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CONTRIBUIR SEM MEDO

Edgar Silva Santos


Pastor da Primeira Igreja Batista
Jardim Mauá – Manaus/Am

Neste início de ano, muitas igrejas realizam suas campanhas, com o


escopo de motivar os crentes a exercerem a mordomia. Vivenciamos, em
particular no meio batista, uma realidade angustiante, quanto a este tema. Uma
igreja que não pratica a mordomia é sempre uma igreja em crise,
independentemente do tamanho de sua membresia. Acompanhe essa história
narrada por JOHN HAGGAI. Não é uma história recente, mas, insere-se no
contexto da realidade atual e nos desafia ao enfrentamento de um problema
crônico.

“A pequena igreja Batista de Zambia era pobre. Os membros estimavam muito


seu pastor, Godfrey Mulando, porém não podiam pagar seu salário. Este amor
era mútuo e o pastor se dedicava por inteiro a guiar sua congregação, em seu
caminhar diário com Deus. Ele tinha sido advertido que não falasse em
dinheiro, para não espantar e mesmo afastar as pessoas.
Quando Mulando foi a Singapura para o Treinamento de Liderança, focado na
evangelização, sentiu-se profundamente comovido pelo o que ouviu sobre os
mandamentos e promessas de Deus acerca de dinheiro e bens. Convenceu-se
de que sua igreja devia inteirar-se da verdade.
Ao regressar a Zambia, começou a ensinar às pessoas de sua igreja, dizendo-
lhes que a mordomia é parte do evangelho e nenhuma pessoa pode, na
verdade, ter um conhecimento completo de Deus, a não ser que conheça e
pratique o conceito de mordomia. A adoração não estará completa, a menos
que demos algo. Quando os sábios foram adorar ao bebê Jesus, levaram-lhe
presentes preciosos.
Os membros de sua congregação eram pessoas dedicadas e não se assustaram
pelo fato de que Deus houvesse dado um mandamento, por meio do qual era
preciso dar. Ficaram realmente impressionados por só ouvirem isso agora e,
ademais, sentiram-se envergonhados por sua própria desobediência.
Perguntaram a seu pastor porque ele não lhes havia ensinado estas coisas
antes. O pastor se viu obrigado a admitir que ele mesmo as desconhecia.
Pela primeira vez em sua vida, os membros da igreja Batista de Masala, em
Ndola, Zambia, começaram a dar o dízimo e a fazê-lo com verdadeira alegria.
Além de cobrir as despesas da igreja, aceitaram a responsabilidade de pagar o
salário do pastor e o aluguel de sua casa. Compraram ainda para ele uma
motocicleta, a fim de facilitar-lhe as visitas e a obra da evangelização, e
escreveram para a Sociedade Missionária, dizendo que não enviassem dinheiro
mais, somente suas orações e seu amor.
Descobriram que Deus lhes devolvia mais do que davam, pois não somente
receberam bênçãos em suas vidas pessoais, mas a igreja toda foi abençoada.
Esta cresceu e, ao perceberem os membros que Deus honrava suas promessas,
eles mesmos começaram a compartilhar seu contentamento e também a
compartilhar Jesus Cristo com seus amigos, vizinhos e familiares. Começaram a
trazer outras pessoas às reuniões da igreja, de modo que a Obra cresceu tanto
que tiveram de derrubar as paredes e ampliar o edifício. Fundou-se outra
igreja, filha da primeira, em um lugar onde faltava o testemunho do evangelho.
Logo surgiu outra e mais outra, até chegar-se a um total de cinco igrejas, onde
a princípio só havia uma, a duras penas.
“Quando minha gente começou a dar, assinalou o pastor, deram-se conta de
que tinham um papel muito importante a representar no âmbito da
evangelização. Antes eram apenas espectadores no templo, porém, quando
começaram a dar o dízimo e ofertar para obra de Deus, tomaram consciência
da responsabilidade que tinham quanto ao testemunho, quanto à necessidade
de levar pessoas a Cristo, ajudando-as e instruindo-as na Palavra. Foram de
fato tocadas por grande emoção.”
“Antes de minha viagem a Singapura, em 1974, lembrou ainda, éramos 134
membros, depois de cinco anos, a igreja passou a 300 membros, sem contar as
outras igrejas que surgiram, como já mencionado, e cerca de 200
simpatizantes.”
O pastor Mulando e sua igreja haviam experimentado a verdade de um
importante princípio de liderança: “Dai, e ser-vos-á dado; medida boa,
recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a
medida com que tiverdes medido vos medirão também” (Luc. 6:38). Este é o
princípio da inversão.”

Você crê nisso? Crê que Deus não regateia as suas bênçãos àqueles que
lhe são fiéis? É capaz de afirmar como Jacó: “de tudo o que me deres
certamente te darei o dízimo”? Se crê, mãos para cima e mãos à obra!
Esta é a hora da mudança. A hora de contribuir sem medo. Lamentamos que
não temos, mas, na verdade, não temos porque não damos.

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