiliaram na execução do trabalho.
E) Sumário: enumeração dos capítulos e seções que dividem o conteúdo do trabalho. Os ele-
mentos pré-textuais não são enumerados no sumário.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
117
Elaboração de Projetos
2. ELEMENTOS TEXTUAIS
1) Introdução,
2) Objetivos,
3) Justificativa,
4) Metodologia,
5) Apresentação de Resultados,
6) Cronograma,
7) Recursos e
8) Conclusão.
Devem ser elaborados conforme orientação da primeira parte desta apostila e escritos de acor-
do com as regras da ABNT:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
118
Elaboração de Projetos
• Espaçamento: 1,5 cm.
• Fonte: Times New Roman ou Arial, em tamanho 12, inclusive títulos e subtítulos.
• Margens: Esquerda e Superior: 3 cm; Direita e Inferior: 2 cm.
O texto deve ser escrito em papel de formato A4 e, entre o título e o texto devem conter dois
espaços e o parágrafo deve ser recuado a 1,25 cm. Atenção às citações: quando ultrapassam 3 linhas,
devem ser deslocadas do texto, em espaçamento simples e tamanho 10. O recuo deve ser de 4 cm.
Quando não ultrapassam as três linhas, devem vir incorporadas ao texto, entre aspas. Há, ainda, a ci-
tação indireta, em que o pesquisador explica, com suas próprias palavras, a ideia de outro autor, sem
reproduzi-la literalmente. Em todos os casos, as citações devem ser referenciadas com o nome do
autor, ano da publicação e número da página do texto original. Confira os modelos retirados da disser-
tação “Segurança no trabalho: atuação preventiva e repressiva do Direito”, de Isabela Vieira Botelho.
• Citação longa
A encíclica Rerum Novarum anunciou sobre os malefícios das jornadas prolongadas na parte
que trata da proteção do trabalho dos operários, mulheres e crianças:
Não é justo nem humano exigir do homem tanto trabalho a ponto de fazer, pelo
excesso da fadiga, embrutecer o espírito e enfraquecer o corpo. A atividade do ho-
mem, restrita como a sua natureza, tem limites que não se podem ultrapassar. O
exercício e o uso aperfeiçoam-na, mas é preciso que de quando em quando se sus-
penda para dar lugar ao repouso. Não deve, portanto, o trabalho prolongar-se por
mais tempo do que as forças permitem. Assim, o número de horas de trabalho diário
não deve exceder a força dos trabalhadores, e a quantidade de repouso deve ser
proporcional à qualidade do trabalho, às circunstâncias do tempo e do lugar, à com-
pleição e saúde dos operários. (MORAES, 2002, p.63).
• Citação curta
Selligmann Silva explica que “as síndromes depressivas podem ter sua patogenia, desencadea-
mento e evolução nitidamente associadas às vivências do trabalho.” (GLINA et al., 2001, p. 615).
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
119
Elaboração de Projetos
3. ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
São os elementos que devem aparecer no final do trabalho para listar as fontes de referências
utilizadas e comprovar as informações que foram colocadas no trabalho. As fontes de consulta devem ser
atualizadas ao longo da elaboração do trabalho, para que nenhuma seja omitida ou colocada desnecessa-
riamente.
Os itens que compõem os elementos pós-textuais são:
A) Referências: são obrigatórias e devem ser colocadas logo após a conclusão, onde constarão
as fontes de informação utilizadas pelo pesquisador. As referências devem ser escritas con-
forme as seguintes normas da ABNT:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
120
Elaboração de Projetos
B) Apêndices: São documentos elaborados pelo pesquisador e que não são adequados para a
inserção direta no texto, mas que complementam e enriquecem o trabalho. São eles: rotei-
ro de entrevistas, questionários ou figuras ilustrativas.
C) Anexos: São documentos não elaborados pelo pesquisador e que por sua relevância são
aproveitados como fonte de pesquisa. São eles: cartas, atas, tabelas, legislação.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
121
Curso Técnico em
Segurança do Trabalho
Etapa 3
HIGIENE DO TRABALHO
Higiene do Trabalho
SUMÁRIO
HIGIENE OCUPACIONAL
Introdução ..................................................................................................................125
Classificação de riscos ambientais ............................................................................. 126
Caracterização dos riscos ...........................................................................................128
Levantamento qualitativo ..........................................................................................129
Levantamento quantitativo.........................................................................................130
Conceitos básicos ...................................................................................................... 131
AGENTES FÍSICOS
Ruído ..........................................................................................................................132
Calor .......................................................................................................................... 146
Radiações Ionizantes e não Ionizantes .......................................................................155
Pressões anormais .....................................................................................................161
Vibração .....................................................................................................................162
Frio ............................................................................................................................ 174
Umidade .....................................................................................................................177
Riscos químicos ......................................................................................................... 177
AGENTES BIOLÓGICOS
Conceitos básicos ...................................................................................................... 195
Limite de tolerância .....................................................................................................196
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
124
Higiene do Trabalho
HIGIENE OCUPACIONAL
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento tecnológico da humanidade, além de trazer enormes benefícios e conforto
para o homem do século XX, tem exposto o trabalhador a diversos agentes potencialmente nocivos
e que, sob certas condições poderão provocar doenças ou desajustes no organismo das pessoas que
desenvolvem suas atividades normais em variados locais de trabalho.
A definição dada pela American Industrial Hygiene Association – AIHA, segundo a qual a
higiene ocupacional ciência que trata da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle
dos riscos originados nos locais de trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem-estar
dos trabalhadores, tendo em vista também o possível impacto nas comunidades vizinhas e
no meio ambiente.
De acordo com o conceito preconizado por Olishifski (Fundamentals of Industrial Hygiene),
a higiene ocupacional tida como “aquela ciência e arte devotada à antecipação, reconhe-
cimento, avaliação e controle dos fatores de risco ou estresses ambientais originados no,
ou a partir, do local de trabalho, os quais podem causar doenças, prejudicar a saúde e o
bem-estar, ou causar significante desconforto sobre os trabalhadores ou entre os cidadãos
de uma comunidade”.
A definição da American Conference Of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH: “ci-
ência e arte do reconhecimento, avaliação e controle de fatores ou tensões ambientais
originados do, ou no, local de trabalho e que podem causar doenças, prejuízos para a saúde
e bem-estar, desconforto e ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre os
cidadãos da comunidade”.
O termo higiene ocupacional, que abrange a modalidade industrial, é considerado o mais amplo
pelos órgãos especializados, incluindo a Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segu-
rança e Medicina do Trabalho, razão pela qual sua utilização tem sido preferida. No entanto, a nosso
ver, o termo higiene do trabalho poderá ser igualmente aplicado, pois contempla, além do trabalho
subordinado (empregos), os trabalhos autônomo, avulso, estatuário, etc.
A higiene ocupacional é a ciência que atua no campo da saúde ocupacional, através da anteci-
pação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos físicos, químicos e biológicos originados nos
locais de trabalho e passíveis de produzir danos à saúde dos trabalhadores, observando-se também o
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
125
Higiene do Trabalho
impacto ao meio ambiente.
Os riscos físicos são: ruído, calor, vibração, radiação ionizante, radiação não ionizante, frio e umi-
dade. Os agentes químicos são: gases, vapores, poeira, fumos, névoas, neblinas e fibras. Os agentes
biológicos são: bactérias, fungos, vírus, protozoários, e parasitas.
O interesse de médicos e pesquisadores com relação a doenças ocupacionais começou em vir-
tude do livro “De Morbis Artificum Diatriba”, escrito por Bernardino Ramazzini em 1700, onde foram
relatadas 50 doenças relacionadas com o trabalho. O autor se notabilizou não só pela catalogação
das doenças relacionadas ao trabalho, mas também pela por incluir na anamnese a célebre pergunta:
“qual é a sua ocupação”?
Em 1948, com a criação da Organização Mundial da Saúde, estabelece o conceito de saúde: é o
completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de afecções ou enfermidades e
que o gozo do grau máximo de saúde que se pode alcançar é um dos direitos fundamentais de todo
ser humano.
A saúde, como direito universal e dever do Estado, é uma conquista do cidadão brasileiro, ex-
pressa na Constituição Federal e regulamentada pela Lei Orgânica da Saúde.
O Ministério do Trabalho e Emprego junto com o Ministério da Previdência Social através do
Decreto No 3.048, de 6 de maio de 1999, caracteriza as doenças oriundas do trabalho em três tipos
são eles:
O Decreto Nº 3.048/99 também relaciona no Anexo nº 2 (Lista A,B e C) os tipos de Agentes Pato-
gênicos com as Doenças e os Trabalhos que as contém, configurando o Nexo Técnico Epidemiológico,
que consiste em identificar quais doenças e acidentes estão relacionados com a prática de uma de-
terminada atividade profissional. Portanto, definem-se doenças profissionais como sendo aquelas al-
terações fisiopsicológicas provocadas ou inerentes a certas atividades profissionais, existindo sempre
uma relação indiscutível entre a causa e o efeito. A doença do trabalho seria aquela enfermidade que
nem sempre estaria rigorosamente relacionada com o trabalho e provocada por este, há necessidade
de comprovar a relação entre causa e efeito.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
126
Higiene do Trabalho
organismo dos trabalhadores podem acarretar moléstias ou danos à sua saúde.
Estes processos poderão originar condições de intensidade e/ou concentração inadequados
para o organismo humano, sendo que os riscos são geralmente de caráter acumulativo e chegam às
vezes a produzir graves danos aos trabalhadores.
O ser humano é composto por um organismo complexo e seu bem estar não esta relacionada
somente às condições físicas ambientais e ou presença de agentes agressivos, deve-se compreender
a importância da influencia da organização do trabalho sobre o trabalhador, sendo também um fator
muitas vezes não facilmente quantificável, mas de grande importância.
Para facilitar o estudo dos Riscos Ambientais podemos classificá-los em cinco grupos cada um
com uma cor: Risco Físico – verde; Químico – vermelho; Biológico – marrom; Ergonômico – amarelo
e Risco de Acidente – azul, existentes nos locais de trabalho e que possam vir a causar danos à saúde
dos trabalhadores.
Embora para fins de atender a NR-9 (Programas de Prevenção de Riscos Ambientais) somente
são considerados como Riscos Ambientais os Riscos Físico, Químico e Biológico. Já é sabido que exis-
tem outras NRs que abordam esses tais riscos como as NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços
em Eletricidade) e a NR-17 (Ergonomia). Estudos mostram que a avaliação e controle destes riscos têm
diminuído o numero de acidentes registrados pelas empresas.
Por sua vez, cada um destes grupos subdivide-se quer em função das formas em que se apre-
sentam, ou devido às características físico-químicas dos agentes, de acordo com as consequências
fisiológicas que estes podem provocar, segundo sua ação sobre o organismo, etc.
Riscos Químicos
As substâncias ou produtos químicos que podem contaminar um ambiente de trabalho classifi-
cam-se, segundo as suas características físico-químicas em: Aerodispersóides; Gases e Vapores Ambos
os grupos comportam-se de maneira diferente, tanto no que diz respeito ao período de permanência
no ar, quanto as possibilidade de ingresso no organismo.
Por sua vez, os aerodispersóides podem ser sólidos ou líquidos, atendendo ao seguinte esque-
ma geral de classificação:
Fonte:Google.com
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
127
Higiene do Trabalho
Riscos Físicos
Ordinariamente, os riscos físicos representam um intercâmbio brusco de energia entre o orga-
nismo e o ambiente, em quantidade maior de que o organismo é capaz de suportar, podendo acarre-
tar uma doença profissional.
Entre os mais importantes podemos citar: Temperaturas extremas (Calor e Frio); Ruído; Vibra-
ções; Pressões anormais; Radiações (Ionizantes e Não ionizantes).
Riscos Biológicos
Neste grupo, estão classificados os riscos que representam os organismos vivos, tais como:
Vírus; Bactérias; Fungos; Protozoários e Parasitas.
Riscos Ergonômicos
São os fatores que podem afetar a integridade física ou mental do trabalhador devido a sua in-
teração com o seu ambiente de trabalho, podendo ocasionar desconforto ou doença.
São considerados riscos ergonômicos: Esforço físico intenso; Levantamento e transporte manu-
al de peso; Exigência de postura inadequada; Controle rígido de produtividade; Imposição de ritmos
excessivos; Trabalho em turno e noturno; Fornadas de trabalho prolongadas; Monotonia e repetitivi-
dade; Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico.
Riscos de Acidentes
São todos os fatores que colocam em perigo o trabalhador ou afetam sua integridade física.
São considerados como riscos geradores de acidentes: Arranjo físico inadequado; Máquinas e equi-
pamentos sem proteção; Ferramentas inadequadas ou defeituosas; Iluminação inadequada; Eletrici-
dade; Probabilidade de incêndio ou explosão; Animais peçonhentos; Armazenamento inadequado;
Outras situações que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
128
Higiene do Trabalho
Tempo de exposição
Quanto maior o tempo de exposição, maiores as possibilidades de se produzir uma doença ocu-
pacional.
LEVANTAMENTO QUALITATIVO
Deve-se iniciar o reconhecimento qualitativo do ambiente de trabalho, preferencialmente, fa-
zendo um estudo minucioso de uma planta baixa atualizada do assim como um fluxograma dos pro-
cessos, a fim de estabelecer a forma correta de proceder ao levantamento: saber o que fazer e como
fazer, nos diferentes locais de trabalho. O estudo qualitativo deve dar informação detalhada de aspec-
tos, tais como:
Número de trabalhadores;
Horários de trabalho;
Matérias-primas usadas, incluindo nome comercial e nome científico de substâncias;
Maquinarias e processos;
Tipos de energia usada para a transformação de materiais;
Produtos semielaborados;
Produtos acabados;
Substâncias complementares usadas nos processos;
Existência ou não de equipamentos de controle, tais como: ventilação local, estado em que
se encontram etc.;
Tipo de iluminação e estado das luminárias;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
129
Higiene do Trabalho
Presença de poeiras, fumos, névoas e ponto de origem da dispersão;
Uso de EPI por parte dos trabalhadores;
Estas informações devem ser acrescidas de comentários por escrito, que permitam esclarecer a
situação real dos ambientes de trabalho.
O Técnico em segurança deve estar familiarizado com os processos industriais, métodos de tra-
balho e demais atividades que são efetuadas normalmente no local, ou estar assessorado por profis-
sional que esteja a fim de obter dados fidedignos e esclarecer as dúvidas que possam surgir durante
o levantamento.
Para maior facilidade na coleta da informação podem ser utilizadas fichas padronizadas que
tenham condições de reunir as informações mais importantes e necessárias.
Não existe um modelo único para fichas deste tipo, já que seu formato, tamanho, bem como os
parâmetros das mesmas pode variar em função do tipo de empresa e dos objetivos e finalidades do
levantamento. Portanto o técnico deve elaborar seu próprio material auxiliar, tendo em vista que tais
formulários sejam simples e completos, para que representem um poderoso instrumento, que venha
facilitar o levantamento e nunca interferir negativamente em sua qualidade.
LEVANTAMENTO QUANTITATIVO
Uma vez realizado o levantamento qualitativo, o profissional de segurança já reúne as condições
necessárias para traçar os rumos a serem seguidos no levantamento quantitativo. Este, por sua vez,
deve ser minucioso e completo para que represente as condições reais em que se encontra o ambien-
te de trabalho.
Deve-se, portanto, verificar a intensidade ou concentração dos agentes físicos e químicos exis-
tentes no local analisado. Desta forma são colhidos subsídios para definir as medidas de controle
necessárias.
Uma vez adotadas as medidas de controle que alterem as condições de exposição inicialmente
avaliadas, será necessário um novo levantamento quantitativo para se verificar a eficácia das medidas
implantadas.
Sempre que alterações substanciais sejam realizadas no ambiente de trabalho, deverão ser re-
alizadas novas quantificações, a fim de detectar possíveis alterações que exijam a adoção de novas
medidas de controle ou a adequação das já existentes. Os critérios de avaliação e controle de cada
agente serão estudados dentro dos itens específicos.
Susceptibilidade Individual
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
130
Higiene do Trabalho
pelo trabalhador. Essa análise deve incluir estudos, tais como:
o Tipo de serviço;
o Movimentos do trabalhador ao efetuar o seu serviço;
o Períodos de trabalho e descanso, considerando todas as variações desses durante a jornada
de trabalho.
A concentração dos poluentes químicos ou a intensidade dos agentes físicos devem ser avalia-
dos mediante amostragem nos locais de trabalho, de tal maneira que essas amostragens sejam as
mais representativas possíveis da exposição do trabalhador a esses agentes agressivos. Este estudo
deve considerar também as características físico-químicas dos contaminantes e as características pró-
prias que distinguem o tipo de risco físico.
Junto a este estudo ambiental terá que ser feito o estudo médico do trabalhador exposto, a fim
de determinar possíveis alterações no seu organismo provocadas pelos agentes agressivos ou que
permitirão a instalação de danos mais importantes, se a exposição continuar.
CONCEITOS BÁSICOS
Limite de Tolerância
Entende-se por “Limite de Tolerância”, para os fins desta Norma, a concentração ou intensidade
máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não
causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
131
Higiene do Trabalho
ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists
o TLV / TWA – Média Ponderada pelo Tempo (Threshold Limit Value – Time Weighted Avera-
ge): É a concentração média ponderada pelo tempo para uma jornada normal de 8 horas
diárias e 40 horas semanais, à qual a maioria dos trabalhadores pode estar repetidamente
exposta, dia após dia, sem sofrer efeitos adversos à saúde.
o TLV / STEL – Exposição de Curta Duração (Threshold Limit Value – Short-Term Exposure Li-
mit): É a concentração que os trabalhadores podem estar expostos continuamente por um
período curto sem sofrer efeitos adversos à saúde ou a eficiência do trabalho, cuidando-se
para que o limite de exposição - média ponderada (TLV-TWA), não seja ultrapassada.
o TLV / C – Valor Teto (Threshold Limit Value – Ceiling): é a concentração que não pode ser
excedida durante nenhum momento da exposição do trabalhador.
Insalubridade
Em termos laborais significa o ambiente de trabalho hostil à saúde, pela presença de agente
agressiva ao organismo do trabalhador, acima dos limites de tolerância permitidos pelas normas técnicas.
“Art. 189 (CLT) - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo
de exposição aos seus efeitos.”
O exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção de
adicional, incidente sobre o salário mínimo, equivalente a: 40% para insalubridade de grau máximo;
20% para insalubridade de grau médio; 10% para insalubridade de grau mínimo;
No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau
mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.
A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer: com a adoção de medidas de
ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; com a utilização
de equipamento de proteção individual.
AGENTES FÍSICOS
RUÍDO
Som
O som é qualquer vibração ou conjunto de vibração ou ondas mecânicas que podem ser ouvi-
das. Na higiene ocupacional, costuma-se denominar barulho como todo o som indesejável; o barulho
e o ruído são interpretações subjetivas e desagradáveis de um som.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
132
Higiene do Trabalho
Para a vibração ser ouvida, é necessário que a frequência do som situe-se entre 16 a 20.000 Hz,
e a variação de pressão sonora provocada pela vibração atinja o limiar de audibilidade (2xIO-5 N/m2).
Ruído
Do ponto de vista de Higiene do Trabalho: “O ruído é o fenômeno físico vibratório com carac-
terísticas indefinidas de variações de pressão (no caso ar) em função da frequência, isto é, para uma
dada frequência podem existir, em forma aleatória através do tempo, variações de diferentes pres-
sões”.
Essa é uma situação real e frequente, daí se utilizar a expressão ruído, “mas que não necessaria-
mente significa pressão
sensação subjetiva do barulho”. Ex.: choro da criança.
que atinge o limiar de audibilidade. Por meio de pesquisas realizadas com ¾
pessoas jovens, sem problemas auditivos, foi revelado que o limiar de audibilidade é
Nível de pressão sonora — Decibel
de 2x10-5 N/m2 ou 0,00002 N/m2. Desse modo, convencionou-se este valor como
O nível de pressão sonora determina a intensidade do som e representa a relação do logaritmo
sendo O (zero) dB, ou seja, o nível de pressão de referência utilizado pelos
entre a variação da pressão (P) provocada pela vibração e a pressão que atinge o limiar de audibili-
dade. Por meiofabricantes
de pesquisasdos medidores de nível de pressão sonora. Quando a pressão sonora
realizadas com pessoas jovens, sem problemas auditivos, foi revelado
atinge o valor de 200
que o limiar de audibilidade é de 2x10-5N/m2, a pessoa
N/m2 exposta
ou 0,00002começa a sentir
N/m2. dor nomodo,
Desse ouvido convencionou-se
(limiar este
da dor), sendo este valor correspondente a 140 dB.
valor como sendo O (zero) dB, ou seja, o nível de pressão de referência utilizado pelos fabricantes dos
medidores de nível deA pressão sonora.
determinação Quando
do nível a pressão
de pressão sonorasonora
é feita atinge
através odevalor
uma de 200 N/m2, a pessoa
relação
exposta começa a sentir dor no ouvido (limiar da dor), sendo este valor correspondente a 140 dB.
logarítmica, conforme a equação a seguir:
A determinação do nível de pressão NPS =sonora
10 log Pé2 feita
/ P02 através de uma relação logarítmica, conforme
a equação a seguir:
NPS =(rms)
Onde: P é a raiz média quadrática 10 log
das P2 / P02dos valores instantâneos da
variações
pressão sonora; P0 = Pressão de referência que corresponde ao limiar de
Onde: P éaudibilidade
a raiz média quadrática
(2x10 -5
N/m2). (rms) das variações dos valores instantâneos da pressão sono-
ra; P0 = Pressão de referência
Se for aplicada corresponde
que ao limiar
à fórmula o valor de
de 2x10 -3 audibilidade (2x10-5
N/m2 (constante) N/m2).
ela poderá
Se for aplicada à fórmula o valor de 2x10-3 N/m2 (constante) ela poderá também ser expressa
também ser expressa da seguinte maneira:
da seguinte maneira: NPS = 20 log P + 94
NPS = 20 log P + 94
¾ Frequência do som
Frequência do som
A frequência do som corresponde ao número de vibrações na unidade de ¾
A frequência do som corresponde ao número de vibrações na unidade de tempo. Assim, uma
tempo. Assim, uma vibração completa ou ciclo sobre seu tempo de duração, por
vibração completa ou ciclo sobre seu tempo de duração, por exemplo, de 0,01 segundo é igual a:
exemplo, de 0,01 segundo é igual a:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
150
“Fundação de133
Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Higiene do Trabalho
Nível de intensidade sonora e nível de potência sonora
Além do nível de pressão sonora, outros parâmetros como o nível de intensidade e potência
sonora são utilizados em acústica para especificar o ruído de equipamentos, cálculos de isolamento, e
estimativa de ruído que uma fonte produz a uma determinada distância.
O nível de intensidade sonora, também expresso em dB, é igual a:
NIS = 10 log l / In
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
135
Higiene do Trabalho
Onde: D = Dose equivalente em fração decimal, ou seja, o valor obtido no audiodosímetro deve
ser dividido por 100. T = Tempo de medição. LEQ = Nível equivalente de ruído.
Espectro sonoro
A faixa audível de frequência situa-se entre 16 e 2000 Hz, sendo inúmeras as possibilidades de
distribuição da energia sonora na referida faixa. Daí a necessidade de se avaliar as frequências em cer-
tos tipos de avaliação de ruído. A análise desta distribuição de nível de pressão sonora na faixa de fre-
quência é muito importante para determinar a nocividade do ruído e os meios adequados de controle.
Para realizar a análise de frequência, a faixa audível pode ser dividida em bandas de oitava, terça
de oitava e meia oitava, faixa de percentagem, faixa de largura constante, entre outras, sendo a banda
de oitava a mais usada na higiene ocupacional.
136
Higiene do Trabalho
Efeitos do ruído sobre o aparelho auditivo
o Ruptura do tímpano
Pode ocorrer a ruptura do tímpano por deslocamento de ar muito forte, como o resultante de
uma explosão, ou outros ruídos de impacto violento. A ruptura desta membrana que separa o ouvido
externo do ouvido médio é por causa da variação brusca e relativamente acentuada de pressão. É ge-
ralmente reversível, pois o tímpano, na maioria dos casos, cicatriza-se normalmente. A situação pode
tornar-se mais grave se houver complicações, como, por exemplo, infecção no ouvido médio.
Quanto aos níveis que causam ruptura do tímpano, não existe um limite exalo, pois a suscepti-
bilidade individual é fator importante. Na maioria dos casos, níveis de 120 dB causam uma sensação
de extremo desconforto; a 130 dB há sensação de prurido no ouvido com início de dor; e a 140 dB há
distinta sensação de dor nos ouvidos. Daí em diante pode ocorrer ruptura do tímpano, muito prová-
vel a 150 ou 160 dB. Tem havido casos raros de deslocamento dos ossículos do ouvido médio como
resultado de explosões violentas.
Instrumentos de medição
o Medidor de nível de pressão sonora
A NR-15 (Atividades e Operações Insalubres), Anexo l, estabelece que os níveis de ruído contínuo
ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB), com o instrumento de nível de pressão sonora
operando no circuito de compensação “A” e no circuito de resposta lenta. Já a American Conference
of Industrial Hygienists – ACGIH recomenda que o nível de pressão sonora deva ser determinado por
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
137
Higiene do Trabalho
no circuito de resposta lenta. Já a American Conference of Industrial Hygienists –
ACGIH recomenda que o nível de pressão sonora deva ser determinado por um
HIGIENE DO TRABALHO
Medidor de nível de pressão sonora integrado com analisador de frequência.
Fonte:http://www.vectus.com.br/resources/ima-
ges/decibelimetro_-_DEC_5030.jpg
o Analisador de frequência
Este instrumento é útil para determinarem-se as frequências do ruído e,
consequentemente, verificar se o nível de pressão sonora concentra-se nas
o Analisador de frequência
frequências onde a resposta subjetiva ao ruído é maior (2000 a 5000 Hz). Além
Este instrumento disso,
é útila para
análisedeterminarem-se
de frequências onde à as frequências
resposta do ruído
subjetiva permite e, consequentemente,
especificar os
verificar se o nível de pressão sonora
isolamentos concentra-se
acústicos nas frequências
e calcular a atenuação onde a resposta subjetiva ao ruído
dos protetores auriculares.
é maior (2000 a 5000 Hz). Além disso, a análise de frequências onde à resposta subjetiva permite es-
pecificar os isolamentos acústicos e calcular a (medidor
o Audiodosímetro atenuação dosde
integrado protetores
uso pessoal)auriculares.
Quando há exposição diária a diferentes níveis de ruído, devem ser
o Audiodosímetro (medidor
considerados os integrado de uso
efeitos combinados, ao pessoal)
invés dos efeitos individuais de cada um
deles. A determinação da dose ou efeito combinado e o nível equivalente de ruído
Quando há exposição diária a diferentes níveis de ruído, devem ser considerados os efeitos
devem ser feita, preferencialmente, por meio de medidores integrados de uso
combinados, ao invés dos efeitos individuais de cada um deles. A determinação da dose ou efeito
pessoal
com (dosímetrosdodecritério
as exigências ruído).estabelecido
Este equipamento deve (Atividades
na NR-15 ser configurado de acordo
e Operações ¾
combinado e o nível equivalente de ruído devem ser feita, preferencialmente, por meio de medidores
Insalubres), ou seja, jornada de trabalho 8 (oito) horas dose 100% ou 1 para 85 dB
integrados de uso pessoal (dosímetros de ruído). Este equipamento deve ser configurado de157 acordo
(A) e incremento igual a 5.
Audiodosímetro
Fonte:http://img.olx.com.br/ima-
ges/90/905608021435498.jpg
o Calibrador acústico
Os instrumentos de medição devem ser calibrados antes e depois da
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
medição. Parar tanto se utiliza uma fonte-padrão que emite som na frequência de
138
1000 Hz. Esse instrumento, ao ser ajustado no microfone do medidor, apresenta o
nível de pressão sonora de 94 dB, 114 dB ou outro valor, de acordo com a marca do
calibrador. Se o valor apresentado for diferente do padrão, o medidor poderá ser
ajustado. A figura abaixo lustra o calibrador acústico:
(A) e incremento igual a 5.
Higiene do Trabalho
o Calibrador acústico
Os instrumentos de medição devem ser calibrados antes e depois da medição. Parar tanto se
Audiodosímetro
no microfone do medidor, apresenta o nível de pressão sonora de 94 dB, 114 dB ou outro valor, de
Os instrumentos de medição devem ser calibrados antes e depois da
medição. Parar tanto se utiliza uma fonte-padrão que emite som na frequência de
acordo com a marca do calibrador. Seinstrumento,
1000 Hz. Esse o valor ao serapresentado for diferente
ajustado no microfone do medidor, apresenta o do padrão, o medidor poderá
ser ajustado. A figura abaixo lustra o ocalibrador
valor apresentado for acústico:
nível de pressão sonora de 94 dB, 114 dB ou outro valor, de acordo com a marca do
calibrador. Se diferente do padrão, o medidor poderá ser
ajustado. A figura abaixo lustra o calibrador acústico:
Fonte:http://www.hertig.com.ar/fi-
A NR-15 (Atividades e Operações Insalubres) define com o limite de
les/7/33/031020071323041191428584_7_33.jp-
tolerância a concentração ou intensidade máxima ou mínima relacionada com a
158 gles/7/33/031020071323041191428584_7_33.jpg
natureza e o tempo de exposição ao “Fundação
agente, que não causará dano à saúde do
de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
HIGIENE DO TRABALHO
A NR-15 (Atividades e Operações definiu como ruído contínuo
ouvir e entender umaaquele
intermitente conversação normal.
eu não seja de impacto. Para o ruído contínuo ou intermitente, a
A NR-15 (Atividades e Operações Insalubres)
NR-15, Anexo I, fixa para cada definiu
nível de pressão como
sonora ruídodiário
o tempo contínuo
máximo ou intermitente aque-
le eu não seja de impacto.
permitido. Os limites Para
de otolerância
ruído contínuo ou intermitente,
e a metodologia de avaliaçãoa desta
NR-15, Anexo I, fixa para cada
estão
nível de pressão sonora
transcritos o tempo diário máximo permitido. Os limites de tolerância e a metodologia
a seguir:
de avaliação desta estão transcritos a seguir:
Anexo n. I Limites
Anexo n.de Tolerância
I Limites para Ruídos
de Tolerância Contínuos
para Ruídos e Intermitentes.
Contínuos e Intermitentes.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
139 159
1. Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de dura-
ção inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo.
2. Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de nível de
pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto. As leituras
devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para ruído de
impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser
avaliado como ruído contínuo.
3. Em caso de não se dispor de medidor de nível de pressão sonora com circuito de resposta
para impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta rápida (Fast) e circuito de
compensação “C”. Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C).
4. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção adequada, a
níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB (Linear), medidos no circuito de resposta
para impacto, ou superiores a 130 dB(C), medidos no circuito de resposta rápida (Fast), ofe-
recerão risco grave e iminente.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
140
¾ Adição e subtração de níveis de ruído
As operações em decibéis não são lineares. Assim sendo, 100 dB + 90 dB
Higiene do Trabalho
não é igual a 190 dB, pois a escala do nível de pressão sonora é uma relação
logarítmica.
Adição e Portanto,
subtração para adicionar ou subtrair níveis de pressão sonora, é
HIGIENE DO TRABALHO
de níveis de ruído
As operações
necessário em decibéis
calcular nãomédia
a razão são lineares. Assim
quadrática dassendo, 100 dB
pressões de +cada
90 dBnível
não ée igual
em a 190 dB,
pois aseguida
escala do nível de pressão sonora é uma relação logarítmica. Portanto, para
efetuar a soma ou a subtração. Com estes dados, calcula-se o nível de adicionar ou sub-
trair níveis de pressão sonora, é necessário calcular a razão média quadrática das pressões de cada
nível epressão sonora total ou resultante. Contudo, para evitar cálculos complexos, foram
em seguida efetuar a soma ou a subtração. Com estes dados, calcula-se o nível de pressão so-
criadas
nora total as curvas de
ou resultante. adição epara
Contudo, subtração em dB, conforme
evitar cálculos complexos,gráficos
foram acriadas
seguir:as curvas de adição e
subtração em dB, conforme gráficos a seguir:
161
¾ Avaliação ocupacional
FundaçãoEste
de Educação
tipo depara o Trabalho
avaliação de Minas
visa Geraisos
constatar – Curso Técnicoriscos
possíveis em Segurança
de dano do auditivo
Trabalho –eEtapa 3
Medidas de controle
As medidas de controle do ruído podem ser consideradas basicamente de três maneiras dis-
tintas: na fonte, trajetória e no homem. As medidas na fonte e na trajetória deverão ser prioritárias,
quando viáveis tecnicamente.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
142
Higiene do Trabalho
o Controle na fonte
Dentre as medidas de controle na fonte, podemos destacar:
Substituir o equipamento por outro mais silencioso;
Balancear e equilibrar partes móveis;
Lubrificar eficazmente rolamentos, mancais, etc.
Reduzir impactos na medida do possível;
Alterar o processo;
Programar as operações, de forma que permaneça o menor número de máquinas funcio-
nando simultaneamente;
Aplicar material de modo que atenue as vibrações;
Regular os motores;
Reapertar as estruturas;
Substituir engrenagens metálicas por outras de plásticos ou celeron.
o Controle no meio
Nãoosendo opossível
no o
Controle
Controle controle
meiono meiona fonte, o segundo passo é a verificação de possíveis medidas
aplicadas no meio, as quais
Não sendo consistem
possível em: na fonte, o segundo passo é a verificação de
o controle
Não sendo possível o controle na fonte, o segundo passo é a verificação de
possíveis
possíveis medidasmedidas aplicadas
aplicadas noas
no meio, meio,
quaisasconsistem
quais consistem
em: em:
Evitar a propagação, por meio de isolamento;
aEvitar a propagação, por meio de isolamento;
Conseguir
Evitar propagação,
um máximo deporperdas
meio de isolamento;
energéticas por absorção.
Conseguir Conseguir um máximo de perdas energéticas por absorção.
um máximo defeito
perdas
O isolamento acústico pode ser dasenergéticas por absorção.
seguintes formas:
O isolamento acústico pode ser feito
Evitando que oacústico
O isolamento som propague-se a partir
pode ser feito da fonte: formas:formas:
das seguintes
das seguintes
Evitando
Evitando quepropague-se
que o som o som propague-se
a partir adapartir
fonte:da fonte:
Evitando
Evitando
Evitando queo
que
que o som osom
somchegue
chegue chegue aoreceptor:
ao receptor:
ao receptor:
Isolar aIsolar
fonte a– fonte – Significa
Significa a construção
a construção de barreira
de barreira que separe
que separe a causaado
causa
ruídodo ruído
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
do meiodo meio
que que o rodeia,
o rodeia, paraque
para evitar evitar que
este este
som sesom se propague.
propague.
143
Isolar oIsolar o receptor
receptor – Construção
– Construção de barreiras
de barreiras que separem
que separem a causaaecausa e odomeio do
o meio
individuo
individuo expostoexposto
ao ruído.ao ruído.
Isolamento
Isolamento acústicoacústico das ruidosas
das fontes fontes ruidosas
consisteconsiste na colocação
na colocação de barreiras
de barreiras
Isolar a fonte – Significa a construção de barreira que separe a causa do ruído
Higiene do Trabalho
do meio que o rodeia, para evitar que este som se propague.
Isolar o receptor – Construção de barreiras que separem a causa e o meio do
Isolar a fonte – Significa a construção de barreira que separe a causa do ruído do meio que o
rodeia, paraexposto
individuo ao este
evitar que ruído.som se propague.
Isolar o receptor
Isolamento – Construção
acústico de barreiras
das fontes ruidosasque separem
consiste na acolocação
causa e o demeio do individuo exposto
barreiras
ao ruído.
isolantes e absorventes de som. Melhores resultados serão obtidos se as barreiras
Isolamento acústico das fontes ruidosas consiste na colocação de barreiras isolantes e absor-
ventes derevestidas
forem internamente
som. Melhores resultadoscomserão
material absorvente
obtidos de somforem
se as barreiras (cortiça, lã de vidro,
revestidas internamente com
material
etc.); eabsorvente de som com
a face externa (cortiça, lã de vidro,
material etc.);
isolante dee som
a face(paredes
externa com material isolante de som
de alvenaria),
(paredes de alvenaria), conforme
conforme desenho a seguir: desenho a seguir:
Outra medida de controle na trajetória é procurar alcançar o máximo de perdas energéticas por
164 absorção por meio de tratamento acústico das superfícies. Esta medida é feita revestindo-se o local
com material absorvente de som,“Fundação
no sentidode Educação para
de se evitar reflexão deste.
o Trabalho de Minas Gerais”
o Controle no homem
Não sendo possível o controle do ruído na fonte e na trajetória, deve-se, como último recurso,
adotar medidas de controle no trabalhador.
Estas podem ser adotadas como complemento às medidas anteriores, ou quando não forem
suficientes para corrigir o problema. Como medida de controle no homem, sugere-se:
Exemplificando: para um protetor que garanta uma atenuação igual a 20 dB(A), quando usado
constantemente (100% do tempo), atenuará somente 5 dB(A) se o protetor for utilizado em 50% do
tempo de exposição, conforme o quadro a seguir:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
144
Exemplificando: para um protetor que garanta uma atenuação igual a 20
dB(A), quando usado constantemente (100% do tempo), atenuará somente 5 dB(A)
Higiene do Trabalho
se o protetor for utilizado em 50% do tempo de exposição, conforme o quadro a
seguir:
Os protetores auriculares devem ser capazes de reduzir a intensidade do ruído abaixo do limite
de tolerância,Os
sendo assim, auriculares
protetores é necessáriodevem
calcularser
suacapazes
atenuação
de com base
reduzir a em seu fator do
intensidade de proteção.
Os métodos normalizados para o cálculo são:
ruído abaixo do limite de tolerância, sendo assim, é necessário calcular sua
atenuaçãolongo
I. Método com (análise
base emdeseu fator de proteção. Os métodos normalizados para o
frequência)
Ocálculo
métodosão:longo consiste na confrontação dos níveis de pressão sonora em dB(A) encontrados
no ambiente com os dados de atenuação do EPI fornecido pelo fabricante, por bandas de frequência
de 125 a 8.000 Hz, deduzidos os desvios-padrão. A soma logarítmica dessas diferenças é a expressão
I. Método longo (análise de frequência)
do nível de pressão sonora total a que o indivíduo estará submetido após a colocação do referido EPI.
O método longo consiste na confrontação dos níveis de pressão sonora em
II. Método
dB(A) simplificado
encontrados valor único
no ambiente com—osNRR
dados de atenuação do EPI fornecido pelo
a. Método corrigido (Norma ANSI S.12.6 — 1984)
fabricante, por bandas de frequência de 125 a 8.000 Hz, deduzidos os desvios-
Este método
padrão. consiste
A soma em realizar
logarítmica medição
dessas do ruído
diferenças é a na curva “C”do
expressão e subtrair
nível deopressão
NRR (Noise Redu-
tion Rating) ou RC corrigido para uso real, isto é, o NRR fornecido pelo laboratório deve ser
sonora total a que o indivíduo estará submetido após a colocação do referido EPI.
corrigido para o uso real da seguinte forma:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
145
Higiene do Trabalho
res do NPS em dB(A) e dB(C) no espectro sonoro.
CALOR
Conceitos básicos
Calor não é uma propriedade termodinâmica, é uma forma de energia em trânsito que fluem
decorrência de uma diferença de temperatura entre dois corpos.
Quando o trabalhador está exposto a uma ou várias fontes de calor, ocorrem as seguintes trocas
térmicas entre o ambiente e o organismo: Condução/Convecção (C); Radiação (R); Evaporação (E);
Metabolismo(M).
Condução
É o processo de transferência de calor que ocorre quando dois corpos sólido ou fluido que não
está em movimento, a diferentes temperaturas, são colocados em contato. O calor do corpo de maior
temperatura transfere-se para o de menor até que haja um equilíbrio térmico, isto é, quando a tem-
peratura dos corpos igualar-se. Ex.: aquecimento de uma barra de ferro.
Convecção
É o processo de transferência de calor idêntico ao anterior, mas, neste caso, a transferência de
calor realiza-se através de fluido em movimento. Ex.: aquecimento de um becker com água.
Radiação
Quando há transferência de calor sem suporte material algum, o processo é denominado radia-
ção. A energia radiante passa através do ar sem aquecê-lo apreciavelmente e aquecerá a superfície
atingida. A energia radiante passa através do vácuo ou de outros meios a uma velocidade que depen-
de do meio. Ex.: radiação emitida por um forno elétrico.
Evaporação
É o processo de transformação de um líquido, a determinada temperatura, para a fase gasosa,
passando, portanto, para o meio ambiente. Não é necessário diferença de temperatura para desen-
volvimento do processo.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
146
Higiene do Trabalho
O calor transferido desta forma é chamado calor latente, diferenciando-se assim do que se
transmite através de variação de temperatura, que é chamado calor sensível. No fenómeno de evapo-
ração, o líquido retira calor do sólido para passar a vapor, podendo-se, portanto, afirmar que o sólido
perderá calor para o meio ambiente por evaporação. Ex.; suor emanado após uma atividade física
(jogar futebol).
Metabolismo
É o calor gerado pelo metabolismo basal resultante da atividade física do trabalhador. Quanto
mais intensa for à atividade física, maior será o calor produzido pelo metabolismo.
Equilíbrio homeotérmico
Os mecanismos de termorregulação do organismo têm como finalidade manter a temperatura
interna do corpo constante, sendo evidente que haja um equilíbrio entre a quantidade de calor gera-
do no corpo e sua transmissão para o meio ambiente. A equação que descreve o estado de equilíbrio
denomina-se balanço térmico:
M±C±R-E=S
Onde: M = Calor produzido pelo metabolismo; C = Calor ganho ou perdido por condução-con-
vecção; R = Calor ganho ou perdido por radiação; E = Calor perdido por evaporação; S = Calor acumu-
lado no organismo (sobrecarga térmica). O organismo encontrar-se-á em equilíbrio térmico quando S
for igual à zero.
o Temperatura do ar
Como foi observado anteriormente, é necessário que haja uma gradiente de temperatura para
que possibilite os mecanismos de troca térmica: condução, convecção e radiação. Desse modo, o sen-
tido de transmissão de calor dependerá de defasagem positiva ou negativa entre a temperatura do ar
e a temperatura da pele. Se a temperatura do ar for maior que a da pele, o organismo ganhará calor
por condução-convecção, e se a temperatura do ar for menor que a da pele, o organismo perderá
valor por condução-convecção. A quantidade de calor ganha ou perdida é diretamente proporcional à
defasagem entre as temperaturas.
o Umidade relativa do ar
Este parâmetro influi na troca térmica entre o organismo e o ambiente pelo mecanismo de eva-
poração. Desse modo, a perda de calor no organismo por evaporação dependerá de umidade relativa
do ar, isto é, da quantidade de água presente numa determinada quantidade de ar.
Sabe-se que o organismo humano perde em média 600 kcal/h pela evaporação do suor, isto se
a umidade relativa for 0%. Quanto maior a umidade relativa (maior saturação de água no ar), menor
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
147
Higiene do Trabalho
será a perda de calor por evaporação.
o Velocidade do ar
A velocidade do ar no ambiente pode alterar as trocas, tanto na condução e convecção como
na evaporação. Quando há aumento de velocidade do ar no ambiente, haverá aceleração da troca de
camadas de ar mais próximas ao corpo, aumentando, desse modo, o fluxo de calor entre este e o ar.
Se há maior velocidade do ar, haverá substituição mais rápida das camadas de ar mais saturadas com
água e substituição por outras menos saturadas, favorecendo, então, a evaporação.
É importante verificar o sentido de transmissão de calor, pois o aumento de velocidade do ar po-
derá favorecer ou desfavorecer o ganho de calor pelo organismo, dependendo se a gradiente de tem-
peratura é positivo ou negativo. Assim, se a temperatura do ar for menor que a do corpo, o aumento
da velocidade do ar favorecerá a perda de calor do corpo para o meio; caso contrário, o corpo ganhará
mais calor com o aumento da velocidade do ar. No caso de evaporação, o aumento de velocidade do
ar sempre a favorecerá.
o Calor radiante
Quando um indivíduo encontra-se em presença de fontes apreciáveis de calor radiante, o orga-
nismo ganhará calor pelo mecanismo de radiação. Caso não haja fontes de calor radiante ou se estas
forem controladas, o organismo humano poderá perder calor pelo mesmo mecanismo.
o Tipo de atividade
Quanto mais intensa for à atividade física exercida pelo indivíduo, tanto maior será o calor pro-
duzido pelo metabolismo, constituindo, portanto, parte do calor total ganho pelo organismo.
Caso a vasodilatação periférica e a sudorese não sejam suficientes para manter a temperatura
do corpo em torno de 37°C, há consequências para o organismo que podem manifestar-se das seguin-
tes formas:
Exaustão do calor: Com a dilatação dos vasos sanguíneos em resposta ao calor, há uma
insuficiência do suprimento de sangue do córtex cerebral, resultando numa baixa pressão
arterial.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
148
Higiene do Trabalho
Desidratação: A desidratação provoca principalmente a redução do volume de sangue, pro-
movendo a exaustão do calor.
Cãibras de calor: Na sudorese, há perda de água e sais minerais, principalmente o NaCI (clo-
reto
¾ de sódio). térmico:
Choque Com a redução
Ocorredesta substância
quando no organismo,
a temperatura poderão
do núcleo ocorrer
do corpo espasmos
atinge
musculares e cãibras.
determinado nível, que coloca em risco algum tecido vital que permanece em
contínuo funcionamento.
Choque térmico: Ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo atinge determinado
nível, que coloca em risco algum tecido vital que permanece em contínuo funcionamento.
Limites de tolerância
NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES - ANEXO N.º 3
Limites de tolerância
NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES - ANEXO N.º 3
1. A exposição ao calor deve ser avaliada através do "Índice de Bulbo Úmido
Termômetro
1. A exposição ao de Globo"
calor deve- ser
IBUTG definido
avaliada pelas
através doequações que
“Índice de se seguem:
Bulbo Úmido Termômetro de
Globo” - IBUTG definido pelas equações que se seguem:
Ambientes internos ou externos sem carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
Ambientes internos
Ambientes ou com
externos externos
cargasem carga
solar: = IBUTG
solar:
IBUTG 0,7 tbn=+0,7
0,1tbn
tbs++0,3
0,2tgtg
Ambientes externos
Onde: tbn com carga
= temperatura de solar:
bulbo IBUTG 0,7 tbntg+ =0,1
úmido =natural; tbs + 0,2 tgde globo; tbs
temperatura
= temperatura
Onde: de bulbode
tbn = temperatura seco.
bulbo úmido natural; tg = temperatura de globo; tbs = tempe-
ratura
2. de bulbo seco.
Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliação são: termômetro de bulbo
2. Osúmido
aparelhos quetermômetro
natural, devem ser usados nesta
de globo avaliação são:
e termômetro termômetro
de mercúrio de bulbo úmido natu-
comum.
ral,As
3. termômetro
medições de globoser
devem e termômetro
efetuadas nodelocal
mercúrio
ondecomum.
permanece o trabalhador, à
3. As altura
medições devem
da região doser efetuadas
corpo no local onde permanece o trabalhador, à altura da re-
mais atingida.
gião do corpo mais atingida.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
2. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os
149
efeitos legais.
172
Higiene do Trabalho
2. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais.
3. A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) é feita consultando-se o
Quadro n.º 3.
3. A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) é feita
consultando-se o Quadro n.º 3.
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com período
de descanso em outro
Limiteslocal (local depara
de Tolerância descanso).
exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente
com período de descanso em outro local (local de descanso).
1. Para os 1.
finsPara
deste
os item, considera-se
fins deste como local
item, considera-se como de descanso
local ambiente
de descanso termicamente mais
ambiente
ameno, com o trabalhador
termicamente em repouso
mais ameno, com o ou exercendo
trabalhador em atividade
repouso ou leve.
exercendo
2. Os limites atividade
de tolerância
leve. são dados segundo o Quadro n.º 2.
2. Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro n.º 2.
HIGIENE DO TRABALHO
Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada
Onde: M é apela
taxaseguinte
de metabolismo
fórmula: média ponderada para uma hora, determinada pela seguinte
fórmula:
M = Mt x Tt+Mdx Td
Sendo: Mt = taxa de metabolismo no local de 60
trabalho; Tt = soma dos tempos, em
minutos, em que se permanece no local de trabalho; Md = taxa de metabolismo no
Sendo: Mt =local
taxadededescanso;
metabolismo no local de trabalho; Tt = soma dos tempos, em minutos, em
Td = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no
que se permanecelocal
no de
local de trabalho; Md = taxa de metabolismo no local de descanso; Td = soma
descanso.
dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado pela seguinte
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado pela seguinte fórmula:
fórmula:
Sendo: IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho; IBUTGd = valor do IBUTG no local
173de des-
canso; Tt e Td = como anteriormente definidos.
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO � ETAPA 3
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de trabalho, sendo
Tt + Td = 60 minutos corridos.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
150
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo
Higiene do Trabalho
de trabalho, sendo Tt + Td = 60 minutos corridos.
3. As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando-se o Quadro n.º3.
4. Os períodos de descanso
4. Os períodos serãoserão
de descanso considerados tempo
considerados tempode
deserviço paratodos
serviço para todososos efeitos legais.
efeitos legais.
¾ Instrumentos de medição
Instrumentos de medição
o Termômetro de globo (Tg):
o TermômetroOde globo (Tg):
termômetro de mercúrio deve ser fixado no interior do orifício da rolha e
O termômetro
ambosde mercúrio
inseridos deve
no globo. ser fixado
A rolha deve serno interior
fixada docom
no globo orifício da rolhaa fim
certa pressão, e ambos inseridos
no globo. A rolhadedeve
não seser fixada
soltar no oglobo
durante uso. Acom certa
posição pressão,
relativa a fim de não
entre termômetro sedeve
e rolha soltar
serdurante o uso. A
posição relativa tal
entre
que, após montado no globo, o bulbo do termômetro fique posicionado no centro o bulbo do ter-
termômetro e rolha deve ser tal que, após montado no globo,
mômetro fique posicionado
da esfera. no centro da esfera.
¾
o Termômetro de bulbo úmido
o Termômetro natural
de bulbo úmido (Tbn):
natural (Tbn):
O termômetro de mercúrio de
O termômetro deve ser montado
mercúrio na posição
deve ser montado vertical
na posição revestido
vertical revestidocom uma camisa
de algodão brancacomdeverá envolver
uma camisa totalmente
de algodão brancao deverá
bulbo de mercúrio.
envolver Na montagem,
totalmente o bulbo de verificar que a
distancia entre amercúrio.
extremidade do bulbo (revestido pela camisa) e a lâmina d’água
Na montagem, verificar que a distancia entre a extremidade do bulbo destilada contida no
erlenmeyer deve(revestido
ser de 25 mm
pela ou dee 2,5
camisa) cm. d’água
a lâmina No momento
destilada da utilização
contida do sistema,
no erlenmeyer umedecer o pano
deve ser
totalmente com deágua destilada
25 mm e encher
ou de 2,5 o erlenmeyer
cm. No momento até a do
da utilização extremidade com água
sistema, umedecer o panodestilada.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
151
Atualmente o uso de medidor de calor eletrônico vem substituindo os
termômetros convencionais. O principio de funcionamento é o mesmo, porém a
precisão é maior. Além disso, esses equipamentos fornecem os valores tbn, tg e tbs,
Higiene do Trabalho
isoladamente, e o calculo do IBUTG. A figura abaixo ilustra um medidor eletrônico de
calor:
HIGIENE DO TRABALHO
Medidor de Stress Térmico – IBUTG
Fonte : Google.com
¾ Medidas
Medidasdedecontrole
controle
O calor como todo
O calor comoagente
todo ambiental, deve ser
agente ambiental, controlado
deve primeiramente
ser controlado na fonte
primeiramente na ou na trajetó-
ria, constituindo medidas aplicáveis ao ambiente. Não sendo possível este tipo de
fonte ou na trajetória, constituindo medidas aplicáveis ao ambiente. Não sendo
controle, por razões
de ordem técnica ou económica, devem ser adotadas medidas aplicáveis ao trabalhador.
possível este tipo de controle, por razões de ordem técnica ou económica, devem
A finalidade das medidas de controle é, procurar diminuir a quantidade de calor que o organis-
mo produzser ou
adotadas
recebemedidas aplicáveis ao
e a possibilidade detrabalhador.
dissipá-lo.
A finalidade das medidas de controle é, procurar diminuir a quantidade de
Medidas
o calor que o relativas
organismoao ambiente
produz ou recebe e a possibilidade de dissipá-lo.
É necessária uma avaliação precisa de todos os fatores que atuam na sobrecarga térmica para
que se possa minimizar a quantidade de calor que o organismo produz ou recebe.
175
Assim, as medidas devem visar, de preferência, ao fator que mais contribui para a sobrecarga
térmica, conforme a equação do equilíbrio homeotérmico:
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO � ETAPA 3
M±C±R=E.
1. Metabolismo
Muitas vezes é difícil influir sobre o calor produzido pelo metabolismo. A mecanização (auto-
matização) da operação, a fim de minimizar o esforço físico do trabalhador, acarreta a diminuição da
sobrecarga térmica.
Em determinadas situações, a automatização completa das operações eliminará o problema.
2. Convecção
A redução da temperatura do ar diminui este fenômeno, e isso é conseguido por meio de insu-
flação de ar fresco, com velocidade adequada e, em certos casos, com exaustão de ar quente.
Se a insuflação de ar fresco é inviável, o aumento da velocidade do ar pode ser obtido pela
simples circulação do ar feita por ventiladores, com velocidades apropriadas. Deve ser salientada a
importância da localização adequada dos ventiladores, a fim de evitar que circule ar das zonas mais
quentes para as zonas adjacentes mais frias.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
152
Higiene do Trabalho
3. Radiação
A redução deste fator é de grande importância para a diminuição da sobrecarga térmica. Para
reduzir o calor radiante, a medida mais eficiente é a utilização de barreiras que reflitam os raios infra-
vermelhos. O alumínio polido é muito eficiente para esta finalidade. Nos casos em que é necessária
a visão através da barreira, existem vidros especiais que refletem os raios infravermelhos, bem como
filmes especiais que podem ser aplicados sobre o vidro comum com a mesma finalidade.
A manutenção contínua das barreiras é de suma importância, pois a ação de produtos químicos
agressivos faz com que elas percam a propriedade de reflexão. Quando isso ocorre, elas passam a
absorver a radiação incidente, tornando-se fontes emissoras de calor radiante e, consequentemente,
reduzindo sua eficácia como medida de controle.
As barreiras devem ser localizadas entre o trabalhador e a fonte de calor, e nunca posicionadas
atrás dele, mesmo que visem à proteção de outros indivíduos. Se o trabalhador permanecer entre a
fonte de calor radiante e a barreira, a sobrecarga térmica a que está exposto pode, em certos casos,
sofrer aumentos significativos.
4. Evaporação
Devem ser criadas condições que favoreçam a evaporação do suor e também auxiliem na manu-
tenção do equilíbrio térmico, aumentando a Emáx. (máxima capacidade evaporativa da pele).
Existem limitações fisiológicas (no máximo 1 litro de suor/hora ao que corresponde a uma perda
por evaporação de 2400 BTU/h ou 605 kcal/h), além das ambientais para a perda de calor por este
processo. As condições ambientais podem ser modificadas, favorecendo o fenômeno da evaporação,
por intermédio das seguintes medidas:
a. Redução da umidade relativa do ar: Nos casos de fontes localizadas de vapor d’água, reco-
menda-se ventilação local exaustora.
b. Aumento na movimentação do ar: O aumento da velocidade do ar favorece a evaporação
do suor, no entanto, esta medida deverá ser estudada cuidadosamente quando a tempera-
tura for superior a 35,0°C, uma vez que o ganho de calor por convecção poderá contribuir
para o aumento da sobrecarga térmica.
O quadro, a seguir, relaciona algumas medidas que podem ser adotadas com os corresponden-
tes fatores alterados produzidos pelo metabolismo:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
153
Higiene do Trabalho
o Medidas relativas ao homem
Na solução de um problema de higiene industrial, devem ser consideradas, em primeiro lugar, as
medidas relativas ao ambiente, sendo complementadas, às vezes, pelas medidas relativas ao pessoal.
Em determinados casos, por razões de ordem técnica, as únicas medidas aplicáveis são as rela-
tivas ao pessoal, que podem ser bastante eficazes.
Há uma série de medidas que podem ser aplicadas diretamente ao trabalhador, com o objetivo
de minimizar a sobrecarga térmica. Dentre elas, destacam-se:
1. Aclimatização
A aclimatização do calor constitui uma adaptação fisiológica do organismo a um ambiente quen-
te. Esta medida é de fundamental importância na prevenção dos riscos decorrentes da exposição ao
calor intenso. A aclimatização será total em, aproximadamente, duas semanas. É importante men-
cionar que a perda de cloreto de sódio pela sudorese será menor no indivíduo aclimatizado, ou seja,
ocorre o equilíbrio dos sais numerais nas células do corpo.
3. Exames médicos
Recomenda-se a realização de exames médicos pré-admissionais com a finalidade de detectar
possíveis problemas de saúde que possam ser agravados com a exposição ao calor, tais como proble-
mas cardiocirculatórios, deficiências glandulares (principalmente glândulas sudoríparas), problemas
de pele, hipertensão, etc. Tais exames permitem selecionar um grupo adequado de profissionais que
reúna condições para executar tarefas sob o calor intenso. Exames periódicos também devem ser rea-
lizados com a finalidade de promover um contínuo acompanhamento dos trabalhadores expostos ao
calor, a fim de identificar-se estados patológicos em estágios iniciais.
5. Educação e treinamento
São de fundamental importância a educação e o treinamento dos trabalhadores expostos ao
calor intenso. A orientação quanto à prática correta de suas tarefas pode, por exemplo, evitar esfor-
ços físicos desnecessários ou longo tempo de permanência próximo à fonte. Deve-se conscientizar
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
154
Higiene do Trabalho
o trabalhador sobre o risco que representa a exposição ao calor intenso, educando-o quanto ao uso
correio dos equipamentos de proteção individual, alertando-o sobre a importância de asseio pessoal
e promovendo a utilização e manutenção correia das medidas de proteção no ambiente.
Conceitos Básicos
O espectro eletromagnético é um conjunto de todas as formas de energia radiante. Em sua
forma mais simples, a radiação eletromagnética consiste em ondas elétricas vibratórias que se trans-
ladam no espaço acompanhado por um campo magnético vibratório, com as características de um
movimento ondulatório. As características das radiações eletromagnéticas são a frequência, compri-
mento de onda e energia.
A radiação eletromagnética pode atuar como partículas discretas de energia (quantum), tendo
o quantum um valor definido de energia e momento. O espectro eletromagnético engloba desde a
radiação ionizante de grande energia, com frequências elevadas e comprimentos de onda menores, a
radiações não ionizantes, com baixas frequências e comprimentos de onda maiores.
A região não ionizante do espectro eletromagnético é aquela onde a energia das partículas in-
cidentes é insuficiente para desalojar elétrons dos tecidos do corpo humano. À medida que diminui o
nível de energia das partículas incidentes, cessa a ionização.
No espectro eletromagnético, podemos distinguir diferentes regiões espectrais, conforme es-
quema abaixo:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
155
Higiene do Trabalho
As radiações não ionizantes englobam: radiação ultravioleta, radiação visível e infravermelha,
laser, micro-ondas e radiofrequências. Podem incluir-se os ultrassons, já que os riscos produzidos por
eles são similares aos da radiação não ionizante, devido à sua natureza ondulatória e alta frequência.
As radiações ionizantes englobam: raios x, raios y, partículas A e B, e nêutrons. Normalmente a
emissão de uma radiação ionizante estará acompanhada de outras radiações.
Parte das radiações ionizantes está incluída no espectro eletromagnético, tais como os raios x e
y, que não têm carga elétrica nem massa. Outras radiações ionizantes têm natureza corpuscular, isto
é, são partículas com massa e carga definidas.
Efeitos no organismo
Radiações ionizantes
Os efeitos das radiações ionizantes podem ser somáticos (não se transmitem hereditariamente)
ou genéticos (transmitem-se hereditariamente). A resposta dos diferentes órgãos e tecidos à radiação
é variável, tanto com o tempo de aparecimento como na gravidade dos sintomas. Assim, poderão
ocorrer alterações no sistema hematopoiético (perda de leucócitos, diminuição do número de pla-
quetas, anemia); no aparelho digestivo (inibição da proliferação celular, diminuição ou supressão de
secreções); na peie (inflamação, eritema e descamação); no sistema reprodutor (redução da fertilida-
de ou esterilidade); nos olhos; no sistema cardiovascular (pericardites); no sistema urinário (fibrose
renal); e no fígado (hepatite de radiação).
o Radiação ultravioleta
Quando incidente sobre o organismo, pode ser remetida, transmitida ou absorvida e pro-
duzir reações fotoquímicas e efeito biológico do tipo térmico. O grau de penetração da R-UV de-
pende do comprimento de onda e do grau de pigmentação da pele; com relação aos olhos, são
absorvidas pela córnea e o cristalino. As radiações UV-B e C penetram unicamente na epiderme
e as UV-A podem atingir a derme, podendo produzir lesões em terminações nervosas. Os efeitos
das R-UV podem ser escurecimento da pele, eritemas, pigmentação retardada, interferência no
crescimento celular, perda de elasticidade da pele, queratose actínica e até mesmo câncer de
pele. A ação mais frequente da R-UV sobre os olhos é a fotoqueratose.
o Radiação visível
A radiação visível engloba a região do espectro entre 400 e 750 nm, podendo ser reme-
tida, transmitida ou absorvida pelo organismo, produzindo efeitos fotoquímicos e térmicos. A
exposição a altos níveis de brilho pode produzir perda da acuidade visual, fadiga ocular e ofus-
camento.
o Radiação infravermelha
A radiação infravermelha engloba parte do espectro, desde a luz visível até as micro-ondas
e devido a seu baixo poder energético, produz unicamente efeitos térmicos. As lesões pela ex-
posição a esta radiação podem aparecer na pele e olhos, causando queimaduras e aumento de
pigmentação da pele, lesões e opacidade na córnea.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
156
Higiene do Trabalho
o Micro-ondas e radiofrequências
Possuem poder energético muito baixo, mas uma capacidade de penetração grande, pro-
duzindo no interior da matéria campos magnéticos com efeitos térmicos. As micro-ondas en-
contram-se na região do espectro eletromagnético entre 1 e 1000 nm e as radiofrequências
entre 1 e 3 m, e seus efeitos no organismo dependerão da capacidade de absorção da matéria
e da intensidade dos campos elétricos e magnéticos que se produzem no seu interior; em geral,
existe um aumento da temperatura corporal que dependerá de qual parte do corpo foi exposta.
De maneira geral, quanto maior a frequência, menor será o perigo. As micro-ondas superiores
a 3000 MHz são facilmente absorvidas pela pele e as de menor frequência podem penetrar na
superfície externa da pele.
o Laser
A palavra laser é um acrônimo de Light Amplification by Stimulated Emission of fíadiation.
As emissões estimuladas produzem uma superposição de ondas, resultando outra onda perfei-
ta, muito estrita e de larga duração. Existem quatro tipos de classes de lasers, segundo os possí-
veis perigos, sendo os de classe l menos perigosos e os de classe IV mais perigosos. Os riscos em
operações com lasers dependem do tipo de laser e das características do entorno de trabalho.
Os riscos da radiação /aserestão limitados aos olhos, variando os efeitos adversos produzidos
em diferentes regiões espectrais; mesmo assim podem atingir de maneira pequena a pele.
Ocorrências
o Radiações ionizantes
As radiações ionizantes são largamente utilizadas na medicina para diagnósticos médico
e odontológico e tratamento de doenças; e em atividades industriais, para medição de nível de
silos, densidade de polpas, análises laboratoriais, radiografia industrial, entre outros.
Radiação visível
Podem ser de origem natural (sol) e artificial (lâmpadas e corpos incandescentes e arcos
de soldagem, tubos de néon, fluorescentes, entre outros).
Radiação infravermelha
A principal fonte natural é o sol e dentre as artificiais podemos citar os corpos incandes-
centes e superfícies muito quentes, as chamas, as lâmpadas incandescentes, fluorescentes ou
descargas de alta intensidade.
Micro-ondas e radiofrequências
A radiação de micro-onda e radiofrequência produz-se de forma natural, principalmente
pela eletricidade atmosférica, que é estática, embora de intensidade muito baixa. As fontes de
MO e RF artificiais podem estar presentes nas estações de rádio e televisão, radares e sistemas
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
157
Higiene do Trabalho
de telecomunicação, além de fornos de micro-ondas e equipamentos utilizados em processos
de soldagem, fusão e esterilização.
Laser
Os equipamentos a laser são utilizados no tratamento de doenças e em cirurgias.
Limites de tolerância
Radiações ionizantes
O Anexo V da NR-15 (Atividades e Operações Insalubres) estabelece que nas atividades ou ope-
rações em que os trabalhadores ficam expostos a radiações ionizantes, os limites de tolerância, os
princípios, as obrigações e controle básicos para a proteção do homem e do meio ambiente, contra
possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante, são os constantes da Norma da Comis-
são Nacional de Energia Nuclear – CNEN-NE 3.01, de julho de 1988, aprovada, em caráter experimen-
tal, pela Resolução CNEN nº 12/88, ou daquela que venha a substituí-la.
1. Para os efeitos desta norma, são radiações não ionizantes as micro-ondas, ultravioletas e
laser.
2. As operações ou atividades que exponham os trabalhadores às radiações não ionizantes,
sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres, em decorrência de laudo de ins-
peção realizada no local de trabalho.
3. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores às radiações da luz negra (ul-
travioleta na faixa 400-320 nanômetros) não serão consideradas insalubres.
Já a NR-9 (Programas de Prevenção de Riscos Ambientais) diferentemente da NR-15 (Ati-
vidades e Operações Insalubres), não restringe as radiações que serão consideradas não
ionizantes, ao contrário, amplia o conceito incluindo nessa classificação o infrassom e o
ultrassom.
Critério ACGIH
A American Conference of Industrial Hygienists - ACGIH, cujos valores-limites são aceitos inter-
nacionalmente, estabelece limites de tolerância para radiações ionizantes e não ionizantes em suas
diferentes formas, incluindo, ainda, o ultrassom.
Faremos, a seguir, um breve comentário sobre os limites propostos, devendo o leitor consultar
a norma para aprofundar-se no assunto.
o Radiações ionizantes
A ACGIH estabelece limites de tolerância para as radiações ionizantes determinando doses
efetivas e equivalentes anuais em função da parte do corpo atingida, evitando sempre qual-
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
158
Higiene do Trabalho
quer exposição desnecessária à radiação. As radiações ionizantes incluem radiação corpuscular
e radiação eletromagnética com energia superior a 12,4 elétrons-volts, correspondendo a um
comprimento de onda inferior a aproximadamente 100 nm.
Micro-ondas e radiofrequências
Os limites de tolerância estabelecidos referem-se à radiação de radiofrequência (RF) e mi-
cro-onda nas faixas de frequência entre 30 quilohertz (kHz) e 300 giga-hertz (GHz), e são dados
em termos de raiz média quadrática (ms) da intensidade de campos elétricos (E) e magnéticos
(H) de densidade equivalente de potência para ondas planas em espaço livre (S) e de correntes
induzidas (l) no corpo, as quais possam estar associadas com a exposição a tais campos como
função da frequência (f), em mega-hertz (MHz). Os limites de tolerância estão especificados em
tabelas e gráficos em função dos parâmetros acima citados.
Laser
Os lasers têm um rótulo afixado pelo fabricante, o qual descreve a subclasse de risco. Nor-
malmente não é necessário determinar as irradiâncias do laser ou as exposições radiantes para
comparação com os limites de tolerância. Na prática, os riscos para os olhos e pele podem ser
controlados pela adoção de medidas de controle apropriadas para cada classificação de laser. Os
limites de tolerância são apresentados na ACGIH em gráficos de limite para visão de irradiância,
duração da exposição e comprimento de onda.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
159
Higiene do Trabalho
Campos magnéticos de subfrequência
Os limites de exposição referem-se a amplitudes de fluxo magnético (B) de campos mag-
néticos de subfrequência na faixa de frequência de 30 kHz e abaixo, às quais se acredita que a
maioria dos trabalhadores pode estar repetidamente exposta sem efeitos adversos à saúde. É
também estabelecido valor-teto de 0,2 mT para frequências na faixa entre 300 Hz e 30 kHz, para
exposições localizadas e de corpo inteiro. Para frequências abaixo de 300 Hz, o limite de tole-
rância para extremidades do corpo pode ser aumentado por um fator de 10 (dez) para mãos e 5
(cinco) para braços e pernas. A 30 kHz o limite de tolerância é de 0,2 mT, o qual corresponde a
uma intensidade de campo magnético de 160 A/m.
o Medidas de controle
As medidas de controle das radiações, entre outras, são:
Radiação ionizante
Controle da distância entre o trabalhador e a fonte; blindagem; limitação de tempo de
exposição; impedir que fontes radioativas atinjam vias de absorção do organismo; sinalização;
controle médico; uso de barreiras; limpeza adequada do ambiente de trabalho.
Micro-ondas
Enclausuramento das fontes; uso de barreiras; sinalização; exames médicos.
Radiação ultravioleta
Uso de barreiras; equipamentos de proteção individual, tais como óculos com lentes fil-
trantes, roupas apropriadas para proteção do braço, tórax, mão e outros; exames médicos.
Laser
EPI: protetores para os olhos, luvas protetoras, roupas, escudo; sinalização; blindagem;
treinamento.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
160
Higiene do Trabalho
PRESSÕES ANORMAIS
Conceitos Básicos
Pressões anormais são aquelas acima das existentes ao nível do mar, ou seja, são pertinentes às
atividades de construção submarina, processos de mergulho, etc. Na construção de túneis e outros
trabalhos executados sob o nível do mar pode-se prever a infiltração de água. Isto se dá porque as
adaptações não são hermeticamente fechadas.
Existem dois tipos de pressões anormais, causadas pela variação da pressão atmosférica:
Hipobárica: quando o homem está sujeito a pressões menores que a pressão atmosférica.
Estas situações ocorrem a elevadas altitudes. (coceira na pele, dores musculares, vômitos, hemorra-
gias pelo ouvido e ruptura do tímpano).
Hiperbárica: quando o homem fica sujeito a pressões maiores que a atmosférica. (mergulho
e uso de ar comprimido).
HIGIENE DO TRABALHO
atmosférica a que normalmente estamos expostos.
ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão atmosférica a que normalmente estamos expostos.
¾ Baixas
Baixaspressões:
pressões:são
sãoasasque
que se
se situam abaixoda
situam abaixo dapressão
pressãoatmosférica
atmosférica normal
normal e e ocorrem
com trabalhadores
ocorremque
comrealizam tarefas
trabalhadores queem grandes
realizam altitudes.
tarefas No Brasil,
em grandes são raros
altitudes. os trabalhadores
No Brasil,
expostos a este risco.
são raros os trabalhadores expostos a este risco.
Altas pressões: são as que se situam acima da pressão atmosférica normal. Ocorrem em
trabalhos¾realizados
Altas pressões: são as que
em tubulações de arsecomprimido,
situam acimamáquinas
da pressãodeatmosférica
perfuração,normal.
caixões pneumáti-
cos e trabalhos executados
Ocorrem por mergulhadores.
em trabalhos Ex: caixõesdepneumáticos,
realizados em tubulações compartimentos
ar comprimido, máquinas de estanques
instalados nos fundos dos mares, rios, e represas onde é injetado ar comprimido
perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. queEx:
expulsa a água
do interior do caixão, possibilitando o trabalho. São usados na construção de pontes e barragens. A
caixões pneumáticos, compartimentos estanques instalados nos fundos dos
exposição a pressões anormais pode causar a ruptura do tímpano quando o aumento de pressão for
mares, rios, e represas onde é injetado ar comprimido que expulsa a água do
brusco e a liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sanguíneos e morte.
interior do caixão, possibilitando o trabalho. São usados na construção de pontes
e barragens. A exposição a pressões anormais pode causar a ruptura do tímpano
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
quando o aumento de pressão for brusco e a liberação de nitrogênio nos tecidos
161
e vasos sanguíneos e morte.
Limites de tolerância
Higiene do Trabalho
Limites de tolerância
Por ser uma atividade de alto risco, exige legislação específica NR-15 (Atividades e Operações
Insalubres) Anexo nº 6 a ser obedecida.
VIBRAÇÃO
Conceitos Básicos
A exposição ocupacional à vibração não é tão estudada quanto os outros agentes, todavia, sua
ocorrência na indústria é bastante frequente. Os efeitos deste agente na saúde humana são conside-
ráveis, sendo, portanto, a avaliação e controle necessários. A vibração é um movimento oscilatório
de um corpo devido a forças desequilibradas de componentes rotativos e movimentos alternados de
uma máquina ou equipamento. Se o corpo vibra, descreve um movimento oscilatório e periódico,
envolvendo deslocamento num certo tempo. Teremos, então, envolvidas no movimento uma veloci-
dade, aceleração e frequência (número de ciclos completos/minuto).
Unidades
Como a vibração é um movimento oscilatório, para sua quantificação pode-se utilizar os parâ-
metros deslocamento, velocidade e aceleração. Para efeito de higiene ocupacional, a avaliação da
vibração será feita através de aceleração em m/s2 ou em dB. Para aceleração de vibração, o decibel
será obtido pela fórmula abaixo:
dB = 20 log a / a0
Aceleração Equivalente
Quando a exposição à vibração é diferente em dois ou mais períodos da jornada, deve ser con-
siderada a aceleração equivalente, de acordo com a fórmula a seguir:
Onde:
AEQ = Magnitude de aceleração equivalente.
An = Magnitude da vibração para exposição de duração Tn.
Exemplo : um operador de auto de linha fica exposto à seguinte situação :
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
162
Higiene do Trabalho
A vibração equivalente será de:
Aeq = [(0,142 x 60) + (0,992 x 360) + (0,0 x 60) ½] / 480 = 0,85 m/s2
Aeq = 0,85 m/s2
Se observarmos o gráfico do guia de efeitos à saúde, verificaremos que para 8 (oito) horas de
exposição e aceleração equivalente a 0,85 m/s2, estaremos na região B, significando precaução em
relação aos riscos potenciais à saúde.
o Vibração máquinas —
São vibrações que podem indicar problemas de manutenção em máquinas e equipamen-
tos. Logo, são medidas pelos técnicos de manutenção preventiva e comparadas como valores
das normas técnicas pertinentes.
Aceleração ponderada
Dependendo dos efeitos da exposição, as medições de corpo inteiro, mão e braço e conforto são
ponderadas nas frequências conforme será explicado adiante.
Critério Legal
A legislação brasileira prevê por intermédio da NR-15 (Atividades e Operações Insalubres) – Ane-
xo 8, que as atividades e operações as quais exponham os trabalhadores sem proteção adequada às
vibrações localizadas ou de corpo inteiro serão caracterizadas como insalubres, apuradas por perícia
realizada no local de trabalho.
A perícia, visando à comprovação ou não da exposição, deve tomar por base os limites de expo-
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
163
Higiene do Trabalho
sição definidos pela Organização Internacional para a Normalização, em suas normas ISO 2631 e ISO
5349 ou suas substitutas. Em relação ao laudo pericial, a legislação determina que os seguintes itens
devam constar obrigatoriamente:
o O critério adotado;
o O instrumental utilizado;
o A metodologia de avaliação;
o A descrição das condições de trabalho e do tempo de exposição às vibrações;
o O resultado da avaliação quantitativa;
o As medidas para eliminação e/ou neutralização da insalubridade, quando houver.
A insalubridade, quando constatada no caso das vibrações, está classificada como de grau mé-
dio, assegurando ao trabalhador a percepção de adicional incidente equivalente a 20% (vinte por
cento) sobre o salário mínimo da região.
A norma ISO 2631 estabelece os critérios de avaliação de vibração de corpo inteiro, enquanto a
ISO/DIS 5349 para mão e braço.
Direção da vibração
As vibrações retilíneas transmitidas ao ser humano devem ser medidas nas direções correias
de um sistema ortogonal de coordenadas que tenham sua origem na posição do coração, conforme o
esquema a seguir:
Fonte: Google.com
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
164
Higiene do Trabalho
A terminologia comumente usada em biodinâmica relaciona o sistema de coordenadas ao es-
queleto humano, numa posição anatômica normal. As acelerações (movimento) no eixo pé (ou das
nádegas) para a cabeça (ou longitudinal) são designadas +- az; a aceleração no eixo antes e depois
(ante posterior ou peito-costa) +- ax; e no eixo lateral (esquerda para direita) +- ay.
As vibrações angulares (ou rotacionais) sobre um centro de rotação são partes importantes de
um ambiente vibratório, tais como tratores e avião em turbulência, os movimentos das marés podem
ser mais perturbadores que as vibrações retilíneas acima e abaixo, entretanto, poucas informações
sobre os efeitos das vibrações angulares (ou rotacionais) estão disponíveis.
Assim, sempre que possível, as vibrações rotacionais que ocorrem em giro, arfagem e guinada
devem ser medidas e reportadas com a finalidade de aumentar nossos conhecimentos sobre a respos-
ta humana a estas excitações.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
165
Higiene do Trabalho
HIGIENE DO TRABALHO
4 a 8 Hz no caso de + - az ressonância de vibração.
4 a18aHz no no
2 Hz caso de +de- az
caso + -ressonância de vibração.
ay ou ax ressonância de vibração.
1 a 2 Hz no caso de + - ay ou ax ressonância de vibração.
Limite de tolerância
O limite de tolerância para vibração de corpo inteiro atualmente vigente é
Limite de tolerância
aquele estabelecido pela 2ª edição da ISO 2631-1:1997, que cancela e substitui a
O limite de tolerância para vibração de corpo inteiro atualmente vigente é aquele estabelecido
ISO 2631-1:1995
pela 2ª edição e a ISO 2631-3:1995.
da ISO 2631-1:1997, que cancela eOsubstitui
conceito de proficiência
a ISO 2631-1:1995reduzida pela
e a ISO 2631-3:1995.
O conceito de proficiência
fadiga foi excluído, reduzida pela fadiga
permanecendo foi os
apenas excluído,
limites permanecendo apenas
para efeitos sobre os limites
a saúde e para
efeitos sobre a saúde e conforto.
conforto.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3 195
166
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO � ETAPA 3
Higiene do Trabalho
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
167
A avaliação do efeito à saúde deve ser feita independentemente para cada
eixo. A análise da vibração deve ser feita considerando-se o maior componente da
aceleração ponderada em frequência medida nos diversos eixos de assento.
Higiene do Trabalho
Quando a vibração em dois ou mais eixos for comparável, o vetor resultante é
algumas vezes utilizado para estimar o risco à saúde. A ponderação em frequência
sentados,
deve com os fatores
ser aplicada de multiplicação
em indivíduos sentados,K, conforme abaixo:de multiplicação K,
com os fatores
conforme abaixo:
• Eixo x - wd, k = 1,4
• Eixo x - wd, k = 1,4
• Eixo y - wd, k = 1,4
• Eixo y - wd, k = 1,4
• Eixo z - wk, k = 1
• Eixo z - wk, k = 1
A ponderação global de todas as acelerações “rms” vetor soma é a seguinte:
A ponderação global de todas as acelerações "rms" vetor soma é a seguinte:
¥Awf = 1,4 (Awdx)2 + 1,4 (Awdx)2 + (Awkz)2
HIGIENE DO TRABALHO
O fator 1,4 multiplicando-se os valores totais de aceleração “rms” ponderada dos eixos x e y
O fator 1,4 multiplicando-se os valores totais de aceleração "rms" ponderada
representa a razão entre os valores de curvas transversais com a longitudinal de igual resposta, para a
dos eixos das
maioria x e faixas
y representa a razão
de resposta entre os valores
da sensibilidade de curvas
humana. transversais
A Comissão com
Europeia a
recomenda que Awf a
partir de 0,5 m/s2 para 8 (oito) horas exige nível de ação.
longitudinal de igual resposta, para a maioria das faixas de resposta da sensibilidade
O valor ponderado single number é uma aproximação do critério de exposição. No entanto, para
humana. A Comissão Europeia recomenda que Awf a partir de 0,5 m/s2 para 8 (oito)
a maioria dos casos práticos, a diferença entre o método ponderado e o detalhado com a análise de
horas exigede
um terço nível de ação.
oitava é pequena.
O valor ponderado single number é uma aproximação do critério de
exposição. No entanto,
Equipamento/local para a maioria dos casos práticos, a diferença entre o
de medição
método ponderado e o detalhado com a análise de um terço de oitava é pequena.
Os equipamentos de medição da vibração geralmente são compostos das seguintes partes: um
transdutor ou pick-up, um dispositivo amplificador (elétrico, mecânico ou ótico) e um indicador ou
registrador de amplitude.
Equipamento/local O equipamento fornecerá a magnitude de uma vibração, isto é, a aceleração
de medição
deve ser expressa por um valor médio da raiz quadrada (rms) em cada eixo x, y e z, valores de pico,
Os equipamentos de medição da vibração geralmente são compostos das
bem como a aceleração resultante nos três eixos.
seguintes partes: um
A vibração transdutor
deverá ou pick-up,
ser avaliada um dispositivo
no seu ponto de entradaamplificador (elétrico,
no corpo humano (ou seja, na superfí-
cie do corpo)
mecânico e nãoenaum
ou ótico) estrutura (porouexemplo,
indicador na estrutura
registrador de umOassento
de amplitude. almofadado), o que pode
equipamento
transformar
fornecerá a vibraçãodeantes
a magnitude uma de atingir oisto
vibração, corpo
é, ahumano.
aceleraçãoAs medições da vibração
deve ser expressa pordevem ser executa-
das tão próximo quanto possível do ponto ou área em que a vibração é transmitida ao corpo.
um valorSemédio da raizestá
um homem quadrada (rms)
de pé num em sobre
piso, cada uma
eixo plataforma,
x, y e z, valores de pico, bem
sem qualquer matéria amortecedora
entre o corpo e a estrutura suporte, então o transdutor de medição deverá ser preso a esta estrutura.
como a aceleração resultante nos três eixos.
Se houver um material
A vibração deverá amortecedor
ser avaliada no entre
seu oponto
corpodee entrada
a estrutura vibratória,
no corpo humanoé permissível
(ou a colocação
de um transdutor rígido (por exemplo, uma folha de metal fina adequadamente perfilada) entre o su-
seja, na superfície do corpo) e não na estrutura (por exemplo, na estrutura de um
jeito e a almofada. Se não for possível medir-se a vibração no ponto de entrada no ser humano desta
assento
forma, almofadado), o que pode
então as características detransformar
transmissãoado vibração
elemento antes de atingir devem
amortecedor o corposer determinadas e
levadas em consideração no calculo real da vibração transmitida ao corpo.
197
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
168
Higiene do Trabalho
Fonte: Google.com
Medidas de controle
o Assentos com suspensão a ar;
o Cabines com suspensão;
o Calibração adequada do pneu;
o Utilização de bancos com descanso para os braços, apoio lombar e ajuste do assento e
do apoio das costas;
o Implantação de programa de supervisão médica.
Vibração localizada
Direção da vibração
As direções da vibração devem ser reportadas às direções de um sistema de coordenadas orto-
gonais, conforme sugerido abaixo:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
169
Higiene do Trabalho
Fonte: Google.com
170
Higiene do Trabalho
o Prosseguindo a exposição, o número de ataques de branqueamento se reduz, sendo subs-
tituído por uma aparência cianótica dos dedos.
o Finalmente, pequenas áreas de necrose da pele aparecem na ponta dos dedos (acrociano-
se).
Aceleração ponderada
A medição da aceleração em bandas de terças de oitavas ou da aceleração ponderada em frequ-
ência equivalente em energia, transmitida às mãos na direção dos três eixos ortogonais definidos pela
norma, deverá ser feita nas frequências variando de 5 a 1500 Hz, a fim de cobrir as bandas de terças
de oitava com frequências centrais de 8 a 1000 Hz.
Assim, a medição da aceleração deve ser avaliada num circuito que esteja em conformidade
com a tabela a seguir:
Limite de tolerância
O limite de tolerância para vibração localizada refere-se a níveis de duração de exposição a com-
ponente de aceleração que representam condições sob as quais se acredita que praticamente todos
os trabalhadores podem ser repetidamente expostos cotidianamente, sem que evoluam para além
do estágio 1 do Sistema de Classificação de Encontro de Estocolmo para Dedos Brancos induzidos por
vibração, também conhecido como fenômeno de Raynaud de origem ocupacional.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
171
Higiene do Trabalho
A ISO 5349 não fixa limite de tolerância expressamente para exposição ocupacional à vibração,
estabelecendo apenas gráfico de percentual de trabalhadores expostos (10 a 50%) que poderão evo-
luir para o estágio 1 de doença de branqueamento dos dedos, dependendo dos anos de exposição e
de aceleração ponderada (aeq), conforme gráfico abaixo:
A American Conference of Industrial Hygienists - ACGIH, com base neste gráfico, definiu os seus
limites de tolerância estabelecendo o tempo diário de exposição em função da aceleração ponderada
(aeq). Analisando esses limites, pressupõe-se que a ACGIH tomou como base o tempo de 5 (cinco)
anos em que 10% dos trabalhadores expostos evoluíram para estágio 1, conforme critério gráfico su-
gerido pelo ISO 5349.
Outros países como a Dinamarca adotam o critério de que 10% (dez por cento) dos trabalhado-
res expostos podem evoluir para o estágio 1 em 10 (dez) anos.
O MTE estabelece que nas perícias visando à caracterização de insalubridade por vibração de-
vem-se seguir as normas da ISO e suas substitutas sem, todavia, definir ou orientar os intérpretes
sobre qual critério a ser adotado. Por outro lado, a NR-9 (Programas de Prevenção de Riscos Ambien-
tais) estabelece que os resultados da avaliação quantitativa devam ser comparados com os limites
recomendados pela ACGIH, quando não houver limites definidos na NR-15 (Atividades e Operações
Insalubres).
Desse modo, considerando-se que os limites da ACGIH foram baseados no gráfico recomendado
pela ISO 5349, e que a NR-15 não definiu o limite expressamente, a nosso ver, o limite da ACGIH é o
que deverá ser adotado para fins de caracterização da insalubridade e aposentadoria especial.
Do ponto de vista prevencionista, no entanto, deverão ser adotados limites mais rigorosos,
como, por exemplo, percentual de 10% (dez por cento) de probabilidade de os trabalhadores expostos
evoluírem para o estágio 1 da doença em 10 (dez) anos.
O limite de tolerância da ACGIH, para a exposição ocupacional à vibração localizada (mão e bra-
ço), da aceleração “rms” ponderada em função da exposição diária obedece à tabela a seguir:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
172
Higiene do Trabalho
(a) O tempo total que a vibração entra na mão por dia, seja continuamente, seja
intermitentemente.
(b) Usualmente, um dos eixos é dominante sobre os demais. Se um ou mais dos
eixos de vibração exceder à exposição total diária, então o TLV estará excedido.
(c) g = 9,81 m/s2.
HIGIENE DO TRABALHO
plificador e indicador
máximo de registrador
de um ponto quede amplitude
esteja ou nível.
em contato com aAsmão
medições
deve sernos 3 eixos Se
registrado. devem
um ser feitas
na superfície das mãos, elástico
elemento nas áreas claramente
está sendo usadorelatadas,
entre aonde
mãoa eenergia entra vibratória
a estrutura no corpo.(por
Se a mão do indivíduo está em contato direto com a superfície vibrante do punho do cabo, o
exemplo, punho almofadado), é permitido o uso de um suporte adequado entre a
transdutor deve ser fixado na estrutura vibratória. Se a magnitude de vibração varia significativamen-
mão e a superfície do material elástico.
te entre diferentes partes do cabo, então o valor máximo de um ponto que esteja em contato com a
A medição
mão deve ser registrado. Seda
umvibração
elemento deve ser realizada
elástico de acordo
está sendo usadocom os a
entre procedimentos e
mão e a estrutura vibra-
tória (por exemplo, punho almofadado),
instrumentação especificados énapermitido
norma ISOo 5349.
uso de uminstrumento
Esse suporte adequado entre a mão e a
deve ser capaz
superfície do material elástico.
de determinar a aceleração "rms" ponderada nos eixos x, y e z em m/s2, sendo a
A medição da vibração
aceleração deve ser
de maior realizadaa de
magnitude acordo
base com os procedimentos
da avaliação ocupacional. O e instrumentação espe-
acelerômetro
cificados na norma ISO 5349. Esse instrumento deve ser capaz de determinar a aceleração “rms” ponde-
deverá ser posicionado no ponto onde a vibração entra na mão (ponto de
rada nos eixos x, y e z em m/s2, sendo a aceleração de maior magnitude a base da avaliação ocupacional.
O acelerômetroacoplamento).
deverá ser posicionado no ponto onde a vibração entra na mão (ponto de acoplamento).
A figura
A figura a seguir, a seguir,
mostra mostra ode
o medidor medidor de vibração
vibração acopladoacoplado a um acelerômetro
a um acelerômetro tri
tri axial.
axial.
Fonte: http://static.wixstatic.com/media/c293ef_345e6f01e536425e-
8208144f2d31d520.jpg_srz_650_249_85_22_0.50_1.20_0.00_jpg_srz 203
173
Higiene do Trabalho
Medidas de Controle Mão e braço
o Usar ferramentas com características antivibratórias;
o Utilizar luvas antivibração;
o Executar práticas adequadas de trabalho que permitam manter as mãos e o corpo do tra-
balhador aquecido, bem como minimizar o acoplamento mecânico entre o trabalhador e a
ferramenta vibratória;
o Implantar programa de supervisão médica.
FRIO
Conceitos Básicos
Equilíbrio homeotérmico
Conforme demonstrado anteriormente no item calor, as trocas térmicas entre o organismo e o
ambiente dependem de: temperatura do ar; velocidade do ar; variação do calor radiante.
Esses fatores influenciam no equilíbrio homeotérmico do corpo, de acordo com a seguinte equação:
M±C±R-E=S
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
174
Higiene do Trabalho
afetar o trabalhador. Dentre eles, destacam-se:
o Enregelamentos dos membros, que poderá levar à gangrena e amputação destes.
o Pés de imersão: quando os trabalhadores permanecem com os pés umedecidos ou imersos
em água fria por longos períodos, produzindo estagnação do sangue, paralisação dos pés e
pernas.
o Ulcerações do frio: feridas, bolhas, rachaduras e necrose, que poderão ocorrer devido à
exposição ao frio intenso.
Além disso, o frio interfere na eficiência do trabalho e incidência de acidentes, além de desen-
cadear inúmeras doenças reumáticas e respiratórias.
Limites de tolerância
Pouco se conhece sobre a quantificação do frio, embora os mesmos fatores ambientais analisa-
dos no estudo do calor influam na intensidade da exposição ao frio. Tem-se construído modelos en-
genhosos que procuram simular o processo que envolve a perda de calor, realizando-se experiências
no interior de câmaras frias.
No entanto, até o presente momento, todos os índices de stress por frio têm limitações, mas em
condições adequadas proporcionam informações úteis, como veremos no item seguinte.
Embora a legislação brasileira não fixe limites de tolerância para exposição ao frio, a American
Conference of Industrial Hygienists - ACGIH estabelece limites para exposição a este agente em função
da velocidade do ar, temperatura de bulbo seco, obtendo-se índice de temperatura equivalente de
resfriamento, valor este que determina o grau de risco da exposição. Além disso, a ACGIH estabelece
alternância trabalho/descanso, num período de 4 (quatro) horas, em função de velocidade do ar, tem-
peratura e tipo de atividades.
Além dos limites estabelecidos pela ACGIH, poderá ser utilizado como parâmetro o quadro abai-
xo, que leva em consideração a temperatura de bulbo seco, zona climática onde atua o trabalhador e
fornece a máxima exposição diária permissível, de acordo com o estabelecido no art. 253 da Consoli-
dação das Leis do Trabalho.
“Art. 253” - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os
que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de uma
hora e quarenta minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de vinte minutos de re-
pouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.
Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que for
inferior, na primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do Trabalho e
Emprego, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas
a 10º (dez graus).
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
175
Higiene do Trabalho
Vestimentas de trabalho
É necessário que o isolamento do corpo pela vestimenta de trabalho seja satisfatório e que a
camada de ar compreendida entre a pele e a roupa elimine parcialmente a transpiração para que haja
uma troca regular de temperatura.
Regime de trabalho
Quando a exposição ao frio é intensa, o trabalhador deve ter em mente que será necessário in-
tercalar períodos de descanso em local termicamente superior ao local frio, de forma que mantenha
uma resposta termorreguladora satisfatória do corpo humano.
Exames médicos
Na seleção de pessoal para execução de trabalhos em locais de frio intenso, devem-se realizar
exames médicos pré-admissionais para se conhecer o histórico ocupacional do indivíduo e souber se
este é portador de diabetes, epilepsia, se é fumante, alcoólatra, se já sofreu lesões por exposição ao
frio, se apresenta problema no sistema circulatório, etc. Tais trabalhadores, em hipótese alguma, de-
verão expor-se a trabalhos sob frio intenso.
Rotineiramente, deverão ser realizados exames médicos periódicos para controle e verificação,
com antecedência, de problemas da exposição ao frio.
Educação e treinamento
Todo trabalhador que for executar atividades sob frio intenso deverá ser instruído sobre os ris-
cos nesta condição, bem como ser treinados quanto ao uso de proteções adequadas (vestimentas,
luvas, etc.) e rotinas de trabalho (tempo/local de trabalho x tempo/local de descanso).
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
176
Higiene do Trabalho
UMIDADE
Conceitos Básicos
A umidade está presente em ambientes que possuem áreas alagadiças, águas represadas, águas
correntes, etc. Perto ou no local das atividades. Antes da terminação do perigo que um ambiente pode
apresentar é preciso efetuar as devidas medições para a comprovação do ambiente úmido.
Efeitos no organismo
A exposição do trabalhador à umidade pode acarretar doenças do aparelho respiratório, quedas,
doenças de pele, doenças circulatórias, entre outras. A temperatura do corpo pode baixar quando um
indivíduo se encontra em condições de umidade e provocar também a hipotermia e o amolecimento
da pele.
Medidas de Controle
Para o controle da exposição do trabalhador à umidade podem ser tomadas medidas de prote-
ção coletiva (como o estudo de modificações no processo do trabalho, colocação de estrados de ma-
deira, ralos para escoamento) e medidas de proteção individual (como o fornecimento do EPI - luvas
de borracha, botas de borracha cano longo, avental).
Limite de tolerância
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcadas, com umidades ex-
cessivas, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em
decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho NR-15 (Atividades e Operações Insa-
lubres), Anexo n°10.
RISCOS QUÍMICOS
Conceitos Básicos
As substâncias químicas fazem parte da natureza, tendo sido extraídas e utilizadas desde os
primórdios da civilização. A convivência com as substâncias químicas nos dias atuais é obrigatória e
permanente sendo importante para os trabalhadores envolvidos em processos produtivos que direta
ou indiretamente utilizem estas substâncias em razão dos danos à saúde e ao ambiente que podem
resultar de sua utilização.
O uso incorreto das substancias químicas pode causar acidentes, doenças e até a morte, pode
ainda causar incêndios e explosões. A Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho - FUNDACENTRO ressalta que acidentes envolvendo produtos químicos podem representar
danos à saúde do trabalhador, custos adicionais para as empresas em termos de perda material, equi-
pamentos e instalações danificadas.
O risco que esta relacionada às substancias químicas deve ser trabalhados nas suas várias di-
mensões entre as quais destacamos: o potencial de dano do produto, as condições ambientais e do
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
177
Higiene do Trabalho
trabalho e o histórico a partir de estudos epidemiológicos e/ou científicos. Os riscos existentes são
complexos e requerem aprofundamento devido às dificuldades de se correlacionar as dimensões re-
feridas, em particular:
As medições atmosféricas de concentrações de produtos em volume apenas expressam
potencialidades de contato e de contaminação, não sendo retrato da realidade.
Há interação entre os agentes químicos e o corpo humano onde as reações adversas ou de
homeostase ocorrem de acordo com padrões em que a variabilidade é dada, como regra,
pela suscetibilidade individual.
É possível estabelecer padrões de reação em relação ao tipo de efeito e órgão-alvo e, quan-
to maior a exposição, maiores os efeitos em termos epidemiológicos.
Entretanto, em termos individuais, a reação é medida por variáveis cíclicas e constantes
relativas ao histórico de vida e patrimônio genético dos indivíduos, e a regra, também aqui,
é sempre a variabilidade.
Os limites de tolerância não são capazes de dar conta destas variações e têm uma margem
de falhas que comprometem seu uso como instrumento para a prevenção de danos à saú-
de.
Estudiosos colocam o reconhecimento e a análise dos riscos químicos como uma atividade prio-
ritária para garantir e qualificar a intervenção na defesa da saúde do trabalhador, afirma que quem
não reconhece não pode avaliar e prevenir o risco. Os trabalhadores são quem melhor conhecem o
ambiente e os riscos a que está submetido, sua participação é fundamental em todas as ações que
envolvam sua saúde.
Fonte: Google.com
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
178
Higiene do Trabalho
Gases
Gases é a denominação dada às substâncias que, em condições normais de temperatura e pres-
são (25 °C e 760 mmHg), estão no estado gasoso. Exemplo: hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.
Como característica os gases tendem a ocupar o ambiente. Os gases são substancia cujas molé-
culas se encontram dispersos pelo ar, tem como característica mobilidade, ou seja, se difundem e tem
como tendência ocupar todo o espaço disponível.
Quando armazenados em cilindros ou reservatórios especiais submetidas a altas pressões e
baixas temperaturas serão liquefeito. Podemos encontrar gases em diversas atividades de trabalho,
como exemplo em processo de solda por acetileno, tubulações de gases existentes nas mais variadas
indústrias.
Vapores
É a fase gasosa de uma substância que em condições normais de temperatura e pressão (25 °C
e 760 mmhg), é líquida ou sólida, ex: vapores de água, vapores de gasolina.
É importante salientar que a concentração de vapores de uma substância, a uma determinada
temperatura, não pode aumentar indefinidamente. Existe um ponto máximo denominado saturação,
a partir do qual qualquer aumento na concentração transformará o vapor em líquido ou sólido.
Existe diferença entre gases e vapores, em relação ao espaço que podem ocupar. Os gases po-
dem ocupar o volume total do ambiente, e chegar à concentração de 100%, os vapores têm sua con-
centração limitada e sua ocupação ocorre em função da pressão de vapor e da temperatura.
Para Higiene do Trabalho as concentrações que interessam são pequenas, situando-se normal-
mente abaixo da concentração de saturação, não se torna necessário distinguir os gases dos vapores,
sendo os dois estudados de uma só vez.
I. Irritantes
São gases e vapores que produzem irritação nos tecidos com os quais entram em contato dire-
to, tais como pele, a conjuntiva ocular e as vias respiratórias.
A irritabilidade das vias respiratórias esta ligada à solubilidade dos gases e vapores, pois elas
são extremamente úmidas. Esse grupo de gases e vapores irritantes divide-se em:
A. Irritantes Primários
Provocam somente irritação local;
Irritantes de ação sobre as vias respiratórias superiores;
Irritantes de ação sobre os brônquios;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
179
Higiene do Trabalho
Irritantes de ação sobre os pulmões;
Irritantes atípicos;
B. Irritantes Secundários
Provocam além da irritação, ação toxica generalizada;
II. Asfixiantes
A principal característica desse tipo de substancias é impedir de alguma forma que o oxigênio
atinja os tecidos. O teor de oxigênio no ar dos ambientes de trabalho deve estar entre os valores de
19,5% e 23,5%. Quando a concentração de oxigênio esta acima de 23,5% apresenta problemas de
inflamação e risco de explosão, ambientes abaixo de 19,5% causam risco à saúde do trabalhador.
A. Asfixiantes Simples
Não são tóxicos, deslocam o oxigênio do ambiente, diminui a concentração.
B. Asfixiantes Químicos
Interferem no mecanismo de troca gasosa, impedindo o aproveitamento de oxigênio, au-
menta a concentração.
III. Anestésicos
O efeito anestésico se deve a ação depressiva sobre o sistema nervoso central. Os gases e vapo-
res anestésicos podem ser divididos pelo seu efeito no organismo humano.
Aerodispersóides
Os aerodispersóides são partículas ou gotículas extremamente pequenas em suspensão na
atmosfera (ambiente de trabalho) e são transportados pela corrente de ar. Quanto maior o tempo que
estas permanecem no ar, maior a possibilidade de serem inaladas pelos trabalhadores. Esse tempo de
permanecia depende do tamanho; peso e velocidade de movimentação do ar.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
180
outras substâncias voláteis.
Fazem parte desse grupo, as fibras que podem ser naturais ou artificiais, e a
fumaça, que é uma mistura de gases de combustão e material proveniente de
Higiene do Trabalho
combustão incompleta.
São caracterizados como poluentes devido as suas características físicas e químicas, que os
fazem nocivos à saúde e bem estar dos seres vivos e ecossistemas. Estas partículas ou gotículas são
geradas pelaoruptura
Poeiramecânica de sólidos ou pelos vapores, decorrentes da evaporação de água, com-
bustíveis e outras substâncias voláteis.
São partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de um sólido, pelo
Fazem parte desse grupo, as fibras que podem ser naturais ou artificiais, e a fumaça, que é uma
mistura de gases
simples de combustão
manuseio e material
(limpeza proveniente de
de bancadas) oucombustão incompleta. de uma operação
em consequência
(trituração,
o Poeira perfuração, polimento).
Nosso
São sistema
partículas sólidas respiratório
produzidas por possui proteçãode contra
ruptura mecânica um sólido,aspelo
poeiras naturais,
simples manu-
seioque
maiores (limpeza de bancadas)
10 µm, mas nãooupossui
em consequência de uma operação
proteção contra menores.(trituração, perfuração,uma
Existe, portanto,
polimento).
faixa de poeiras respiráveis que vai de 0,5 a 10 µm.
Nosso sistema respiratório possui proteção contra as poeiras naturais, maiores que 10 µm,
mas
O não
pó possui
está proteção contrapor
constituído menores. Existe, portanto,
partículas geradasuma faixa de poeiras respiráveis
mecanicamente, ou seja, a
que vai de 0,5 a 10 µm.
poeira e formada quando um material sólido e quebrado, moído ou triturado;
O pó está constituído por partículas geradas mecanicamente, ou seja, a poeira e formada
resultantes de material
quando um operações
sólido etais comomoído
quebrado, moenda, perfuração,
ou triturado; explosões,
resultantes de operaçõeslimpeza
tais
como moenda, perfuração, explosões, limpeza abrasiva, impacto rápido, serviço de lixar,
abrasiva, impacto rápido, serviço de lixar, processos de corte e etc. As poeiras são
processos de corte e etc. As poeiras são provenientes de diversas matérias tais como miné-
provenientes de poeiras
rio, madeira, diversas matérias
de grãos, amiantotais como minério, madeira, poeiras de grãos,
e etc.
amianto e etc.
Fonte: Google.com
181
menores que 0,5 µm e gerados em operações de soldagem, fusão de metais e
outras com aquecimento.
Higiene do Trabalho
A liberação dos fumos ocorre quando um metal ou plástico é fundido
(aquecido), vaporizado e resfriado rapidamente, formando partículas muito finas que
o Fumos
São partículas
ficam suspensas no ar,sólidas resultantes
exemplo da condensação
solda, de vaporesde
fundição, extrusão ou plásticos
reações químicas,
e etc.geral-
mente após a volatilização de metais fundidos. Os fumos são menores que 0,5 µm e gerados
Para
emaoperações
higienedeindustrial, os fumos
soldagem, fusão de metaisde maiorcom
e outras interesse são os metálicos. A
aquecimento.
maioria dos
A liberação
metaisdos
e fumos
seus ocorre quando um
compostos metal ou plástico
utilizados é fundido processo
em qualquer (aquecido), vapori-
industrial
zado e resfriado rapidamente, formando partículas muito finas que ficam suspensas no ar,
apresentam risco.solda,
exemplo Os fundição,
mais importantes são oe etc.
extrusão de plásticos chumbo, mercúrio, arsênio, cromo,
Para
manganês e aseus
higienecompostos.
industrial, os fumos de maior
Entre interessemetálicos
os fumos são os metálicos.
de Amaior
maioria toxicidade,
dos me-
tais e seus compostos utilizados em qualquer processo industrial apresentam risco. Os mais
destaca-seimportantes
o chumbo, sãoque causamercúrio,
o chumbo, a doença ocupacional
arsênio, conhecida
cromo, manganês como saturnismo
e seus compostos. Entre
os fumos metálicos de maior toxicidade, destaca-se o chumbo, que causa a doença ocupa-
ou plumbismo.
cional conhecida como saturnismo ou plumbismo.
Fonte: google.com
o Névoas
São partículas líquidas geradas por ruptura mecânica, maiores que 0,5 µm.
o Névoas
em
Ocorrem São operações
partículas líquidas geradas por ruptura
de pulverização mecânica, maiores que 0,5 µm. Ocorrem em
de líquidos.
operações de pulverização de líquidos.
Como exemplo a pintura a spray (névoa de tinta), processos que utilizem óleo
Como exemplo a pintura a spray (névoa de tinta), processos que utilizem óleo de corte
(névoa dede
de corte (névoa óleo), na aplicação
óleo), de agrotóxicos
na aplicação por nebulizaçãopor
de agrotóxicos e etc. As partículas líquidas
nebulização e etc. As
contêm o agente ativo que normalmente e pouco volátil acompanhado do liquido utilizado
partículas como
líquidas
veículo contêm o normalmente
de dispersão, agente ativo quepodendo
água, mas, normalmente e pouco
ser outro, como querosene.volátil
Processo de pintura a revolver gera uma névoa de tinta.
acompanhado do liquido utilizado como veículo de dispersão, normalmente água,
mas, podendo ser outro, como querosene. Processo de pintura a revolver gera uma
névoa de tinta.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
182
o Neblinas
Fonte: google.com
TRABALHO
Sãoo partículas
Neblinaslíquidas geradas por condensação de vapores de substancias
TRABALHO
liquidas a São
temperaturas
partículasnormais, sendo menores
líquidas geradas que 0,5. de vapores de substancias
por condensação
o Neblinas
Na indústria,
liquidas a ocorrência
a temperaturas dasendo
normais, neblina de um que
menores agente
0,5.químico é muito rara, pois
a condensação
São partículasdolíquidas
vapor geradas
no ar sópor condensação
pode acontecer de vapores de fica
substancias liquidas a tem-
Na indústria, a ocorrência da neblina de umquando este
agente químico é muito
muito saturado
rara, pois
peraturas normais, sendo menores que 0,5.
DODO
peloa condensação
vapor de umdolíquido,
vapor noseguindo-se de diminuição
ar só pode acontecer quandoda temperatura
este do ar,
fica muito saturado
Na indústria, a ocorrência da neblina de um agente químico é muito rara, pois a condensa-
HIGIENE
provocando
ção a condensação
pelodovapor
vapor de
no um do excesso
ar sólíquido,
pode dequando
acontecer vapor
seguindo-se de presente.
diminuição
este da saturado
fica muito temperatura
pelo do ar, de um
vapor
HIGIENE
líquido, seguindo-se
provocando de diminuição
a condensação da temperatura
do excesso do ar, provocando a condensação do
de vapor presente.
excesso de vapor presente.
Fonte: google.com
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
183
215
215
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO � ETAPA 3
Higiene do Trabalho
o Fibras
São partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólido, que se diferenciam das
poeiras por terem forma alongada, com um comprimento de 3 a 5 vezes superior ao seu
diâmetro.
Para melhor entendimento classifica as fibras em:
• Animal: lã, seda, pelo;
• Vegetal: algodão, linho, cânhamo;
• Mineral: asbestos, vidros e cerâmica.
Deve-se salientar que essa classificação é apenas para facilitara compreensão, pois, do ponto
de vista da Higiene, não é muito significativa à maneira como as partículas são originadas para fins de
avaliação e controle.
Classificação quanto ao efeito no organismo
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química – ABIQUIM existem mais de 23 milhões de
substâncias químicas conhecidas, das quais cerca de 200 mil são usadas mundialmente. Estas substân-
cias são principalmente encontradas como misturas em produtos comerciais.
As substâncias químicas podem ser classificadas de acordo com o efeito causado no organismo
humano são eles:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
184
Higiene do Trabalho
Os riscos apresentados pelos produtos químicos dependem de sua reatividade. Não é possível
estabelecer uma regra geral que garanta a segurança no manuseio de todas as substâncias químicas.
É necessária uma avaliação considerando não só as características físicas e químicas, a reativi-
dade e a toxicidade, como também as condições de manipulação, as possibilidades de exposição do
trabalhador e as vias de penetração no organismo. Além da disposição final do produto químico, sob
a forma de resíduo, e os impactos que pode causar no meio ambiente.
Os produtos químicos podem reagir de forma violenta com outra substância química, produzin-
do fenômenos físicos tais como calor, combustão e/ou explosão, ou então, produzindo uma substân-
cia tóxica.
Na avaliação dos riscos devidos à natureza física, devemos considerar os parâmetros de difusão
(pressão saturada de vapor e densidade de vapor) e os parâmetros de inflamabilidade (limites de
explosividade, ponto de fulgor e ponto de autoignição). Para prevenir os riscos devido à natureza quí-
mica dos produtos, devemos conhecer a lista de substâncias químicas incompatíveis de uso corrente
em laboratórios a fim de observar cuidados na estocagem, manipulação e descarte, esta informação
deverá estar na Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico – FISPQ do produto ou for-
necida pelo fabricante.
A toxicidade é a capacidade inerente de uma substância em produzir efeitos nocivos num orga-
nismo vivo ou ecossistema. O risco tóxico é a probabilidade que o efeito tóxico, ocorra em função das
condições de utilização da substância.
Estes riscos tóxicos dependem de algumas variáveis: propriedades físico-químicas, via de pe-
netração no organismo, dose, alvos biológicos, capacidade metabólica de eliminação e efeitos com
outros agressores de natureza diversa física, química ou psíquica. As substâncias químicas podem
provocar: danos à saúde; risco de incêndio e explosão; danos ao meio ambiente.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
185
Higiene do Trabalho
Inflamáveis; Quatro condições são necessárias para Lesões; Explosões em silos de farinhas;
Explosivos; que ocorra aparecimento do fogo: calor, Queimaduras; Incêndio em material combustível
Combustíveis; combustível, comburente e condições Intoxicações devido tipo plástico com liberação de
Peroxidáveis (podem se apropriadas; aos produtos de HCN, HCl, CO;
transformar em peróxido Fontes de calor: decomposição; Queima de material com liberação
e explodir); Faísca; Tonturas; de HCl, fosgêio.
Produto químico em pó Chama; Desmaios; Manuseio de substancias
finamente dividido; Ponta de cigarro; Morte. peroxidáveis, armazenadas
Produto químico Sobrecarga elétrica; durante longo tempo;
nebulizado (spray) Carga eletrostática, etc. Manutenção com soldagem, feita
Material combustível: em tanque de combustível
Inflamáveis e/ou explosivos; contendo resíduo de produto;
Combustíveis; Produção de fogos de artifício, de
Substâncias peroxidáveis; forma não apropriada.
Comburente:
Oxigênio.
Condições favoráveis: fonte de calor na
presença de substância inflamável, no
ar, dentro de sua faixa de
inflamabilidade.
DANOS AO MEIO AMBIENTE
Exemplos de situações de
Tipo de agente químico Condições Danos
exposição
Praticamente todas as Descarte não apropriado; Os danos podem ocorrer Derramamento de petróleo
substâncias químicas podem vir Acidente de transporte; tanto na população no mar;
a provocar danos ao meio Derramamentos acidentais; humana, quanto em Descarte de resíduos
ambiente, quando presentes em Acidentes ampliados, que animais, plantas e inclusive industriais em rios que
concentrações acima dos níveis extrapolam os muros da ao patrimônio. Estes danos abastecem reservatórios de
aceitáveis, que alias, estão se empresa; podem ser lesões leves até água;
tornando mais baixos, para um Vazamentos, muitas vezes não mortes e extinção de Emissão de efluentes
grande numero de substâncias. percebidos; espécies animais e gasosas através de
Atenção especial deve ser dada Armazenamento fora das vegetais. chaminés ou outros sistemas
aos poluentes orgânicos condições de segurança, tanto Os danos causados por de escape de resíduos
persistentes que além de serem em relação à quantidade acidentes que ultrapassam gasosos ou particulados em
persistentes, isto é, demoram a armazenada quanto em os muros da empresa são indústrias;
se decompor, são voláteis e por relação às condições físicas do chamados de acidentes Escapamento de veículos.
isso se distribuem por todo o armazém. ampliados.
planeta.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
186
218
Higiene do Trabalho
Parâmetros dos Aerodispersóides
Particulados é a fração de partículas do ar inspirado que é retida no trato respiratório. O local de
deposição depende de vários fatores: propriedades aerodinâmicas das partículas; tamanho e forma
do canal respiratório; padrão respiratório e quantidade de ar inspirado.
o Partícula respirável
São as partículas que conseguem penetrar na região de troca de gases do pulmão. Esse tipo de
particulado é o de maior risco, pois pode alcançar os alvéolos pulmonares.
o Partícula inalável
São as partículas que ficam depositadas em qualquer lugar do trato respiratório. A ACGIH reco-
menda o limite de tolerância de 10mg/m3 de partículas inaláveis.
Particulado torácico
São partículas que oferecem risco quando depositadas em qualquer lugar no interior das vias
aéreas dos pulmões e da região de troca de gases.
o Particulado total
É todo o material em suspensão no ar, independente do tamanho das partículas. A NR-15 (Ativi-
dades e Operações Insalubres) estabelece o limite para sílica livre cristalizada e para particulados total
e respirável. A ACGIH recomenda o limite de tolerância de poeira total, para vários tipos de poeira,
embora haja uma tendência de fixar todos os limites para fração respirável, inalável ou torácica.
187
Higiene do Trabalho
No trabalho, a forma com que mais frequente da substância penetra no corpo é pela respiração.
O ar entra pelo nosso nariz e junto com ele podem vir às várias substâncias químicas. Algumas pode-
rão provocar irritação logo no nariz e na garganta, outras provocam dor e pressão no peito e outras
podem ir até o pulmão.
As substâncias que chegam ao pulmão podem causar problemas no local onde elas ficam como
é o caso da sílica e do amianto que provocam a silicose e a asbestose que são doenças pulmonares gra-
ves. Outras substâncias que vão até o pulmão, podem ou não provocar algum problema, mas também
podem passam para o sangue e são levadas para outras partes do corpo. É o caso do benzeno, por
exemplo. Quando nós respiramos benzeno, ele chega até o pulmão, passa para o sangue que carrega
este produto químico até a nossa medula óssea, que é o lugar onde nosso sangue é produzido. Aí pode
provocar vários tipos de danos.
Os gases e vapores são facilmente inalados, porém, a inalação de partículas depende de seu
tamanho e forma. Quanto menor a partícula mais profundamente penetra no trato respiratório. Con-
tudo, os danos que as substâncias poderão causar vão depender do tipo de substância que estamos
respirando.
Outro meio de absorção é pela pele. A pele forma uma camada protetora contra agentes tó-
xicos e é relativamente impermeável a vários compostos. Entretanto muitos agentes químicos são
prontamente absorvidos. Neste caso, o dano vai depender do tipo de substância.
Na pele, o produto pode agir de duas formas: direto na pele ou penetrando nela. Se a substân-
cia for corrosiva ela pode provocar queimadura direto na pele. Algumas substâncias também podem
provocar reação alérgica e a pele fica com vários ferimento podendo inchar. Outras substâncias têm
a capacidade de penetrar na pele, neste caso ela entra na corrente sanguínea e o sangue a leva para
outras partes do corpo do mesmo jeito que na respiração.
A substância química também pode penetrar no nosso corpo pela forma digestiva. Em geral isto
ocorre acidentalmente, por contaminação quando se tem o hábito de se alimentar e fumar no am-
biente de trabalho ou devido a formas inadequadas de trabalho.
Algumas substâncias vão ser levadas, pelo sangue, para outras partes do corpo. Por isso que
depois que tomamos alguma bebida alcoólica, depois de algum tempo, ela é absorvida, o sangue car-
rega o álcool até o nosso sistema nervoso e ficamos com os sintomas de bebedeira: tontura, euforia,
mudança de personalidade e muitas vezes uma grande dor de cabeça.
A ingestão de substâncias químicas pela boca pode provocar queimadura ou irritação já na boca,
ou no caminho entre a boca e o estômago.
Danos ao trabalhador
A ação da substância no corpo vai depender muito das suas características físico-químicas.
Se a substância for, por exemplo, um ácido forte, como o ácido muriático usado para limpar
restos de cimento quando se faz uma aplicação de cerâmica, podem ocorrer queimaduras na pele, se
tiver contato do ácido com a mão ou outra parte do corpo, ou até queimaduras no nariz e na garganta,
se respirarmos o gás que sai do frasco.
Outro exemplo da exposição a substâncias químicas. Quando nós usamos uma tinta com solven-
te, se nós respirarmos este vapor que sai da tinta, nós poderemos ter dor de cabeça, tontura, enjoo,
poderemos sentir dificuldade para dormir, fraqueza, e com o tempo poderemos ter perda de memória
e outros sintomas que podem ser devido ao solvente.
Existem algumas doenças que devido ao trabalho sem cuidado com produto químico, que às ve-
zes só aparecem depois de muitos anos de trabalho. Nestes casos podem aparecer problemas na pele,
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
188
Higiene do Trabalho
no estômago, rins, fígado, no sangue. Alguns destes problemas, quando descobertos pelos médicos
em tempo, podem ser curados, às vezes, com medicamentos, e outras com simples afastamento do
trabalhador do contato com a substância.
Já é sabido que mesmo no caso das doenças que podem ser curadas com medicamentos,
torna-se necessário a retirada do trabalhador para que não fique mais exposto ou em ambiente con-
taminado, podendo adquirir novamente a doença, normalmente mais rápido e grave que a anterior.
O diagnóstico nem sempre é fácil, descobrir que uma doença esta relacionada a um deter-
minado produto químico. Isto porque o que o trabalhador sente são dores e queixas que podem ter
outras causas e que podem atrapalhar no ato do diagnóstico.
Segundo estatísticas do Ministério da Saúde, entre as atividades que, sem serem propriamen-
te químicas, registraram nos últimos anos um aumento mais significativo da utilização de agentes
químicos, destacarão:
Unidades de Medida
Os limites de tolerância para exposição à poeira, exceto asbestos, são expressos em mg/m3, isto
é, a massa retirada do filtro dividida pelo volume amostrado. Assim sendo, na avaliação quantitativa,
temos de determinar esses parâmetros.
o Concentração
A concentração de agente químico em mg/m3 é obtida pela seguinte fórmula:
C=M/V
o Vazão
É o volume de ar, em litros, que passa através do dispositivo de coleta por minuto. A vazão de
coleta de um determinado agente químico e dado pela fórmula:
Q=V/T
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
189
Higiene do Trabalho
Onde: V = volume de ar e contaminante coletado; T = Tempo de coleta em minutos.
ͳݔǤͲͲͲǤͲͲͲ
ͳݔǤͲͲͲǤͲͲͲ ͲͲͳݔ݉
ͲͲͳݔ݉
݉ൌൌ
݉ ݁݁ൌൌ
ͳͲͲ
ͳͲͲ ͳǤͲͲͲǤͲͲͲ
ͳǤͲͲͲǤͲͲͲ
Já paraJáconversão
Jápara de PPM
paraconversão
conversão deou
de % para
PPM
PPM ou%
ou %mg/m3, ou 3vice
paramg/m
para mg/m 3
ouversa,
, ,ou comocomo
viceversa,
vice versa, a relação
como é deéémassa por
aarelação
relação
volume,deadota-se:
de massapor
massa porvolume,
volume,adota-se:
adota-se:
ʹͶǡͶͷݔ ݉݃ΤΤ݉͵
ʹͶǡͶͷ݃݉ݔ ݉͵ ܯܲݔ݉
ܯܲݔ݉
݉ൌൌ
݉ ݉݃ΤΤ݉͵
݁݁݉݃ ݉͵ൌൌ
ܲܯ
ܲܯ ʹͶǡͶͷ
ʹͶǡͶͷ
Onde: PM==peso
Onde:PM pesomolecular
molecular
Onde: PM = peso molecular
¾¾Brief
Brief
Brief&&&Scala
Scala
Scala
A adoçãoAAdos limites
adoção
adoção de tolerância
dos
dos deda
limites de
limites Americanda
tolerância
tolerância Conference
da AmericanofConference
American Industrial Hygienists
Conference - ACGIH deve
of Industrial
of Industrial
ser corrigida através da fórmula Brief & Scala, uma vez que a jornada de trabalho no Brasil é de oito
Hygienists--ACGIH
Hygienists ACGIHdeve
deveser
sercorrigida
corrigidaatravés
atravésda
dafórmula
fórmulaBrief
Brief&&Scala,
Scala,uma
umavezvezque
que
horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, enquanto os limites da ACGIH são para jornada de
aa jornada
jornada de
de trabalho
trabalho no
no Brasil
Brasil éé de
de oito
oito horas
horas diárias
diárias ee quarenta
quarenta ee quatro
quatro horas
horas
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
semanais, enquanto
semanais, enquanto os
os limites
limites da
da ACGIH
ACGIH são
são para
para jornada
jornada de
de oito
oito horas
horas por
por dia
dia ee
190
quarentahoras
quarenta horassemanais.
semanais.OOfator
fatorde
deredução
reduçãodo
dolimite
limitede
detolerância
tolerânciaBrief
Brief&&Scala
Scalaéé
ooseguinte:
seguinte:
FR==(40
FR (40/ /h)
h)xx[(168
[(168––h)
h)/128]
/128]
Higiene do Trabalho
oito horas por dia e quarenta horas semanais. O fator de redução do limite de tolerância Brief & Scala
é o seguinte:
FR = (40 / h) x [(168 – h) /128]
Limites de tolerância
A NR-15 (Atividades e Operações Insalubres) Anexo n°11 estabelece critérios para a caracte-
rização de insalubridade e fixa limites de tolerância para alguns tipos de particulados. Outros tipos,
também prejudiciais à saúde, foram relacionados no Anexo n°13 da referida norma como avaliação
qualitativa, ou seja, a possível insalubridade deverá ser verificada através de inspeção no local. Além
disso, vários particulados importantes do ponto de vista ocupacional foram omitidos, tanto na fixação
de limite como na avaliação qualitativa.
Convém ressaltar que, os limites adotados pela NR-15, foram baseados naqueles recomendados
pela ACGIH. Conforme comentado anteriormente, a NR-15 não estabelece limites de tolerância para
vários tipos de agentes químicos, omitindo importantes substancias do ponto de vista ocupacional,
como por exemplo, algodão e madeira.
De forma que preencha essa lacuna, a NR-9 (Programas de Prevenção de Riscos Ambientais) dis-
põe: “quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem
os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes os valores limites de exposição ocupa-
cional adotados pela ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Higyenists, ou aqueles
que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que
os critérios técnico-legais estabelecidos;
Convém ressaltar, no entanto, que os limites da ACGIH deverão sofrer correção em função da
jornada de trabalho, conforme comentado anteriormente (Brif & Scala). Assim, por exemplo, o ácido
nítrico não possui limite estabelecido no Anexo n°11 da NR-15, podendo-se utilizar o limite da ACGIH
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
191
Higiene do Trabalho
que é de 2,0 ppm, multiplicado por 0,88 (fator de correção), obtendo-se, então, o valor de 1,76 ppm
limite de tolerância para as 44 horas semanais.
Valor Maximo
É obtido através da equação:
VM = LT x FD
Medidas de Controle
As medidas de controle da exposição aos particulados são: medidas relativas ao ambiente; me-
didas relativas ao homem.
192
Higiene do Trabalho
operação.
A adoção desse processo implica em diminuir o número de trabalhadores expostos aos riscos,
sem, contudo, deixar de levar-se em conta que os trabalhadores expostos ao risco deverão necessa-
riamente fazer uso de medidas de proteção individual.
A segregação pode ser feita no ESPAÇO ou no TEMPO: segregação no espaço consiste em isolar
o processo a distância; enquanto segregação no tempo significa executar uma tarefa fora do horário
normal, reduzindo igualmente o número de trabalhadores expostos.
Como exemplos têm: jateamento de areia fora da área produtiva (segregação no espaço de
serviços de manutenção); e reparo de alto risco realizado fora da jornada de trabalho convencional
(segregação no tempo).
• Umidificação
É a medida mais antiga utilizada no controle da poeira. A eficiência da umidificação de poeira de-
pende de dois fatores: do umedecimento da poeira e de sua adequada disposição depois de molhada.
Como aplicações clássicas desse método, podemos citar a utilização de água nas operações de
perfuração em minas e a aspersão de água sobre as mandíbulas de britadores, etc.
• Ordem e limpeza
A ordem e a limpeza constituem medidas eficazes no controle da exposição à poeira, pois os
restos de materiais acumulados em máquina, bancada ou piso podem espalhar a poeira no ar.
Uma boa ordem e limpeza significam limpeza dos pisos, das máquinas e de quaisquer superfícies
horizontais; previsão de depósitos para materiais nocivos e de métodos adequados a seu transporte e
emprego; disposição das operações de modo que limite o número de operários expostos ao risco, etc.
Os métodos de limpeza também podem gerar poeira. Assim sendo, deve-se evitar o uso de
vassoura, escova ou ar comprimido, pois estes processos provocam a emanação de poeira e, muitas
vezes, são responsáveis exclusivos pela exposição do trabalhador a esse agente. Portanto, a limpeza
por meio de umidificação ou por aspiração são os métodos recomendados.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
193
Higiene do Trabalho
o Medidas relativas ao homem
• Limitação do tempo de exposição
A redução dos períodos de trabalho é uma importante medida de controle, quando todas as
outras medidas possíveis forem impraticáveis ou insuficientes no controle de um agente. Assim, a
limitação da exposição ao risco, dentro de critérios técnicos bem definidos, pode tornar-se a solução
mais efetiva e econômica.
• Educação e treinamento
A conscientização do trabalhador quanto aos riscos inerentes às operações, riscos ambientais e
formas operacionais adequadas que garantam a efetividade das medidas de controle adotadas, além
do treinamento em procedimentos de emergência e noções de primeiros socorros, deverão ter lugar
sempre, independentemente da utilização de outras medidas de controle, servindo-lhes como impor-
tante complemento.
• Controle médico
Os exames médicos pré-admissionais e periódicos devem ser feitos como forma de controle da
saúde geral dos trabalhadores, de detecção de fatores predisponentes às doenças profissionais, assim
como para avaliação da efetividade dos métodos de controle empregados.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
194
Higiene do Trabalho
AGENTES BIOLÓGICOS
Conceitos Básicos
Agentes Biológicos são microrganismos que, em contato com o homem podem provocar inúme-
ras doenças. De acordo com a NR-9 são considerados como agentes biológicos as bactérias, fungos,
bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. Entram nesta classificação também os animais
peçonhentos tais como os escorpiões, as aranhas, insetos e ofídios.
As três principais categorias de agentes biológicos das quais vamos cobrir exemplos são bacté-
rias, vírus e fungos.
Bactérias
Organismos microscópicos unicelulares que vivem no solo, água e ar. Há muitos milhares de ti-
pos diferentes de bactérias, muitos são inofensivos, ou até mesmo benéficos, mas algumas bactérias
são patogênica, isto é, causam doenças. Exemplos de doenças causadas por bactérias incluem doença
dos legionários, vários tipos de intoxicação alimentar (salmonela, por exemplo) e antraz. Os antibióti-
cos são usados para tratar infecções bacterianas.
Fungos
Plantas simples sem clorofila e estruturas da planta normal (por exemplo, as folhas, caules,
etc.). Fungos incluem leveduras, mofos e cogumelos.
Vírus
Minúsculos organismos parasitas que só podem se reproduzir dentro de células vivas. Eles con-
sistem de ácidos nucléicos (RNA ou DNA) com um revestimento de proteína. Os maiores vírus conhe-
cidos são aproximadamente 1000 vezes menores do que uma bactéria média. Os vírus causam muitas
doenças, incluindo o resfriado comum, gripe, sarampo, raiva, hepatite e AIDS. Os antibióticos são
ineficazes contra os vírus, mas muitas doenças virais são controladas por vacinas.
Os agentes biológicos sejam bactérias, vírus ou fungos têm a capacidade de se reproduzir rapi-
damente nas condições adequadas. Isto significa que o foco no controle não é apenas evitar o contato
com o agente, mas também garantir que as condições favoráveis para o crescimento do organismo
sejam evitadas.
Efeitos no organismo
Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais agentes. É o caso das indústrias de
alimentação, hospitais, limpeza pública (coleta de lixo), laboratórios etc.
Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microrganismos incluem se: TUBERCU-
LOSE, BRUCELOSE, MALÁRIA, FEBRE AMARELA etc.
Para que estas doenças possam ser consideradas DOENÇAS PROFISSIONAIS são necessárias que
haja exposição do funcionário a estes microrganismos.
A resposta de cada indivíduo à exposição a micro-organismos depende de seu estado de imuni-
dade, ou seja, o poder do indivíduo para resistir à doença. Há muitos fatores envolvidos na imunida-
de, incluindo: se o indivíduo já passou por uma determinada doença; níveis de imunização; resistência
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
195
Higiene do Trabalho
individual; fadiga; idade.
LIMITE DE TOLERÂNCIA
A NR-15 (Atividades e Operações Insalubres) Anexo nº14 – Agentes Biológicos relaciona as ativi-
dades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
196
Higiene do Trabalho
o Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados ao
atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com
tais animais);
o Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros pro-
dutos;
o Laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao pessoal técnico);
o Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se somente ao pes-
soal técnico);
o Cemitérios (exumação de corpos);
o Estábulos e cavalariças; e
o Resíduos de animais deteriorados.
Medidas preventivas:
São necessários que sejam tomadas medidas preventivas para que as condições de higiene e
segurança nos diversos setores de trabalho sejam adequadas.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
197
Higiene do Trabalho
controlada dentro de um edifício. O estabelecimento tem ventilação controlada mantendo-
-a sob pressão negativa. Todas as atividades são realizadas em cabines de segurança bioló-
gica classe III, ou cabines de segurança biológica classe II usadas com uma veste pessoal de
pressão positivas de peça única ventilada por um sistema de suporte da vida.
Para que uma substância seja nociva ao homem é necessário que ela entre em contato com seu
corpo. Existem diferentes vias de penetração no organismo humano com relação à ação dos agentes
biológicos: cutânea (através da pele), digestiva (ingestão de alimentos) e respiratória (aspiração de ar
contaminado).
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
198
Higiene do Trabalho
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, quí-
micos e físicos. São Paulo: Senac, 2006.
SALIBA, Tuffi Messias. Curso básico de segurança e higiene ocupacional. 2. ed. São Paulo: LTr, 2008.
CARDOSO, Joseanne Resende. Exposição ocupacional ao calor: estudo de caso em indústria siderúr-
gica com pedreiro refratarista. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia de Segurança Do
Trabalho.
OLIVEIRA NETTO, Alvim Antônio de. Metodologia da pesquisa científica: guia prático para a apresen-
tação de trabalhos acadêmicos. Colaboração de Carina de Melo. 2. ed. rev. atual. Florianópolis: Visual
Books, 2006.
MARANO, Vicente Pedro. Doenças Ocupacionais. 2. ed. São Paulo: LTR, 2007.
PEREIRA, Fernandes José; FILHO, Orlando Castello. Manual prático: como elaborar uma perícia téc-
nica de insalubridade, de periculosidade, de nexo causal das doenças ocupacionais e das condições
geradoras do acidente do trabalho. 3. ed. São Paulo: LTr, 2009.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Introdução a Higiene Ocupacional. São Paulo: FUNDACEN-
TRO, 2004.
BRASIL. Manual de Legislação. Segurança e Medicina do Trabalho. 57. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
199
Curso Técnico em
Segurança do Trabalho
Etapa 3
SEGURANÇA DO
TRABALHO
Segurança do Trabalho
SUMÁRIO
202
Segurança do Trabalho
Existem similaridades entre o PPRA e o PGR? ............................................................229
Qual a similaridade possível de ser apontada entre o PGR e o PPRA? .......................229
Quem é o profissional que deve assinar o PGR? ........................................................230
Qual o prazo de reavaliação e guarda do PGR? ..........................................................230
Quais os riscos de acidentes no trabalho de mineração?............................................230
Quais são os riscos ambientais no trabalho de mineração? .......................................231
Quais os fatores potenciais de risco envolvendo a organização do trabalho? ...........232
Quais são os direitos dos trabalhadores? ...................................................................232
Quais os cuidados a serem tomados no transporte em minas a céu aberto? ............232
Quais são os cuidados com as vias de circulação em ferrovias? ................................233
Quais são os cuidados com transportadores rotativos? .............................................233
O que significa profissional habilitado segundo o item 22.11.1 da NR22? ................233
Comentários ...............................................................................................................235
Programa de Proteção Respiratória (PPR) ................................................................. 237
Instrução Normativa SSST/MTB Nº 1, de 11 de abril de 1994 ....................................237
Programa de Conservação Auditiva – PCA. ............................................................... 241
PORTARIA N.º 19, DE 9 DE ABRIL DE 1998 (D.O.U. de 22/04/98 –
Seção 1 – págs. 64 a 66) ...........................................................................................242
Referencias bibliográficas ...........................................................................................251
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
203
Segurança do Trabalho
O acidente é, por definição, um evento negativo e indesejado do qual resulta uma lesão pessoal
ou dano material. Essa lesão pode ser imediata (lesão traumática) ou mediata (doença profissional).
Assim, caracteriza-se a lesão quando a integridade física ou a saúde são atingidas. O acidente, entre-
tanto, caracteriza-se pela existência do risco.
Acidente do trabalho é aquele que ocorre durante o exercício do trabalho, no trajeto para o
mesmo ou na volta para o lar, provocando lesão física, perturbação emocional ou redução da capaci-
dade de trabalho temporária ou permanente.
Para evitar acidentes é necessário que todos os colaboradores estejam atentos a Segurança do
Trabalho.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas- ABNT apresenta a seguinte definição para o aciden-
te do trabalho: “ACIDENTE DO TRABALHO (ou, simplesmente, ACIDENTE) é a ocorrência imprevista e
indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, que provoca lesão pessoal
ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa lesão” (NBR 14280/99, Cadastro de Acidentes do
Trabalho - Procedimento e Classificação.).
Muitas vezes o acidente parece ocorrer sem ocasionar lesão ou danos, o que, a princípio poderia
contradizer a definição acima apresentada. Alguns autores chamam esses acidentes de incidentes ou
de “quase acidentes”. Outros autores, preservando a definição, os chamam de “acidentes sem lesão
ou danos visíveis”. Nesse caso o prejuízo (dano) material pode ser até mesmo a perda de tempo asso-
ciada ao acidente.
Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercí-
cio do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso
VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
- 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção
e segurança da saúde do trabalhador.
- 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas
de segurança e higiene do trabalho.
- 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a
executar e do produto a manipular.
- 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades
representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos
anteriores, conforme dispuser o Regulamento.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes enti-
dades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do tra-
balho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério
do Trabalho e da Previdência Social;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
204
Segurança do Trabalho
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condi-
ções especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação
mencionada no inciso I.
- 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se de
senvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto
deter minado pela natureza do trabalho.
- 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos
incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se
relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou
produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou pro-
porcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta den-
tro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio
de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
205
Segurança do Trabalho
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
- 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exer-
cício do trabalho.
- 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resul-
tante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
206
Segurança do Trabalho
pós este período, o segurado deverá ser encaminhado à perícia médica da Previdência Social
para requerimento do auxílio-doença acidentário – espécie 91. No caso de trabalhador avulso e segu-
rado especial, o auxílio-doença acidentário é pago a partir da data do acidente.
Incapacidade Permanente – Refere-se aos segurados que ficaram permanentemente incapa-
citados para o exercício laboral. A incapacidade permanente pode ser de dois tipos: parcial e total.
Entende-se por incapacidade permanente parcial o fato do acidentado em exercício laboral, após o
devido tratamento psicofísico-social, apresentar sequela definitiva que implique em redução da ca-
pacidade. Esta informação é captada a partir da concessão do benefício auxílio-acidente por acidente
do trabalho, espécie 94. O outro tipo ocorre quando o acidentado em exercício laboral apresentar
incapacidade permanente e total para o exercício de qualquer atividade laborativa. Esta informação
é captada a partir da concessão do benefício aposentadoria por invalidez por acidente do trabalho,
espécie 92.
Óbitos – Corresponde a quantidade de segurados que faleceram em função do acidente do
trabalho.
A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou doença profis-
sional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de omissão.
Para serem caracterizados na forma de Lei, os acidentes de trabalho devem ser comunicados
pelos acidentados e registrados pelas instituições empregadoras.
Cada Instituição deverá preencher a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), adotada de
acordo com o vínculo empregatício pré-estabelecido no ato do contrato de trabalho.
É obrigação da empresa emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), sempre que ocor-
rer acidente de trabalho ou doença ocupacional, haja ou não afastamento do trabalho (Art. 139 da Lei
8213 – Consolidação das Leis do Trabalho - CLT).
Para o profissional contratado pelo Regime Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT segue o
preconizado pelas Consolidações Trabalhistas que atualmente é feita via Internet pelo empregador
diretamente para o INSS.
Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) e doenças ocupacionais para profissionais da Se-
cretaria Municipal da Saúde.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
207
Segurança do Trabalho
Deverão ser comunicadas ao INSS, mediante formulário “Comunicação de
Acidente do Trabalho – CAT”, as seguintes ocorrências:
A comunicação será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT, preenchido em seis vias,
A comunicação
com a seguinte destinação: será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT, preenchido
em seis vias, com a seguinte destinação:
1ª via – ao INSS;
1ª via – ao INSS;
2ª via – à empresa;
2ª via – à empresa;
3ª via – ao segurado ou dependente;
3ª via – ao segurado ou dependente;
4ª via – ao sindicato de classe do trabalhador;
4ª via – ao sindicato de classe do trabalhador;
5ª via – ao Sistema Único de Saúde – SUS;
5ª via – ao Sistema Único de Saúde – SUS;
6ª via – à Delegacia Regional do Trabalho.
6ª via – à Delegacia Regional do Trabalho.
A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a este comunicar ao segu-
rado ou seusAdependentes
entrega dasem qual
vias daAgência da Previdência
CAT compete Socialda
ao emitente foi mesma,
registradacabendo
a CAT. a este
Tratando-se
comunicar de ao
trabalhador
segurado temporário, a comunicação
ou seus dependentes será feita
em qual pelada
Agência empresa de trabalho
Previdência
temporário.
Social foi registrada a CAT.
No caso do trabalhador avulso, a responsabilidade pelo preenchimento e encaminhamento da
CAT é do Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMO e, na falta deste, do sindicato da categoria. Compete
Tratando-se de trabalhador temporário, a comunicação será feita pela empresa de
ao OGMO ou seu sindicato preencher e assinar a CAT.
trabalho
No caso temporário.
do segurado especial, a CAT poderá ser formalizada pelo próprio acidentado ou depen-
dente, pelo médico responsável pelo atendimento, pelo sindicato da categoria ou autoridade pública.
No caso públicas
São autoridades do trabalhador avulso,
reconhecidas paraa esta
responsabilidade pelo preenchimento
finalidade: os magistrados e mem-
em geral, os
bros do Ministério Público edados
encaminhamento CATServiços Jurídicos
é do Órgão da União
Gestor e dos Estados,
de Mão-de-Obra os Comandantes
- OGMO e, na faltade Uni-
dades Militares
deste, do
do Exercito,
sindicatoMarinha, Aeronáutica
da categoria. Compete e Forças
ao OGMO Auxiliares
ou seu(Corpo de Bombeiros
sindicato preencher e e Polícia
Militar).
assinar a CAT.
Quando se tratar de marítimo, aeroviário, ferroviário, motorista ou outro trabalhador aciden-
tado fora da sede da empresa, caberá ao representante desta comunicar o acidente. Tratando-se de
246acidente envolvendo trabalhadores a serviços de empresas prestadoras de serviços, a CAT deverá ser
emitida pela empresa empregadora, informando, no campo próprio, o nome e o CGC ou CNPJ da em-
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
208
Segurança do Trabalho
presa onde ocorreu o acidente.
É obrigatória a emissão da CAT relativa ao acidente ou doença profissional ou do trabalho ocor-
rido com o aposentado por tempo de serviço ou idade que permaneça ou retorne a atividade após a
aposentadoria, embora não tenha direito a benefícios pelo INSS em razão do acidente, salvo a reabili-
tação profissional. Neste caso, a CAT também será obrigatoriamente cadastrada pelo INSS.
A CAT poderá ser apresentada na Agência da Previdência Social - APS mais conveniente ao se-
gurado, jurisdicionante da sede da empresa, do local do acidente, do atendimento médico ou da
residência do acidentado.
Deve ser considerada como sede da empresa a dependência, tanto a matriz quanto a filial, que
possua matrícula no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ, bem como a obra de construção civil
registrada por pessoa física.
COMUNICAÇÃO DE REABERTURA
As reaberturas deverão ser comunicadas ao INSS pela empresa ou beneficiário, quando houver
reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doença
ocupacional comunicado anteriormente ao INSS.
Na CAT de reabertura deverão constar as mesmas informações da época do acidente exceto
quanto ao afastamento, último dia trabalhado, atestado médico e data da emissão, que serão relati-
vos à data da reabertura.
Quadro I – EMITENTE
1 – Informações relativas ao EMPREGADOR
Campo 2. Tipo de CAT – informar no campo demarcado o dígito que especifica o tipo de
CAT, sendo:
(1) inicial – refere-se à primeira comunicação do acidente ou doença do trabalho;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
209
Segurança do Trabalho
(2) reabertura – quando houver reinicio de tratamento ou afastamento por agravamento da
lesão (acidente ou doença comunicado anteriormente ao INSS);
(3) comunicação de óbito – refere-se à comunicação do óbito, em decorrência de acidente do
trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial. Deverá ser anexada a cópia da certidão de
óbito e quando houver, do laudo de necropsia.
Obs.: Os acidentes com morte imediata deverão ser comunicados por CAT inicial.
a) a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou ru-
ral, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração direta,
indireta e fundacional;
b) o trabalhador autônomo e equiparado, em relação ao segurado que lhe presta serviço;
c) a cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão
diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras;
d) o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra - de que trata a Lei 8.630 de 25 de
fevereiro de 1993.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
210
Segurança do Trabalho
Estatística de Acidentes
ESTATÍSTICA DE ACIDENTES
A partir de 1968 que os acidentes do trabalho passaram a ser conhecidos
Aquantitativamente
partir de 1968 queeosservindo
acidentesdedo indicadores das condições
trabalho passaram de trabalho
a ser conhecidos com a
quantitativamente
e servindo de indicadores
criação das condições
do INPS (Instituto de trabalho
Nacional com a criação
de Previdência dosegundo
Social) INPS (Instituto Nacional de
a previdência
Previdência Social) segundo a previdência Social, entre 2010 e 2011 houve um aumento de 4,7% no
número Social, entre de
de registros 2010 e 2011fatais
acidentes houve um aumento
relacionados de 4,7%deno
ao ambiente número de registros de
trabalho.
acidentes fatais relacionados ao ambiente de trabalho.
A informação foi divulgada pelo Ministério da Previdência Social, por meio de seu Anuário Es-
tatístico, Apublicado no dia
informação foi24 de outubro.
divulgada peloSegundo o AEPS,
Ministério no úl¬timo ano
da Previdência 2.884
Social, trabalhadores
por meio de seuper-
deram suas vidas durante o exercício de suas atividades profissionais, enquanto que em 2010 foram
Anuário Estatístico, publicado no dia 24 de outubro. Segundo o AEPS, no último ano
registrados 2.753 mortes no trabalho. O relatório do MPS também a¬ponta um leve aumento no nú-
2.884 trabalhadores perderam suas vidas durante o exercício de suas atividades
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
profissionais, enquanto que em 2010 foram registrados 2.753 mortes no trabalho. O
211
250
“Fundação de Educação para
Segurança do Trabalho
mero de acidentes de trabalho. No último ano foram notificados 711.164 acidentes laborais, enquan-
to que em 2010 foram con¬ta¬bilizados 709.474 registros no ambiente de trabalho, o que representa
uma elevação de 0,2% no percentual de acidentes de trabalho.
Os acidentes de trajeto foram responsáveis por grande parte deste crescimento da acidentalida-
de no trabalho, tendo respondido por 14% dos acidentes notificados no último ano. Os agravos ocor-
ridos durante o deslocamento dos trabalhadores, que pode ser tanto de casa para o serviço, quanto
do local de refeição para o trabalho, e vice-versa, independentemente do meio de locomoção, apre-
sentaram um aumento de 5,1% em comparação às ocorrências registradas em 2010 (foram 100.230
acidentes de trajeto em 2011 contra 95.321 em 2010), que, por sua vez, tiveram um crescimento
semelhante em relação a 2009 (90.180), quando houve um acréscimo de 5,7%.
Por outro lado, a exemplo do que já havia ocorrido em 2010, as notificações sem CAT (Comuni-
cação de Acidente de Trabalho) diminuíram em 2011. O número de registros pela sistemática do NTEP
(Nexo Técnico Epidemiológico Previden¬ciá¬rio) no último ano foi 3,9% menor do que o contabilizado
em 2010. Passou de 179.681 registros para 172.684 em 2011.
Ao todo, a identificação de acidentes e doenças do trabalho por relação entre a lesão ou agravo
e a atividade desenvolvida pelo trabalhador (sem CAT) corres¬pon¬de a 24,3% da acidentalidade no
País.
O número de registros de doenças do trabalho também apresentou significativa redução de
2010 para 2011. O percentual de adoecimento ocupacional diminuiu 12,1% entre os dois últimos
anos, passando de 17.177 para 15.083. Já as ocorrências típicas tiveram uma elevação de 1,4% (de
417.295 registros em 2010, passou para 423.167 no último ano).
QUEDA
A Região Sul foi a única a apresentar queda em sua taxa de aci¬den¬talidade em 2011. De 158.486
acidentes registrados em 2010, teve 153.329 no último ano. O número representa uma queda de 3,2%
no per¬centual de acidentes na Região. O resultado também se repetiu nos agravos sem CAT registra-
da, quando a redução foi ainda mais significativa: 6,3% (de 48.240 para 45.195). O Norte, por sua vez,
atende pela região brasileira que obteve a maior elevação na incidência de acidentes laborais (4,4%)
em 2011, passando de 29.765 (2010) para 31.084, sendo que uma parcela significativa deste aumento
está atrelada ao resultado de três unidades federativas da Região no quadro de acidentali¬da¬de:
Roraima, Amapá e Amazonas. Enquanto que o Estado do Amapá elevou seu percentual de acidentes
para 21,2%, Roraima e Amazonas tiveram um acréscimo de 21% e 9%, respectivamente.
Já o Sudeste ocupou o posto de Região com a segunda maior elevação de acidentes laborais em
2011 (1,3%), passando de 382.216, contabilizado em 2010, para 387.142 no último ano. No entanto,
teve redução de 3,9% em seu percentual de registros sem CAT (de 78.233, em 2010, passou para
75.194, em 2011).
212
Segurança do Trabalho
taram elevação nos seus dados de fatalidades no trabalho. O primeiro registrou crescimento de 11,5%
na ocorrência de óbitos (de 313 para 349) e o segundo 10,9% (de 505 para 560). A única Região que
contabilizou uma diminuição no número de acidentes fatais foi o Nordeste, que apresentou uma re-
dução de 7,5% em suas ocorrências, reduzindo de 452 mortes relacionadas ao trabalho na Região em
2010, para 418 no último ano.
Segundo dados do AEPS, trabalhadores entre 25 e 29 anos foram os que mais se a¬cidentaram
no último ano. No entanto, o grupo desta faixa etária apresentou uma diminuição no número de agra-
vos em relação ao ano anterior. Enquanto que em 2010 este grupo de trabalhadores con¬tabilizou
127.614 acidentes laborais, em 2011 tiveram 125.359 ocorrências, apontando uma redução de 1,8%
nos infortúnios. Já o grupo de trabalhadores que engloba a faixa etária entre 30 e 34 anos teve um
acréscimo de 1,8% no percentual de acidentali¬dade. Passou de 114.856, em 2010, para 116.949 re-
gistros de acidentes no último ano. Além disto, o grupo contabiliza o maior número de registros de do-
enças ocupacionais. Foram 2.512 registros com CAT e 24.934 notificações sem CAT, que contemplam,
em grande parte, os adoe¬cimentos decorrentes do ambiente de trabalho. Em 2011, o INSS gastou
R$ 2.627.518 com auxílio-doença acidentário, custo 9,1% superior ao gasto em 2010 (R$ 2.408.490).
ATIVIDADES
No que se refere aos setores econômicos que registraram o maior índice de aci-dentalidade no
último ano, o AEPS mostra que o setor de Serviços, com 341 mil notificações de acidentes de traba-
lho, e a Indústria, com 313.131 ocorrências, lideram o quadro. As três atividades que registraram o
maior número de a¬cidentes integram o segmento de Serviços (Atendimento Hospitalar, Administra-
ção Pública e o Comércio Varejista de Mer¬cadorias em Geral) que, juntas, representaram 13,5% da
acidentalidade registrada no País. Somente as atividades de Atendimento Hospitalar, grupo que inte-
gra a seção Saúde e Serviços Sociais, geraram 51.417 acidentes laborais, o que equivale a 81,9% dos
acidentes registrados neste segmento econômico (62.772).
O Serviço em Administração Pública, classe que integra a seção de atividades na Administração
Pública, Defesa e Seguridade, con-tabilizou 22.517 agravos. O número representa 99,7% dos registros
nesta seção. Já o Comércio Varejista de Mercadorias em Geral (supermercado, mercearias, armazéns,
entre outros) teve 21.846 acidentes, sendo este número 22,3% das ocorrên¬cias geradas dentro do
grupo Comércio Varejista Não-Especializado, da divisão Comércio Varejista, que integra a seção de
Comércio e Reparação de Veículos Automotores (97.839), recordista de agravos dentro de Serviços.
A Construção, por sua vez, computou 59.808 acidentes de trabalho em 2011. Em virtude disto,
o setor apresentou o au¬mento mais significativo de registros de acidentalidade, em comparação aos
dados de 2010. Houve um crescimento de 6,9% nas ocorrências registradas na área, visto que no ano
anterior o setor ge¬rou 55.920 acidentes. Apenas a Construção de Edifícios, classe que integra a seção
Construção, respondeu por 36,3% das ocorrências, visto que foram registrados 21.700 acidentes no
exercício desta atividade em 2011.
213
Segurança do Trabalho
te Rodoviário de Carga (15.211 agravos, o que representa 29% dos registros da seção de Transporte,
Armazenagem e Correios do setor de Serviços). A lista ainda conta com o trabalho de Abate de Suínos,
Aves e Outros (que teve 11.292 acidentes registrados em 2011, o que representa 19,8% da divisão de
Produtos Alimentícios e Bebidas), de Correios (10.706 agravos, sendo 20,4% dos registros da seção
de Transporte, Armazenagem e Correios) e de Restaurantes e Ou¬tros Estabelecimentos (que con-
ta¬bi¬lizou 9.961, número que representa 51% dos registros originados na seção de Aloja¬mento e
Alimentação do setor de Serviços).
A mulheres conquistam espaço no mercado de trabalho, mas não recebem atenção adequada
da SST A presença predominantemente masculina no ambiente de trabalho vem perdendo lugar com
a constante entrada das mulheres em atividades que até então vinham sendo executadas quase que
exclusivamente por homens. Elas deixaram de atuar somente naquelas áreas estereotipadas como
femininas, para ocupar espaço em profissões com pré-requisitos tidos co¬mo masculinos (força, re-
sistência). Mesmo enfrentando preconceito e salários mais baixos do que o conferido a homens em
mesma posição hierárquica, elas conseguiram se inserir num mercado de trabalho competitivo, pro-
piciando uma transformação social que, aliada às mudanças nos sistemas produtivos, levou à constru-
ção de novos espaços de trabalho, permitindo que ambos passassem a ocupar setores de atividades
de forma igualitária.
A mudança deste cenário profissional vem sendo remodelado há décadas, é possível perceber o
crescimento da participação feminina no mundo do trabalho ao longo dos últimos 14 a¬nos. Enquanto
que em 1998 elas eram 9.406.839, representando 38,41% dos trabalhadores inseridos no mercado
profissio¬nal, em 2011 passaram a ser 19.402.272, respondendo por 41,90% dos trabalhadores cele-
tistas. O incremento do público feminino no mercado de trabalho nos últimos 14 anos foi de 106,2%.
Os homens, por sua vez, ¬neste mesmo período, elevaram sua participação em 78,4%, mostrando que
a presença feminina vem se fortalecendo ano a ano.
Nos últimos 14 anos, as mulheres tiveram que enfrentar um aumento de 199,1% no número de
registros de acidentes la¬bo¬rais. Os homens, por sua vez, registraram um aumento menor: 75,1%.
A desa¬ten¬ção com a segurança da mulher pode ser observada nos últimos dois anos. Enquanto
que elas sofreram 3% mais acidentes em 2011 do que em 2010 (de 201.086 registros, passaram para
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
214
Segurança do Trabalho
207.194), eles tiveram uma queda de 0,9% (de 508.386, para 503.963) em seus registros de acidentali-
dade. Atualmente, as mulheres respondem por 29,13% dos acidentes de trabalho registrados no país,
sendo que 13 anos atrás, a representatividade no quadro de acidentalidade delas era menor: 19,40%.
No entanto, o dado que mais chama a atenção é o de incidência de acidentes para cada 100 mil
trabalhadores. Mes¬mo sofrendo menos acidentes do que os homens (em 1998, elas se acidentaram
quase três vezes menos do que os homens e, a¬tualmente, registram 805 acidentes a me¬nos do que
eles), a provável inserção em ativida¬des mais bruscas e pesadas tem feito com que as mulheres se
acidentem mais. Isto porque nos últimos 13 anos, elas ti¬veram um salto na acidentalidade de 45,1%,
ao passo que os homens ¬recuaram 1,8% sua incidência de infortúnios laborais.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
215
Segurança do Trabalho
COMO CALCULAR E PREENCHER OS MAPAS DOS ANEXOS III, IV, V E VI DA NR-4.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
216
Segurança do Trabalho
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
217
Segurança do Trabalho
DEFINIÇÕES
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
218
Segurança do Trabalho
• Agente do Acidente: Coisa, substância ou ambiente que, sendo inerente à condição am-
biente de insegurança, tenha provocado o acidente.
• Fonte da Lesão: Coisa, substância, energia ou movimento do corpo que diretamente provo-
cou a lesão.
CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE
• Lesão Pessoal: Qualquer dano sofrido pelo organismo humano, como consequência do
acidente do trabalho;
• Natureza da Lesão: Expressão que identifica a lesão, segundo suas características princi-
pais;
• Localização da Lesão: Indicação da sede da lesão;
• Lesão Imediata: Lesão que se manifesta no momento do acidente;
• Lesão Mediata: Lesão que se manifesta após a circunstância acidental da qual resultou;
• Doença do Trabalho: Doença decorrente do exercício continuado ou intermitente de ativi-
dade laborativa, capaz de provocar lesão por ação imediata;
• Doença Profissional: Doença do trabalho causada pelo exercício de atividade específica,
constante em relação oficial;
• Morte: Cessação da capacidade de trabalho pela perda da vida, independentemente do
tempo decorrido desde a lesão;·.
• Lesão Com Afastamento: Lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao trabalho no
dia imediato ao do acidente ou de que resulte incapacidade permanente;
• Lesão Sem Afastamento: Lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar ao trabalho
no dia imediato ao do acidente, desde que não haja incapacidade permanente;
• Acidentado: Vítima de acidente;
• Incapacidade Permanente Total: Perda total da capacidade de trabalho, em caráter perma-
nente, sem morte;
• Incapacidade Permanente Parcial: Redução parcial da capacidade de trabalho, em caráter
permanente que, não provocando morte ou incapacidade permanente total, é a causa de
perda de qualquer membro ou parte do corpo, ou qualquer redução permanente de função
orgânica;
• Incapacidade Temporária Total: Perda total da capacidade de trabalho de que resulte um
ou mais dias perdidos, excetuados a morte, a incapacidade permanente parcial e a incapa-
cidade permanente total;
• Dias Perdidos: Dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de lesão pessoal, ex-
ceto o dia do acidente e o dia de volta ao trabalho;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
219
Segurança do Trabalho
• Dias Debitados: Dias que se debitam, por incapacidade permanente ou morte, para o cál-
culo do tempo computado;
• Tempo Computado: Tempo contado em “dias perdidos, pelos acidentados, com incapa-
cidade temporária total” mais os “dias debitados pelos acidentados vítimas de morte ou
incapacidade permanente, total ou parcial”;
• Prejuízo Material: Prejuízo decorrente de danos materiais, perda de tempo e outros ônus
resultantes de acidente do trabalho, inclusive danos ao meio ambiente;
• Horas-Homem De Exposição Ao Risco: Somatório das horas durante as quais os emprega-
dos ficam à disposição do empregador, em determinado período;·.
• Taxa De Frequência De Acidentes: Número de Acidentes por milhão de horas-homem
de exposição ao risco, em determinado período;
• Taxa de Frequência de Acidentados com Lesão com Afastamento: Número de acidentados
com lesão com afastamento por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em deter-
minado período;
• Taxa de Frequência de Acidentados com Lesão sem Afastamento: Número de acidentados
com lesão sem afastamento por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em deter-
minado período;
• Taxa de Gravidade: Tempo computado por milhão de horas-homem de exposição ao risco,
em determinado período;
• Empregado: Qualquer pessoa com compromisso de prestação de na área de trabalho con-
siderada, incluídos de estagiários a dirigentes, inclusive autônomos;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
220
Segurança do Trabalho
equipamentos e materiais, da perturbação do trabalho normal e de atividades assistências
não seguradas.
• Cálculo de Horas-Homem de Exposição ao Risco: As horas-homem são calculadas pelo so-
matório das horas de trabalho de cada empregado;
• Horas de Exposição ao Risco: As horas de exposição devem ser extraídas das folhas de
pagamento ou quaisquer outros registros de ponto, consideradas apenas as horas traba-
lhadas, inclusive as extraordinárias;
• Horas Estimadas De Exposição Ao Risco: Quando não se puder determinar o total de horas
realmente trabalhadas, elas deverão ser estimadas multiplicando-se o total de dias de tra-
balho pela média do número de horas trabalhadas por dia.
• Horas Não-Trabalhadas: As horas pagas, porém não realmente trabalhadas, sejam reais ou
estimadas, tais como as relativas a férias, licença para tratamento de saúde, feriados, dias
de folga, gala, luto, convocações oficiais, não devem ser incluídas no total de horas traba-
lhadas, isto é, horas de exposição ao risco;
• Horas de Trabalho de Empregado Residente em Propriedade da Empresa: Só devem ser
computadas as horas durante as quais o empregado estiver realmente a serviço do empre-
gador;
• Horas de Trabalho de Empregado com Horário de Trabalho não Definido: Para dirigente,
viajante ou qualquer outro empregado sujeito a horário de trabalho não definido, deve ser
considerado no computo das horas de exposição, a média diária de 8 horas;
Dias Perdidos
• Dias Perdidos Por Incapacidade Temporária Total: São considerados como dias perdidos
por incapacidade temporária total os seguintes:
• Dias A Debitar: Devem ser debitados por morte ou incapacidade permanente, total ou
parcial.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
221
Segurança do Trabalho
Medidas de avaliação de frequência e gravidade
MEDIDAS DE AVALIAÇÃO
• Taxa de Frequência DEDeve
de Acidentes: FREQUÊNCIA E aproximação
ser expressa com GRAVIDADE de
centésimos e calculada pela seguinte expressão:
FA = N x 1.000.000
FA → taxa de frequência de acidentes
Onde:
H
N → número de acidentes
Onde: FA → taxa de frequência de acidentes
N → número de acidentes
H → horas-homem de exposição ao risco
H → horas-homem de exposição ao risco
• Taxa de Frequência de Acidentados Com Lesão Com Afastamento
• Taxa de Frequência de Acidentados Com Lesão Com Afastamento Deve ser expressa
Deve ser
comexpressa com aproximação
aproximação deecentésimos
de centésimos e calculada
calculada pela seguintepela seguinte
expressão:
expressão:
FL = N x 1.000.000
H
FL = N x 1.000.000
• HTaxa
→ de Frequência de
horas-homem de exposição
Acidentados
ao Com
risco Lesão Sem Afastamento: Deve-se fazer o levanta-
mento do número de acidentes vítimas de lesão, sem afastamento, calculando a respectiva
• Taxa taxa
de de frequência;de Acidentados Com Lesão Sem Afastamento:
Frequência
• Taxa
Deve-se deoGravidade:
fazer Deve
levantamento doser expressa
número em números
de acidentes inteiros
vítimas e calculados
de lesão, sem pela seguinte ex-
pressão:
afastamento, calculando a respectiva taxa de frequência;
• Taxa de Gravidade: Deve ser expressa em números inteiros e calculados
pela seguinte expressão:
G = T x 1.000.000
H
Onde: G →
G =taxa
T dexgravidade
1.000.000
T → tempo computado
H → horas-homem H de exposição ao risco
4
Fundação de Educação para o Trabalho
“Fundação de Minaspara
de Educação Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
o Trabalho de Minas Gerais”
222
Segurança do Trabalho
Mo = D
N
Md = d
N
Onde:
Md →Número médio de dias debitados em consequência de Incapacidade permanente
d → Número de dias debitados em consequência de incapacidade permanente
N → Número de acidentados correspondente
Tempo Computado Médio: Resultado da divisão do tempo computado pelo número de aciden-
tados correspondente.
Tm = T
N
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
223
Segurança do Trabalho
Pode também ser calculado dividindo-se a taxa de gravidade pela Taxa de frequência de aciden-
tados:
Tm = G
FL
• Estatísticas por setor de atividade: Além das estatísticas globais da empresa, entidade ou
estabelecimento, é de toda conveniência que sejam elaboradas estatísticas por setor de atividade, o
que permite evitar que a baixa incidência de acidentes em áreas de menor risco venha a influir nos
resultados de qualquer das demais, excluindo, também, das áreas de atividade específica os acidentes
não diretamente a elas relacionados;
Para levantamento do custo não segurado, devem ser levados em consideração, entre outros,
os seguintes elementos:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
224
Segurança do Trabalho
d) Despesas jurídicas;
e) Complementação salarial ao empregado acidentado;·.
f) Prejuízo decorrente da queda de produção pela interrupção do funcionamento da máquina
ou da operação de que estava incumbido o acidentado, ou da impressão que o acidentado
causa aos companheiros de trabalho;
g) Desperdício de material ou produção fora de especificação, em virtude da emoção causada
pelo acidente;
h) Redução da produção pela baixa do rendimento do acidentado, durante certo tempo, após
o regresso ao trabalho;
a) Na ajuda do acidentado;
b) Na investigação das causas do acidente;
c) Em providências para que o trabalho do acidentado continue a ser executado;
d) Na seleção e preparo de novo empregado;
e) Na assistência jurídica;
f) Na assistência médica para os socorros de urgência;
g) No transporte do acidentado.
225
Segurança do Trabalho
PPP Eletrônico
Estamos transformando o formulário do Perfil Profissiográfico Profissional – PPP em um sis-
tema: as empresas terão acesso ao programa, farão as atualizações necessárias e enviarão para a
Previdência Social, a exemplo do funcionamento do programa de declaração de imposto de renda. O
PPP Eletrônico deverá, a princípio, estar disponibilizado na Internet, possibilitando que o trabalhador
possa acessá-lo por meio de senha individual, permitindo assim o acompanhamento do preenchimen-
to e das atualizações; a solicitação de retificação de possíveis erros; a emissão e impressão imediata
quando necessitar para qualquer comprovação; entre outros.
A partir da disponibilização do PPP Eletrônico pela Previdência Social as empresas serão obri-
gadas a informar o perfil profissiográfico de todos os trabalhadores, inclusive dos que não exerçam
atividades baixo agentes nocivos físicos, químicos, biológicos ou combinação destes.
Os parâmetros para elaboração e as regras de negócio do Sistema PPP Eletrônico já foram defi-
nidos pelo DPSO.
• Legislação específica:
- Instrução Normativa INSS/PRES nº 45, de 06 de agosto de 2010
- Anexo XV: Formulário do Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP
- Anexo XII: Declaração de exercício de Atividade Rural
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
226
Segurança do Trabalho
minerais; aquele que comercializa bens minerais e aquele que beneficia bens minerais.
• Tipo de mineral ou lavrado: Ferro, ouro, bauxita, manganês, mármore, granito, asbestos,
talco etc.;
• Formação geológica do mineral e da rocha encaixante (hospedeira). Tal conhecimento é im-
portante, pois, dependendo da formação geológica, o mineral lavrado poderá conter outros
minerais “contaminantes”, como, por exemplo, a conhecida possibilidade de contaminação
do talco com amianto;
• Porcentagem de sílica livre no minério lavrado. Também guarda relação com o tipo de mi-
neral lavrado e com a rocha encaixante.
Existem minérios e rochas encaixantes que têm uma maior ou menor porcentagem de sílica livre
que varia de região para região. Por exemplo, o mármore possui menor quantidade de sílica livre do
que o granito;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
227
Segurança do Trabalho
Para o setor da mineração, a NR 22 estabelece as seguintes responsabilidades:
228
Segurança do Trabalho
• Equipamentos de proteção individual de uso obrigatório, observando-se no mínimo o cons-
tante na NR 6 - Equipamento de Proteção Individual;
• Estabilidade do maciço;
• Plano de emergência;
• Outros resultantes de modificações e introduções de novas tecnologias.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
229
Segurança do Trabalho
Quem é o profissional que deve assinar o PGR?
A NR 22 não determina a qualificação do profissional que irá elaborar o PGR.
Entretanto, para atender ao nível de complexidade exigido, não há dúvida que somente um pro-
fissional dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)
será capaz de elaborar este programa com consistência e qualidade.
A existência do Art. 195 da CLT nos leva a acreditar que somente laudos ambientais assinados
por engenheiros de segurança e/ou médicos do trabalho terão validade legal em caso de litígios tra-
balhistas no campo da insalubridade e da periculosidade.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
230
Segurança do Trabalho
Quais são os riscos ambientais no trabalho de mineração?
• Físicos:
1. Radiações ionizantes: presentes em minerações de urânio, podendo ainda ocorrer na pre-
sença de radônio, principalmente em minas subterrâneas. Em usinas de beneficiamento,
também podem ser utilizados medidores radioativos em espessadores e silos de minério;
2. Radiações não ionizantes: ocorrem em atividades de solda e corte e são decorrentes da
exposição à radiação solar, que é de grande importância em minas a céu aberto;
3. Frio: ocorre em minas a céu aberto em regiões montanhosas e frias em níveis superiores de
minas de subsolo, cujo sistema de ventilação exige o resfriamento do ar utilizado;
4. Calor: ocorre exposição em trabalhos a céu aberto e em níveis inferiores de minas subterrâ-
neas, sendo neste caso dependente do grau geotérmico da região e do sistema de ventila-
ção utilizado;
5. Umidade: ocorrem em trabalhos a céu aberto, em operações de perfuração a úmido, usinas
de beneficiamento e em casos de percolação de água em trabalhos subterrâneos;
6. Ruído: é um dos maiores fatores de risco presentes no setor mineral e decorre da utilização
de grandes equipamentos, britagem ou moagem, atividades de perfuração (manual ou me-
canizada), utilização de ar comprimido e atividades de manutenção em geral;
7. Vibrações: também presentes na operação de grandes equipamentos como tratores, car-
regadeiras, caminhões e no uso de ferramentas manuais como marteletes pneumáticos e
lixadeiras.
• Químicos:
1. Poeiras minerais: a de maior importância é a sílica livre, cuja ocorrência vai depender das
condições geológicas locais. Outras poeiras também são importantes, como poeiras de as-
bestos, manganês, minério de chumbo e de cromo;
2. Fumos metálicos: presentes nas atividades de beneficiamento, (moagem, britagem e fundi-
ção) e nas atividades de solda e corte;
3. Névoas: geradas, por exemplo, nos processos de perfuração decorrentes do óleo de lubrifica-
ção do equipamento, sendo mais importantes na perfuração manual;
4. Gases: o de maior importância é o metano, em virtude do risco de explosão e incêndio, prin-
cipalmente em minas de carvão e potássio.
Outros produtos químicos podem estar presentes, tais comocianetos (nos processos de bene-
ficiamento de minério de ouro), uso de graxas, óleos e solventes nas operações de manutenção em geral.
• Biológicos:
1. Exposição a fungos, bactérias e outros parasitas: decorrentes de precárias condições de hi-
giene, tais como falta de limpeza dos locais de trabalho e de sanitários e vestiários, sendo
clássica a maior incidência de tuberculose em trabalhadores silicóticos (silicotuberculose).
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
231
Segurança do Trabalho
Quais os fatores potenciais de risco envolvendo a organização do trabalho?
Os fatores potenciais de risco, decorrentes da organização e processos de trabalho, envolvem:
Da mesma forma, o trabalhador tem o direito de ter acesso a todas as informações sobre os ris-
cos dos processos e atividades executadas em suas áreas de responsabilidades - é o chamado Direito
de Saber. Este item está alinhado com a NR 1 - Disposições Gerais. Em complemento, segundo a NR
22, são direitos dos trabalhadores de mineração:
• Interromper suas tarefas sempre que constatar evidências que representem riscos graves e
iminentes para sua segurança e saúde ou de terceiros, comunicando imediatamente o fato
a seu superior hierárquico que diligenciará as medidas cabíveis;
• Ser informados sobre os riscos existentes no local de trabalho que possam afetar sua segu-
rança e saúde.
• Os limites externos das bancadas utilizadas como estradas devem estar demarcados e sina-
lizados, de forma visível, durante o dia e a noite;
• A largura mínima das vias de trânsito deve ser duas vezes maior que a largura do maior ve-
ículo utilizado, no caso de pista simples, e três vezes, para pistas;
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
232
Segurança do Trabalho
• Nas laterais das bancadas ou estradas onde houver riscos de quedas de veículos, devem ser
construídas leiras com altura mínima correspondente à metade do diâmetro do maior pneu
de veículo que por elas trafegue.
Quando o plano de lavra e a natureza das atividades realizadas não permitirem a observância
do constante como descrito no segundo tópico acima, deverão ser adotados procedimentos e sinali-
zações adicionais para garantir o tráfego com segurança.
Tal direito está consagrado há vários anos na legislação de vários países e consta da Convenção
OIT 176 - Segurança e Saúde nas Minas.
A NR fornece uma diretriz consolidada e unificada de todas as ações de prevenção que deverão
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
233
Segurança do Trabalho
ser implementadas nas mais diversas atividades da mineração, com reflexos positivos na melhoria das
condições de trabalho, contribuindo para a redução dos acidentes incapacitantes, das doenças e das
mortes no setor mineral.
Ocupacional, pois sua estrutura é a mesma do PPRA, conforme prevê o item 22.7.1 listado abaixo:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
234
Segurança do Trabalho
Ao contrário do PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho) (NR 18), o subi-
tem 22.3.7.1.3 desobriga a existência do PPRA quando existir o PGR.
Entretanto, o profissional está obrigado a considerar as mesmas referências bibliográficas para
consulta dos limites de tolerância (NR 15 e ACGIH – American Conference of Industrial Hygienists) e
definição dos métodos de avaliação ambiental (NHO e NIOSH).
Do ponto de vista de organização do trabalho e das condições de trabalho, o setor mineral está
em um processo permanente de transformação.
Enquanto algumas empresas realizam investimentos e melhorias constantes em Segurança e
Saúde Ocupacional (SSO), outras ainda estão atrasadas neste processo.
Daí, a necessidade de se estabelecer uma abordagem planejada e diferenciada para a inspeção
do trabalho em diferentes empresas ou setores da atividade econômica.
COMENTÁRIOS
• A NR fornece uma diretriz consolidada e unificada de todas as ações de prevenção que de-
verão ser implementadas nas mais diversas atividades da mineração, com reflexos positivos
na melhoria das condições de trabalho, contribuindo para a redução dos acidentes incapa-
citantes, doenças e mortes no setor mineral.
• Este programa (PGR) foi uma forma simples de agrupar e organizar em um único docu-
mento uma série de ações e ferramentas obrigatórias para o gerenciamento de segurança,
saúde e meio ambiente no setor de mineração.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
235
Segurança do Trabalho
11/04/1994 - NR 6);
2. PCA - Programa de Conservação Auditiva (Ordem deServiço INSS/DSS nº 608/98, NR 6 e NR 7);
3. PCMSO (NR 7);
4. PPRA (NR 9 e NR 15);
5. Estudos de Classificação de Áreas e Inspeção de Riscos com Eletricidade (NR 10);
6. Laudos ergonômicos (NR 17);
7. Inspeção de riscos decorrentes do trabalho em altura, em profundidade e em espaços
confnados (deficiência de oxigênio) (NR 18);
8. Inspeção de riscos decorrentes do trabalho com explosivos (NR 19);
9. Inspeção de riscos decorrentes do trabalho com líquidos inflamáveis e combustíveis (NR 20).
• O item 22.3.7.1.3 desobriga a elaboração do PPRA para aquelas empresas que implementa-
rem o PGR. Este aspecto não deve ser considerado como um retrocesso para a implementa-
ção da Higiene Ocupacional, pois sua estrutura é a mesma do PPRA, conforme prevê o item
22.7.1 listado abaixo:
1. Antecipação e reconhecimento dos riscos;
2. Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
3. Avaliação dos riscos e da exposição;
4. Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
5. Monitoramento da exposição;
6. Registro e divulgação dos dados.
• Ao contrário do PCMAT (NR 18), o subitem 22.3.7.1.3 desobriga a existência do PPRA quan-
do existir o PGR. Entretanto, o profissional está obrigado a considerar as mesmas referên-
cias bibliográficas para consulta dos limites de tolerância (NR 15 e ACGIH) e definição dos
métodos de avaliação ambiental (NHO e NIOSH).
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
236
Segurança do Trabalho
(DOU de 15/04/1994)
Estabelece o Regulamento Técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Art. 1º - O empregador deverá adotar um conjunto de medidas com a finalidade de adequar a utiliza-
ção dos equipamentos de proteção respiratória-EPR, quando necessário para complementar as medidas de
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
237
Segurança do Trabalho
proteção coletiva implementadas, ou enquanto as mesmas estiverem sendo implantadas, com a finalidade
de garantir uma completa proteção ao trabalhador contra os riscos existentes nos ambientes de trabalho.
238
Segurança do Trabalho
FP atribuídos contidos no Quadro I anexo o presente I.N.
Parágrafo único - Em atmosferas contendo sílica e asbestos, além dos requisitos estabelecidos
neste artigo, o empregador deverá observar, na seleção do respirador adequado, as indicações dos
Quadros II e III anexo a presente I.N.
Art. 4º - Esta I.N. entra em vigor 120 dias após a data de sua publicação, ficando revogada a
RAQUEL MARIA RIGOTTO
I.N.SSST/MTb n.º 01, de 13 de julho de 1993.
ANEXO - QUADRO I
ANEXO - QUADRO I
FATORES
FATORES DE PROTEÇÃOATRIBUÍDOS
DE PROTEÇÃO PARAEPR
ATRIBUÍDOS PARA EPR
NOTAS
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
239
1 - Inclui a peça quarto facial, a peça semi-facial filtrante e as peças semi-faciais de
elastómeros.
QUADRO
QUADROII II
RECOMENDAÇÕES DE EPI PARA SÍLICA CRISTALINA
RECOMENDAÇÕES DE EPI PARA SÍLICA CRISTALINA
SEGURANÇA DO TRABALHO
NOTAS
NOTAS
1 – Para diâmetro aerodinâmico médio mássico maior ou igual a 2 micra pode-se
1 – Para diâmetro aerodinâmico médio mássico maior ou igual a 2 micra pode-se
usar filtros classe P, P2 ou P3. Para diâmetro menos que 2 micra deve-se usar o de
usarclasse
filtros P3.
classe P, P2 ou P3. Para diâmetro menos que 2 micra deve-se usar o de
classe P3.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
240
289
Segurança do Trabalho
QUADRO III
QUADRO III
RECOMENDAÇÕES DE EPI PARA ASBESTOS
RECOMENDAÇÕES DE EPI PARA ASBESTOS
PROGRAMA
Programa DE CONSERVAÇÃO
de Conservação Auditiva – AUDITIVA
PCA. – PCA
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
290
“Fundação de241
Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Segurança do Trabalho
Os objetivos específicos do PCA são:
• Melhorar a qualidade de vida do trabalhador
• Identificar funcionários com problemas na audição
• Diagnosticar precocemente as perdas auditivas
• Adequar as empresas às exigências legais
• Reduzir custo de insalubridade
ZUHER HANDAR
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
242
ZUHER HANDAR
Segurança do Trabalho
QUADRO IV
QUADRO IV
PARÂMETROS PARA MONITORIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A ALGUNS
RISCOS ÀDA
PARÂMETROS PARA MONITORIZAÇÃO SAÚDE
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A
ALGUNS RISCOS À SAÚDE
ANEXO I
292
Diretrizes e parâmetros mínimos para avaliação e acompanhamento da audição em trabalhado-
“Fundação de Educação para
res expostos a níveis de pressão sonora elevados
o Trabalho de Minas Gerais”
1. Objetivos
1.1. Estabelecer diretrizes e parâmetros mínimos para a avaliação e o acompanhamento da
audição do trabalhador através da realização de exames audiológicos de referência e se-
quenciais.
1.2. Fornecer subsídios para a adoção de programas que visem a prevenção da perda auditiva
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
243
Segurança do Trabalho
induzida por níveis de pressão sonora elevados e a conservação da saúde auditiva dos tra-
balhadores.
2. Definições e Caracterização
2.1. Entende-se por perda auditiva por níveis de pressão sonora elevada as alterações dos li-
miares auditivos, do tipo sensorioneural, decorrente da exposição ocupacional sistemática
a níveis de pressão sonora elevada. Tem como características principais a irreversibilidade
e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco. A sua história natural mostra,
inicialmente, o acometimento dos limiares auditivos em uma ou mais frequências da faixa
de 3.000 a 6.000 Hz. As frequências mais altas e mais baixas poderão levar mais tempo para
serem afetadas. Uma vez cessada a exposição, não haverá progressão da redução auditiva.
2.2. Entende-se por exames audiológicos de referência e sequenciais o conjunto de procedi-
mentos necessários para avaliação da audição do trabalhador ao longo do tempo de expo-
sição ao risco, incluindo:
a) anamnese clínico-ocupacional;
b) exame otológico;
c) exame audiométrico realizado segundo os termos previstos nesta norma técnica.
d) outros exames audiológicos complementares solicitados a critério médico.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
244
Segurança do Trabalho
3.4.1. O exame audiométrico será realizado, no mínimo, no momento da admissão, no 6º
(sexto) mês após a mesma, anualmente a partir de então, e na demissão.
3.4.1.1. No momento da demissão, do mesmo modo como previsto para a avaliação clínica
no item 7.4.3.5 da NR -7 poderá ser aceito o resultado de um exame audiométrico realizado
até:
a) 135 (cento e trinta e cinco) dias retroativos em relação à data do exame médico de
missional de trabalhador de empresa classificada em grau de risco 1 ou 2;
b) 90 (noventa) dias retroativos em relação à data do exame médico demissional de
trabalhador de empresa classificada em grau de risco 3 ou 4.
3.4.2. O intervalo entre os exames audiométricos poderá se reduzido a critério do médico
coordenador do PCMSO, ou por notificação do médico agente de inspeção do trabalho, ou
mediante negociação coletiva de trabalho.
3.5. O resultado do exame audiométrico deve ser registrado em uma ficha que contenha, no
mínimo:
a) nome, idade e número de registro de identidade do trabalhador;
b) nome da empresa e a função do trabalhador;
c) tempo de repouso auditivo cumprido para a realização do exame audiométrico;
d) nome do fabricante, modelo e data da última aferição acústica do audiômetro;
e) traçado audiométrico e símbolos conforme o modelo constante do Anexo 1;
f) nome, número de registro no conselho regional e assinatura do profissional responsável
pelo exame audiométrico.
3.6. Tipos de exames audiométricos
O trabalhador deverá ser submetido a exame audiométrico de referência e a exame audiomé
trico sequencial na forma abaixo descrita:
3.6.1. Exame audiométrico de referência, aquele com o qual os sequenciais serão compara-
dos e cujas diretrizes constam dos subitens abaixo, deve ser realizado:
a) quando não se possua um exame audiométrico de referência prévio:
b) quando algum exame audiométrico sequencial apresentar alteração significativa em re-
lação ao de referência, conforme descrito nos itens 4.2.1, 4.2.2 e 4.2.3 desta norma técnica.
3.6.1.1. O exame audiométrico será realizado em cabina audométrica, cujos níveis de pres-
são sonora não ultrapassem os níveis máximos permitidos, de acordo com a norma ISO
8253.1.
3.6.1.1.1. Nas empresas em que existir ambiente acusticamente tratado, que atenda à
norma ISO 8253.1, a cabina audiométrica poderá ser dispensada.
3.6.1.2. O trabalhador permanecerá em repouso auditivo por um período mínimo de
14 horas até o momento de realização do exame audiométrico.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
245
Segurança do Trabalho
3.6.1.3. O responsável pela execução do exame audiométrico inspecionará o meato
acústico externo de ambas as orelhas e anotará os achados na ficha de registro. Se
identificada alguma anormalidade, encaminhar ao médico responsável.
3.6.1.4. Vias, frequências e outros testes complementares.
3.6.1.4.1. O exame audiométrico será realizado, sempre, pela via aérea nas frequên
cias de 500, 1.000, 2.000. 3.000, 4.000, 6.000 e 8.000 Hz.
3.6.1.4.2. No caso de alteração detectada no teste pela via aérea ou segundo a ava
liação do profissional responsável pela execução do exame, o mesmo será feito, tam
bém, pela via óssea nas frequências de 500, 1.000, 2.000, 3.000 e 4.000 Hz.
3.6.1.4.3. Segundo a avaliação do profissional responsável, no momento da execução
do exame, poderão ser determinados os limiares de reconhecimento de fala (LRF).
3.6.2. Exame audiométrico sequencial, aquele que será comparado com o de referência, apli
ca-se a todo trabalhador que já possua um exame audiométrico de referência prévio, nos mol
des previstos no item.
3.6.1. As seguintes diretrizes mínimas devem ser obedecidas:
3.6.2.1. Na impossibilidade da realização do exame audiométrico nas condições pre
vistas no item 3.6.1.1, o responsável pela execução do exame avaliará a viabilidade
de sua realização em um ambiente silencioso, através do exame audiométrico em 2
(dois) indivíduos, cujos limiares auditivos, detectados em exames audiométricos de
referência atuais, sejam conhecidos. Diferença de limiar auditivo, em qualquer frequ
ência e em qualquer um dos 2 (dois) indivíduos examinados, acima de 5 dB (NA) (ní
vel de audição em decibel) inviabiliza a realização do exame no local escolhido.
3.6.2.2. O responsável pela execução do exame audiométrico inspecionará o meato
acústico externo de ambas as orelhas e anotará os achados na ficha de registro.
3.6.2.3. O exame audiométrico será feito pela via aérea nas frequências de 500,
1.000, 2.000, 3.000, 4.000, 6.000 e 8.000 Hz.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
246
Segurança do Trabalho
itens 4.1.1 e 4.1.2 acima.
4.2. A interpretação dos resultados do exame audiométrico sequencial deve seguir os seguintes
parâmetros:
4.2.1. São considerados sugestivos de desencadeamento de perda auditiva induzida por
níveis de pressão sonora elevados, os casos em que os limiares auditivos em todas as frequ-
ências testadas no exame audiométrico de referência e no sequencial permanecem meno-
res ou iguais a 25 dB (NA), mas a comparação do audiograma sequencial com o de referên-
cia mostra uma evolução dentro dos moldes definidos no item 2.1 desta norma, e preenche
um dos critérios abaixo:
a) a diferença entre as médias aritméticas dos limiares auditivos no grupo de frequên
cias de 3.000, 4.000 e 6.000 Hz iguala ou ultrapassa 10 dB (NA);
b) a piora em pelo menos uma das frequências de 3.000, 4.000 ou 6.000 Hz iguala ou
ultrapassa 15dB(NA).
4.2.2. São considerados, também sugestivos de desencadeamento de perda auditiva
induzida por níveis de pressão sonora elevados, os casos em que apenas o exame
audiométrico de referência apresenta limiares auditivos em todas as frequências tes
tadas menores ou iguais a 25 dB (NA), e a comparação do audiograma sequencial com
o de referência mostra uma evolução dentro dos moldes definidos no item 2.1 desta
norma, e preenche um dos critérios abaixo:
a) a diferença entre as médias aritméticas dos limiares auditivos no grupo de frequên
cia de 3.000, 4.000 e 6.000 Hz iguala ou ultrapassa 10 dB(NA);
b) a piora em pelo menos uma das frequências de 3.000, 4.000 ou 6.000 Hz iguala ou
ultrapassa 15 dB (NA).
4.2.3. São considerados sugestivos de agravamento da perda auditiva induzida por níveis de
pressão sonora elevados, os casos já confirmados em exame audiométrico de referência,
conforme item 4.1.2., e nos quais a comparação de exame audiométrico sequencial com o
de referência mostra uma evolução dentro dos moldes definidos no item 2.1 desta norma,
e preenche um dos critérios abaixo:
a. a diferença entre as médias aritméticas dos limiares auditivos no grupo de frequên
cia de 500, 1.000 e 2.000 Hz, ou no grupo de frequências de 3.000, 4.000 e 6.000 Hz
iguala ou ultrapassa 10 dB (NA);
b. a piora em uma frequência isolada iguala ou ultrapassa 15 dB(NA).
4.2.4. Para fins desta norma técnica, o exame audiométrico de referência permanece o mes-
mo até o momento em que algum dos exames audiométricos sequenciais for preenchido
algum dos critérios apresentados em 4.2.1, 4.2.2 ou 4.2.3. Uma vez preenchido algum des-
tes critérios, deve-se realizar um novo exame audiométrico, dentro dos moldes previstos
no item 3.6.1 desta norma técnica, que será, a partir de então, o novo exame audiométrico
de referência. Os exames anteriores passam a constituir o histórico evolutivo da audição do
trabalhador.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
247
Segurança do Trabalho
5. Diagnóstico da perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevada e
definição da aptidão para o trabalho.
5.1. O diagnóstico conclusivo, o diagnóstico diferencial e a definição da aptidão para o trabalho,
na suspeita de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados, estão a cargo
do médico coordenador do PCMSO de cada empresa, ou do médico encarregado pelo mes-
mo para realizar o exame médico, dentro dos moldes previstos na NR - 7, ou, na ausência
destes, do médico que assiste ao trabalhador.
5.2. A perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados, por si só, não é indicativa
de inaptidão para o trabalho, devendo-se levar em consideração na análise de cada caso,
além do traçado audiométrico ou da evolução sequencial de exames audiométricos, os se-
guintes fatores:
a) a história clínica e ocupacional do trabalhador;
b) o resultado da otoscopia e de outros testes audiológicos complementares;
c) a idade do trabalhador;
d) o tempo de exposição pregressa e atual a níveis de pressão sonora elevada;
e) os níveis de pressão sonora a que o trabalhador estará, está ou esteve exposto no
exercício do trabalho;
f) a demanda auditiva do trabalho ou da função;
g) a exposição não ocupacional a níveis de pressão sonoros elevados;
h) a exposição ocupacional a outro (s) agente (s) de risco ao sistema auditivo;
i) a exposição não ocupacional a outro (s) agentes de risco ao sistema auditivo;
j) a capacitação profissional do trabalhador examinado;
k) os programas de conservação auditiva aos quais tem ou terá acesso o trabalhador.
6. Condutas Preventivas
6.1. Em presença de trabalhador cujo exame audiométrico de referência se enquadre no item
4.1.2, ou algum dos exames audiométricos sequenciais se enquadre no item 4.2.1 ou 4.2.2
ou 4.2.3, o médico coordenador do PCMSO, ou o encarregado pelo mesmo do exame mé-
dico, deverá:
a) definir a aptidão do trabalhador para a função, com base nos fatores ressaltados no item
5.2 desta norma técnica;
b) incluir o caso no relatório anual do PCMSO;
c) participar da implantação, aprimoramento e controle de programas que visem à preven-
ção da progressão da perda auditiva do trabalhador acometido e de outros expostos ao
risco, levando-se em consideração o disposto no item 9.3.6 da NR-9;
d) disponibilizar cópias dos exames audiométricos aos trabalhadores.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
248
6.2. Em presença de trabalhador cujo exame audiométrico de referência se
enquadre no item 4.1.3, ou que algum dos exames audiométricos sequenciais se
Segurança do Trabalho
enquadre nos itens 4.2.1.a., 4.2.1.b, 4.2.2.a, 4.2.2.b,
b)c)orientar e encaminhar
definir sobre a aptidãoodo
trabalhador
trabalhadorpara
paraavaliação
função; especializada;
c) definir sobre a aptidão do trabalhador para função;
SEGURANÇA DO TRABALHO
d) participar da implantação, aprimoramento, e controle de programas que
d) participar da implantação, aprimoramento, e controle de programas que visem à
visem à prevenção
prevenção da progressão
da progressão da perda
da perda auditiva doauditiva do trabalhador
trabalhador acometidoacometido
e de outros ex
postos ao risco,
e de outros levando-se
expostos em consideração
ao risco, levando-se emo disposto no item
consideração 9.3.6 da no
o disposto NR-9.
item
e)9.3.6
disponibilizar
da NR-9. cópias dos exames audiométricos aos trabalhadores.
301
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
249
Segurança do Trabalho
1. Os símbolos
1. Os símbolos referentes
referentes à via deà condução
via de condução aérea devem
aérea devem ser ligados
ser ligados através através
de linhasdecontínuas
para a orelha
linhas direita
contínuas e linha
para interrompidas
a orelha parainterrompidas
direita e linha a orelha esquerda.
para a orelha esquerda.
2. Os símbolos de condução óssea não devem ser interligados.
2. Os símbolos de condução óssea não devem ser interligados.
3. No caso do uso de cores:
3. No caso do uso de cores:
a) a cor vermelha deve ser usada para os símbolos referentes à orelha direita;
a) a cor vermelha deve ser usada para os símbolos referentes à orelha direita;
b) a cor azul deve ser usada para os símbolos referentes à orelha esquerda.
b) a cor azul deve ser usada para os símbolos referentes à orelha esquerda.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
302 250
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Segurança do Trabalho
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei Nº 8.213. 199. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras
providências.. Disponível em: <Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras
providências.>. Acesso em: 20 nov. 2013.
INSS. Anuário Estatístico da Previdência Social: Acidentes do Trabalho. Disponível em: <http://www.
previdencia.gov.br/estatisticas/menu-de-apoio-estatisticas-anuario-estatistico-da-previdencia-social-
-2007-acidentes-do-trabalho/>. Acesso em: 15 dez. 2013.
INSS. Manual Para Preenchimento de Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT, maio de 1999.
ANUÁRIO BRASILEIRO DE PROTEÇÃO 2013: Estatísticas de Acidentes Brasil. Novo Hamburgo - Rs: Re-
vista Proteção, 2013.
NR4, NBR14280, José da Cunha Tavares. Noções de Prevenção e Controle de Perdas em Segurança do
Trabalho. 8ª edição, editora SENAC.
MANUAL PRÁTICO: Como calcular e preencher os mapas dos anexos III, IV, V e VI da NR-4. Novo Ham-
burgo - Rs: Novo Hamburgo – Rs: Revista Proteção, jan. 1999.
BRASIL; Ministério da Previdência Social, Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/informaes-2/perfil-profissiogrfico-previdencirio-ppp/>. Acesso em:
15 nov. 2013.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
251
Curso Técnico em
Segurança do Trabalho
Etapa 3
SEGURANÇA
INDUSTRIAL
Segurança Industrial
SUMÁRIO
NR 26 - Sinalização de segurança................................................................................267
2.1 Alguns documentos complementares...................................................................267
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
254
Segurança Industrial
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
255
Segurança Industrial
· ABNT NBR 13570
- Instalações elétricas em locais de afluência de público.
· API RP 500
- Recommended practice for classification of locations for electrical installations at petroleum-
facilities classified as class I, division 1 and division 2.
· Lei nº 6.514/77
- Altera a redação do Capítulo V do Título II da CLT - Segurança e Medicina do Trabalho.
· Lei nº 11.337/06
- Estabelece a obrigatoriedade de as edificações possuírem sistemas de aterramento e instala
ções elétricas compatíveis com a utilização do condutor de proteção (fio-terra).
· NFPA 497
- Recommended practice for the classification of flammable liquids, gases, or vapors and of
zardous (classified) locations for electrical installation in chemical process areas.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
256
Segurança Industrial
· Portaria MTE/SIT nº 108, de 30/12/04
- Inclui a “vestimenta condutiva de segurança para proteção de todo o corpo contra choques
elétricos” na lista de Equipamentos de Proteção Individual, do Anexo I da NR 6 - Equipamen-
to de Proteção Individual (EPI).
A expressão Sistema Elétrico de Potência ainda causa bastante polêmica, mas a norma apre-
senta uma definição em seu glossário que não deixa dúvidas sobre a correta interpretação de sua
utilização dentro do texto regulamentador. Segundo esse glossário, sistema elétrico de potência é o
“conjunto das instalações e equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica até a medição, inclusive”. Sendo assim, para a NR 10, o sistema elétrico de potência se encerra
no ponto de entrega de energia ao consumidor. Por outro lado, o trabalho realizado em proximidade
também é objeto do glossário, que o define como aquele durante o qual o trabalhador pode entrar na
zona controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou com extensões condutoras, represen-
tadas por materiais, ferramentas ou equipamentos que manipule.
A NR-10 estabelece medidas de controle básicas, como, por exemplo, o item 10.2, em que todas
as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle do risco
elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segu-
rança e a saúde no trabalho. Essas medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais inicia-
tivas da empresa, no âmbito da preservação da segurança, da saúde e do meio ambiente do trabalho.
As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas
dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos
e dispositivos de proteção.
Os esquemas unifilares (também chamados de diagramas unifilares) são desenhos técnicos que
representam de forma simplificada o sistema elétrico da empresa, desde a origem da instalação até os
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
257
Segurança Industrial
quadros de distribuição de circuitos. Nesses esquemas, estão identificadas as características elétricas
(tensão, corrente nominal, potência etc.) de transformadores, cabos, dispositivos de manobra e
proteção de circuitos. Trata-se de um documento técnico especializado e, portanto, deve ser elabo-
rado por um profissional habilitado, assim considerando aquele que atende ao estabelecido no item
10.8 desta NR, isto é, um técnico de nível médio ou engenheiro eletricista.
Outra medida é prevista no item 10.2.4, onde os estabelecimentos devem constituir e manter o
Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no subitem 10.2.3, no mínimo:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
258
Segurança Industrial
O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme regulamentação estabe-
lecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender às Normas Internacionais
vigentes. A execução do aterramento deve considerar as prescrições específicas das normas técnicas
da ABNT NBR 5410 (baixa tensão) e NBR 14039 (média tensão). Em ambos os casos, devem ser obser-
vadas também as prescrições da NBR 5419, que estabelece os critérios para os sistemas de proteção
contra descargas atmosféricas, incluindo o detalhamento da malha de aterramento.
Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem tecnica-
mente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados equipamentos de pro-
teção individual específicos e adequados às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na
NR 6.
As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condu-
tibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas. É vedado o uso de adornos pessoais nos
trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades.
Entre os equipamentos previstos para proteção contra os efeitos da eletricidade, estão: o capa-
cete classe B, óculos com proteção contra a radiação de Raios Ultravioleta A (UVA) e Raios Ultravioleta
B (UVB), as luvas e mangas isolantes de borracha, os calçados de segurança com solado de borracha
isolante e a vestimenta condutiva de segurança (para trabalhos em linha viva) e vestimenta resistente
ao arco elétrico.
Outros equipamentos podem ser aplicáveis, dependendo do tipo de atividade a ser desenvolvi-
da, como é o caso de cintos de segurança, luvas de cobertura (a serem usadas sobre a luva de borra-
cha), respiradores (máscaras) para trabalhos em espaços confinados etc. Os calçados de segurança in-
dicados para uso em serviços com eletricidade têm essa característica registrada no Certificado de
Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Caso seja necessário conciliar
proteção mecânica (contra quedas de objetos sobre os dedos do pé) e proteção elétrica, é importante
escolher opções específicas.
Existem calçados que atendem a essas duas características, isto é, possuem biqueiras de aço e
mesmo assim são resistentes à passagem de corrente elétrica. Entretanto, ainda são poucas as opções
no mercado para essa dupla proteção. Assim sendo, recomenda-se verificar com atenção o que está
descrito no CA. Em caso de dúvida, o fabricante (ou até mesmo o laboratório credenciado e responsá-
vel pelos ensaios) deve ser consultado.
Os profissionais considerados qualificados para fins de aplicação da NR 10 são aqueles que te-
nham realizado um curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino, o que
pode ocorrer, segundo a regulamentação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
em três níveis: cursos de formação inicial (eletricistas, por exemplo), de nível médio (eletrotécnicos
ou eletromecânicos) e superior (engenheiros eletricistas). Os treinamentos na empresa, previstos no
texto anterior da norma, não bastam para qualificar o trabalhador, é necessária a apresentação de um
diploma ou certificado de qualificação profissional.
A exigência de qualificação de pessoas para trabalhar em serviços de eletricidade encon-
tra-se amparada na própria CLT, em seu artigo 180 (Decreto - Lei no 5.452 de 01/05/1943): “Somente
profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas”. Neste
sentido (item 10.8.1), a qualificação deve ocorrer através de cursos regulares, reconhecidos e autori-
zados pelo Ministério da Educação e Cultura, com currículo aprovado e mediante comprovação
de aproveitamento em exames de avaliação, estabelecidos no Sistema Oficial de Ensino (portadores
de certificados ou diplomas).
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
259
Segurança Industrial
Essa qualificação acontece em três níveis, com responsabilidades e atribuições distintas a serem
observadas pelas empresas.
· Através de cursos técnicos ou técnicos profissionalizantes, que requerem pessoas com esco-
laridade mínima de ensino médio completo e qualificação profissional específica em torno de 1.200
horas. São exemplos os técnicos, em eletricidade, eletrotécnica, eletrônica, eletromecânica, mecatrô-
nica, telecomunicações, projetistas técnicos, encarregados de manutenção e montagem, supervisores
de montagem e manutenção de máquinas (ver CBO 3131 e 3303).
· Através de cursos superiores plenos ou não. São exemplos os tecnólogos de nível superior, os
engenheiros operacionais e engenheiros plenos nas modalidades de eletricistas, eletrotécnicos, ele-
tro-eletrônicos, mecatrônicos e de telecomunicações (ver CBOs 2021, 2032 e 2143).
Entre os três níveis mencionados, a norma prevê uma distinção, chamando de habilitados aque-
les previamente qualificados e que tenham registro em um conselho de classe. É o caso dos técnicos
e engenheiros. Para os habilitados, há competências exclusivas, como, por exemplo, a assinatura
dos documentos técnicos previstos na norma, projetos e procedimentos.
Para que os profissionais qualificados sejam considerados legalmente habilitados (item 10.8.2),
é necessário preencher as formalidades de registro nos respectivos conselhos regionais de fiscalização
do exercício profissional. Estes conselhos profissionais é que estabelecem as atribuições e responsa-
bilidades de cada qualificação em função dos cursos, cargas horárias e matérias ministradas. São os
conselhos regionais que habilitam os profissionais com nível médio e superior (técnicos, tecnólogos e
engenheiros). A regularidade do registro junto ao conselho competente é que resulta na habilitação
profissional.
Trabalhadores capacitados (item 10.8.3) aqueles que, embora não tenham frequentado cursos
regulares ou reconhecidos pelo Sistema Oficial de Ensino, se tornaram aptos ao exercício de atividades
específicas mediante a aquisição de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e experiências
práticas, realizados sob a orientação e responsabilidade de um profissional habilitado e autoriza-
do (item 10.8.3.a).
260
Segurança Industrial
situações específicas, para as quais tenham sido formalmente treinados e sob a responsabilidade de
um profissional habilitado. Seria o caso dos ajudantes e auxiliares que não dispõem de autonomia de
atuação. Mesmo assim, esta capacitação só é válida para a empresa que o capacitou (10.8.3.1). O pro-
cesso de capacitação só tem validade na empresa em que o mesmo ocorreu (item 10.8.3.1). Para que
o empregado capacitado seja aproveitado na mesma função em outra empresa, este deverá ter seus
conhecimentos e experiências reavaliadas e ratificadas por um profissional habilitado e autorizado da
nova empresa.
O profissional autorizado (item 10.8.4) é aquele formalmente autorizado pela empresa median-
te um processo administrativo, para operar suas instalações elétricas. Este processo abrange todo
o conjunto de trabalhadores capacitados, qualificados e habilitados envolvidos nestas atividades. A
obrigatoriedade da empresa em autorizar seus empregados implica em responsabilidade para com
este ato. Portanto, é de fundamental importância que as mesmas adotem critérios bem claros para
assumir tais responsabilidades.
Para fins de aplicação do item 10.8.5, a autorização não é um ato genérico que permite a todos
os autorizados ampla intervenção nos sistemas elétricos. Ela deve ser segmentada em níveis de co-
nhecimento e funções das profissões envolvidas, de modo que a empresa possa identificar, docu-
mentar e registrar as atribuições de cada trabalhador por um sistema de gerenciamento.
Comprovada a qualificação ou capacitação, todos deverão realizar um curso básico de segu-
rança em instalações e serviços em eletricidade, com carga horária de 40 horas e ementa que inclui,
além dos riscos inerentes à eletricidade, noções de prevenção e de combate a incêndio e primeiros
socorros. Aqueles que atuam em sistemas elétricos de potência, depois de aprovados no curso básico,
deverão passar por um curso complementar, também com 40 horas, porém dirigido aos riscos especí-
ficos da área ou setor onde irão atuar.
Cursos:
O curso básico de 40 horas prevê um currículo mínimo com os assuntos de natureza multipro-
fissional (efeitos fisiológicos da eletricidade sobre o organismo humano, medidas de proteção dispo-
níveis, análise e antecipação de riscos, metodologias seguras, normas técnicas, noções de respon-
sabilidade civil, penal, técnica e trabalhista) que deverão ser abordados de maneira a preparar os
trabalhadores em geral para as atividades envolvendo o risco elétrico.
O segundo módulo (complementar, também de 40 horas), de currículo mais abrangente, per-
mite que alguns assuntos sejam focados para atividades de natureza específica do Sistema Elétrico de
Potência (SEP) e tem como pré-requisito o primeiro. Destina-se aos trabalhadores envolvidos nestas
atividades, bem como aqueles que atuam nas suas proximidades.
O trabalho em proximidade é aquele durante o qual o trabalhador possa entrar na zona contro-
lada, ainda que seja com uma das partes de seu corpo, ou com extensões condutoras, representadas
por ferramentas, equipamentos ou materiais que manipule.
O item 10.8.8.2 estabelece uma periodicidade máxima (a cada dois anos), independentemente
dos casos citados abaixo, para que as empresas promovam a reciclagem de seus empregados. No en-
tanto, ele não define especificamente conteúdo programático, carga horária ou recursos a serem
utilizados. Estes cursos devem obedecer, porém, à mesma temática servindo para nivelar, aprofun-
dar e atualizar conhecimentos de modo a maximizar os efeitos na prevenção de acidentes elétricos.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
261
Segurança Industrial
A reciclagem pode ocorrer a qualquer tempo anterior a dois anos sempre que ocorrer os seguin-
tes casos:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE. API RP 500 recommended practice for classification
of locations for electrical installations at petroleum facilities classified as class I, division 1 and
division 2. 2. ed. [S.l.], 2002.
______ NBR 5410: instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004. 209 p.
______ NBR 5418: instalações elétricas em atmosferas explosivas. Rio de Janeiro, 1995. 13 p.
______NBR 5419: proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro, 2001. 32 p.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
262
Segurança Industrial
______NBR 5460: sistemas elétricos de potência. Rio de Janeiro, 1992. 63 p.
______NBR 8221: equipamento de proteção individual: capacete de segurança para uso na indústria:
especificação e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2003. 18 p.
______NBR 9518: equipamentos elétricos para atmosferas explosivas: requisitos gerais. Rio de Janei-
ro, 1997. 67 p.
______NBR 10622: luva de segurança isolante de borracha. Rio de Janeiro, 1989. 31p.
______ NBR 10623: mangas isolantes de borracha. Rio de Janeiro, 1989. 35p.
______NBR 12594: exigências técnicas de segurança para construção de calçado de proteção. Rio de
Janeiro, 1992. 13 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13534: instalações elétricas de baixa tensão:
requisitos para instalação em estabelecimentos assistenciais de saúde. Rio de Janeiro, 1995. 21 p.
______ NBR 13570: instalações elétricas em locais de afluência de público: requisitos específicos. Rio
de Janeiro, 1996. 5 p.
______ NBR 14039: instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Rio de Janeiro, 2003.
87p.
______ NBR IEC 60050 (826): vocabulário eletrotécnico internacional: capítulo 826: instalações
elétricas em edificações. Rio de Janeiro, 1997. 12 p.
______NBR IEC 60079-10: equipamentos elétricos para atmosferas explosivas: parte 10: classificação
de áreas. Rio de Janeiro, 2006. 56 p.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
263
Segurança Industrial
Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D93412.htm>. Acesso em: 17 set. 2007.
______ Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 ago. 1943. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm>.
Acesso em: 17 set. 2007.
______Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985. Institui salário adicional para os empregados no setor
de energia elétrica, em condições de periculosidade. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 23 set. 1985. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7369.htm>. Acesso em: 25 set. 2007.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 27 jul. 2006. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11337.htm>. Acesso em: 10 set.
2007. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. 2007. Disponível em: <http://www.mte.gov.br>.
Acesso em: 17 set. 2007.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
264
Segurança Industrial
______ NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Disponível em:
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf>. Acesso em: 11 set. 2007.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 dez. 2004. Disponível em:
<http://www.mte.gov.br/legislacao/portarias/2004/p_20041207_598.pdf>. Acesso em: 10 set. 2007.
BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho (2ª. Região). CLT Dinâmica: Consolidação das Leis do Traba-
lho. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Desenvolvimento e atualização realizados pelo
Serviço de Jurisprudência e Divulgação do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Disponível
em: <http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/legis/CLT/INDICE.html>.
Acesso em: 10 set. 2007.
COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Resolução CNEN nº 04, de 19 de abril de 1989. Suspen-
de, a partir da vigência desta resolução, a concessão de autorização para utilização de material
radioativo em para-raios. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 maio
1989. Disponível em: <http://www.ipef.br/legislacao/bdlegislacao/arquivos/4137.rtf>.
Acesso em: 10 set. 2007.
INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISSION. Live working: conductive clothing for use at no-
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
265
Segurança Industrial
minal voltage up to 800 kV a.c. and +/- 600 kV d.c. Geneva, Switzerland, 2002. IEC 60895.
NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION. NFPA 497: recommended practice for the classification of
flammable liquids, gases, or vapors and of hazardous (classified) locations for electrical installa-
tions in chemical process areas. Quincy, Massachusetts, 2004.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
266
Segurança Industrial
2- NR 26 - SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
A NR 26, cujo título é Sinalização de Segurança, estabelece a padronização das cores a serem
utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, visando à prevenção da saúde e
da integridade física dos trabalhadores.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
267
Segurança Industrial
· ABNT NBR 9072
- Emprego de cores para sinalização de segurança em instalação fixa e em veículo ferroviário.
· NFPA 704
- Standard for the identification of the fire hazards of materials for emergency response.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
268
Segurança Industrial
A NR 26 tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para pre-
venção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando
as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases, e advertindo contra
riscos. O objetivo fim é promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.
O uso de cores permite uma reação automática do observador, evitando que a pessoa tenha que
se deter diante do sinal, ler, analisar e, só então, atuar de acordo com sua finalidade. Entretanto, na
comunicação básica de segurança e saúde ocupacional requer a necessidade de utilização de diversas
formas de comunicação para que as pessoas entendam a mensagem que se quer passar. Para ques-
tões de segurança e saúde ocupacional, destacam-se três formas de comunicação: escrita, números e
cores.
A indicação em cor, sempre que necessária, especialmente quando em área de trânsito para
pessoas estranhas ao trabalho, será acompanhada dos sinais convencionais ou da identificação por
palavras.
As cores servem para identificar e chamar a atenção para diversos aspectos relacionados à se-
gurança. Como referência documental, deve ser consultada a Resolução ANTT no 420/04 e a NBR
7500 (Símbolo de Risco para Manuseio e 12 Transporte de Materiais) que utiliza as cores para
diferenciar os rótulos de riscos referentes às classes de produtos perigosos, além de identificar o
painel de segurança.
As cores também são utilizadas para identificar o potencial de risco das substâncias químicas
através do Diamante de Hommel, segundo a NFPA 704 - Standard for the identification of the fire ha-
zards of materials for emergency response. Uma simbologia bastante aplicada em vários países, no
entanto sem obrigatoriedade, o método do Diamante de Hommel, diferentemente das placas de
identificação, não informa qual é a substância química, mas indica todos os riscos envolvendo o pro-
duto químico em questão. O Diamante de Hommel quantifica e qualifica em uma mesma identificação
as propriedades do produto químico com relação à saúde, inflamabilidade e reatividade. O quadro
possui quatro cores básicas (azul, vermelha, amarela e branca) sendo preenchido por números de 0 a
4 para determinar a gradação do risco. As cores indicam:
· Vermelha: inflamabilidade;
· Azul: riscos à saúde;
· Amarela: reatividade;
· Branca: riscos especiais.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
269
Segurança Industrial
VERMELHA (INFLAMABILIDADE) - Riscos:
· 4 - Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos;
· 3 - Produtos que entram em ignição a temperatura ambiente;
· 2 - Produtos que entram em ignição quando aquecidos moderadamente;
· 1 - Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição;
· 0 - Produtos que não queimam.
Uma observação muito importante a ser colocada quanto à utilização do Diamante de Hom-
mel é que o mesmo não indica qual é a substância química em questão, mas apenas os riscos envolvi-
dos; ou seja, quando considerado apenas o Diamante de Hommel sem outras formas de identificação
este método de classificação não é completo.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou diversas normas técnicas sobre a
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
270
Segurança Industrial
padronização das cores no ambiente de trabalho. Algumas delas estão listadas nos documentos com-
plementares desta NR. Sugerimos sempre a consulta à ABNT antes de adquirir uma norma técnica no
endereço eletrônico (http://www.abnt.org.br), pois estes tipos de documentos são dinâmicos, podem
ser alterados e até mesmo cancelados.
Além de ser um elemento imprescindível na composição de um ambiente, a cor é, também,
um auxiliar valioso para a obtenção de uma boa sinalização, seja delimitando áreas, fornecendo
indicações ou advertindo condições inseguras. A sinalização cromática encontra largo emprego nos
diferentes locais de trabalho.
O uso da cor, na sinalização, permite uma reação automática do observador, evitando que a pes-
soa tenha que se deter diante do sinal, ler, analisar e, só então, atuar de acordo com sua finalidade. Em
função desta necessidade, através dessa NR, padronizou-se a aplicação das cores, de modo que seu
significado fosse sempre o mesmo, na área de segurança do trabalho, permitindo, assim, uma
identificação imediata do risco existente.
A rotulagem preventiva, de que trata a NR 26, visa orientar os trabalhadores sobre os riscos dos
produtos manuseados. Muitas vezes, devido ao tamanho das embalagens, a rotulagem preventiva
fica comprometida, impedindo que todas as informações importantes sejam disponibilizadas para o
trabalhador nas empresas e, até mesmo, para o consumidor.
É preciso esclarecer uma questão de terminologia entre Rotulagem
Preventiva, prevista na NR 26, e Rótulo de Risco, citado na Resolução ANTT no 420/04 e Norma
ABNT NBR 7500. A Rotulagem Preventiva inclui uma série de informações no item 26.6.5, enquanto o
Rótulo de Risco trata apenas dos losangos coloridos, informando sobre características das nove clas-
ses de risco.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
271
Segurança Industrial
NBR 7195 – CORES PARA SEGURANÇA DO TRABALHO
328 Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
“Fundação de Educação para
272 de Minas Gerais”
o Trabalho
Segurança Industrial
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
_______NBR 5311: código em cores para resistores fixos. Rio de Janeiro, 1980. 3 p.
_______NBR 6493: emprego das cores para identificação de tubulações. Rio de Janeiro, 1994. 5 p.
_______NBR 7485: emprego de cores para identificação de tubulações em usinas e refinarias de açú-
car e destilarias de álcool. Rio de Janeiro, 1994. 7 p.
_______NBR 7998: perfis de aço: identificação das especificações de aços por cor. Rio de Janeiro,
1983. 2 p.
_______NBR 8421: identificação por cores das tubulações em embarcações. Rio de Janeiro, 1993. 3 p.
_______NBR 8663: ascaréis para aplicações elétricas: ensaios. Rio de Janeiro, 1984. 24 p.
_______NBR 9072: emprego de cores para sinalização de segurança em instalação fixa e em veículo
ferroviário. Rio de Janeiro, 1985. 7 p. 18.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
273
Segurança Industrial
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12176: cilindros para gases: identificação
do conteúdo. Rio de Janeiro, 1999. 9 p.
_______ NBR 13193: emprego de cores para identificação de tubulações de gases industriais. Rio de
Janeiro, 1994. 5 p.
_______NBR 13434-2: sinalização de segurança contra incêndio e pânico: parte 2: símbolos e suas
formas, dimensões e cores. Rio de Janeiro, 2004. 19 p.
_______NBR 14725: Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos: FISPQ. Rio de Janeiro,
2001. 14 p.
BRASIL. Decreto nº 2.657, de 03 de julho de 1998. Promulga a Convenção nº 170 da OIT, relativa à Se-
gurança na Utilização de Produtos Químicos no Trabalho, assinada em Genebra, em 25 de junho
de 1990. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 6 jul. 1998. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2657.htm>.
Acesso em: 20 set. 2007.
_______Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988. Aprova o Regulamento para o Transporte Rodo-
viário de Produtos Perigosos e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 19 maio 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/Antigos/D96044.htm>.
Acesso em: 17 set. 2007.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
274
Segurança Industrial
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Desenvolvimento e atualização realizados pelo Ser-
viço de Jurisprudência e Divulgação do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Disponível em:
<http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/legis/CLT/INDICE.html>.
Acesso em: 10 set. 2007.
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - SESI. Legislação comentada: NR-26 Sinalização de Segurança. Depar-
tamento Regional da Bahia, Salvador, 2008. 28p
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
275
Segurança Industrial
RESPONSABILIDADES
Cabe ao empregador
I. indicar formalmente um responsável pela implementação desta Norma.
II. garantir a efetiva implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma.
III. adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de pro-
teção estabelecidas nesta Norma, pelas empresas contratadas.
IV. garantir que qualquer trabalho só inicie depois de adotadas as medidas de proteção defini-
das nesta Norma.
V. assegurar a interrupção imediata de todo e qualquer trabalho em caso de mudança nas
condições ambientais que o torne potencialmente perigoso à integridade física e psíquica
dos trabalhadores.
VI. assegurar a realização da Análise Preliminar de Risco - APR e quando aplicável a emissão da
Permissão de Trabalho - PT.
VII. realizar, antes do início das atividades operacionais, Diálogo Diário de Segurança - DDS,
contemplando as atividades que serão desenvolvidas, o processo de trabalho, os riscos e
as medidas de proteção. O tema do DDS deve ser consignado num documento, rubricado
pelos participantes e arquivado, juntamente com a lista de presença.
VIII. garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de contro-
le.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
276
Segurança Industrial
e psíquica dos trabalhadores.
Capacitação e Treinamento
É considerado trabalhador qualificado, aquele que comprovar conclusão de curso específico
para a sua atividade em instituição reconhecida pelo sistema oficial de ensino.
É considerado trabalhador capacitado, aquele que receba capacitação sob orientação e respon-
sabilidade de profissional legalmente habilitado.
O certificado deve ser entregue ao trabalhador, sendo que, uma cópia deve ser arquivada na
empresa.
O treinamento admissional deve ter carga horária mínima de seis horas, constando de informa-
ções sobre:
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
277
Segurança Industrial
b) as condições e meio ambiente de trabalho;
c) os Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC existentes no estabelecimento;
d) o uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual - EPI.
Inspeção Preliminar
Nos locais onde se realizam trabalhos a quente deve ser efetuada inspeção preliminar, de modo
a assegurar que:
a) o local de trabalho e áreas adjacentes estejam limpos, secos e isentos de agentes combustí-
veis, inflamáveis, tóxicos e contaminantes;
b) a área somente seja liberada após constatação da ausência de atividades incompatíveis com
o trabalho a quente;
c) o trabalho a quente seja executado por trabalhador capacitado, conforme item 4 do Anexo I.
(alterada pela Portaria MTE n.º 1.897, de 09 de dezembro de 2013)
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
278
Segurança Industrial
a) Classes de fogo;
b) Métodos de extinção;
c) Tipos de equipamentos de combate a incêndio;
d) Sistemas de alarme e comunicação;
e) Rotas de fuga;
f) Equipamento de proteção individual e coletiva;
g) Práticas de prevenção e combate a incêndio.
279
Segurança Industrial
4. Curso Básico de Segurança para Trabalhos a Quente
(inserido pela Portaria MTE n.º 1.897, de 09 de dezembro de 2013)
Carga horária mínima: 08 (oito) horas
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
280
Segurança Industrial
• Radiações Não Ionizantes;
• Gases e Fumos Metálicos;
• Máquinas de Solda;
• Cabos de Solda;
• Eletrodos;
• Circuito de Corrente de Solda;
• Riscos nas Soldas com Eletrodos Especiais;
• Riscos nas Soldas com Processos Especiais (Arco Submerso , Mig,
Mag, Tig)
• Riscos na Operação de Goivagem;
• EPI e EPC.
• Proteção Elétrica - Quadros, Disjuntores e Cabos de Alimentação
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
281
Segurança Industrial
5. Curso Básico de Segurança em Teste de Estanqueidade (inserido pela Portaria MTE n.º 1.897, de
09 de dezembro de 2013)
Carga horária mínima: 24 (vinte e quatro) horas.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
282
Segurança Industrial
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Decreto nº 2.657, de 03 de julho de 1998. Promulga a Convenção nº 170 da OIT, relativa à
Segurança na Utilização de Produtos Químicos no Trabalho, assinada em Genebra, em 25 de junho de
1990. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 6 jul. 1998. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2657.htm>. Acesso em: 20 set. 2007.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
283
Curso Técnico em
Segurança do Trabalho
Etapa 3
ERGONOMIA
Ergonomia
SUMÁRIO
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
286
Ergonomia
1 - NR 17 – ERGONOMIA
A Norma Regulamentadora 17, cujo título é Ergonomia, visa estabelecer parâmetros que per-
mitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A NR 17 tem a sua
existência jurídica assegurada, em nível de legislação ordinária, nos artigos 198 e 199 da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT).
Ergonomia é a disciplina científica que diz respeito ao entendimento das interações entre os
homens e os outros elementos de um sistema e a profissão que aplica teorias, princípios, dados e
métodos para projetar de modo a otimizar o bem-estar dos homens e a eficiência total do sistema.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
287
Ergonomia
· Análise global da empresa no seu contexto das condições técnicas, econômicas e sociais;
· Análise da população de trabalho;
· Definição das situações de trabalho a serem estudadas;
· Descrição das tarefas prescritas, das tarefas reais e das atividades;
· Análise das atividades - elemento central do estudo;
· Diagnóstico;
· Validação do diagnóstico;
· Recomendações;
· Simulação do trabalho com as modificações propostas;
· Avaliação do trabalho na nova situação.
Segundo o item 17.2.5 da NR 17, quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados
para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior
àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou sua segurança.
288
Ergonomia
Solicitação intelectual
De uma forma geral, as condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às caracte-
rísticas psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. Segundo o item
17.5.2 da NR 17, nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelec-
tual e atenção constante, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvi-
mento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto:
Iluminação
De acordo com o item 17.5.3.3, os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos lo-
cais de trabalho são os valores de iluminância estabelecidos na norma ABNT NBR pela NBR ISO 8995-1
em 2013.
Sobrecarga Muscular
Segundo o item 17.6.3, nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do
pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do traba-
lho, deve ser observado o seguinte:
Checkout
A NR 17 possui o Anexo 1 disponibilizado no endereço eletrônico (http://www.mte.gov.br/le-
gislacao/normas_regulamentadoras/nr_17_anexo1.pdf) com os requisitos técnicos e legais a serem
seguidos pelos empregadores.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
289
Ergonomia
do trabalhador.
Quanto aos equipamentos e às ferramentas utilizadas pelos operadores de checkout para o
cumprimento de seu trabalho, deve-se priorizar aqueles que diminuam as sobrecargas de trabalho.
O ambiente físico de trabalho e ao conjunto do posto de trabalho deve manter condições dentro
dos parâmetros de salubridade e de conforto conforme NR/NBR e ISO correspondentes.
O trabalhador deve receber treinamento com noções sobre prevenção dos fatores de risco para
a saúde, decorrentes da modalidade de seu trabalho – checkout, levando em consideração os aspec-
tos relacionados a características de sua atividade.
A elaboração do conteúdo técnico e avaliação dos resultados do treinamento devem contar
com a participação de integrantes do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho e
da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, quando houver, e do coordenador do Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional e dos responsáveis pela elaboração e implementação do Pro-
grama de Prevenção de Riscos Ambientais.
Telemarketing
A NR 17 possui o Anexo 2 disponibilizado no endereço eletrônico (http://www.mte.gov.br/le-
gislacao/normas_regulamentadoras/nr_17_anexo2.pdf) com os requisitos técnicos e legais a serem
seguidos pelos empregadores.
O anexo II da NR-17 do Ministério do Trabalho versa sobre “Tele atendimento/Telemarketing”.
Conhecer o anexo II da NR-17 é o primeiro passo para compreender melhor os aspectos ergonômi-
cos do trabalho de tele atendimento/telemarketing que podem afetar a nossa saúde. Este anexo foi
elaborado por estudiosos do trabalho de tele atendimento que identificaram os principais fatores de
risco à saúde dos trabalhadores. É conhecendo os riscos que podemos nos prevenir.
A prevenção sempre vai incluir: atitudes que cada trabalhador tem individualmente no cuidado
com sua saúde; atitudes que o conjunto dos trabalhadores tem em defesa da saúde de sua categoria.
Ele aponta uma referência mínima e obrigatória para as empresas que mantêm serviços de
tele atendimento/telemarketing proporcionarem aos trabalhadores: conforto, segurança, saúde e de-
sempenho eficiente. Assim vai indicar como devem ser o mobiliário, os equipamentos dos postos de
trabalho, as condições ambientais de trabalho, a organização do trabalho, as condições sanitárias de
conforto, além de indicar aspectos sobre a capacitação dos trabalhadores e os programas de saúde
ocupacional e de prevenção de riscos ambientais.
As cadeiras devem ser estofadas, ter bordas arredondadas, cinco pés de apoio com rodízios,
regulagens para a posição do encosto e altura do assento permitindo o correto apoio dos
pés no chão.
Os conjuntos de microfone e fone de ouvido devem ser individuais e permitir o controle de
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
290
Ergonomia
volume e a alternância entre orelhas. Cada posição de atendimento pode ter um único head
set. desde que as partes que permitam qualquer espécie de contágio ou risco à saúde sejam
de uso individual.
Nos ambientes de trabalho deve existir local para lanche, ambiente adequado para descan-
so durante as pausas e armários individuais com chave.
A organização dos processos de trabalho diz respeito à maneira pela qual o trabalho da pessoa
é gerido, pensado, organizado e ordenado. No trabalho de tele atendimento seus aspectos mais rele-
vantes quanto à saúde são:
Intervalos entre as jornadas de trabalho e mesmo dentro da jornada (as pausas). Esses
intervalos passam a ser minimamente regulamentados para garantir o descanso neste tra-
balho que é especialmente fatigante fora de sua posição de atendimento.
A temperatura no ambiente pode variar entre 20°C e 23°C e como prevenção à “Síndrome
do Edifício Doente” é obrigatório o controle dos sistemas de climatização, conforme normas
do Ministério da Saúde e da ANVISA.
Os sistemas de monitoramento não podem ser usados para aceleração do trabalho e, quan-
do existirem, devem apenas estar disponíveis para consulta dos operadores.
Mecanismos de controle utilizados pelas empresas para acelerar a produtividade: foram
definidas duas pausas remuneradas de 10 min para descanso e a ampliação do tempo de
intervalo para alimentação e repouso de 15 para 20 minutos em jornadas de 6h. Para jorna-
da de 4h deve ser concedida uma pausa de 10 min contínuos.
Os operadores podem sair de seus postos a qualquer momento para satisfazer suas neces-
sidades fisiológicas, sem repercussão sobre avaliações e remunerações.
As empresas devem implementar diálogos que favoreçam micro pausas e evitem carga vo-
cal intensa para os atendentes.
Estimular a ingestão de água potável, que deve ser fornecida gratuitamente.
Os mobiliários devem ser adaptados para atender as necessidades de portadores de ne-
cessidades especiais, assim como o acesso às instalações, aos sanitários e a outros equipa-
mentos.
9- Art. 386. Havendo trabalho aos domingos, será organizada uma escala de revezamento quin-
zenal, que favoreça o repouso dominical.
10- Art. 61. Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exercer do limite
legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender a
realização ou conclusão de serviços inadiáveis, ou seja, cuja inexecução possa acarretar
prejuízo manifesto.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
291
Ergonomia
- 1º O excesso, nos casos deste artigo, poderá ser exigido independentemente de acordo
ou contrato coletivo e deverá ser comunicado, dentro dez dias, à autoridade competente
em matéria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalização sem
prejuízo dessa comunicação.
- 2º Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora
excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previsto neste
artigo, a remuneração será, pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora
normal, e o trabalho não poderá exceder de doze horas, desde que a lei não fixe expressa-
mente outro limite.
- 3º Sempre que ocorrer interrupção do trabalho resultante de causas acidentais, ou força
maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá
ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de suas horas, durante o número de
dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de dez horas
diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias, por ano, sujeita essa recupe-
ração à prévia autorização da autoridade competente.
11- Art. 384. Em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um descanso de 15
(quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho.
1- O disposto neste item será implementado em um prazo para adaptação gradual de, no
máximo, 05 (cinco) anos, sendo de 10% (dez por cento) no primeiro ano, 25% (vinte e cinco
por cento) no segundo ano, 45% (quarenta e cinco) no terceiro ano, 75% (setenta e cinco
por cento) no quarto ano e 100% (cem por cento) no quinto ano.
2- Estes itens da NR17 são genéricos em relação à ergonomia, nos itens abaixo estão mais
bem caracterizados para o trabalho de tele atendimento.
3- Este item da NR 17 regulamenta níveis de ruído, níveis de temperatura, velocidade e
umidade relativa do ar para todos os ambientes de trabalho, mas os específicos para tele
atendimento são os descritos neste anexo.
4- Art. 68. O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do Art. 67, será sempre subor-
dinado à permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho. Parágrafo
único. A permissão será concedida a título permanente nas atividades que, por sua natu-
reza ou pela conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao Ministro
do Trabalho expedir instruções em que sejam especificadas tais atividades. Nos demais ca-
sos, ela será dada sob forma transitória, com discriminação do período autorizado, o qual,
de cada vez, não excederá de 60 (sessenta) dias.
5- Art. 67. Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) ho-
ras consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do
serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
292
Ergonomia
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______ NBR ISO 8995-1: Iluminação de Ambientes de Trabalho. Rio de Janeiro, 2013.
______ NBR 10152: níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987. 4 p. BRASIL. Minis-
tério da Previdência e Assistência Social. Portaria nº 4.062, de 06 de agosto de 1987. Dispõe sobre
a competente investigação a fim de conferir ou afastar o nexo de causalidade entre a síndrome de
tenossinovite e as atividades exercidas pelo digitador. Lex: legislação federal e marginália, São Paulo,
ano 51, p. 1459-1460, jul./set. 1987.
______ Anexo I da NR-17 - Trabalho dos operadores de checkout. Disponível em: <http://www.mte.
gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_17_anexo1.pdf>. Acesso em: 11 set. 2007.
Altera a Norma Regulamentadora n.º 17 - Ergonomia. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 26 nov. 1990. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/porta-
rias/1990/p_19901123_3751.pdf>. Acesso em: 17 set. 2007.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho – Etapa 3
293
Ergonomia
BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho (2ª. Região). CLT Dinâmica: Consolidação das Leis do Trabalho.
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Desenvolvimento e atualização realizados pelo Serviço
de Jurisprudência e Divulgação do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Disponível em: <http://
www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/legis/CLT/INDICE.html>. Acesso em: 10 set. 2007.
CONFERÊNCIA GERAL DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 51. Sete jun. 1967, Genebra.
Convenção 127: convenção relativa ao peso máximo das cargas que podem ser transportadas por
um só trabalhador. Genebra: OIT, 1967. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/rel_internacionais/
conv_127.pdf>.
Acesso em:11set. 2007.
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL. Diretoria Colegiada. Instrução normativa INSS/DC nº 98, de
05 de dezembro de 2003. Aprova norma técnica sobre Lesões por Esforços Repetitivos - LER ou Distúr-
bios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho - DORT. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 10 dez. 2003. Disponível em: <http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/38/
INSS-DC/2003/98.htm>. Acesso em: 10 set. 2007.
SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS DE SALVADOR. Cartilha da Norma Regulamentadora 17: Checkout. CTB
– FEC/BA – CNTC, Salvador, s/d.
Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais – Curso Técnico em Segurança do Trabalho– Etapa 3
294