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ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO RURAL

Curso: Engenharia Agronômica

Prof.º Fernanda Góes da Silva


2020

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INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO

A palavra administração vem do latim: Ad: (direção, tendência para) Minister: (subordinação
ou obediência).

Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim


de alcançar os objetivos.

ORGANIZAÇÃO

Os Recursos Organizacionais são os vários meios que as instituições possuem para atingirem
seus objetivos. São os bens ou serviços utilizados nas atividades organizacionais. Quando se fala em
recursos não estamos nos referido apenas em dinheiro, mas nos referimos às matérias primas
utilizadas nas produções, nos serviços prestados pelas organizações, matérias, equipamentos e
colaboradores.

– Os RECURSOS FÍSICOS OU MATERIAIS, compreendem o espaço físico, os prédios e


terrenos, o processo produtivo, a tecnologia utilizada no processo de produção dos bens e serviços
produzidos pela organização.

– Os RECURSOS FINANCEIROS, compreendem os recursos na forma de capital, fluxo de


caixa, investimentos, aplicações, empréstimos, financiamento, etc.

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– Os RECURSOS HUMANOS, são as pessoas que compõe as organizações independentes do
nível de hierárquico. Os recursos humanos estão distribuídos nos diversos níveis institucionais
(direção), no nível intermediário (gerencia e assessoria) e no nível operacional (técnicos,
colaboradores, além dos supervisores de linha).

– Os RECURSOS MERCADOLOGICOS, compreendem todos os métodos utilizados pelas


organizações para análise de mercado (de consumidor e concorrente), planejamento de venda,
execução e controle de qualidade, promoções, propaganda pelos meios de comunicação, lançamento
de novos produtos no mercado com novas tecnologias necessárias para a demanda do mercado de
acordo com as exigências dos consumidores e assistência técnica.

Conceito de Administração: A tarefa da administração é a de interpretar os objetivos propostos pela


organização e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento, organização,
direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da
organização.

Missão, Visão e Valores de uma Empresa

Missão da empresa

A missão deve responder o que a empresa ou a organização se propõe a fazer, e para quem. O
enunciado da missão é uma declaração concisa do propósito e das responsabilidades da sua empresa
perante os seus clientes:
- Por que a empresa existe?
- O que a empresa faz?
- Para quem?
O propósito é algo com muito mais significado do que a simples descrição do que é feito
internamente; a missão retrata a verdade de que o resultado da empresa é maior do que a soma das
partes do que é feito.

Visão da empresa

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O enunciado da visão é a descrição do futuro desejado para a empresa. Esse enunciado reflete o
alvo a ser procurado:
- pelos esforços individuais;
- pelos esforços das equipes e
- pela alocação dos recursos.
O enunciado da visão deve conter tanto a aspiração, como a inspiração. A aspiração de tornar-
se "algo", e a inspiração porque esse "algo" deve merecer e valer a pena ser concretizado, deve-se
sentir orgulho em participar da construção dessa visão. Ou seja, deve ter luz suficiente (inspiração)
para apontar o caminho que leva à concretização da aspiração, como diz o meu guru Alan Weiss.
A visão precisa ser prática, realista e visível (nós não alcançamos aquilo que nós não vemos),
pois não passará de uma mera alucinação, se ela sugerir ou propor resultados inatingíveis.
Visão, também não tem nada a ver com projetos ou sistemas, que devem, ou se sonha ver
implantados, a visão não deve apontar quaisquer "comos", ou declarações de intenções ou ainda de
boa vontade; mas sim, o perfil que a empresa deve se tornar quando toda a boa vontade, intenções e
projetos, que se tem na cabeça e no coração, passarem pelas mãos para se tornarem realidade.
O enunciado da visão, além dos aspectos de aspiração e inspiração, de ser prática, realista e
visível deve facilitar a resposta às seguintes perguntas:

- No que a empresa quer se tornar?


- Qual a direção é apontada?
- Onde nós estaremos?
- O que a empresa será?
- Em que direção eu devo apontar meus esforços?
- Eu estou ajudando a construir o que?
- Os recursos investidos estão levando a empresa para onde?

Valores da empresa

Valores são princípios, ou crenças, que servem de guia, ou critério, para os comportamentos,
atitudes e decisões de todas e quaisquer pessoas, que no exercício das suas responsabilidades, e na
busca dos seus objetivos, estejam executando a Missão, na direção da Visão.
Os valores também podem ser vistos como um conjunto de crenças, ou princípios, que:
 definem e facilitam a participação das pessoas no desenvolvimento da Missão, Visão e
dos
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 próprios Valores;
 definem e facilitam a articulação da Missão, Visão e Valores;
 facilitam no comprometimento entre os empregados;
 facilitam o comprometimento dos empregados com o mercado, e
 facilitam o comprometimento dos empregados com a comunidade e a sociedade.
O enunciado de cada valor deve ser curto. Os valores são inegociáveis, e os mais perenes de uma
empresa.
O conjunto de valores deve definir a regra do jogo, em termos de comportamentos e atitudes,
devendo conter um subconjunto das respostas às perguntas abaixo:
- Como os empregados devem se portar, individualmente?
- Como os empregados se relacionam entre si?
- Como os empregados se relacionam com os clientes?
- Como a empresa trata seus clientes?
- Como a empresa faz negócios?
- Como nos relacionamos com a comunidade?
- Qual a nossa responsabilidade frente à sociedade?
- Que valores, crenças ou princípios são importantes para a empresa?

Resumidamente, os valores:

 Definem as regras básicas que norteiam os comportamentos e atitudes de todos


empregados.
 São as regras do jogo para que, executando a Missão, alcancemos a Visão.
 São o suporte, o estofo moral e ético da empresa.

E finalmente, mas não finalizando: a construção de um conjunto de Missão, Visão e Valores, só


é útil se a prática do dia a dia, do presidente ao porteiro, mostra e demonstra ser esse o conjunto de
regras que regem a conduta do pessoal da sua empresa.
Caso contrário, é pura perda de tempo, pois se o que se diz e o que se prega, é diferente do que se
faz; a Missão, a Visão e os Valores tornam-se somente um apanhado de letras, caindo no vazio da
rotina.
Por fim, o conjunto Missão, Visão e Valores servem também para facilitar e promover a
convergência dos esforços humanos, materiais e financeiros.
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A Missão, Visão e Valores é a forma de você estar lá, presente em cada Hora da Verdade da sua
empresa, sem precisar ir para lá.

Peter Drucker (1998) diz:


“[...]a organização certa é algo que não existe; a organização não é um absoluto, é uma ferramenta
para tornar as pessoas produtivas quando trabalham em conjunto. Como tal, uma estrutura
organizacional é adequada para determinadas condições e determinadas épocas. Por exemplo, ouve-
se falar muito hoje em dia sobre o “fim da hierarquia”. Isso é bobagem pura e simples. Em qualquer
instituição é preciso que haja uma autoridade final, alguém que, numa situação de perigo comum,
tome a decisão final e possa esperar ser obedecido. Se o navio está afundando, o capitão não
convoca uma reunião – ele dá ordens. E, para que o navio seja salvo, é preciso que todos obedeçam
a essas ordens, e que o façam sem discussão, sem “participação”. Mas a organização correta para
lidar com crises não é a organização apropriada para lidar com todas as tarefas. Às vezes a
abordagem de equipes é a resposta certa.[...]

A Evolução das Teorias da Administração

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ÊNFASE TEORIAS PRINCIPAIS ENFOQUES
ADMINISTRATIVAS
Tarefas Administração científica Racionalização do trabalho no
nível operacional
Organização Formal;
Teoria Clássica Princípios gerais da
Teoria neoclássica Administração
Funções da Administração.
Estrutura Organização Formal
Teoria da burocracia Burocrática;
Racionalidade organizacional
Múltipla abordagem:
Teoria estruturalista Organização formal e informal
Análise intra-organizacional e
análise interorganizacional
Organização informal;
Teoria das relações humanas
Motivação, liderança,
comunicações e dinâmica de
grupo;
Estilos de Administração;
Teoria do comportamento Teorias das decisões;
Pessoas organizacional Integração dos objetivos
organizacionais e individuais
Mudança organizacional
Teoria do desenvolvimento planejada;
organizacional Abordagem de sistema aberto.

Análise intra-organizacional e
Teoria estruturalista análise ambiental;
Teoria neo-estruturalista Abordagem de sistema aberto.
Ambiente
Análise ambiental (imperativo
Teoria da contingência ambiental);
Abordagem de sistema aberto.
Tecnologia Teoria dos sistemas Administração da tecnologia
(imperativo tecnológico)

A teoria geral da administração começou com a ênfase nas tarefas, com a administração
científica de Taylor. A seguir, a preocupação básica passou para a ênfase na estrutura com a teoria
clássica de Fayol e com a teoria burocrática de Max Weber, seguindo-se mais tarde a teoria
estruturalista. A reação humanística surgiu com a ênfase nas pessoas, por meio da teoria
comportamental e pela teoria do desenvolvimento organizacional. A ênfase no ambiente surgiu com a
Teoria dos Sistemas, sendo completada pela teoria da contingência. Esta, posteriormente,
desenvolveu a ênfase na tecnologia. Cada uma dessas cinco variáveis – tarefas, estrutura, pessoas,
ambiente e tecnologia – provocou a seu tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um
gradativo passo no desenvolvimento da TGA.

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Cada teoria administrativa procurou privilegiar ou enfatizar uma dessas cinco variáveis,
omitindo ou relegando a um plano secundário todas as demais.

Fayol foi o primeiro a definir as funções básicas do Administrador: planejar, organizar,


controlar, coordenar e comandar – POCCC. Atualmente, sobretudo com as contribuições
da Abordagem Neoclássica da Administração, em que um dos maiores nomes é Peter Drucker, os
princípios foram retrabalhados e são conhecidos como Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar –
PODC.

TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Teorias pré-sistemas Teoria Geral de Sistemas Teorias pós-sistemas


- Teoria Clássica - Teoria Neoclássica
- Teoria Relações Humanas Teoria Geral de Sistemas - Teoria do Desenvolvimento
- Teoria Comportamentalista Organizacional
- Teoria Estruturalista - Teoria Contingencial

PRINCIPAIS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO

ABORDÁGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915)

Frederick Winslow Taylor nasceu na Philadelphia, Estado Unido;


formou-se engenheiro e quando a família esperava que fosse assumir
um cargo de importância social, decidiu trabalhar no chão da fábrica e
em 1878 iniciou seu trabalho na Midvale Steel Co., passando a ocupar
vários cargos durante o tempo em que aí esteve. Passou de capataz a
contramestre, chefe de oficina e, em 1885, chegou finalmente ao cargo
de engenheiro. Em 1889, mudou-se para a Bethleem Steel Co. Taylor;
desde estudante, foi obcecado pela melhoria da eficácia em qualquer
atividade em que se envolvia. Seu lema sempre foi ―desenvolvimento
de cada homem no sentido de alcançar a maior eficiência e
prosperidade. Não só a prosperidade da empresa, mas também a do
operário‖. Sua intenção era a de dar à prática administrativa um
tratamento científico, por meio de observações, da experiência e da reflexão. Seus primeiros estudos
foram publicados em 1895, posteriormente revisados e republicados em 1903, com o título

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Administração de Oficinas. Em 1911, saiu uma edição renovada com o título Princípios de
administração científica, que se tornou bastante popular.

 Ênfase: Chão de Fábrica – Tarefas

 Enfoque: Produção

 Adoção de métodos racionais e padronizados; máxima divisão de tarefas.

Seu trabalho se deu no chão de Fábrica das empresas. Desenvolveu o estudo dos tempos e
movimentos (Motion-time Study).

Principais pontos de sua teoria:

 Princípios científicos em substituição ao empirismo – Buscava a prática administrativa


científica, baseada em princípios e não no processo de tentativa sob risco.

 Divisão do trabalho - a divisão em diferentes etapas das diversas atividades. Através das
regras básicas.

 Divisão de autoridade e responsabilidade – distinguido as tarefas de planejamento e direção


daquelas de execução do trabalho.

 Treinamento e seleção do trabalhador – permitindo a qualificação do trabalhador mediante


seleção e aperfeiçoamento técnico.

 Coordenação entre as atividades – articulando a atuação dos trabalhadores com a dos


supervisores e administradores.

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Henri Fayol (1841 – 1925)

Viveu e estudou a questão administrativa na mesma época que Taylor, porém suas
experiências ocorriam na Europa. Nasceu em Constantinopla, mas estudou em
Paris. Também formado em engenharia, com especialidade em minas,
trabalhou em indústria metalúrgica; porém, ao contrário de Taylor, já
começou como gerente geral e em 1888 tornou-se diretor administrativo. Essa
posição deu-lhe condições de sentir a necessidade de organizar o trabalho
dentro da indústria, oferecendo um corpo de conceitos que facilitasse o
desempenho da função de administrador. Infelizmente, não ficou conhecido
na época, e outros autores foram desenvolvendo a teoria no mesmo caminho
de estruturação do trabalho administrativo. Assumiu a empresa ás portas da
falência e tornou-se um sucesso alguns anos depois com a aplicação do que
chamou ―Doutrinas Administrativas‖. Foi muito ofuscado por Taylor, e
alguns históricos da administração não vêem nele nenhuma descoberta original.

Dividiu a atividade Administrativa em cinco funções, tal teoria perdura até hoje e pode ser
observada nos livros que ensinam as funções da Administração. Usa-se as siglas POC3 para essas
funções. Atualmente há uma versão que substitui as funções Coordenar e Comandar por
DIRIGIR.

Função administrativa:

PLANEJAR - Prever o futuro e traçar programas de ação a médio e longo prazo.


ORGANIZAR - Montar a estrutura humana e material para o empreendimento
CONTROLAR - Cuidar para que tudo se realize dentro dos planos e das ordens.
COORDENAR - Unir e harmonizar toda a atividade e esforço.
COMANDAR - Manter o pessoal em atividade em toda a empresa.

No sentido de estruturar melhor os conhecimentos da administração e fazer com que sua


teoria fosse mais bem entendida e aplicada, Fayol elaborou suas próprias leis universais, que são os
princípios da administração, num total de 14 princípios, são eles:

1. Divisão de Trabalho – tanto no tempo como no espaço, isto é, abrangendo fases e etapas de um
mesmo trabalho e dos diversos trabalhos de um mesmo conjunto;

2. Autoridade e Responsabilidade – tanto do ponto de vista da posição na empresa, como pessoal,


ou seja, moral e em termos de qualificação;

3. Disciplina – Mediante regras de subordinação aos superiores;

4. Unidade de comando – pelo qual um certo número de subordinação recebe e acata ordens de um
único superior;

5. Unidade de Direção – pelo qual um certo número de atividades obedece á supervisão de um único
superior;

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6. Subordinação do interesse individual ao coletivo – o interesse de um indivíduo não deve
prevalecer contra o interesse coletivo;

7. Remuneração – salários justos do ponto de vista da empresa e do trabalhador;

8. Centralização – concentrando a maior soma de direção possível nas mãos de um único controle
ou direção;

9. Cadeias hierárquicas – definindo uma rigorosa estrutura de autoridade e responsabilidade;

10. Ordem – a perfeita ordenação humana e material;

11. Equidade – garantindo a conciliação mais justa entre os interesses empresariais e trabalhistas;

12. Estabilidade – contra a rotatividade da mão-de-obra, julgando mais eficiente sua permanência;

13. Iniciativa – abrangendo o dinamismo desde o principal executivo até os mais baixos níveis de
autoridade;

14. Cooperação – estimulando o espírito de equipe e a conjugação dos esforços.

Fayol, apresentou uma visão global da organização, ao contrário de Taylor, que restringia-se mais
ao processo de produção. Para ele existem seis funções básicas em qualquer organização:

1) Funções técnicas: relacionadas com a produção de bens e serviços;

2) Funções comerciais: relacionadas à compra e venda;

3) Funções financeiras: relacionadas a administração do capital da organização ($);

4) Funções de segurança: relacionadas ao pessoal e ao patrimônio e instalações;

5) Funções contábeis: relacionadas as informações quanto ao ativo, passivo e resultados


patrimoniais;

6) Funções administrativas: responsável pela coordenação e sincronização das demais funções e


inclusive estando acima delas.

Henry Ford (1863 – 1947)

Henry Ford nasceu em 30 de junho de 1863, em uma fazenda próxima


a um município rural a oeste de Detroit, no estado do Michigan (este espaço
hoje faz parte de Dearborn).

Sua primeira empresa foi a Detroit Automobile Company, sob a


responsabilidade de ser engenheiro chefe, entretanto, a fábrica fechou devido
à discordância com os outros diretores em relação à adoção da produção em
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massa como modelo padrão. Anos mais tarde, montou outra empresa, esta voltada para carros de
corrida, contudo, a produção desses carros não obteve êxito. Mesmo assim, Ford persistiu com a idéia
e juntamente com o projetista Harold Wills montou o chamado carro 999, com o qual Barney
Oldfield se tornou campeão, divulgando o carro em todo país. Esse passo foi importante, pois o
rendimento financeiro proveniente do sucesso de seu carro deu suporte financeiro a suas idéias e
assim a Ford Motor Company foi fundada.

Com 40 anos de idade, Ford, com outros 11 investidores e 28.000,00 dólares de capital,
formaram a Ford Motor Company em 1903.

Seu trabalho teve:

 Foco no sistema de produção.

 Linhas de montagem ou Produção em série.

―Todo trabalho repetido ou repetitivo pode ser realizado


em linha ou série‖. Henry Ford

 Defendia o Princípio básico do ritmo.

Princípios pelos quais de deve orientar a produção segundo Ford:

 De intensificação – redução de tempo de produção, eliminação da capacidade ociosa de


trabalhadores e equipamentos, permitindo o rápido retorno do capital investido;

 De economicidade – emprego reduzido dos fatores da produção;

 De produtividade – aumento da capacidade produtiva do trabalho.

“Todos podem comprar o Modelo T na cor que quiser, desde que


seja preto.”
Henry Ford

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ABORDAGEM HUMANIÍSTICA DA ADMINISTRAÇÃO

INTRODUÇÃO

1.1 Introdução a abordagem humanística da administração

A Teorias das Relações Humanas e a Teoria Comportamental se apresentam como sendo uma
nova era das Teorias Administrativas das Organizações. A abordagem humanística da administração
começou a surgir por volta da década de 20 como sendo um movimento opositor a Teoria Científica e
Teoria Clássica.
Enquanto a Teoria Científica e Teoria Clássica buscavam dar ênfase nas tarefas e na
estruturação das organizações a Teoria das Relações Humanas e a Teoria Comportamental buscou
dar ênfase nas pessoas que compõe a organização. A ênfase na estrutura e nas tarefas foi substituída
então pela ênfase nas pessoas. Assim, podemos dizer que a natureza do ser humano como ―homo
social‖ substitui então a ideia de ―homo economicus‖ (conhecido na Teoria Clássica e Científica,
onde as pessoas são motivadas e incentivadas por estímulos financeiros).

Ênfase: pessoas
Enfoque: organização informal, Motivação, liderança, comunicações e dinâmica de grupo.

TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

A Teoria das Relações Humanas surgiu como um movimento opositor a teoria clássica de
Fayol e Teoria Científica de Taylor.
Ela nasceu da necessidade de tentar corrigir o foco desumanizador do trabalho que surgir a
partir de métodos rigorosos, metódicos, repetitivos, científicos e minuciosos de executar o trabalho
ou uma tarefa e aos quais os trabalhadores estavam sendo submetidos a atuar após as aplicações da
Teoria Científica. Era possível notar também que os sindicatos não mais estavam satisfeitos com os
métodos mais sofisticados de exploração dos trabalhadores e a sociedade pedia então uma nova
forma de administrar uma organização.
A origem da Teoria das Relações Humanas aconteceu a partir do experimento de Hawthorne
que tinha como objetivo detectar de que modo fatores ambientais (luminosidade, calor, umidade,
entre outros) influenciavam a produtividade do trabalhador. O experimento de Hawthorne teve como
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executor Elton Mayo e uma equipe de cientistas. Assim, Elton Mayo passou a ser considerado um
dos principais teóricos da abordagem humanística.
Outros teóricos contribuíram muito para a Teoria das Relações Humanas, são eles: Elton Mayo,
Roesthlisberger, William Dickson, Chester Barnard, Mary Parker Follet.
As principais características da Teoria das Relações Humana era que:
 O ser humano não pode ser considerado somente a um ser cujo comportamento é
simples, repetitivo e mecânico.
 O ser humano é guiado pelo sistema social em que vive e por demandas de ordem
biológica.
 Todos os seres humanos são dotados de necessidades de afeto, aprovação social,
prestígio e de autorrealização.

A Experiência de Hawthorne

A Teoria das Relações Humanas surgiu efetivamente a partir do


experimento de Hawthorne em 1932. Esta experiência foi realizada em uma
fábrica chamada Western Electric Company localizada no bairro de
Hawthorne em Chicago nos Estados Unidos e foi conduzida por Elton
Mayo1 que ficou reconhecido como o ―pai das relações humanas‖.
Por meio das experiências em Hawthorne e outras descobertas, Mayo foi
capaz de demonstrar que um tratamento humano e respeitável aos
empregados compensa no longo prazo.
O objetivo da experiência de Elton Mayo em Hawthorne era verificar o quanto fatores externos do
ambiente (luminosidade, calor, umidades entre outros) interferiam na produtividade dos
trabalhadores. Assim, Elton Mayo e sua equipe montaram dois grupos distinto de trabalhadores para
participarem da experiência, um grupo ele denominou de grupo experimental e o outro ele
denominou de grupo de controle. O primeiro teste que ele fez com os dois grupos foi para encontrar a
relação entre a intensidade da luz e a produtividade.
A experiência de Hawthorne teve quatro fases assim denominadas:

1° fase: Experimento da iluminação.

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Cientista social, australiano, falecido em 1949, Elton Mayo é considerado o fundador do movimento das Relações
Humanas, que se opôs aos princípios do trabalho de Taylor.

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2° fase: O experimento nas salas de relés.
3° fase: O programa de entrevistas.
4° fase: Estudo realizado na sala de montagem dos terminais.

Embora haja algumas restrições metodológicas, os estudos de Hawthorne são, inegavelmente,


a fundamentação hitórica mais importante quanto ao conhecimento do comportamento humano nas
organizações. Por exemplo, mostraram que havia reação por parte dos trabalhadores às mudanças de
variáveis que os afetavam, tasi como: condição social, valores, temores, anseios, sempre em busca de
uma estabilidade social.
A contribuição de Mayo foi muito importante por ser caráter clínicio e por sua orientação para
a ação. Com uma visão mais ampla da organização, procura identificar os problemas relativos à
insatisfação e aos conflitos humanos no trabalho; por outro lado usa a intuição, experiências e
generalizações interdisciplinares para orientar suas ações administrativas. Segundo Mayo, o
administrador deve ser treinado para desenvolver sensibilidade e percepção para compreender melhor
as pessoas.

Ideias e Teóricos das Relações Humanas

Além de Elton Mayo outros autores contribuiram para a experiências e aprimoramento da Teoria das
Relações Humanas.
Chester Barnard: Precursos da ―Ciência da Conduta‖, foi um dos líderes da teoria da ciência social
aplicada à administração. Valendo-se de sua posição de prestígio na Companhia Telefônica Norte-
Americana, escreveu a teoria da cooperação, que define uma organização como qualquer sistema
cooperativo em que as pessoas são capazes de se comunicar entre si e estão dispostas a contribuir
com ações em torno de um objetivo.
Mary Parker Follet: A partir de princípios tirados da Psicologia Industrial, Mary Parket Follet
introduziu importantes conceitos de motivação humana e liderança dentro da organização. Follet
considera que a psicologia deve ser utilizada no sentido de reconciliar indivíduos com a organização
e obter a integração das pessoas para que se possa alcançar objetivos organizacionais.
Herbert Simon: Escreveu um liro que foi duramente criticado pelos teóricos econômicos.
Questionava que ―o homem administrativo‖ era um modelo mais válido da realidade, uma vez que
adminstradores eram mais bem-informados, porém capazes de maximizar alguma coisa.

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Kurt Lewin: Foi um dos precursores da ciência da conduta, junto com Barnard. Foi professor
de psicologia social na Universidade de Iowa na década de 30. Seus experimentos mostraram que
atitudes de liderança tem correlação direta com a moral e a produtividade dos operários.

TEORIA COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO

A Teoria Comportamental da administração tornou-se conhecida a partir da década de 50 a


partir de trabalhos desenvolvidos para conhecer melhor o comportamento dos indivíduos no ambiente
de trabalho. Esta teoria trouxe uma nova fase e um novo enfoque para dentro das teorias
administrativas.
A ciência comportamental, de maneira bastante abrangente, pode ser defindia como o estudo e a
análise das observações e verificações do comportamento humano com base em processo científico.
Alguns estudos e trabalhos desta teoria ganharam notoriedade e se destacaram no campo
administrativo e ainda hoje são reconhecidos, tais como:
1. Hieraquia das necessidades de Abraham Maslow.
2. Teoria X e Teoria Y de Douglas McGregor.
3. Os dois fatores motivacionais de Herzberg.

A Hieraquia das Necessidades

A hierarquia das necessidades foi desenvolvida pelo psicólogo americado Abraham Maslow que
viveu entre 1908 e 1970 e é considerado um dos maiores especialistas em motivação humana.
Maslow apresentou uma teoria onde classificava as necessidades humanas em cinco níveis e cada
uma das necessidades estava em um nível hierárquico de importância. Para Maslow o ser humano
somente subia de nível em sua necessidade se a necessidade anterior fosse satisfeita, ou seja, o
indivíduo procura satisfazer a uma sequência lógica de necessidade, iniciando sempre pelas
fisiológicas e passando para as demais necessidades assim que for se satisfazendo. A incapacidade de
satisfazer a uma necessidade aumenta a vontade de satisfazê-la ou gera a insatisfação.
As necessidades do indivíduos estavam divididas em: necessidade fisiológica, necessidade de
segurança, necessidade social, necessidade de estima e necessecidade de auto-realização. Estes níveis
hierárquicos das necessidades de Maslow podem ser visualizados em uma pirâmide.

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Figura 1. Hierarquia das necessidades de Maslow

• Na base da pirâmide se encontra a necessidade fisiológica que são necessidades Necessidade


física ou impulso básico e sobrevivência (alimentação, roupa, etc)

• As necessidades de segurança são as necessidades voltadas por se sentir seguro e livre de


ameaças.

• As necessidades sociais são as necessidades de amor e de pertencer a um grupo social

• Necessidades de Estima são as necessidade de respeito e estima.

• Necessidade de auto-realização são as necessidades do indivíduo de satisfazer seu potencial

De acordo com a teoria das necessidades o indivíduo somente vai ter necessidade de segurança se
a necessidade fisiológica for satisfeita e assim, sucessivamente ele vai caminhando nos níveis
hierárquicos das necessidades. Uma necessidade de nível baixo deve ser relativamente satisfeita, para
que possa surgir uma necessidade de nível mais alto. Nenhuma necessidade é sempre totalmente
satisfeita.
Assim, a importância desta teoria para a administração das organizações consiste no fato de que,
se a organização está estruturada de tal modo que permita aos indivíduos satisfazerem as suas
necessidades sociais, do ego e da auto-realização, os conflitos entre os objetivos individuais e os da
organização serão minimizados.

Teoria dos dois fatores motivacionais de Herzberg.

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Frederick Herzberg, psicólogo americano desenvolveu a teoria dos dois fatores para explicar o
comportamento humano em situação de trabalho. Para Herzberg existem dois fatores que influenciam
o indivíduo no ambiente de trabalho, são eles: Fatores higiênicos e os fatores motivacionais.

Figura 2. Fatores Higiênicos e Fatores Motivacionais

Fatores higiênicos ou também conhecidos como fatores extrínsecos estão localizados de


forma externa ao indivíduo, ou seja, são condições existentes no ambiente que rodeia as pessoas e
abrangem as condições que as organizações oferecem as pessoas que ali trabalham, podemos
considerar como fatores higiênicos (extrínsecos) o salários, os benefícios sociais, os tipos de chefias,
condição das supervisão no trabalho, as relações interpessoais, as condições ambientais do trabalho,
entre outros.
Fatores motivacionais ou também conhecidos como fatores intrínsicos estão relacionados ao
que o indivíduos faz na organização, estão relacionados ao cargo que este indivíduo ocupa, são
fatores que estão relacionados a forma e natureza de como este indivíduo executa seu trabalho ou
suas tarefas. Os fatores motivacionais (intrínsicos) estão sob controle do indivíduo está relacionado
com aquilo que ele faz, ou seja, esta relacionado a oportunidade de crescimento na empresa, de
valorização do que o individuo esta executando, de liberdade de decisão, de crescimento pessoal e
reconhecimento do trabalho.
Quando em uma organização os fatores higiênicos são ótimos, você apenas evita a
insatisfação do indivíduo, não há um aumento na satisfação. Porém, quando os fatores higiêncios são
péssimos ou cortados provocam a insatisfação. Assim, a ausência dos fatores higiênicos desmotiva,
mas a presença não eleva, somente mantém.

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Exemplo: Imagine uma empresa onde no período da manhã ela oferece aos seus
colaboradores café, pão e manteiga. Isso é um benefícios gratuíto, consideramos uma agrado. Seus
colaboradores não são motivados a trabalhar mais ou gerar mais produtividade por existir este
benefícios, ou seja, a presença deste fator higiênico não eleva a motivação, somente mantém a
satisfação dos colaboradores. Agora suponha que a empresa passe por um problema financeiro e
resolva cortar o café, o pão com manteiga no período da manhã, esta atitude irá gerar a ausência deste
fator higiênico o que irá gerar uma desmotivação nos colaboradores da organização, podemos dizer
que haverá choro e ranger de dentes pelos corredores da empresa.

Quando em uma organização os fatores motivacionais são ótimos, levam à satisfação, mas
quando são precários, bloqueiam a satisfação do indivíduo, levando muitas vezes o indivíduo a deixar
a organização.
Exemplo: Uma organização que não dá liberdade para seus colaboradores, não oferece chance de
crescimento, não valoriza e não reconhece o indivíduo, não dá liberdade para que o individuo
colabore com ideias e ações, não dá liberdade ao indíviduo para decidir como executar o trabalho está
bloqueando a satisfação do indivíduo, isso pode gerar uma insatisfação e consquente perda deste
colaborador. Muitas grandes empresas perdem grandes colaboradores, mesmo oferecendo grandes
salários por apresentarem fatores motivacionais precários.

Teoria X e Teoria Y

A Teoria X e a Teoria Y foi desenvolvida pelo economista americano Douglas McGregor.


Esta teoria nortem as relações entre as empresas e seus trabalhadors e tratam de dois perfis de
personalidade e comportamento que os colaboradores das organizações apresentam.

Figura 3. Teoria X e Teoria Y

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A Teoria X assume que o indivíduo não gosta de trabalho e para trabalhar necessita de ser
cobrado, supervisionado, controlado, coagido ou até mesmo ameaçado. Pode-se dizer que o perfil do
indivíduo ―Teoria X‖ é aquele indivíduo indolente que possui uma aversão a responsabilidade. Na
Teoria X nem mesmo a promessa de recompensa fará com que o indivíduo tenha motivação para
executar a tarefa.
A Teoria Y assume que a para o indivíduo que detem as características de Teoria Y a
execução do trabalho é tão natural como em qualquer outra atividade. Aqui os colaboradores são
tratados de uma forma competente, responsável e criativa e que gostam de trabalhar e executar suas
tarefas.
Em uma organização as ações do administrador para com as pessoas que compoe esta
organização deverá ser de acordo com o tipo de perfil do colaborador, ou seja, se o indivíduo possui
perfil Teoria X deve-se julgar que estes não são dignos de confiança para lutar pelos objetivos da
organização, então será responsabilidade do administrador fazê-lo, por meio da supervisão e
disciplina rígida. A função administrativa controle deverá ser exercida pelo administrador de forma
bem direta e enfática. Se o indivíduo possuí perfil Teoria Y deve-se considerar que a administração
não necessita forçar as pessoas a trabalhar, mas encorajá-las a desenvolver todas as suas reais
pontencialidades.

HABILIDADES DO ADMINISTRADOR

Segundo Katz, existem três tipos de habilidades que o administrador deve possuir para
trabalhar com sucesso: habilidade técnica, habilidade humana e habilidade conceitual. Habilidade é o
processo de visualizar, compreender e estruturar as partes e o todo dos assuntos administrativos das
empresas, consolidando resultados otimizados pela atuação de todos os recursos disponíveis. A
seguir é apresentado a definição das três habilidades:

- habilidade técnica: consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos


necessários para realização de tarefas específicas por meio da experiência profissional;
- habilidade humana: consiste na capacitação e discernimento para trabalhar com pessoas,
comunicar, compreender suas atitudes e motivações e desenvolver uma liderança eficaz;
- habilidade conceitual: consiste na capacidade para lidar com idéias e conceitos abstratos. Essa
habilidade permite que a pessoa faça abstrações e desenvolva filosofias e princípios gerais de ação.

20
A adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um indivíduo sobe na escala
hierárquica, de posições de supervisão a posição de alta direção.

AS FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR E O PROCESSO ADMINISTRATIVO

De acordo com a Abordagem Neoclássica o administrador deverá exercer três funções


fundamentais dentro da organização.
1. Tornar economicamente produtivos os recursos organizacionais, minimizando riscos e
maximizando oportunidades.
2. Tornar produtivos os recursos humanos, fazendo pessoas trabalharem juntas, reunindo em
uma tarefa comum as suas habilidades e conhecimentos individuais, e tornar produtivas as
suas forças e irrelevantes as suas fraquezas.
3. Desempenhar uma função pública: o administrador é visível e representa alguma coisa na
sociedade. Na verdade, ele é o único elemento de liderança na sociedade altamente
organizada e institucionalizada. A função executiva do administrador apresenta três
aspectos: é uma função para a qual são neessários objetivos e instrumentos; uma função
que requer qualidade e competência: e é uma função na qual se tem de decidir.
21
Para a Teoria Neoclássica, as funções do administrador correspondem aos elementos da
administração, que Fayol definiu como sendo Planejar (prever), organizar, comandar, coordenar e
controlar. Porém, a abordagem neoclássica traz estas funções como uma roupagem atualizada, assim
atualmente aceita-se como funções básicas do administrador o planejamento, organização, direção e
controle dos recursos das organização para se atingir um objetivo. Deste modo essas quatro funções
básicas – planejar, organizar, dirgiri e controlar – constituem o chamado processo administrativo.

Figura 1. Processo administrativo

A teoria neoclássica procura através do processo administrativo explicar como as várias


funções administrativas são desenvolvidas. No quadro abaixo é possível ver este processo
administrativo e compreender melhor a sua aplicação na organização.

PLANEJAMENTO ORGANIZAÇÃO DIREÇÃO CONTROLE


Definir missão Dividir o trabalho Designar as pessoas Definir padrões
Formular objetivos Designar as atividades Coordenar esforços Monitorar desempenho
Definir os planos para Agrupar as atividades Comunicar Avaliar desempenho
alcança-los em órgãos e cargos
Programar atividades Alocar recursos Motivar Ação corretiva
Definir autoridade e Liderar
responsabilidade
Orientar

Quadro 1. Processo administrativo


Fonte: Teoria Geral da Administração de Idalberto Chiavenato

 Função Planejamento

As organizações não trabalham na base da improvisação. Tudo na organização deve ser planejado
antecipadamente. A função planejamento é a primeira função administrativa, por ser aquela que serve
de base para as demais funções. É a função administrativa que vai antecipadamente determinar quais

22
são os objetivos que a organização pretende atingir e como deverá (plano de ação) ser atingido esse
objetivo.
A função planejamento deve começar a partir da definição dos objetivos que a organização
pretende atingir e assim deverá ser definido o plano de ação para se atingir este objetivo.

Figura 2. Princípio da função planejamento

 Função Organização

A palavra organização como função administrativa significa o ato de organizar, estruturar e integrar
os recursos e os órgãos da empresa e estabelecer suas atribuições e relações entre eles para que se
possa atingir o que se definiu como planejamento.

Figura 3. Função organização e sua atribuição

23
 Função Dirigir

A direção é a terceira função administrativa e assim que o administrador define o planejamento e


estabelece a organização, ele precisa então fazer as coisas andarem e acontecerem. Para isto ele
precisa dar direção, acionar e dinamizar toda a empresa para que se possa atingir os objetivos.
A direção está relacionada com a ação, com o colocar em prática e está muito ligado as pessoas. A
função administrativa direção está intimamente relacionada com a atuação sobre os recursos
humanos (pessoas) da empresa.
As pessoas precisam ser aplicadas em seus cargos e funções, treinadas, guiadas, motivadas, para
alcançar os resultados esperados. Assim, a função direção é a função administrativa que se refere às
relações interpessoais dos administradores em todos os níveis da organização.

Figura 4. Função dirigir e sua atribuição

 Função Controlar

A finalidade do controle á assegurar que os resultados do que foi planejado, organizado e dirigido
possam ser atingidos. O ponto principal da função controlar reside na verificação da execução das
atividades, ou seja, se a atividade está ou não atingindo o objetivo proposto. O controle consiste
fundamentalmente num processo que guia a atividade exercida para um fim previamente
determinado.

24
Enquanto a função planejamento inicia o processo administrativo a função controle seve de
fechamento. Assim, da mesma forma como ocorre com o planejamento, a abrangência do controle
também pode ser feita nos níveis global da organização, departamento e operacional, respectivamente
dentro do nível estratégico, tático e operacional.

Figura 5. Função controle e sua atribuição

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FUNÇÃO PLANEJAMENTO

Segundo Chiavenato (1995) o planejamento é a função administrativa que determina


antecipadamente o que se deve fazer e quais objetivos devem ser alcançados, e visa dar condições
racionais para que se organize e dirija a empresa ou seus departamentos ou divisões a partir de certas
hipóteses a respeito da realidade atual e futura.

A elaboração do planejamento evita a adoção de ações improvisadas, casuais, contribuindo


para reduzir o nível de incerteza e possibilitando maior segurança quanto ao desempenho da empresa.
O planejamento, segundo Chiavenato (1995) apresenta as seguintes características:

a) É um processo permanente e contínuo, pois é realizado de forma sistemática dentro da empresa e


não se esgota na simples montagem de um plano de ação;
b) É sempre voltado para o futuro e está intimamente ligado com a previsão, embora não se confunda
com ela. O conceito de planejamento inclui o aspecto de temporalidade e futuro: o planejamento é
uma relação entre coisas a fazer e o tempo disponível para fazê-las;
c) Se preocupa com a racionalidade da tomada de decisões, pois ao estabelecer esquemas para o
futuro funciona como um meio de orientar o processo decisório, dando-lhe maior racionalidade e
subtraindo incerteza subjacente a qualquer tomada de decisão;
d) Visa relacionar, entre várias alternativas disponíveis, um determinado curso de ação, em função de
suas consequências futuras e das possibilidades de sua execução e realização. O curso de ação
escolhido pode ter uma duração variável - desde curto à longo prazo - e pode ter uma amplitude
igualmente variável - abrangendo a empresa como um todo até uma determinada unidade de trabalho;
e) É sistêmico, pois deve considerar a empresa ou o órgão ou a unidade como uma totalidade. O
planejamento deve considerar tanto o sistema como os subsistemas que o compõem, bem como as
relações e compromissos internos e externos;
f) É interativo. Como o planejamento se projeta para o futuro, ele deve ser suficiente e prudentemente
flexível para aceitar ajustamentos e correções. Pressupõe avanços e recuos, alterações e modificações
em função de eventos novos, ou diferentes que ocorram tanto no ambiente interno quanto externo da
empresa;
g) É uma técnica de alocação de recursos de forma antecipadamente estudada e decidida. Deverá
refletir a otimização na alocação e dimensionamento dos recursos com os quais a empresa ou o órgão
dela poderá contar no futuro para suas operações;

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h) É uma técnica cíclica. A medida que é executado, passa a ser realizado. Conforme vai sendo
executado e realizado, permite condições de avaliação e mensuração para novos planejamentos, com
informações e perspectivas mais seguras e corretas;
i) É função administrativa que interage dinamicamente com as demais. Está intimamente relacionado
com as demais funções administrativas, como a organização, o controle e a avaliação, influenciando e
sendo influenciado por elas, a todo o momento e em todos os níveis da empresa;
j) É uma técnica de coordenação. Permite a coordenação de varias atividades no sentido da realização
dos objetivos desejados e de maneira eficaz;
l) É uma técnica de mudança e inovação. O planejamento é uma das melhores maneiras de se
introduzir deliberadamente mudança e inovação dentro de uma empresa, sob uma forma previamente
definida e escolhida e devidamente programada.
O Planejamento pode ser considerado em função do nível da empresa, conforme ilustra a figura a
seguir:

O planejamento estratégico, em linhas gerais, é aquele efetuado no nível institucional da empresa,


envolvendo a alta administração. É genérico e sintético, direcionado para longo prazo e considera a
empresa como uma totalidade.

O planejamento tático é efetuado no nível intermediário da empresa, envolvendo a gerência. É menos


genérico, e mais detalhado, direcionado para médio prazo e considera cada unidade da empresa.

O planejamento operacional é o efetuado no nível operacional da empresa, envolvendo a supervisão.


É detalhado e analítico, direcionado para o curto prazo e considera cada tarefa ou operação.
O planejamento operacional está voltado para o que fazer, como fazer, e para quem fazer, procurando
otimizar e maximizar os resultados. Este tipo de planejamento deve ser intrinsecamente relacionado
ao planejamento tático, o mesmo ocorrendo com este em relação ao planejamento estratégico.
27
TÉCNICAS MODERNAS DE GESTÃO

1. Administração participativa:

A administração participativa é uma filosofia ou política de administração de pessoas, que


valoriza sua capacidade de tomar decisões e resolver problemas, aprimorando a satisfação e a
motivação no trabalho, contribuindo para o melhor desempenho e para a competitividade das
organizações.
Esse método permite a manifestação dos funcionários em relação ao processo de
administração da empresa de forma organizada e responsável, sempre contribuindo com suas
experiências e conhecimentos, buscando sempre agregar mais valores às funções e pessoas dos quais
participa.
Administrar de forma participativa consiste em compartilhar as decisões que afetam a
empresa, não apenas com funcionários, mas também com clientes ou usuários, fornecedores, e
eventualmente distribuidores da organização. A meta da administração participativa é construir uma
organização participativa em todas as interfaces.
No modelo participativo, predominam a liderança, a disciplina e a autonomia. Nas
organizações que adotam esse modelo, as pessoas são responsáveis por seu próprio comportamento e
desempenho.

2. Administração Japonesa

A administração japonesa nasceu no chão de fábrica, nos setores operacionais da manufatura,


com a filosofia básica de evitar qualquer tipo de desperdício (muda) e de promover o melhoramento
contínuo (kaizen). Com esta filosofia, agregada a permanente busca de conhecimentos e tecnologias
avançadas de produção e aliados ao favorecimento da política econômica, os produtos japoneses
alcançaram um diferencial competitivo no mercado internacional.
O sistema de produção japonês, tal como é estruturado atualmente, surgiu nos vinte e cinco
anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, na Toyota Motor Co. Seu maior idealizador foi o
engenheiro Taiichi Ohno. Daí decorreram duas outras denominações de método: Sistema Toyota de
Produção ou Ohnoísmo. São características desse método:
Just-in-time – sincronização do fluxo de produção, com fornecedores.
Kanban – sistema de informação visual, que aciona e controla produção.

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Kaizen – busca do melhoramento contínuo.

Características Gerais da Administração Japonesa

Administração participativa: A administração japonesa se baseia na forma participativa de gestão.


Prevalência do planejamento estratégico: A falta de planejamento desperdiça mão-de-obra, recursos
materiais e tempo, elevando os custos de produção, gerando perdas de mercado e desemprego.
Visão sistêmica: A empresa é um sistema, pressupondo o conhecimento das inter-relações de seus
diversos componentes.
Supremacia do coletivo: O coletivo prevalece sobre o individual, o ser humano, visto como o bem
mais valioso das organizações.

Busca da qualidade total

Produtividade: O aumento da produtividade é um dos objetivos de qualquer organização.


Flexibilidade: Racionalização do espaço, equipamentos de utilidade geral, lay-out celular,
nivelamento e sequenciamento da produção em pequenos lotes, redução de estoques, quadro de
trabalhadores qualificados e flexíveis.
Recursos humanos: A ênfase é no trabalho em grupo, na cooperação, no aproveitamento da
potencialidade humana.
Tecnologia e padronização: Busca-se harmonia entre o homem, a máquina e o processo.
Manutenção e arrumação: Os operadores são responsáveis pela manutenção básica, dispondo de
enorme autonomia para interromper um processo errado.
Limpeza e arrumação: São de responsabilidade de todos.
Relação com fornecedores e distribuidores: relação de apoio técnico e financeiro, cooperação e
confiança.
Cultura organizacional: Procura-se estabelecer um clima de confiança e responsabilidade, baseado
no respeito à hierarquia, na participação das pessoas no desenvolvimento da tarefa, nas decisões
consensuais e na harmonia das relações.

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Os cinco sensos (5S)

O 5S surgiu no Japão no início dos anos 1950. Na indústria, seus principais papéis são: liberar
áreas, evitar desperdícios, melhorar relacionamentos, facilitar as atividades e localização de recursos
disponíveis. Trata de uma sigla formada pelas iniciais de cinco palavras japonesas. No Brasil, alguns
―S‖ foram traduzidos usando palavras variadas. Com isso, o 5S gerou resultados diferentes de um
para outro local. A tradução que adotamos é uma das mais praticadas, graças ao trabalho feito pela
Fundação Christiano Ottoni (FCO), em empresas e escolas, a partir da década de 90. É tradução
adequada a qualquer lugar onde se vive, por não usar expressões exclusivas do meio empresarial.
Observando os métodos de gestão e o potencial das pessoas em variados ambientes, sentimos
que, devidamente entendido e apresentado, o 5S pode ser praticado por qualquer pessoa, em qualquer
circunstância. Com isso, o 5S que praticamos hoje é mais humano do que quando começou a ser
divulgado no Brasil, nos anos 1980. Seus princípios são semelhantes aos princípios da vida.
É uma prática propagada no Japão que ensina bons hábitos, eliminação de desperdícios e
perdas, são capazes de modificar o humor, harmonizar o ambiente de trabalho e a maneira da
condução das atividades de todos. Essa prática teve início logo após a Segunda Guerra Mundial para
combater as sujeiras das fábricas e é ensinado como princípio educacional para a formação de
indivíduos. O 5S é composto de cinco conceitos simples que, em japonês começam com a letra ―s‖:
Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke. Como em português não existe o significado dessas palavras
começando com a letra S, acrescentou-se então a palavra senso à sua respectiva tradução:

1. Senso de Utilização
2. Senso de Organização
3. Senso de Limpeza
4. Senso de Saúde (Asseio)
5. Senso de Disciplina

Senso de Utilização:

Ter Senso de Utilização significa saber diferenciar coisas necessárias e desnecessárias,


descartando ou dando o devido destino àquilo considerado útil ao exercício das atividades.

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Guardar constitui instinto natural das pessoas, portanto, o Senso de Utilização remete que além
de identificar os excessos e desperdícios, precisamos nos preocupar também em criar medidas
preventivas que possam ser adotadas para evitar que o acúmulo desses excessos voltem a ocorrer.
Veja como nós vivemos fazendo isso no nosso dia a dia, basta verificar aquele espaço da casa
onde você coloca tudo o que não serve, objetos quebrados ou que não usamos mais, a roupa velha
que guardamos, as revistas e jornais que jamais serão lidos novamente, dentre muitos outros
exemplos.
Ter o Senso de Utilização também abrange outros parâmetros, como preservar apenas os
sentimentos valiosos como amor, amizade, sinceridade, companheirismo, compreensão, descartando
aqueles sentimentos negativos e criando atitudes positivas para fortalecer e ampliar a convivência
através de sentimentos valiosos e que tragam benefícios para você e a quem está ao seu redor.

Senso de Organização (Arrumação):

É o famoso ―ter cada coisa em seu lugar‖, ter Senso de Arrumação significa definir locais
apropriados e critérios para estocar, guardar ou dispor do necessário, de modo a facilitar o seu uso e
manuseio, facilitar a procura e localização de qualquer item. Na definição dos locais apropriados,
adota-se como critério a facilidade para estocagem, identificação, manuseio, reposição, retorno ao
local de origem após o uso, consumo dos itens mais velhos primeiro, dentre outros.
Não é difícil ver momentos de desorganização no nosso cotidiano, desde ―onde eu deixei meu
óculos‖ até ―onde estão minhas chaves‖, que podem ser cenas facilmente evitadas com a aplicação do
Senso de Arrumação.
Na dimensão mais ampla, ter Senso de Arrumação é distribuir adequadamente o seu tempo
dedicado ao trabalho, ao lazer, à família, aos amigos. É ainda não misturar suas preferências
profissionais com as pessoais, ter postura coerente, serenidade nas suas decisões, valorizar e elogiar
os atos bons, incentivar as pessoas e não somente criticá-las.

Senso de Limpeza:

Ter Senso de Limpeza significa eliminar a sujeira ou objetos estranhos para manter limpo o
ambiente (parede, armários, o teto, gaveta, estante, piso) bem como manter dados e informações
atualizados para garantir a correta tomada de decisões. O mais importante neste conceito não é o ato

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de apenas limpar mas o ato de "não sujar",isto significa que além de limpar é preciso identificar a
fonte de sujeira e as respectivas causas, de modo a podermos evitar que isto ocorra novamente.
No conceito amplo, ter Senso de Limpeza é procurar ser honesto ao se expressar, ser
transparente, sem segundas intenções com os amigos, com a família, com os subordinados, com os
vizinhos, etc.

Senso de Asseio:

Ter Senso de Asseio significa criar condições favoráveis à saúde física e mental, garantir
ambiente não agressivo e livre de agentes poluentes, manter boas condições sanitárias nas áreas
comuns (lavatórios, banheiros, cozinha, restaurante, etc.), zelar pela higiene pessoal e cuidar para que
as informações e comunicados sejam claros, de fácil leitura e compreensão.
Significa ainda ter comportamento ético, promover um ambiente saudável nas relações
interpessoais, sejam sociais, familiares ou profissionais, cultivando um clima de respeito mútuo nas
diversas relações.

Senso de Disciplina

Ter Senso de Disciplina significa desenvolver o hábito de observar e seguir normas, regras,
procedimentos.
Este hábito é o resultado do exercício da força mental, moral e física. Poderia ainda ser
traduzido como desenvolver o "querer de fato", "ter vontade de", "se predispor a".
Não se trata puro e simplesmente de uma obediência cega, submissa como pode parecer, é
importante que seu desenvolvimento seja resultante do exercício da disciplina inteligente que é a
demonstração de respeito a si próprio e aos outros.
Ter Senso de Disciplina significa ainda desenvolver o autocontrole (contar sempre até dez), ter
paciência, ser persistente na busca de seus sonhos, anseios e aspirações e respeitar o espaço e as
vontades alheias.

CICLO PDCA

É um ciclo de análise e melhoria, criado por Walter Shewhart, em meados da década de 20 e


disseminado para o mundo por Deming. Esta ferramenta é de fundamental importância para a análise
e melhoria dos processos organizacionais e para a eficácia do trabalho em equipe.
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O Ciclo PDCA (em inglês Plan, Do, Check e Action) é uma ferramenta gerencial de tomada
de decisões para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização, sendo
composto das seguintes etapas:

Planejar (PLAN)
 Definir as metas a serem alcançadas;
 Definir o método para alcançar as metas propostas.

Executar (DO)
 Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento;
 Coletar dados que serão utilizados na próxima etapa de verificação do processo;
 Nesta etapa são essenciais a educação e o treinamento no trabalho.

Verificar, checar (CHECK)


 Verificar se o executado está conforme o planejado, ou seja, se a meta foi alcançada,
dentro do método definido;
 Identificar os desvios na meta ou no método.

Agir corretivamente (ACTION)


 Caso sejam identificados desvios, é necessário definir e implementar soluções que
eliminem as suas causas;
 Caso não sejam identificados desvios, é possível realizar um trabalho preventivo,
identificando quais os desvios são passíveis de ocorrer no futuro, suas causas, soluções
etc.

33
DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO

O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como "Diagrama de Causa e Efeito",


"Diagrama Espinha-de-peixe" ou "Diagrama 6M" (ver abaixo), é uma ferramenta gráfica utilizada
pela Administração para o gerenciamento e o Controle da Qualidade (CQ) em processos diversos de
manipulação das fórmulas. Originalmente proposto pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa em
1943 e aperfeiçoado nos anos seguintes.

Gráfico 1. Exemplo de Diagrama de Ishikawa

Em sua estrutura, os problemas podem ser classificados como sendo de seis tipos diferentes (o
que confere a esse diagrama o nome alternativo de "6M"):

 Método;

 Matéria-prima;
 Mão-de-obra;
 Máquinas;
 Medição;
 Meio ambiente.

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O sistema permite estruturar hierarquicamente as causas potênciais de determinado problema ou
oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a qualidade dos produtos. Permite também
estruturar qualquer sistema que necessite de resposta de forma gráfica e sintética (isto é, com melhor
visualização).

O diagrama pode evoluir de uma estrutura hierárquica para um diagrama de relações, uma das
sete ferramentas do Planejamento da Qualidade desenvolvidas por Ishikawa, que apresentam uma
estrutura mais complexa e não hierárquica.

35
AS EMPRESAS
A classificação das empresas obedece aos seguintes critérios:
 Setor da economia a que pertencem;
 Ramo de atividade;
 Forma de constituição;
 Porte;
 Nacionalidade;
 Forma de atuação no mercado e outras e características.

Conhecer a classificação de uma empresa é importante, afinal esta é muitas vezes a condição para
que certa empresa se enquadre em um sistema fiscal, ou ainda seja beneficiada por uma lei.
As empresas fazem parte de três setores básicos da economia: setor primário, setor secundário e setor
terciário.
Classificação da Empresas Quanto a sua Constituição
As empresas para desenvolverem suas atividades necessitam estar legalmente constituídas. Assim
como uma pessoa deve ter seu registro civil, uma empresa também necessita de um documento que
comprove sua existência. Por isso as normas brasileiras diferenciam as pessoas jurídicas (as
empresas) das pessoas físicas (as pessoas civis). Podemos dizer que as empresas são criadas,
constituídas, por pessoas físicas. As pessoas jurídicas precisam das pessoas físicas para existir, já as
pessoas físicas não dependem das jurídicas. Mas aquela pessoa física que tem uma empresa não pode
ser confundida com a pessoa jurídica. Há uma distinção entre as duas, mas ao mesmo tempo uma
ligação e um grau de dependência da pessoa jurídica para com a pessoa física. Segundo a legislação
brasileira podemos definir as pessoas físicas e as jurídicas, da seguinte forma:
 Pessoas físicas – É o indivíduo perante o Estado, no que diz respeito aos seus direitos e
obrigações.
 Pessoas jurídicas – Perante o Estado é associação de duas ou mais pessoas numa entidade, com
direitos e deveres próprios e, portanto, distintos daqueles indivíduos que os compõem.

Existem diversas formas de empresas comerciais, podendo ser constituídas individualmente ou


por mais de um individuo.
 Firma individual - Uma pessoa física apenas, poderá constituir uma empresa, denominada firma
individual. O proprietário será o representante único da empresa que responderá pelos seus
negócios. No entanto haverá uma distinção entre a pessoa física ―Antônio José Pereira‖ e a
pessoa jurídica ―Antônio José Pereira ME‖, que é a empresa da qual é proprietário, por exemplo.
36
Mesmo sendo o patrimônio da empresa o mesmo patrimônio do proprietário, esta distinção que se
dá entre a pessoa jurídica e a pessoa física acontece por fins tributários.

 Sociedade por quotas de responsabilidade limitada - Nesta os sócios respondem pelas


obrigações da sociedade, pelos direitos e deveres, de forma limitada ao valor do seu capital que
constituí a sociedade. Este valor é apontado no contrato social da empresa, denominado de
―quotas‖. Assim cada sócio possuirá tantas quotas de acordo com o valor que seu capital
representa diante do capital total daquela empresa. A denominação dessas empresas vem sempre
seguida pela expressão ―limitada‖ ou pela abreviação ―Ltda.‖.

 Sociedade Anônima – Bastante conhecida por S.A. Nela o capital é constituído é dividido em
ações de um mesmo valor nominal, geralmente variando as quantidades em que são possuídas
pelos diversos acionistas. Assim um acionista poderá conter quantas ações lhe for possível pela
suas condições econômicas ou pelo seu desejo. Os direitos e deveres da sociedade e as obrigações
sociais são assumidos pelos acionistas, em função de ações cujo poder detêm. Assim quanto mais
número de ações certo acionista tiver, maior será a sua responsabilidade perante a sociedade.

Empresas e Setores da Economia


1. O setor primário
O setor primário está ligado à exploração de recursos naturais. Há aqueles mais significativos
como à pecuária e a agricultura, mas há também aqueles que representam grande parcela da
economia como as atividades florestais e colheita de frutos silvestres e os típicos de nosso país,
como o guaraná.
2. Setor secundário
Este setor busca industrializar aquilo extraído da natureza, muitas vezes provido do setor
primário, para se tornar matéria prima ou produtos acabados destinados ao consumo.
Exemplificando: A fabricação da farinha através da moagem do trigo; a fabricação do pão utilizando
da farinha.
3. Setor terciário
Toda empresa que produz algo o comercializa. Mas nem toda que comercializa algum
produto o produz. São estas as empresas que pertencem ao setor terciário.
A intermediação realizada entre a empresa do setor primário ou secundário (que produzem)
com a empresa do setor terciário, constitui uma prestação de serviço. Ou seja, a empresa que

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responsabiliza em vender os produtos daquela que os produziu, está realizando uma prestação de
serviços.
Porém há empresas de prestação de serviços que não comercializam produtos de outras empresas,
e que também pertencem ao setor terciário. São, por exemplo, as empresas de transporte, as clínicas
médicas e hospitais, entre tantas outras. Podemos listar as atividades que as empresas do setor
terciário desenvolvem:
 Comércio varejista e atacadista;
 Transporte;
 Armazenagem;
 Comunicação;
 Turismo;
 Bancos;
 Serventia;
 Seguros;
 Educação;
 Lazer;
 Saúde e etc.

A classificação da empresa quanto ao seu porte


Quando dizemos que as empresas também podem ser classificadas de acordo com seu porte, nos
referimos ao seu tamanho. Assim podemos dizer que existem as empresas consideras como micro,
pequena, média ou grande.
Mas existem vários critérios para definir a qual categoria uma empresa se enquadra. Afinal uma
indústria de automóvel, por exemplo, que emprega 100 pessoas é considerada pequena; já uma loja
de sapatos que emprega 100 pessoas pode ser média ou grande. Por isso cada ramo de atividade
empresarial acaba tendo seus critérios de classificação.
Vejamos abaixo a classificação das empresas segundo o SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas, de acordo com o número de empregados, que é um dos critérios
utilizado, por exemplo, para definir valor de contribuição sindical.

 Microempresa: na indústria, até 19 pessoas ocupadas; no comércio e serviços, até 09 pessoas


ocupadas;
 Pequena empresa: na indústria, de 20 a 99 pessoas ocupadas; no comércio e serviços, de 10 a 49
pessoas ocupadas;
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 Média empresa: na indústria, de 100 a 499 pessoas ocupadas; no comércio e serviços, de 50 a 99
pessoas ocupadas;
 Grande empresa: na indústria, acima de 499 pessoas ocupadas; no comércio e serviços, acima
de 99 pessoas ocupadas.

Nacionalidade e Grau de propriedade das empresas


As empresas, assim como nós cidadãos, também possuem sua nacionalidade. E essa
característica acaba gerando uma outra forma de classificar uma empresa. Uma empresa poderá
ser nacional ou multinacional. Vejamos o que cada qual significa:
 Nacional: Quando seus proprietários ou acionistas são do país em que elas se localizam. Uma
empresa é brasileira quando seus donos também são daqui. A Petrobrás é um exemplo de
empresa nacional.

 Multinacionais: Quando essas empresas fabricam e operam em dois ou mais países e seu
proprietários ou acionistas também são desses países.

Exemplos de multinacionais: AOL, Siemens, IBM, Nokia, Toyota, Sony Corporation, a Nestlé no
ramo alimentício, a Ford no setor automotivo, a Boeing no setor aeronáutico e a GVT (Global
Village Telecom) no ramo de Telefonia Fixa.

Mas há também uma outra forma pela qual podemos classificar as empresas, que é a sua
propriedade. Isto quer dizer, quanto à origem do capital que constituí a empresa e também dos
participantes que a constituem.
 Empresas Privadas – Nelas o capital social que as constitui é de origem privada ou particular.
Em conseqüência disso a sua administração e gerencia, também serão realizadas por particulares,
arcando estes seus direitos e deveres. Elas poderão ser uma firma individual ou uma sociedade.

 Empresas Públicas – Estas atuam em um ramo de atividade que, por vários motivos, como
conveniência, segurança e ou interesse social, está confiando ao poder público. Este poder
público poderá ser municipal, estadual ou federal. E será do governo as verbas proverão para seu
funcionamento, assim como sua gerência e administração. São exemplos de empresas públicas no
Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

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 Empresas de Economia Mista – Estas são sociedades por ações onde há participação tanto
pública como privada. Mas a diferença se dá que a União, ou o Estado ou o Município, no caso –
por representarem o órgão público, será os sócios majoritários, ou seja, detém a maioria das ações
e por isso, o controle administrativo. Estas empresas, em geral, executam serviços de utilidade
pública. Exemplos de sociedades de economia mista no Brasil são a Petrobras e o Banco do
Brasil.

ENQUADRAMENTO DO PRODUTOR RURAL


SIAT – Serviço Integrado de Assistência Tributária e Fiscal
Responsável por:
1. Emitir Nota Fiscal;
2. Cartão de Produtor Rural;
3. ITR;
4. Abertura de MEI para produtor Rural.
Produtor Rural não precisa de CNPJ ele pode retirar o cartão de produtor que lhe dá uma inscrição
(número) para poder produzir e negociar, menos industrializar.
TRIBUTAÇÃO:
ICMS: Dentro do Estado de produtor para produtor não existe ICMS.
É preciso que as duas partes tenham Cartão de Produtor Rural (n° de inscrição).
ICMS: Se vender para fora do Estado recolhe ICMS.
É preciso que as duas partes tenham Cartão de Produtor Rural (n° de inscrição).

PRODUTOR RURAL COMO MEI – Micro Empreendedor Individual


Se o produtor rural for industrizar/transformar o produto é necessário se tornar MEI.
Exemplo:
Plantar Buchas e revender o produto – somente cartão de produtor rural.

40
Não existe transformação/industrialização

Plantar Buchas e fazer um processo de agregação de valor ao produto, transformar, industrializar, ou


seja, embalar para revender é necessário se tornar MEI.

Existe a Industrialização/transformação

MEI – Micro Empreendedor Individual


Esta é a sigla para o Microempreendedor Individual. Trata-se de uma empresa individual, voltada
para a formalização das pessoas que trabalham por conta própria. O tipo foi criado pela Lei
Complementar nº 123/2006, devendo ter faturamento anual de até R$60 mil, podendo se ajustar ao
Simples Nacional. O MEI não pode ter participação em outra empresa como sócio ou titular. Em
contrapartida, pode ter um empregado que receba salário-mínimo ou o piso da categoria.

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A abertura da empresa e o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) são efetuados
rapidamente — tudo pela internet. Há diversas vantagens tributárias, com pagamentos mensais fixos
e baixos, além de acesso a específicos benefícios previdenciários.
O MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda,
PIS, Cofins, IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensal de R$ 45,00 (comércio ou
indústria), R$ 49,00 (prestação de serviços) ou R$ 50,00 (comércio e serviços), que será destinado à
Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias serão atualizadas anualmente, de acordo
com o salário mínimo.

Fonte:
TIPOS DE ENQUADRAMENTO DE ACORDO COM O FATURAMENTO em:
Portal do Empreendedor – MEI. Disponível
<http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual>

Empresário Individual
Enquadramento / Faturamento Anual Nº de
Tributação Formalização
MEI ME EPP Empresa Normal Titulares
Até R$
- - - Um titular Simples Nacional Internet/Sebrae
60 mil
Até R$ Por opção ou por Simples Nacional,
Até R$ 3,6 Junta
- 360 faturamento superior a Um titular Lucro Real ou
milhões Comercial
mil R$ 3,6 milhões Presumido
EIRELLI - Empresa Individual de Responsabilidade Limitada *
Criada pela Lei 12.441, de 11/07/2011

Enquadramento / Faturamento Anual Nº de


Tributação Formalização
MEI ME EPP Empresa Normal Titulares
Até R$ Por opção ou por Simples Nacional,
Até R$ 3,6 Junta
- 360 faturamento superior a Um titular Lucro Real ou
milhões Comercial
mil R$ 3,6 milhões Presumido
Sociedade Limitada
Enquadramento / Faturamento Anual Nº de
Tributação Formalização
MEI ME EPP Empresa Normal Titulares
Até R$ Por opção ou por Simples Nacional,
Até R$ 3,6 Dois ou Junta
- 360 faturamento superior a Lucro Real ou
milhões mais sócios. Comercial
mil R$ 3,6 milhões Presumido

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RAZÃO SOCIAL E NOME FANTASIA

1. O que é Razão Social?


Razão Social é o nome de registro da sua empresa. Também conhecido como Nome Comercial,
Denominação Social ou Firma Empresarial é o nome dado à pessoa jurídica, que consta em
documentos legais, contratos e escrituras. É o fruto do nascimento de uma empresa na Junta
Comercial ou no Cartório correspondente à sua sede e também serve para demonstrar a constituição
legal da empresa, para ser usado em termos formais.
No momento que se pensa em abrir uma empresa, você deve checar se algum nome similar já existe,
já que o registro será impossibilitado.
Depois, o direito ao Nome Comercial é garantido pela Constituição Federal, Código Civil Brasileiro
e Convenção da União de Paris para assuntos da Propriedade Industrial. Esse direito nasce no ato de
arquivamento do Contrato Social no registro de abertura da empresa.

2. O que é Nome Fantasia?


Nome Fantasia também conhecido como Nome de Fachada ou Marca Empresarial, é o nome
popular de uma empresa. O nome fantasia pode ou não, ser igual ou parecido com a razão
social de uma empresa. É o nome que serve para a divulgação da empresa e seus produtos, visando
o maior aproveitamento de marca e estratégia de marketing e vendas.
O registro do nome fantasia deve ser feito junto ao órgão de marcas e patentes, o Instituto Nacional
de Propriedade Industrial (INPI). O INPI dá direito de utilização do nome da marca/produto ao
registro que for efetuado primeiro. O registro do nome fantasia não é obrigatório, mas depois de
registrado é considerado uma marca registrada. Essa marca passa a levar o símbolo ® e a empresa
passa a ser a dona absoluta dela.
A marca passa a incorporar-se ao patrimônio, como um ativo da empresa. E há muitos casos onde seu
valor é muitas vezes superior ao valor dos seus bens patrimoniais.

EXEMPLOS:
1. Por exemplo, a Coca Cola é o nome fantasia da empresa de razão social Coca-Cola Indústrias
Ltda

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2. RAZÃO SOCIAL: ―ABC Comércio de Roupas Ltda.‖
FANTASIA: pode apresentar um nome fantasia de ―ABC‖ apenas: um ―apelido‖ mais fácil de ser
lembrado e reconhecido entre os consumidores.
3. RAZÃO SOCIAL: JAIR ANTÔNIO GOUVEIA – ME ou LTDA
NOME FANTASIA: BAR DO JAIR

Como montar a razão social


A razão social é formada por de 2 partes:
i) uma identificação própria, por exemplo GLOBEX; e
ii) indicação de sua área de atuação COMERCIO, então temos a razão social GLOBEX
COMERCIO. E após o nome deve-se indicar o tipo de empresa limitada (LTDA),
sociedade anônima (S/A), empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI),
etc…

ESTRUTURA FORMAL E ESTRUTURA INFORMAL DE UMA ORGANIZAÇÃO

Estrutura formal da empresa:

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Aquela provada através de documentos
Exemplo: Organograma

Estrutura informal da empresa:


Aquela que não é provada através de documentos.

GRÁFICOS
Conceito e definições
A palavra gráfico se origina de graphos, que significa:
o Escrever;
o Traçar através de apenas ou estilos a representação visual de um fato;
o Um fenômeno ou um processo no tempo e no espaço.

Na Administração os gráficos são utilizados para representar a estrutura da organização de uma


empresa e também são utilizados também para representar o fluxo de trabalho de um determinado
setor.
Vejamos abaixo um tipo de gráfico denominado Organograma.

Organograma
Definição: Gráfico
representativo da estrutura
formal da organização.
Em um organograma
podemos visualizar:
- Departamentos;
- Os setores da empresa;
- As seções da empresa;
- As autoridades
existentes;
- As Responsabilidades
existentes;
- Os níveis hierárquicos.

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Regras para elaboração de Organograma

1 - No alto da folha deve constar obrigatoriamente o nome da organização.

2 - A fração organizacional, bem como os cargos, é representada por um retângulo.

3- Os retângulos podem ser horizontais ou verticais

4 - Todas as siglas devem ser explicadas na legenda:


DP – Departamento de pessoal
RH – Recursos Humanos
DF- Departamento Financeiro
5 - A autoridade de linha é representada por ―linha‖ ______________

6 - A autoridade de assessoria é representada por ―traço pontilhado

8 - Órgãos de mesma nomenclatura devem estar sempre na mesma linha horizontal.

9 - A representação abaixo está incorreta.

10 - A linha Horizontal não deve ligar duas unidades pelo meio do retângulo.

11 – A linha horizontal deve passar por cima.

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FINANÇAS E CONTABILIDADE
Como o dinheiro entra e sai na empresa
Para que se possa obter um melhor entendimento das finanças de uma empresa é importante
compreender como o dinheiro entra e como ele sai da empresa. As fontes de recursos, os
investimentos externos e os resultados das vendas de produtos e prestação de serviços representam
formas de ingresso de dinheiro na empresa.
É importante neste momento distinguirmos as formas de saídas de dinheiro nas atividades
desenvolvidas no empreendimento (negócio), vamos entender as diferenças entre gastos,
investimentos realizados, despesas e custos.

Gastos: representam os desembolsos feitos pela empresa para a obtenção de bens e serviços
independentes da sua destinação. Os gastos podem ser:
1. Investimentos realizados: Compreendem os gastos que a empresa irá efetuar para a
obtenção de bens de uso interno. Podem ser considerados como:
1. Aquisição de Imobilizado.
2. Aquisição de Investimentos.

2. Despesas: são todos os gastos decorrentes do consumo de bens e serviços pela empresa,
visando à obtenção de receita.

3. Custos: são todos os gastos aplicados ou consumidos no seu negócio, com a finalidade de
produzir bens ou serviços. Os custos podem ser classificados em:
1. Custo Fixo ou Custo Variável.
2. Custo Direto ou Custo Indireto.
Custo Fixo: São aqueles que não variam com o volume de produção, como por exemplo:
 Salários;
 Encargos Sociais;
 Retirada dos Sócios;
 Honorários Profissionais;
 Aluguel.

Se atender cinco pacientes por dia em seu consultório, um dentista pagará R$ 400,00 por mês de
aluguel. Caso ele atenda dez pacientes, o valor do aluguel será o mesmo, portanto, o aluguel é um
custo fixo.
Custos Variáveis: São aqueles que variam com o volume de produção, como por exemplo:

 Matéria-prima;
 Mão-de-obra;
 Embalagens;
 Tributos (ICMS, ISS, PIS, COFINS)

Determinação do custo do produto


Conforme dito anteriormente, antes de abrir seu negócio, é necessário que você calcule o
custo do seu produto ou serviço. Abaixo segue uma maneira simples de se calcular o custo de um
produto ou serviço.
1° passo: Calcule a soma dos custos variáveis por produto.
2° passo: Some o total dos custos fixos.

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3° passo: Confira o total de produção ou o total que irá ser produzido.
4° passo: Divida o total dos custos fixos pelo total da produção.
5 passo: Some o valor dos custos variáveis por produto com o resultado da divisão dos custos fixos
pelo total da produção estimada.
Pronto, assim você encontrará o total do custo gerado por essa produção.
Vejamos abaixo:
Vamos supor que você decida abrir uma indústria de camisas, com os custos por mês especificados
abaixo. Qual seria o custo total de cada camisa se a fábrica produzisse 1.000 unidades de camisas por
mês?
Os seguintes custos mensais devem ser considerados:
a) Salário de funcionários da produção: R$ 3.600,00 valor mensal.
b) A empresa neste mês optou por investir na compra de um terreno (este terreno não será usado
pela empresa para que ela possa produzir, ou seja, funcionar) o valor da compra foi de R$
25.000,00.
c) Comissão de vendedores: R$ 12,00 (já calculado o custo para cada produto).
d) Impostos que incidem sobre as vendas: R$ 1.140,00. Sendo que para cada produto destina-se
R$ 2,38.
e) Etiqueta para a embalagem: R$ 3,30 cada (em cada embalagem irão três etiquetas). Cada
embalagem irá embalar um único produto.
f) Aquisição de um imóvel no centro da cidade para uso da empresa na armazenagem dos
produtos produzidos, no valor de R$ 28.000,00.
g) Matéria-Prima A: R$ 25,00 para fazer 5 produtos.
h) Embalagem: R$ 4,00 (valor para embalar 3 produtos).
i) Depreciação de veículos: R$ 660,00 por mês.
j) Aluguel do espaço: R$ 1.150,00 por mês.
k) Gasto com aquisição de uma máquina para produção no valor de R$ 25.000,00.
l) Depreciação de máquinas: R$ 260,00 por mês.
m) Pagamento para estampar no produto o símbolo da empresa: R$ 0,75 cada símbolo (em cada
produto um símbolo estampado).
n) Gastos com compra de ações na Bm&FBovespa no valor de R$ 5.000,00.
o) Contador: R$ 150,00 valor mensal.
p) Aquisição de 5 mesas, 8 cadeiras, 2 armários para o escritório da empresa. Valor total da
compra R$ 3.500,00.
q) Jurídico: R$ 330,00 valor mensal.
r) Compra de um veículo no valor de R$ 15.000,00.
s) Pró-labore: R$ 800,00 valor mensal.
t) Alvará de liberação do espaço (prefeitura): R$ 200,00 valor anual.
u) Fundo de Garantia (FGTS): R$ 1.550,00 valor mensal.
v) Matéria-Prima B: R$ 500,00 para fazer 7 produtos.
w) Gastos com manutenção: R$ 150,00 por mês.
x) Plástico utilizado na produção R$ 13,50 o valor do metro. Para produzir cada produto são
utilizados 2 metros de plástico.

Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio


Margem de Contribuição

Quanto sobra para sua empresa?


O termo Margem de Contribuição tem um significado igual ao termo Ganho Bruto sobre as
Vendas. Isso indica para o empresário o quanto sobra das vendas para que a empresa possa pagar
suas despesas fixas e gerar lucro.

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Em qualquer que seja o segmento, Indústria, Comércio ou Serviços, é perfeitamente possível
e fácil se apurar o valor e o percentual respectivo da Margem de Contribuição.
Mas por que esse nome, Margem de Contribuição?
Isso tem um sentido:
• Margem por que é a diferença entre o Valor da Venda (preço de venda) e os Valores dos Custos e
das Despesas específicas destas Vendas, ou seja, valores também conhecidos por Custos Variáveis e
Despesas Variáveis da venda.
• Contribuição porque representa em quanto o valor das vendas contribui para o pagamento das
Despesas Fixas e também para gerar Lucro.
Para encontrar a Margem de Contribuição, é preciso realizar a seguinte conta:
Margem de Contribuição é igual ao valor das Vendas menos o valor dos Custos Variáveis e
das Despesas Variáveis.
Ou se preferir numa fórmula, isso tudo fica assim:

Ou ainda

A primeira coluna é para caso de venda total e a 2º coluna é para o caso do cálculo produto a produto,
ou grupos de produtos.
Definições:
• Valor Total das Vendas ou Vendas Brutas Totais: é o Faturamento Total, consideradas as vendas
à vista e as vendas a prazo e refere-se ao volume financeiro dos negócios realizados pela empresa, ou
seja, é a quantidade vendida de produtos multiplicada pelos seus respectivos Preços de Venda.
• Custos Variáveis: nas pequenas empresas, podemos afirmar que os custos variáveis referem-se aos
valores pagos especificamente para adquirir o que a empresa se propõe a vender aos seus clientes.
Desta forma, para cada segmento de empresa temos:
- Comércio: o valor de aquisição das mercadorias, observando, quando necessário, o
acréscimo do valor de frete e do IPI e outros valores pagos na aquisição das mercadorias. Também
quando for o caso, descontado o valor de Crédito do ICMS.
- Indústria: o valor gasto na elaboração dos produtos, como matéria-prima, insumos,
embalagens e etiquetas. Note que para facilitar, não são considerados os valores de salários fixos,
nem mesmo do pessoal da produção, porque são valores pagos mensalmente. Desta maneira, estes
salários não devem integrar o valor total dos custos variáveis para o cálculo da Margem de
Contribuição.
- Serviços: os valores gastos especificamente para realizar os serviços referem- se aos
materiais/peças aplicados na execução do serviço. Por exemplo: em uma assistência técnica em
eletrodomésticos, na realização de um serviço, as peças de reposição são consideradas como Custo
Variável, pois só serão utilizadas se a venda de serviços acontecer, caso contrário, não. Já os salários
dos funcionários são pagos integralmente independente de terem sido vendidos serviços ou não, e

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devem ser considerados como despesas fixas, não integrando os valores de custos variáveis, para o
cálculo da Margem de Contribuição.

• Despesas Variáveis: são aos valores pagos especificamente pelas vendas realizadas e são
praticamente as mesmas para os segmentos de Indústria, Comércio e Serviços. Normalmente
referem-se a:
- Impostos sobre as Vendas: valor ou percentual dos impostos respectivos das notas fiscais
emitidas, portanto, só acontecem quando forem realizadas vendas. Considerar os impostos federais,
estaduais e municipais conforme a natureza da empresa.

- Comissão de Vendas: valores pagos aos funcionários ou representantes pelas vendas


realizadas. Normalmente é estabelecido um percentual a ser pago pelas vendas que cada um realiza.
Portanto, se não ocorrerem vendas, não ocorrem as comissões. Por isso, a comissão é considerada
como despesa variável e não fixa.
O valor encontrado em qualquer uma das formas apresentadas para o cálculo da Margem de
Contribuição representa o quanto a empresa consegue gerar de recursos para pagar as Despesas Fixas
e obter Lucro. Quando o valor da Margem de Contribuição for superior ao valor total das Despesas
Fixas, no caso da 1ª coluna da tabela da página anterior, a empresa estará gerando lucro e, quando for
inferior, o resultado será entendido como prejuízo.
A Margem de Contribuição Total da Empresa representa também a margem média, pois
considera tudo o que é vendido. É normal termos em qualquer empresa produtos/serviços com
preços, custos e despesas diferentes uns dos outros. Por isso, é muito importante apurar a margem de
contribuição de cada produto/serviço, que é o caso demonstrado na 2ª coluna da tabela da página
anterior.
Exemplo: Vamos considerar
Vamos considerar um produto qualquer em que o valor de custo variável seja de R$ 15,00. Como
eles praticam 50% sobre o custo para definir o preço, esse produto seria vendido por R$ 22,50
(R$15,00 + 50%). Logo, a margem de contribuição, considerando que as despesas variáveis daquela
empresa representam 10,5% sobre o preço de venda (impostos 7,5% mais a comissão de 3%), é de:
Achar a Margem de Contribuição

Percentuais
O preço ou a venda sempre é igual a
Preço de venda: 22,50 100% 100%
Custo Variável: 15,00 - 66,67%
Despesas variáveis: 2,36 - 10,49%
Margem de
contribuição: 5,14 = 22,84%

Veja que a Margem de Contribuição, isto é, a contribuição deste preço de venda para pagar as
despesas fixas e gerar lucro, é de R$ 5,14 por unidade ou 22,8% do preço de venda.
E tem mais, o Sr. Antônio propôs praticarem um novo percentual de 35% sobre os custos para
voltarem a ter competitividade de preço, e ainda assim, lucro. Se isso fosse feito sem avaliar a
Margem de Contribuição, eles poderiam entrar numa ―fria‖ daquelas.
Vamos ver como ficaria a Margem de Contribuição se praticassem 35% sobre os custos:

Ponto de Equilíbrio
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Ponto de equilíbrio, do inglês break-even-point, é a denominação dada ao estudo, nas
empresas, principalmente na área da contabilidade, onde o total das receitas é igual ao total das
despesas. Neste ponto o resultado, ou lucro final, é igual a zero.
Antes de ensinarmos o cálculo do Ponto de Equilíbrio, necessário se faz conhecer o conceito
de Custo Fixo e Custo Variável.
São poucas as pequenas organizações empresariais que sabem quais as quantidades mínimas
de produtos a serem produzidos ou vendidos para que obtenham resultados positivos, e isto ocorre
porque muitas não enxergam o Ponto de Equilíbrio como uma técnica muito útil, de fácil aplicação e
outros até mesmo por desconhecê-lo.
Fórmula Matemática do PE
a) PE em Quantidade
É a quantidade de produtos vendidos (ou de clientes atendidos) necessários para cobrir o
Custo Fixo.

PE quantidade = Custo Fixo (R$) da empresa/Margem de Contribuição por produto (em R$)

Resolução: _____________________________________________________________
Exemplo: Se o CF = $6.000,00 e cada produto contribui com uma Margem de $6,00 basta vender
1.000 produtos para amortizar o CF. Este número (1.000) é o PE em quantidade.
Exemplo: loja de automóveis usados.

Custo Fixo Mensal R$ 10.000,00

Margem de Contribuição de cada


veículo R$ 2.000,00

PE = CF/MC 5 veículos/mês

A CONTABILIDADE DA EMPRESA
O que é Patrimônio?
Patrimônio é classificado como sendo o conjunto de bens que pertencem a uma empresa ou a
uma pessoa.
O Patrimônio também é composto por valores a receber de terceiros (dinheiro a receber).
Não se pode identificar o Patrimônio real de uma empresa se não ficar evidente também todas as suas
obrigações (dívidas).
Por isso a definição de Patrimônio deve ser: conjunto de bens, direitos e obrigações de uma
pessoa ou empresa.

PATRIMÔNIO DE UMA PESSOA OU DE UMA EMPRESA


Bens e Obrigações (a serem pagas)

Direitos (a Receber)

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Bens: Tudo aquilo que serve para satisfazer uma necessidade das empresas ou de pessoas, tem dono
e preço.
Bens tangíveis (palpáveis): veículos, imóveis, estoques de mercadorias, dinheiro, móveis e
utensílios (móveis de escritório), ferramenta, etc.
Bens intangíveis ou incorpóreos (não palpáveis): marcas (mappin, Cica), patentes de
invenção (documento pelo qual o Estado garante a uma pessoa ou empresa o direito exclusivo de
explorar uma invenção).

Direitos: Valores que se tem a receber de terceiros (títulos a receber, contas a receber, boletos a
receber), por serviços prestados, que serão denominados de direitos a receber ou direitos.
ITENS VALORES
Empréstimos a receber 680
Duplicatas a Receber 1.320
Títulos a Receber (notas promissórias) 500
Aluguéis a Receber 300
Total 2.800

Obrigações: Os valores que se tem a pagar para terceiros é denominada de obrigações.


Uma obrigação comum em uma empresa é a compra de mercadorias a prazo. Ao comprar a prazo, a
empresa fica devendo para o fornecedor da mercadoria.

ITENS VALORES
Fornecedores (dívidas com fornecedores de mercadorias) 800
Empréstimos bancários (a pagar) 400
Salários a pagar 350
Encargos sociais a pagar (FGTS, INSS) 450
Impostos a Pagar (ou a recolher) 900
Financiamentos (empréstimos a pagar a longo prazo) 1.100
Contas a Pagar (diversos) 500
Total 4.500

Representação gráfica do Patrimônio


BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES
Bens Obrigações
Dinheiro Empréstimos a Pagar
Mercadorias em Estoques Salários a Pagar
Veículos Fornecedores (Duplicatas a Pagar)
Imóveis Financiamentos
Máquinas Impostos a Pagar
Ferramentas Encargos Sociais a Pagar
Móveis e Utensílios Aluguéis a Pagar
Marcas e Patentes Títulos a Pagar
Promissórias a Pagar
Direitos Contas a Pagar

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Depósitos em Bancos
Duplicatas a Receber
Títulos a Receber
Aluguéis a Receber
Ações

Patrimônio Líquido
Podemos definir Patrimônio Líquido como sendo a diferença da soma de bens e direitos pelas
somas das obrigações.

Patrimônio Líquido = Bens + Direitos (-) Obrigações

O Patrimônio Líquido é a medida eficiente da verdadeira riqueza. Observe-se que há situações


em que o Patrimônio é grande, mas as obrigações superam os bens e direitos, nesse caso o patrimônio
líquido é negativo, não há riqueza, a situação financeira é péssima.

Exemplo: Cia. Saliente


Bens........................ R$ 650,00
Direitos................... R$ 250,00
Obrigações ............. R$ 880,00

A riqueza líquida da empresa é pequena:


PL = B + D – O
PL = R$ 650,00 + R$ 250,00 – R$ 880,00
PL = R$ 20,00
Vamos calcular o Patrimônio Líquido da Cia. Ribeirópolis:
PL = B + D - O
PL = 1.830 + 2.800 – 4.500
PL = R$ 130,00
Por isso antes de falar ―como é grande o patrimônio desta empresa!‖. É preciso analisar os
bens, direitos e as obrigações que ela possui.
O Patrimônio poderá apresentar 3 situações líquidas distintas, a saber:
1º - Situação líquida positiva – quando a soma de bens e direitos for maior que as obrigações.
2º - Situação líquida negativa – quando a soma de bens e direitos for menor que as obrigações.
3º - Situação líquida nula – quando a soma de bens e direitos forem iguais as obrigações.

Observemos então, que o Patrimônio Líquido deverá compor o conjunto de elementos que integra o
Patrimônio de uma família e empresa. Por isso, vamos acrescenta-lo à definição final de patrimônio.

DEFINIÇÃO: Patrimônio é o conjunto de bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido de uma


família ou empresa.
Elaboração do Balanço Patrimonial
A lei das Sociedades por Ações estabelece que ao final de cada período de 12 meses, a diretoria da
empresa deverá elaborar com base na contabilidade, as demonstrações financeiras.

Exercício Social ou 12 MESES


Período Contábil
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ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante

Identificando o Balanço Patrimonial


Ativo: O Ativo é o conjunto de bens e direitos de propriedade da empresa. Eles são considerados
itens positivos do patrimônio, pois trazem benefícios, geram ganho.
Passivo: O Passivo significa as obrigações da empresa, ou seja, as dívidas que serão cobradas, a
partir da data de seu vencimento. Por isso ele é chamado também de Passivo Exigível.
Patrimônio Líquido: O Patrimônio Líquido representa o total de aplicações feitas pelos
proprietários na empresa.

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Caixa 850 Fornecedores 2.000
Duplicatas a receber 6.500 Salários a pagar 6.000
Estoque 11.500 Empréstimos Banco 7.500
Total do Circulante 18.850 Impostos a pagar 6.500
Contas a pagar 8.500
Realizável a L. Prazo Total do Circulante 30.500
Empréstimos 4.500
Títulos a Receber 5.800 Exigível a Longo Prazo
Total do R.L.P 10.300 Financiamentos 22.500

Permanente
Investimentos Patrimônio Líquido
Ações 5.000 Capital 11.800

Terrenos 6.500
11.500

Imobilizado
Prédio 11.500
Móveis e utensílios 2.650
Veículo 4.500
18.650

Diferido
Gastos pré-operacionais 5.500

Total do Permanente 35.650

Total 64.800 Total 64.800


Curto e Longo Prazo

O curto prazo na contabilidade significa um período de no máximo um ano. Assim ao apresentar um


Balanço Patrimonial em 31 de dezembro, todas as contas a receber e a pagar dentro dos próximos
365 dias deverão ser classificadas no curto prazo.

Já o longo prazo é identificado por um período superior a um ano (365 dias). Assim quando uma
firma fizer um financiamento em um banco, sendo que este financiamento deverá ter seu resgate após
cinco anos, está divida deverá ser classificada em longo prazo.
Exemplo:
A empresa Milenium tem seu exercício social encerrado em 31-12-2000. Todas as contas a receber e
a pagar em 2001 pela empresa são classificadas como curto prazo. Todas as contas a receber ou a
pagar pela empresa em 2002, 2003 deverão ser classificadas como longo prazo.
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ATIVO

1. Ativo Circulante

Neste grupo são classificados: o dinheiro disponível para a empresa (bancos e caixa) e todos os
outros valores que serão convertidos em dinheiro no curto prazo, ou seja, dentro do exercício social
como as duplicatas a receber, estoques e outros.

2. Ativo Realizável a Longo Prazo

Neste grupo são classificados os itens que irão ser transformados (realizar) em dinheiro no longo
prazo, ou seja, os itens que se transformarão em dinheiro em um período superior a um ano ou de
acordo com o ciclo operacional da empresa.

3. Ativo Permanente

Nesse grupo serão classificados os itens que dificilmente irão se transformar em dinheiro, pois eles
são itens que não são destinados à venda, são itens utilizados como meio de produção com o objetivo
de gerar renda para a empresa.
São os chamados ativo fixo da empresa como: máquinas, equipamentos, veículos. São bens de vida
longa.
O Ativo Permanente se divide em três grupos. Vejamos:
Investimentos: São investimentos que a empresa faz e que não tem vínculos com a atividade da
empresa. São investimentos que geram uma renda extra ou valorização.
Exemplo: compra de ações, compra de obras de artes, compra de um terreno para expansão futura,
imóveis para renda.
Imobilizado: São os bens destinados a manter a atividade operacional da empresa.
Exemplo: máquinas, equipamentos, móveis e utensílios ferramentas, veículos.
Diferido: São gastos que beneficiarão a empresa por um longo período.
Exemplo: gastos pré-operacionais (gastos antes da inauguração da empresa: propaganda, abertura de
firma, treinamento), gastos de reorganização da empresa.

Passivo

1. Passivo Circulante

Nele são classificadas todas as dívidas que a empresa tem para com terceiros e que serão pagas no
curto prazo como: fornecedores, empréstimos bancários, impostos a pagar, salários a pagar e outras.

2. Exigível a Longo Prazo

Nele são classificadas todas as dívidas que a empresa tem para com terceiros e que serão pagas no
longo prazo. Geralmente essas dívidas se referem aos financiamentos conseguidos junto a
financeiras.

3. Patrimônio Líquido

Nele são classificados os recursos aplicados na empresa pelos sócios e proprietários da empresa.

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Demonstrativo de Resultado do Exercício - DRE

Conceitos

O Demonstrativo de Resultado do Exercício também muito conhecido pela sigla DRE, tem a
finalidade de apurar os resultados de movimentações acontecidas em um determinado período,
geralmente esse período compreende 12 meses.
A DRE nada mais é do que um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa. Ele
deverá ser elaborado no sentido vertical obedecendo a ordem de dedução, ou seja, das receitas
subtraem as despesas e ai você tem o resultado seja ele lucro ou prejuízo.
Para empresas menores como mercearias, farmácias e outras a DRE pode ser mais
simplificada, ela deve conter o total das despesas subtraindo das receitas e assim apura-se o lucro ou
prejuízo. Já a DRE exigida por lei contém maiores informações para ajudar na tomada de decisão.
Nela estão contidos os: grupos de despesas, vários tipos de lucro, destaque dos impostos, etc.

DRE (simples) DRE (completa)


Receita Receitas
( - ) Despesa . ( - ) Deduções
Lucro ou prejuízo ( - ) Custos
( - ) Despesas
( - ) .............
( - ) ............. .
Lucro ou prejuízo

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Modelo

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Vendas de Produtos
Vendas de Mercadorias
Prestação de Serviços
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Devoluções de Vendas
Abatimentos
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos Vendidos
Custo das Mercadorias
Custo dos Serviços Prestados
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Com Vendas
Despesas Administrativas
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS
Despesas Financeiras
(-) Receitas Financeiras
Variações Monetárias e Cambiais Passivas
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas
(-) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS
= RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS
Receitas Não Operacionais
Despesas Não Operacionais
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E
SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Participações de Administradores, Empregados, Debêntures e Partes Beneficiárias.
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

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Indicadores Financeiros
Conceito

A utilização de indicadores possibilita comparações com outras alternativas de investimento,


tanto no campo de aplicações financeiras a risco zero (caderneta de poupança, por exemplo) como
outras alternativas de empreendimento ( Bolsa de Valores, outro exemplo).
Para compreender os indicadores financeiros e utilizá-los como ferramenta de análise é
preciso entender alguns conceitos e gráficos como Balanço Patrimonial e Demonstrativo de
Resultado do Exercício.
Vejamos abaixo algumas explicações sobre os gráficos contábeis e sobre os indicadores
financeiros.

Modelos de Gráficos:
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Circulante: Circulantes:
São contas que estão constantemente em São obrigações exigíveis que serão
giro, sendo que a conversão do dinheiro liquidadas no próprio exercício social.
será, no máximo, no próprio exercício
social.
Realizável no longo prazo: Exigível no longo prazo:
Bens e direitos que se transformarão em Obrigações liquidadas com prazo superior
dinheiro no próximo exercício social. a um exercício social.
Permanente: Patrimônio Líquido
São bens e direitos que não se destinam à
venda e têm vida útil; no caso dos bens, São recursos dos proprietários aplicados
vida longa. na empresa.

Composto:
Investimentos, Imobilizado e Diferido.

BALANÇO PATRIMONIAL
1 - ATIVO 2 - PASSIVO
10. ATIVO CIRCULANTE 20. PASSIVO CIRCULANTE
10.1 Caixa 20.1 Fornecedores
10.2 Bancos Conta Movimento 20.2 Duplicatas a Pagar
10.3 Clientes 20.3 Promissórias a Pagar
10.4 Duplicatas a Receber 20.4 Contribuições de Previdência a Recolher
10.5 Promissórias a Receber 20.5 FGTS a Recolher
10.6 Ações de Outras Empresas 20.6 Salários a Pagar
10.7 Estoque de Mercadorias 20.7 Impostos e Taxas a Recolher
10.8 Estoque de Material de Expediente
10.9 Estoque de Material de consumo 21. PASSIO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
21.1 Duplicatas a Pagar
ATIVO REALIZADO A LONGO
11 PRAZO 21.2 Promissórias a Pagar
11.1 Duplicatas a Receber
11.2 Promissórias a Receber 22. RESULTADO DE EXERCÍCIOS

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FUTUROS

12 ATIVO PERMANENTE 23. PATRIMÔNIO LÍQUIDO


12.1 Participação em Outras Empresas 23.1 Capital
12.2 Imóveis de Renda 23.2 Reserva Legal
12.3 Computadores 23.3 Lucros ou Prejuízos Acumulados
12.4 Imóveis
12.5 Instalações
12.6 Móveis e Utensílios
12.7 Veículos
12.8 Benfeitorias em Bens de Terceiros
12.9 Despesas de Organização

Demonstrativo de Resultado

Receita de Vendas 35.0000,00


(-) Custo dos produtos vendidos 25.000,00
(=) Lucro Bruto 10.000,00

(-) Despesas operacionais 5.500,00


Vendas 1.500,00
Gerais e administrativas 2.000,00
Depreciação 2.000,00
(=) Lucro operacional 4.500,00

(-) Despesa de juros 700,00


(=) Lucro antes do Imposto de Renda 3.800,00

(-) Imposto de renda 1.045,00


(=) Lucro Líquido 2.755,00

1. Lucratividade:

Determina a parcela das receitas operacionais, em termos relativos, que representa o lucro do
negócio.
Melhor dizendo, é a relação do valor do lucro com o montante de vendas, ou seja, divide-se o valor
do lucro pelo volume de vendas (Lucro Líquido/Vendas x 100).

Este cálculo indica o quanto lucrativo é o negócio (1% lucrativo, 2% lucrativo, etc), com o
resultado dado em porcentagem. Pode ser calculado por mês ou por ano.

Exemplo de cálculo: (Fonte: SEBRAE)


- Faturamento bruto mensal = R$ 25 Mil
- Lucro Líquido = R$ 1.250, 00
60
- 1.250,00/ 25.000,00 = 0,05 x 100 = 5%

Portanto, o lucro líquido equivale a 5% do faturamento, em outras palavras a lucratividade


mensal do negócio é de 5%.

2. Rentabilidade

Indica o retorno dos recursos totais investidos no empreendimento. Indicador de retorno do


investimento.
Trata-se de um número que é dado em porcentagem por ano, representando a velocidade do
investimento inicial do negócio. Trata-se de um indicador de retorno do investimento inicial referente
as compras de máquinas, imóveis ou móveis, para da início à atividade empresarial.

3. Indicadores de Liquidez

Os indicadores de liquidez medem a capacidade do hotel em cobrir suas obrigações de curto


prazo e longo prazo (Passivo Circulante e Exigível no Longo Prazo). Os hotéis geralmente pagam os
fornecedores, dividendos, entre outras dívidas a curto prazo, com ativos correntes. Então, é essencial
que o hotel tenha recursos disponíveis para atender às responsabilidades assumidas. Para medir a
capacidade do hotel em cumprir com tais obrigações a curto prazo, foram desenvolvidos vários
indicadores.
Os indicadores de liquidez também demonstram a capacidade de satisfazer as necessidades
inesperadas por valores monetários. Os credores a curto prazo, como os bancos e fornecedores, entre
outros, estão particularmente interessados em avaliar a liquidez. Esse item trata especificamente dos
índices de liquidez imediata, corrente, seca e geral.

3.1 Liquidez corrente

O indicador de liquidez corrente revela a situação atual da liquidez de curto prazo,


comparando ativos atuais de curto prazo com obrigações atuais de curto prazo. É extensamente
utilizada para avaliar a liquidez da empresa e a capacidade de pagar dívidas de curto prazo.
Fórmula:

No cálculo procura-se verificar a capacidade em termos percentuais de pagamento das


obrigações de curto prazo.

61
Segundo Padoveze (2000, p45), qualquer indicador acima de 1,00 é considerado bom, pois
indica capacidade de pagamento de todas as dívidas de curto prazo. Um indicador na ordem de 1,50
pode ser considerado ótimo; acima excelente.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 2.


ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana. Gestão de custos e formação de preços: conceitos, modelos e instrumentos....
3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

FALCONI, Vicente. O Verdadeiro Poder. Nova Lima – MG: INDG Tecnologia e Serviços Ltda.,
2009.

IDALBERTO, Chiavenato. Introdução à teoria geral da administração. 9° ed. Manole, 2014.

KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2012.

MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2012.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Teoria geral da administração: edição compacta. 2.
ed. São Paulo: Atlas, 2012

SANTOS, Gilberto José dos. Administração de custos na agropecuária. 3 São Paulo: Atlas, 2002.

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