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ACIDOSE E ALCALOSE

HPIM 66

PEDRO RIBEIRO QUEIRÓS


pedroribeiroqueiros@gmail.com

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LEGENDA

a minha aposta

conhecimento muito importante

contraintuitivo | não diria


novo na 19ª edição

HPIM …
27
referência a outro capítulo …
não referido no livro

… frases importantes
Ex! pergunta de exame …

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EXAMES

- 2009: 2 perguntas

- 2010: 2 perguntas

- 2011: 1 pergunta CLASSIFICAÇÃO

- 2012: 1 pergunta

- 2013: 0 perguntas

- 2014: 0 perguntas

- 2015: 0 perguntas

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FISIOLOGIA
ESSENCIAL
– relação entre potássio e ácido-base tem 3 pontos essenciais:

1. ATPase H+/K+ faz troca destes iões:


– contribuem para equilíbrio ácido-base em
troca de hipo/hipercalemia

2. HCO3− funciona como anião não


reabsorvível se chegar ao nefrónio distal:
– cria electronegatividade no túbulo
– “arrasta” K+ic e H+ic para o tubulo
– contribui para hipocalemia e alcalose

3. existe uma relação inversa entre a [K+] e a


amoniagénese:
– p.e. hipocalemia estimula amoniagénese
– contribui para excreção H+/criação HCO3−
– contribui para alcalose

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FISIOLOGIA
ESSENCIAL
– relação entre potássio e ácido-base tem 3 pontos essenciais:

1. ATPase H+/K+ faz troca destes iões:


– contribuem para equilíbrio ácido-base em
troca de hipo/hipercalemia

2. HCO3− funciona como anião não


hipocalemia
reabsorvível se chegar ao nefrónio distal:
perpetua/contribui alcalose
– cria electronegatividade no túbulo
– “arrasta” K+ic e H+ic para o tubulo
hipercalemia
– contribui para hipocalemia e alcalose
perpetua/contribui acidose
3. existe uma relação inversa entre a [K+] e a
amoniagénese:
– p.e. hipocalemia estimula amoniagénese
– contribui para excreção H+/criação HCO3−
– contribui para alcalose

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FISIOLOGIA
ESSENCIAL
– aldosterona, Na+ e nefrónio distal:

– entrega distal Na+ ou aldosterona estimula


a função do nefrónio distal
– aumenta a reabsorção de Na+
– com a electronegatividade criada no
túbulo excreta-se K+ e H+

hiperaldosteronismo
leva a alcalose e hipocalemia

hipoaldosteronismo
leva a acidose e hipercalemia

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INTRODUÇÃO
pH arterial sistémico
é mantido entre 7.35 e 7.45

– via buffering químico e regulação renal e respiratória


– intracelular e extracelular

– SNC e pulmões: controlam PaCO2 estabilizam pH arterial via


excreção/retenção
– rins: controlam HCO3− ácido/base
Ex!
– regulação pH metabólica e respiratória: equação Henderson-Hasselbach:
𝐻𝐶𝑂3−
𝑝𝐻 = 6.1 + 𝑙𝑜𝑔
𝑃𝑎𝐶𝑂2 × 0.0301

na maioria das circunstâncias


produção e excreção CO2 equilibradas a 40mmHg

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INTRODUÇÃO
– subexcreção de CO2: produz hipercapnia no entanto produção e excreção
igualam-se
– sobrexcreção de CO2: produz hipocapnia num novo equilíbrio

PaCO2 é regulada maioritariamente por


fatores neurológicos e respiratórios

– não está sujeita a regulação pela taxa de produção de CO2


– hipercapnia resulta normal/ de hipoventilação e não de produção

– ou PaCO2 representam – alterações controlo neurológico ou respiratório



– compensação de alteração primária HCO3

distúrbios ácido-base mais comuns


são os distúrbios simples
– acidose/alcalose metabólica
– acidose/alcalose respiratória

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DISTÚRBIO ÁCIDO-BASE
SIMPLES
Ex!

distúrbios respiratórios compensação metabólica


distúrbios metabólicos compensação respiratória

resposta compensatória leva pH


em direção a, mas não para, o valor normal
– exceção: alcalose respiratória crónica prolongada
– compensação frequentemente devolve pH a valores normais

– acidose metabólica por ácidos endógenos leva [HCO3−] e pH


– estimula quimiorecetores medulares para ventilação
– PaCO2, normaliza rácio [HCO3−]/PaCO2 e, por isso, o pH

𝐻𝐶𝑂3−
𝑝𝐻 = 6.1 + 𝑙𝑜𝑔
𝑃𝑎𝐶𝑂2 × 0.0301

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DISTÚRBIO ÁCIDO-BASE
SIMPLES
– na acidose metabólica simples a compensação é prevista por:

𝑃𝑎𝐶𝑂2 = (1.5 × 𝐻𝐶𝑂3− ) + 8 ± 2

– portanto, se [HCO3−] for 12mmol/l, PaCO2 expectável é de 24 a 28mmHg


– se valores forem <24 ou >28, então distúrbio é misto e não simples
– acidose metabólica + acidose respiratória
– acidose metabólica + alcalose respiratória

valores de [HCO3−] e PaCO2 deslocam-se


sempre no mesmo sentido nos distúrbios simples

deslocação valores de [HCO3−] e PaCO2


em sentidos opostos indica um distúrbio misto

– compensação para todos distúrbios simples pode ser previstas…

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DISTÚRBIO ÁCIDO-BASE
SIMPLES
RESPOSTA RESPOSTA
DISTÚRBIO
PRIMÁRIA COMPENSATÓRIA

acidose 1 1,25 Ex!


mmol/l [HCO3−] mmHg PaCO2
metabólica
alcalose 1 0,75
mmol/l [HCO3−] mmHg PaCO2

aguda 0,1 Ex!


mmol/l [HCO3−]
acidose 1
mmHg PaCO2
crónica 0,4 Ex!
(>24h) mmol/l [HCO3−]
respiratória
aguda 0,2
mmol/l [HCO3−]
alcalose 1
mmHg PaCO2
crónica 0,4
mmol/l [HCO3−]

no respetivo tipo, maiores compensações são para


acidose metabólica e alcalose respiratória

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DISTÚRBIO ÁCIDO-BASE
SIMPLES
RESPOSTA RESPOSTA
DISTÚRBIO
PRIMÁRIA COMPENSATÓRIA

acidose 1 1,25
mmol/l [HCO3−] mmHg PaCO2
Ex!
metabólica
alcalose respiratória 1 0,75
na acidose crónica
mmol/l [HCO ] mmHg PaCO 3

2

[HCO3 ] normalmente não ultrapassa os 38mmol/l
aguda 0,1
mmol/l [HCO3−]
acidose 1
mmHg PaCO2
crónica 0,4
na alcalose respiratória
(>24h) crónica pura
mmol/l [HCO −
3 ]
respiratória −
[HCO3 ] raramente
aguda
está <12mmol/l 0,2
mmol/l [HCO3−]
alcalose 1
mmHg PaCO2
crónica 0,4
mmol/l [HCO3−]

no respetivo tipo, maiores compensações são para


acidose metabólica e alcalose respiratória

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DISTÚRBIO ÁCIDO-BASE
SIMPLES

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DISTÚRBIO ÁCIDO-BASE
SIMPLES
– nomograma: áreas sombreadas mostram IC 95% para compensação

– no entanto, encontrar valores nestas áreas não exclui distúrbio misto


– sobreposição dois distúrbios pode dar valores na área de um terceiro

– embora conveniente, nomograma não substitui relações da tabela

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DISTÚRBIO ÁCIDO-BASE
MISTO
consiste em distúrbios independentes coexistentes
e não apenas respostas compensatórias
– são vistos frequentemente em doentes de cuidados intensivos
– podem levar a extremos de pH perigosos

– paciente com cetoacidose diabética pode desenvolver uma pneumonia


– acidose metabólica + acidose/alcalose respiratória
– paciente com cetoacidose diabética pode ter disfunção renal
– acidose metabólica + acidose metabólica

– paciente com DPOC pode não conseguir compensar acidose metabólica


– acidose respiratória + acidose metabólica
– pode conduzir a acidemia grave

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DISTÚRBIO ÁCIDO-BASE
MISTO
– overdose de sedativos ou salicilatos pode dar distúrbio misto
– acidose metabólica + acidose/alcalose respiratória (respetivamente)

– distúrbios mistos também podem ser triplos


– doente com cetoacidose alcoólica (acidose metabólica)
– pode desenvolver alcalose metabólica pelo vómito
– disfunção hepática
– alcalose respiratória pela hiperventilação da – abstinência alcoólica

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ABORDAGEM
sangue arterial para eletrólitos e gasometria deve
ser colhido simultaneamente e antes da terapêutica
– alcalose metabólica – acidose metabólica
– [HCO3−] – acidose respiratória – [HCO3−] – alcalose respiratória

ou seja, sem ambas as avaliações não é possível


distinguir distúrbio primário de compensação
– eletrólitos: [HCO3−] é medida
– gasometria: valores de pH e PaCO2 são medidos e daí [HCO3−] calculada

– [HCO3−] de ambos os métodos deve ser comparada


– valores devem concordar com margem de 2mmol/l
– não foram colhidos simultaneamente
– se não concordarem – erro laboratorial
– erro de cálculo

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GAP ANIÓNICO
todas as avaliações de distúrbios ácido-base
devem incluir um cálculo do gap aniónico (AG)
Ex!

gap aniónico representa os


aniões não medidos no plasma (normal: 8-10mmol/l)
– proteínas aniónicas (p.e. albumina)
– fosfato
– sulfato
– aniões orgânicos
Ex!

calcula-se via fórmula:


𝐴𝐺 = 𝑁𝑎+ − (𝐶𝑙− + 𝐻𝐶𝑂3− )

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GAP ANIÓNICO
aumento do AG é mais frequentemente devido
a um aumento nos aniões não medidos

quando estes são aniões de ácidos o AG aumenta


causando uma acidose com AG aumentado

𝐻𝐴 = 𝐻 + + 𝐴−

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GAP ANIÓNICO
– aumento do gap aniónico pode ser devido a:
– mais frequente: dos aniões não medidos
– menos comum: dos catiões não medidos (Ca2+, Mg2+, K+)
da albumina aniónica – aumento albumina
– alcalose
aumenta carga negativa
da albumina
– diminuição do gap aniónico pode ser devido a:
– catiões não medidos
– Li2+
– adição de catiões anormais – imunoglobulinas (discrasias plasmócitos)
– albumina (p.e. síndrome nefrótico)
– carga negativa da albumina pela acidose
– hiperviscosidade/hiperlipidémia (subestimação da [Na+] e [Cl-])

queda de albumina em 1g/dl do normal (4.5g/dl)


diminui o AG em 2.5mEq/l

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GAP ANIÓNICO
– assumindo valores de albumina normais…

um aumento do AG é normalmente devido à


adição de ácidos (cujos aniões não são de Cl-)
– inorgânicos (sulfato, fosfato)
– orgânicos (lactato, cetoácidos, ác. urémicos orgânicos)
– outros aniões podem ser – exógenos (toxinas, salicilatos)
– aniões não identificados

aumento do AG é significativo mesmo que outro


distúrbio independente altere [HCO3−]
– superimposição de alcalose metabólica: pH pode ser (quase) normal
– [HCO3−] e PaCO2 pode estar normal ou até diminuída/elevada

quando pH é normal e albumina normal AG define


com confiança a presença de acidose com AG

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GAP ANIÓNICO
– [HCO3−]
– esta mistura é facilmente reconhecida pelas variações (Δ) – AG

∆[𝐻𝐶𝑂3− ] = [𝐻𝐶𝑂3− ]𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 − [𝐻𝐶𝑂3− ]𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 ∆𝐴𝐺 = 𝐴𝐺𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 − 𝐴𝐺𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙

discrepância entre ΔAG e Δ[HCO3−] indica presença


de acidose com AG e alcalose metabólica

ALCALOSE
COMBINAÇÃO
METABÓLICA

pH 7.55 7.40 normal

[HCO3−] SUPERIMPOSIÇÃO normal


40 25
(mmol/l) ACIDOSE Δ[HCO3−] = 0

PaCO2 METABÓLICA AG
47 40 normal
(mmHg)

alterado
AG 10 30
ΔAG = 20

Δ[HCO3−] ≠ ΔAG

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GAP ANIÓNICO
– [HCO3−]
– esta mistura é facilmente reconhecida pelas variações (Δ) – AG

∆[𝐻𝐶𝑂3− ] = [𝐻𝐶𝑂3− ]𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 − [𝐻𝐶𝑂3− ]𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 ∆𝐴𝐺 = 𝐴𝐺𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 − 𝐴𝐺𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙

discrepância entre ΔAG e Δ[HCO3−] indica presença


de acidose com AG e alcalose metabólica

ALCALOSE
COMBINAÇÃO
METABÓLICA

pH 7.55 7.40 normal

[HCO3−] SUPERIMPOSIÇÃO normal


40 25
(mmol/l) ACIDOSE Δ[HCO3−] = 0

PaCO2 METABÓLICA AG
47 40 normal
(mmHg)

alterado
AG 10 30
ΔAG = 20


valores normais de [HCO
− 3 ], PaCO2 e pH
Δ[HCO ] ≠ ΔAG
não excluem a presença3 de distúrbio ácido-base
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GAP ANIÓNICO

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ACIDOSE
METABOLICA
– aumento produção ácidos endógenos (p.e. lactato, cetoácidos)
– ocorre por – acumulação ácidos endógenos (p.e. insuficiência renal)
– perda de HCO3− (p.e. diarreia)

– tem efeitos profundos em vários sistemas do organismo Ex!

– respiratório: pH leva a da ventilação especialmente volume corrente


– leva a padrão respiratório típico: respiração de Kussmaul
– cardíaco: contractilidade pode mas inotropismo manter-se normal
– pela libertação de catecolaminas
– vascular: dilatação arterial periférica e constrição venosa central
– compliance central e pulmonar predispõe a edema pulmonar
– mesmo com sobrecarga de volume mínima
– SNC: depressão da função (dor de cabeça, letargia, estupor e coma)
– intolerância à glicose também pode surgir

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TRATAMENTO
válido para qualquer tipo de acidose metabólica
(com ou sem aumento do gap aniónico)
Ex!

tratamento com bases deve ser reservado


para acidemia grave (pH <7.1)

– exceção: quando paciente não tem HCO3− potencial no plasma Ex!

– para determinar se existe ou não HCO3− potencial no plasma:


– determinar se anião gerado é metabolizável: cetoácidos e lactato
– β-hidroxibutirato e acetoacetato
– estimar quantidade de HCO3− potencial que existe: ΔAG
Ex!

aniões metabolizáveis podem ser convertidos a


HCO3− corrigindo causa subjacente

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TRATAMENTO
– não-metabolizáveis necessitam função renal para repor défice [HCO3−]
– toxinas e acumulados na DRC
– se esta estiver recuperação é lenta e frequentemente imprevisível

– consequentemente, deve-se suplementar com HCO3− se:

AM AM AM
ou com AG ou com AG
sem AG ligeiro não-metabolizável

+
isto é, mistura de
AM com AG e insuficiência
AM sem AG
renal

– suplementação: p.o. (NaHCO3 ou solução de Shohl) ou IV (NaHCO3)


– aumentar lentamente até 20-22mmol/l (N: ~25mmol/l)
– sobrecorreção deve ser evitada

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TRATAMENTO
– na acidemia grave: 50-100meq NaHCO3 IV durante 30-45min nas primeiras 1-2h
– quantidades modestas dão mais segurança quanto à sobrecorreção

– fundamental monitorizar eletrólitos durante o tratamento


– [K+] pode diminuir com o aumento do pH Ex!

objetivo do tratamento
não é normalizar o pH nem [HCO3−]

– objetivo é aumentar [HCO3−] para 10meq/l e pH para ~7.2 Ex!

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ACIDOSE
METABOLICA
dois tipos clínicos

acidose metabólica acidose metabólica


com do gap aniónico sem do gap aniónico
Ex!

4 causas principais: acidose láctica, cetoacidose,


ingestão toxinas e insuficiência renal aguda/crónica

Ex!

Ex! Ex!

Ex!

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ACIDOSE
COM AG
– rastreio inicial para diferenciar causas deve incluir:
– salicilatos: história de ingestão e avaliação de alcalose respiratória
– cetoacidose diabética: avaliar presença de diabetes mellitus
– cetoacidose alcoólica: evidência alcoolismo e níveis de β-hidroxibutirato
– acidose urémica: sinais de urémia e determinar creatinina/BUN
– etilenoglicol: avaliação cristais oxalato na urina
– acidose láctica: reconhecer situações em que lactato pode aumentar
– hipotensão
– choque
– insuficiência cardíaca
– leucemia/cancro
– toxinas/fármacos

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ACIDOSE
LACTICA
dois tipos de lactato

L-Lactato D-Lactato
aumenta por aumenta por

má distúrbios absorção do lactato


perfusão aeróbios produzido pelas
(tipo A) (tipo B) bactérias intestinais
– insuficiência circulatória – neoplasias malignas – bypass jejunoileal
– anemia grave – análogos nucleosideos – síndrome do intestino curto
– def. enz. mitocondriais – diabetes mellitus – obstrução intestinal
– inibidores (CO, cianeto) – insuf. renal ou hepática
– deficiência tiamina
– infeções graves (cólera, malária)
– convulsões
– fármacos – biguanidas
– etanol
– metanol e propilenoglicol
– isoniazida
– frutose

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ACIDOSE
LACTICA
condição subjacente que desregula
metabolismo lactato deve ser corrigida primeiro
– perfusão tecidual deve ser reposta quando inadequada
– no mesmo sentido, vasoconstritores devem ser evitados

– bases são recomendadas para acidemia aguda grave (pH <7.15)


– objetivo é estimular a função cardíaca e metabolismo do lactato

terapêutica com NaHCO3 pode paradoxalmente


função cardíaca e a acidose
– pode a produção de lactato pela estimulação da fosfofrutocínase

fosfofrutocínase é enzima catalisadora


de reação limitante da glicólise

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ACIDOSE
LACTICA
– NaHCO3 pode causar sobrecarga de volume e hipertensão
– quantidade massiva necessária quando acumulação lactato é grave

– administração volume é particularmente mal tolerada


– devido à venoconstrição central, especialmente se oligúria

– pode ocorrer alcalose de ressalto após correção de causa subjacente


– lactato é metabolizado a HCO3− Ex!

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CETOACIDOSE
DIABETICA
– surge pelo metabolismo de ácidos gordos e acumulação de cetoácidos
– responsáveis pelo AG, frequentemente com hiperglicemia (>300mg/dl)

– ocorre normalmente em diabéticos insulinodependentes


– associada a doença intercorrente ou cessação de insulinoterapia
– infeção, gastroenterite, pancreatite, EAM

relação entre ΔAG e Δ[HCO3−]


é tipicamente ~1:1 na cetoacidose diabética

pilar do tratamento
é insulinoterapia IV
– insulina impede a formação de novos cetoácidos
– assim, tratamento com HCO3− raramente é necessário
– exceção: acidemia extrema (pH <7.1) e só em quantidades limitadas

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CETOACIDOSE
DIABETICA
– doentes com cetoacidose diabética tipicamente estão hipovolemicos
– requerem fluidoterapia com solução salina isotónica Ex!

– correção excessiva da volemia acontece com alguma frequência


– contribui para acidose hipercloremica que surge no tratamento

correção da volemia estimula excreção renal de


cetoácidos com perda de HCO3− potencial

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CETOACIDOSE
ALCOOLICA
– surge em alcoólicos crónicos com abstinência súbita e má nutrição
– associada a: binge drinking, fome, dor abdominal, vómitos e volume

distúrbios mistos são comuns


nos doentes com cetoacidose alcoólica
– hipoperfusão pode levar à produção de lactato
– alcalose respiratória crónica pode acompanhar hepatopatia crónica
– alcalose metabólica pode surgir com os vómitos

– principal cetoácido acumulado é β-hidroxibutirato e glicemia é variável

se hipovolemia for corrigida


cetoácido principal passa para acetoacetato
– explica teste de nitroprussiato progressivamente positivo com tratamento
– teste urinário (Acetest) que deteta acetoacetato mas não β-hidroxibutirato

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CETOACIDOSE
ALCOOLICA
– assim, grau de cetose e cetonúria pode mudar com tratamento
– pode levar à sua subestimação no início do quadro

– doentes com cetoacidose alcoólica têm função renal relativamente normal


– por oposição aos doentes com cetoacidose diabética – hipovolemia
– nefropatia DM

– tendo função renal normal podem excretar muitos cetoácidos na urina…

podem ter AG relativamente normal e


uma discrepância na relação entre ΔAG e Δ[HCO3−]
– hipovolemia acompanha quase sempre a cetoacidose alcoólica
– deve ser corrigida com soro isotónico glicosado

– hipofosfatemia, hipocalemia e hipomagnesemia podem surgir


– devem ser corrigidas
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CETOACIDOSE
ALCOOLICA
– hipofosfatemia normalmente surge 12-24h após admissão
– pode ser exacerbada pela infusão de glicose
– grave: pode induzir rabdomiólise e paragem respiratória

– hemorragia GI superior, pancreatite e pneumonia podem também surgir

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SALICILATOS
normalmente causam alcalose respiratória ou
alcalose respiratória + acidose metabólica com AG

– apenas uma porção do AG é devido aos salicilatos


– produção de ácido láctico está frequentemente aumentada

– lavagem gástrica imediata com soro isotónico (não com NaHCO3)


– seguida de carvão ativado por sonda nasogástrica

– acidóticos: NaHCO3 IV para alcalinizar urina e manter débito urinário


– pH >7.5
– facilita a remoção do salicilato
– tratamento pode ser perigoso se coexistir alcalose respiratória

– alcalémicos: não devem ser tratados com NaHCO3

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SALICILATOS
– existe alcalemia
– acetazolamida usada quando – não se consegue obter diurese alcalina
– melhorar hipervolemia de NaHCO3
– pode causar acidose metabólica se HCO3− não for reposto

– hipocalemia é previsível com a diurese alcalina


– deve ser tratada rápida e agressivamente

– fluidos com glicose devem ser administrados pelo risco de hipoglicemia

– perdas insensíveis excessivas podem dar hipovolemia e hipernatremia

– se insuficiência renal impedir excreção salicilatos: hemodiálise


– contra um dialisado de HCO3−

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ÁLCOOIS
etileno propileno álcool
metanol
glicol glicol isopropílico

na maioria das situações fisiológicas, osmolaridade


plasmática é gerada pelo Na+, ureia e glicose
– cálculo da osmolaridade: 𝑃𝑜𝑠𝑚 = 2𝑁𝑎+ + 𝐺𝑙𝑖 + 𝐵𝑈𝑁 (em mmol/l)

osmolaridade calculada e medida


devem concordar em 10-15 mmol/kgH2O
– ≠ entre osmolaridade calculada e medida: gap osmolar
– se medida exceder calculada em >10-15mmol/kgH2O
– pseudohiponatremia (hiperlipidemia ou hiperproteinemia)
– osmolitos para além do Na+, glicose e ureia acumularam-se…

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ÁLCOOIS
etileno propileno álcool
metanol
glicol glicol isopropílico

– exemplos: álcoois inclusive etanol, acetona, manitol e contraste

neste contexto gap osmolar é proporcional


à concentração do soluto não-medido
– presença de gap osmolar ajuda identificar tóxicos como causa acidose AG

três álcoois podem causar intoxicações fatais:


etilenoglicol, metanol e álcool isopropílico

os três causam do gap osmolar mas


só o etilenoglicol e o metanol causam acidose AG
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ÁLCOOIS
etileno propileno álcool
metanol
glicol glicol isopropílico

– SNC
– ingestão provoca acidose AG e dano grave – coração/pulmões
– rins

– ácido oxálico
– AG é devido ao etilenoglicol e seus metabolitos – ácido glicólico
– outros

– inibição ciclo Krebs


– produção de ácido láctico também aumenta por – alteração estado redox

diagnóstico é facilitado pelos cristais oxalato na


urina, gap osmolar e acidose AG

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ÁLCOOIS
etileno propileno álcool
metanol
glicol glicol isopropílico

acidose AG e gap osmolar aumentado com


suspeita clínica devem bastar como evidência
– tratamento não deve esperar pela medição de níveis de etilenoglicol

– lâmpada Wood pode usar-se para visualizar aditivo do etilenoglicol na urina


– raramente reprodutível
– diurese osmótica ou salina
– tratamento – suplementos piridoxina/tiamina
– fomepizole
– hemodiálise é normalmente necessária

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ÁLCOOIS
etileno propileno álcool
metanol
glicol glicol isopropílico

– fomepizole: inibidor da desidrogenase alcoólica (dose carga 15 mg/kg IV)


– oferece um declínio previsível dos níveis de etilenoglicol
– não tem a obnubilação excessiva do álcool etílico

é o agente de escolha
no tratamento da intoxicação por etilenoglicol
– etanol: se utilizado, infusão IV para obter níveis 100mg/dl (22mmol/l)

– mecanismo: competição pelo metabolismo pela desidrogenase alcoólica


– tanto do etanol como do fomepizole

– hemodiálise: quando pH arterial <7.3 ou gap osmolar >20mOsm/kg

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ÁLCOOIS
etileno propileno álcool
metanol
glicol glicol isopropílico

– a sua ingestão causa acidose metabólica AG


– gap osmolar está normalmente presente
– metabolitos causam dano nervo óptico e SNC grave
– formaldeído e ácido fórmico

– ácido láctico, cetoácidos e outros ácidos orgânicos contribuem para acidose

– tratamento: idêntico ao do etilenoglicol

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ÁLCOOIS
etileno propileno álcool
metanol
glicol glicol isopropílico

– veículo utilizado na administração de vários fármacos


– diazepam, lorazepam, fenitoína, etomidato,
nitroglicerina, fenobarbital, enoximona
– normalmente seguro para uso limitado
– toxicidade + frequente em cuidados intensivos (uso frequente/contínuo)

deve ser considerada se acidose AG inexplicada,


hiperosmolaridade e deterioração clínica
– como etilenoglicol e metanol: metabolizado pela desidrogenase alcoólica

– tratamento: parar a infusão responsável


– fomepizole se doente acidótico

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ÁLCOOIS
etileno propileno álcool
metanol
glicol glicol isopropílico

– absorvido rapidamente quando ingerido e pode ser fatal com apenas 150ml
– níveis >400mg/dl podem ser fatais

– metabolizado pela desidrogenase alcoólica a acetona


– este metabolito é rapidamente excretado

– características principais deste álcool diferem dos outros…

composto inicial (não metabolitos) causa toxicidade


acidose AG não está presente (excreção acetona)
– no entanto tanto álc. isopropílico como acetona gap osmolar

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ÁLCOOIS
etileno propileno álcool
metanol
glicol glicol isopropílico

– hipoglicemia é comum

– tratamento: watchful waiting e suporte (fluidos IV, vasopressores, suporte ventilatório)


– coma prolongado
– hemodiálise: ocasionalmente se – instabilidade hemodinâmica
– níveis >400mg/dl

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ÁCIDO
PIROGLUTÂMICO = 5-oxiprolina

acidose AG induzida pelo paracetamol é incomum


mas tem sido reconhecida mais frequentemente
– overdose paracetamol
– doentes má nutrição
– doentes críticos

deve ser suspeitada se acidose AG inexplicada,


sem gap osmolar em doentes a receber paracetamol

– tratamento: cessação do paracetamol


– NaHCO3 IV deve ser administrado

– N-acetilcisteína: desconhecido se metabolismo de ác. piroglutâmico


– pela reposição dos níveis de glutationa

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INSUFICIÊNCIA
RENAL
Ex!

acidose hipercloremica da IR moderada


converte-se na acidose AG da IR avançada
– patogénese: má filtração e reabsorção aniões orgânicos

– com progressão da doença nº nefrónios funcionantes é cada vez menor


– eventualmente: insuficiente para acompanhar produção diária ácido
– acidose urémica: caracterizada taxa produção e excreção NH4+ Ex!

apesar da retenção ácido significativa (~20mmol/d)


[HCO3−] não diminui mais após um certo valor
– indica participação de sistemas tampão fora do compartimento extracelular
– ácido retido na DRC é tamponado por sais alcalinos ósseos Ex!

– esta acidose (via tamponamento) resulta em perda significativa de CaCO3


– também excreção Ca2+ proporcional à retenção de ácido

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INSUFICIÊNCIA
RENAL
– tratamento: suplementação oral com bases para manter [HCO3−] >22mmol/l
– tanto na acidose hiperclorémica como na urémica do doente com DRC
– importante pela associação da acidose a catabolismo muscular e ósseo

– bastam quantidades modestas de base (1-1.5 mmol/kg/d) para atingir [HCO3−]


– citrato de sódio (solução de Shohl) ou NaHCO3 têm mesma eficácia

– citrato aumenta absorção de alumínio do trato GI


– nunca deve ser dado juntamente com antiácidos com alumínio
– risco de intoxicação com alumínio

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INTERVALO

ACIDOSE E ALCALOSE
HPIM 66

PEDRO RIBEIRO QUEIRÓS


pedroribeiroqueiros@gmail.com

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ACIDOSE
METABOLICA
dois tipos clínicos

acidose metabólica acidose metabólica


com do gap aniónico sem do gap aniónico

existe uma troca recíproca na [Cl-] e [HCO3−]


que resulta num AG normal

portanto, nas acidoses sem AG puras,


o [Cl-] aproxima-se da [HCO3−]

ausência desta relação


sugere um distúrbio misto

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ACIDOSE
SEM AG
bases podem ser perdidas
na diarreia ou pelos rins (p.e. acidose tubular renal, ATR)

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DIARREIA
– fezes diarreicas contêm mais [HCO3−] (e HCO3− decomposto) que plasma
– desenvolve-se acidose metabólica e hipovolemia

em vez de urina ácida (dada acidemia sistémica)


pH da urina é normalmente >6
– acidose metabólica + hipocalemia: síntese e excreção NH4+ Ex!

– fornece tampão urinário que aumenta pH da urina

níveis NH4+ na urina podem ser usados para


≠ acidose metabólica por perda GI de ATR
– altos na primeira situação e baixos na segunda

– níveis NH4+ podem ser estimados calculando gap aniónico urinário (GAU):

𝐺𝐴𝑈 = [𝑁𝑎+ + 𝐾 + ]𝑢 −[𝐶𝑙 − ]𝑢

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DIARREIA
NH4+ …
+ …
NH4

Na+
Na+
Cl- Cl-

K+
K+

quando [Cl-]u > [Na+ + K+]u quando [Na+ + K+]u > [Cl-]u
GAU é negativo GAU é positivo

– indica que níveis NH4+ estão – indica que níveis NH4+ não estão
apropriadamente elevados apropriadamente elevados
– sugere causa extra-renal para acidose – sugere causa renal para acidose

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CAUSAS
RENAIS
– ATR proximal (tipo 2): mais frequentemente por disfunção proximal geral
– síndrome de Fanconi
– disfunção geral manifestada por glicosúria, aminoacidúria e fosfatúria
– com [HCO3−] plasma baixa o pH urinário é ácido (<5.5)
– excreção fraccional HCO3− pode >10-15% quando [HCO3−] >20mmol/l
– suplementação com NaHCO3 espoliação de K+ e hipocalemia Ex!

– ATR distal clássica (tipo 1): incapacidade de acidificação distal da urina


– acidose, hipocalemia e baixa secreção NH4+ (GAU +, baixa [NH4+]u)
– maioria também tem hipocitratúria e hipercalciúria
– assim, nefrolitíase/nefrocalcinose e doença óssea são comuns

– ATR distal generalizada (tipo 4): surge por disfunção distal geral
– causas: p.e. diabetes, uropatia obstrutiva ou doenças tubulointersticiais
– hipercalemia desproporcional à diminuição da TFG e acidose
– excreção urinária de NH4+ está invariavelmente deprimida

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CAUSAS
RENAIS
– hipoaldosteronismo hiporeninémico: tipicamente cursa com acidose
– mais comum: idosos com DM ou doenças tubulointersticiais e IR
– normalmente têm DRC moderada (20-50ml/min) e hipercalemia
– também têm hipertensão e insuficiência cardíaca concomitante
– acidose e hipercalemia são desproporcionais à diminuição da TFG

AINEs, IECAs, pentamidina e trimetoprim


causam acidose em doentes com IR

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ALCALOSE
METABOLICA
Ex!
manifesta-se por aumento pH arterial,
aumento [HCO3−] sérica e aumento PaCO2

– frequentemente acompanhada por hipocloremia e hipocalemia

pH estabelece o diagnóstico pois está na alcalose


metabólica e /N na acidose respiratória

frequentemente em associação
com outros distúrbios ácido-base

resulta de ganho de HCO3− ou


de perda de ácido não-volátil do LEC

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ALCALOSE
METABOLICA
– administrado exogenamente
– para HCO3− ser adicionado ao LEC – sintetizado endogenamente (rins)
– adição de HCO3− ao LEC é rara: mais comum é perda de ácido

– este distúrbio envolve normalmente 2 fases:


– fase generativa: normalmente perda de ácido a causar alcalose
– fase manutenção: rins falham na excreção HCO3− compensatória

– fase de manutenção surge se:

alcalose alcalose
corrigida
défice défice défice corrigida
administrando K+ Cl- K+ intervenção
NaCl e KCl farmacológica/cx
ou
hipo TFG hiper
aldosteronismo
volemia reduzida autónomo

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ALCALOSE
METABOLICA

hipertensão
alcalose hipocalemia
crónica

sugere excesso mineralocorticoides ou consumo diuréticos num hipertenso

baixa Ø
[Na+]u [Cl-]u
atividade consumo
normal normal
renina plasma diuréticos

sugere síndrome excesso de mineralocorticoides primário

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ALCALOSE
METABOLICA

sem
alcalose hipocalemia normotenso
edemas

Bartter, Gitelman, deficiência Mg2+, vómitos, bases exógenas ou diuréticos…

urina [Na+]u [K+]u [Cl-]u


alcalina elevado elevado baixo

normalmente vómitos ou bases exógenas

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ALCALOSE
METABOLICA

sem
alcalose hipocalemia normotenso
edemas

Bartter, Gitelman, deficiência Mg2+, vómitos, bases exógenas ou diuréticos…

urina
[Na+]u [K+]u [Cl-]u
relativamente
diminuído diminuído diminuído
ácida

vómitos prévios, diurético prévios ou estado pós-hipercapnico

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ALCALOSE
METABOLICA

sem
alcalose hipocalemia normotenso
edemas

Bartter, Gitelman, deficiência Mg2+, vómitos, bases exógenas ou diuréticos…

urina
[Na+]u [K+]u [Cl-]u
relativamente
não diminuído não diminuído não diminuído
ácida

Bartter, Gitelman, deficiência Mg2+, diuréticos correntes

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ALCALOSE
METABOLICA
ingestão TFG hipo défice défice défice hiper
aldosteronismo
bases reduzida volemia K+ Cl- K+ autónomo

Ex!

Ex!

Ex!

Ex!

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ALCALOSE
METABOLICA
ingestão TFG hipo défice défice défice hiper
aldosteronismo
bases reduzida volemia K+ Cl- K+ autónomo

Ex!

administração crónica de bases a indivíduos com


função renal normal raramente causa alcalose
– pode causar alcalose em pacientes com distúrbios hemodinâmicos
– capacidade de excretar HCO3− pode ser excedida
– reabsorção HCO3− pode estar aumentada
– HCO3− (po ou IV)
– acetato (alimentação parentérica)
– estes incluem os que recebem – citrato (transfusões)
– antiácidos + resinas trocadoras catiões
(hidróxido de alumínio e sulfonato poliestireno de sódio)

– doentes em lares alimentados por sonda têm maior incidência de alcalose


– comparativamente aos alimentados por via oral
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ALCALOSE
METABOLICA
ingestão TFG hipo défice défice défice hiper
aldosteronismo
bases reduzida volemia K+ Cl- K+ autónomo

origem origem
GI renal

Ex!
perda de H+ por vómitos ou aspiração gástrica
leva a retenção de HCO3−

– fase ativa: carga de HCO3− filtrado está agudamente aumentada


– excede a capacidade de reabsorção do túbulo proximal
– urina torna-se alcalina e rica em K+

– após vómito: persistência défice volume, K+ e Cl- causa manutenção


– devido a capacidade reabsorção HCO3− nestas condições

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ALCALOSE
METABOLICA
ingestão TFG hipo défice défice défice hiper
aldosteronismo
bases reduzida volemia K+ Cl- K+ autónomo

origem origem
GI renal

correção da hipovolemia com NaCl e do défice K+


corrige o distúrbio ácido-base
– devolve ao rim a capacidade de excretar HCO3− em excesso

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ALCALOSE
METABOLICA
ingestão TFG hipo défice défice défice hiper
aldosteronismo
bases reduzida volemia K+ Cl- K+ autónomo

origem origem
GI renal

– diuréticos: fármacos que induzem cloriurese agudamente VLEC


– tiazídicos e de ansa
– esta não é acompanhada por do conteúdo corporal de HCO3−
Ex!
[HCO3−] sérica porque a VLEC
“contrai” a [HCO3−] do plasma (alcalose de contração)
Ex!
cronicamente gera alcalose por entrega distal Na+
estimulando secreção K+ e H+

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ALCALOSE
METABOLICA
ingestão TFG hipo défice défice défice hiper
aldosteronismo
bases reduzida volemia K+ Cl- K+ autónomo

origem origem
GI renal

– manutenção: persistência VLEC, hiperaldosteronismo 2º, défice K+ Ex!

– combinado com efeito direto do diurético (desde que administração continue)

tratamento do distúrbio consegue-se com


solução salina isotónica para corrigir hipovolemia

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ALCALOSE
METABOLICA
ingestão TFG hipo défice défice défice hiper
aldosteronismo
bases reduzida volemia K+ Cl- K+ autónomo

origem origem
GI renal

– aniões não absorvíveis: estimulam secreção distal H+ e K+


– p.e. penicilina e carbenicilina
– aumentam a diferença de potencial transepitelial

– défice Mg2+: estimula secreção de renina e aldosterona


– leva a alcalose hipocalémica pela estimulação secreção distal H+ e K+

– défice K+: causa alcalose metabólica por estimular secreção H+


– produção de NH4+ e reabsorção de HCO3− estão estimuladas
– upregulation da ATPase H+,K+: absorção K+ por excreção H+
Ex!
alcalose é resistente à administração de sal
mas correção défice K+ corrige a alcalose
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ALCALOSE
METABOLICA
ingestão TFG hipo défice défice défice hiper
aldosteronismo
bases reduzida volemia K+ Cl- K+ autónomo

origem origem
GI renal

– pós-tratamento acidose láctica/cetoacidose: ácidos metabolizáveis


– gera-se equivalente em HCO3− após remoção estímulo para formação
– outras fontes de HCO3− são aditivas a esta, criando um excesso HCO3−
– HCO3− adicionado pelo rim pela maior excreção de H+ durante a acidose
– tratamento com bases durante a acidose

– manutenção: hipovolemia induzida pela acidose e hipocalemia

– pós-hipercapnia: retenção prolongada CO2 por acidose respiratória crónica


– estimula reabsorção HCO3− e geração de novo HCO3− (pela excreção H+)
– alcalose: persistência deste HCO3− quando CO2 é rapidamente corrigido

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ALCALOSE
METABOLICA
ingestão TFG hipo défice défice défice hiper
aldosteronismo
bases reduzida volemia K+ Cl- K+ autónomo

– produção autónoma suprarrenal (primária)


– níveis aldosterona – sobreprodução renal de renina (secundário)
Ex!

– excesso mineralocorticoides: excreção de ácido levando a alcalose


– pode ser agravada pela hipocalemia que se desenvolve
– hipervolemia pela retenção de sal causa hipertensão

– excesso mantém caliurese, podendo conduzir a depleção em K+


– depleção leva a poliúria com polidipsia e isostenúria

– síndrome Liddle: hipertensão monogénica rara por função ENaC


– cursa com hipervolemia, alcalose hipocalemica e aldosterona normal

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ALCALOSE
METABOLICA
com alcalose alterações ao SNC e periférico são
semelhantes às da hipocalcemia

– sintomas incluem confusão mental e obnubilação


– também predisposição convulsiva, parestesias, caimbras e tetania
– agravamento de arritmias e hipoxemia (se DPOC)

– alterações hidroelectrolíticas associadas: hipocalemia e hipofosfatemia


Ex!

tratamento é essencialmente dirigido a corrigir


o estimulo subjacente à geração excesso HCO3−

– p.e. aldosteronismo primário, EAR ou Cushing: correção reverte alcalose


– perda de H+ pelo estômago pode ser mitigada com uso de IBPs
– perda de H+ pelos rins responderá à descontinuação de diuréticos

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ALCALOSE
METABOLICA
segundo aspeto do tratamento passa pela remoção
dos fatores que mantêm o inapropriado de HCO3−
– hipocalemia deve ser sempre corrigida
– solução salina isotónica é normalmente suficiente para corrigir volemia

– se condição doente não permitir administração sal: acetazolamida


– acelera perda de HCO3− pelo rim embora possa agravar perda K+

– HCl diluído também é eficaz


– deve ser administrado lentamente numa veia central
– pode causar hemólise

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ACIDOSE
RESPIRATÓRIA
Ex!

é reconhecida por
um aumento na PaCO2 e uma diminuição do pH
– pode ser devida a:

doença fadiga anomalias


pulmonar músculos controlo
grave respiratórios ventilação

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ACIDOSE
RESPIRATÓRIA
clínica varia com gravidade e duração da acidose,
doença subjacente e presença/ausência hipoxemia
– dispneia
– rápido na PaCO2 pode causar – ansiedade/confusão/psicose/alucinações
– coma

– alt. sono/sonolência diurna


– perda de memória
– hipercapnia crónica tem menor disfunção – alterações personalidade
– alt. coordenação/motoras
– tremor, asterixis, mioclonias

– dor de cabeça e outros sinais que simulam pressão intracraniana


– papiledema, reflexos anormais, fraqueza muscular focal

– pela vasoconstrição secundária à perda efeito vasodilatador do CO2

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ACIDOSE
RESPIRATÓRIA
– centro respiratório por fármacos, lesão ou doença pode produzir acidose
– pode ocorrer de forma aguda ou crónica
– sedativos – sedativos/álcool
Ex! – anestésicos – tumores intracranianos
– TCE – distúrbios respiratórios do sono

– fadiga dos músculos respiratórios pode causar hipoventilação


– neurónios motores
– surge por alterações – junção neuromuscular
– músculo esquelético

– ventilação mecânica pode levar a acidose se não ajustada/supervisionada


– particularmente se produção CO2 rapidamente ou ventilação
– febre/sépsis – agravamento função
– agitação pulmonar
– sobrealimentação

– altos valores de PEEP + débito cardíaco reduzido pode causar PaCO2


– devido a grandes aumentos no espaço morto alveolar

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ACIDOSE
RESPIRATÓRIA
– hipercapnia permissiva tem sido usada com maior frequência
– pela menor mortalidade comparativamente a ventilação convencional
– especialmente nos casos de doença grave do SNC ou cardíaca

acidose da hipercapnia permissiva


pode necessitar NaHCO3 para pH para 7.25
– sobrecorreção da acidemia pode ser deletéria

– hipercapnia aguda surge após oclusão súbita das vias aéreas


– tanto das superiores como broncospasmo generalizado
– asma grave, anafilaxia, queimadura inalatória ou toxinas

– hipercapnia crónica surge nas doenças obstrutivas terminais

– doenças restritivas podem causar acidose respiratória


– alto custo metabólico da ventilação pode levar a fadiga muscular
– estados avançados restritivos apresentam acidose respiratória crónica

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ACIDOSE
RESPIRATÓRIA
– diagnóstico requer medição da PaCO2 e do pH
– história e exame físico detalhados frequentemente indicam a causa

– provas de função respiratória permitem identificar doença pulmonar


– espirometria, volumes, DLCO, saturação arterial O2

– estudo também deve procurar causas não pulmonares


– fármacos, hematócrito, função parede torácica/pleura e neuromuscular

– tratamento: depende da gravidade e taxa de instalação

acidose respiratória aguda


pode ser fatal
– deve-se reverter causa subjacente e restaurar ventilação adequada
– intubação traqueal e ventilação assistida podem ser necessárias

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ACIDOSE
RESPIRATÓRIA
correção rápida da hipercapnia crónica
deve ser evitada

– da PaCO2 pode ter mesmas complicações que alcalose resp. aguda

– PaCO2 deve ser diminuída de forma gradual para níveis basais


– Cl- e K+ devem ser suficientes para estimular excreção renal HCO3−

– acidose crónica é frequentemente difícil de corrigir


– ajuda alguns pacientes
– melhoria função respiratória – impede deterioração futura na maioria

– administração O2 deve ser titulada cuidadosamente


– em doentes com retenção CO2 crónica que ventilam espontaneamente
– quando usado imprudentemente pode haver progressão da acidose

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ALCALOSE
RESPIRATÓRIA
hiperventilação alveolar PaCO2
e rácio HCO3−/PaCO2 e pH
– agudamente: tampões celulares respondem consumindo HCO3−

– hipocapnia surge quando existe um estímulo ventilatório forte


– causa excreção CO2 que excede produção metabólica

pH e [HCO3−] parecem variar proporcionalmente


com a PaCO2 entre os 40-15mmHg
– relação aguda entre pH e PaCO2: 0.01 unidade pH/mmHg
– relação crónica: 0.003 unidade pH/mmHg

– >2-6h: excreção renal amónia, ácido titulável e reabsorção HCO3−


– no entanto, compensação renal total pode demorar vários dias
– requer função renal e volemia normais
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ALCALOSE
RESPIRATÓRIA
rim parece responder diretamente à PaCO2
em vez da alcalose per se

efeitos dependem da gravidade e taxa de instalação


mas são sobretudo os da doença subjacente
– tonturas
– fluxo cerebral pela rápida PaCO2 – confusão
– convulsões
– mesmo na Ø de hipoxemia

– efeitos cardiovasculares da hipocapnia aguda


– conscientes: são mínimos
– anestesiados ou ventilados: surgem efeitos destes procedimentos
– doença cardíaca: arritmias podem surgir pela entrega O2

– alcalose desvia curva de dissociação da hemoglobina para a esquerda

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ALCALOSE
RESPIRATÓRIA
– alcalose aguda causa entrada celular de Na+, K+ e PO42-
– hipocalemia é normalmente mínima

– também reduz Ca2+ livre por aumentar a fração ligada a proteínas

com alcalose alterações ao SNC e periférico são


semelhantes às da hipocalcemia

alcalose respiratória crónica é distúrbio ácido-base


mais comum no doente crítico

quando alcalose respiratória crónica é grave


normalmente pronuncia um mau prognóstico

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ALCALOSE
RESPIRATÓRIA
– muitas doenças cardiopulmonares: alcalose na fase inicial/intermédia
– necessária atenção se neste contexto surgir normocapnia + hipoxemia
– pode predizer início rápido de insuficiência respiratória
– averiguar se paciente está a ficar fatigado

– alcalose respiratória é comum na ventilação mecânica

– síndrome hiperventilação: pode ser incapacitante


– dormência perioral/parestesias
– aperto torácico ou dor
– stresses que podem perpetuar – tonturas
– incapacidade de respirar adequadamente
– tetania (raramente)

– gasometria: alcalose respiratória aguda ou crónica


– hipocapnia de 15-30mmHg e sem hipoxemia

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ALCALOSE
RESPIRATÓRIA
– doença/lesão SNC: pode produzir vários padrões de hiperventilação
– níveis PaCO2 sustentados de 20-30mmHg
– metabolismo basal: hipertiroidismo, exercício e altas cargas calóricas

neste caso ventilação aumenta em proporção e


gases não se alteram e não há alcalose

salicilatos são a causa mais comum


de alcalose respiratória induzida por fármacos
– resulta de estimulação direta dos quimiorrecetores medulares

– metilxantinas, teofilina e aminofilina: ventilação e resposta a CO2

– progesterona: ventilação e PaCO2 até 5-10mmHg

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ALCALOSE
RESPIRATÓRIA
assim, alcalose respiratória crónica
é uma característica comum da gravidez

– insuficiência hepática: alcalose respiratória é proeminente

gravidade da alcalose respiratória


correlaciona-se com o grau de insuficiência hepática

alcalose respiratória é frequentemente um achado


precoce na sépsis por gram-negativos

– mesmo antes de surgir febre, hipoxemia ou hipotensão

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ALCALOSE
RESPIRATÓRIA
– diagnóstico: baseado na medição do pH arterial e PaCO2
– [K+] plasmática frequentemente reduzida e [Cl-] aumentada

– após diagnóstico a causa deve ser investigada


– síndrome de hiperventilação é diagnóstico de exclusão
– tromboembolismo pulmonar
– nos casos difíceis é importante excluir – doença coronária
– hipertiroidismo

– tratamento: dirigido à doença subjacente


– volume corrente
– ventilação mecânica: hipocapnia com alterações – espaço morto
– frequência respiratória
– conforto
– síndrome hiperventilação – respirar para saco de papel durante ataques
– atenção a stress psicológico subjacente

– antidepressivos e sedativos não são recomendados


– Bβ: melhorar manifestações periféricas de estado hiperadrenérgico

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ALCALOSE
RESPIRATÓRIA

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