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O presente material é um resumo elaborado pela equipe de monitores do

ALCANCE a partir da aula ministrada pelo professor.

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 Direito Administrativo

 Aula 18

 Novo regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da


sociedade civil - Lei 13.019/14

NOVO REGIME JURÍDICO DAS PARCERIAS ENTRE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E AS


ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL - LEI 13.019/14

Há muito se entendia necessária a criação de uma lei geral sobre os ajustes da


Administração Pública com as entidades integrantes do 3 o setor, ou seja, aquelas que entidades
sem fins lucrativos que atuam em paralelo com o Estado.

A Lei 13.019/14 veio para suprir essa necessidade de uma lei geral sobre os denominados
convênios, uniformizando questões antes somente tratadas por leis de cada um dos entes
federativos.

Todavia, em 2015, antes mesmo de o Novo Marco Legal entrar em vigor, a Lei nº 13.204,
promoveu profundas alterações na Lei nº 13.019/14, as quais já são levadas em consideração nos
slides a seguir.

Assim, a Lei 13.019/14 entrou em vigor em 23 de janeiro de 2016 já com as alterações


promovidas pela Lei 13.204/15.

CONTRATOS CONVÊNIOS
Interesses opostos Interesses convergentes
Sinalagma Comuns
Partes Partícipes

Sobre os Contratos, antes da lei, tínhamos um amplo regramento pela lei 8.666/90. Contudo,
em relação aos Convênios, não tínhamos um regramento expresso. A única lei que tratava dos
convênios era o artigo 116 da lei 8.666/90 (que estabelecia que aplicação aos convênios no que
couber). Portanto, não existia nenhuma lei específica para tratar dos convênios. O que existia era
cada Ente Federativo com seus próprios regramentos (Decretos): ex. D. 6170/07 (União).

Além disso, ainda existiam vários entendimentos do TCU, que acaba funcionando como um
norte para essa questão.
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Assim, a L. 13.019/04 vem para preencher essa lacuna. A lei substitui o gênero CONVÊNIO
pela nomenclatura de PARCERIAS. Convênio foi reservado a um tipo específico de Parceria, sendo,
portanto, uma espécie do gênero Parceria.

O grande problema da lei, que tem a proposta de ser uma lei geral para todos os Entes, é
que ela passa a sufocar os Entes Federativos, uma vez que tem um regramento muito rígido.

Hoje, portanto, temos as PARCERIAS, que dentro deste gênero há as seguintes espécies:

1) Convênios (art. 84, § Ú da L. 13.019/04 e art. 116 da L.8.666/90): a) aplicação apenas da


administração e b) parcerias no âmbito do SUS;

2) Acordos de Cooperação: não envolvem transferências de recursos. Via de regra não vai
exigir chamamento público prévio;

3) Termo de colaboração: há transferência de recursos. Em regra, são precedidas de


chamamento. A iniciativa é da administração;

4) Termo de fomento: há transferência de recursos. Em regra, são precedidas de


chamamento. A iniciativa é do particular (OSC).

OBS: Art. 3º da L. 13.019/04: parcerias não alcançadas por esta lei. Ex. Parcerias com OS, OSCIP et.
submetem ao regramento próprio.

Nomenclatura

A lei 13.019/14, em seu art. 2º, trouxe novas nomenclaturas para institutos já conhecidos do
Direito Administrativo:

I - Organização da Sociedade Civil (OSC): (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados,
conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras,
excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza,
participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e
que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por
meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; (Incluído pela Lei nº 13.204, de
2015)

b) as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro de 1999; as


integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por
programas e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para
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fomento, educação e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência


técnica e extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse
público e de cunho social. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) c) as organizações religiosas que se
dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social distintas das destinadas
a fins exclusivamente religiosos; (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

II - administração pública: União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias,


fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público, e
suas subsidiárias, alcançadas pelo disposto no § 9º do art. 37 da Constituição Federal; (Redação
dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

“parceria: III - conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação jurídica


estabelecida formalmente entre a administração pública e organizações da sociedade civil, em
regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco,
mediante a execução de atividade ou de projeto expressos em termos de colaboração, em termos
de fomento ou em acordos de cooperação; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
Inicialmente, em sua redação original, a lei, previa nesse artigo a figura do convênio em sua já
conhecida configuração. No entanto, a lei 13.019/14 não mais utilizava a nomenclatura de
“convênio” para os ajustes nela previstos (à época, denominados como “parcerias voluntárias”),
formalizados entre a administração pública e as entidades privadas através de termos de fomento
ou termos de colaboração.

Pergunta: Então, como ficaria a expressão “convênio” com o advento da lei 13.019/14 em sua
redação original?

R. O art. 84 da lei limitava a expressão “convênios” a ajustes firmados entre entes federativos:
“Art. 84. Salvo nos casos expressamente previstos, não se aplica às relações de fomento e de
colaboração regidas por esta Lei o disposto na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e na
legislação referente a convênios, que ficarão restritos a parcerias firmadas entre os entes
federados.” Todavia, com as alterações da Lei nº 13.204/15, essa sistemática mudou.

Eis a nova redação do supracitado artigo:

Art. 84. Não se aplica às parcerias regidas por esta Lei o disposto na Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

Parágrafo único. São regidos pelo art. 116 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
convênios: (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
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I - entre entes federados ou pessoas jurídicas a eles vinculadas; (Incluído pela Lei
nº 13.204, de 2015)

II - decorrentes da aplicação do disposto no inciso IV do art. 3º. (Incluído pela Lei


nº 13.204, de 2015) [convênios com unidades de saúde privadas para realização
de atendimentos pelo SUS]

Art. 84-A. A partir da vigência desta Lei, somente serão celebrados convênios nas
hipóteses do parágrafo único do art. 84. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

Termo de colaboração vs termo de fomento: Analisemos primeiro a distinção feita pela lei: -
termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas
pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência de
recursos financeiros; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015) - termo de fomento: instrumento
por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com
organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco
propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos
financeiros; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

Crítica doutrinária

Em primeiro plano, criticava-se a não adoção pela lei, em sua configuração originária, da
expressão “convênio”, já utilizada em diversas leis e até mesmo na própria Constituição. A própria
LC 95/98, lex legum, em seu art. 11, I, ‘a’, impõe a utilização de termos técnicos quando esses
existirem em determinadas áreas do Direito, a fim de se buscar mais clareza. Hoje, com a
sistemática introduzida pela Lei nº 13.204/15, resguardou-se o termo “convênio” para os ajustes
celebrados nos termos do art. 116 da Lei nº 8.666. Nada obstante, tendo em vista a pouca mudança
nos moldes da parceria prevista na Lei 13.019/14, poder-se-ia sustentar que a crítica permanece
válida. Além disso, mais criticável ainda é criar uma dicotomia de expressões quando não
necessário: a única diferença entre os termos de colaboração e fomento está em sua iniciativa.
Naqueles, a iniciativa do ajuste será da Administração Pública; nesses, da OSC interessada.

“bens remanescentes: os de natureza permanente adquiridos com recursos financeiros envolvidos


na parceria, necessários à consecução do objeto, mas que a ele não se incorporam; (Redação dada
pela Lei nº 13.204, de 2015). Outra nomenclatura inovadora, aparentemente de forma
desnecessária, criada pela lei foram os “bens remanescentes”, que nada mais são que os já
conhecidos bens reversíveis.
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Âmbito de aplicação da lei 13.019/14

A lei dispõe que se aplicam seus termos para a Administração Pública. Mas, o que se
entende por Administração Pública? De acordo com o art. 2º, II: Aplica-se a:

• União;

• Estados;

• DF;

• Municípios;

• Autarquias;

• Fundações;

• Empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, e


suas subsidiárias, alcançadas pelo disposto no § 9º do art. 37 da Constituição Federal;

Não se aplica a:

• Estatais econômicas (interpretação literal do art. 2º, II); Artigo 3º, Lei nº 13.019/14

• I – às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas


pelo Senado Federal naquilo em que as disposições específicas dos tratados, acordos e
convenções internacionais conflitarem com esta Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de
2015)

• II – transferências voluntárias regidas por lei específica, naquilo em que houver disposição
expressa em contrário; (art. 3º, inciso II, foi revogado pela Lei nº 13.204/15)

• III - aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, desde que cumpridos os
requisitos previstos na Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998; (Redação dada pela Lei nº
13.204, de 2015)

• IV - aos convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos
nos termos do § 1o do art. 199 da Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 13.204, de
2015)

• V - aos termos de compromisso cultural referidos no § 1o do art. 9o da Lei no 13.018, de


22 de julho de 2014; (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
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• VI - aos termos de parceria celebrados com organizações da sociedade civil de interesse


público, desde que cumpridos os requisitos previstos na Lei no 9.790, de 23 de março de
1999; (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

• VII - às transferências referidas no art. 2o da Lei no 10.845, de 5 de março de 2004, e nos


arts. 5º e 22 da Lei no 11.947, de 16 de junho de 2009; (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

• VIII - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

• IX - aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas


em favor de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente
constituídas por: (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) a) membros de Poder ou do
Ministério Público; (Incluída pela Lei nº 13.204, de 2015) b) dirigentes de órgão ou de
entidade da administração pública; (Incluída pela Lei nº 13.204, de 2015) c) pessoas jurídicas
de direito público interno; (Incluída pela Lei nº 13.204, de 2015) d) pessoas jurídicas
integrantes da administração pública; (Incluída pela Lei nº 13.204, de 2015) X - às parcerias
entre a administração pública e os serviços sociais autônomos. (Incluído pela Lei nº 13.204,
de 2015)

Observação: Apesar de a lei excluir expressamente de sua incidência em seu art. 3º os


Contratos de Gestão celebrados com as Organizações Sociais (OS), em sua redação original,
o art. 4º da Lei deixava clara sua aplicabilidade para os Termos de Parceria celebrados com
as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). “Art. 4 o Aplicam-se as
disposições desta Lei, no que couber, às relações da administração pública com entidades
qualificadas como organizações da sociedade civil de interesse público, de que trata a Lei no
9.790, de 23 de março de 1999, regidas por termos de parceria. Tratava-se de disposição
estranha, eis que ambos os institutos usualmente eram tratados de forma bastante similar
pela lei, doutrina e jurisprudência.

Esse problema foi resolvido com a alteração legislativa de 2015, pois o artigo 4º em
questão foi revogado pela Lei nº 13.204/2015, bem como essa Lei acrescentou o inciso VI ao
art. 3º, anteriormente transcrito.

Desse modo, igualou-se o tratamento dos contratos de gestão (art. 3º, III) e dos
termos de parceria celebrados com organizações da sociedade civil de interesse público (art.
3ª, VI): em ambos os casos NÃO se aplica o regime previsto na Lei nº 13.019/14.
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Crítica sobre a abrangência nacional

Como visto, a lei 13.019/14 expressamente dispõe que se aplica de forma nacional,
não sendo meramente uma lei federal. Rafael Rezende Oliveira, em artigo sobre as
inovações da lei, critica tal abrangência nacional da lei, expondo que não vislumbra
autorização constitucional para que a União legisle de forma geral sobre a matéria de
convênios. O autor aponta ter havido, de fato, certa “erosão” da distinção entre contratos e
convênios, mas a doutrina e jurisprudência continuam fortes na existência de tal distinção.

Seleção das entidades (OSC): A lei 13.019/14 consagrou diversos entendimentos há


muito já utilizados pela doutrina e pelo TCU. Dentre eles, a necessidade de utilização de um
procedimento de seleção com critérios objetivos a fim de selecionar a melhor proposta,
mesmo em se tratando de celebração de ajuste com natureza de convênio.

O instrumento de seleção de entidades utilizado pela lei foi denominado de


“chamamento público”, sendo assim definido pelo art. 2º: “chamamento público:
procedimento destinado a selecionar organização da sociedade civil para firmar parceria por
meio de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a observância dos
princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos;”

Edital do chamamento público

“Art. 24, §1 o O edital do chamamento público especificará, no mínimo: I - a


programação orçamentária que autoriza e viabiliza a celebração da parceria; (Redação dada
pela Lei nº 13.204, de 2015) II - o tipo de parceria a ser celebrada; (revogado); (Redação
dada pela Lei nº 13.204, de 2015) III - o objeto da parceria; IV - as datas, os prazos, as
condições, o local e a forma de apresentação das propostas; V - as datas e os critérios de
seleção e julgamento das propostas, inclusive no que se refere à metodologia de pontuação
e ao peso atribuído a cada um dos critérios estabelecidos, se for o caso; (Redação dada pela
Lei nº 13.204, de 2015) VI - o valor previsto para a realização do objeto; (…)

(...) VII - a exigência de que a organização da sociedade civil possua: (revogado);


(Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015) a) no mínimo, 3 (três) anos de existência, com
cadastro ativo, comprovados por meio de documentação emitida pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil, com base no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; (revogado);
(Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015) b) experiência prévia na realização, com
efetividade, do objeto da parceria ou de natureza semelhante; (revogado); (Redação dada
pela Lei nº 13.204, de 2015) c) capacidade técnica e operacional para o desenvolvimento das
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atividades previstas e o cumprimento das metas estabelecidas.” (revogado); (Redação dada


pela Lei nº 13.204, de 2015) Obs.: Para os fins do art. 28, que será adiante mencionado, os
requisitos previstos nesse artigo foram substituídos pelos artigos 33 e 34.

A Lei nº 13.204/15, além das revogações e modificações acima verificadas, adicionou


mais incisos ao artigo: VIII - as condições para interposição de recurso administrativo;
(Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) IX - a minuta do instrumento por meio do qual será
celebrada a parceria; (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) X - de acordo com as
características do objeto da parceria, medidas de acessibilidade para pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida e idosos. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) Também
são expressamente vedadas cláusulas que restrinjam o caráter competitivo do certame,
conforme prevê o art. 24, §2º. Contudo, mesmo esse parágrafo sofreu modificações,
atenuando, de certa forma, a disposição originária.

Atual redação do artigo 24, §2º

É vedado admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou


condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo em
decorrência de qualquer circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto
da parceria, admitidos: (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015) I - a seleção de propostas
apresentadas exclusivamente por concorrentes sediados ou com representação atuante e
reconhecida na unidade da Federação onde será executado o objeto da parceria; (Incluído
pela Lei nº 13.204, de 2015) II - o estabelecimento de cláusula que delimite o território ou a
abrangência da prestação de atividades ou da execução de projetos, conforme estabelecido
nas políticas setoriais. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

Antiga redação do art. 24, §2º:

É vedado admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou


condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e
estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou do domicílio
dos concorrentes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o
específico objeto da parceria”.

Vê-se, portanto, que a Lei nº 13.204/15 suprimiu a parte que dizia ser vedado
“estabelecer preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou do domicílio
dos concorrentes”. Além disso, introduziu dois incisos que permitem hipóteses de previsões
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no ato de convocação que, a despeito de restringir o caráter competitivo do certame, serão


tolerados.

Atuação em rede

Em sua redação original, o art. 25 da Lei 13.019 previa a possibilidade de duas ou


mais OSC atuarem em conjunto (“em rede”) na implementação do objeto do ajuste. Rafael
Oliveira, em artigo sobre o tema, denomina tal atuação em rede de “Consórcio Social”.
Assim dispunha o artigo que previa o instituto em questão: “Art. 25. É permitida a atuação
em rede para a execução de iniciativas agregadoras de pequenos projetos, por 2 (duas) ou
mais organizações da sociedade civil, mantida a integral responsabilidade da organização
celebrante do termo de fomento ou de colaboração, desde que: (...)” Apesar do art. 25 ter
sido integralmente revogado pela Lei nº 13.204/15, este diploma dispôs sobre a “atuação
em rede” em outro dispositivo incluído pela mesma lei, mas não sem realizar algumas
alterações.

Atual previsão da “atuação em rede” na Lei nº 13.019: Art. 35-A. É permitida a


atuação em rede, por duas ou mais organizações da sociedade civil, mantida a integral
responsabilidade da organização celebrante do termo de fomento ou de colaboração, desde
que a organização da sociedade civil signatária do termo de fomento ou de colaboração
possua: (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) I - mais de cinco anos de inscrição no CNPJ;
(Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) II - capacidade técnica e operacional para
supervisionar e orientar diretamente a atuação da organização que com ela estiver atuando
em rede. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) (...)

Parágrafo único. A organização da sociedade civil que assinar o termo de colaboração


ou de fomento deverá celebrar termo de atuação em rede para repasse de recursos às não
celebrantes, ficando obrigada a, no ato da respectiva formalização: (Incluído pela Lei nº
13.204, de 2015) I - verificar, nos termos do regulamento, a regularidade jurídica e fiscal da
organização executante e não celebrante do termo de colaboração ou do termo de fomento,
devendo comprovar tal verificação na prestação de contas; (Incluído pela Lei nº 13.204, de
2015) II - comunicar à administração pública em até sessenta dias a assinatura do termo de
atuação em rede. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

Inversão das fases de julgamento das propostas e de “habilitação”: Mais uma


inovação que foi abarcada pela lei foi a inversão de fases no chamamento público. A
Comissão de Seleção somente avaliará os requisitos citados nos artigos 33 e 34 após a fase
competitiva das propostas. “Art. 28. Somente depois de encerrada a etapa competitiva e
ordenadas as propostas, a administração pública procederá à verificação dos documentos
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que comprovem o atendimento pela organização da sociedade civil selecionada dos


requisitos previstos nos arts. 33 e 34.” (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015) Na
redação original do art. 28 os requisitos a serem observados eram aqueles previstos no
inciso VII do § 1º do art. 24, que agora se encontra revogado, como já vimos

Peculiaridade em caso de desqualificação

Desqualificada a proposta vencedora pelo não atendimento dos requisitos dos


artigos 33 e 34, o segundo colocado deverá aceitar celebrar a parceria nos mesmos termos
do outrora vencedor. “§ 1º Na hipótese de a organização da sociedade civil selecionada não
atender aos requisitos exigidos nos arts. 33 e 34, aquela imediatamente mais bem
classificada poderá ser convidada a aceitar a celebração de parceria nos termos da proposta
por ela apresentada.” (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015). Obs.: em sua redação
original, o §1º acima transcrito não previa a palavra “poderá”, falava-se somente “será
convidada”.

Dispensa e inexigibilidade de chamamento público

À semelhança da lei 8.666/93 e das leis locais que tratam sobre convênios, a lei
13.019/14 previu hipóteses nas quais o chamamento público será inexigível ou, sendo
possível, será dispensável: “Art. 30. A administração pública poderá dispensar a realização
do chamamento público: I - no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de
paralisação de atividades de relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta
dias; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015) II - nos casos de guerra, calamidade
pública, grave perturbação da ordem pública ou ameaça à paz social; (Redação dada pela Lei
nº 13.204, de 2015) III - quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas
ameaçadas ou em situação que possa comprometer a sua segurança

IV - (VETADO). V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) VI - no caso de atividades


voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência social, desde que
executadas por organizações da sociedade civil previamente credenciadas pelo órgão gestor
da respectiva política. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) Art. 31. Será considerado
inexigível o chamamento público na hipótese de inviabilidade de competição entre as
organizações da sociedade civil, em razão da natureza singular do objeto da parceria ou se
as metas somente puderem ser atingidas por uma entidade específica, especialmente
quando: (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
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OBS: O art. 29 da Lei 13.019 prevê mais uma hipótese de parceria direta, estabelecendo que
os termos decorrentes de emendas parlamentares às leis orçamentárias podem ser
celebrados sem chamamento público, salvo quando envolverem comodato, doação de bens
ou compartilhamento de recursos patrimonial. Vejamos: Art. 29. Os termos de colaboração
ou de fomento que envolvam recursos decorrentes de emendas parlamentares às leis
orçamentárias anuais e os acordos de cooperação serão celebrados sem chamamento
público, exceto, em relação aos acordos de cooperação, quando o objeto envolver a
celebração de comodato, doação de bens ou outra forma de compartilhamento de recurso
patrimonial, hipótese em que o respectivo chamamento público observará o disposto nesta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

A lei ainda prevê a necessidade de que as “parcerias diretas” sejam devidamente


motivadas, dando-se publicidade, inclusive pela internet, das razões da não realização do
chamamento público (art. 32, §1º). Eventuais interessados terão prazo de 5 dias (contados
da publicação da justificativa) para impugnar a não realização do chamamento público. O
teor da impugnação deverá ser analisado pelo administrador público responsável em até 5
dias da data do respectivo protocolo. Não subsistindo a fundamentação, iniciar-se-á de
imediato o chamamento público (art. 32, §§ 2º e 3º). O legislador ressalva, ainda, que a
dispensa e a inexigibilidade de chamamento público, bem como o disposto no art. 29, não
afastam a aplicação dos demais dispositivos desta Lei (art. 32, §4º).

Procedimento de Manifestação de Interesse Social – PMIS: Outro instrumento


consagrado pela prática que foi adotado pelo novo regime jurídico das parcerias voluntárias
foi o PMI, que recebeu nome de Procedimento de Manifestação de Interesse Social – PMIS:
“Art. 18. É instituído o Procedimento de Manifestação de Interesse Social como instrumento
por meio do qual as organizações da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos poderão
apresentar propostas ao poder público para que este avalie a possibilidade de realização de
um chamamento público objetivando a celebração de parceria.”

A sistemática do PMIS é a mesma do PMI original: - A Administração é provocada por


terceiro acerca de determinado projeto; - Haverá publicação da proposta para manifestação
da sociedade civil acerca da pertinência do tema; - Havendo interesse da Administração no
projeto, deverá ser realizado chamamento público; - A participação no PMIS não cria
empecilho à participação em posterior chamamento público, não havendo que se falar em
violação à isonomia e impessoalidade. Obs.: A Lei nº 13.204/15 introduziu o §3º no art. 21
da lei para vedar o condicionamento da realização de chamamento público ou a celebração
de parceria à prévia realização de Procedimento de Manifestação de Interesse Social.
O presente material é um resumo elaborado pela equipe de monitores do
ALCANCE a partir da aula ministrada pelo professor.

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Vedações

A lei 13.019/14 elenca em sua Seção X determinadas vedações. Deve-se destacar um


elenco de entidades que não estão aptas a celebrar parcerias com a Administração Pública:
“Art. 39. Ficará impedida de celebrar qualquer modalidade de parceria prevista nesta Lei a
organização da sociedade civil que: I - não esteja regularmente constituída ou, se
estrangeira, não esteja autorizada a funcionar no território nacional; II - esteja omissa no
dever de prestar contas de parceria anteriormente celebrada; III tenha como dirigente
membro de Poder ou do Ministério Público, ou dirigente de ó rgão ou entidade da
administração pública da mesma esfera governamental na qual serácelebrado o termo de
colaboração ou de fomento, estendendose a vedação aos respectivos cô njuges ou
companheiros, bem como parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo
grau; (Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015) (...)

(...) IV tenha tido as contas rejeitadas pela administração pública nos ú ltimos cinco
anos, exceto se: (Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015) a) for sanada a irregularidade
que motivou a rejeição e quitados os débitos eventualmente imputados; (Inclui ́do pela Lei
no 13.204, de 2015) b) for reconsiderada ou revista a decisão pela rejeição; (Inclui ́do pela Lei
no 13.204, de 2015) c) a apreciação das contas estiver pendente de decisão sobre recurso
com efeito suspensivo; (Inclui ́do pela Lei no 13.204, de 2015) (...)

(...) V - tenha sido punida com uma das seguintes sanções, pelo período que durar a
penalidade: a) suspensão de participação em licitação e impedimento de contratar com a
administração; b) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração
pública; c) a prevista no inciso II do art. 73 desta Lei; d) a prevista no inciso III do art. 73
desta Lei; VI - tenha tido contas de parceria julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal
ou Conselho de Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos
últimos 8 (oito) anos; (...)

(...) VII - tenha entre seus dirigentes pessoa: a) cujas contas relativas a parcerias tenham sido
julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho de Contas de qualquer esfera da
Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 (oito) anos; b) julgada responsável por
falta grave e inabilitada para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança,
enquanto durar a inabilitação; c) considerada responsável por ato de improbidade,
enquanto durarem os prazos estabelecidos nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei no 8.429, de
2 de junho de 1992.”
O presente material é um resumo elaborado pela equipe de monitores do
ALCANCE a partir da aula ministrada pelo professor.

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Ainda sobre as vedações

Vale também destacar os objetos vedados às parcerias: Art. 40. É vedada a


celebração de parcerias previstas nesta Lei que tenham por objeto, envolvam ou incluam,
direta ou indiretamente, delegação das funçõ es de regulação, de fiscalização, de exerci ́cio
do poder de poli ́cia ou de outras atividades exclusivas de Estado. (Redação dada pela Lei no
13.204, de 2015)

Contratações pelas OSC

Trata-se de outra concretização legislativa dos entendimentos doutrinários e


jurisprudenciais sobre a temática. Em que pese as OSC’s não integrarem a Administração
Pública, não estando sujeitas à licitação formal, deverão respeitar os princípios
administrativos no momento de gerir o dinheiro público a elas transferido no âmbito das
parcerias. O regramento básico sobre a compra de bens e serviços era regulamentado pelos
arts. 34, VIII, 43 e 44 da Lei nº 13.019/14, que exigiam um regulamento de compras e
contratações. No entanto, o inciso VIII do art. 34 e os o arts. 43 e 44 foram integralmente
revogados pela Lei nº 13.204/15.

Assim, atualmente a questão é disciplinada apenas pelo. artigo 80 da Lei nº 13.019,


com a redação dada pela Lei nº 13.204, que assim dispõe: “Art. 80. O processamento das
compras e contrataçõ es que envolvam recursos financeiros provenientes de parceria poderá́
ser efetuado por meio de sistema eletrô nico disponibilizado pela administração pública à s
organizaçõ es da sociedade civil, aberto ao público via internet, que permita aos interessados
formular propostas. (Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015)”. Permanece, portanto,
ainda que com alterações, a necessidade de observância, por parte das organizações civis
parceiras, dos princípios administrativos de impessoalidade e moralidade, requisitos
próprios para qualquer ajuste que esteja relacionado com o uso de recursos públicos.

Observe-se, também, que a Lei nº 13.019/14 foi expressa com relação à possibilidade
do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse, mediante autorização da União,
estender-se à adesão dos Estados, os Munici ́pios e o Distrito Federal (art. 80). Art. 81.
Mediante autorização da União, os Estados, os Munici ́pios e o Distrito Federal poderão
aderir ao Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse SICONV para utilizar suas
funcionalidades no cumprimento desta Lei.

Ademais, o regime originalmente previsto na lei persiste aplicável até que se viabilize
a adaptação do sistema de que trata o art. 81, conforme dispõe o artigo 81-A da Lei nº
13.019: Art. 81A. Até que seja viabilizada a adaptação do sistema de que trata o art. 81 ou
de seus correspondentes nas demais unidades da federação: (Inclui ́do pela Lei no 13.204, de
O presente material é um resumo elaborado pela equipe de monitores do
ALCANCE a partir da aula ministrada pelo professor.

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2015) I serão utilizadas as rotinas previstas antes da entrada em vigor desta Lei para repasse
de recursos a organizaçõ es da sociedade civil decorrentes de parcerias celebradas nos
termos desta Lei; (Inclui ́do pela Lei no 13.204, de 2015) II os Munici ́pios de até cem mil
habitantes serão autorizados a efetivar a prestação de contas e os atos dela decorrentes
sem utilização da plataforma eletrô nica prevista no art. 65. (Inclui ́do pela Lei no 13.204, de
2015).

Contratação de mão-de-obra

Seguindo entendimento já consolidado pelo TCU no âmbito das OS/OSCIP, a


contratação de funcionários pelas parceiras privadas, pela redação original da Lei nº 13.019,
deveria se dar através de procedimento simplificado que garantisse a impessoalidade e a
isonomia, na forma do art. 47 da Lei. Contudo, a Lei nº 13.204/15 revogou o artigo 47
integralmente, fazendo com que a Lei nº 13.019/14 não mais previsse expressamente a
exigência desse procedimento simplificado para seleção da equipe envolvida na execução do
termo de fomento e/ou colaboração.

Não obstante, considerando o disposto no artigo 46, inciso I, da Lei nº 13.014/14,


atualmente em vigor, é possível que o TCU permaneça com seu posicionamento à luz dos
princípios constitucionais da isonomia, da impessoalidade e da moralidade administrativa.
Art. 46. Poderão ser pagas, entre outras despesas, com recursos vinculados à parceria:
(Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015) I remuneração da equipe encarregada da
execução do plano de trabalho, inclusive de pessoal próprio da organização da sociedade
civil, durante a vigência da parceria, compreendendo as despesas com pagamentos de
impostos, contribuições sociais, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FGTS, férias,
décimo terceiro salário, salários proporcionais, verbas rescisórias e demais encargos sociais
e trabalhistas; (Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015)

Vale registrar, ainda o disposto no art. 46, §3º: Art. 46, § 3º O pagamento de
remuneração da equipe contratada pela organização da sociedade civil com recursos da
parceria não gera vínculo trabalhista com o poder público. (Redação dada pela Lei no
13.204, de 2015) Esta disposição encontrava previsão semelhante na Lei nº 13.019 antes
mesmo das alterações promovidas pela Lei nº 13.20 (o correspondente era o §1º desse
mesmo artigo na redação original).

Irresponsabilidade do parceiro público pelo inadimplemento dos contratos de trabalho


O presente material é um resumo elaborado pela equipe de monitores do
ALCANCE a partir da aula ministrada pelo professor.

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Além disso, a lei 13.019/14 dispõe que, dentre outros, os encargos trabalhistas e
previdenciários serão de exclusiva responsabilidade do parceiro privado. XX a responsabilidade
exclusiva da organização da sociedade civil pelo pagamento dos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no termo de
colaboração ou de fomento, não implicando responsabilidade solidária ou subsidiária da
administração pública a inadimplência da organização da sociedade civil em relação ao referido
pagamento, os ô nus incidentes sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição à
sua execução. (Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015)

Atenção: O dispositivo acima muito lembra o disposto no art. 71, caput e §1º, da lei 8.666/93: “Art.
71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais
resultantes da execução do contrato. §1 o A inadimplência do contratado, com referência aos
encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade
por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso
das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.” No entanto, a lei 8.666/93
excepciona os encargos previdenciários, o que não ocorre na lei 13.019/14: “§2º A Administração
Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da
execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.”

Despesas vedadas

A lei 13.019/14 veda a realização de determinadas despesas com recursos da parceria, sendo
esta sua atual redação: Art. 45. As despesas relacionadas à execução da parceria serão executadas
nos termos dos incisos XIX e XX do art. 42, sendo vedado: (Redação dada pela Lei no 13.204, de
2015) I utilizar recursos para finalidade alheia ao objeto da parceria; (Redação dada pela Lei no
13.204, de 2015) II pagar, a qualquer ti ́tulo, servidor ou empregado público com recursos vinculados
à parceria, salvo nas hipóteses previstas em lei especi ́fica e na lei de diretrizes orçamentárias; Vale
destacar que em sua redação original o artigo em questão era mais extenso, positivando uma série
de entendimentos consagrados do TCU no sentido de vedar pagamento de taxas de administração
ou despesas com publicidade com recursos de parcerias, bem como de despesas anteriores ou
posteriores à vigência do convênio, por exemplo.

Sanções

Art. 73. Pela execução da parceria em desacordo com o plano de trabalho e com as normas
desta Lei e da legislação especi ́fica, a administração pú blica poderá, garantida a prévia defesa,
aplicar à organização da sociedade civil as seguintes sanções: (Redação dada pela Lei no 13.204, de
2015) I advertência; II suspensão temporária da participação em chamamento pú blico e
O presente material é um resumo elaborado pela equipe de monitores do
ALCANCE a partir da aula ministrada pelo professor.

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impedimento de celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera de governo da


administração pública sancionadora, por prazo não superior a dois anos; (Redação dada pela Lei no
13.204, de 2015) III declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou celebrar
parceria ou contrato com ó rgãos e entidades de todas as esferas de governo, enquanto perdurarem
os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que a organização da sociedade
civil ressarcir a administração pública pelos prejui ́zos resultantes e após decorrido o prazo da
sanção aplicada com base no inciso II. (Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015)

§ 1º As sanções estabelecidas nos incisos II e III são de competência exclusiva de Ministro de


Estado ou de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do
interessado no respectivo processo, no prazo de dez dias da abertura de vista, podendo a
reabilitação ser requerida após dois anos de aplicação da penalidade. (Redação dada pela Lei no
13.204, de 2015) § 2º Prescreve em cinco anos, contados a partir da data da apresentação da
prestação de contas, a aplicação de penalidade decorrente de infração relacionada à execução da
parceria. (Incluído pela Lei no 13.204, de 2015) § 3º A prescrição será interrompida com a edição de
ato administrativo voltado à apuração da infração. (Incluído pela Lei no 13.204, de 2015

Âmbito de aplicação das sanções:

No que concerce à lei 8.666/93, o STJ firmou jurisprudência acerca da abrangência nacional
das sanções elencadas naquela norma. No entanto, a lei 13.019/14 adotou a tese de Jessé Torres,
que limita ao ente sancionador a abrangência territorial da suspensão temporária. Por outro lado, a
declaração de inidoneidade continua a ter abrangência nacional. Ausência de previsão de multa:
Vale notar que o art. 73 da lei 13.019/14 não prevê penalidade de multa para eventuais faltas das
OSC’s

Improbidade administrativa:

A lei 13.019/14 também incluiu diversos incisos na lei 8.429/92, prevendo condutas
ímprobas: “Art. 77. O art. 10 da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, passa a vigorar com as
seguintes alterações: “Art. 10...........................................................................
.............................................................................................. VIII - frustrar a licitude de processo
licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos,
ou dispensá-los indevidamente; .............................................................................................. (...)
O presente material é um resumo elaborado pela equipe de monitores do
ALCANCE a partir da aula ministrada pelo professor.

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XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; XVII - permitir ou concorrer para
que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; XVIII - celebrar parcerias da
administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie; XIX agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise
das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
(Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015) (...)

XX liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pú blica com entidades privadas sem a
estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
irregular. (Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015) XXI - liberar recursos de parcerias firmadas
pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.” Art. 78. O art. 11 da Lei no
8.429, de 2 de junho de 1992, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VIII: “Art.
11...........................................................................
............................................................................................. VIII - descumprir as normas relativas à
celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública
com entidades privadas.”

Disposições finais

Regra de transição: “Art. 83. As parcerias existentes no momento da entrada em vigor desta
Lei permanecerão regidas pela legislação vigente ao tempo de sua celebração, sem prejuízo da
aplicação subsidiária desta Lei, naquilo em que for cabível, desde que em benefício do alcance do
objeto da parceria. § 1º As parcerias de que trata o caput poderão ser prorrogadas de ofi ́cio, no
caso de atraso na liberação de recursos por parte da administração pú blica, por peri ́odo equivalente
ao atraso. (Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015) § 2º As parcerias firmadas por prazo
indeterminado antes da data de entrada em vigor desta Lei, ou prorrogáveis por peri ́odo superior
ao inicialmente estabelecido, no prazo de até um ano após a data da entrada em vigor desta Lei,
serão, alternativamente: (Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015) I substitui ́das pelos
instrumentos previstos nos arts. 16 ou 17, conforme o caso; (Inclui ́do pela Lei no 13.204, de 2015) II
objeto de rescisão unilateral pela administração pública. (Inclui ́do pela Lei no 13.204, de 2015)
O presente material é um resumo elaborado pela equipe de monitores do
ALCANCE a partir da aula ministrada pelo professor.

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Não aplicação da Lei nº 8.666/93 às parcerias da Lei nº 13.019/14 e a questão dos convênios
Art. 84. Não se aplica às parcerias regidas por esta Lei o disposto na Lei no 8.666, de 21 de junho de
1993. (Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015) Parágrafo único. São regidos pelo art. 116 da Lei
no 8.666, de 21 de junho de 1993, convênios: (Redação dada pela Lei no 13.204, de 2015) I entre
entes federados ou pessoas jurídicas a eles vinculadas; (Incluído pela Lei no 13.204, de 2015) II
decorrentes da aplicação do disposto no inciso IV do art. 3º. (Incluído pela Lei no 13.204, de 2015)
Art. 84A. A partir da vigência desta Lei, somente serão celebrados convênios nas hipóteses do
parágrafo único do art. 84. (Inclui ́do pela Lei no 13.204, de 2015

Benefícios das OSC (introduzidos pela Lei nº 13.204/15) Art. 84B. As organizações da
sociedade civil farão jus aos seguintes benefícios, independentemente de certificação: (Incluído pela
Lei no 13.204, de 2015) I receber doações de empresas, até o limite de 2% (dois por cento) de sua
receita bruta; (Incluído pela Lei no 13.204, de 2015) II receber bens móveis considerados
irrecuperáveis, apreendidos, abandonados ou disponíveis, administrados pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil; (Incluído pela Lei no 13.204, de 2015) III distribuir ou prometer distribuir prêmios,
mediante sorteios, valebrindes, concursos ou operações assemelhadas, com o intuito de arrecadar
recursos adicionais destinados à sua manutenção ou custeio. (Incluído pela Lei no 13.204, de 2015)

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