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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

MÚSICA POPULAR - MÚSICAS TRADICIONAIS DO BRASIL - 2018/1

CAPOEIRA

Discentes:​ Eduardo Raupp, Giovanna Mottini, Julia Pianta, Kristal Werner e Tomás Silva
Docente: ​Marília Stein

Porto Alegre, junho de 2018.


INTRODUÇÃO

Segundo dossiê do IPHAN, relativo ao processo de patrimonialização da Capoeira


(IPHAN, 2007), a capoeira é uma expressão cultural brasileira, que se caracteriza por sua
multidimensionalidade - mistura dança, música, jogo e luta. Ainda que alguns praticantes
priorizem sua face cultural (seus aspectos musicais e rituais), sua face esportiva (a luta e a
ginástica corporal) não é deixada de lado.
Originada no século XVII, período escravocrata, desenvolveu-se como um modo de
sociabilidade e solidariedade construída pelos africanos escravizados, uma estratégia
social para lidarem com o controle e a violência. Cidades como Salvador, Rio de Janeiro e
Recife receberam um grande contingente de africanos escravizados e se tornaram
verdadeiros “santuários” da capoeira antiga.  ​No “Documentário Sobre a Capoeira”,
realizado pelo Centro de TV - IRDEB Bahia, o etnólogo Waldeloir Rego afirma que, por ser
uma expressão de tradição oral, em sua história ainda existem algumas lacunas e a sua
origem é remetida a três mitos fundadores, já que não existe um documento que comprove
de fato onde teria nascido. O mais aceito entre os três diz que alguma dança ou luta similar
à capoeira foi trazida pelos escravos africanos, e então modificada no Brasil de acordo com
as suas necessidades. Num período de muita violência, os escravos fugiam dos engenhos
onde eram mantidos presos por seus senhores e, no mato, acabavam por formar os
quilombos - onde acredita-se que passavam o tempo desenvolvendo sua estratégia de
defesa com o seu principal instrumento, o corpo. ​Conforme o verbete sobre capoeira na
wikipedia,
A música é um componente fundamental da capoeira. Foi introduzida como forma de
ludibriar os escravizadores, fazendo-os acreditar que os escravos estavam dançando
e cantando, quando na verdade estavam desenvolvendo e treinando uma arte
marcial para se defenderem. Componente fundamental de uma roda de capoeira, ela
determina o ritmo e o estilo do jogo que é jogado (CAPOEIRA, 2018).

Como pouco aprendemos a respeito dessa expressão cultural, e acreditamos que há


uma falha e uma dívida para com a cultura negra, principalmente no ambiente escolar,
concordamos que esse tema seria um bom objeto de estudo. A pesquisa através de
materiais descritivos sobre a capoeira e a pesquisa de campo foram metodologias usadas
para obtenção de maiores informações sobre o assunto. Este trabalho propõe responder
questionamentos sobre a origem da capoeira, reconhecer os instrumentos musicais usados
nas rodas de capoeira, suas claves e as temáticas envolvidas nos cantos, apresentar
grandes mestres da história da capoeira e discorrer sobre a importância do reconhecimento
da história de resistência afro brasileira, em grande parte, desprezada pela educação
básica do Brasil.
CAPOEIRA DE ANGOLA E CAPOEIRA TRADICIONAL

MESTRE PASTINHA E A CAPOEIRA DE ANGOLA

A Capoeira angola é o estilo mais próximo de como os escravos lutavam ou jogavam


a capoeira. É a capoeira mais tradicional, pois “refere-se a toda a capoeira que mantém as
tradições da época anterior à da criação do estilo Regional” (CAPOEIRA, 2018).
Conforme notícia presente no site da Fundação Cultural Palmares, escrita por Tiago
Cantalice (2016), Mestre Pastinha foi um dos principais mestres da história da capoeira e o
maior propagador da capoeira de Angola. Pastinha, nascido na Bahia, começou a lutar
capoeira para aprender a se defender quando menino. Um velho africano, que sempre o
via apanhar, disse a ele para começarem a se encontrar para treinar sua defesa.
Foi na capoeira que Vicente Ferreira Pastinha descobriu sua força interior e corporal,
e foi o principal disseminador da visão da capoeira como arte e educação. Publicou o livro
Capoeira da Angola, em 1964, que defendia a não violência no jogo. Em 1941, fundou a
segunda escola de capoeira legalizada pelo governo baiano, o Centro Esportivo de
Capoeira Angola (CECA), no Largo do Pelourinho, na Bahia.

MESTRE BIMBA E A CAPOEIRA REGIONAL

A capoeira regional começou a nascer na década de 1920, do encontro de mestre


Bimba com seu futuro aluno, José Cisnando Lima. “Acreditavam que a capoeira estaria
perdendo seu valor marcial” e que uma “reestruturação era necessária” (CAPOEIRA,
2018). “Bimba criou, então, sequências de ensino e metodizou o ensino de capoeira”
(CAPOEIRA, 2018); “misturou elementos da Capoeira Tradicional com o batuque (luta do
Nordeste Brasileiro extinta com o passar do tempo) criando assim um novo estilo de luta
com praticidade na vida, movimentos mais rápidos e acompanhada de música” (MESTRE
BIMBA, 2018). “A capoeira regional também introduziu, na capoeira, o conceito de
graduações. Na academia de mestre Bimba, existiam três níveis hierárquicos: calouro,
formado e formado especializado. As graduações eram determinadas por um lenço
amarrado na cintura.” (CAPOEIRA, 2018)
“Aconselhado por Cisnando, Bimba chamou sua capoeira de Luta Regional Baiana,
visto que a capoeira ainda era ilegal na época.” (CAPOEIRA, 2018) Porém, mesmo que a
capoeira tenha sido removida do código penal apenas no ano de 1940, mestre Bimba
fundou a primeira academia de capoeira da história, em Salvador, no ano de 1932. Em
1937, “fundou o centro de Cultura Física e Luta Regional, com alvará da secretaria da
Educação, Saúde e Assistência de Salvador. Seu trabalho obteve aceitação social,
passando a ensinar para as elites econômicas, políticas, militares e universitárias.”
(CAPOEIRA, 2018) Até que, no ano de 1996, foi outorgado como Doutor Honoris Causa na
Universidade Federal da Bahia - como relatado em “​Documentário Sobre a Capoeira”,
realizado pelo Centro de TV - IRDEB Bahia.
A RODA DE CAPOEIRA

A roda é um elemento estrutural da capoeira. Nela, podem ser identificados os


elementos de riqueza cultural e preservação das tradições, como também uma importante
função de coesão social. É um espaço bastante ritualizado. Os cantos e gestos presentes
nesta manifestação expressam uma visão de mundo e um código de ética comum entre os
participantes (RODA DE CAPOEIRA, 2014)​.
A roda de capoeira expressa a história de resistência negra no Brasil, durante e
após o período da escravidão. Seu reconhecimento como patrimônio demarca a
conscientização sobre o valor da herança cultural africana. O fato de a roda ter sido
proibida durante a escravidão mostra o grande poder de união e resistência que a capoeira
proporcionava aos escravos. Hoje em dia tem sua importância como símbolo de resistência
e de combate ao racismo e outras formas de opressão reconhecida mundialmente.

MESTRE E CONTRAMESTRE

O mestre de capoeira é um difusor cultural das práticas e tradições envolvidas na


capoeira. É reconhecido por sua comunidade e considerado um guardião da memória, da
tradição, dos saberes e fazeres desta. O mestre é responsável por tocar o berimbau
principal na roda de capoeira, como também por puxar os cantos e ditar o ritmo do jogo no
sentido de exercer sua influência e sabedoria a fim de que o jogo seja harmonioso e
aconteça de acordo com os preceitos da cultura moral e filosófica presente no universo da
capoeira. A presença do mestre motiva e guia os participantes a se engajarem na cultura
moral e filosófica da capoeira.
O contramestre é a figura imediatamente abaixo do mestre em termos de nível
hierárquico. Na ausência do mestre, assume suas funções.
OS INSTRUMENTOS E BASE RÍTMICA

Os instrumentos mais utilizados na roda de capoeira são o berimbau, o caxixi, o


pandeiro, o agogô, o atabaque e o reco-reco. Instrumentos percussivos que ritmizam os
cantos entoados pelo mestre e demais participantes do jogo. Usualmente os capoeiristas,
além de jogadores, também tocam algum instrumento e têm aulas para isso. O berimbau é
o instrumento que dita o ritmo do jogo: s​e o toque - conjunto de notas emitidas pelo
berimbau - for de Angola, joga-se capoeira angola; se for São Bento Grande, joga-se
capoeira regional. Tendo mais de um berimbau na roda, o principal é tocado pelo mestre e
esse conduz os outros. (CORDAS E SONS DO BERIMBAU, 2014.)
Segundo o IPHAN, existem muitos toque diferentes de berimbau, para cada tipo de
jogo. O “Toque de Cavalaria”, por exemplo, foi criado em meio aos anos 1920 quando a
capoeira ainda era perseguida em Salvador. O toque servia como aviso e proteção aos
capoeiristas diante da chegada do Esquadrão da Cavalaria, que atacava as rodas e
perseguia os capoeiristas. O toque imitava o som do trote dos cavalos, alertando que a
chegada do Esquadrão para os participantes da roda. (CORDAS E SONS DO BERIMBAU,
2014.)
O berimbau é tocado com um dobrão (moeda) que altera o comprimento da corda do
instrumento para diferenciar os três sons que ele reproduz: baixo (com a corda solta, mais
grave), alto (com a corda esticada, mais agudo) e estridente (com o bordão abafando a
vibração da corda). (CORDAS E SONS DO BERIMBAU, 2014.)
É difícil definir ou escrever o “ritmo” da capoeira, tendo em vista a quantidade de
toques, rodas e capoeiristas diferentes que existem. Pegamos, então, uma base rítmica
comum em várias rodas (como podemos ver nos vídeos de Itapuã Beiramar e Emerson
Rasta de 2013 e no “Capoeira Muzenza | 6º Encontro MuzenzAlgarve | Roda parte2” de
2016) para exemplificar como poderia ser a escrita musical. Entende-se que os sons mais
agudos estão escritos mais em cima na partitura e os graves mais embaixo.
Percebemos que o primeiro tempo é muito marcado pelas duas colcheias pois todos
os instrumentos fazem a mesma frase rítmica, com um toque mais agudo na primeira
colcheia e um mais grave na segunda. No segundo tempo alguns instrumentos já
“preenchem” mais com algumas semicolcheias, como o pandeiro e o reco-reco. A única
variação individual de um instrumento é feito pelo atabaque, que marca a última
semicolcheia do segundo tempo. ​…………………………………………………..
SALVAGUARDA

A capoeira é uma manifestação cultural presente em todo o território brasileiro e em


mais de 150 países. Além de arte, luta e expressão, é também filosofia para muitos de seus
praticantes e apaixonados. O reconhecimento da “Capoeira” como Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Unesco, 2014) demarca a conscientização de Patrimônio Cultural
Brasileiro sobre o valor da herança cultural africana no Brasil. A legislação que rege o
reconhecimento de um bem cultural como patrimônio imaterial é o Decreto nº 3.551/00. Em
2014, a Roda de Capoeira também foi contemplada com o título de Patrimônio da
Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco).
Como formas de reconhecimento e salvaguarda da capoeira podem ser realizadas
pesquisas, mapeamento cultural; reuniões com mestres e praticantes que se interessam
pela salvaguarda; oficinas de transmissão de saberes das Rodas de capoeira; palestras,
colóquios e encontros/intercâmbios entre mestres e praticantes. Registros audiovisuais,
bem como publicações contendo a biografia de mestres são de extrema importância. A
nossa saída de campo e entrevista com o Maskote é um exemplo de salvaguarda e reforça
a valorização da cultura afro brasileira.
Através do recolhimento de fontes imateriais de estudo de presença física e o
contato direto com o espaço de salvaguarda Africanamente (POA) é visto como experiência
a capoeira como modo de vida e filosofia entre seus praticantes, e a sua importância para
os mesmos. A capoeira, até os dias atuais, serve como proteção do indivíduo que pratica.
Seja com a ginga, que cuida e não se deixa enrijecer, seja na transmissão de saberes
profundos e antigos das músicas. Um trabalho de difusão e valorização desta cultura é
divulgar a sociedade sua relevância.
SAÍDA DE CAMPO - ENTREVISTA COM O MASKOTE

Durante o processo da nossa pesquisa, tivemos a oportunidade de visitar a


Africanamente Escola de Capoeira Angola​, procurando testemunhar uma aula de
capoeira e entender um pouco mais sobre a maneira de pensar das pessoas que vivenciam
a prática da luta. Fomos recebidos pelo Flávio Soares Marques “Maskote”, 32 anos,
denominado assim por ser graduado para dar aulas e por ser quem faz o mesmo quando o
mestre não está presente. Ele já estava esperando a nossa visita e nos acomodou no local
de recepção da escola, onde pudemos assistir à aula de uma das turmas - que nesse dia
só teve uma menina presente, a aluna Jéssica (aproximadamente 17 anos).
A aula era bem dinâmica, o Maskote colocava músicas de roda de capoeira em seu
computador, e demonstrava alguns golpes para aluna, usando uma cadeira para simular
um outro capoeirista que estaria recebendo esses golpes. Ela imitava o professor e repetia
o golpe da vez até conseguir reproduzi-lo com certa naturalidade, e quando conseguia,
seguiam para o próximo estágio. Utilizavam de almofadas no chão para simular os limites
da roda de capoeira, onde os dois, professor e aluna, agora treinavam o golpe juntos. Ao
som do berimbau e de cantos característicos reproduzidos pela caixa de som, iam
repetindo o golpe um no outro até a aluna se acostumar com a execução dele no professor,
e assim repetiam todos os passos para aprender um próximo movimento.
Ao final da aula, tivemos a oportunidade de conversar com o Maskote de suas
experiências e reflexões sobre a capoeira. O momento pós-aula foi propício para que
conversássemos sobre a relação da capoeira com a academia, e como a luta se
desenvolveu com a criação de escolas de capoeira e popularização das mesmas. A
necessidade de gerar métodos de ensino padronizados para o aprendizado da capoeira
causou mudanças tanto na musicalidade quanto nos movimentos e golpes. Antigamente,
não existiam mestres que formalmente ensinavam para alunos, a capoeira era uma luta de
sobrevivência que geralmente quem a aprendia era por necessidade própria. O Maskote
nos deu o exemplo da ginga do capoeirista: fala que ela deve ser imprevisível com o intuito
de tentar enganar o adversário, mas que nas aulas de capoeira se ensina uma ginga
padrão com um balanço específico, para que o aluno possa aprender o básico e
desenvolver sua própria ginga a partir daí.
O capoeirista sempre faz questão de lembrar que a capoeira além de ser uma
dança, uma arte, antes era uma luta de libertação e que muitas vezes tinha que usar da
violência. “Hoje tem a ideia de libertar a mente”, disse Maskote. Ele usa de metáforas para
relacionar os ensinos e valores da capoeira com o jogar, dando como exemplo o
movimento chamado “volta ao mundo”: é um chute no sentido anti-horário, que se executa
nessa direção pois os capoeiristas acreditam que as pessoas evoluem voltando ao
passado, olhando para seus ancestrais e aprendendo com seus feitos. Também insiste na
relação da luta com a batalha contra o próprio ego e com a busca do autoconhecimento:
“ou nós somos fortes demais e não queremos cair nunca, ou quando caímos nós não
conseguimos levantar” diz o Maskote, novamente relacionando a prática da capoeira com
os valores ensinados por ela.
Por mais que muita gente conheça e pratique a capoeira no Brasil, ele acredita que
a luta ainda deveria ter um alcance maior aqui. Para o capoeirista, ainda falta
reconhecimento do que ela representa para o desenvolvimento do país e da importância
tanto da história e origem da capoeira quanto da prática dela ainda hoje. A Bahia é o berço
da capoeira como é conhecida e de lá gerações de capoeiristas estão saindo para ensinar
a luta no exterior, pois na Europa e Estados Unidos estão conseguindo viver
financeiramente dela, enquanto aqui no país encontram mais dificuldades. O Maskote nos
diz acreditar que aqui no Brasil ainda falta apoio do governo para que os professores de
capoeira sejam reconhecidos e valorizados como profissionais.
O último assunto que tratamos foi a capoeira como atividade de resistência, e ele
nos garante que vê a luta como um movimento político e social ativo. Com as crises que o
país vem vivendo, os grupos de capoeira se reúnem também para discutir os
acontecimentos, o que eles podem fazer em relação a isso e que posição vão tomar, se for
o caso de necessidade. “A gente treina capoeira para quebrar a regra do sistema, a gente
só não quebra a regra da capoeira”, diz o capoeirista. A própria tradição da capoeira é o
que mantém o movimento de resistência vivo, visto que a origem da luta tem relação com a
libertação social negra. Por isso, a tentativa de manter a tradição da capoeira no que diz
respeito a valores e conhecimentos ensinados, dentro do possível, é tratada com muita
importância pelos praticantes.
Ao final da visita nos sentimos muito bem-vindos e bem recebidos. O Maskote não
só fez questão de tirar um tempo de seu dia para conversar com a gente, como pareceu
muito contente em saber sobre nossa pesquisa e também agradecido pela troca de
experiências ali presenciada. Após mais de uma hora de conversa, nos convidou para
voltar à escola quando desejássemos e em relação à capoeira concluiu: “A capoeira está
viva, não é folclore. A resistência está viva, há mais de século de mestres vivos ensinando
e passando a cultura da capoeira adiante”.
CONCLUSÃO

No Brasil, é difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar na capoeira. Ela,
assim como o futebol e o samba, sabidamente representa uma parcela da cultura popular
brasileira dentro e fora de nosso país. O que chama atenção, no entanto, é a falta de
conhecimento por parte das pessoas sobre a história e prática da mesma. Nós mesmos,
antes de fazer o trabalho de pesquisa, não conhecíamos quase nada e fomos
surpreendidos com uma carga histórica tão grande e tão importante.
A vinda de africanos em navios negreiros para o Brasil marca um período chave da
nossa história: de colonizados e de multiculturalidade. Um país de maioria negra e com
uma herança africana muito vasta, mas mesmo assim com muito preconceito e pouca
valorização desse legado tão importante. A capoeira está, no meio de tantos outros
acontecimentos e tradições, dentro dessa herança pouco valorizada e conhecida pela
população. Representando a resistência escrava, é indispensável que seja protegida e
considerada, como foi em 2014, um Patrimônio da Humanidade. Medidas como esta
incentivam os estudos sobre o assunto, que eles sejam propagados, que as pessoas
tomem conhecimento sobre todos esses anos de resistência e que, assim, respeitem e se
aproximem do que faz parte da existência do Brasil que vivemos hoje.
A presença da música é muito sentida. Ela dita o jogo, dita o ritmo da roda e dos
lutadores. O ritmo marcado e conduzido pelo agogô, pandeiro, atabaque e reco-reco, que
dá sustentação para o berimbau fazer seus vários toques possíveis e chamar o canto. O
ambiente no qual as pessoas desempenham vários papéis, incluindo de musicistas, só se
faz ser o que é pela música e pelo ritmo que se escuta - seja com os instrumentos ou com
as palmas - e pelos cantos.
Em um momento tão conturbado de nosso país, movimentos como o da capoeira
são fundamentais. Espaços nos quais se trabalha a convivência em grupo, a competição
saudável, os tombos que podemos levar durante a vida e como superamos eles: estes
espaços devem ser protegidos. É importante compreender a capoeira não só como um
jogo ou uma luta, como um ambiente musical e dançante, de ginga e de estratégia, mas
também como um ambiente que trabalha valores humanos e sociais - que tanto nos falta
muitas vezes.
REFERÊNCIAS

CANTALICE, Tiago. ​Vicente Ferreira Pastinha, mestre de capoeira e filósofo


popular​. Disponível em:
<http://www.palmares.gov.br/archives/41316>. Acesso em: 1 jul. 2018.

CAPOEIRA MUZENZA | 6º Encontro MuzenzAlgarve | Roda parte2. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=UkQBNX_ndiI&t=47s> Acesso em: 30 jun. 2018.

IPHAN BA. Roda de Capoeira é mais novo Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Disponível em:
<http://iphanba.blogspot.com/2014/11/roda-de-capoeira-e-mais-novo-patrimonio.html>.
Acesso em: 1 jul. 2018.

IPHAN, 2007. DOSSIÊ, INVENTÁRIO PARA REGISTRO E SALVAGUARDA DA


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<http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Dossi%C3%AA_capoeira.pdf>.​ ​Acesso
em: 1 jul. 2018.

IPHAN, 2014. CORDAS E SONS DO BERIMBAU. Disponível em:


<http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/790/>; Acesso em: 30 jun. 2018.

IPHAN, 2014. Roda de Capoeira. Disponível em:


<http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Roda%20de%20Capoeira%20-%20Pat
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IPHAN, 2017. SALVAGUARDA DA RODA DE CAPOEIRA E DO OFÍCIO DOS MESTRES


DE CAPOEIRA. Disponível em:
<http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Cartilha_salvaguarda_capoeira.pdf>.
Acesso em: 17 jul. 2018.

Itapuã Beiramar e Emerson Rasta - Movimento Novo 2013 - Boa Vista, Rr. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=48P_Rh-K5JU&t=137s>. Acesso em: 30 jun. 2018

REGO, Waldeloir. Documentário Sobre a Capoeira. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=D3aTQpWFgXM>. Acesso em: 1 jul. 2018.

WIKIPEDIA, 2018. Capoeira. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira>. Acesso em: 1 jul. 2018.

WIKIPEDIA, 2018. Mestre Bimba. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Bimba>. Acesso em: 1 jul. 2018.

WIKIPEDIA, 2018. Mestre Pastinha. Disponível em:


<​https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Pastinha​>. Acesso em: 1 jul. 2018.

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