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MANEJO E CONSERVAÇÃO

DO SOLO
Carga horária: 24 h
2021– Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar
1ª. Edição – 2021TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

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Presidente do Conselho Deliberativo do Senar


João Martins da Silva Junior

Diretor Geral do Senar


Daniel Klüppel Carrara

Diretora de Educação Profissional e Promoção Social


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Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância


Ana Ângela de Medeiros Sousa

Diretora de Assistência Técnica e Gerencial do Senar


Andréa Barbosa Alves

Coordenador Técnico da Assistência Técnica e gerencial


Eduardo Gomes de Oliveira

Equipe técnica Senar


Alexandre Maroso Gessi
Larissa Arêa Sousa
Sumário
04 Abertura

10 Módulo 1 |Reconhecimento do ambiente de cultivo

55 Módulo 2 | Planejamento para o cultivo das terras

96 Módulo 3 | Erosão dos solos cultivados

127 Módulo 4 | Recuperação, manejo e conservação do solo


APRESENTAÇÃO
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Introdução
Olá, que bom ter você conosco no curso Manejo e conservação do solo!

Durante a apresentação dos conteúdos, você terá a oportunidade de conhe-


cer as técnicas de manejo e conservação do solo para que o cultivo das
terras seja rentável e menos oneroso.

Antes de seguir em frente, entenda como o curso está organizado.

A ESTRUTURA DO CURSO
O curso está dividido em quatro módulos. Veja, a seguir, os principais temas
que compõem cada um deles:

Módulo 1 - Reconhecimento do ambiente de cultivo

No Módulo 1, você saberá como reconhecer o seu ambiente de cultivo, a relação do solo
com a paisagem, as características morfológicas do solo e a associação com as classes de
solos brasileiros. Esses conteúdos estão divididos em três aulas:

• Aula 1 - Caracterização da paisagem rural

• Aula 2 – Classes de solo: ambiente e características

• Aula 3 – Potenciais e limitações dos solos

características
morfológicas Cor, textura, estrutura, entre outros aspectos.
do solo

APRESENTAÇÃO 5
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Módulo 2 - Planejamento para o cultivo das terras

No Módulo 2, você conhecerá os fatores condicionantes para a produção agrícola, como


análises de solo, implementos agrícolas, fertilizantes, irrigação e mão de obra. O conteúdo
do segundo módulo também está distribuído em três aulas:

• Aula 1 – Fatores condicionantes da produção agrícola

• Aula 2 – Viabilidade e recomendações para melhoramento do solo

• Aula 3 – Planejamento de uso das terras

Módulo 3 - Erosão dos solos cultivados

No Módulo 3, você conhecerá os conceitos e as definições de erosão dos solos cultivados,


os agentes da erosão e os atributos do solo relacionados à erodibilidade. Você também
conhecerá os níveis de erosão dos solos e suas consequências no cultivo das terras. Veja
as aulas que compõem o terceiro módulo:

• Aula 1 – Fatores que influenciam os processos erosivos

• Aula 2 – Atributos dos solos e vulnerabilidade à erosão

• Aula 3 – Níveis de degradação dos solos

agentes da
Chuvas, topografia do terreno e vegetação.
erosão

APRESENTAÇÃO 6
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Módulo 4 - Recuperação, manejo e conservação do solo

No Módulo 4, você poderá analisar o assunto mais importante do nosso curso, que são
as técnicas de controle das erosões e as práticas conservacionistas do solo: construção
de terraços, barraginhas, sistema de plantio direto, integração lavoura-pecuária-floresta e
plantas de cobertura. Esse último módulo também está dividido em três aulas:

• Aula 1 – Plano de recuperação dos solos degradados

• Aula 2 – Manejo e conservação do solo

• Aula 3 – Avaliação e monitoramento da qualidade do manejo e do solo

REDE SOCIAL PAPO AGRO


Durante o seu estudo, você vai se deparar com uma rede social que contém
alguns participantes que trazem dúvidas e compartilham sugestões. Conheça
todos os participantes da rede Papo Agro e saiba como usufruir dos recur-
sos do AVA.

A rede social Papo Agro trará diversos conteúdos interessantes!

Nela, você vai conhecer o Rodolfo, o Rafael, a Rosa, a Madalena e o Lucas.


Então, vamos em frente para saber mais sobre eles.

Conheça os participantes da rede Papo Agro!

Vamos começar pelo Rodolfo. Especialista em solos e nutrição de plantas, ele


é o curador da página Papo Agro.

APRESENTAÇÃO 7
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Sempre que alguém faz uma postagem perguntando alguma coisa,


ele responde e compartilha vídeos e áudios muito esclarecedores.
Para acessá-los, entre no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Todas
as mídias estarão disponíveis na íntegra.

Uma das atuante na rede é a Rosa, que é filha de trabalhadores


rurais e estudante do curso técnico em florestas.

Temos também o Rafael, um pequeno produtor de hortaliças, e


Lucas, produtor de feijão e soja.

E, para completar os participantes, nós temos a Madalena, que é


estudante do curso técnico em agronegócio.

Muito bem, agora que já conheceu quem compartilhará infor-


mações com você na rede Papo Agro, não deixe de conferir as
trocas feitas pelos participantes na rede social no seu ambiente
de aprendizagem.

Então, é isso! Acesse todos os materiais e bom estudo!

CANAL DE PODCAST UM GIRO NO AGRO


No Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), ao final de cada módulo, você
encontrará áudios para fazer download, salvar em seu computador e, assim,

APRESENTAÇÃO 8
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

escutar quando quiser os principais pontos tratados durante o curso. Fique


atento, pois eles serão trazidos para o canal de podcasts Um giro no agro.

Atenção! A participação nas aulas, dentro do AVA, é obrigatória para conseguir baixar os
podcasts do canal Um giro no agro. Além disso, ao final de cada módulo, você encontrará
a atividade de aprendizagem. Vale reforçar que você só terá acesso à apostila do módulo
seguinte depois de respondê-la.

Para concluir o curso, as regras são simples: você deverá navegar por todas as telas, rea-
lizar as atividades de aprendizagem e, depois de cumprir essas duas etapas, responder à
pesquisa de satisfação. Portanto, organize-se e acesse o AVA!

DESEJAMOS A VOCÊ UMA EXCELENTE EXPERIÊNCIA


DE APRENDIZAGEM!

APRESENTAÇÃO 9
MÓDULO 01

RECONHECIMENTO DO
AMBIENTE DE CULTIVO
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Abertura do Módulo 1
Ao final dos estudos deste módulo, esperamos que você consiga identificar
as características predominantes do solo com base na cor, textura, estrutu-
ra, porosidade e nos aspectos de paisagem local, como o relevo e o clima, e
que saiba associar os benefícios e as deficiências inerentes às principais clas-
ses de solos.

A seguir, leia a primeira aula do módulo.

BONS ESTUDOS!

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 11


AULA 1

CARACTERIZAÇÃO DA
PAISAGEM RURAL
MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Definição e formação do solo


O solo é um material que recobre a superfície da terra. É formado por partes
líquidas, sólidas e gasosas, e a origem dele pode ser mineral ou orgânica. Ba-
sicamente, a formação acontece pela desintegração natural das rochas pela
ação das chuvas, da variação da temperatura e da pressão. Esse é um
processo longo e demorado, que ocorre em milhões de anos.

desintegração
Processo em que as rochas se fragmentam, se dissol-
natural das
vem, e é denominado de intemperismo.
rochas

Imagine uma parcela de rocha se desintegrando em grânulos de maneira natural. Isso


demanda muito tempo!

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 13


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

O processo de formação do solo, além da desintegração das rochas no de-


correr do tempo, deve-se também a outros fatores, como: tipo de material de
origem, relevo, clima e alguns organismos. A seguir, veremos mais sobre eles.

MATERIAL DE ORIGEM
Podemos dividir o material que dá origem ao solo em dois grupos:

Esses materiais influenciam a composição química do solo, a textura e a


cor. Veja, a seguir, alguns exemplos.

Solos arenosos e amarelados

São originários de rochas ácidas,


ricas em alumínio e sílica, os quais
conferem essa cor a ele. Geralmen-
te, apresentam baixa fertilidade.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 14


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Solos mais argilosos e de cor


avermelhada

São originários de rochas básicas,


com pouca sílica e maior quantida-
de de ferro e magnésio, conferin-
do-lhes maior fertilidade.

Solos com grande quantidade


de matéria orgânica e de
coloração escura

São formados pelo acúmulo ou


pela má drenagem dos sedimen-
tos orgânicos.

RELEVO
O relevo é o formato da superfície do solo de uma paisagem e é importante
na drenagem da água. Veja, a seguir, a relação entre o relevo e a drenagem
da água.

O relevo e a drenagem da água

RELEVO PLANO

Praticamente toda a água da chuva sofre infiltração, favorecendo a


formação de solos mais profundos.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 15


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

RELEVO DECLIVOSO

No relevo declivoso ou inclinado, a água escoará pela superfície,


carregando consigo partículas de solo e favorecendo a formação de
erosão, tornando, assim, o solo menos profundo.

RELEVO ABACIADO

É a parte mais baixa da paisagem, para onde a água escoada e os


sedimentos seguem e se acumulam, contribuindo para a formação
de solos caracterizados pelo excesso de água e de sedimentos orgâ-
nicos e/ou minerais.

CLIMA
O clima da região também vai interferir na formação dos solos:

Em regiões quentes e com alto índice de chuvas, existe atuação direta do


calor e da água na desintegração do material de origem, formando solos
mais profundos.

Em locais onde o clima é frio e úmido, os solos costumam ser mais jovens e,
portanto, rasos e bastante constituídos por matéria orgânica.

ORGANISMOS E TEMPO
A decomposição de resíduos vegetais, folhas e raízes, ou até de alguns ani-
mais é realizada por organismos presentes no solo, como formigas, minho-
cas e organismos microscópicos.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 16


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Essa decomposição traz ao solo a matéria orgânica que favorece a retenção


de nutrientes essenciais para as plantas, funcionando como um suporte e
tornando o solo bem estruturado, menos compacto, melhorando a infiltra-
ção de água e reduzindo os processos erosivos.

O tempo também é um fator importante que deve ser levado em consideração.

Maior intervalo de tempo Menor intervalo de tempo

No caso do fator clima, em regiões Em uma região de clima quente e úmi-


com pouca chuva e mesmo o mate- do, com muita chuva, mesmo o mate-
rial de origem estando exposto ao rial de origem estando exposto por um
ambiente por um longo período, o menor intervalo de tempo, haverá
solo ainda será jovem. maior intemperismo e o solos serão
menos jovens e mais profundos.

Processo em que as rochas se fragmentam, se desin-


intemperismo
tegram naturalmente.

A imagem seguinte indica a maturidade do solo conforme a sua profundida-


de. Perceba que, no primeiro estágio, a rocha, indicada pela letra R, chega
até a superfície do terreno e, à medida que o tempo passa e é exposta à chu-
va, ao vento e ao Sol, ela vai se desintegrando e formando mais camadas de
solo, representadas pelas letras A, B e C, que denominamos de horizontes
do solo.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 17


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

A A A
A
C B B
C C
R R R R R

MATURIDADE DO SOLO

Agora, pense um pouco na região


onde você mora.
• Ela é mais plana ou possui muitos morros
e montanhas?

• E quanto ao clima, na maior parte do ano,


é quente ou fria?

Provavelmente, as respostas para


essas perguntas já podem dar a
você alguns indícios de algumas
características do solo local.

MORFOLOGIA DOS SOLOS


A morfologia nada mais é que o estudo das características do solo, visíveis a
olho nu. Com ela pode-se saber sobre a drenagem da água, a compactação, a
susceptibilidade à erosão ou a resistência à mecanização agrícola dos solos.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 18


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

PERFIS, HORIZONTES E CAMADAS DO SOLO


Conforme acontecem as transformações do solo, formam-se camadas meio
que paralelas à superfície do terreno, chamadas de horizontes. Assim, uma
sequência de horizontes forma o perfil de um solo.

Os horizontes são nomeados em O, A, B, C e D e o que os diferencia são, ba-


sicamente, a textura, a cor e a estrutura de cada um deles.

A imagem a seguir ilustra um perfil de solo. Analise as indicações e as carac-


terísticas dos horizontes dele.

O horizonte O é a camada mais superfi-


cial e rica em matéria orgânica.

O horizonte A também é bem fértil, pela


presença de matéria orgânica, mas nessa
camada também existe material mineral,
como areia, argila e silte, provenientes do
intemperismo das rochas.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 19


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

O horizonte B é composto pelo material


mineral e pelas argilas que são facilmente
carreadas e, por isso, derivadas dos hori-
zontes superiores, O e A.

O horizonte C possui pouco material


desintegrado da rocha de origem. É um
horizonte constituído por parcelas maio-
res de rocha, pedregulhos e pouco solo.

O horizonte D, às vezes também chama-


do de R – que não aparece na imagem – é
a rocha matriz, sem alteração.

Vale lembrar que essa é a estrutura básica dos solos, e ela varia muito de
região para região, conforme o clima, o relevo, o tempo e os organismos.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 20


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

TEXTURA

Pesquisar em PapoAgro
Madalena @rosa
Olá @rodolfo! Tudo certo por aí?

Preciso de uma ajuda sua. Sugestões

Eu tenho uma disciplina neste semestre sobre Mor- Rafael Seguin...


fologia dos solos e confesso que estou com muitas @rafael
dúvidas sobre como é a distribuição do tamanho
das partículas no solo, que caracteriza a sua textu-
ra. Você teria algum material para me indicar sobre Madalena Seguin...
@madalena
esse tema, por gentileza?
Lucas
Rodolfo @rodolfo @lucas
Seguin...

Oi, @rosa! Espero encontrá-la bem!

Tem um vídeo muito bom que explica exatamente


como é essa característica de textura de diferentes Principais discussões
tipos de constituintes de solos: areia, silte e argila. #Hojeediadeplantar
Vou compartilhar aqui com você!
#HeyAgroboy

Confira, a seguir, o conteúdo, na íntegra, do vídeo “Morfologia dos solos: tex-


tura” compartilhado pelo Rodolfo na Rede Papo Agro.

Morfologia dos solos


Textura
Você já deve ter percebido que os solos têm diferentes texturas - um é mais
grosso, outro mais fino, alguns parecem mais densos, e é exatamente assim.
A textura de um solo corresponde à distribuição do tamanho das partículas
que o formam.

As partículas de areia são ásperas ao tato e visíveis a olho nu. Por serem as
maiores, não retêm muita água porque um “punhado” de areia apresenta
grandes e poucos poros.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 21


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Você já deve ter percebido que, em


época de seca, os solos arenosos
são muito afetados, né!? Então,
esse é o motivo...

As partículas de silte são menores


que as de areia, por isso têm mais
poros, o que traz uma capacidade
maior de retenção de água.

Diferentemente da areia, não po-


dem ser vistas a olho nu e, quando
esfregadas entre os dedos, pare-
cem ser sedosas.

As partículas de silte são facilmente


carregadas pela água, fazendo com
que o solo sofra processos erosivos.

E, finalmente, temos a argila, que é a menor partícula que constitui o solo.

As frações de argila são tão pequenas que possuem o formato em lâminas e


são impossíveis de serem vistas a olho nu.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 22


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Isso faz com que haja uma grande quantidade de poros entre essas lâminas,
promovendo uma boa capacidade de armazenamento de água no solo.

É possível que você já tenha mexido com argila na vida. Quando úmida, ela é pe-
gajosa e fácil de ser moldada.

Você mesmo pode determinar a textura de um solo com a sensação tátil de


uma amostra.

Para isso, amasse uma amostra úmida do solo, do tamanho de uma noz, até
formar uma massa, adicionando água se necessário. Então, você deve tentar
perceber três características:

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 23


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

A amostra é maleável, pegajosa e,


ao mesmo tempo, resistente à de-
formação? Se sim, essas são pro-
priedades da argila.

O solo apresenta sensação de as-


pereza e faz um som de “rangido”
quando próximo ao ouvido? Se sim,
você está diante das propriedades
da areia.

Vale lembrar que os solos, geralmen-


te, são misturas desses materiais.

Agora, siga em frente e veja mais


sobre os solos.

Aplicando a técnica!
Lembre-se de que um solo quase nunca é composto só por areia ou
silte ou, então, apenas por argila. Geralmente, é uma mistura des-
ses materiais, e a sensação tátil poderá ajudar você a definir qual
textura é mais evidente naquela amostra de solo.

COR
A cor do solo é uma característica fácil de ser analisada em campo e nos dá
algumas pistas para iniciar o manejo do solo, por exemplo, o preparo da adu-
bação. Então, vamos analisar algumas delas.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 24


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Cores escuras

A matéria orgânica deixa o solo mais escuro, puxando para tons de preto ou castanho es-
curo, por isso o horizonte O possui a cor mais escura. O horizonte A, abaixo do O, também
se apresenta dessa forma, porém costuma ser um pouco mais claro porque é uma zona de
mistura do material orgânico decomposto com o material mineral do solo, como argila ou silte.

É a camada do solo mais próxima da superfície, onde os resíduos


horizonte O vegetais e animais sofrem a decomposição pelos microrganismos e
formam matéria orgânica.

Cores vermelhas

A presença de compostos de ferro e manganês ou o acúmulo de argila produzem uma


cor avermelhada no solo, que também é um indicativo de que ele está bem drenado e
aerado, por isso, o horizonte B de alguns solos possui cor vermelha.

Cores acinzentadas

É um bom indicativo de que há acúmulo de água e, consequentemente, é um solo mal


drenado e mais úmido.

Cores claras

Indicam ausência de matéria orgânica ou compostos de ferro e manganês.

Seguiremos, então, com o estudo das características. A próxima será a poro-


sidade, veja só!

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 25


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

POROSIDADE
A porosidade dos solos corresponde aos espaços existentes entre as partí-
culas de areia, silte e argila, que são denominados microporos, e os espaços
existentes entre os agregados do solo, denominados macroporos. A imagem
ajudará você a compreender essa estrutura.

A porosidade dos solos é de grande importância, pois solos com um espaço


poroso maior são menos densos e, consequentemente, menos compactos,
tendo assim melhores condições para o crescimento de raízes, a infiltração
de água, oxigênio, nutrientes e uma melhor agregação das partículas.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 26


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

ESTRUTURA, AGREGAÇÃO
E ANÁLISES: EM CAMPO E
NO LABORATÓRIO
A areia, o silte e a argila se co-
nectam com outros componen-
tes do solo, como raízes, maté-
ria orgânica e microrganismos,
formando os agregados de um
solo, corriqueiramente chama-
dos de “torrões”.

Microrganismos Bactérias e fungos

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 27


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Rafael @rafael Pesquisar em PapoAgro

Olá @rodolfo!
E aí, como vai? Eu estou com um probleminha na
minha horta. O solo está muito duro, compactado e Sugestões
percebo que a água não está infiltrando, sabe? Você
Rafael
pode me explicar um pouco sobre isso? @rafael
Seguin...

Valeu, @rodolfo!
Madalena Seguin...
@madalena
Rodolfo @rodolfo
Olá @rafael! O, tudo bem? Vou enviar para você um Lucas Seguin...
áudio que gravei para alguns produtores do Senar e @lucas

depois eu até editei e o disponibilizei na minha plata-


forma de podcast porque ficou bem interessante.
Principais discussões
Acho que pode ajudá-lo, hein!? #Hojeediadeplantar

#HeyAgroboy

Veja, a seguir, o conteúdo do podcast compartilhado pelo Rodolfo na


rede Papo Agro.
Fala aí, pessoal! Hoje vou explicar para vocês o que são agregados e a
estrutura do solo. Espero que isso ajude vocês!
A junção dos agregados do solo ou torrões é conhecida como estrutu-
ra do solo, e é importante que ela tenha estabilidade.
Essa estrutura serve para que o solo suporte a ação de forças exter-
nas, como uma chuva ou a circulação de máquinas agrícolas.
Ah! E vocês sabem como é possível melhorar a estabilidade desses
agregados?
Se vocês pensaram em vegetação, é isso mesmo! A presença de vege-
tação é fonte de matéria orgânica na superfície, favorecendo a ação
dos microrganismos.
Essa vegetação também é responsável pelo crescimento das raízes
que estabilizam os agregados, tornando o solo mais estruturado.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 28


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

E lembrem-se sempre: solos bem estruturados possuem boa porosi-


dade por onde crescem raízes e se infiltra a água.
Uma dúvida que o pessoal sempre me traz é: como é possível saber se
o solo apresenta essa boa estrutura?
E a resposta é simples!
A estrutura depende do tipo de sistema de preparo ou do manejo do solo.
E vocês mesmos podem realizar uma análise de uma amostra em
campo, observando essas características.
Até mais, gente!

Aplicando a técnica!
Para complementar a informação que foi trazida na rede Papo
Agro por Rodolfo, a imagem seguinte ilustra como deve se apresen-
tar um solo mal estruturado e um solo bem estruturado para que
você possa comparar com as suas amostras coletadas em campo.

Por meio de análises de laboratório também é possível identificar o ín-


dice de estabilidade de um agregado, em que, diferentemente da análi-
se visual, você terá um valor do grau de estabilidade em porcentagem.

Para isso, é necessária a coleta de amostras e o envio para um labora-


tório credenciado para que o resultado tenha validade.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 29


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Lá vem dica boa…


Para análise de solo, interpretação e recomendação, procure por
um técnico ou profissional da área agronômica de sua região, pode
ser pública (Emater, prefeitura...) ou privada.

Encerramos aqui a apresentação dos temas desta aula, mas é impor-


tante que você siga com seus estudos para atingir o objetivo do módu-
lo e depois, é claro, do curso!

Avance para a Aula 2 e conheça as classes de solo!

BOA LEITURA!

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 30


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

AULA 2

CLASSES DE SOLO:
AMBIENTE
E CARACTERÍSTICAS

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 31


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Sistema Brasileiro de Classificação dos So-


los - SiBCS
Na aula anterior, foi abordada a formação dos solos, a qual é depen-
dente de diferentes fatores, como clima, material de origem, relevo,
organismos e tempo.

Sendo o Brasil um país tropical, mas com ampla variedade de clima


e temperatura, pesquisadores optaram por elaborar um sistema de
classificação dos solos do Brasil, e esse é o tema desta segunda aula.
Então, siga em frente!

DEFINIÇÃO DAS CLASSES DE SOLOS


A finalidade da classificação dos solos é organizar o conhecimento, es-
tabelecer relações com o ambiente e agrupar solos com características
semelhantes, e com isso facilitar o estudo.

O SiBCS classifica os solos em níveis categóricos, sendo que o 5º e o 6º


níveis ainda estão em desenvolvimento por pesquisadores. A classifi-
cação é feita da seguinte forma:

SiBCS Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos

1º nível 2º nível 3º nível 4º nível 5º nível 6º nível

Possui 13 Possui 44 Possui 92 clas- Possui 938 Apresenta as Apresenta as


classes classes ses (grandes classes famílias. séries.
(ordens). (subordens). grupos). (subgrupos).

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 32


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Quer ver como é feita uma classificação na prática? Acompanhe!

A análise que você verá a seguir é a classificação de um tipo de solo que foi constatado
nos planaltos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e em Poços de Caldas
(MG): o Latossolo Bruno.

Latossolo Bruno Aluminoférrico rúbrico

• 1º Nível categórico – Latossolo

• 2º Nível categórico – Latossolo Bruno

• 3º Nível categórico – Latossolo Bruno


Aluminoférrico.

• 4º Nível categórico – Latossolo Bruno


Aluminoférrico rúbrico. LATOSSOLO BRUNO Foto: HarãHayder, CC BY-SA 4.0
<https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>
via Wikimedia Commons

IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO

Lucas @lucas Pesquisar em PapoAgro

Olá, @rodolfo! Vi aqui na rede que você compartilhou


um vídeo com a @rosa, achei muito bom e consegui
compreender bem o assunto abordado! Eu queria Sugestões
saber se você tem algo para enviar, nesse formato,
Rafael
com exemplo de definição de características físicas @rafael
Seguin...
e químicas do solo a partir de sua classificação. Será
que consegue me ajudar, por favor?
Madalena Seguin...
@madalena
Rodolfo @rodolfo
Lucas
Oi, @lucas! Poxa, que bom que você gostou do vídeo. @lucas
Seguin...

É realmente um ótimo recurso de estudo!

Eu tenho algo aqui, sim, vou compartilhar contigo e


espero que te ajude. O vídeo traz dois exemplos de Principais discussões
classificação com a definição de algumas característi-
#Hojeediadeplantar
cas físicas e químicas. Bons estudos!
#HeyAgroboy

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 33


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Veja, a seguir, o conteúdo na íntegra do vídeo compartilhado pelo Rodolfo na


rede Papo Agro.

Classes de solo
Importância da classificação

Falando em classificação é preciso en-


tender quais são os solos existentes.

Atenção, pois os nomes são um


pouco diferentes, mas importantes
para a definição de suas caracterís-
ticas físicas e químicas.

Os solos classificados como Latos-


solo Bruno Distroférrico rúbrico
sofreram muitas ações do intem-
perismo e, portanto, são profun-
dos, com boa infiltração de água.

Possuindo alto teor de matéria orgânica na superfície, seu horizonte A possui cor
escura, e conta com alto teor de argila no horizonte B.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 34


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

O termo distroférrico significa que tem baixa fertilidade e alto teor de ferro.

Rúbrico está relacionado ao avermelhamento do solo em profundidade.

Avermelhamento do solo em profundidade

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 35


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Segundo a Embrapa, esses solos


ocorrem em planaltos do Sul do
Brasil, onde a altitude supera os
oitocentos metros de altura. Nesses
locais, o solo é bastante utilizado
para o cultivo de frutas.

Outra classificação são os Neosso-


los Quartzarenicos hidromórficos
húmicos, que ocorrem em relevos
planos ou pouco ondulados, tendo
muita areia, baixos teores de maté-
ria orgânica e baixa fertilidade.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 36


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Por isso são solos usados para o re-


florestamento e, em alguns lugares
de São Paulo, Ceará e Bahia, para o
cultivo de cana-de-açúcar e cajueiro.

O termo hidromórfico significa baixa


drenagem.

Já o termo húmico significa que o ho-


rizonte O é rico em matéria orgânica.

E assim você conheceu um pouco


sobre as características e as classifi-
cações de alguns tipos de solos. Até
a próxima!

Horizonte O

Imagine uma parcela de rocha se desintegrando em grânulos de maneira natural. Isso


demanda muito tempo!

Excelente! Você está avançando muito bem nos estudos e estamos bem próxi-
mos de concluir o Módulo 1, mas não antes de estudar sobre os potenciais e
as limitações dos solos, que serão vistos na Aula 3. Siga em frente!

BOM ESTUDO!

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 37


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

AULA 3

POTENCIAIS E
LIMITAÇÕES DOS SOLOS

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 38


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Potenciais e limitações
das 13 classes de solos
Na Aula 2, você conheceu diferentes níveis categóricos para classificar os solos.
Então, agora, apresentaremos aqui os possíveis potenciais e as limitações das
13 classes de solos do primeiro nível categórico.

Mas, antes disso, o que você acha de conhecer um conteúdo bem interessante
e que está sendo abordado na nossa rede social Papo Agro?

Os nomes das 13 classes são formados pela associação de um elemento formativo com a
terminação “-SSOLOS”. Sabendo disso, siga para a rede Papo Agro!

Madalena @madalena Pesquisar em PapoAgro


Olá @rodolfo, tudo bem?!

Sabe que eu estou finalizando o meu curso Técnico em Agro-


negócio, né? Já comentei com você em outra ocasião aqui e, Sugestões
agora, eu preciso muito de uma ajuda com um conteúdo que
estudei lá no início, sobre a nomenclatura das classes. Sabe Rafael Seguin...
@rafael
aquela coisa dos elementos formativos? Então, eles sempre
me confundem. Pode me ajudar, por gentileza?
Madalena Seguin...
@madalena
Rodolfo @rodolfo
Lucas Seguin...
@madalena! Hoje é seu dia sorte! @lucas

Eu acabei de produzir uma tabela exatamente com os nomes


das classes, em ordem alfabética, seus respectivos elementos
formativos e alguns significados. Vou enviar aqui para você. Principais discussões
#Hojeediadeplantar

#HeyAgroboy

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MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Elementos formativos, significados dos nomes das classes e % de


distribuição no Brasil

ARGI: Do latim ar- Conotativo a solos com proces-


ARGISSOLO 26,84
gilla, “argila” so de acumulação de argila.

CAMBI: Do latim
Conotativo a solos em formação
CAMBISSOLO cambiare, “trocar”, 5,26
(transformação).
“mudar”

Conotativo a solos ricos em ma-


CHERNO: Do russo
CHERNOSSOLO téria orgânica, com coloração 0,44
chorniy, “preto”
escura.

Conotativo a solos com hori-


ESPODO: Do grego
zonte de acumulação iluvial de
ESPODOSSOLO spodos, “cinza vege- 1,89
matéria orgânica associada à
tal”
presença de alumínio.

GLEI: Do russo gley,


GLEISSOLO “massa do solo pas- Conotativo a excesso de água. 4,67
tosa”

LATO: Do latim lat, Conotativo a solos muito intem-


LATOSSOLO 31,49
“tijolo” perizados.

LUVI: Do latim luere, Conotativo à translocação de


LUVISSOLO 2,84
“lavar” argila.

NEO: Do grego neo, Conotativo a solos com pouco


NEOSSOLO 13,18
“novo” desenvolvimento pedogenético.

NITO: Do latim niti- Conotativo a superfícies brilhan-


NITOSSOLO 1,13
dus, “brilhante” tes nas unidades estruturais.

ORGANO: Do latim
Conotativo a solos com maior
organicus, “pertinente
ORGANOSSOLO expressão da constituição orgâ- 0,03
ou próprio dos com-
nica.
postos de carbono”

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 40


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Conotativo a solos desenvolvi-


PLANO: Do latim
PLANOSSOLO dos em planícies ou depressões, 2,66
planus, “plano”
com encharcamento estacional.

Conotativo a materiais argilosos


PLINTO: Do grego
PLINTOSSOLO coloridos que endurecem quan- 6,98
plinthos, “ladrilho”
do expostos ao ar.

Conotativo ao movimento de
VERTI: Do latim ver- material de solo na superfície
VERTISSOLO 0,21
tere, “virar”, “inverter” e que atinge a subsuperfície
(expansão/contração).

Afloramentos de rocha, dunas, águas e outros. 2,37

Fonte: Adaptado de EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação


dos Solos. 5. ed. Brasília, 2018.

Vamos aos possíveis potenciais e às limitações das 13 classes de solos do pri-


meiro nível categórico? Siga com a leitura!

ARGISSOLOS
Esses solos possuem acúmulo de argila na subsuperfície, ou seja, no horizonte
B, cuja separação do horizonte A é nítida devido ao gradiente de cores.

São solos:
• profundos;

• com fertilidade natural costumeira-


mente baixa;

• com acidez elevada;

• susceptíveis à erosão, principalmente


quando há presença de cascalhos e quan-
do o relevo é declivoso; e

Foto: HarãHayder, CC BY-SA 4.0 <https://creativecom- • recomendados para a agricultura quando o re-
mons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons levo for mais plano ou suavemente ondulado.

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MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

CAMBISSOLOS
São solos em formação pedogenéti-
ca, por isso o horizonte B é estreito.

São solos:
• bem variáveis quanto à textura e
à fertilidade;

• que ocorrem, geralmente, em relevos


mais declivosos; e

• como são jovens, pouco profundos, o


plantio de espécies arbóreas não é indi-
cado porque as raízes ficam restritas para
SANTOS, H. G. dos. Perfil de Cambissolo Húmico (Água crescimento.
Doce, SC). fotografia. Sistema Brasileiro de Classificação
de Solos / Humberto Gonçalves dos Santos … [et al.]. –
5. ed., rev. e ampl. &#8722; Brasília, DF: Embrapa, 2018.
356 p. : il. color.

CHERNOSSOLOS
São solos em formação pedogenéti-
ca, por isso o horizonte B é estreito.

São solos:
• ricos em matéria orgânica;

• que apresentam o horizonte A muito fértil;

• que possuem elevados teores de cálcio e


magnésio; e

• que, quando presentes em várzeas com


baixa drenagem, são aptos para o cultivo
Fonte: HarãHayder, CC BY-SA 4.0 <https://creativecom- de arroz ou outros cultivos, desde que o
mons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons excesso de água seja removido.

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MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

ESPODOSSOLOS
Possuem acúmulo de matéria orgâ-
nica e/ou alumínio e predomínio da
fração de areia.

São solos:
• com baixa fertilidade; e

• baixa capacidade de retenção de água.


Foto: HarãHayder, CC BY-SA 4.0 <https://creativecom-
mons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons

GLEISSOLOS
São solos:
• mal drenados, com horizonte B ou C de
coloração cinza devido à perda de ferro
pelo processo de redução, como se a
água lavasse o solo, removendo as molé-
culas de ferro; e

• típicos de áreas de várzea, com excesso


de água. Caso seja feita uma drenagem
da água, esses solos podem ter uso agrí-
cola, porém são bem pobres em nutrien-
Foto: HarãHayder, CC BY-SA 4.0 <https://creativecom-
mons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons
tes, necessitam de fertilização.

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MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

LATOSSOLOS
São solos:
• profundos, bastante intemperizados, é
difícil diferenciar os horizontes pela cor;

• bem drenados e muito porosos;

• são ácidos e possuem baixa fertilidade;

• geralmente, são encontrados em relevos


mais planos e, pelo fato de serem bem
intemperizados, normalmente não pos-
suem pedregulhos; e
Foto: HarãHayder, CC BY-SA 4.0 <https://creativecom-
mons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons
• por todos esses motivos, têm boa apti-
dão agrícola.

LUVISSOLOS
São solos:
• pouco desenvolvidos;

• pouco profundos, com acúmulo de argila


no horizonte B, por isso a mudança de
horizonte é bem perceptível; e

• costumam ser susceptíveis à erosão e


apresentam boa fertilidade química.

Foto: HarãHayder, CC BY-SA 4.0 <https://creativecom-


mons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons

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MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

NEOSSOLOS
São solos:
• jovens, pouco evoluídos e, na maioria das
vezes, são rasos. Por esses motivos não
apresentam horizonte B para diagnóstico;

• que, em geral, possuem baixa fertilida-


de e presença de pedras, aspectos que
precisam ser levados em conta para o
uso agrícola.

JACOMINE, P. K. T. Perfil de Neossolo Flúvico (São Cristóvão,


SE). fotografia. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
/ Humberto Gonçalves dos Santos … [et al.]. – 5. ed., rev. e
ampl. &#8722; Brasília, DF: Embrapa, 2018. 356 p. : il. color.

Agora conheça mais cinco classes de solos do primeiro nível categórico com
seus potenciais e limitações.

NITOSSOLOS
São solos que apresentam superfí-
cie brilhante devido à presença de
filmes de argila que conferem ce-
rosidade a eles. Possuem estrutura
argilosa, são solos profundos e com
pouca diferenciação por cor dos ho-
rizontes.
SANTOS, H. G. dos. Perfil de Nitossolo Bruno (Painel, SC). fo-
tografia. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos / Hum-
berto Gonçalves dos Santos … [et al.]. – 5. ed., rev. e ampl.
&#8722; Brasília, DF: Embrapa, 2018. 356 p. : il. color.

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MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

ORGANOSSOLOS
São solos formados por material

orgânico e podem ou não ter

material mineral na constituição.

Podem conter alto teor de enxofre,

de matéria orgânica e baixa

fertilidade química.de matéria orgâni-


ca e baixa fertilidade química.

PLANOSSOLOS
Solos desenvolvidos em planícies
e que possuem cor acinzentada.

Foto: HarãHayder, CC BY-SA 4.0 <https://creativecom-


mons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 46


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

PLINTOSSOLOS
Possuem moderada ou baixa dre-
nagem. São solos com material ar-
giloso e com altos teores de ferro,
que endurecem quando expostos
ao ar, semelhantes a tijolos. Em al-
gumas regiões, essa camada rígida
é denominada canga, tapiocanga
Foto: HarãHayder, CC BY-SA 4.0 <https://creativecom-
ou laterita.
mons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons

VERTISSOLOS
São solos que possuem argi-
lominerais com capacidade de
expansão e contração da argila.
Apresentam hachuras em sua su-
perfície quando secos.

Foto: HarãHayder, CC BY-SA 4.0 <https://creativecom-


mons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 47


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Conclusão do módulo
Até aqui, você estudou um pou-
co sobre o solo: como é formado,
a diferenciação dos horizontes e
as suas principais características,
além das particularidades dos so-
los relacionadas à cor, à textura e à
estrutura. Viu também que é possí-
vel fazer uma análise simples em
campo da textura do solo por meio
das sensações táteis. Foto: Tony Oliveira. Sistema CNA/Senar

Ainda, viu que, por meio da classificação do solo pelo Sistema Brasileiro de
Classificação dos Solos, é possível compreender sobre a fertilidade natural,
o teor de argila, silte e areia, a presença de matéria orgânica ou a drenagem
de água.

Antes de avançar para o Módulo 2 sobre o Planejamento para o cultivo


das terras, você deve responder à atividade de aprendizagem disponível no
ambiente de aprendizagem.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 48


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

MÓDULO 1

ATIVIDADE DE
APRENDIZAGEM

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MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Muito interessante conhecer mais sobre os solos, não é mesmo? Mas saiba
que sua experiência de aprendizagem não acaba por aqui! Ainda tem muita
informação boa vindo por aí! Este primeiro módulo é a base para que você
aprofunde o tema nos módulos seguintes.
E por que não rever os principais assuntos abordados antes de testar os seus
conhecimentos nas atividades?

No AVA, você pode acompanhar a revisão em um vídeo, não deixe de assistir!

E atenção! O conteúdo do módulo 2 só será liberado após a conclusão da ativi-


dade dentro do AVA.

As respostas devem ser enviadas obrigatoriamente por lá. Dessa forma,


você terá um feedback confirmando se você respondeu corretamente ou se
deverá tentar novamente. Depois da segunda tentativa, a resposta correta
será apresentada.

Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a página do Portal


EAD do Senar, clique no ícone ao lado.

Revendo o tema

Vamos relembrar alguns pontos importantes do reconhecimento do am-


biente de cultivo?

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 50


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

A origem do solo pode ser mineral ou orgânica, e ele é formado por partes
gasosas, líquidas e sólidas.
É formado pela desintegração natural das rochas devido à pressão, à ação
das chuvas e à variação da temperatura.
É um processo longo e demorado, que ocorre em milhões de anos.
Materiais minerais, como as rochas e sedimentos, e materiais orgânicos,
como os resíduos vegetais, influenciam na sua composição química, na tex-
tura e na cor.
Os relevos planos favorecem a formação de solos mais profundos e indica-
dos para a agricultura.
Relevos inclinados favorecem a erosão e o solo menos profundo.
E, nos relevos abaciados, os solos possuem excesso de água e de sedimentos
orgânicos e minerais, e eles não são bons para o plantio.
Sobre o clima, nas regiões quentes e com chuvas abundantes, temos so-
los mais profundos.
No clima frio e úmido, os solos são jovens, rasos e têm muita matéria orgânica.
A classificação dos solos apresentada no SiBCS é importante porque pode-
mos definir algumas características físicas e químicas do solo local.
Um exemplo que vimos foi o Latossolo Bruno Distroférrico rúbrico.
Esse tipo de solo sofreu muito intemperismo e, por isso, é profundo e tem
boa infiltração da água.
Possui alto teor de matéria orgânica na superfície e de argila no subsolo.
Os latossolos são encontrados em relevos mais planos. São bem drenados
e muito porosos, e não costumam ter pedregulhos. No entanto, são ácidos e
possuem baixa fertilidade.
São bons para a agricultura quando tratados de forma adequada.
Dos treze tipos de solo da classificação SiBCS, os predominantes são o argis-
solo e o latossolo.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 51


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

Agora que você revisou o tema, leia os enunciados da atividade com atenção
e analise a informação trazida em cada alternativa.
Trouxemos as perguntas para cá. Assim, caso precise, antes de respondê-las
no AVA, você poderá rever o conteúdo estudado.

1. Joaquim resolveu tirar uns dias de férias em uma pousada e, pesquisando


na internet, encontrou um local próximo à sua casa, localizado na zona rural
de Retiro, na cidade de Gonçalves, MG. No site da pousada, Joaquim obser-
vou a seguinte imagem do local:

Joaquim ficou pensando qual poderia ser o tipo de solo daquela região onde
tiraria alguns dias de férias. A melhor hipótese que ele poderia ter sobre as
características do solo de Retiro é que:

a. O relevo de Retiro é mais inclinado porque é constituído por montanhas e


morros. Por esse motivo, o solo nesse local, possivelmente, é mais intemperi-
zado e argiloso.
b. Provavelmente, nas partes baixas do relevo existe um solo com acúmulo
de sedimentos, tanto minerais quanto orgânicos, carregados pela água que
escoa pela superfície declivosa.
c. O relevo da região é plano e, por isso, a água infiltra com facilidade pela
superfície do solo. Portanto, devem existir poucos processos erosivos.
d. Se por acaso for feita uma análise da textura desse solo pelo tato, as par-
tículas de argila seriam facilmente identificadas pela aspereza e pelo barulho
de rangido.

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 52


MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO

2. Sr. Messias, residente no estado do Paraná, enviou algumas amostras de


solo para análise em laboratório e, dentre os resultados, encontrou o seguinte
termo: “Classificação do solo: LATOSSOLO BRUNO aluminoférrico rúbrico”.
A partir dessa classificação, e com base no primeiro nível categórico, espera-se
que o solo da propriedade do Sr. Messias tenha quais características?

a. Lato significa “massa de solo pastosa”. Logo, a propriedade possui solos


mal drenados, com horizonte B ou C de coloração cinza. Solo típico de áreas
de várzea.
b. Rúbrico significa solo jovem. Então, o solo da propriedade tem muitas pe-
dras, pouca fração de argila e solo pouco profundo, ótimo para uso agrícola.
c. O solo da propriedade é indicado para uso agrícola porque é um solo con-
siderado fértil, profundo, bem drenado e possui boa porosidade, não tem
pedregulhos.
d. O solo da propriedade é indicado para uso agrícola porque é um solo pro-
fundo, bem drenado, possui boa porosidade e não tem pedregulhos.

Parabéns!
Você finalizou a análise da atividade de aprendizagem do Módulo 1.

SIGA EM FRENTE PARA O MÓDULO 2!

MÓDULO 01 | RECONHECIMENTO DO AMBIENTE DE CULTIVO 53

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