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De toda a água existente em nosso planeta, cerca de 97,5% é salgada e apenas 2,5%

é de água doce. Desses 2,5%, podemos estimar que a reserva de água doce do
nosso planeta encontra-se distribuída da seguinte maneira:
 68,9% encontram-se congeladas nas calotas polares e nos cumes das altas
montanhas;
 29,9% localizam-se no subsolo, como em aquíferos;
 0,9% em outros reservatórios, como nuvens, vapor d’água, etc;
 0,3%, apenas, estão disponíveis em rios e lagos.

É justamente desse pequeno percentual, encontrado em rios e lagos, que toda a


população mundial depende para sobreviver.

O facto de a água possuir um ciclo de renovação através do processo de evaporação


dos mares, rios e lagos, garante sua renovação, entretanto, este recurso vital à nossa
sobrevivência está esgotando. O principal problema está associado à relação entre o
tempo necessário para essa renovação e o ritmo de exploração dos recursos hídricos.
Para se ter ideia, de acordo com os dados da WBCSD (World Business Council for
Sustainable Development), em 60% das cidades europeias com mais de 100.000
pessoas, a água subterrânea está sendo usada em um ritmo mais rápido do que pode
ser reabastecida.

Por essa razão, a escassez de água é um problema que já afeta quase todos os
continentes, e de acordo com dados da FAO (Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura), em 2025, cerca de 1,8 bilhão de pessoas estarão vivendo
em países ou regiões com escassez de água absoluta.

Em todo o mundo, a maior parte da água que utilizamos destina-se à prática agrícola.
Cerca de 70% de toda a água doce é utilizada em irrigação de plantações e, a maior
parte dessa água não pode ser reaproveitada, pois encontra-se contaminada por
fertilizantes e pesticidas químicos.
Dos 30% restantes, aproximadamente 20% são utilizados pela atividade industrial em
seus processos de produção.

Os outros 10% são utilizados pela população mundial para realização de diversas
tarefas, que vão desde o próprio consumo até a sua utilização para o preparo de
alimentos, higiene pessoal, limpeza na habitação, entre outros.

Estudos feitos pela UNESCO mostram que, no Século 20, o consumo da água
multiplicou-se por seis – duas vezes a taxa do crescimento da população mundial.
Um total de 26 países sofrem escassez crônica de água e a previsão é de que em
2025 serão 3,5 bilhões de pessoas em 52 países nessa situação.

Em 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o acesso à água e


ao saneamento básico como um direito universal. Desde então, os países membros
precisam trabalhar para que as pessoas tenham acesso a estes direitos até 2030. A
meta, no entanto, parece distante.

Em relatório divulgado em Março do corrente ano, a ONU aponta que mais de 2


bilhões de pessoas não têm acesso à água potável e mais de 4 bilhões não tem
acesso à esgoto sanitário. Além disso, a demanda por água seguirá crescendo e pode
afetar a produção de alimentos e gerar conflitos se o consumo do planeta não
diminuir.

Há inclusive temores reais de que a água seja motivo de conflitos futuros entre as
nações. A água será o ‘ouro líquido’ do futuro, caso os problemas de escassez não
sejam sanados.
O aumento no consumo de água no mundo vem contribuindo para a diminuição da
disponibilidade dos recursos hídricos. Embora a água tenha uma capacidade de
renovação cíclica, o aumento do consumo pode ser maior do que essa reposição
natural, gerando a escassez. Esse quadro é característico de várias partes do mundo.

A falta de água pode afetar 5 bilhões de pessoas até 2050, segundo um relatório da
Organização das Nações Unidas (ONU).

A estimativa da ONU alerta que, pelo menos durante um mês do ano, 5 bilhões de
pessoas ficarão sem água até 2050, o que corresponde à metade da população
mundial estimada para a data.

Caso não haja uma mudança dramática no uso, gerenciamento e compartilhamento


do recurso, o mundo enfrentará um défice de 40% no abastecimento de água em
2030

“É importante melhorar a transparência nas decisões e também tomar medidas de


maneira integrada com os diferentes setores que utilizam a água. A população deve
sentir que faz parte da solução”, diz Angela Ortigara, oficial de Ciências Naturais da
Unesco na Itália.

O uso doméstico também tem sua possibilidade. Eletrodomésticos de alto consumo,


como máquinas de lavar roupa, e práticas pouco recomendáveis, como a lavagem de
automóveis e quintais com mangueira, multiplicam o volume de água de que as
populações necessitam no cotidiano.
“Grande parte dos problemas que os países enfrentam passa também por padrões
de consumo, que só a longo prazo conseguiremos mudar, e a educação é a
ferramenta para isso”, diz Ary Mergulhão, coordenador de Ciências Naturais da
Unesco no Brasil.

O que fazer?

 Não deixar a mangueira ligada enquanto passa o pano no carro;


 Consertar vazamentos em casas e prédios;
 Não ficar muito tempo no chuveiro;

 Não deixar torneira aberta enquanto esfrega o corpo, lava os dentes ou faz a
barba;
 Se tem uma máquina de lavar loiça, use-a apenas quando estiver cheia;
 Se lava a loiça à mão, junte uma quantidade considerável antes de começar a
lavar;
 Não tenha a água sempre a correr. Tenha, se possível, um recipiente para
lavar e outro para enxaguar;
 Lave fruta e vegetais numa bacia d'água em vez de ter a torneira a correr;
 Use apenas um copo ou garrafa para beber água durante o dia, isso reduz a
quantidade de loiça para lavar;
 Caso sobre agua ou gelo no copo depois de acabar de beber, coloque-os num
vaso de planta em vez de o atirar para o lavatório;
 Use apenas a quantidade de água de que precisa;
 Não descongele comida em água a correr;
 Não use a sanita como caixa de lixo.

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