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Introdução

Existem várias teorias que tentam explicar o comportamento dos ácidos e das bases,
baseando-se em algum princípio geral. Entre elas, é possível considerar três que
surgiram no século XX e, cronologicamente, na seguinte ordem: teoria de Arrhenius
(1887), de Brønsted-Lowry ou teoria protônica (1923), e de Lewis ou teoria eletrônica
(1923). A primeira consideração que se deve ter a respeito dos ácidos e bases é que
as chamadas "teorias" de ácido-base são, na realidade, definições de ácidos ou de
bases; elas não são teorias no sentido da teoria da ligação de valência ou da teoria
de orbitais moleculares. Na verdade, podemos fazer um ácido ser qualquer coisa que
queiramos - as diferenças entre os vários conceitos não se referem ao "certo", mas
ao uso mais conveniente em uma situação particular. Todas as definições do
comportamento ácido-base são compatíveis umas com as outras. De fato, um dos
objetivos na apresentação que se segue, das várias definições diferentes, é enfatizar
seus paralelismos e assim dirigir o estudante na direção de uma atitude cosmopolita
diante dos ácidos e bases, o que dará a ele uma boa posição para lidar com as várias
situações químicas, seja solução aquosa de íons, reações orgânicas, titulações não
aquosas ou qualquer outra.

 Teoria ácido-base de Arrhenius


O químico sueco Svante August Arrhenius propôs em 1887 a sua teoria de
dissociação iônica, que levou ao conceito de ácido, base e sal. Ele trabalhou com
diversas soluções e descobriu que as que eram eletrolíticas (conduziam corrente
elétrica) faziam isso porque havia espécies químicas transportadoras de cargas, que
eram os íons. Já as soluções não eletrolíticas não produziam íons em meio aquoso.
Arrhenius conseguiu identificar os íons presentes nas soluções eletrolíticas e isso o
levou ao desenvolvimento de sua teoria ácido-base, que dizia o seguinte:

A teoria de Arrhenius ajudou a explicar um grande número de fenômenos e até hoje é


usada em diversos casos. Porém, ela apresentava uma série de limitações, como:
1. É restrita a soluções aquosas. Não é possível aplicá-la em sistemas sólidos.
Além disso, muitas reações orgânicas ocorrem com outros solventes diferentes
da água;
2. Existem outros solventes diferentes da água que podem ionizar ácidos e
dissociar bases;
3. Não permite prever o caráter ácido de espécies químicas que não possuem o
hidrogênio e o caráter básico de espécies que não possuem a hidroxila.

 Teoria ácido-base de Brønsted-Lowry


Essa teoria, também chamada de Teoria Protônica, foi criada em 1923 de forma
independente por Johannes Nicolaus Brønsted, da Dinamarca, e por Martin Lowry, da
Inglaterra. Essa teoria é chamada de teoria protônica porque se baseia na
transferência de prótons, iguais ao íon H+, o núcleo do hidrogênio, mas que ao ser
chamado de próton, ajuda a diferenciar da teoria de Arrhenius. Além disso, nessa
teoria não há necessidade da presença de água.

Essa teoria é bastante utilizada e atual, além de resolver o problema da limitação da


teoria de Arrhenius, porque ela não precisava que houvesse a presença de água. No
entanto, ainda assim, ela também apresenta uma limitação: depende da presença de
hidrogênio

 Teoria ácido-base de Lewis


G. Lewis (EUA) propôs essa teoria juntamente à teoria protônica. Ela foi proposta a
fim de eliminar todas as limitações mencionadas, podendo se aplicar a qualquer
espécie química, sem exceção. Ela é também denominada de teoria eletrônica porque
envolve a transferência de pares de elétrons. Segundo Lewis:
Veja um exemplo desse tipo de reação entre amônia e o trifluoreto de boro:

Observe que a amônia possui um par de elétrons que é capaz de fornecer e é


exatamente por isso que ela também atua como uma base de Brønsted-Lowry, pois
ela pode compartilhar esse par de elétrons com um íon H+, recebendo, portanto, esse
próton.
Toda base de Lewis é também uma base de Brønsted-Lowry. No entanto, nem todo
ácido de Lewis é necessariamente um ácido de Brønsted-Lowry.

Considerações Finais
Fora apresentadas as três teorias mais conhecidas de ácido-base, as mais ensinadas
nos cursos de química atuais. Um aspecto comum a todas as teorias é definir um
ácido como um doador de espécies positivas (um próton, um cátion...) ou como
receptor de espécies negativas (um íon óxido, um par de elétron...). Uma base, ao
contrário, é uma doadora de espécies negativas (um ânion, um elétron...) e uma
receptora de espécies positivas (hidrônio, próton...).
Os conceitos de ácido-base não explicam as propriedades observadas, na verdade.
Estas explicações residem nas estruturas e ligações. O que as teorias ácido-base
fazem é correlacionar dados empíricos e ajudar na compreensão dos padrões de
reações. E por fim, para compreender de maneira correta o processo da construção
da ciência e o estudo da evolução das teorias, assim como as teorias ácido‐base, a
história da química tem um papel fundamental. Esse trabalho soma‐se à reflexão de
que estudar principalmente a história da química, é de maneira ímpar muito relevante
para formação cidadã e científica.
REFERÊNCIAS

https://www.manualdaquimica.com/quimica-inorganica/teorias-acido-base-arrhenius-
br%C3%B8nsted-lowry-lewis.htm

https://brasilescola.uol.com.br/quimica/teorias-acidobase-arrheniusbronstedlowry-
lewis.htm

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