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1.3.

A regressão do demoliberalismo

Anos vinte:
- Dificuldades económicas do pós-guerra (escassez de géneros; inflação;
desvalorização da moeda; desemprego; fomes; miséria)
- Exemplo da Revolução Bolchevique (1917)
- Fundação do Komintern (1919)

Radicalização
social e política: - Greves, manifestações
- Ocupação de terras e fábricas (Itália)
- Tentativas de revolução comunista
(Alemanha; Hungria)

Regimes demoliberais: Incapacidade de solucionar a


crise/agitação
Medo do bolchevismo (proprietários; classes médias)

EMERGÊNCIA DE REGIMES AUTORITÁRIOS


(Fascismo em Itália - 1922; Mussolini)
(Ditadura Militar
- em Espanha - 1923
- em Portugal - 1926)
1.4. Mutações nos comportamentos e na cultura
-Transformações da Vida Urbana
Crescimento urbano rompe equilíbrio cidade/campo: forte êxodo rural
Surgem “Metrópoles” (cidades gigantescas): Nova Iorque, Chicago, Londres
Surgem “Megalópoles” (áreas urbanizadas de km, ligando cidades; ex- EUA)
Subúrbios (bairros da periferia): Pobreza, delinquência, violência, criminalidade

-A Nova Sociabilidade e a Desagregação das Solidariedades


Massificação da vida urbana (anonimato, sociedade de massas, uniformização de
comportamentos e gostos, cultura do ócio/divertimento)
Desagregação das solidariedades (relações pessoais desumanizam-se, solidão,
marginalidade)
Anomia Social (comportamentos marcados pela ausência de regras ou valores;
desenraizados assumem comportamentos marginais, por vezes violentos)

-A Crise dos Valores Burgueses Tradicionais


1ªGuerra Mundial (milhões de mortos, incapacitados, destruições)

Crise de confiança na superioridade da civilização ocidental/europeia


Descrença na ciência, no progresso, na religião, na família tradicional
Sentimentos de frustração e revolta, pessimismo, angústia
Contestação dos valores burgueses tradicionais (família, trabalho, propriedade
privada)
Contestação às democracias por grupos revolucionários e/ou conservadores

- Movimentos Feministas/Sufragistas
Início do séc. XX:
- trabalho crescente das mulheres urbanas na indústria e serviços (independência
económica)
- alargamento da escolaridade (maior nº de mulheres alfabetizadas e licenciadas)
- 1ª Guerra: mulheres substituem homens nas fábricas, campos, serviços e família
FEMINISMO (luta pela igualdade jurídica, económica, social das mulheres)
SUFRAGISTAS (luta pela igualdade política das mulheres: direito de voto)
[Emmeline Pankhurst; Portugal-Ana Castro Osório; Carolina Michaëlis;Carolina Beatriz
Ângelo]

Reflexo da emancipação das mulheres:


- Nos costumes – novo estilo de vida mais livre, vida social intensa, prática de desportos,
vícios masculinos (beber e fumar)
-Na moda – Mais simples e desportiva, com saias curtas, saia-calça, cabelo curto à
“garçonne”, substituição do espartilho pelo soutien, maquilhagem. Revistas femininas
- Descrença no Pensamento Positivista e Novas Conceções Científicas
Início séc. XX: Positivismo (acreditava que ciência podia atingir a verdade absoluta) dá
lugar ao Relativismo - conhecimento é relativo, condicionado pelo sujeito que conhece e
pelo contexto
Einstein - teoria da relatividade: põe em causa o carácter absoluto do conhecimento
(tempo e espaço dependem da velocidade/movimento)
Max Planck – Física Quântica: fluxos de energia são descontínuos, “quanta” (porções)
Bergson – Intuicionismo: introduz a decisão/intuição do sujeito; “mão divina”
Freud – Psicanálise: questiona o poder absoluto da Razão sobre o comportamento
humano, valorizando o inconsciente. A Psicanálise influenciou as inovações literárias e
artísticas da 1ª metade do séc. XX.

- As Vanguardas: as inovações revolucionárias na criação literária e artística

Início do séc. XX - profundas transformações revolucionam a literatura e as artes

MODERNISMO – vanguardas culturais reivindicam a liberdade de criação estética,


repudiando todos os constrangimentos, em particular o conservadorismo académico

VANGUARDA CULTURAL – artistas modernistas rejeitam cânones estabelecidos e


antecipam tendências artísticas posteriores

Experiências artísticas de vanguarda caracterizaram-se por:

- Rutura com a arte tradicional/académica, com as regras artísticas convencionais

- Defesa da total liberdade criativa dos artistas, sem preocupações com o desenho, dando
mais importância à cor, em pinceladas largas

- Recusa da arte como tentativa de imitação da realidade (fotografia)

-Abandono do figurativismo (Abstracionismo)

- Inspiração na arte de outros continentes, nomeadamente África (máscaras)

-Criação de uma linguagem pictórica própria: utilização de cores puras (Fauvismo,


Expressionismo), neutras (Cubismo) ou básicas (Abstracionismo geométrico)

- Abandono da perspetiva (iniciada no Fauvismo e Expressionismo, aprofundada no


Cubismo)

- Expressão intelectualizada: geometrização (Cubismo), matematização (Abstracionismo)

- Introdução de novos materiais com o Cubismo (papel, vidro, metal, areia…)

- Visões simultâneas (Cubismo) ou imagens em movimento (Futurismo)

- Influência de correntes científicas (Surrealismo) como a Psicanálise


PORTUGAL
Permanência da estética naturalista
- conservadorismo / academismo artístico
Renovação artística por influência das vanguardas europeis
- regresso de artistas “emigrados” devido à 1ª guerra
1º Modernismo (1911-1918)
Exposição de Humoristas e Modernistas
Revista Orpheu (1915)
Revista Portugal Futurista
- Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Santa-Rita Pintor, Almada Negreiros, Amadeo
de Souza-Cardoso
2º Modernismo (1920-1940)
Revista Presença
- José Régio, João Gaspar Simões, Adolfo Casais Monteiro, Almada Negreiros, Eduardo
Viana

1.5. Portugal no primeiro pós-guerra


Dificuldades económico-sociais:
- Herdadas da Monarquia:
-agricultura e indústria atrasadas
-balança comercial deficitária
-salários baixos
-miséria das camadas populares
- Agravamento da situação com a participação de Portugal na 1ª guerra:
-desequilíbrio das finanças públicas
-desvalorização da moeda
-inflação galopante
-racionamento / especulação
-fomes / escassez de alimentos
agravamento da pobreza e da situação das classes médias urbanas

Instabilidade política e social:


- Fragilidade política do regime republicano:
-parlamentarismo excessivo
-fraqueza do poder executivo
-ineficácia governativa
-elevado nº de partidos
-lutas/rivalidades partidárias
-clientelismo político
-grande instabilidade política (1910-1926 – 16 anos – 45 governos)
- Aumento do descontentamento e agitação social:
-frequentes manifestações e greves operárias (baixos salários)
-atentados bombistas e outros atos de violência -“Noite Sangrenta”(1921)
-descontentamento das classes médias (empobrecidas pela
inflação; assustada com a agitação operária)
-descontentamento do país rural (medidas anticlericais)
-oposição da grande burguesia (proprietários de terras, fábricas e bancos)
-oposição crescente dos Monárquicos (1919-“Monarquia do Norte”)
-oposição da Igreja Católica (“Centro Católico Português”)
-oposição de Militares adeptos da ditadura (Sidónio Pais – 1917/18);
descontentes após a 1ª guerra mundial
- Incapacidade de resolução da crise pela República democrática e parlamentar
- Medo do bolchevismo (classes médias, grande burguesia)
- Defesa de um Estado forte face à crise e à agitação social
- Exemplo de regimes autoritários europeus:
-Fascismo em Itália – Mussolini – 1922
-Ditadura em Espanha – Primo de Rivera – 1923

28 de Maio de 1926 – Golpe Militar (Braga – general Gomes da Costa) leva à


Falência da 1.ª República

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