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DO SOLO
Carga horária: 24 h
2021– Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar
1ª. Edição – 2021TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
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Introdução
Olá, que bom ter você conosco no curso Manejo e conservação do solo!
A ESTRUTURA DO CURSO
O curso está dividido em quatro módulos. Veja, a seguir, os principais temas
que compõem cada um deles:
No Módulo 1, você saberá como reconhecer o seu ambiente de cultivo, a relação do solo
com a paisagem, as características morfológicas do solo e a associação com as classes de
solos brasileiros. Esses conteúdos estão divididos em três aulas:
características
morfológicas Cor, textura, estrutura, entre outros aspectos.
do solo
APRESENTAÇÃO 5
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO
agentes da
Chuvas, topografia do terreno e vegetação.
erosão
APRESENTAÇÃO 6
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO
No Módulo 4, você poderá analisar o assunto mais importante do nosso curso, que são
as técnicas de controle das erosões e as práticas conservacionistas do solo: construção
de terraços, barraginhas, sistema de plantio direto, integração lavoura-pecuária-floresta e
plantas de cobertura. Esse último módulo também está dividido em três aulas:
APRESENTAÇÃO 7
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO
APRESENTAÇÃO 8
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO
Atenção! A participação nas aulas, dentro do AVA, é obrigatória para conseguir baixar os
podcasts do canal Um giro no agro. Além disso, ao final de cada módulo, você encontrará
a atividade de aprendizagem. Vale reforçar que você só terá acesso à apostila do módulo
seguinte depois de respondê-la.
Para concluir o curso, as regras são simples: você deverá navegar por todas as telas, rea-
lizar as atividades de aprendizagem e, depois de cumprir essas duas etapas, responder à
pesquisa de satisfação. Portanto, organize-se e acesse o AVA!
APRESENTAÇÃO 9
MÓDULO 01
RECONHECIMENTO DO
AMBIENTE DE CULTIVO
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO
Abertura do Módulo 1
Ao final dos estudos deste módulo, esperamos que você consiga identificar
as características predominantes do solo com base na cor, textura, estrutu-
ra, porosidade e nos aspectos de paisagem local, como o relevo e o clima, e
que saiba associar os benefícios e as deficiências inerentes às principais clas-
ses de solos.
BONS ESTUDOS!
CARACTERIZAÇÃO DA
PAISAGEM RURAL
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO
desintegração
Processo em que as rochas se fragmentam, se dissol-
natural das
vem, e é denominado de intemperismo.
rochas
MATERIAL DE ORIGEM
Podemos dividir o material que dá origem ao solo em dois grupos:
RELEVO
O relevo é o formato da superfície do solo de uma paisagem e é importante
na drenagem da água. Veja, a seguir, a relação entre o relevo e a drenagem
da água.
RELEVO PLANO
RELEVO DECLIVOSO
RELEVO ABACIADO
CLIMA
O clima da região também vai interferir na formação dos solos:
Em locais onde o clima é frio e úmido, os solos costumam ser mais jovens e,
portanto, rasos e bastante constituídos por matéria orgânica.
ORGANISMOS E TEMPO
A decomposição de resíduos vegetais, folhas e raízes, ou até de alguns ani-
mais é realizada por organismos presentes no solo, como formigas, minho-
cas e organismos microscópicos.
A A A
A
C B B
C C
R R R R R
MATURIDADE DO SOLO
Vale lembrar que essa é a estrutura básica dos solos, e ela varia muito de
região para região, conforme o clima, o relevo, o tempo e os organismos.
TEXTURA
Pesquisar em PapoAgro
Madalena @rosa
Olá @rodolfo! Tudo certo por aí?
As partículas de areia são ásperas ao tato e visíveis a olho nu. Por serem as
maiores, não retêm muita água porque um “punhado” de areia apresenta
grandes e poucos poros.
Isso faz com que haja uma grande quantidade de poros entre essas lâminas,
promovendo uma boa capacidade de armazenamento de água no solo.
É possível que você já tenha mexido com argila na vida. Quando úmida, ela é pe-
gajosa e fácil de ser moldada.
Para isso, amasse uma amostra úmida do solo, do tamanho de uma noz, até
formar uma massa, adicionando água se necessário. Então, você deve tentar
perceber três características:
Aplicando a técnica!
Lembre-se de que um solo quase nunca é composto só por areia ou
silte ou, então, apenas por argila. Geralmente, é uma mistura des-
ses materiais, e a sensação tátil poderá ajudar você a definir qual
textura é mais evidente naquela amostra de solo.
COR
A cor do solo é uma característica fácil de ser analisada em campo e nos dá
algumas pistas para iniciar o manejo do solo, por exemplo, o preparo da adu-
bação. Então, vamos analisar algumas delas.
Cores escuras
A matéria orgânica deixa o solo mais escuro, puxando para tons de preto ou castanho es-
curo, por isso o horizonte O possui a cor mais escura. O horizonte A, abaixo do O, também
se apresenta dessa forma, porém costuma ser um pouco mais claro porque é uma zona de
mistura do material orgânico decomposto com o material mineral do solo, como argila ou silte.
Cores vermelhas
Cores acinzentadas
Cores claras
POROSIDADE
A porosidade dos solos corresponde aos espaços existentes entre as partí-
culas de areia, silte e argila, que são denominados microporos, e os espaços
existentes entre os agregados do solo, denominados macroporos. A imagem
ajudará você a compreender essa estrutura.
ESTRUTURA, AGREGAÇÃO
E ANÁLISES: EM CAMPO E
NO LABORATÓRIO
A areia, o silte e a argila se co-
nectam com outros componen-
tes do solo, como raízes, maté-
ria orgânica e microrganismos,
formando os agregados de um
solo, corriqueiramente chama-
dos de “torrões”.
Olá @rodolfo!
E aí, como vai? Eu estou com um probleminha na
minha horta. O solo está muito duro, compactado e Sugestões
percebo que a água não está infiltrando, sabe? Você
Rafael
pode me explicar um pouco sobre isso? @rafael
Seguin...
Valeu, @rodolfo!
Madalena Seguin...
@madalena
Rodolfo @rodolfo
Olá @rafael! O, tudo bem? Vou enviar para você um Lucas Seguin...
áudio que gravei para alguns produtores do Senar e @lucas
#HeyAgroboy
Aplicando a técnica!
Para complementar a informação que foi trazida na rede Papo
Agro por Rodolfo, a imagem seguinte ilustra como deve se apresen-
tar um solo mal estruturado e um solo bem estruturado para que
você possa comparar com as suas amostras coletadas em campo.
BOA LEITURA!
AULA 2
CLASSES DE SOLO:
AMBIENTE
E CARACTERÍSTICAS
A análise que você verá a seguir é a classificação de um tipo de solo que foi constatado
nos planaltos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e em Poços de Caldas
(MG): o Latossolo Bruno.
IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO
Classes de solo
Importância da classificação
Possuindo alto teor de matéria orgânica na superfície, seu horizonte A possui cor
escura, e conta com alto teor de argila no horizonte B.
O termo distroférrico significa que tem baixa fertilidade e alto teor de ferro.
Horizonte O
Excelente! Você está avançando muito bem nos estudos e estamos bem próxi-
mos de concluir o Módulo 1, mas não antes de estudar sobre os potenciais e
as limitações dos solos, que serão vistos na Aula 3. Siga em frente!
BOM ESTUDO!
AULA 3
POTENCIAIS E
LIMITAÇÕES DOS SOLOS
Potenciais e limitações
das 13 classes de solos
Na Aula 2, você conheceu diferentes níveis categóricos para classificar os solos.
Então, agora, apresentaremos aqui os possíveis potenciais e as limitações das
13 classes de solos do primeiro nível categórico.
Mas, antes disso, o que você acha de conhecer um conteúdo bem interessante
e que está sendo abordado na nossa rede social Papo Agro?
Os nomes das 13 classes são formados pela associação de um elemento formativo com a
terminação “-SSOLOS”. Sabendo disso, siga para a rede Papo Agro!
#HeyAgroboy
CAMBI: Do latim
Conotativo a solos em formação
CAMBISSOLO cambiare, “trocar”, 5,26
(transformação).
“mudar”
ORGANO: Do latim
Conotativo a solos com maior
organicus, “pertinente
ORGANOSSOLO expressão da constituição orgâ- 0,03
ou próprio dos com-
nica.
postos de carbono”
Conotativo ao movimento de
VERTI: Do latim ver- material de solo na superfície
VERTISSOLO 0,21
tere, “virar”, “inverter” e que atinge a subsuperfície
(expansão/contração).
ARGISSOLOS
Esses solos possuem acúmulo de argila na subsuperfície, ou seja, no horizonte
B, cuja separação do horizonte A é nítida devido ao gradiente de cores.
São solos:
• profundos;
Foto: HarãHayder, CC BY-SA 4.0 <https://creativecom- • recomendados para a agricultura quando o re-
mons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons levo for mais plano ou suavemente ondulado.
CAMBISSOLOS
São solos em formação pedogenéti-
ca, por isso o horizonte B é estreito.
São solos:
• bem variáveis quanto à textura e
à fertilidade;
CHERNOSSOLOS
São solos em formação pedogenéti-
ca, por isso o horizonte B é estreito.
São solos:
• ricos em matéria orgânica;
ESPODOSSOLOS
Possuem acúmulo de matéria orgâ-
nica e/ou alumínio e predomínio da
fração de areia.
São solos:
• com baixa fertilidade; e
GLEISSOLOS
São solos:
• mal drenados, com horizonte B ou C de
coloração cinza devido à perda de ferro
pelo processo de redução, como se a
água lavasse o solo, removendo as molé-
culas de ferro; e
LATOSSOLOS
São solos:
• profundos, bastante intemperizados, é
difícil diferenciar os horizontes pela cor;
LUVISSOLOS
São solos:
• pouco desenvolvidos;
NEOSSOLOS
São solos:
• jovens, pouco evoluídos e, na maioria das
vezes, são rasos. Por esses motivos não
apresentam horizonte B para diagnóstico;
Agora conheça mais cinco classes de solos do primeiro nível categórico com
seus potenciais e limitações.
NITOSSOLOS
São solos que apresentam superfí-
cie brilhante devido à presença de
filmes de argila que conferem ce-
rosidade a eles. Possuem estrutura
argilosa, são solos profundos e com
pouca diferenciação por cor dos ho-
rizontes.
SANTOS, H. G. dos. Perfil de Nitossolo Bruno (Painel, SC). fo-
tografia. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos / Hum-
berto Gonçalves dos Santos … [et al.]. – 5. ed., rev. e ampl.
− Brasília, DF: Embrapa, 2018. 356 p. : il. color.
ORGANOSSOLOS
São solos formados por material
PLANOSSOLOS
Solos desenvolvidos em planícies
e que possuem cor acinzentada.
PLINTOSSOLOS
Possuem moderada ou baixa dre-
nagem. São solos com material ar-
giloso e com altos teores de ferro,
que endurecem quando expostos
ao ar, semelhantes a tijolos. Em al-
gumas regiões, essa camada rígida
é denominada canga, tapiocanga
Foto: HarãHayder, CC BY-SA 4.0 <https://creativecom-
ou laterita.
mons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons
VERTISSOLOS
São solos que possuem argi-
lominerais com capacidade de
expansão e contração da argila.
Apresentam hachuras em sua su-
perfície quando secos.
Conclusão do módulo
Até aqui, você estudou um pou-
co sobre o solo: como é formado,
a diferenciação dos horizontes e
as suas principais características,
além das particularidades dos so-
los relacionadas à cor, à textura e à
estrutura. Viu também que é possí-
vel fazer uma análise simples em
campo da textura do solo por meio
das sensações táteis. Foto: Tony Oliveira. Sistema CNA/Senar
Ainda, viu que, por meio da classificação do solo pelo Sistema Brasileiro de
Classificação dos Solos, é possível compreender sobre a fertilidade natural,
o teor de argila, silte e areia, a presença de matéria orgânica ou a drenagem
de água.
MÓDULO 1
ATIVIDADE DE
APRENDIZAGEM
Muito interessante conhecer mais sobre os solos, não é mesmo? Mas saiba
que sua experiência de aprendizagem não acaba por aqui! Ainda tem muita
informação boa vindo por aí! Este primeiro módulo é a base para que você
aprofunde o tema nos módulos seguintes.
E por que não rever os principais assuntos abordados antes de testar os seus
conhecimentos nas atividades?
Revendo o tema
A origem do solo pode ser mineral ou orgânica, e ele é formado por partes
gasosas, líquidas e sólidas.
É formado pela desintegração natural das rochas devido à pressão, à ação
das chuvas e à variação da temperatura.
É um processo longo e demorado, que ocorre em milhões de anos.
Materiais minerais, como as rochas e sedimentos, e materiais orgânicos,
como os resíduos vegetais, influenciam na sua composição química, na tex-
tura e na cor.
Os relevos planos favorecem a formação de solos mais profundos e indica-
dos para a agricultura.
Relevos inclinados favorecem a erosão e o solo menos profundo.
E, nos relevos abaciados, os solos possuem excesso de água e de sedimentos
orgânicos e minerais, e eles não são bons para o plantio.
Sobre o clima, nas regiões quentes e com chuvas abundantes, temos so-
los mais profundos.
No clima frio e úmido, os solos são jovens, rasos e têm muita matéria orgânica.
A classificação dos solos apresentada no SiBCS é importante porque pode-
mos definir algumas características físicas e químicas do solo local.
Um exemplo que vimos foi o Latossolo Bruno Distroférrico rúbrico.
Esse tipo de solo sofreu muito intemperismo e, por isso, é profundo e tem
boa infiltração da água.
Possui alto teor de matéria orgânica na superfície e de argila no subsolo.
Os latossolos são encontrados em relevos mais planos. São bem drenados
e muito porosos, e não costumam ter pedregulhos. No entanto, são ácidos e
possuem baixa fertilidade.
São bons para a agricultura quando tratados de forma adequada.
Dos treze tipos de solo da classificação SiBCS, os predominantes são o argis-
solo e o latossolo.
Agora que você revisou o tema, leia os enunciados da atividade com atenção
e analise a informação trazida em cada alternativa.
Trouxemos as perguntas para cá. Assim, caso precise, antes de respondê-las
no AVA, você poderá rever o conteúdo estudado.
Joaquim ficou pensando qual poderia ser o tipo de solo daquela região onde
tiraria alguns dias de férias. A melhor hipótese que ele poderia ter sobre as
características do solo de Retiro é que:
Parabéns!
Você finalizou a análise da atividade de aprendizagem do Módulo 1.