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Carlos do Carmo
Informação geral
Local de
nascimento Portugal
Origem Lisboa
Ocupação(ões) Cantor
Instrumento(s) Voz
Período em 1964-actualmente
atividade
Índice
1Biografia
o 1.1Infância e juventude
o 1.2Anos 60 — a carreira artística
o 1.3Anos 70 — Ary dos Santos, Festival RTP da Canção e Um Homem na Cidade
o 1.4Anos 80 — atuações ao vivo e carreira internacional
o 1.5Anos 90 até à atualidade — novos originais e ligação às novas gerações do Fado
o 1.6Prémios e distinções
1.6.1Prémio Goya
1.6.2Grammy Latino
2Discografia
o 2.1Singles e EPs
o 2.2Álbuns
o 2.3Álbuns ao vivo
o 2.4Antologias
o 2.5Bandas sonoras
o 2.6Colaborações
o 2.7Tributos
3Referências
4Ver também
5Ligações externas
Com efeito, a carreira internacional de Carlos do Carmo deve muito à sua passagem
pelo Olympia de Paris, onde se apresentou pela primeira vez a 11 e 12 de
outubro de 1980. A estreia foi bem sucedida e o fadista recorda o momento em que
interpretou a canção La Valse A Mille Temps, de Jacques Brel: «A sala veio abaixo!»
(cf. Carlos do Carmo: Um Homem no Mundo, in RTP Play). Seguiu-se a primeira atuação
na Alte Oper de Frankfurt, em 1982, palco onde teve tal sucesso que a gravação do
espetáculo foi editada em disco e regressou para atuar nos dois anos seguintes.[7]
Outro facto assinalável nesta década e que marca a obra discográfica de Carlos do Carmo
é o lançamento de Um Homem no País, em 1984, novamente um projeto em torno de
poemas de Ary dos Santos, que se destaca como a primeira edição em formato CD de um
artista português.[7]
Anos 90 até à atualidade — novos originais e ligação às novas gerações
do Fado[editar | editar código-fonte]
No início de 1990, sofre um acidente durante um espetáculo em Bordéus, caindo do palco
para a primeira fila da plateia, uma queda de uma altura equivalente a um andar, que o
obrigará a uma longa recuperação. Em março de 1991, faz o seu regresso no Casino
Estoril, apresentando um espectáculo intitulado Vim Para o Fado e Fiquei.[7]
Regressa à televisão,com um programa como o seu próprio nome — Carlos do Carmo —
transmitido em mais de 30 emissões entre 1997 e 1998, onde conversa com diversos
convidados, sobre temas que vão desde o Fado, à música em geral, mas também a outras
vertentes artísticas.[7]
Em 2007, Carlos do Carmo apresentou, no Museu do Fado, um álbum intitulado À Noite,
que reúne textos inéditos de Nuno Júdice, Fernando Pinto do Amaral, Maria do Rosário
Pedreira, Júlio Pomar, Luís Represas, José Luís Tinoco e José Manuel Mendes, para as
músicas de fados tradicionais da autoria de Armandinho, Joaquim Campos e Alfredo
Marceneiro.[7]
Em 2010, junta-se ao pianista e compositor Bernardo Sassetti para fazer o álbum Carlos
do Carmo & Bernardo Sassetti, onde recria canções marcantes de outros intérpretes, entre
elas Cantigas do Maio (Zeca Afonso), Lisboa que amanhece (Sérgio Godinho), Porto
sentido (Rui Veloso), Foi por ela (Fausto Bordalo Dias), Quand On N'a Que
L'Amour (Jacques Brel) ou Gracias a la vida (Violeta Parra).[20]
Desde o início da década de 2000, numa relação próxima com as novas gerações
do Fado, promove atuações conjuntas com novos fadistas. É o caso de Mariza; — Gala de
Fado do Casino Estoril, a 8 de junho de 2004, por exemplo — ou Camané; concerto de
encerramento das Festas de Lisboa, nos jardins da Torre de Belém, em 2006, por
exemplo.[7]
Essas ligações seriam reforçadas com a edição, em 2014, do álbum Fado é amor,
apresentado nesse ano no Coliseu dos Recreios,[21] onde o fadista apresenta temas
gravados com Camané, Mariza, Ana Moura, Aldina Duarte, Cristina Branco, Mafalda
Arnauth, Ricardo Ribeiro, Marco Rodrigues, Raquel Tavares e Carminho.
Anunciou em 7 de fevereiro de 2019 o fim de atuação em palcos. Os seus últimos
concertos foram a 12 de outubro no Theatro Circo, a 2 de novembro no Coliseu do Porto e
a 9 de novembro no Coliseu dos Recreios[22].
Prémios e distinções[editar | editar código-fonte]
Foi, por duas vezes, agraciado pela Presidência da República com graus honoríficos — no
final da década de 90, mais precisamente, a 4 de setembro de 1997, o Presidente Jorge
Sampaio atribuiu-lhe o grau de Comendador da Ordem do Infante D.
Henrique.[1] Posteriormente, a 28 de novembro de 2016, o Presidente Marcelo Rebelo de
Sousa fê-lo Grande-Oficial da Ordem do Mérito, distinção que lhe foi entregue em
cerimónia realizada a 3 de dezembro de 2016.[1]
Recebeu diversos outros prémios, atribuídos pelos seus álbuns ou pela sua carreira —
em 1991, a Casa da Imprensa, entrega-lhe o prémio Prestígio, no âmbito da Grande Noite
do Fado. Em 1998, a SIC e a revista Caras atribui-lhe o Globo de Ouro de Excelência e
Mérito; uma distinção que antes tinha sido atribuída a Mário Soares, David Mourão-
Ferreira ou Ruy de Carvalho.[23] Já em 2002, o álbum Nove Fados e Uma Canção de Amor,
valeu-lhe um Globo na categoria de Melhor Disco do Ano.
Em 2003, recebeu o Prémio José Afonso, atribuído pela Câmara Municipal da Amadora,
na sequência do qual foi publicado o livro Carlos do Carmo, do Fado e do Mundo, uma
entrevista biográfica realizada por Viriato Teles.
Em 2004, o então Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes,
atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Municipal, de grau ouro, o mais elevado.[24]
Prémio Goya[editar | editar código-fonte]
Em 2008, recebeu em Espanha, em conjunto com o poeta Fernando Pinto do Amaral, o
prestigiado Prémio Goya, na categoria de Melhor Canção Original, com o Fado da
Saudade. A canção faz parte da banda sonora do filme Fados, que concorria à edição
de 2008 daqueles que são considerados os óscares espanhóis. No entanto, foram
levantadas dúvidas sobre a verdadeira autoria deste fado.[25]
Grammy Latino[editar | editar código-fonte]
Em 2014, torna-se, a par da soprano Elisabete Matos,[26] no segundo artista português a
ganhar um Grammy, obtido na categoria Lifetime Achievement, entregue apenas aos
artistas pelo conjunto da obra que produziram ao longo da sua carreira e não devido ao
êxito que lograram com determinada canção ou álbum. No mesmo ano, a 19 de novembro,
o fadista recebe o Grammy Latino de Carreira, no Hollywood MGM de Las Vegas.
Na sequência do prémio volta a ser homenageado pela Câmara Municipal de Lisboa, que
lhe outorga, pela mão de António Costa, uma nova Medalha de Mérito Municipal.
Também a Rádio Comercial lhe prestou uma singular homenagem, ao produzir um vídeo
onde 35 cantores portugueses de diferentes gerações cantam Lisboa Menina e Moça,
entre eles Paulo de Carvalho, Jorge Palma, Rui Reininho, Camané, Mariza, Ana
Moura, Tiago Bettencourt ou David Fonseca.[27]