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Futuros Defensoras e Defensoras do Estado de Pernambuco,

Estamos começando os nossos trabalhos, aquecendo os nossos motores e prontos para uma
jornada muito intensa de poucos meses. Sabemos que Direito Tributário não é a matéria mais queridinha
do mundo (risos), mas faremos o possível para expor dicas de conteúdo relevante e numa linguagem
clara e compreensível.

A dica de hoje busca expor algo que foi objeto de recente modificação legislativa, daí a importância
de nos mantermos sempre atualizados. Contudo, antes de chegarmos ao ponto da atualização, vamos
contextualizar os assuntos correlatos.

Tentaremos facilitar a compreensão através de tópicos. Vamos começar?

EXECUÇÃO FISCAL E BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS


INDEVIDAMENTE PERCEBIDOS

O QUE É EXECUÇÃO FISCAL E DÍVIDA ATIVA?

Execução fiscal é uma modalidade de execução por quantia certa, com base em título extrajudicial
constituído pela certidão de dívida ativa regularmente inscrita (para possibilitar a execução fiscal, é
indispensável que a dívida ativa esteja regularmente inscrita), de caráter expropriatório, que se realiza no
interesse da Fazenda Pública. Até aqui, tudo beleza, mas o que se entende por DÍVIDA ATIVA?

Art. 2º da LEF: Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não
tributária2 na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas
gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

§ 1º Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o artigo 1º, será
considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública.

1 Por Angelus Maia.

2 #ATENÇÃO: não caia na pegadinha de relacionar somente com créditos de natureza tributária!

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§ 2º A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e a não tributária, abrange


atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato.

De acordo com as disposições legais, dívida ativa tributária é aquela relativa a tributos e multas
tributárias. Por exclusão, dívida ativa não tributária será aquela não relacionada a tributos e multas
tributárias, tais como foros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de
serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições etc.

O CTN também possui previsão acerca da dívida ativa:

Art. 201 (CTN). Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente
inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento,
pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.

Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do
crédito.

É oportuno destacar que a dívida ativa poderá compreender qualquer valor. As obrigações
contratuais, inclusive, desde que submetidas ao controle de inscrição, podem ser exigidas por via de
execução fiscal.

Diferentemente da maioria dos demais títulos extrajudiciais, é constituído independentemente da


manifestação da vontade do devedor (como acontece na relação contratual, por exemplo). Desde que
observados os requisitos legais na sua formação, dentre os quais se insere o direito à ampla defesa no
correspondente procedimento fiscal, a certidão de dívida ativa goza de presunção3 de certeza e liquidez,
sendo apta para lastrear a execução fiscal (art. 3º da Lei nº 6.830/1980).

#CUIDADO! #CASCADEBANANA

§ 3º (do art. 2º da LEF) - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade,
será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição,
para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer
antes de findo aquele prazo.

O prazo de 180 dias previsto no art. 2º, §3º da LEF, acima colacionado, só se aplica para os débitos de

3 Trata-se de presunção relativa, “pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem
aproveite” (art. 3º, parágrafo único).

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natureza não tributária. De acordo com os Tribunais Superiores, os prazos e as hipóteses de interrupção
e suspensão dos prazos de prescrição e decadência em matéria tributária somente podem ser tratados
por lei complementar, na forma do art. 146 da CF/88.

A própria constituição anterior já apontava que a matéria precisava ser tratada por LC. Por isso, tal
regra já nasceu inconstitucional com relação à constituição anteriormente vigente (a LEF é de 1980), de
forma que também não foi recepcionada pela CF/88, posterior.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: É CONSTITUCIONAL O PROTESTO DE CDA.

O protesto das certidões de dívida ativa constitui mecanismo constitucional e legítimo por não
restringir de forma desproporcional quaisquer direitos fundamentais garantidos aos contribuintes e,
assim, não constituir sanção política. STF. Plenário. ADI 5135/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado
em 3 e 9/11/2016 (Info 846).

#OLHAOGANCHO: a contagem em dobro do prazo aos defensores públicos aplica-se aos embargos
à execução fiscal, uma vez que as normas que conferem essa prerrogativa - Lei nº 1.060 e Lei Comple-
mentar nº 80/1994 - não fazem qualquer ressalva a respeito. #SANGUEVERDE #DEFENSORIA

GARANTIA DA EXECUÇÃO

Na execução fiscal, o devedor é citado para, em cinco dias (lembre que na execução comum esse
prazo é de 3 dias), pagar ou oferecer bens à penhora. Caso pague, o juiz dará vista à Fazenda e, com a
concordância desta, a execução será extinta.

Caso o executado não pague, terá as opções elencadas no art. 9º, oferecendo garantia à execução:

Art. 9º Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e encargos indicados na
Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá:

I - Efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de crédito, que assegure
atualização monetária;

II - Oferecer fiança bancária ou seguro garantia;

III - Nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou

IV - Indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda Pública.

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#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Oferecimento de seguro garantia4 em execução fiscal

A Lei 13.043/2014 alterou o inciso II do art. 7º da Lei 6.830/80 (LEF) e previu expressamente mais
uma forma de garantia do juízo: o SEGURO GARANTIA.

A mudança foi importante porque o STJ possuía entendimento pacífico de que o seguro garantia
não servia como garantia da execução fiscal em virtude da ausência de previsão na LEF.

- A Lei 13.043/2014 entrou em vigor em 14/11/2014; é possível aceitar seguro garantia para
uma execução fiscal que tenha se iniciado antes desta data e que ainda esteja tramitando?
Em outras palavras, a alteração promovida pela Lei 13.043/2014 no que tange ao seguro
garantia aplica-se às execuções fiscais que foram instauradas antes de sua vigência e que
ainda estejam em curso?

SIM. O inciso II do art. 9° da Lei 6.830/80 (LEF), alterado pela Lei 13.043/2014, que faculta expressamente
ao executado a possibilidade de oferecer fiança bancária ou seguro garantia nas execuções fiscais,
possui aplicabilidade imediata aos processos em curso.

A norma que permite a garantia do juízo por meio de seguro garantia é de cunho processual, de
modo que possui aplicabilidade imediata aos processos em curso. STJ. 2ª Turma. REsp 1.508.171-SP,
Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 17/3/2015 (Info 559).

Caso o executado resolva oferecer bens à penhora (inc. III), deverá observar a ordem5 do art. 11:

Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem:

I - dinheiro;

II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação em bolsa;

III - pedras e metais preciosos;

IV - imóveis;

4 O Seguro Garantia Judicial é modalidade de caução regulada pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e utilizado
nas execuções cíveis, permitindo que as empresas possam embargar as execuções que lhes são movidas sem que haja
impacto no fluxo de caixa como ocorre no depósito em dinheiro e sem que se tenha que pagar os custos de uma fiança
bancária, modalidade de garantia mais onerosa para o devedor.

5 Caso o executado indique bens sem observar a ordem legal, a Fazenda Pública não é obrigada a aceitar a indicação e o
juiz não poderá deferir o pedido, SALVO SE (#CARADEPROVA) forem apresentados elementos concretos que justifiquem
a incidência do princípio da menor onerosidade #REMEMBERMYNAME (art. 805) (REsp 1.337.790/PR).

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V - navios e aeronaves;

VI - veículos;

VII - móveis ou semoventes; e

VIII - direitos e ações.

#CASCADEBANANA #NÃOVALEERRAR

É possível que o executado ofereça precatório em garantia à execução. Contudo, o precatório é


considerado crédito e, portanto, está enquadrado na última opção dos bens penhoráveis.

#DECORA: precatório não pode ser considerado dinheiro. É CRÉDITO (inc. VIII). Assim, a Fazenda
Pública pode recusar precatórios dados em garantia quando houver outros bens penhoráveis, na
ordem acima esposada.

Súmula 406 - STJ: A Fazenda Pública pode recusar a substituição do bem penhorado por precatório.

EMBARGOS À EXECUÇÃO

Garantido o juízo, é viabilizada a oposição de embargos à execução fiscal. De acordo com a


sistemática da LEF, a garantia ao juízo é pressuposto de admissibilidade dos embargos à execução
fiscal. No mais, o prazo para apresentação dos embargos é contado a partir da data em que o devedor
é intimado do termo de formalização de garantia (depósito, fiança bancária, seguro garantia, penhora).

Art. 16. O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias (NA EXECUÇÃO COMUM
TEMOS 15 DIAS), contados:

I - Do depósito;

II - Da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia;

III - Da intimação da penhora.

§ 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução.

Quem tem legitimidade para propor embargos à execução é o devedor principal, e não o terceiro
garantidor (vide art. 16 c/c 19 da LEF). Tratando-se de embargos à arrematação ou à adjudicação, todavia,
tanto o devedor principal como o terceiro, têm legitimidade para propô-los.

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EMBARGOS À EXECUÇÃO EMBARGOS À ADJUDICAÇÃO/ARREMATAÇÃO


DEVEDOR PRINCIPAL OU
DEVEDOR PRINCIPAL
TERCEIRO GARANTIDOR

Ademais, de acordo com o STJ, nos casos em que a garantia à execução fiscal tenha sido totalmente
dispensada de forma expressa pelo juízo competente, bem como não exista qualquer outra forma de
garantia, o prazo para oferecer embargos à execução se iniciará na data da intimação da decisão
que dispensou a apresentação de garantia. Em tal hipótese, não haverá a necessidade de se informar
expressamente o prazo para embargar na intimação dessa dispensa.

Mas aí você, aluno ciclos, pode estar se perguntando: como assim? Não é obrigatória a garantia?
SIM! A lei é clara ao dispor que “não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a
execução” (art. 16, § 1º, da Lei nº 6.830/1980). Essa é a regra. Ocorre que o próprio STJ, em tese firmada
em recurso repetitivo, considerou que “a insuficiência de penhora não é causa suficiente para determinar
a extinção dos embargos do devedor” (REsp 1.127.815/SP). Ou seja, a insuficiência patrimonial do devedor
é justificativa plausível à apreciação dos embargos à execução sem que o executado proceda ao reforço
da penhora. O STJ entendeu ser possível aplicar o mesmo entendimento nas hipóteses em que a dispensa
de apresentação de garantia é total.

#EMRESUMO: ainda que não haja oferta de garantia ou que esta seja insuficiente, o juiz poderá
apreciar os embargos do executado.

#DEFENSORIA #COLANARETINA: Execução Fiscal e necessidade de garantia do juízo por


parte do beneficiário de assistência gratuita e assistido da Defensoria.

Em caso de execução fiscal, o STJ entende, com base no princípio da especialidade, que mesmo
o beneficiário da assistência gratuita deve oferecer garantia do juízo como pressuposto de
conhecimento dos embargos. STJ. 2ª Turma. REsp 1.437.078-RS, Info 538.

No entanto, matérias de ordem pública e que não exijam dilação probatória, antigamente
arguidas por meio de exceção de pré-executividade, podem ser arguidas sem garantia, por simples
petição nos autos de execução.

É bem provável que você agora esteja confuso com a possibilidade de dispensa da garantia
mencionada alguns parágrafos acima.

Calma, vamos lá: o simples fato de ser beneficiário de justiça gratuita não muda A REGRA
(palavra-chave para entendermos) da necessidade de garantia da execução fiscal para se ter
direito de defesa (embargos). CONTUDO, há a possibilidade de dispensa dessa garantia (ou de sua

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integralidade) caso seja verificado - NO CASO CONCRETO (olhar a “exceção” aí) – que a insuficiência
patrimonial impede que o executado garanta o juízo.

#IMPORTANTE #EFEITOSUSPENSIVO

Os embargos à execução fiscal, segundo entendimento majoritário, não possuem efeito suspensivo.
É que, apesar de não existir disposição expressa na Lei nº 6.830/1980, o STJ, em sede de recurso repetitivo,
reconheceu o caráter especial da Lei nº 6.830/1980 e a aplicação subsidiária do art. 739-A do CPC/1973
– correspondente ao art. 919 do CPC/2015 –, aos embargos à execução fiscal (STJ, REsp 1.272.827/PE,
julgado em 22.05.2013). Aplicando-se esse entendimento ao novo CPC, pode-se concluir o seguinte: para
que seja concedido efeito suspensivo são necessários o oferecimento de garantia e a comprovação dos
requisitos para a concessão da tutela provisória (urgência ou evidência) (art. 919, § 1º).

Atualmente, o efeito suspensivo dos embargos demandará os três requisitos:

i. Plausibilidade da tese jurídica apresentada,

ii. Receio de dano irreparável ou de difícil reparação,

iii. Garantia do juízo.

Na ausência de um dos requisitos, a execução não poderá, a princípio, ser suspensa. Importante
reiterar que a suspensão só poderá ocorrer depois de realizada a penhora, momento no qual o juízo
já se encontra garantido (na execução fiscal, a mera oposição dos embargos já pressupõe garantia ao
juízo, salvo nas hipóteses de dispensa).

#OLHAOGANCHO: Impugnação ao cumprimento de sentença e garantia do juízo

O Novo CPC modificou o tratamento da impugnação ao cumprimento de sentença, permitindo


que seja interposta, em qualquer caso, mesmo sem a garantia do juízo. Agora, o oferecimento de
depósito, de penhora ou de caução suficientes possibilita a suspensão dos atos executórios.

- Ei, coach, mas como era mesmo antes do NOVO CPC?

MODALIDADE CPC OLDSTYLE NOVO CPC


DESNECESSIDADE DE GARANTIR
O JUÍZO
IMPUGNAÇÃO AO NECESSIDADE DE
*Execução é suspensa com a
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA GARANTIR O JUÍZO
garantia (desde que haja fumus +
periculum)

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DESNECESSIDADE DE DESNECESSIDADE DE GARANTIR


GARANTIR O JUÍZO O JUÍZO
EMBARGOS À EXECUÇÃO
COMUM *Execução é suspensa com *Execução é suspensa com a
a garantia (desde que haja garantia (desde que haja fumus +
fumus + periculum) periculum)
NECESSIDADE DE GARANTIR O
JUÍZO
EMBARGOS À EXECUÇÃO EM NECESSIDADE DE
EXECUÇÃO FISCAL GARANTIR O JUÍZO *Execução é suspensa com a
garantia (desde que haja fumus +
periculum)

BENEFÍCIOS RECEBIDOS INDEVIDAMENTE E EXECUÇÃO FISCAL

Finalmente chegamos ao ponto de atualização  Havia posicionamento jurisprudencial no sentido


de que benefícios previdenciários recebidos indevidamente, ou além do devido, não poderiam ser inscritos
em dívida ativa, já que necessitariam de um processo de conhecimento para comprovação do ilícito e o
respectivo ressarcimento ao erário. Vejamos:

#ALERTA #ENTENDIMENTOANTIGO: Não é possível a inscrição em dívida ativa de valor


correspondente a benefício previdenciário indevidamente recebido e não devolvido ao INSS. STJ.
1ª Seção. REsp 1350804-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12/6/2013 (recurso
repetitivo) (Info 522).

O argumento do STJ era o de que não havia previsão legal para isso. Para o STJ, se o legislador
quisesse que o recebimento indevido de benefício previdenciário ensejasse a inscrição em dívida ativa,
teria previsto expressamente na Lei nº 8.212/91 ou na Lei nº 8.213/91 (o que não havia).

Esse posicionamento encontra-se DESATUALIZADO. A Lei nº 13.494/2017 acrescentou o § 3º ao


art. 115 da Lei nº 8.213/91 prevendo expressamente a possibilidade de inscrição em dívida ativa do valor
correspondente a benefício previdenciário ou assistencial indevidamente recebido e não devolvido, de
forma que a Fazenda Pública pode valer-se de execução fiscal para tal cobrança. Vejamos:

#NOVIDADELEGISLATIVA: Art. 115. (...): § 3º Serão inscritos em dívida ativa pela Procuradoria-
Geral Federal os créditos constituídos pelo INSS em razão de benefício previdenciário ou assistencial
pago indevidamente ou além do devido, hipótese em que se aplica o disposto na Lei nº 6.830, de

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22 de setembro de 1980, para a execução judicial.

Por fim, cabe fazer a ressalva destacada pelo Prof. Márcio André (#VALEUMARCINHO): “somente
poderão ser inscritos em dívida ativa os créditos constituídos a partir da vigência da MP 780/2017, que foi
convertida na Lei 13.494/2017. Isso porque a Lei não pode retroagir para alcançar créditos constituídos
antes da sua vigência”.

Terminamos por hoje, amigos 

Espero que a dica seja valiosa para entender um pouquinho melhor a sistemática da execução fiscal
e da possibilidade de que benefícios recebidos indevidamente possam ser inscritos em dívida ativa e por
meio dela cobrados.

“O lucro do nosso estudo é tornarmo-nos melhores e mais sábios”.

Michel de Montaigne

Um abraço do coach,

Angelus Maia

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