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Wilson Roberto Zucheratto

ESTAMOS EM GUERRA
Não à neutralidade no mundo espiritual

FALTA OS AGRADECIMENTOS OS 2

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Índice

Apresentação
Introdução
Reino
O mundo invisível
A igreja perambula por um deserto
Conhecendo nosso inimigo
Estamos em Guerra
Os Métodos de atuação do Diabo
Os três Campos de Batalha:
1 A mente
2 O Coração
3 Os Lábios
Armas de Combate

Apresentação
“Se você pensa que pode vencer sem lutar e acredita que receberá a coroa
sem qualquer batalha, não passa de um péssimo soldado de Cristo.”

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Essa declaração tão apropriada é do corajoso pregador e mártir sírio, João Crisóstomo.

Preparados ou Não, estamos em COMBATE!

Tenho percebido que muitos crentes simplesmente não têm o menor interesse nesse assunto.
Não se informam sobre o inimigo de nossa alma. Nunca assistem a um seminário, não ouvem
um dvd, não ouvem um cd, nem leem livros. Alguns creem que a Batalha Espiritual é somente
para aqueles que possuem um CHAMADO ou DOM ESPECIAL para esse serviço, enfim, para
um pequeno grupo de crentes. Lembro-me de uma irmã que disse:

“Ah, não é de meu temperamento brigar não.”

Entretanto a luta espiritual não tem nada a ver com temperamento, nem chamado, nem dom,
nem formação.

No momento em que nos convertemos, automaticamente entramos em combate.

Não há como escolher, aliás, nosso primeiro ato de guerra espiritual é reconhecer que
estamos envolvidos nela.

Quase todos os crentes acreditam que no Calvário, Jesus derrotou o inimigo. Contudo, o
reconhecimento mental de que Cristo venceu o diabo e que temos autoridade sobre ele não
basta. Apesar de sabermos que Satanás foi derrotado, estamos constantemente deixando que
ele nos derrube e leve vantagem sobre nós. Sentimo-nos mais vítimas dele do que soldados
vitoriosos, que é o que Cristo deseja que sejamos.

Mas o fato é que, na qualidade de filhos de Deus, nunca precisamos estar na condição de
vítimas. Se entendermos bem os princípios bíblicos que regem a guerra espiritual e o modo
como o inimigo atua, e se resistirmos a ele, nós o derrotaremos.

Como ocorre em muitos outros aspectos da vida cristã, a igreja está precisando encontrar um
ponto de equilíbrio em sua visão de Batalha Espiritual.

“FOI O DIABO QUE ME TENTOU A FAZER ISSO”

Os crentes, de modo em geral, estão em um dos dois extremos:

- Ou dão importância exagerada ao diabo.

- Ou não dão a menor atenção.

Conhecemos pessoas que conferem uma ênfase excessiva à Batalha Espiritual.


Procuram demônios em tudo, se a esposa é irritadiça, é um demônio; se a criança chora, é um
ôdemônio; se as portas batem, é um demônio; se o irmão não o cumprimenta, é um demónio;
se o som da igreja não funciona, é um demônio. Qualquer dificuldade ou qualquer incidente é
atuação demoníaca. Parece que todo mundo que conhecem tem demônio. Tais indivíduos
sabem até dizer quantos são e citar o nome deles. Para resolver qualquer problema, precisam
expulsar demônios; fazem isso a toda hora.

Se alguém é desastrado, expulsam demônios; está com os dentes cariados, expulsam


demônios; aumentou a prestação da casa, expulsam demônios.

Agindo assim, apesar de terem a melhor das intenções, tais crentes estão isentando os outros
de responsabilidades, pois atribuem suas decisões erradas, seus atos egoístas e pecaminosos
unicamente a uma influência do diabo e suas hostes.

Além disso, muitos dos que adotam essa posição ignoram a vitória que se acha à disposição do
crente. Vivem constantemente em conflito com os demônios, e por causa dessa excessiva
preocupação com eles, acabam criando conflitos com aqueles que os cercam. Todos os crentes
devem viver em constante vitória por intermédio de Jesus Cristo. Precisamos nos convencer
desse fato e parar de ver demônios em todo tipo de conduta e situação.

Eu creio firmemente que temos, sim, de libertar os oprimidos de demônios. Mas nunca devemos
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ver a Batalha Espiritual como o fim em si mesma (como muitos veem por aí deturpando o
evangelho de Cristo e trazendo confusão no meio do povo de Deus). A Batalha Espiritual é
apenas um meio para atingirmos um objetivo. Tenhamos sempre em mente as prioridades
de Deus, como fez Jesus quando estava na terra.

Deus tem dois interesses máximos:

1- Reconciliar os homens consigo (evangelização mundial);

2- Conduzir a igreja, o seu corpo, à unidade, maturidade e perfeição.

É evidente que no processo de atingir essas duas metas, encontraremos pessoas que se acham
presas pelo inimigo e que precisam ser libertas. Então, obviamente, devemos libertá-las em
amor. Mas depois vamos seguir em frente, mantendo os olhos nas metas de Deus. Em Marcos
16:15, Jesus ordena que preguemos o evangelho a toda criatura, e nos versos 17 e 18,
acrescenta, quase como fazendo um P.S., temos de expulsar demônios e curar enfermos.

Portanto, o objetivo de interesse de Jesus era para que, as pessoas necessitadas da bênção
fossem abençoadas, não o show de pirotecnica do sobrenatural.

Mas, por outro lado, ignorar os princípios da Batalha Espiritual é tão errado quanto dar-lhes
ênfase excessiva. Em todo o lugar onde há crentes que dão uma importância exagerada aos
demônios encontramos também os que ocupam o outro extremo, que não têm interesse pelo
assunto e até ficam amedrontados com quem vê demônio em tudo. Essa repulsa pela questão,
que aliás é até compreensível, leva-os a tomar uma posição de negação do problema.

Muitos crentes estão convencidos de que se pensarem ou falarem muito sobre o diabo, poderão
tornar-se mais vulneráveis aos ataques dele, como se reconhecer a existência de Satanás
tivesse o condão de desencadear a atuação demoníaca.

“Se Evitarmos Falar do Diabo a Toda Hora, Talvez Ele Vá Embora”

Quando falam dele é sempre com um rápida e vibrante declaração de vitória. Expressam seu
conceito a respeito dele em frases simplistas.

“Gloria a Deus! Nós já somos vitoriosos! Amém?”

“Jesus derrotou o diabo há dois mil anos! “

“Ele é o leão, mas os dentes dele foram arrancados.”

E tem outra que muita gente gosta:

“Já li o fim do livro (a Bíblia), e, no fim, nós ganhamos!”

Parece que não estão muito seguros desse fato e o repetem para se convencerem disso.

Nossa vitória nunca foi questionada, nem está ameaçada.

A obra que Cristo realizou na cruz é para todos os tempos e todos os povos, para aqueles que o
aceitarem e o abraçarem. Não precisamos ter medo de conhecer o adversário. Um exército não
perde nada em procurar saber tudo o que puder sobre seu inimigo. Podem estar tranquilos,
confiantes na vitória, e mesmo assim procurar conhecer melhor o diabo, saber das táticas e
estratégias que ele emprega.

O que não podemos fazer em hipótese alguma é ignorá-lo, fingir que ele não existe, na
esperança de que assim ele desapareça. Estamos agindo como criança que esconde o rosto e
diz: “Você não me acha! Você não sabe onde estou!”

O fato de alguém não acreditar na existência do diabo não fará com que ele desapareça. Ele
não vai deixar de incomodar-nos só porque o ignoramos. No contexto da Batalha Espiritual,
diferentemente de outras situações, ignorar os fatos não implica em tranquilidade não. Nesse

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caso, o desconhecimento pode resultar em opressão.

O diabo opera nas trevas.

Quando desconhecemos o que se relaciona com ele estamos em trevas e ele tem total
liberdade de ação. Mas quanto mais luz lançarmos sobre suas atividades, mais atrapalharemos
sua atuação. (II Reis 6.8 a 23 - Eliseu e os siros)

Podemos estar certos de que ele conhece muito bem os que estarão na Batalha contra ele, e
está constantemente buscando informações a nosso respeito. Ele nos conhece; sabe se
estamos ou não testemunhando de Jesus. Em Atos 19, temos a narrativa sobre um demônio que
saltou sobre alguns homens que desejavam expulsá-lo, e lhes disse o seguinte: “Conheço a
Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?”. Satanás conhece aqueles que exercitam essa
autoridade dada por Deus e os princípios da Batalha Espiritual, e conhece também os que se
limitam a fazer meras declarações, porém, carentes de convicção de vitória. Precisamos
destapar os olhos e encarar a realidade.

Tudo o que sabemos sobre o inimigo vem da mesma fonte que nos informa a respeito
de Deus – a Bíblia, a Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo. Ela afirma que
toda escritura serve para nossa edificação, e fala do diabo sem o temor de estar
dando muita divulgação a ele. Se a própria Palavra de Deus reconhece a existência
dele e tem interesse em revelar suas tramas, então nós precisamos estudar
atentamente as passagens bíblicas que fornecem instruções sobre o nosso inimigo.
O conhecimento da verdade a respeito dele pode libertar-nos, sim. Não corremos
perigo algum em sabermos o que a Bíblia ensina sobre o diabo. O risco está
justamente em desconhecermos tais fatos.

É apropriado Paulo usar uma imagem militar para ilustrar o conflito do cristão com Satanás. E
que, se não contar com a ajuda do Senhor, o inimigo que temos diante de nós é muito mais
forte do que pensamos. Mas em Cristo Jesus somos mais que vencedores.

Infelizmente muitos “hinos de batalha” da igreja foram removidos dos hinários, pois há quem se
sinta perturbado com o conceito de guerra, uma ideia que parece entrar em contradição com as
palavras e obras de Jesus Cristo, pois não podemos esquecer que o tema principal da Bíblia
é a guerra santa de Deus contra Satanás e o pecado.

O combate cristão não é contra sangue e carne, mas contra inimigos da esfera espiritual, e as
armas que usamos para lutar também são espirituais. Satanás e seu exército de demônios
usam pessoas para fazer oposição e atacar a igreja do Deus Vivo; e, se não assumirmos uma
posição definida ao lado de Cristo, já perdemos a batalha.

No exército de Jesus Cristo não há neutralidade


Jesus disse: “Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta
espalha”. Mt 12:30

Através deste livro quere trazer ao seu coração uma grande verdade:
“O povo de Deus não luta simplesmente pela vitória, mas sim em vitória, pois o
Senhor Jesus já venceu a batalha.”
Mesmo tendo essa certeza, o Apóstolo Paulo nos adverte “não ignoremos os seus ardis”
(desígnios ou intenções), 2 Co.2:11 e o Senhor Jesus nos advertiu “olhai, orai e vigiai”
Marcos 13:33.

Que o Espírito Santo de Deus conduza estas palavras ao seu coração e sirva para
adestrar sua mão para a batalha e seus dedos para a guerra. (Sal.144:1b.)

Que Deus nos abençoe no estudo deste livro!

Pr. Wilson R. Zucheratto

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Introdução
Milhões de pessoas estão sob domínio do diabo sem saber.
Em nossos dias, todas as áreas do mundo (televisão, reportagem, literaturas, internet, etc.)
está saturado de ensinamentos satânicos. Muitas pessoas poderiam ser muito felizes e livres se
reconhecessem que seu infortúnio é consequência da falta de Deus em suas vidas.
Existe um mundo espiritual que, embora não possamos ver, tem uma poderosa influência sobre
o mundo físico. A Bíblia faz referência a anjos e a demônios, seres espirituais que agem na
terra.

Dois reinos, das trevas e o da Luz, de natureza espiritual dividem espaço aqui na Terra e estão
em guerra constante.

O cristão precisa ter consciência de que está nesse campo de batalha.

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Quanto dinheiro os governos gastam, todo ano, recrutando jovens para as forças armadas e
dando-lhes treinamento eficiente? Por que fazem isso? O objetivo é oferecer preparo para que o
país tenha segurança militar. As guerras não são brincadeiras. Os combatentes sabem que
poderão perder sua vida. Por isso, tem consciência da necessidade de preparo adequado para
obter êxito sobre o inimigo.

A falta desse preparo e conhecimento tem levado muitos cristãos a uma completa confusão em
sua vida espiritual. Alguns chegam até a desistir da carreira cristã; outros foram tomados por
um completo desânimo.

Estamos vivendo os últimos dias da Igreja na terra. O inimigo tem se levantado com
todas as suas forças para tentar destruir e desanimar-nos na caminhada.

A Igreja do Senhor Jesus Cristo é constantemente desafiada. Não são provocações carnais,
promovidas por homens, mas desafios de natureza espiritual. Embora, em algumas
circunstâncias, pareça que são homens que estão agindo contra a Igreja, na verdade são
incontáveis forças do mal que procuram desestabilizar o povo de Deus.

Os maiores problemas que a Igreja enfrenta ocorrem porque, ao mesmo tempo em


que há uma atitude de ataque a Satanás e de oposição às suas obras, muitas vezes
não existem condições internas de resistência.

A culpa pode ser dos líderes, que não conseguem equipar devidamente os crentes para a
batalha, ou dos próprios cristãos, que não conseguem deixar suas vidas inteiramente sob
controle do Espírito de Deus.

O cristão tem que ter a consciência de que está nesse campo de batalha, mas também ter a
certeza que foi chamado para fazer parte dos batalhões do Imbatível Senhor dos Exércitos.

Um dos maiores desafios da Igreja constituim-se em lutar contra Satanás e arrancar


as vidas do seu controle.

REINO
“ Venha o teu reino...” (Mat 6:10ª)

Antes de mais nada, é necessário ter uma idéia do que é um REINO.

Reino é uma forma de governo em que a autoridade reside em um rei. Esse governo se
estende sobre todos os territórios e pessoas que estão debaixo do domínio do rei. Nos tempos
bíblicos, a maioria dos povos era governada por reis. Por isso, as nações eram chamadas reinos.

O Que é o Reino de Deus?

É o governo de Deus. Deus é a fonte de toda autoridade. Ele é o rei absoluto do universo por
direito inerente, por ser seu criador, dono e sustentador. Ele é a autoridade suprema sobre tudo
que existe, sobre o que é visível, e o que é invisível, sobre a criação, os anjos, a humanidade, a
história, as nações e os eventos futuros.

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Veja o que a Bíblia diz:

Sl 93:1-2 O Senhor reina; está vestido de majestade. O Senhor se revestiu, cingiu-se de


fortaleza; o mundo também está estabelecido, de modo que não pode ser abalado. O teu trono
está firme desde a antiguidade; desde a eternidade tu existes.

Sl 97:1-2 O Senhor reina, regozije-se a terra; alegrem-se as numerosas ilhas. Nuvens e


escuridão estão ao redor dele; justiça e equidade são a base do seu trono.

Por ser autoridade, um dia Ele julgará a todos com justiça. Deus é o Rei do Universo e Rei
Eterno (Salmos 99:1; 145:13; 146:10).

Existem dois aspectos do reino de Deus:

a) O governo natural de Deus sobre a criação

Deus exerce seu governo sobre o universo de um modo natural. As galáxias, constelações,
estrelas, sóis, a terra, as distintas espécies de fauna e de flora, a vida biologica em todas as
suas variedades (a célula, a molécula, o átomo, etc.). Tudo, absolutamente tudo é regido por
Deus. Ele criou todas as coisas por sua palavra. Ele mandou e foram feitas.

Hb 11:3 Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que
o visível não foi feito daquilo que se vê.

Ele sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb 1:3). A natureza obedece ao
governo de Deus de um modo espontâneo e natural (obviamente não se trata de uma sujeição
consciente e voluntária como no caso do homem).

b) O governo moral de Deus sobre os homens

O homem é um ser moral, criado por Deus a sua imagem e semelhança, com atributos de
personalidade: espírito, vontade, intelecto e emoções. Deus exerce governo moral sobre o
homem esperando dele uma sujeição consciente e voluntária. Deus autoridade suprema,
expressa sua vontade ao homem por meio de sua palavra. O homem é um ser criado com
responsabilidade moral e capacidade de decisão, é responsável por obedecer consciente,
voluntária e inteligentemente a palavra de Deus, reconhecendo e acatando, desse modo, o
reino de Deus sobre sua vida.

A Si tuação do Homem Diante do Reino de Deus

A criação do homem

Deus criou o homem e a mulher a sua imagem em semelhança.

Gn 1:26-27 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;
domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre
toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra. Criou, pois, Deus o homem à sua
imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

Gn 2:7 E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da
vida; e o homem tornou-se alma vivente.

De acordo com Gn 1:26 e 27, o homem, feito a imagem e semelhança de Deus, tinha espírito e
atributos de personalidade. Além disso, essa imagem divina se via em seus atributos morais.
Em seu estado de inocência perfeita, Adão e Eva refletiam a santidade, a justiça e o amor de
Deus.

Deus exerce seu governo sobre o homem!

Em pleno exercício de sua autoridade, Deus governava sobre o homem e sobre a mulher
mediante sua palavra: “frutificai e multiplicai, enchei a terra e sujeitai-a” (Gn1:28-31). O

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homem deveria lavrar a terra e cuidar dela (Gn2:15). Podia comer do fruto das árvores e das
plantas. Podia ter relações sexuais com sua esposa, pois eram uma só carne (Gn2:24-25).

Aquele que era a autoridade suprema estabeleceu limites para a conduta do homem, dizendo:

Gn 2:16-17 Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes
comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás;
porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

Tudo era perfeito e bom enquanto o homem e a mulher viviam submissos a autoridade do Rei
Eterno, ou seja, enquanto viviam sob a autoridade do governo moral de Deus.

A entrada do pecado na vida humana

Enganados por Satanás, primeiro a mulher e depois seu marido, se rebelaram contra a vontade
de Deus, comendo do fruto proibido e pecaram.

Gn 3:6 Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos
olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu
marido, e ele também comeu.

O que é o pecado? Justamente isso: rebelião contra Deus. É insubordinação à sua autoridade. É
fazer a minha própria vontade, fazer o que eu quero, aquilo que para mim parece bom,
desconhecendo desse modo a autoridade de Deus. Isso é exatamente o que Satanás quis e
ainda quer alcançar em todo homem.

A condição atual do homem

Do mesmo modo que Adão, todos temos pecado contra Deus, tanto pela herança pecaminosa
que recebemos, como por nossas atitudes pessoais diante de Deus. Cada um vive como quer,
fazendo a própria vontade. As consequências dessa rebelião estão a vista de todos nós:
orgulho, temores, ansiedades, depressões, enfermidades, iras, inseguranças, ódios, crimes,
divórcios, mentiras, inimizades, rancores, problemas familiares, etc. Todos esses são sintomas
da morte: morte espiritual, que finalmente resultará na morte física e logo, a condenação
eterna.
Quantos males vieram sobre a humanidade por não viver sob o reino de Deus! Quão triste é a
condição atual dos homens! Para piorar a situação, o homem não tem em si nenhum recurso
para mediar ou reverter esta situação, que essencialmente é um problema espiritual.

3) O Evangelho do Reino de Deus

Mc 1:14-15 Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia pregando o evangelho
de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e
crede no evangelho.

Jesus ia por toda parte pregando e ensinando sobre o reino de Deus. Esse era seu tema
principal e quase se poderia dizer, seu único tema. Havendo já considerado o que é o reino de
Deus, cabe agora a pergunta: o que é o evangelho do reino?

Evangelho significa boa notícia (boa nova). Jesus anunciou aos homens a boa notícia do reino
de Deus. Foram boas notícias porque o momento esperado e anunciado pelos profetas havia
chegado. E também são boas notícias porque Deus, em seu amor, mandou seu Filho, não para
condenar o mundo, mas para salvar o mundo.

Nós homens, excluídos da presença de Deus por nossa rebelião, agora recebemos a boa notícia
de que o reino de Deus chegou sobre nós, e que mediante o arrependimento – uma mudança
total de atitude – e a fé em Cristo, nos é dada a possibilidade maravilhosa de nascer de novo,
por causa da morte e ressurreição de Cristo, para entrar assim no reino de Deus.

De nossa parte, isso significa um compromisso total de viver sob o governo de Deus,
sujeitando-nos à autoridade de Jesus Cristo. Da parte de Deus, significa o perdão total de
nossos pecados, uma vida nova, ser feitos filhos de Deus e viver o seu reino aqui e agora, bem

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como por toda eternidade.

4) Os Dois Reinos

Todos nós vivemos segundo certas normas e hábitos, mesmo que não sejam mais que simples
modas que mudam a cada momento. Podemos classificar os seres humanos em dois grupos: os
que vivem como querem e os que vivem como Deus quer. São dois conceitos de governo da
vida que são diametralmente opostos entre si. Nas sagradas Escrituras, estes dois governos
estão identificados como O IMPÉRIO DAS TREVAS e o REINO DE DEUS. Esses dois termos
aparecem na carta de Paulo aos Colossenses em que o apóstolo, falando de Deus, afirma:

Cl 1:13 ”e que nos tirou do império das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho
amado.”

A Bíblia também declara que Satanás é o que domina sobre o império das trevas, enquanto
Jesus Cristo exerce o governo sobre o reino da Luz.

O Império das Trevas

Aquele que pretende viver segundo seus próprios critérios se engana. Quando alguém faz o que
quer, pensa que está tudo bem, mas na realidade está se destruindo e caindo na armadilha do
diabo. Por isso devemos levar em conta que a raiz do mal do homem está em sua rebelião, seu
egoísmo, sua suposta independência de Deus. Ao não levar em conta a Deus, nem reconhecê-lo
como dono e rei sobre sua vida, está seguindo o mesmo caminho de Satanás e terminará como
consequência, debaixo de seu domínio.

Satanás é chamado na Bíblia de “o príncipe desse mundo” (Jo12:31, Ef2:2). Com seus demônios
ele exerce uma força espiritual maligna cujo propósito é transtornar, arruinar e, por fim, destruir
o homem. Por isso há tanta confusão e maldade ao nosso redor, e muitas vezes no próprio ser
humano. A atividade de Satanás no mundo é mostrada em muitos textos bíblicos, como os
seguintes: Ef 2:1-2,6:11-13, Jo 10:10, 2Co 6:3-4.
É importante entender que nossos recursos humanos não são suficientes para fazer-lhe frente
ou evitar cair em suas garras. Temos que depender de Cristo. “Para isso se manifestou o filho de
Deus, para destruir as obras do diabo” (1Jo3:8). Lucas também testemunhou de “como Deus
ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, o qual andou por toda parte fazendo o
bem e curando a todos os oprimidos do diabo” (At10:38).

O Reino de Jesus Cristo

Quando as Escrituras se referem ao reino de Deus, não estão falando do céu ou do lugar onde
Deus habita, senão do governo de Deus. Ele fez o mundo e como criador, tem o direito de
governá-lo. Seu governo é exercido na luz, com justiça, santidade e amor. O governo sempre
reflete o caráter do governante. Nesse caso, é Jesus Cristo quem governa com a autoridade que
surge de sua morte e ressurreição, pelas quais revelou o amor e a justiça de Deus, e ganhou o
direito de reinar sobre o mundo inteiro.

Além disso, como Deus criou o homem a sua imagem, este nunca poderá viver bem ou realizar-
se aparte da vontade de Deus. Sem ela, não se pode ser a pessoa que Deus quer que seja.

Todos nós nascemos no reino das trevas por sermos descendentes de Adão (Ef2:3), mas Deus
quer nos transportar para seu Reino. Por isso Ele enviou seu Filho, que nos chama a segui-lo e
sermos seus discípulos. A verdadeira conversão é ser livre do poder das trevas e transportado
para o reino da luz.

5) As características de cada Reino

No mundo natural cada nação tem suas características que a identificam, bem como a cada um
de seus cidadãos. No mundo espiritual isso também acontece. Tanto o reino das trevas quanto o
reino da luz tem características pelas quais podemos identificar seus súditos.

A lei

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A lei é um código de conduta que rege a vida dos cidadãos de uma cidade, estado, país ou
reino:

A lei do reino das trevas: viva como quiser. Cada um vive de acordo com a própria vontade.
Cada um vive como quer, faz o que lhe parece mais correto, o que lhe convém, o que lhe dá na
telha.

A Lei do reino da Luz: viva como Jesus quer. Os discípulos vivem como o Senhor manda, vivem
para agradar a Deus. Não é uma questão de obedecermos quando quisermos, mas
obedecermos em todos os momentos.

O Idioma

A maneira de falar demonstra o que a pessoa tem no coração (Mt12:34). Observando o idioma
que uma pessoa fala é possível identificar a que reino ela pertence:

O idioma do reino das trevas: reclamação, murmuração, queixa, lamento. O filho queixa-se
contra a mãe; a mãe queixa-se contra os filhos; a esposa contra o marido e vice-versa.
Reclama-se do governo, do emprego, do patrão, do clima, etc.

O idioma do reino da Luz: louvor, gratidão. Louvor não significa cânticos ou música. A música é
apenas uma maneira de se expressar o louvor. Louvor é contentamento e gratidão ao Senhor
por tudo.

A Bandeira

As cores e a disposição das cores na bandeira identificam o país. Normalmente não são
necessárias as palavras, apenas observando a bandeira podemos identificar o país pelo que
vemos.

A bandeira do reino da Luz: amor. Amar os irmãos, o próximo, e até aos inimigos. Este é o sinal
que identifica um discípulo (Jo13:34-35). Não é a doutrina o cabelo, a roupa, mas o fatio de nos
amarmos uns aos outros.

A bandeira do reino das trevas: egoísmo. Amo a mim mesmo. Vivo para mim. Me esforço para
mim. Penso apenas em mim. Contanto que comigo esteja tudo bem que importa os outros?

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O Mundo invisível é mais “SÓLIDO” do que parece
O mundo invisível é tão real e concreto como o mundo material em que vivemos. Aliás, ele é
mais permanente e menos vulnerável do que o material.

Se uma bomba atômica caísse em nossa cidade, por exemplo, tudo seria destruído – prédios,
móveis, ruas, carros... E no entanto o mundo invisível, de que a Bíblia fala não sofreria nem um
arranhão.

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Ele já existia antes que houvesse madeira, concreto, e continuará a existir mesmo depois que
tais coisas perecerem.

O apóstolo Pedro sabia disso. Ele diz o seguinte em sua carta: “O dia do Senhor, porém, virá
como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos
pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada. Visto que tudo será desfeito...” (2
Pe.3.10,11).

Precisamos dar mais atenção ao mundo invisível. Acredito que todos nós, diariamente,
precisamos responder a duas perguntas.

1- De que maneira meus atos, palavras e atitudes podem interferir no mundo


invisível hoje?

2- De que maneira o mundo invisível está me afetando neste momento?

Tal prática não apenas é correta, mas também é evidência de maturidade.

Adaptando-a, poderíamos melhorar sensivelmente nossa eficiência na Batalha Espiritual.

Reconheço que não é fácil fazê-lo, pois temos tendência de ignorar aquilo que não
vemos.

Mas nós, os crentes, contamos com um excelente guia e um referencial absoluto no campo
espiritual – a BÍBLIA. Ela contém registos das atividades do mundo invisível. Nela encontramos
inúmeras menções aos lugares celestiais.

Podemos comparar o mundo invisível ao dos micróbios. Apesar de não temos percepção
sensorial dos bilhões e bilhões de seres microscópicos que se encontram no nosso redor, eles
existem. E há outros exemplos. Estamos constantemente rodeados de sons musicais e de
imagens utilizando um rádio ou aparelho televisor.

Podemos afirmar que “dentro do mundo existem outros mundos.”

O fato de não podermos vê-los, tocá-los ou ouvi-los não significa que não sejam reais. Se
alguém hoje negasse a existência das ondas radiofônicas, dos gases ou dos micróbios, por
exemplo, simplesmente porque não se vê, seria considerado ignorante ou tachado de louco.

Dentre os seres que povoam o plano invisível, os anjos são os principais.

Precisamos pensar um pouco sobre essa realidade. Estamos cercados de anjos. Nas igrejas por
onde passo ouço constantemente as pessoas falarem sobre demônios. São raros os que falam
sobre os anjos, os nossos grandes aliados na Batalha Espiritual.
O povo de Deus precisa aceitar – e aceitar amplamente – a existência dos anjos. Se eu dissesse,
por exemplo, que em minha casa temos um número X de cadeiras, ninguém diria que eu estava
sendo místico (espiritual). Todos poderiam visitar-nos e constatariam que eu estava dizendo a
verdade e iriam aceitar a minha palavra. Mas se eu dissesse que, neste exato momento, o leitor
está rodeado de anjos, aí já não teriam muita certeza, e não se mostrariam tão dispostos a
concordar. Se for crente, talvez diga: “É, pode ser. Espero que sim. Talvez esteja mesmo.”

Mas precisamos ter certeza absoluta da realidade deles. Precisamos reconhecer a existência
dos anjos da mesma forma como aceitamos o fato de que há certo número de cadeiras num
aposento.

VAMOS ACREDITAR NA BÍBLIA ASSIM COMO ACREDITAMOS NO QUE VEMOS?

A razão por que é fácil crer que numa sala existe certo número de cadeiras, mas não na
existência de anjos, é que esses objetos podem ver-se e tocar-se. Quando se trata de ter uma
percepção clara das coisas, confiamos em nossos olhos e nos outros sentidos.

No entanto, nem sempre podemos ou devemos confiar em nossa visão. Todos nós já passamos
por situações em que vimos certos objetos ou imagens, principalmente no escuro, e depois

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verificamos que não eram aquilo que pensávamos.

Quem viaja num deserto, por exemplo, vê miragens. Quando estamos com sono, vemos coisas
moverem-se, quando na verdade elas não se mexeram.

Será que podemos crer na Bíblia pelo menos na mesma medida em que confiamos nos nossos
sentidos? Na realidade, só podemos confiar em nossos olhos até certo ponto. Na Bíblia porém,
podemos confiar plenamente.

“O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl.34.7).

A Palavra de Deus fala dos anjos e de sua missão com a mesma clareza com que fala da
salvação, da expiação, da divindade de Cristo, e de muitas outras questões nas quais
fundamentamos nossa vida espiritual.

Precisamos aceitar a existência do mundo invisível com a mesma certeza com que aceitamos
todos os outros ensinamentos bíblicos.

Estamos cercados de anjos, e isso é tão certo quanto o chão em que pisamos. Não é
absolutamente um conceito místico, esquisito ou duvidoso. É muito real.

Então segundo a bíblia, os anjos são parte de uma criação especial de Deus. Quanto
à sua natureza, os anjos são apresentados nas escrituras como seres criados,
superiores aos homens em inteligência e conhecimento, mais gloriosos e poderosos
que qualquer soberano terreno em toda a sua pompa e força.

Quanto à multiplicidade de suas ações, os anjos são apresentados na Bíblia como


agentes de Deus, apresentando o bem e o conforto àqueles que hão de ser salvos,
guardando o povo de Deus, comunicando as Boas Novas do céu aos crentes e por
fim, como elementos que estarão envolvidos com os acontecimentos proféticos do
porvir.

De acordo com as escrituras, existem anjos bons (santos) e anjos maus (impuros).

Os anjos bons mantém-se obedientes e a serviço de Deus, enquanto os anjos maus e


caídos vivem a serviço dos interesses de Satanás.

Está claro que sabemos ser Satanás o nosso inimigo e nossa luta é contra ele, seus príncipes,
governadores, potestades e forças espirituais do mal (Ef.6.12).

Nosso propósito é frustrar as intenções inimigas, enfraquecer sua defesa e destruir


seus arsenais, imobilizando totalmente suas forças.

A Igreja perambula por um deserto espiritual


Números 14.33,34

Por causa do MEDO e da INCREDULIDADE, os filhos de Israel foram desobedientes e não


tomaram posse da herança. Perderam as promessas de aliança e foram forçados a perambular
no deserto por 40 ANOS.

Essa é exatamente a situação de muitos cristãos hoje! Eles fizeram aliança com Deus e
receberam a herança e todas as promessas contidas nessa aliança. Tornaram-se co-herdeiros
de Cristo do Reino de Deus, mas NÃO TOMARAM POSSE DE SUA HERANÇA!
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Durante centenas de anos, a Igreja, o Israel espiritual de Deus, tem perambulado por um
deserto espiritual, deixando de tomar posse da herança que Deus lhe reservou sob a Nova
Aliança. Deixaram de ouvir e de obedecer ao Espírito Santo de Deus, guiando-se por vontade e
caminhos próprios. Muitos cristãos nem conhecem as promessas da aliança. Não sabendo o que
é legalmente seu, perdem direitos e privilégios.

É hora de cada um de nós tomar posse da herança que nos pertence!

Se nesta fase final da Igreja, o povo de Deus desistir dos seus maus caminhos e dos
prazeres deste mundo, e começar a servir e a obedecer ao seu Senhor com todo o
seu ser, espírito, alma e corpo, então Deus trará RESTAURAÇÃO.

Quando nos voltarmos para Ele de TODO o coração, TODAS as bênçãos da aliança nos
alcançarão, e tomaremos posse de nossa herança!

“Então o Senhor, o seu Deus, abençoará o que as suas mãos fizerem, os filhos do seu ventre, a
cria dos seus animais e as colheitas da tua terra. O Senhor se alegrará novamente em vocês e
os tornará prósperos, como se alegrou em seus antepassados.” (Dt.30.9).

Essa promessa é para a igreja hoje!

Chegou o tempo do povo de Deus parar de perambular pelo deserto!

É hora de nos reconhecermos como co-herdeiros do Reino de Deus!

É hora de conhecer os direitos e privilégios da aliança!

É hora de viver a aliança com Deus e de nos apropriarmos diariamente das promessas da
aliança e assim ter as nossas necessidades supridas!

É hora de nos apossarmos do “título de propriedade” de nossa herança e usufruir o que é


legalmente nosso! Deus não esqueceu a aliança que fez com Abraão, Isaque e Jacó e
Ele estabeleceu uma aliança eterna conosco, selando-a com o juramento de que
nunca a quebrará.

Conheçamos o nosso inimigo

“Respondeu-lhes Jesus:
Vocês erram por não conhecer as Escrituras, nem o poder de Deus.” Mt 22:29

Entender como funciona o reino das trevas é crucial, assim como é fundamental saber os
princípios do reino da luz e nosso posicionamento em Cristo. Esse conhecimento nos capacita a
escapar de ciladas do nosso inimigo.

O inimigo tem diferentes nomes: Satanás, Satã, Lúcifer, príncipe das trevas, Belzebu, dragão,
espírito das trevas. Para não pronunciar o seu nome, a superstição popular os substituiu por
outros menos assustadores: capeta, anjo do mau, atentado, bicho-preto, capiroto, coisa-ruim,
demo, cão...
17
O importante não é saber quais e quantos são os seus nomes, mas estar convicto de que o nome
de Jesus está acima de todo e qualquer nome. Cristo tem total controle sobre Satanás.

“Pelo que também Deus exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda
língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.” (Fp 2:9-11).

O que a Bíblia diz sobre SATANÁS, nosso inimigo?

SATANÁS é REAL!

Em toda a Bíblia fica clara a existência de Satanás. Só no Evangelho há 29 referências diretas a


ele, sendo que em 25 delas é Cristo mesmo quem fala da sua existência.

Ele é um ser pessoal. Tem atributos de uma pessoa: Intelecto / Emoções / Vontade.

Nos livros dos Profetas, Ezequiel 28:12-17 e Isaías 14, fala-se de sua origem. Em Ezequiel ele é
comparado ao Rei de Tiro, mas que o profeta se refere a um ser sobrenatural, fica claro pelos
seguintes fatos:

 Ele foi criado e não nascido (v.13,15)


 Ele era um anjo, da classe dos querubins, a mais elevada (14,16)
 Esteve no Éden (v.13)
 Estava no Santo Monte de Deus (v.14,16). Isso é um sinônimo do lugar do trono de Deus
(Is.14.13; Ez.1.26,27).

Existem cerca de 40 títulos referentes a Satanás, mas veremos os mais significativos:

Nomes que Descrevem Posição

 Querubim da guarda ungido (Ez.28.14).


 O príncipe deste mundo (Kosmo) (Jo.12.31, 16.11)
 Príncipe de Potestade do ar (Ef.2.2)
 O deus deste século (2 Co.4.4)
 Príncipe dos demônios (Mt.12.24; Lc.11.15).

Nomes que Refletem o Carácter

 Lúcifer (Is.14.12) “O brilhante”


 Satanás (Zc.3.1; Ap.12.9) Usado 52 vezes na Bíblia, “adversário, opositor”.
 Diabo (Lc.4.2,13; Ap.12.9) Usado 55 vezes “caluniador, difamador” (grego).
 Antiga Serpente (Ap.12:9; 2 Co.11.3). A principal característica aqui é o engano astucioso.
 Grande dragão (Ap.12.3,7,9). A astúcia da serpente aqui torna-se clara, com seu ódio
destruidor contra Deus e seu povo (Ap.12.4,9,14).
 O Maligno (Jo.17.15; I Jo.5.18) A palavra no grego refere-se a alguém intrinsecamente mau.
 Destruidor (Ap.9.11).

Nomes que Indicam o Tipo de Atividade

 Tentador (Mt.4.3; I Ts.3.5) Ele dedica-se a isso como uma ocupação.


 Acusador (Ap.12.10) ver (Jó 1.9-11; 2.45)
 Enganador (Ap.12.9; 20.3) Sua profissão.
 O espírito que agora opera nos filhos da desobediência (Ef.2.2).

Queda De Lúcifer: O ORGULHO foi a principal razão da queda de Satanás (Ez.28.17; I Tm.3.6).
Isaías 14.12-14 retrata seu orgulho expresso em sua rebelião.

Isso é um retrato da atitude do Anticristo descrito por Paulo em 2 Ts.2.3,4.

A Expressão do Pecado

Há cinco declarações que mostram o desejo de Satanás de levantar-se acima da esfera na qual

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ele fora criado e colocado. Ele declara sua vontade em oposição aberta à vontade do Criador:

 Eu subirei ao céu
 Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono
 No monte da Congregação me assentarei
 Subirei acima das mais altas nuvens
 Serei semelhante ao Altíssimo

Resultado dos Seus Pecados

 Banido do céu
 Corrupção de carácter
 Perversão do poderio
 Retenção de dignidade
 Destinado ao abismo

O Presente Carácter e Posição de Satanás

Seu Carácter

 Assassino (Jo.8.44; Gn.3 e 4)


 Mentiroso (Jo.8.44; 2 Co.11.13-15)
 Firmado na prática do pecado (I Jo.3.8a)
 Opositor do Justo (I Pe.5.8; Ap.12.10)

Sua Esfera de Ação

 Habita nas regiões celestes (Ef.6.11,12)


 Tem acesso ao céu (Ap.12.10; Jó 1.6, 2.1; Zc.3.1)
 Está ativo na terra (I Pe.5.8)

Ele e suas hostes buscam opor-se aos crentes e à igreja e quer derrotá-los. Busca impedir a
divulgação do Evangelho (Mt.13.38-39; 2 Co.4.4; Ef.6.12-19).

Sua detenção

Satanás será preso no futuro (Ap.20.1-3). Apesar de ele operar hoje, suas operações são
limitadas por Deus. Deus limita quem e quando ele pode tocar (Jó 1.12, 2.6; Jo.17.15; I Jo.5.18).

O Presente Poder e Atividade de Satanás

Em relação a Deus

 Opositor da pessoa de Deus – sua oposição a Adão era um ataque a Deus.


 Opositor dos planos de Deus – contradizendo ou falsificando o sistema da verdade de Deus.
Ele promove um sistema de mentiras (I Ts.2.8-11). Nessa categoria entra o ateísmo,
agnosticismo, pragmatismo, existencialismo, relativismo e seus substitutos da verdade.
 Ele também promove falsificação religiosa. Aqui surgem falsos ministros, mensageiros de
Satanás (2 Co.11.13-15). Eles podem ser encontrados na teologia ou no púlpito.
 Satanás também traz – falsas doutrinas (I Tm.4.1-3) – falsos cristos (I Jo.2.18) falsos
seguidores (Mt.13.38-39).

Em Relação às Nações

 Enganam as nações (Ap.20.3,7-10)


 Influenciam governos (Dn.10.13,20)
 Dirigem os governantes (Ap.17.12)

Em Relação ao Descrente

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 Impedem a aceitação da verdade (Lc.8.12)
 Cegam as mentes ao Evangelho (2 Co.4.3,4; I Co.1.18)
 Promovem atração à falsidade – falsa religião (I Tm.4.1-3; Jo.4.1-4), falso estilo de vida
(Ef.2.1-3; I Jo.2.15-17).

Em Relação aos Cristãos

 Promovem lutas (Ef.6.10-18)


 Acusam e caluniam (Ap.12.10)
 Plantam dúvidas (Gn.3.1-5)
 Tentam levá-los a pecar – exemplos: mentir (At.5.3), na área do sexo (I Co.7.5)
 Procuram ocupar-te com este mundo (I Jo.2.15-17; 5.19; 2 Tm.4.10; Tg.4.1-7)
 Levam-te a depender da sabedoria e força humana (I Cr.21.1-8; Mt.16.21-23)
 Orgulhar-se em questão espiritual (I Tm.3.6)
 Conduzem ao desencorajamento (I Pe.5.6-10)
 Incitam a perseguição (Ap.2.10; 12.13; 13.7)
 Impedem o serviço (I Ts.2.18; 2 Co.12.7)
 Infiltram-se na Igreja – Através de falso mestres (2 Co.11. 13-15; 2 Pe.2.1-19) – falsos
discípulos (Mt.13.38,39)
 Promovem divisões (2 Co.2.10,11).

SATANÁS não trabalha sozinho

Vale salientar que as marcas do seu caráter e características aqui apresentadas são as mesmas
que operam nas suas hostes. Esse mesmo esboço poderia ser quase inteiramente usado para
suas hostes, seus príncipes e governantes. O mesmo espírito maligno e de rebeldia contra Deus
está presente nos membros (demônios) dos seus exércitos.

Estamos em Guerra
Uma guerra é vencida em etapas chamadas de combate. De luta em luta se alcança a vitória. O
Apóstolo Paulo tinha esse entendimento por isso ele desse:

“Combati o bom combate...” (2Tm 4:7ª).

Sabendo também que a nossa luta não estava sendo travada em um nível terreno ou carnal mas
sim contra seres espirituais.

“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e
postestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal,
nas regiões celestiais.” (Ef.6.12).

Um bom soldado, quando parte para a guerra, vai muito bem preparado. Para começar está
munido de todas as armas existentes para derrotar o inimigo. Além disso sabe exatamente tudo
que deve fazer no campo de batalha, e o mais importante é que conhece bem a natureza do
inimigo e da batalha que irá travar com ele.

Paulo usa o termo “luta”, um desporto muito popular em seus dias, fazendo uma analogia (quer
dizer, relação de semelhança entre dois objetos diferentes) dele com a Batalha Espiritual.

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Ao contrário do que ocorre com outros desportos, na luta romana não há tempo de descanso e
de recuperar o fôlego. Assim que cada “assalto” se inicia, o atleta tem de ficar em constante
estado de alerta. Precisa manter-se o tempo todo concentrado no que está fazendo; os músculos
sempre tensos. Se ele perder a concentração, mesmo que por um segundo, pode dar ao
adversário oportunidade de derrotá-lo, ou, pode perder a vantagem que obtivera sobre ele.

Da mesma forma, a Batalha Espiritual também é constante. Se há uma coisa que eu gostaria de
colocar na cabeça de cada crente é este fato: NOSSA BATALHA É CONSTANTE.

Essa guerra está sendo travada vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana e cinquenta e
duas semanas no ano. Satanás não tira folga nos fins-de-semana, nem nos feriados e nunca
adoece. Ele procura incessantemente corromper a obra que Deus realiza em nós e a que ele
deseja operar no mundo por nosso intermédio.

Quando afirmo que essa Batalha é constante, não estou querendo dizer que temos de lutar para
preservar aquilo de Deus realizou; não se trata disso. Não precisamos lutar para alcançar a
salvação. É pela graça de Deus que estamos salvos. Temos de ficar firmes não para conquistar a
salvação que já possuímos, mas porque temos as promessas para serem conquistadas.

É possível que a maior vantagem que Satanás tem sobre os filhos de Deus seja o fato de que ele
é PERSISTENTE, enquanto nós somos muito INSTÁVEIS.

Nós, os crentes, somos por demais INCONSTANTES. Vivemos momentos de intensa devoção
por Deus, alternados com período em que conscientemente nos afastamos Dele.

Seria bom se o mundo em que vivemos fosse diferente, se ele fosse uma espécie de
Disneylandia, onde pudéssemos tirar férias da vida e nos afastar um pouco da Batalha da justiça
contra a injustiça. Mas não podemos. Ninguém pode tirar férias no exercício da fé. Não podemos
deixar nem Deus nem Satanás em “compasso de espera”. Jamais podemos dizer: “Ah, vou parar
um pouquinho. Deus compreende. Ele sabe de meus problemas, do meu sofrimento. Vai deixar-
me tirar um tempo para “tratar os ferimentos.”

Deus realmente compreende nossa luta, nosso sofrimento e tristeza, mas o plano Dele é que
vivamos em vitória e não em derrota. Ele nos oferece sua graça para que sejamos mais que
vencedores, e de fato Deus compreende, mas Satanás nunca dá facilidade alguma.

Não seria bom se o diabo nos deixasse em paz quando estamos passando por problemas
graves? Eu até gostaria muito que ele o fizesse, mas a verdade é que ele não deixa, não. Está
sempre jogando “sujo”. Sua melhor hipótese de nos derrotar é quando estamos caídos. Ele nos
ataca com mais determinação nos momentos em que estamos fracos, o que é bem condizente
com a natureza dele. Não esperemos nenhuma compaixão do nosso inimigo. Não subestimemos
a malignidade de Satanás, nem nos esqueçamos de que suas intenções para conosco são as
piores possíveis.

Satanás ataca-nos incessantemente porque nos odeia. Deseja destruir-nos totalmente. Nele não
há o menor resquício de bem. É completamente destituído de virtude e compaixão. A natureza
dele é assim e nunca irá mudar.

Então “Satanás nos odeia e sua intenção é nos destruir”.

“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir, eu vim para que tenha vida e a tenham
em abundância.” (Jo.10.10)

Satanás existe de fato. A sua natureza é maligna, sim; e tem mesmo as piores intenções para
conosco, procurando realmente interferir em nossa existência. Quando entramos em seu
território estamos lidando com um ladrão impiedoso, com um destruidor diabólico e um
monstruoso assassino.

A intenção dele é destruir nossa mente, nosso corpo, nosso carácter, nossa reputação e nossos
relacionamentos. Deseja ardentemente exterminar tudo que é bom e justo. Mas apesar disso há
muitas pessoas que acham que podem brincar com o pecado, que podem enredar-se com os
poderes das trevas. E pensam: “Ah, Deus entende. Ele vai me perdoar.”

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Mas a questão não é se Deus entende e perdoa. O problema é que ninguém pode “brincar” com
a criatura mais perversa, mais horrenda, mais destrutiva que existe no universo e sair ileso. No
que diz respeito ao pecado, sempre fazemos uma opção: ou nos posicionamos contra o inimigo
ou estamos ao lado dele.

Essa Batalha Espiritual exige que nos mantenhamos sempre em estado de alerta, em constante
vigilância para com as atividades do inimigo.

Esse estado de alerta é bem semelhante ao de um RADAR. Para que um radar cumpra seu
objetivo, tem de estar constantemente ligado. Se sua antena for desligada nos finais de semana,
feriados, natal, ano novo ou parar para revisões periódicas ou se o operador adoecer o sistema
torna-se inútil. Assim, também não podemos passar seis meses constantemente atentos aos
poderes das trevas e baixar a guarda um dia que seja. Ele percebe quando estamos prestes a
relaxar nossa constante vigilância. Ele faz planos para esse momento e depois procura tirar dele
o maior proveito possível.

A mera existência de um radar, muitas vezes, serve para evitar um ataque de aviões
inimigos. Assim, também um constante estado de vigilância pode frustrar as
tentativas satânicas de causar-nos dificuldades. Estando atentos, sempre que o diabo
aparecer na tela de nosso radar, uma luzinha vermelha irá acender-se e o alarme soar,
alertando-nos para um ataque, e, muitas vezes, frustrando o próprio ataque.

Os métodos de atuação do Diabo


Oposição
“Ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e satanás
estava à sua mão direita, para se opor a Josué.” Zacarias 3:1

Você já tentou fazer a coisa certa e não conseguiu?

Por mais que queria agradar a Deus, há sempre uma força puxando-o em sentido contrário.
Resolve render-se ao Senhor, mas tudo trabalha contra sua decisão. Basta dispor-se a jejuar que
a fome o ataca como você não comesse há dias. Sua mente vê imagens dos seus pratos
preferidos. Qualquer comida parece apetitosa e sua boca fica cheia d’agua. O inimigo usa os
desejos da carne para nos fazer: OPOSIÇÃO.

Você faz o propósíto de ler a Bíblia e orar todos os dias. Nas duas primeiras semanas seu voto é
cumprido à risca. Anota as verdades que aprende. Sente-se encorajado e em paz. Mas, sem
razão aparente sente um desânimo incontrolável. Por mais que tente, não consegue controlar a
sonolência e perde a concentração: OPOSIÇÃO.

Inexplicavelmente, pessoas, familiares, e até mesmo líderes e amigos chegados, se levantam


contra você. Alguns, tentando ajudar e preocupados com seu bem estar, fazem tudo para
removê-lo dos seus sonhos. Eles lhe dizem para abortar sonhos, abandonar chamados, aceitar
uma vida menor e não arriscar demais porque o mar não esta para peixe: OPOSIÇÃO.

Você resolve fazer a obra visando a renovar a igreja. Apesar da maioria, a princípio, apoiar a sua
iniciativa, mas a rivalidade se levanta. Alguns passam a olhá-lo como uma ameaça ou um
rebelde. Se a reunião ou projeto que você iniciou crescer, haverá ciúme; logo, pequenas críticas,
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rapidamente se transformarão em calúnia para denegrir sua imagem e ministério: OPOSIÇÃO.

Semear o erro no coração do homem


“Então disse Pedro: Ananias, por que encheu satanás o teu coração, para que mentisses ao
Espírito Santo, retendo parte do preço da propriedade?” Atos 5:3

Ananias e sua mulher não precisavam dar seu dinheiro aos apóstolos. Eles mesmo decidiram
entregar o dinheiro da venda da sua propriedade à igreja. Deus nem os apóstolos lhes pediram
qualquer quantia. Eles decidiram dar, e mais tarde, por se arrependeram do voto, deram apenas
parte do dinheiro e mentindo, disseram que entregaram tudo.

Deus não quer dinheiro, ELE exige fidelidade.


Você não colhe o que pede, colhe o que semeia.

Satanás semeia erro no coração de muita gente. A maioria conhece a verdade bíblica, mas não a
pratica no dia-a-dia. Todos querem receber, mas poucos querem dar; e ao doarem, o fazem como
Ananias e Safira, de forma incorreta. Querem os privilégios do Reino de Deus, mas sem as suas
responsabilidades.

Transforma-se em Anjo de Luz


“E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.” 2Co 11:14

Muita gente erra por seguir a homens e não a Deus. Não dá para buscar profetas e revelações e
deixar de ler e aprender as Escrituras.

Querem que Deus use alguém para lhes falar sobre decisões que eles deveriam tomar à luz da
Bíblia – casar ou não casar, viajar ou ficar, comprar ou não comprar. Muito sofrimento resultado
de profecias tolas e falsos profetas. Casamentos destruídos, noivados rompidos, igrejas divididas
e ministérios difamados quando é dado mais valor aos ditos “profetas” do que a Palavra de
Deus.

Creio em profetas e profecias, sempre ensino e é bíblico, mas ninguém tem que sair correndo
atrás de um profeta é ele que vem até nós, pois Deus sabe sua necessidade, seu endereço, seu
celular e se quiser falar com você ele envia os profetas onde estiver.

Sem respaldo da palavra de Deus nossa fé é tola.

O Reino de Deus não é construído por quem corre atrás de palavras vazias. Boas intenções não
garante que a mensagem é verdadeira. Ela tem que ter base bíblica para ser verdadeira.

Induz à Mentira
“... não há verdade no Diabo. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, pois é
mentiroso e pai da mentira.” João 8:44

Não minta, nem mesmo de brincadeira.

Alguns mentem com tanta facilidade que a mentira, em suas mentes, torna-se verdade.

Mentira não tem tamanho. Mentira é mentira. Toda ela vem do Diabo.

Quem vota e não cumpre, mente.

Mente quando usa evasivas para justificar atraso ou ausência. “ Aconteceu um imprevisto”
(Estava assistindo televisão) “Tive um problema de última hora” (Esqueceu-se do compromisso
completamente). “Farei tudo para ir à reunião” (Sabe de antemão que não irá).

Pede dinheiro emprestado e fixa o dia de pagamento. Não paga ou justifica a falta de
pagamento: mentira.

Pede para alguém dizer que não está em casa ou no escritório: Mente e obriga outro a mentir.
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Pode parecer coisa pequena e boba, mas o inimigo está por trás de toda armação mentirosa. A
mentira nos enfraquece. É comparada a assassinato, feitiçaria e idolatria.

“ Os medrosos, os incrédulos, os abomináveis, os homicidas, os adúlteros, os feiticeiros, e todos


os mentirosos, serão jogados no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte.” Ap
21:8

O Diabo quer levar-nos à desobediência


“... para que assim voltem à sobriedade e escapem da armadilha do Diabo, que os aprisionou
para fazerem a vontade de Deus.” “ Tm 2:26

Só existe um Evangelho, qualquer outra revelação é mentira.

Há quem não esteja enganado por falsos espíritos ou profetas. Conhecem a Verdade, mas estão
amarradas por laços, pensamentos e atitudes pecaminosas. Estão dominadas por vícios, livros
espíritas ou ídolos, ou viciadas em filmes e sites pornográfiocos, pensamentos e atos que não
produzem edificação e presas em rezas e santinhos de antepassados.

Não dê lugar ao Diabo; não se apegue as coisas que refletem o método de operação de Satanás.
Quem conhece a Verdade deve andar na Verdade.
Os cidadãos do Reino de Deus têm que ser diferente. Nosso agir revela a pessoa do Rei a quem
servimos e amamos.

O inimigo tentará, de todas as formas, impedi-lo de obedecer a Deus. Dificultará seu


relacionamento com o Pai e seus semelhantes. Semeará dúvida e desânimo. Provocará ruídos
para que você não consiga distinguir a verdade da mentira. Tentará levá-lo ao erro para que você
se sinta culpado e sem autoridade. Fará de tudo para evitar que você se torne íntimo do Pai.

No entanto, se você chegou até aqui é porque deseja viver uma vida radical, a fim de
estabelecer o Reino de Deus e a Sua justiça.

O Diabo não se importa de ter apenas parte de você, mas Deus quer você por inteiro.

24
Os três campos da BATALHA

Pontes, estradas, aeroportos, estações de rádio e televisão... Quando uma nação se encontra em
estado de guerra, certos pontos estratégicos são intensamente fortificados contra os ataques do
inimigo.

É que, quem estiver de posse deles, tem grande probabilidade de vencer o conflito. Nós também
temos três áreas estratégicas que precisamos fortalecer a fim de resistir ao ataque do inimigo.

E elas constituem posições decisivas e vitais que temos de proteger até ao último suspiro.

São elas: a mente, o coração e os lábios.

Trato estas três áreas por entender que, infelizmente, muitos crentes não têm discernido que o
diabo tem usado com muita facilidade um deles, e alcançando um deles consegue o todo.

A MENTE é o material que adquirimos do exterior (o que vemos, ouvimos e sentimos),


matéria-prima para fazer e planejar algo.

O CORAÇÃO é a fábrica onde tudo é processado.

A LÍNGUA é a saída do produto final.

Como já afirmamos a MENTE o CORAÇÃO e a LÍNGUA, são aréas estratégicas e vitais que
temos de proteger até nosso último suspiro.

25
Primeira Área Estratégica: A MENTE
“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus, para
destruição das fortalezas; destruindo os conselhos e toda altivez que se levante contra o
conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediencia de Cristo” 2 Co 10:4e5

Quanto mais sirvo a Deus e estudo sua Palavra, mais percebo a importância de pensamentos e
palavras.

A MENTE é a líder ou a precursora de todas as ações.

Os pensamentos que passam por nossa mente provêm de três origens:

1- Os pensamentos podem provir de nós mesmo.

Deus nos criou com capacidade de produzirmos pensamentos, tais pensamentos são nossos.

2- Os pensamentos podem provir de Deus.

Deus pode falar diretamente à nossa mente, quer o entendamos como revelação, orientação,
dom da palavra de conhecimento ou simplesmente a voz de Deus.

3- Os pensamentos podem provir do nosso inimigo.

Os poderes das trevas também falam no nosso “ouvido” e infelizmente muitos crentes são
influenciados por eles sofrendo as consequências.

Embora as potestades das trevas não sejam capazes de ler o nosso pensamento – só Deus
conhece nossa mente (Sl.7.9) – elas podem colocar ideias em nossa cabeça.

Ele começa bombardeando nossa mente com um padrão astuciosamente delineado de pequenos
pensamentos importunos, suspeitas, dúvidas, medos, perguntas, questionamentos e teorias.

Ele se move vagarosamente e cautelosamente (como uma serpente), afinal planos bem
eleborados tomam tempo. Lembre-se: ele tem uma estratégia para a sua guerra. Ele tem nos
estudado há um longo tempo.

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Ele sabe do que nós gostamos e do que não gostamos. Conhece nossas inseguranças, nossas
fraquezas e nossos medos. Sabe o que mais nos aborrece. Ele está pronto para investir o tempo
que for nescessário para nos derrotar.

Um dos pontos fortes do diabo é a paciência.

Ex: O que foi que Jesus disse quando Pedro protestou por ele haver dito que lhe era necessário
morrer e daí a três dias ressuscitar? Jesus respondeu: “Arreda! Satanás” (Mt.16.23). O Senhor
não estava absolutamente equivocado, o apóstolo apenas expressara uma idéia que Satanás lhe
sussurrara ao ouvido.

Grande parte da Batalha Espiritual acontece na mente humana.

Travar essa Batalha, então, implica em reconhecer que tal ou qual pensamento não é reto ou não
se acha em harmonia com a verdade divina. Nem todos os maus pensamentos provem do diabo,
mas ele pode tirar proveito deles e acrescentar-lhes detalhes.

Quando damos ao diabo acesso à nossa mente, ele tem o maior prazer em introduzir nela
imaginações que vão perverter nossa criatividade. Ele coloca pensamentos impuros e malignos
para sofremos e fazer o que não agrada a Deus.

Vamos colocar uma sentinela para a nossa MENTE.

Os pensamentos podem ser como o alimento que colocamos à boca.

É verdade que não paramos para analisar cada garfada que comemos. Mas, se percebemos que
alguma coisa está errada, que um alimento está azedo ou uma fruta podre, imediatamente a
cuspimos fora.

É assim também que devemos agir com os pensamentos e imaginações que nos
ocorrem.

Todo quartel tem sentinelas que, silenciosamente, ficam de guarda em seu posto. Assim que
percebem algum movimento suspeito ou diferente, pergunta de imediato: QUEM VEM LÁ?

Assim tem que ser nossa atitude: Olhai, orai e vigiai, ensinou-nos Jesus.

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Segunda Área Estratégica: O CORAÇÃO

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as
fontes da vida” (Pv.4.23)

A palavra “coração” na Bíblia tem diversos sentidos. Em relação à Batalha Espiritual, vamos
focalizar dois desses sentidos – atitudes e emoções.

A Palavra de Deus ensina que temos de proteger as partes mais importantes de nosso corpo com
a armadura de Deus, e tanto no sentido físico como no espiritual, as partes mais vitais e mais
vulneráveis são a cabeça e o coração. Um soldado pode até perder um braço ou uma perna
numa batalha e continuar vivo e ser útil em outra área. Mas se for ferido na cabeça ou no
coração quase sempre morre. No plano espiritual, nossa cabeça e coração são igualmente
vulneráveis e necessitam de proteção redobrada.

Nós, os crentes, sempre nos posicionamos firmemente contra os atos pecaminosos, mas não nos
protegemos das atitudes pecaminosas com igual empenho.

Ex: Se ficarmos sabendo que um pregador que muito admiramos é adúltero, homossexual ou
ladrão, ficaríamos fortemente indignados. De imediato procuraríamos tomar alguma providência.
Não iríamos mais ouvir suas pregações e faríamos tudo para que fosse afastado do seu cargo.
Entretanto, se ficássemos sabendo que um pregador é de génio rebelde, brigão, irritadiço,
arrogante, orgulhoso, destemperado e insubmisso, provavelmente nem tomaríamos
conhecimento. Era possível até que disséssemos: “É bom saber que ele também é humano,
como nós.”

Entretanto o padrão proposto pela Bíblia não usa tal complacência. Em Efésios 4.26,27, lemos o
seguinte:

“Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem dei lugar ao diabo”.

É claro que a ira não é nossa única atitude errada. Mas por esse verso e pelos que se seguem
podemos ver que, sempre que permitirmos que uma atitude errada crie raízes em nós, estamos
dando lugar ao diabo.

E lembremos que Paulo escreveu isso para os efésios, uma das igrejas mais equilibradas do N.T.
Eles não eram problemáticos como os gálatas e coríntios. Pelo contrário, seus membros eram
crentes relativamente maduros, consagrados e cheio do Espírito Santo. Apesar disso, o apóstolo
achou conveniente adverti-los a que não dessem lugar ao diabo. É verdade que não afirmou que
eles estavam fazendo isso, mas dá a entender que poderiam vir a fazê-lo.

Infelizmente a área de que mais descuidamos é a das atitudes, bem como das palavras e atos
delas decorrentes.
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É muito comum permitimos que certas atitudes criem raízes em nosso coração e se manifestem,
sem que nada façamos.

Se quisermos manter o inimigo longe de nós, temos de corrigir imediatamente as atitudes


erradas que se manifestarem.

É muito importante que tenhamos uma vida responsável e coerente, porque as forças das trevas
podem aproveitar-se de nossas atitudes par atingir seus objetivos malignos. Se insistirmos em
nos agarrar ao nosso orgulho, vaidade, soberba e rebeldia, não temos garantia alguma – nem
mesmo de Deus – de sermos protegidos dessas forças. Se abrigarmos amargura no coração
durante muito tempo, estaremos dando lugar ao inimigo.

É claro que isso não muda o fato de que fomos justificados pela fé e vivemos sob a graça de
Deus. Estamos falando é de fechar as portas de nossa vida para o inimigo.

É fácil reconhecer quando alguém permitiu que brotasse em seu coração “alguma raíz de
amargura” Hb.12.14,15, tudo incomoda e irrita e não consegue ouvir nada de ninguém. Todos
aqueles com quem ele/ela tem algum contato ficam contaminados.

Sempre que detectarmos em nós uma raíz de amargura, precisamos erradicá-la imediatamente.
Quando uma árvore é pequena, é relativamente fácil arrancá-la, mas depois que cresce a tarefa
torna-se bem mais difícil.

Muitas pessoas que me procuram para aconselhamento tem deixado que o diabo as lance de um
lado para o outro, mesmo ele já estando derrotado. Alguns deles foram salvos há muito tempo e
certamente irão para o céu mas o inimigo está sempre criando-lhes problemas, em alguns
casos, diariamente. Eles têm problemas de personalidade, conflitos no casamento e no
relacionamento com filhos, cônjuges e pessoas próximas. Isso acontece porque dão lugar ao
inimigo, recusando-se a modificar atitudes erradas.

Infelizmente não são poucos os que agem assim; esse tipo de conduta é muito comum
entre o povo de Deus.

O Apóstolo Pedro deixou-nos uma fórmula para corrigir atitudes e emoções: “HUMILHAI-VOS!”

Humilhar-nos é corrigir todo erro que detectarmos em nós, tão logo o percebamos. E quantas
vezes devemos nos humilhar? Ora, quantas vezes tomamos banho? Quantas vezes forem
necessárias! Esse é o segredo da perfeição cristã: humilhar-nos sempre que necessário.

Viver a perfeição preconizada pela Bíblia não significa nunca ficar irritado ou ressentido com os
outros. Mas significa, isso sim, humilhar-nos e corrigir tais atitudes assim que as percebemos,
esse quebrantamento deve ser constante. É simples, é só pedir perdão.

Deus promete que se nos humilharmos, ele nos exaltará: Contudo se nos exaltarmos, ele diz
também que nos humilhará (Mt.23:12)

Quem não se humilha quando deve fazê-lo, na verdade está-se exaltando.

Deus cumpre o que promete, não devemos ter medo de nos humilhar.

ANULANDO OS TRÊS PRINCIPAIS AGENTES DE SATANÁS

Se por um lado a Bíblia nos instrui a corrigirmos as atitudes e emoções erradas, por outro lado
diz que não devemos deixar-nos tomar de preocupações. Temos de lançar sobre Ele todas as
nossas ansiedades (I Pe5:7).

Ansiedade: atitude emotiva relativa ao futuro que alterna entre o medo e esperança: dúvida.

A preocupação é sinal de incredulidade e temor.

É impossível experimentar preocupação e confiança em Deus ao mesmo tempo.

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Preocupar é duvidar de que Deus se interessa em cuidar de nós e de que tem capacidade para
tal.

O medo é outra forma de Satanás paralisar um cristão. Esse que ruge como leão, procura
devorar os filhos de Deus mas não pode fazê-lo por causa do poder de Deus que nos protege. Ele
sabe disso, e embora não possa devorar o crente, tenta intimidá-lo com seu rugido.

O rugido do leão, o peso de sua pata e suas garras afiadas infundem medo.

É muito fácil ter uma reação emocional quando nos vemos diante de um rugido e nos sentimos
ameaçados de morte. Mas, se por medo dele deixarmos de obedecer a Deus, expomo-nos a ser
derrotados pelo diabo.

Satanás ruge e nós damos um pulo. Ele ruge e ficamos com raiva, ruge de novo e nos
entregamos à ira ou ficamos deprimidos, ou ao ódio ou à carne e nos rebelamos.

Estamos sendo guiados por Deus ou pelo rugido do falso leão?

Trocamos de emprego porque queremos ganhar mais, casamos porque nos sentimos sozinhos,
mudamos para uma casa maior porque precisamos de espaço para guardar nossos pertences,
deixamos uma igreja porque estamos com raiva de alguém ou por que estamos cansados dela?

Os líderes não ungem ou delegam autoridade e cargos na igreja, porque não vai com a cara
deste ou desta, ou por motivos pessoais ou por medo de tomar seu lugar?

E a vontade de Deus, onde fica?

Se tomamos decisões baseados apenas em nossas emoções, Deus não está sendo o nosso guia.
Estamos sendo guiados pelo rugido do falso leão, movidos por irritações, temores e orgulho.

O Reino de Satanás, bem como o que ele é e faz, baseia-se sobre estes três males: orgulho,
incredulidade e medo. Nenhum crente deve dar lugar a eles.

Anulamos o orgulho, humilhando-nos; repelimos o medo e a incredulidade lançando sobre Deus


toda a nossa ansiedade.

Preste Atenção!!!

Satanás é muito sagaz (perspicácia, inteligência), e descobre facilmente os nossos


pontos fracos. Quando determinada forma de ataque dá certo, ele a utiliza até o fim
de nossa vida.

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Terceira Área Estratégica: OS LÁBIOS

“A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”.
Pv.18.21

Nossa missão aqui no mundo é proclamar a verdade e reanimar os irmãos, porém muitas vezes
permitimos que nossos lábios se tornem instrumentos de destruição nas mãos do diabo.

Muitas pessoas que vêm aconselhar-se comigo trazem mágoas que deixaram marcas profundas
causadas por comentários maldosos a seu respeito, feitos diretamente a elas ou a terceiros.
Essas feridas morais são tão dolorosas quanto um ferimento físico.

Nossas palavras podem dar vida ou causar morte.

Aquilo que dizemos, aliado a certas atitudes do coração, resultam em “poder


espiritual”.

Um sermão ou palavra ungida e que traz revelação possui poder espiritual. Se o pregador tem
um coração reto, o Espírito Santo utiliza suas palavras para abrir a mente e o coração do ouvinte
para introduzir neles a verdade. Assim, uma mensagem ungida pelo Espírito tem poder para
transformar vidas.

Então nossas palavras podem ser veículos nas mãos do Espírito Santo para comunicar verdade,
justiça e vida.

Mas também podem ser ferramentas nas mãos do diabo para produzir mentira, acusação e
morte.

E o fato de que as palavras têm poder não é novidade para a igreja. Sendo assim nossos lábios
comunicam ou vida ou morte (Pv.18.21), por isso que Davi fez essa oração “Põe um guarda,
Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (Sl.141.3). Precisamos fazer nossa essa
oração!

Então há poder em nossas palavras. Tudo que dizemos é carregado de poder espiritual. As
palavras que brotam de nosso coração podem macular nós mesmos ou a outros. Temos de vigiar
nossos lábios.

Isso exige disciplina, autocontrole de manter a boca fechada quando nosso coração está ansioso
para dizer algo que não deve ser dito. “Mas o que sai da boca, vem do coração, e é isso que
contamina o homem.” (Mt.15.18).

Se nos mantivermos vigilantes com relação à nossa mente, coração e lábios,


bloquearemos o acesso do diabo à nossa vida e obteremos vitória espiritual. Aí então,
estaremos preparados para a ofensiva.

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As armas do nosso Combate

A preparação para a guerra envolve mais que um treinamento físico e uma vida disciplinada. As
armas com que o soldado é equipado são de extrema importância.

Nessa guerra, temos de assumir posições de defesa e de ataque. Toda a equipe de futebol tem
um grupo encarregado da defesa. Esses jogadores esforçam-se o tempo todo para impedir que a
equipe adversária entre em seu campo. Uma boa defesa é aquela que sempre consegue impedir
que os adversários passem por eles. O mesmo ocorre na Batalha Espiritual.

Em Efésios 6.10,11, lemos o seguinte: “Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força
do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as
ciladas do diabo”. Ficar firme é defender a justiça e a verdade. Quem tem compromisso com a
verdade e a justiça, tem de defendê-las tanto em sua vida particular como no contexto mais
amplo da sociedade em que vive.
Mas além da posição defensiva existe o ataque, e aqui também as coisas se passam como num
jogo de futebol. Ao mesmo tempo que defendemos nosso território, avançamos para entrar no
campo adversário. Nosso objetivo é penetrar em sua defesa.

Infelizmente, na luta espiritual, muitos crentes só ficam na defesa. O grande anseio deles é
“Jogar para o Empate”. Não se acham dispostos a conquistar mais terreno para Deus. Sua única
preocupação é não permitir que o diabo marque muitos gols.

Em nossos cultos ouvimos constantemente dizer que Deus está edificando sua igreja, que a
igreja é poderosa e que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. E todos dizemos:
“Amém! Que coisa maravilhosa!”

Mas, infelizmente, a verdade é que as portas do inferno estão prevalecendo. São incontáveis as
pessoas, cidades, universidades, colégios, clubes e famílias presas dentro das portas do inferno.
A Bíblia não diz que as portas do inferno vão cair automaticamente.
Os portões de uma cidade constituem um fator de defesa. Não havendo ataque, eles continuam
firmes, de pé. Precisamos conscientizar-nos de que as portas do inferno não vão cair sozinhas.
Será preciso que o corpo de Cristo se torne forte e amadurecido e tome a ofensiva nessa guerra.
Temos de avançar contra elas. Se as atacarmos elas não prevalecerão (Mt.16.18)

Deus pode realizar a obra por nosso intermédio, mas não em nosso lugar.

Temos de evangelizar, de orar e resistir ao diabo. Se não resistirmos ao diabo, ninguém mais o
fará.

Se alguém estiver esperando que Deus faça tudo nessa guerra, está perdendo tempo. Não é
assim que ele irá operar na terra. Grande parte do que ele deve realizar aqui irá fazê-lo por
intermédio de seu povo. Ele já nos ensinou como devemos agir e deu-nos as armas a serem
utilizadas.

Quando falamos de GUERRA E ARMAS lembramos de Efésios 6.

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Também temos de ter a consciência que as nossas armas são poderosas.

“Pois, embora vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos. As armas com
as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas em Deus para destruir
fortalezas. Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de
Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo.” (2 Co 10.3-5) NVI.

Mas o apóstolo Paulo deixou uma recomendação para seu filho na fé, Timóteo, para que seu
ministério fluísse. E nós como igreja e crentes em Jesus, estamos deixando passar desapercebido
uma das armas poderosas, de curto e longo alcance que o Senhor nos deixou.

“Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de


graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para
que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é
bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens
sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois há um só Deus e um só
mediador entre Deus e os homens: O homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si
mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo.”
(I Tm.2.1-6).

Quando Paulo diz a Timóteo “antes de tudo”, está ensinando que a oração deve ser a prioridade
máxima da igreja. Orar é simplesmente ter comunhão com Deus; é conversar com ele e ouvir
sua voz nos dirigindo ou inspirando.

Todos os eventos ou movimentos importantes da história da igreja foram resultado de oração. A


influência que a igreja tem exercido na terra – desde os dias do apóstolo Paulo, passando por
João Wesley e até nossos dias, com Billy Graham, por exemplo – é diretamente proporcional ao
empenho dos crentes na oração.

Para o filho de Deus, a oração deve vir “antes de tudo”.

Petições

Primeiramente Paulo menciona súplica e orações. As súplicas são petições contínuas. Acredito
que todos nós já ouvimos pregadores dizendo: “Deus está cansado de nossas petições”.

Mas a verdade é que não há na Bíblia nenhum texto que dê a entender que Deus se irrite com
nossas petições. Pelo contrário; ele ordena que oremos. Ele incentiva a oração. Nosso Deus tem
prazer em dar e quer o melhor para nós. É verdade que precisamos aprender a pedir com a
motivação certa, mas devemos sempre apresentar-lhe nossas petições com toda liberdade.

Ações de Graça

Paulo fala também de “ações de graça”. São orações que expressam, em fé, nosso
reconhecimento de que Deus é Deus e está operando em nós, por nós e por nosso intermédio
para abençoar outros. Devemos afirmar confiantemente que ele fará aquilo que lhe pedimos,
dizendo: “Graça te dou, Senhor, pois sei que irás atender-me. Obrigado, Senhor, pois tu és justo.
Obrigado, Senhor, pois tu és poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto
pedimos ou pensamos.”

Todos os pedidos que dirigimos a Deus devem ser feitos com contínuas ações de graça. A cada
oração de ação de graça que fazemos, estamos atirando uma flecha contra os redutos de
Satanás. Da mesma forma, a cada reclamação ou confissão de incredulidade, estamos atirando
um dardo para o nosso meio.

Intercessões (uma grande arma deixada de lado pela igreja)

Quando Paulo fala de “intercessão”, está se referindo a duas coisas.

Primeiramente, interceder é atuar e orar em favor de outrem. Nessa questão, Jesus é nosso
grande exemplo, pois é o grande intercessor. Ele teve uma vida imaculada por nossa causa.
Morreu na cruz, em nosso lugar, e no presente continua diariamente intercedendo por nós

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(Hb.7.25). Sua vida, morte e ressurreição foram atos de intercessão. Neste momento ele
intercede por nós diante do Pai.

Em segundo lugar, interceder também significa “interpor-se”. A intercessão sempre tem outros
em vista, isto é, não fazemos intercessão por nós mesmo, mas por terceiros, sejam eles
indivíduos, cidades, países, negócios, grupos ou situações. São eles o alvo de nossa oração. Nós
nos colocamos entre Deus e o objeto de nossa intercessão, ou então entre essa pessoa e o
diabo.

Quando nos colocamos entre o objeto de nossa intercessão e Deus, dirigimos petições
específicas ao Senhor no sentido de enviar provisões, proteção, orientação ou bênçãos para
aquele indivíduo, lugar ou coisa por que oramos. Podemos ainda nos colocar entre Deus e o
objeto de nossa intercessão para impedir ou adiar o castigo de Deus. Muitas vezes Deus
suspende punições a este mundo devido à nossa intercessão por ele e por aqueles que aqui
estão. Não que sejamos mais misericordiosos do que Deus. Claro que não. Ele está sempre
desejoso de demonstrar sua misericórdia sempre que possível. Mas nossas orações fornecem-lhe
uma base justa para retardar o castigo e dar mais oportunidade aos pecadores para que se
arrependam (Ex.32.32; 2 Pe.2.9; Gn.18.16-33).

Constituímos Uma Ameaça Para o Diabo

Na condição de intercessores, nossa tarefa é colocar-nos entre o diabo e a pessoa por quem
intercedemos. Pela oração, atrapalhamos a obra que Satanás quer realizar na terra.
Intercedendo, nós desviamos seus ataques, frustrando seus planos e inibimos sua atuação.

É por isso que ele se empenha tanto para nos manter preocupados com nós mesmos. Os
poderes das trevas tentam levar-nos a ficar tão envolvidos em nosso próprio problema que não
teremos condições de interceder por outros. Satanás quer imobilizar-nos pelo medo, depressão,
lascívia e materialismo. Acho que ele nem se preocupa muito com o fato de orarmos, desde que
o alvo dessa oração seja nós mesmos. Mas ele se esforça ao máximo para impedir que
intercedamos e assim atrapalhemos sua atuação no mundo. Precisamos entender claramente
que, ao interceder, constituímos uma ameaça para ele. Precisamos reconhecer nossa
importância como agentes de Deus aqui na terra.

Para nos colocarmos entre o diabo e o objeto de nossa intercessão, temos de resistir firmemente
aos poderes das trevas. Nessa situação podemos fazer a seguinte oração:

“Pai celeste, venho a ti, em nome de Jesus Cristo, pedir-te que produzas convicção de pecado no
coração dessa pessoa, levando-a a arrepender-se. Satanás, eu te repreendo em no nome de
Jesus Cristo, anulando a influência que exerces na vida dessa pessoa em tais e tais áreas...”

As palavras que empregamos não importam; importante é fazer a oração. Precisamos entender o
que estamos realizando no mundo espiritual e resistir a Satanás em nome de Deus, proibindo-o
de agir.

E Você, é Omisso?

Deus nos chamou para sermos soldados em nome de Jesus Cristo.

Se alguém, vez por outra, começar a achar-se insignificante neste planeta, deve ler Isaías 59.
Nos primeiros versos do capítulo, o profeta faz uma descrição da sociedade que lembra muito a
situação atual. Fala de alarmante índices de pecaminosidade, injustiça e males. Depois de
descrever os erros do mundo, apresenta a reação de Deus. “O Senhor viu isso, e desaprovou o
não haver justiça. Viu que não havia nenhum ajudador, e maravilhou-se de que não houve um
intercessor”. (Is.59.15,16)

O profeta diz que o Senhor vê o mal no mundo e o desaprova. Precisamos lembrar-nos de que
Deus vê tudo. Nada escapa à sua percepção. Quando vemos males e injustiça neste mundo
ficamos perturbados que até chegamos a pensar que Deus não se acha ciente dessas coisas,
como nós estamos. Na verdade ele está sabendo de tudo: dos pecados, das palavras ásperas,
dos pensamentos secretos, das injustiças. Ele vai registrando tudo em sua mente infinita, e
sente, com seu coração de Pai, a dor que cada um sofre, e também tem reações de carácter
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emocional diante do que vê. Deus entristece-se e desaprova com indignação os males do
mundo, aos quais, aliás, não pode fechar os olhos. Ele se desgosta profundamente com tais
erros.

Há gente que acredita que Deus é meio indiferente a tudo isso e que, o que tem de acontecer,
fatalmente acontece; isso não é pensamento cristão. Se acharmos que os terríveis males que
ocorrem no mundo são da vontade de Deus, perderemos o incentivo para interceder. O fato,
porém, é que a Bíblia ensina claramente que Deus detesta todos os males e todos os atos
egoístas praticados pelo homem.

Essa posição divina é a alavanca que temos para a intercessão. Podemos interceder porque
sabemos que Deus não se agrada do modo como as coisas estão se passando, e deseja operar
mudanças.

E porque Deus está procurando um homem? Por que ele se admira de não haver intercessor?
Porque ele conhece a importância da intercessão e da função que o homem exerce na terra.

Deus estabeleceu no universo certos princípios básicos irrevogáveis.

Ele só vai interferir nos problemas da humanidade se nós orarmos e na medida em que o
fizermos. É por isso que ele está a procura de alguém que interceda. É por isso seu espanto de
não encontrar intercessores. Ele é todo-poderoso. Ele nos ama e quer transformar o mundo. Mas
fica espantado e até chocado de nós não orarmos. Ele está clamando a seu povo:

“ Quero operar no mundo. Quero abençoar o homem. Quero salvar almas. Quero proteger,
prover as necessidades do homem e deter as injustiças. Por que vocês não intercedem?

ARMAS DENFENSIVAS

O Sangue de Jesus

Ele traz a purificação que nos atesta o fim do senhorio de Satanás sobre nossas vidas. Ele não
pode mais nos acusar. O sangue de Jesus nos garante a vitória. “Eles o venceram pelo sangue do
Cordeiro...” (Ap.2.11)

A Palavra de Deus

A Palavra de Deus é a verdade. Satanás ataca com a mentira, tentando distorcer a verdade. A
Palavra expõe a mentira.

“Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade” (Ef.6.14a).


“...e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus” (Ef.6.17b)

A Couraça Da Justiça

“Estais, pois, firmes.... (...) vestindo-vos da couraça da Justiça” (Ef.6.14)

A justiça é a nossa couraça e como tal protege o nosso coração de ser condenado pela nossa
consciência (I Jo.3.19-22).

A justiça nos dá confiança diante de Deus “Não tendo condenação” significa ter uma consciência
clara (I Tm.1.3), uma consciência sem ofensa (At.24.16).

O Escudo da Fé

“Embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do
maligno.” (Ef.6.16).

Capacete da Salvação

Nossa mente é um constante campo de batalha, mas temos “O capacete da Salvação” (Ef.6.17).

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A palavra salvação, aqui no grego é “SOTERIA”, que significa bem-estar físico e mental. Diante
de muitos ataques precisamos ver a salvação de Deus, isto é, libertação. Isaías 26. 1,3 e 4 diz-
nos que a salvação de Deus é a nossa proteção.

“Deus lhe põe a salvação por muros e baluartes.”

A Preparação do Evangelho da Paz

“Calçai os pés com a preparação do Evangelho da paz” (Ef.6.15).

Os sapatos são o Evangelho. A preparação aqui fala da necessidade de vigiar o tempo todo.

ARMAS OFENSIVAS

Nome de Jesus

O nome de Jesus é o poder de Deus outorgado ao crente com o propósito de edificar e expandir o
Reino de Deus. Seu nome é uma torre forte e poderosa. É o refúgio e proteção.
Esse nome transporta tal autoridade e poder, que está acima de todo o nome. Pela menção
desse Nome todo o mal tem que recuar. (Fp.2.1; Mc.16.17-18; Jo.16.23,24).

A Palavra da Fé

A Palavra da fé, é falar com a fé de Deus. Fé em Deus é nossa arma defensiva contra a dúvida. A
fé de Deus é uma arma ofensiva (Mc.11.22).
Ter a fé de Deus é possuir o tipo de fé que Deus tem. Ele crê que a palavra que sai da sua boca
não voltará vazia, mas cumprirá aquilo para o que foi enviada (Is.55.10,11).
Jesus tinha a fé de Deus quando falou à figueira (Mc.11.20).
Jesus diz que, como filhos de Deus, devemos ter a mesmo tipo de fé (Mc.11.22-24).

A Palavra de Deus

A Palavra de Deus é uma espada de dois gumes. É tanto ofensiva quanto defensiva. Com ela
atacamos o inimigo em cheio. Para usá-la bem, precisamos tomar tempo estudando-a e
memorizando-a. Será fácil na hora do ataque. Jesus usou a Palavra para derrotar Satanás na
tentação (Mt.4.1-11).

Louvor e Adoração

Deus habita nos louvores (Sl.22.3). II Crônicas ilustra bem a derrota que o louvor infligiu ao
adversário.
Pelo louvor e exaltação do Nome do Senhor, tanto derrubamos os muros inimigos, confundindo-
os, como também quebrando cadeias sobre nossas próprias vidas e dos que nos cercam. O
louvor abre as portas das prisões e liberta os cativos.

Agora você está preparado para enfrentar o inimigo, pois Deus te


capacitou e te chamou para esta Batalha.
“É Deus que me arma de força, e aperfeiçoa o meu caminho. Faz os meus pés como os da corça;
coloca-me em segurança nos lugares altos. Adestra as minhas mãos para o combate; os meus
braços quebram um arco de bronze. Também me dás o escudo da vitória, e a tua mão direita
me sustém; a tua clemência me engrandece.” (Sl.18. 32-35).

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Referências Bibliográficas

Quebrando Correntes Neil T.Anderson – 2 edição ,Editora Mundo Cristã -


2007

Batalha Espiritual Dean Sherman e Bill Payne – 1º edição,Editora Betânia -


1993

7 estados do coração Rodolfo Beuttenmuller – 1º edição, BR Ministwry -2007

Guerra Espiritual Richard Ing – 1º edição, Editora Dynamus - 2007

Mente Campo de Batalha Joyce Meyer – 3º ediçãoPublicação Bello – 2015

A Batalha dos Reinos Leyff Wenderson – Editora ND - 2009

Comentario Bíblico R N Champlim – 2º edição, Editora Agnos - 2014

Comentario Bíblico Expositivo Warren W.Wiersbe – 1º eidção, Editora


Geografica - 2007

Traduções Bíblicas utilizadas

João Ferreira de Almeida

Nova versão Internacional

Mensagem língua contemporânea

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