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Em reconhecimento a

“Seja um Supervisor de Células Eficaz”

“O livro Seja um Supervisor de Células Eficaz de Joel Comiskey é um


superlivro! É um livro oportuno baseado em verdades eternas. É pertinente, prático,
aplicável e poderoso. Este pode ser o melhor e mais importante livro que Comiskey já
escreveu. Mal posso esperar para colocá-lo nas mãos de todos os nossos supervisores.”
Dave Earley
Pastor Geral, New Life Church
Autor de 8 Hábitos do Líder Eficaz de Grupos Pequenos, publicado pelo
Ministério Igreja em Células

“Super! Neste livro, Comiskey compilou o melhor do melhor em ajuda prática e


histórias inspiradoras para ajudar todo supervisor a melhor ministrar aos seus líderes.
Dr. Cho uma vez descreveu o supervisor como ‘o membro mais importante da igreja’,
porque se os supervisores estiverem cuidando bem dos seus líderes, os líderes então
cuidarão melhor dos seus membros. O livro de Comiskey vale o seu peso em ouro para
todos os que exercem a função de supervisor ou que estão se preparando para isso.”
Karen Hurston
Hurston Ministries

“Este livro é um acréscimo bem-vindo à literatura sobre igreja em células. Da


formação de relacionamentos fortes e duradouros, aperfeiçoando ‘jogadas’ e acertando
problemas com tiros certeiros, Joel Comiskey abrange com precisão as habilidades
necessárias para a supervisão eficaz. Aprenda habilidades interpessoais e como
desenvolver líderes enquanto fortalece e motiva sua equipe. Leia este livro!”
Billy Hornsby
Diretor de Association of Related Churches

“Estou muito grato pelo novo livro de Joel Comiskey e estou adquirindo um para
cada um de meus supervisores de grupos pequenos. Ele comunica os princípios e as
práticas que vão ajudá-los a levar a supervisão deles a um novo nível.”
Jim Egli
Pastor de Grupos Pequenos, The Vineyard Church, Champaign, IL

“O erro mais cometido por pastores de células é pensar que as células vão seguir
seu curso sozinhas. Se os líderes de células devem realmente liderar, guiar e pastorear as
pessoas das suas células, eles precisam ter um supervisor que os estará liderando,
guiando e pastoreando.Da minha experiência sei que os supervisores de células são a
chave para uma estrutura de células eficaz. No entanto, muitas vezes os supervisores
não sabem o que fazer. É disso que trata o livro de Joel. É prático e objetivo. Todo
supervisor que ler este livro se sairá um supervisor melhor.”
Jay Firebaugh
Pastor Geral, Clearpoint Church

“Joel novamente tomou um componente fundamental do desenvolvimento de


liderança saudável e o traduziu em aplicação prática para a igreja baseada em células. A
supervisão é decisiva para o desenvolvimento de líderes em todos os níveis. Se os
supervisores de células lerem e aplicarem os princípios deste livro, eles não vão apenas

1
descobrir que são líderes mais eficazes, mas também que os seus líderes de células e as
células serão mais saudáveis.”
Bob Logan
Diretor Executivo, CoachNet, Inc.

“Quando trabalho com igrejas, o conselho que freqüentemente dou se refere à


necessidade urgente de melhorar o nível e a qualidade da supervisão dos seus líderes de
células. Este recurso explica de maneira prática todos os aspectos da supervisão e
merece totalmente o título. Se aplicar esses princípios, você realmente irá se tornar um
supervisor de células bastante eficaz.”
Randall Neighbour
Editor Geral, CellGroup Journal

“Supervisão ungida é O elemento chave na formação de células bem-sucedidas


em uma igreja em células. O novo livro de Joel nos treina para um estilo de vida de
supervisão que constantemente gera e desenvolve novos ministros e ministérios.”
Alan Corrick
Pastor de Células, Door of Hope

“Um recurso enorme em uma pequena embalagem. A necessidade primordial na


liderança de grupos é a supervisão eficaz. Aqui está a ferramenta mais prática, clara e
fácil de usar para ajudar supervisores a capacitarem seus líderes para a excelência.
Feedback eficaz, diagnóstico de problemas, advertências e hábitos de supervisão estão
todos contidos neste grande livro.”
Bruce Crammer
Pastor de Células, Shepherd of the Hills Church

Seja um Supervisor de Células Eficaz

Seja um Supervisor de Células Eficaz

Dicas práticas para apoiar e mentorear líderes de célula

Joel Comiskey

(logo MIC)
Ministério Igreja em Células

Publicado em português por:


Ministério Igreja em Células do Brasil
Rua Vereador Antônio Carnasciali, 1661
81670-420 Curitiba — PR
Tel./fax: (41) 3276-8655

2
Copyright © 2006 por Joel Comiskey
Título em inglês: How to Be a Great Cell Group Coach

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida,
armazenada em sistema de recuperação, ou transmitido, de qualquer forma ou por
qualquer meio, eletrônico, mecânico, de fotocópias, gravação, ou outro qualquer, sem a
permissão por escrito dos editores.

Coordenação geral: Robert Michael Lay


Tradução: Daniel Fernandes Lima
Revisão: Ingrid Neufeld de Lima e Valdemar Kroker
Diagramação:
Capa: Inventiva Comunicação

Os textos bíblicos são da Nova Versão Internacional, Editora Vida, salvo outra
indicação.

Página na Internet:
http://www.celulas.com.br

Agradecimentos

Devo um reconhecimento especial a Jeff Lodgson, Pastor Associado de Flipside


Church, uma congregação pós-moderna em Rancho Cucamonga. Deus colocou Jeff
Lodgson na minha vida em um momento crítico da minha jornada. Naquela ocasião, eu
deveria ser um supervisor, mas agia como um consultor, e não fazia a menor idéia de
que são duas coisas diferentes. Jeff me ofereceu materiais e conselhos, encontrando-se
comigo em diversas ocasiões para me ensinar conceitos e princípios de supervisão.
Devo ao Jeff muitas das idéias que estão neste livro.

Também sou muito grato pelo excelente trabalho de Jay Firebaugh na supervisão
de líderes de células e sua generosidade em compartilhar princípios de supervisão
comigo.1

Quero agradecer a Bob Logan por seu abrangente ensino sobre supervisão.
Logan, que sabe mais do que qualquer outra pessoa a respeito de supervisão, tem
ensinado conceitos de supervisão por anos e é hoje o promotor chefe da supervisão
cristã (ele também discipulou Jeff Lodgson).

Capacitando Líderes por meio da Supervisão [Empowering Leaders through


Coaching], uma série de fitas em áudio de Steven L. Ogne e Thomas P. Nebel, causou
um grande impacto em minha vida. Os principais capítulos deste livro (Ouvir, Encorajar
etc.) derivam dos conceitos das fitas de Ogne e Nebel.2

Conteúdo

3
Introdução..............

Parte Um: Hábitos de um bom supervisor de células

Capítulo 1
Receber............

Capítulo 2
Ouvir.............

Capítulo 3
Encorajar...............

Capítulo 4
Cuidar..............

Capítulo 5
Desenvolver/Treinar............

Capítulo 6
Desenvolver uma estratégia.............

Capítulo 7
Desafiar.............

Parte Dois: Melhorando sua supervisão

Capítulo 8
Aumentando a autoridade da supervisão.......

Capítulo 9
Diagnosticando problemas.......

Capítulo 10
Passando pelos estágios de supervisão....

Capítulo 11
Encontros de supervisão.........

Capítulo 12
Visitando as células............

Notas.............

Índice..............

Introdução

4
A palavra coach se origina de um termo húngaro antigo que significava “carro
de Kocs”, um vilarejo onde foi desenvolvido esse carro sobre rodas puxado por cavalos.
No extremo oeste norte-americano, o grande carro puxado por cavalos era chamado de
stagecoach — carruagem ou diligência. O uso do termo evoluiu no século XIX,
passando a fazer parte do jargão universitário para se referir a um instrutor ou treinador,
“no sentido de que o aluno é conduzido até o término dos exames pelo tutor como se
estivesse viajando em uma carruagem”.1

Atualmente, a maioria das pessoas usa o termo coach para se referir a uma
pessoa que leva atletas sob sua responsabilidade a realizar aquilo que não poderiam
fazer sozinhos. No mundo esportivo, o alvo de um coach ou treinador é levar a sua
equipe à vitória do campeonato. Mas os métodos usados pelos diferentes treinadores
variam. Len Woods escreve: “Há treinadores esportivos bem-sucedidos de todos os
tipos...Há aqueles durões da escola antiga,... os ‘vulcões humanos’,... ‘professores bem-
educados’,... ‘gurus motivacionais’,... e os ‘favoritos dos jogadores’...”.2

O parágrafo abaixo foi escrito pelo pr. daniel em substituição aos dois parágrafos acima.
temos de optar entre as duas versões.
(Em inglês as igrejas em células têm usado o termo coach para designar seus
supervisores. Esse termo é usado não só para técnicos de esportes, mas também por
orientadores e treinadores profissionais. Em ambos os casos o alvo é levar as pessoas
sob sua responsabilidade ao melhor desempenho possível garantindo ou tornando mais
viável a vitória.)

A mesma idéia se aplica a supervisionar em uma igreja. O alvo de supervisores


cristãos é mover as pessoas na direção de Jesus Cristo. Paulo expressou seu alvo como
um supervisor cristão: “Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com
toda sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. Para isso eu me
esforço, lutando conforme a sua força, que atua poderosamente em mim”. O supervisor
cristão se esforça para levar as pessoas à conformidade com Jesus Cristo, sabendo que a
última coroa é aquela que durará para sempre (1 Co 9.25).

5
Supervisores de grupos pequenos ou células

As células ou grupos pequenos têm se tornado o foco de muitas igrejas ao redor


do mundo. Elas são estimulantes porque provêem um lugar onde as pessoas podem
dividir sua vida umas com as outras, pessoas podem alcançar não-cristãos sem usar
táticas evangelísticas que pressionem, e pessoas comuns podem se tornar novos líderes.
É natural que pastores e líderes de igrejas que aprendem sobre a visão de células fiquem
extremamente animados com as coisas que podem acontecer em suas igrejas.

Essas igrejas freqüentemente começam criando grupos e focalizando em recrutar


facilitadores. Uma vez que líderes tiverem sido treinados, eles são liberados para liderar
seus grupos. Mas a maioria das igrejas que fazem isso encontram um problema: elas
têm falta de supervisores qualificados. Sem uma supervisão sólida, a animação inicial
dos grupos pequenos desaparece. Líderes que estavam animados com as células ficam
esgotados, lamentando não ter se envolvido em um ministério menos exigente. Sem
supervisão, as células que eram saudáveis começam a morrer lenta e dolorosamente.

A importância da supervisão?3

1. A supervisão mantém a motivação do líder de célula fortalecida. Supervisão


consistente pode manter um líder de célula inspirado e afiado.
2. A supervisão pode melhorar a habilidade de liderança do líder de célula.
Pequenas diferenças na estratégia (junto com pequenos erros) fazem a diferença
entre ganhar e perder.
3. A supervisão pode prevenir desastres antes que aconteçam. O
desencorajamento pode ser tratado antes que se torne mortal.
4. A supervisão ajuda os líderes a trabalharem juntos como uma equipe.
Cooperação previne o isolamento doentio e promove unidade.
5. A supervisão pode promover a descoberta e o desenvolvimento de novos
líderes. Um sistema de células cresce quando novos líderes potenciais são
descobertos no contexto de grupos saudáveis.

David Cho, fundador e pastor da maior igreja na história do cristianismo, disse


certa vez: “A chave por trás do sistema de células é o supervisor”. A pesquisa de

6
Dwight Marable e Jim Egli confirma isso. Eles pesquisaram grupos pequenos ao redor
do mundo e descobriram que supervisão é o elemento-chave para conseguir sucesso
duradouro nas células. Egli diz, “Nós avaliamos seis elementos de igreja em nossa
pesquisa. Supervisão ultrapassou até mesmo treinamento e oração”.5

Assim como os melhores atletas do mundo precisam de técnicos para ajudá-los a


jogar melhor, assim também precisam os líderes de célula. Nenhum líder de célula, não
importa quão talentoso ou bem treinado ele ou ela seja, conseguirá liderar tão
eficientemente sozinho, como poderia com a ajuda de um supervisor de célula.

O que é um supervisor de célula?

O supervisor de células equipa os líderes de célula com ferramentas,


conhecimento e oportunidades que eles precisam para se desenvolverem e se tornarem
mais eficientes.6

O supervisor encoraja, supre e desafia os líderes de célula a crescerem e


multiplicarem as suas células.

Por que supervisionar?

“Os propósitos do coração do homem são águas profundas, mas quem tem
discernimento os traz à tona.”
Provérbios 20.5

A palavra “supervisor” descreve o papel que a pessoa desempenha ao apoiar os


líderes de célula sob seu cuidado. Não é um termo sagrado. Na verdade, as igrejas usam
muitos termos diferentes para identificar o papel desempenhado pelo supervisor de
células: supervisor, líder de seção, líder de G-12, fiscal de células, patrocinador de
célula, até mesmo “L” (o número romano para 50).

O propósito deste livro não é dar uma estrutura específica do número de células
ou grupos pequenos que um supervisor deve supervisionar. Esse número varia de igreja

7
para igreja, dependendo da visão da igreja e da capacidade do supervisor. O ponto é que
um supervisor supervisiona pelo menos uma outra célula. Para mais sobre estruturas de
supervisão veja meus livros Groups of Twelve [Grupos de Doze] e From 12 to 3 [De 12
a 3].7

Assim como um líder de célula não deve ficar sozinho, assim também um
supervisor. Ele ou ela também é cuidado por outro líder, normalmente um pastor
(embora em igrejas maiores talvez não seja esse o caso). Igrejas em células bem-
sucedidas desenvolveram pessoas para cuidar tanto de supervisores como de líderes de
célula, para que todas as pessoas sejam cuidadas e protegidas — do pastor geral aos
membros da célula.

É fácil para líderes de igreja ficarem tão apaixonados com a estrutura das células
que eles falham em entender os papéis dentro dessa estrutura. Isso levou muitas pessoas
a me confessarem: “Joel, eu não sei supervisionar! Conheço a estrutura e a logística,
mas não sei o que fazer quando estou realmente supervisionando. Por favor, me ajude!”.
Para tornar as coisas piores, há muito pouco material sobre o papel do supervisor. Há
ótimos recursos sobre como liderar células, como treinar líderes, e como começar um
sistema de células em uma igreja. Mas pouco foi dito sobre o que um supervisor
realmente faz para ajudar seus líderes de célula a se tornarem mais eficientes.

O que um supervisor não é

Muitas pessoas se tornaram supervisoras somente para ficarem frustradas. A


maioria dessas frustrações vem de mitos sobre o papel do supervisor.

A maioria das pessoas confunde supervisão com consultoria. Consultores são


pessoas experientes que dão conselhos e dicas sábias em uma base de curto prazo para
um cliente. Consultores têm um papel importante, mas quando supervisores adotam esse
modelo, há pelo menos dois perigos.

Cumprindo o sonho do líder

8
“Isso (supervisionar) é diferente de, por exemplo, prestar
consultoria, em que o consultor traz conhecimento especializado e muito
freqüentemente estabelece uma agenda para o relacionamento. O trabalho
do supervisor é ajudar... (pessoas) a esclarecer sua missão, propósito e
alvos, e ajudá-las a alcançar esse resultado.”8

Perigo n.º 1: Criar dependência. O líder é forçado a depender da pessoa


experiente e raramente quebra essa dependência. O supervisor é, ao contrário,
um ouvinte e encorajador com o alvo de capacitar os líderes a serem tudo o que
Deus quer que eles sejam.

Perigo n.º 2: Sobrecarga de informação que não funciona a longo prazo. A


informação é necessária para liderar e multiplicar uma célula com sucesso. O
maior obstáculo, no entanto, é aplicar na prática essa informação ao longo do
tempo.

Os consultores provêem informação para um propósito predeterminado,


enquanto o objetivo do supervisor é trabalhar com líderes de célula por um período
extenso de tempo em qualquer área que seja importante.

Outra concepção errada sobre supervisores é considerá-los uma espécie de


administrador intermediário (que faz o “meio de campo”). Muitos supervisores se
sentem como se fossem burocratas que apenas passam informação aos seus líderes e se
certificam de que estes entreguem seus relatórios a tempo. A imagem do supervisor
como administrador intermediário despersonaliza o ministério e rompe ou até mesmo
destrói o ministério de células. Quando supervisores se tornam um modelo de “passar
informação e checar fatos” aos líderes de célula, eles estabelecem um padrão ruim para
os líderes imitarem.

Outra concepção errada é que o supervisor é um conselheiro, uma pessoa a quem


os líderes de célula recorrem quando enfrentam problemas maiores. O supervisor não
espera que um líder venha com preocupações ou reclamações. O supervisor deve apoiar
proativamente seus líderes, buscando interceptar problemas antes de eles acontecerem.

9
Às vezes um supervisor vai dar conselhos, agir como administrador
intermediário, e servir como conselheiro em situações de crise, mas tais papéis não
devem ser o foco. O supervisor é alguém que ajuda outra pessoa a cumprir o chamado
de Deus para ela.

Os melhores supervisores estão na batalha

Alguns supervisores vêem seu papel como uma promoção ou graduação do


ministério “mãos-na-massa” na célula. Nada poderia estar mais longe da verdade. Para
encorajar os líderes, o supervisor precisa poder dizer, “Eu estive lá”. No mínimo, os
supervisores devem participar de uma célula para continuar experimentando a vida de
célula de modo que sejam exemplo. É ainda melhor se os supervisores puderem
continuar a liderar uma célula enquanto supervisionam. (Isso normalmente pode ser
feito quando supervisionarem três líderes ou menos.)

Os melhores supervisores são aqueles que lideraram e multiplicaram um grupo


com sucesso. Por quê? Porque eles sabem como é experimentar a dor de “dar à luz”, as
alegrias do ministério e as lutas do evangelismo. Eles podem oferecer uma palavra
renovadora e conselhos relevantes aos líderes que estão supervisionando.9

Os hábitos de bons supervisores de células

Os melhores supervisores de células incluem hábitos comuns no ministério e


apoio de seus líderes de célula. Hábitos são coisas que uma pessoa faz “sem pensar”.
Eles se tornam elementos tão integrados ao caráter da pessoa que nenhum esforço
consciente é necessário. Há sete hábitos de bons supervisores. Bons supervisores:

 Recebem de Deus (capítulo 1)


 Ouvem o líder de célula (capítulo 2)
 Encorajam o líder de célula (capítulo 3)
 Cuidam do líder de célula (capítulo 4)
 Desenvolvem/ treinam o líder de célula (capítulo 5)

10
 Desenvolvem estratégias com o líder de célula (capítulo 6)
 Desafiam o líder de célula (capítulo 7)

Para adotar esses hábitos, o supervisor terá de trabalhar conscientemente cada


um deles. Esses hábitos foram escritos em seqüência, como um plano de sete passos
para ajudar os supervisores a reordenarem seus hábitos e supervisionarem com
eficiência. Adaptei essa seqüência sobre supervisão de uma série de vídeos chamados
Empowering leaders through coaching [Capacitando líderes por meio de
mentoreamento] de Steven L. Ogne e Thomas P. Nebel.10 Acrescentei “Recebem de
Deus” e apliquei os conceitos que eles tão bem ensinam para o papel específico do
supervisor de células.11

“Os hábitos são fatores poderosos em nossa vida. Por serem padrões
consistentes, e às vezes inconscientes, eles com freqüência, diariamente,
expressam nosso caráter e nos fazem eficazes... ou ineficazes.”12

Na Parte Um (capítulos 1 a 7), desembrulho esses hábitos e mostro como usar


cada um deles em situações de supervisão — seja na supervisão um-a-um ou em um
encontro de grupo.

Na Parte Dois (capítulos 8 a 12), falo sobre aumentar sua autoridade como
supervisor (capítulo 8), diagnosticar problemas da célula (capítulo 9), os diferentes
estágios de supervisão (capítulo 10), o encontro do grupo de líderes de célula (capítulo
11), e visitando a célula (capítulo 12).

Dê o que você tem

Você pode estar se sentindo muito inadequado para supervisionar alguém. Mas
lembre-se de que Deus não está procurando supervisores perfeitos. Veja a si mesmo
como um catalisador (elemento químico fundamental para que uma reação entre outros
elementos aconteça — NT) para ajudar outros a se desenvolverem (supervisor e não
consultor). Não tenha medo de dar o que você tem. Quando você o fizer, Deus irá
derramar na sua vida novo discernimento e sabedoria para você continuar.

11
Destaques especiais deste livro

Neste livro, como em meu outro How to Lead a Great Cell Group Meeting
[Como liderar um encontro de célula bem-sucedido], você vai encontrar dicas e
conselhos práticos que vão ajudá-lo a compreender e aplicar os princípios de uma boa
supervisão, revelando como implementá-las com seus líderes. Você vai encontrar essas
dicas com os seguintes destaques:

Dicas
Essas são idéias rápidas e fáceis que vão despertar sua própria criatividade.

Idéia
São citações e testemunhos que vão ajudá-lo a melhorar seu ministério de
supervisor.

Estratégia
São estratégias testadas e aprovadas que apresentam maneiras práticas de
supervisionar melhor.

Dicionário
Essas definições ou descrições básicas vão esclarecer questões comuns sobre a
supervisão de células.

Parte Um:
Hábitos de um bom supervisor de células

Capítulo 1

12
Receber

Imagine só: você está no Palácio da Alvorada, esperando para se encontrar com
o presidente do Brasil. Em cinco minutos será sua vez de apertar a sua mão e conhecer
seu escritório. Essa é uma oportunidade única. Você está nervoso, muito preparado e
tentando parecer tranqüilo. Nesse momento a porta se abre e você ouve as palavras:
“Por favor, entre”.

Se o presidente pedisse para se encontrar com você no Palácio da Alvorada,


você estaria lá no horário certo e preparado para encontrá-lo?

Agora considere o seguinte: O Rei dos Reis, muito mais importante que qualquer
autoridade mundial, está pedindo a sua presença. Ele o está convidando para
comparecer diante dele, e ele não está interessado apenas em uma foto ou um breve
aperto de mão — ele quer se encontrar com você todos os dias.

Grandes supervisores precisam de sabedoria profunda e constante


encorajamento. A melhor maneira de conseguir isso é ir diretamente à fonte: Jesus
Cristo. Encontre-se com Deus antes de se encontrar com seus líderes de célula. Eles vão
agradecer-lhe por isso.

Renovação de Deus

Deus falou de uma maneira muito linda por meio do profeta Isaías: “Venham,
todos vocês que estão com sede, venham às águas; e vocês que não possuem dinheiro
algum, venham, comprem e comam! Venham, comprem vinho e leite sem dinheiro e
sem custo” (Is 55.1).

13
Os supervisores não têm nada de valor para passar aos seus líderes além daquilo
que eles receberam de Deus. Para que sua supervisão seja eficaz e frutífera, eles
precisam permanecer em contato com a fonte de poder.

É importante gastar tempo com Deus cada dia, mas às vezes circunstâncias
inesperadas impedem que isso ocorra na vida dos supervisores. Nesses dias um
supervisor pode simplesmente dizer: “Deus, eu lhe agradeço por sua graça, e lhe
agradeço que não há condenação para os que estão em Cristo Jesus”.

Jesus disse algo importante em Mateus 6.34: “Basta a cada dia o seu próprio
mal”. Cada dia tem as suas dificuldades e desafios. Alimentar-se diariamente da palavra
de Deus e receber sua força torna possível enfrentar esses desafios e viver uma vida
cristã vitoriosa.

Deus nos estimula a buscá-lo

“Buscamos a Deus porque, e somente porque, ele primeiro colocou em


nós um desejo que nos estimula a buscá-lo.”
A. W. Tozer1

É uma questão de relacionamento

Gastar tempo diariamente com Deus não significa seguir uma fórmula ou manter
uma lista legalista de atividades obrigatórias. Afinal, “variedade é o tempero da vida”;
em geral, é melhor ser flexível ao gastar tempo com Deus. Quando me sinto
sobrecarregado, gosto de derramar meu coração para Deus. Em outras ocasiões, leio
muito mais a palavra. Conhecer a Deus envolve o mesmo tipo de interação espontânea
necessária para desenvolver qualquer relacionamento.

Conhecer a Deus envolve um relacionamento

“Conhecer a Deus não vem por meio de um programa, um estudo ou um


método. Conhecer a Deus vem por meio de um relacionamento com uma

14
pessoa... Por meio desse relacionamento, Deus revela a si mesmo, seus
propósitos e seus caminhos; e ele o convida a se unir a ele naquilo que ele está
fazendo.”
Henry Blackaby2

Quando um marido e sua esposa se sentam juntos para conversar, eles não têm
uma lista de assuntos para discutir. Em vez disso, há um fluxo natural em sua conversa.
Por quê? Porque o alvo é conhecer um ao outro. Da mesma maneira, gastar tempo com
Deus tem o alvo de conhecer a Deus. O propósito é desenvolver um relacionamento
com Jesus Cristo.

O que um tempo devocional NÃO é

 Ritual religioso. Em vez disso, é um relacionamento com o Todo-poderoso.


 Apenas ler a Bíblia. A Bíblia oferece a sustentação espiritual do tempo
devocional, mas gastar tempo com Deus é mais do que ler a Bíblia.
 Apenas orar. A oração é apenas uma parte do tempo devocional. Deve
incluir também leitura da palavra de Deus, adoração, confissão e ouvir a
Deus.
 Ler um guia devocional. É muito bom ter um plano, mas é importante ir
além do plano e entrar na presença de Deus.

Mesmo Jesus, o homem-Deus, iniciava cada dia com o Pai. A Bíblia diz em
Marcos 1.35 que Jesus saía para estar em particular com seu Pai. Marcos diz: “De
madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um
lugar deserto, onde ficou orando”. Isso era uma parte natural da vida de Jesus. Jesus
sabia que sua força resultava do tempo gasto com o Pai celestial.

O encontro matinal de Cristo com seu Pai era o seu sustento e renovação, mas
ele não deixava o contato quando esse momento terminava. Pelo contrário, Jesus se
mantinha em constante relacionamento com o Pai durante todo o dia. Jesus entrava em
uma comunhão tão profunda com o Pai que ele podia dizer: “...pois sempre faço o que
lhe agrada” (João 8.29).

15
A imagem de Deus em nós

“Deus molda o coração do líder a fim de aumentar o seu próprio coração por
meio do líder.”3

O poder para supervisionar vem do amor transbordante de Deus. A única coisa que
supervisores têm para dar é aquilo que Deus já lhes deu. O tempo devocional é o tempo
de recarregar e ser renovado, a fim de renovar outros.

“A vida espiritual não é algo que acrescentamos à nossa vida já tão ocupada.
Estamos falando de impregnar, infiltrar e controlar o que já estamos fazendo
com uma atitude de serviço a Deus.”
Richard Foster4

O tempo devocional ajuda os supervisores a andar com Deus

Gastar tempo específico com Deus não significa ignorar a necessidade de uma
comunhão com o Pai no decorrer do dia. Na realidade, ambos são essenciais. Um
alimenta o outro. Tempo pessoal com Deus renova e dá aos supervisores poder para
andar no Espírito pelo restante do dia. Após gastarem tempo na presença de Deus, os
supervisores irão notar uma nova sensibilidade à sua presença em suas atividades
diárias.

Frank Laubach, autor de vários livros sobre oração, literatura e justiça, diz:
“Uma hora devocional não substitui o ‘permanecer contínuo’, mas é uma ajuda
indispensável; faz com que o dia comece certo. Mas o dia precisa continuar certo.
Devemos cultivar o hábito de nos voltar para Deus todas as vezes que terminamos
alguma tarefa e nos preparamos para fazer a que vem a seguir”.5

Tempo Devocional Permanecer contínuo


 Receber a plenitude de Deus  Manter a plenitude de Deus
 Estudar a palavra de Deus  Lembrar a palavra de Deus
 Esperar em Deus  Andar com Deus
 Orar por motivos específicos  Orar momento a momento

16
O Espírito de Deus é o maior supervisor de todos, é aquele que vai guiá-lo em
toda a verdade. A Bíblia diz: “... Quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda
a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que
está por vir” (João 16.13). À medida que você caminha com Deus, você irá perceber seu
amor, poder e graça fluindo por meio de você. Você será capaz de ajudar outros, pois
terá sido ajudado por ele. Você saberá discernir quando está “afinado” ou quando está
se arrastando. A diferença está no seu tempo com Deus.

O poder da oração diária pelos líderes de célula

Scott Kellar começou a liderar seu grupo em Escondido, Califórnia, no ano de


2000, e tem liderado uma célula desde então. Ele multiplicou sua célula quatro vezes, e
cuida pessoalmente dos líderes que tem desenvolvido. Scott acredita que a chave do seu
sucesso, e do sucesso dos líderes que ele supervisiona é orar por cada um deles, e
protegê-los por meio da oração.

Scott começou a orar por uma de suas líderes de célula, Melissa, quando ela era
ainda um membro de sua célula. Após orar por ela por dois meses, ele abordou Melissa
sobre a possibilidade de um dia liderar uma célula. Ela recusou laconicamente com as
palavras: “Não estou pronta”. Scott continuou a orar por ela, pedindo a Deus que abrisse
o seu coração. Ele esperou por seis meses e então a abordou com a mesma pergunta
sobre tornar-se uma líder de célula. “Claro”, ela respondeu. Agora Melissa lidera com
sucesso a sua própria célula, e Scott continua supervisionando a ela e a seu marido.

Daljit Gill, um supervisor de célula muito eficaz que iniciou a formação de


aproximadamente 200 células em Melbourne, Austrália, conta uma importante história
de supervisão. Um líder que ele supervisionava tinha um membro em sua célula com
uma atitude péssima em relação à célula, e que verbalizava os seus sentimentos para
todos no grupo. Daljit disse ao líder para orar e “assumir autoridade sobre qualquer
espírito negativo que tivesse controle sobre ele e sua mente”.

Deus deseja responder

17
“Oração não é vencer a relutância de Deus; é assegurar-se de sua
suprema disposição.”
Richard Trench, Arcebispo Anglicano de Dublin6

Tanto aquele líder de célula como sua esposa se dedicaram à oração, declarando
palavras positivas a esse membro, e enviando cartões de estima a ele e à sua família.
Semana após semana as paredes lentamente começaram a cair. Um dia o líder ligou para
o escritório desse homem, e lhe disseram que ele estava em casa, doente. Durante o
intervalo do almoço, o líder foi visitá-lo. Orou por seu membro de célula e lhe deu um
grande abraço na saída. O homem foi quebrantado e confessou seu espírito mesquinho e
seu egoísmo. Desde aquela época, esse membro tem dado a seu líder completa
permissão para desafiá-lo em sua vida. Hoje, eles são muito amigos, e aquele membro
da célula é agora um líder de célula, e está se saindo muito bem.7

Minha esposa e eu supervisionamos uma mulher solteira chamada Janet que


lutava com a memória de abuso físico e emocional na sua infância. Gastamos horas com
ela, tentando ajudá-la a vencer o medo e a autocondenação.

Uma noite, pelo telefone, Janet me disse que não podia mais agüentar, e que
estava deixando a igreja. Nós oramos e oramos, sem saber se jamais a veríamos de
novo. Mas Deus estava trabalhando na vida de Janet, e ela finalmente voltou para
continuar sua caminhada em santidade. Janet não foi apenas capaz de vencer seus
problemas, mas está também ajudando outros a vencerem seus problemas por meio de
uma liderança de célula eficaz.

Orar diariamente pelos líderes de célula é uma área na qual supervisores cristãos,
diferentemente de seus semelhantes seculares, podem ter grande sucesso. O Espírito de
Deus continua trabalhando entre os encontros de supervisão.

Proteção de oração

Na batalha de Saratoga, durante a guerra de independência norte-americana, os


soldados americanos receberam ordens de atirar unicamente nos oficiais britânicos que

18
recebiam salário para lutar. A estratégia funcionou. Muitos acreditam, na verdade, que
as forças americanas ganharam a guerra por focalizarem em matar os líderes, e não os
soldados voluntários.

Os líderes de célula são guerreiros na linha de frente, e por essa razão, o diabo
aponta para eles sua artilharia pesada. Os supervisores precisam proteger seus líderes,
cobrindo-os com um escudo de oração que pode resistir mesmo ao ataque mais feroz.

A oração é desesperadamente necessária para proteger os líderes do ataque


inimigo. Paulo compartilha uma verdade reveladora em 1 Co 5.3: “Apesar de eu não
estar presente fisicamente, estou com vocês em espírito. E já condenei aquele que fez
isso, como se estivesse presente”. A única maneira de Paulo estar presente era por meio
da oração. O poder da oração permite a um supervisor mais experiente estar com seu
líder em todo tempo, mesmo quando ele ou ela esteja fisicamente ausente. À medida
que supervisores oram diariamente por seus líderes de célula, Deus lhes garante a vitória
com esses líderes, mesmo antes que possam vê-la.

Passos da oração intercessora

 Discernir adequadamente as necessidades da pessoa.


 Entrar na arena de oração em defesa da pessoa.
 Orar com persistência e fervor por suas necessidades.
 Alegrar-se quando Deus responder suas orações.

Cristo orou pela proteção dos seus discípulos em João 17.15: “Não rogo que os
tires do mundo, mas que os protejas do maligno”. O supervisor oferece proteção
sobrenatural por meio de oração intercessora. À medida que o supervisor eleva seus
líderes de célula a Deus em oração diária, esses líderes vão sentir isso e receber a
transformação de Cristo.

19
Invadindo o território inimigo por meio da oração

“Eu me tornei um líder de célula em setembro de 1997. O lugar onde eu morava e estava
envolvido era cheio de feitiçaria e pobreza. Eu estava desanimado e freqüentemente
pensava em deixar a célula. O Espírito Santo me tocou quanto a certas ações que
deveriam ser tomadas, todas ações espirituais e de oração. Iniciei uma ação de oração em
minha célula, que acabou crescendo para uma supervisão (5 células). Continuei a orar, e
minha supervisão se tornou uma área (25 células, e então duas áreas. O Senhor fez tudo.
As células cresceram de 3 para 30 células em dois anos... Quando os poderes do ar são
quebrados, a luz de Deus brilha de modo magnífico, trazendo cura e redenção a todos os
feridos e desamparados.”

Um supervisor de células em Uganda8

O Espírito de Deus é o melhor supervisor. Quando supervisores oram por seus


líderes, o Espírito Santo começa a trabalhar na vida deles. Ele vem sobre eles, dando-
lhes a habilidade de ouvir e realizar sua vontade diariamente. À medida que
supervisores oram por aqueles que eles lideram, Deus lhes dá uma nova percepção sobre
a necessidade dos líderes. Ele dirige os supervisores em suas amizades, suas palavras e
seu encorajamento. Conforme você ora diariamente por seus líderes de célula, você vai
experimentar suas feridas e suas vitórias; você vai ministrar os problemas em um nível
que você jamais sonhou.

Capítulo 2

Ouvir

Imagine-se indo ao consultório médico com um mal estar terrível. Em vez de


ajudá-lo em sua doença, o doutor começa a reclamar de seus próprios problemas,

20
contando uma história após outra de sua própria vida. Você balança afirmativamente a
cabeça, fazendo de conta que está ouvindo, enquanto pensa: “Você deveria estar focado
em mim. Estou pagando pela sua atenção!” O caso é absurdo, pois as pessoas esperam
que os médicos dêem atenção aos problemas pessoais delas.

Ditado Cherokee
(Tribo indígena norte-americana)

“Ouça os sussurros, assim você não precisará ouvir os gritos.”

A responsabilidade do supervisor de célula é semelhante. Se o supervisor


focalizar em sua história pessoal — talvez desejando atenção — o líder de célula não
vai receber o que precisa. O supervisor deve cuidar dos líderes e se dar completamente
para suprir as necessidades deles. Os líderes contam com o supervisor para lhes dar
100% de atenção durante os encontros de supervisão. Ouvir é a chave para dar atenção
exclusiva.

A arte de ouvir

Lembro-me de um líder maduro com quem eu queria estabelecer um


relacionamento próximo. Eu o convidei para tomarmos café juntos, na esperança de que
poderíamos conversar. Ele começou a conversa, continuou a conversa e terminou a
conversa — entre goles de café. Diversas vezes tentei interromper para falar alguma
coisa, mas tive a clara sensação de que ele estava mais interessado em suas próprias
palavras. Ele balançava a cabeça enquanto preparava sua próxima frase. Saí dali
desanimado e frustrado, certo de que um relacionamento verdadeiro com ele seria quase
impossível.

Como fazer amigos e influenciar pessoas

O livro de Andrew Carnegie com o título acima foi um bestseller


revolucionário devido ao seu tema clássico: Trate os outros como você quer que
tratem você. O autor destacou uma necessidade humana básica — a necessidade

21
de compartilhar nossas histórias. Mas os melhores amigos são aqueles que
ouvem atentamente e permitem que os outros contem suas histórias.

Meu conselho é este: Não focalize em como você está se saindo como
supervisor. Focalize em como está o líder. Grandes supervisores buscam entender em
vez de serem entendidos. Eles vêem a supervisão da perspectiva do líder. Para se
conquistar essa perspectiva, ouvir é fundamental.

Supervisão habilidosa exige um ouvir habilidoso, sintonizado e apto, com a


capacidade de maximizar a interação de ouvir. Ouvir não é simplesmente escutar
passivamente, mas envolver-se ativamente com a vida do líder. O supervisor precisa
ouvir os sinais de vida, as escolhas que o líder de célula está fazendo, a resistência e a
turbulência que ele ou ela está encontrando no processo.

Benefícios do ouvir

 Aumenta a credibilidade.
 Aumenta o crédito emocional do líder.
 Promove confiança e bem-estar, assim como amizade.
 Permite ao supervisor coletar informações corretas.

Existem muitos livros sobre como melhorar a habilidade de ouvir.1 Mas o teste
maior para o bom ouvinte é se a outra pessoa se sente ouvida ou não. Quando as pessoas
sentem que foram ouvidas e compreendidas, houve o ouvir eficaz.

Ouvir envolve concentração intensiva e séria sobre o que o líder está dizendo. A
mente humana processa idéias e pensamentos muito mais rápido do que uma pessoa
pode expressá-los (cinco vezes mais rápido), por isso é fácil divagar ou sonhar acordado
quando alguém está falando.

Obstáculos para o ouvir

 Preparo inadequado para o encontro de supervisão.

22
 Falta de oração sobre as questões que precisam ser abordadas.
 Linguagem corporal desfavorável (por exemplo: não olhar o líder nos
olhos).
 Questões pessoais não resolvidas (por exemplo: “o supervisor precisa ser
ouvido”).

Preparando-se para ouvir

Preparar-se para ouvir demanda lição de casa antes do encontro. Essa preparação
envolve pensar sobre as circunstâncias e necessidades de cada líder. Eu mantenho uma
pasta para cada um de meus líderes — anotações que fiz durante períodos de oração ou
em encontros e conversas com eles. Antes de um encontro, procuro revisar essas
anotações e orar pelas necessidades daquele líder. Isso me ajuda a ouvi-lo melhor. Faz
com que meu foco esteja nas necessidades do líder em vez de estar em minhas
necessidades.

Antes de realmente ouvir alguém você precisa preparar seu coração. Já que
enfrenta os mesmos problemas, dificuldades e medos que seus líderes de célula
enfrentam, você precisa de um toque especial de Deus para que possa focalizar nas
necessidades de seu líder e não em suas próprias necessidades. “Quando você se
encontra preso em auto análise — defendendo-se, julgando, sentindo-se irritado... sua
tarefa é libertar-se. Você precisa afastar toda essa confusão interna do caminho...”2 Por
definição, o supervisor é uma pessoa que ajuda outras a se moverem de um lugar para o
próximo, seja nos estudos, esportes ou liderança de célula. Portanto, é impossível ser
um bom supervisor a não ser que o foco permaneça nas pessoas que estão sendo
supervisionadas.

Desenvolva um arquivo para o ouvir

O ouvir na oração transborda para ouvir seus líderes. Prepare uma pasta
ou um arquivo para o líder que está supervisionando (por exemplo, um arquivo
de texto). Acrescente novas idéias que reunir durante os encontros de supervisão
— e também o que Deus lhe mostrar em oração.

23
Uma de minhas piores experiências como supervisor aconteceu quando fui
incapaz de me concentrar no líder. Minha família havia perdido seu plano de saúde e eu
estava lutando com sentimentos de ira com a pessoa que havia esquecido de renová-lo.
No dia seguinte, eu tinha um encontro com um dos meus líderes de célula. Eu queria
focalizar nele, mas continuava a voltar para mim mesmo e minhas necessidades, pois
não conseguia me desvencilhar de meus pensamentos e preocupações. O encontro foi
um desastre.

O único modo de se preparar, desligando-se inteiramente de você mesmo para


focalizar no líder, é por meio de oração e meditação. Somente quando você se
desembaraça por meio do Espírito de Deus, poderá ouvir plenamente as necessidades de
seus líderes.

Ouvindo a agenda do líder de célula

Um bom supervisor obtém sua agenda a partir do líder, em vez de


trabalhar com base em uma fórmula rígida. O supervisor pode ter algumas
idéias preconcebidas do que tratar, mas essas idéias podem mudar depois de
ouvir o líder.

Vários níveis do ouvir

Você já teve um amigo que você considerava um bom ouvinte? Esses amigos
fazem o compartilhar parecer fácil, especialmente quando comparados a pessoas que
não são bons ouvintes. As pessoas ouvem em três níveis diferentes. Ouvir no nível um é
o “ouvir mínimo”. O ouvinte pode estar lidando com seus próprios pensamentos
enquanto alguém mais está falando. Ouvir no nível 1 acontece enquanto ouvimos ao
rádio em meio a um congestionamento. Ouvir no nível 2, por sua vez, envolve ouvir
cada palavra. Um exemplo de ouvir no nível 2 ocorre quando um aluno é aprovado em
um exame baseado na palestra do professor. Ouvir no nível 3 vai além de ouvir as
palavras, prestando atenção também em gestos, emoções e aquilo que o Espírito de
Deus está dizendo por meio da situação.3

24
Ouvir no nível 1

Certa vez, minha filha mais velha Sarah, voltou da casa de uma vizinha dizendo:
“Toda vez que vou a casa dela a TV está ligada, mas ninguém está ouvindo”. Muitas
famílias se acostumaram ao ruído contínuo de TV ou rádio, mas eles ajustaram seus
ouvidos para ignorar o que está sendo dito.

Ouvir no nível 1 ocorre quando alguém ouve apenas parcialmente a outra


pessoa. A supervisão superficial acontece no nível 1. Isso acontece quando um
supervisor focaliza naquilo que o líder de célula vai dizer, em vez de focalizar naquilo
que o líder está realmente dizendo. Durante o ouvir no nível 1, o supervisor está
ouvindo apenas para responder — tentando obter informação suficiente para responder
de modo mais eficaz.

Ouvir no nível 1 na barbearia

Minha cabeleireira é uma mulher muito falante. Tento levar a conversa


para o assunto de Deus sempre que possível. Uma vez perguntei a ela o que
pensava sobre Jesus Cristo, pensando que ela me responderia enquanto
cortava o meu cabelo, e eu a ouviria atentamente. Ela falou empolgadamente
sobre todas as boas obras que havia feito para Deus. Infelizmente, não havia
muitas pessoas no salão, e ocasionalmente ela parava de cortar meu cabelo
para falar. Como eu tinha um compromisso logo após cortar o cabelo, toda
vez que ela baixava a tesoura para falar, eu me encolhia. Sempre que ela
parava de cortar meu cabelo, o meu ouvir caía para o nível 1. Eu não queria
encorajá-la a continuar falando.

Ao ouvir no nível 1, o supervisor tem uma idéia daquilo que quer dizer, e apenas
quer mais informação para dizer isso melhor. Ouvir no nível 1 é um ouvir de
consultoria, pois o foco está naquilo que o supervisor quer realizar. Na verdade, o

25
supervisor está dizendo ao líder que aquilo que ele tem a dizer como especialista é o que
realmente importa.

Devo confessar que muito do meu ouvir acontecia no nível 1 antes de eu


realmente entender supervisão. Eu ia para um encontro como consultor, ouvia as
palavras de meus líderes enquanto preparava as minhas respostas. De fato, só ouvia os
meus líderes o suficiente para melhorar o que eu ia dizer. Ouvia para falar. Minha
supervisão naquela época era orientada para Joel Comiskey em vez de ser orientada
para o líder. Ouvia para dar conselhos. Então, agendava encontros adicionais para
garantir que o meu conselho havia sido seguido.

Ouvir no nível 2

Ouvir no nível 2 vai além do nível 1 no sentido de que o supervisor tenta


focalizar inteiramente naquilo que o líder está dizendo. Ele ou ela não está pensando no
próximo item de sua lista. Em vez disso, o supervisor permite que a agenda se apresente
como fruto do ouvir. O nível 2 focaliza nas palavras que estão sendo ditas — na
obtenção dos fatos corretos. Um supervisor, ouvindo no nível 2, busca entender tudo o
que está sendo verbalizado.

Minha mãe recentemente acompanhou meu pai, de 79 anos, ao neurologista. Ela


queria ouvir no nível 2, absorver tudo o que o médico tinha a dizer sobre a condição de
meu pai e o tratamento. As palavras que o médico falou ajudaram minha mãe a cuidar
melhor de meu pai.

Quando o supervisor entra no nível 2, o foco está naquilo que o líder está
dizendo. Os comentários ou perguntas do líder vão dirigir o fluxo da conversa. Se, por
exemplo, o líder tem preocupações sobre como lidar com um membro que fala demais
durante a reunião, o supervisor vai ouvir como o líder se sente sobre essa pessoa e então
discutir idéias com o líder sobre como ajudá-lo. Em outras palavras, o supervisor não
estaria praticando o ouvir no nível 2 se imediatamente contasse uma história sobre um
dos falantes do seu grupo, ou se alistasse três maneiras de lidar com falantes em uma

26
célula. Ouvir no nível 2 permite ao líder completar sua história sem que o supervisor
ofereça fórmulas instantâneas para situações difíceis.

Ouvir no nível 3

Ao ouvir no nível 3, o supervisor sintoniza cada palavra e capta a informação,


mas então vai um passo além ao levar em consideração o ambiente, a linguagem
emocional, conversas passadas, e especialmente aquilo que Deus está revelando em
cada passo do processo.

Quando ocorre o ouvir no nível 3, o supervisor está ouvindo a partir de várias


perspectivas. Ele ouve cuidadosamente gestos, expressões faciais e aquilo que não está
sendo dito, para entender aquilo que o líder está realmente pensando. Um supervisor
que ouve no nível 3 sabe que 60% de toda a comunicação envolve linguagem corporal.

Ouvir com foco

 Evite atropelar o líder.


 Evite contar histórias de sua própria experiência.
 Evite responder suas próprias perguntas.
 Guarde seus conselhos para quando o líder tiver compartilhado todos
os seus pensamentos.
 Se o líder não entender, você pode mudar para o nível de ensino, mas
lembre-se de pedir permissão antes de compartilhar suas idéias.

A chave para ouvir no nível 3 é flexibilidade: absorver a informação, digeri-la e


seguir com o fluxo da situação. Você pode se sentir levado a mudar de marcha, a seguir
o rumo atual ou a voltar a um assunto anterior. Pode sentir que o Espírito de Deus lhe
mostre que deve tomar a informação e seguir em uma direção específica. Faça isso.
Jesus está guiando você, e vai continuar a guiá-lo.

Durante o ouvir no nível 3, você pode sentir que alguma coisa está errada: um
tom de voz, uma pequena perturbação, uma sensação de que a sua criatividade normal

27
foi bloqueada. Considere interromper a conversa e examinar mais essa área,
especialmente se você sente que Deus pode estar fazendo alguma coisa.

“Atenção exclusiva e concentrada é um dos maiores presentes que


podemos dar a outra pessoa. É a forma mais elevada de elogio.”4

Lembro-me da conversa com Davi, um de meus líderes, em um telefonema


rotineiro de supervisão. Ele falou sobre coisas comuns, compartilhando de progresso
aqui e frustração ali. Mas, à medida que conversávamos, senti que alguma coisa estava
errada. Davi podia ser introspectivo, mas naquele momento eu senti depressão. “Você
está bem, Davi?”, perguntei. Minha pergunta abriu caminho para Davi derramar o seu
coração. Ele estava lutando com relacionamentos em sua família e a vontade de Deus
para a sua vida. Gastamos o restante da ligação lidando com suas necessidades.

Os supervisores cristãos têm uma perspectiva empolgante que não-cristãos não


têm. Temos um consolador e sábio conselheiro presente em todos os momentos: o
Espírito Santo. Um supervisor não-cristão tem de depender da intuição humana, que é
muito inferior à percepção que o Espírito quer dar.

Preparando as perguntas

A fim de realmente ouvir você precisa fazer com que seus líderes falem. Isso
significa que você precisa preparar algumas perguntas bem pensadas que facilitem que
seus líderes compartilhem. Ter essas perguntas à mão ao começar seu encontro vai
ajudar a manter a conversa andando, e evitar que se perca em assuntos paralelos.

Você saberá quais perguntas formular ao conhecer seus líderes, suas


necessidades e seus alvos. Normalmente, as perguntas vão girar em torno da vida
espiritual e pessoal de cada líder, do ministério da célula e alvos futuros.

Algumas das questões estarão orientadas a informações. Mas seja cuidadoso


para fazer mais do que só adquirir informação. Ninguém gosta de um interrogatório.

28
Boas perguntas de supervisão vão além da informação e alcançam o coração,
estimulando os líderes a refletir e refocalizar. Use perguntas como:
 Para onde você vai agora?
 Qual o resultado que você deseja?
 O que você quer?

Boas perguntas capacitam os líderes a revelar coisas que eles não haviam
percebido. Uma boa pergunta pode fazer um líder parar em sua rotina, portanto espere
um momento de silêncio e permita-lhe algum tempo para responder.

Anote algumas perguntas que você gostaria de discutir com cada líder antes do
encontro. Tenha em vista pontos de necessidade, pedidos de oração passados e alvos
futuros. Ao mesmo tempo, esteja preparado para mudar de rumo, se perceber uma
necessidade ou problema imediato. Não fique preso às suas perguntas, esquecendo-se
das necessidades imediatas do líder. As necessidades do líder, e não as suas, devem
dirigir seu momento de supervisão. A direção da conversa vai gerar novas perguntas,
que você deve explorar completamente.

Razões para fazer perguntas5

 Colher informação relevante


 Como está seu ministério?
 Como está você, pessoalmente?
 Com o que você está lutando?
 Quantos participaram do último encontro da célula?
 De que tipo de ajuda você precisa?

 Aumentar a consciência
 Como você está gerando novos líderes?
 Como você está alcançando pessoas?

29
 Promover ação
 O que você vai fazer a respeito?
 Qual o seu próximo passo?
 Quais são suas prioridades para a próxima semana?

Escreva o que você aprendeu

Após o encontro, certifique-se de escrever imediatamente o que você aprendeu.


Use a informação como “alimento de oração”, como também para o preparo do próximo
encontro.6 Para isso, você deve:

 Checar as anotações do último encontro


 Refletir e orar sobre as áreas que você quer aprofundar
 Preparar as perguntas

Coloque o líder no assento do motorista

Quando um líder de célula se aproxima de um supervisor com uma preocupação


ou problema, a maioria dos supervisores é tentada a dar seu conselho de especialista.
Dizer ao líder o que fazer parece o modo mais rápido de solucionar a situação. Mas
quando um supervisor compartilha demais, ele acaba enfraquecendo a história de seu
líder. A maioria dos líderes responde friamente com um silêncio quando seus
supervisores gastam tempo demais recontando suas histórias. Um bom supervisor deve
se segurar e ajudar o líder a descobrir a resposta por meio de perguntas cuidadosas.

Quando um líder encontra a resposta por si mesmo, certamente colocará em


prática sua nova percepção. Mas quando um supervisor dá a resposta certa, o líder vai
concordar e voltará mais tarde, perguntando: “Você pode me dizer novamente o que
devo fazer?”.

30
Falando rápido demais

“Quem responde antes de ouvir comete insensatez e passa vergonha.”


Provérbios 18.13

Aprender é como dirigir um carro a um novo local. Quando o motorista encontra


o novo endereço, é mais provável que se lembre do caminho no futuro. Mas os
passageiros no banco de trás quase sempre se esquecem do caminho. Eles sentem que
deveriam lembrar, mas como nunca tiveram de passar pelo processo de encontrá-lo, eles
o esquecem mais tarde.

Como supervisor, é sua função fazer com que os líderes se sentem no banco do
motorista. Faça-lhes perguntas-chave, e eles vão descobrir as respostas sozinhos.
Sempre se pergunte se o que você compartilha contribui para a vida dos seus líderes.
Existem momentos quando sua história seria ótima para orientar um líder, ou para trazer
cura em uma situação difícil, mas pergunte-se: “Contar a minha história será importante
para a aprendizagem do líder?”.

Mantenha o foco nos líderes, os jogadores. Supervisão tem tudo a ver com eles
— não com você. Você pode introduzir uma história aqui e outra ali, mas na maioria das
vezes, saia do caminho. Permita que os seus líderes de célula brilhem.

Confiabilidade

Já que o líder está se abrindo em parte para o supervisor, este deve guardar e
proteger essa confiança. Como o supervisor normalmente tem mais de um líder de
célula sob seu cuidado, ele precisa proteger a privacidade de cada um. O medo de que
um supervisor revele áreas confidenciais para o resto do mundo impede que muitos
líderes se abram completamente. No livro Leader as Coach [O líder como supervisor]
lemos:

31
A tentação de fazer pessoas confiarem em você compartilhando
informações ou críticas sobre outros pode ser muito forte. Em curto
prazo você estabelece um vínculo de confiança com seu ouvinte. Mas
ao fazê-lo, na verdade você vai gerar em seu ouvinte um receio de
compartilhar suas vulnerabilidades, fraquezas e preocupações com
você.7

O ambiente de supervisão é o contexto no qual o líder pode compartilhar a


verdade. Isso significa que o ambiente deve ser seguro. O supervisor deve ser uma
pessoa de integridade e confiança.

Pouco antes do encontro, pergunte-se:8

 Orei por esse líder?


 Revisei minhas anotações de nosso último encontro?
 Preparei boas perguntas de supervisão?
 Estou preparado para ouvir?
 Quais as necessidades pessoais que percebo?
 Quais os assuntos ministeriais que percebo?
 Quais necessidades ou assuntos estou evitando?
 Quais habilidades ministeriais precisam ser desenvolvidas?
 Quais recursos seriam úteis?
 Como vou encorajar esse líder?
 Como vou passar a visão para o ministério?
 Como vou fortalecer o nosso relacionamento?

Capítulo 3

Encorajar

32
Minha esposa e eu supervisionamos um casal que estava realmente enfrentando
dificuldades. A célula que estavam liderando havia começado com vigor, com dez pessoas
participando regularmente. Mas, pouco a pouco, a freqüência vinha caindo, até que uma noite
eles eram os únicos presentes no encontro. Esse casal havia feito todas as coisas certas que
colaboram na formação de uma célula de sucesso — eles oraram, convidaram pessoas, fizeram
contato freqüente com as pessoas que participavam da célula, mas não podiam reverter o que
estava acontecendo.

Após três semanas sem que ninguém aparecesse, Patty me ligou dizendo: “Joel, meu
marido e eu estamos prontos a desistir de tudo. Isso simplesmente não está funcionando. Acho
que não somos os líderes certos”. Eu contestei: “Vocês são líderes excelentes! Deus está
envolvido nisso. Ele chamou vocês. Eu realmente acredito em vocês e no seu ministério. O
inimigo quer desanimar vocês, mas Jesus quer que vocês perseverem e continuem orando, até
que a mudança aconteça”.

Várias semanas depois, a freqüência voltou a aumentar, a comunhão começou a


acontecer, e as pessoas adoravam fazer parte da célula. Ao longo dos anos, muitas pessoas
foram salvas por meio daquela célula, novos líderes foram treinados, e o grupo se multiplicou
várias vezes.

Patty tem declarado repetidamente que aquela conversa que tivemos ao telefone naquela
noite foi decisiva para o seu ministério de célula. O diabo queria que Patty e seu marido
desistissem logo no começo, tornando-os inúteis e ineficazes no reino de Deus, e impedindo que
tivessem o sucesso que eles têm experimentado no seu ministério.

A liderança de célula pode ser uma jornada cansativa. Ela não é para os de coração fraco.
O fato é que os membros muitas vezes não comparecem, o evangelismo falha, bebês ficam
doentes, eventos enchem o calendário e os empregos exigem horas extras. A liderança de célula
envolve telefonemas, desenvolver novos líderes, evangelismo e administração. Diante de tantas
tarefas, como é que você mantém o líder de célula vivo, bem disposto, e pronto para seguir a
Deus?

A resposta é encorajamento. O supervisor que encoraja pode fazer a diferença entre o


sucesso e o fracasso, fazer com que o líder continue — e conseqüentemente multiplique a célula
— ou desista. Esse ministério de encorajamento tem uma importância adicional, porque tem o

33
potencial de difundir o impacto em muitas pessoas a longo prazo, e não apenas em um líder de
célula individualmente.
“Encontre aquilo que você acredita ser a maior virtude do líder potencial, e então dê
100% de encorajamento naquela área.”
John Maxwell1

Elogios são como oxigênio para a alma

O técnico de basquete da Universidade da Califórnia, John Wooden, disse a seus


jogadores que fizessem pontos para sorrir, piscar ou agradecer ao jogador que lhes passou a
bola. “E se ele não estiver olhando?”, perguntou um membro da equipe. Wooden respondeu:
“Garanto que ele vai olhar”. Todo mundo valoriza o encorajamento, e busca por isso.

Embora todo técnico queira ganhar o jogo, um bom técnico sabe que jogadores
renovados e animados fazem um trabalho muito melhor.

O autor de Hebreus diz: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo costume de
alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se
aproxima o Dia” (Hb 10.25). O desânimo vem naturalmente para todo mundo. A introspecção
assombra as pessoas; elas se comparam com outras e sentem que não atingem o mesmo nível.
Uma palavra de encorajamento pode, com freqüência, fazer uma grande diferença.

Como encorajar os líderes de célula2

 Destaque realizações:
 Elogie diante do grupo.
 Ao encontrar uma pessoa fazendo algo certo, diga isso a ela.

 Expresse confiança:
 Verbalmente: “Você consegue fazer isso!”.
 Na prática: pelo modo como você permite que eles liderem.

 Mostre que você se preocupa pessoalmente com seus líderes:


 Saiba o que acontece na vida deles.
 Esteja lá quando eles enfrentarem dificuldades.

34
A esposa de um dos líderes que estou supervisionando me contou em particular que seu
marido facilmente se torna introspectivo e desanimado quando não é elogiado. “O
encorajamento é a sua linguagem de amor”, ela me disse. “E agora ele está recebendo muito
pouco disso.” “Mas ele está se saindo tão bem com sua célula”, pensei comigo. Percebi de novo
que mesmo o mais bem-sucedido dos líderes precisa de bastante encorajamento.

A maioria dos gerentes no mundo de negócios pensa que a falta de encorajamento vai
motivar as pessoas a trabalhar com mais empenho. Um executivo de marketing de uma grande
companhia de alimentos observou o excelente trabalho de uma de suas diretoras regionais.
Quando perguntado se ele havia dito a ela que estava feliz com seu progresso, o executivo
respondeu: “Não, ela está apenas a um terço do caminho, e não gostaria que ela pensasse que já
chegou lá”. Essa diretora estava ansiosa por apoio ou mesmo uma dica de que seus esforços
estavam fazendo diferença. Mas o executivo acreditava que um tapinha nas costas poderia fazê-
la relaxar. Na verdade, uma boa sessão de encorajamento teria mostrado a ela que estava na
direção certa, encorajando-a a continuar seu bom trabalho3.

O supervisor deve ser o líder de torcida de seus líderes de célula. Os líderes que são
apoiados e encorajados servirão acima e além de seu dever. Aqueles que não têm certeza se
estão fazendo o certo, ou se são sequer notados, eventualmente vão terminar sem gás. Sempre
há alguma coisa para encorajar. Celebre qualquer progresso, mesmo se parecer pequeno. À
medida que os líderes progridem, reconheça seu progresso. O sucesso deve ser recompensado.

Supervisão inspirativa

O levantador estava horrível no jogo. Ele piorou as coisas por levantar mais uma bola
direto no bloqueio. Quando o técnico pediu tempo e veio falar com ele, pensou: “Pronto,
ele vai me tirar da equipe”. Em vez disso, o técnico disse: “Não se preocupe, filho, você
ainda vai ser o herói desse jogo”. Com energia renovada, o levantador jogou
brilhantemente os sets seguintes, fazendo inclusive o ponto da vitória. Durante a
entrevista após o jogo, o levantador compartilhou essa história, dando todo o crédito ao
encorajamento que recebeu de seu técnico.4

35
Comece os encontros com encorajamento

Recomendo que os supervisores comecem os encontros individuais ou de grupo com


encorajamento. Os líderes terão muito mais facilidade de compartilhar honestamente se
souberem que estão no trilho certo. Comece com algo positivo que você ouviu sobre um líder.
Compartilhe sobre como você vê as pessoas mudando.

Os líderes têm uma tendência de se depreciar, de sentir que eles não atingem o padrão.
Muitos líderes aumentam desproporcionalmente uma ou duas fraquezas, até se sentirem
condenados e deprimidos. Martinho Lutero, um dos maiores líderes de todos os tempos, sofria
períodos de obscuridade e desespero nos quais ele se trancava por dias, o que levou sua família
a remover todos os objetos perigosos da casa.5 Charles H. Spurgeon, um dos maiores pregadores
do mundo, disse à sua igreja de 5000 membros, em 1866: “Sou sujeito a uma depressão de
espírito tão assustadora, que espero nenhum de vocês jamais chegue a tais extremos de miséria
que tenho de enfrentar”.6 Se grandes heróis da fé se sentiram assim, quanto mais irão se sentir
nossos líderes de célula?

A Bíblia ordena o encorajamento

Em 1 Ts 5.12 lemos: “...Tenham consideração para com os que se


esforçam no trabalho entre vocês...”. A palavra grega significa “perceber” ou
“conhecer” aqueles que se esforçam no trabalho. Isso significa reconhecer o
trabalho diligente de seus líderes, dando crédito quando for justo. O propósito do
reconhecimento é honrar e afirmar o ministério dos líderes de célula. É como um
“pagamento” por um serviço bem prestado.

O inimigo da alma busca acusar líderes e esvaziar sua energia por meio de mentiras que
desanimam. Ele sussurra coisas como: “Ninguém respeita sua liderança” ou “Você não pode
liderar o encontro amanhã, você não conhece a Bíblia o suficiente”. Satanás sabe que se ele
desanimar o líder, ele desanima toda a célula.

36
“O encorajamento é a parte mais importante da supervisão, porque ser líder de
célula é um trabalho ingrato, especialmente se existem pessoas carentes na
célula. Creio que a principal razão para a desistência dos líderes vem da falta de
encorajamento. A maioria dos novos líderes começa com um alto nível de
motivação. À medida que o tempo passa, esse nível vai caindo, e se isso não for
mudado, o líder logo desanima, depois se desilude, em seguida a depressão se
instala, e finalmente ele diz que está desistindo.”
Um supervisor da Austrália7

O desânimo também vem do mundo no qual os líderes vivem todos os dias. Os norte-
americanos, em sua maioria, vivem debaixo de uma constante culpa por sentir que não fizeram
o suficiente. Edward Stewart, um especialista em antropologia, referindo-se ao norte-americano
comum, disse: “inquieto e incerto, ele tem uma repetida necessidade de provar a si mesmo, e
assim atingir identidade e sucesso por meio de suas realizações”.8 O escritor e pesquisador
francês Alexis de Tocqueville disse algo semelhante:

Na América, tenho visto os homens mais livres e mais educados


nas circunstâncias mais felizes que se pode encontrar no mundo; ainda
assim, me pareceu que uma nuvem está costumeiramente sobre eles, e eles
parecem sérios e quase tristes, mesmo em seus prazeres, pois nunca param
de pensar nas boas coisas que não têm... Assim os esforços e lazeres dos
americanos são mais animados do que em sociedades tradicionais, mas o
desapontamento de suas esperanças e desejos são mais agudos, e suas
mentes são mais ansiosas e estressadas.9

Encorajamento por meio do ouvir

Ouvir abre a porta para o encorajamento. Sintonize seus ouvidos para qualquer detalhe
que dê razão para elogiar. Se houver mesmo uma dica de excelência, identifique-a e reconheça-
a.

Escreva uma carta de encorajamento

37
Uma coisa que você pode fazer para encorajar seu líder de célula
é escrever-lhe uma carta de encorajamento. Kent Hughes diz: “Há alguns
anos, li que Phillips Brooks mantinha um arquivo de bilhetes e cartas de
encorajamento para dias deprimentes, e nesses dias ele tirava esses
bilhetes e cartas e os lia novamente. Então comecei o meu próprio
arquivo. Guardo cada carta encorajadora que recebo, e há ocasiões em
que as leio novamente. Mas, o mais importante, comecei a escrever
muito mais bilhetes de encorajamento aos outros, especialmente aos
meus colegas de ministério”.10

Quando um dos seus líderes começar a falar sobre falta de fruto, desânimo e
dificuldades, você precisa ouvi-lo em primeiro lugar. Tenha compaixão dele. Lembre-o daquilo
que Deus já fez. Talvez você possa lembrá-lo do crescimento pessoal que ele já experimentou
por meio da liderança na célula.

Encontre as menores coisas e destaque-as. Você pode indicar a honestidade,


transparência ou o esforço de um líder. Destaque qualquer coisa que você veja que é positiva e
honra a Deus. Transforme as pequenas coisas em grandes vitórias.

Encoraje seus líderes de célula a persistir

Ao ensinar em congressos sobre células ao redor do mundo, uma palestra em particular


tem se tornado a favorita — a palestra sobre diligência. Eu destaco as várias ocasiões em que a
palavra grega spoude (diligência) é usada na Bíblia (por ex.: 2 Tm 2.15; 2 Pe 3.12-14; Hb 4.10,
11). Faço com que todos durante a palestra repitam a palavra spoude várias vezes. Após uma
palestra em Hong Kong, os participantes chegaram a imprimir camisetas com a palavra spoude
na parte da frente para lembrar uns aos outros de continuar persistindo.

Por que essa palestra sobre spoude é tão bem recebida? Porque ela encoraja os líderes a
não focalizar em áreas que estão além de seu controle (como talento, dons, cultura ou
personalidade), mas a focalizar em esforço, o que qualquer um pode fazer. Provérbios 14.23 diz:
“Todo trabalho árduo traz proveito, mas o só falar leva à pobreza”. Os participantes dessa

38
palestra são lembrados que persistência e diligência conseqüentemente trarão resultados.
Spoude!

As estratégias falham e os times perdem. Ponto. Nem todo jogo é um tremendo sucesso.

Os melhores líderes continuam convidando, continuam fazendo contatos, continuam


semeando e, em conseqüência disso, vão colher. Quando supervisores encorajam seus líderes a
praticar spoude, e a continuar a praticá-lo, as portas vão se abrir.

Descobrindo pepitas de ouro

“Algumas vezes, o único modo de ver nossos talentos de modo objetivo é por
meio dos olhos de outros.”11

Um líder de célula forte sabe como se levantar e continuar em frente — apesar dos
obstáculos. Um bom supervisor lembra seus líderes que a nossa corrida é uma maratona. Por
exemplo:

 Abraham Lincoln faliu duas vezes como homem de negócios e foi derrotado em
seis eleições estaduais e federais antes de ser eleito presidente dos EUA.
 O herói do beisebol Babe Ruth errou ao rebater 1.330 vezes. Apesar disso,
mandou 714 bolas para fora do estádio.
 O primeiro livro infantil de Theodor S. Geisel (Dr. Seuss) foi rejeitado por 23
editoras. Na 24.ª editora, vendeu mais de 6 milhões de cópias.12
 George Mueller orou por toda a sua vida para que cinco amigos conhecessem a
Jesus. O primeiro converteu-se a Cristo após cinco anos. Num período de dez
anos, dois outros receberam a Cristo. Mueller orou constantemente por mais de
25 anos para que o quarto amigo finalmente fosse salvo. Pelo seu quinto amigo,
ele orou até o dia de sua morte, e esse amigo também veio a Cristo alguns meses
após a morte de Mueller. Por este último amigo, Mueller orou por quase 52 anos.

O que os líderes precisam

“Todas as pessoas, sejam líderes ou discípulos, têm algumas coisas em comum:


 Elas gostam de se sentir especiais, então elogie-as com sinceridade.

39
 Elas querem um amanhã melhor, portanto mostre-lhes esperança.
 Elas desejam direção, portanto mostre-lhes o caminho.
 Elas são egoístas, portanto fale das necessidades delas primeiro.
 Elas ficam desanimadas, portanto encoraje-as.
 Elas desejam o sucesso, portanto ajude-as a vencer.”
John Maxwell13

Os melhores líderes não desistem — mesmo quando as chances são pequenas e o


sucesso parece distante. Eles encontram um caminho, mesmo quando têm de construir suas
próprias estradas. O seu encorajamento, supervisor, pode mantê-los na batalha.

“Em todas as muitas amizades que fiz durante a vida, conhecendo muitas
e importantes pessoas de várias partes do mundo”, declara Schwab, “ainda não
encontrei uma pessoa, não importa quão grande ou exaltada fosse sua posição,
que não fizesse um trabalho melhor ou que não se esforçasse mais sob um
espírito de aprovação do que jamais faria sob um espírito de crítica.”14

O supervisor Barnabé

Existia uma razão para que os apóstolos dessem o nome Barnabé (que significa “filho do
encorajamento”) a José, um levita de Chipre (Atos 4.36). Barnabé preencheu as expectativas dos
apóstolos ao apresentar Saulo aos discípulos em Jerusalém quando estes estavam morrendo de
medo dele (Atos 9.26, 27). Então os apóstolos enviaram Barnabé para uma nova e dinâmica
igreja em Antioquia. A Bíblia diz: “Este, ali chegando e vendo a graça de Deus, ficou alegre e
os animou a permanecerem fiéis ao Senhor, de todo coração” (Atos 11.23). Seu zelo pelo
encorajamento o levou a pedir ao apóstolo Paulo para unir-se a ele na tarefa de encorajamento
da igreja de Antioquia.

Siga o modelo do supervisor Barnabé e torne-se um “filho do encorajamento”. Não tema


encorajar demais os seus líderes pensando que assim você vai torná-los orgulhosos. Encoraje,
encoraje, encoraje, e os líderes sob o seu cuidado vão se desenvolver.

40
Capítulo 4

Cuidar

Susan Beauregard supervisiona atualmente quatro líderes de célula em Los


Angeles. Uma de suas líderes, Vicky, tem lutado com um antigo vício por remédios,
embora esteja livre disso há bastante tempo. Susan diz: “Nós fomos a um retiro de
mulheres, e vi que Vicky estava assustada. Eu tinha certeza que ela havia tomado
remédios. Logo após perceber isso, no segundo dia do retiro, disse-lhe que, pela minha
experiência, as pessoas tendem a voltar a seus antigos mecanismos de defesa quando
estão assustadas, e que não importa o tipo de mecanismo de defesa que ela buscasse, ela
não poderia afastar meu amor por ela”. Vicky começou a chorar, e disse: “Não importa
quantas vezes eu tenha falhado, você nunca me rejeitou. Susan, eu experimento o amor
de Deus por meio de você”. Susan respondeu: “Mesmo que eu ame e valorize você,
quero que você saiba que o amor e o carinho de Deus por você é muito maior”. Mais
tarde naquele final de semana, Vicky testemunhou diante das 300 mulheres presentes no
retiro que se não fosse por Susan ela provavelmente teria se matado um ano antes.

“Existem duas razões principais porque as pessoas na minha organização


se sentem bastante encorajadas. Primeiro, gastei tempo para conhecer e
desenvolver um relacionamento com elas... Eu realmente as conheço. Segundo,
eu as amo, e expresso esse amor para elas regularmente. Não estou falando
simplesmente de elogiá-las pelo trabalho que fazem, deixo que saibam que me
importo com elas e que as amo como pessoas em primeiro lugar.”
John Maxwell1

Seres humanos — não “fazeres” humanos

Scott Kellar desenvolve fortes relacionamentos com seus líderes de célula; é por
isso que ele multiplicou sua célula tantas vezes. Aqueles que estão sob a autoridade de

41
Scott o amam e respeitam. Quando lhe perguntei sobre o segredo do seu sucesso, ele me
disse: “O ingrediente mais importante é amar as pessoas, e eu amo pessoas!”.

A maioria das pessoas gosta de realizar tarefas. Elas são boas nisso. Muitos
supervisores, na verdade, entendem supervisão como um modo de realizar mais. O
supervisor precisa lembrar, no entanto, que os líderes são seres humanos, e não
“fazeres” humanos.

“Os supervisores lembram que todo líder é uma pessoa; eles oferecem
cuidado para os líderes ao mostrar amor por quem eles são, e não simplesmente
por aquilo que fazem.”
Bill Donahue2

Um especialista em supervisão do mundo empresarial expressa isso da


seguinte maneira:

Como a supervisão é eficaz na obtenção de resultados, tanto


o líder como o supervisor podem ser atraídos para a armadilha dos
‘resultados’ — focalizando inteiramente no destino e perdendo de
vista o processo da jornada. Na verdade, o progresso é comumente
comparado a um rio. Conforme a vida vai fluindo, haverá períodos
rápidos de corredeiras e avanço veloz. Mas também haverá períodos
em que não se vai a lugar nenhum, enroscando-se em trabalhos
rotineiros, enfrentando turbulências nos relacionamentos, e
retrocedendo em direção a poças traiçoeiras.3

Focalizar apenas nos resultados vai transformar seus líderes de célula em


engrenagens de uma máquina. Eles vão começar a sentir que estão sendo usados pela
igreja para “produzir convertidos” ou “fazer a igreja crescer”. O ministério não é uma
linha de montagem. O ministério acontece por meio de pessoas que “vivem vidas”. A
vida do líder é uma jornada, um processo. O supervisor é a pessoa que caminha com os
líderes por meio desse processo por um período de tempo — e não apenas alguns dias.

42
Certa vez, tive de sugerir fortemente a um dos meus líderes de célula que tirasse
um dia de folga para estar com sua família. Sua família estava em terceiro lugar, atrás
de trabalho e esportes, pois o líder supostamente “não tinha tempo” para gastar com sua
família. O seu lado “fazer humano” estava superando o lado “ser humano” dele. Ele
podia realizar mais a curto prazo sem gastar tempo com sua família, mas a longo prazo
sua família iria sofrer em decorrência disso, e logo seu ministério também.

Seu trabalho é ajudar os líderes em sua jornada de vida. Você pode descobrir,
por exemplo, que seu líder está fora de controle em seus gastos financeiros, na bebida
ou pornografia. Ou talvez existam questões de orgulho, rebelião, dedicação excessiva ao
trabalho, ignorar filhos ou esposa, faltar à celebração ou não contribuir. Importe-se o
suficiente para confrontá-lo. Encontre a ajuda que o seu líder precisa. É um curso de
treinamento? Um retiro de libertação espiritual? Aconselhamento profissional? Os
líderes que você está supervisionando precisam de vida íntegra, e isso deve ser
prioridade máxima.

No Capítulo 2 discutimos o papel das perguntas na supervisão. Lembre-se de


incluir perguntas que lidem com família, vida espiritual e emoções. Seus líderes vão
sentir que você se importa e cuida deles quando você aborda assuntos que fazem parte
de seu cotidiano.

Mostre que você se importa

 Perguntas sobre família:


 Como o seu ministério de liderança tem afetado sua família?
 Quando foi a última vez que vocês passaram um dia juntos?
 Perguntas sobre a vida espiritual:
 Como está seu relacionamento com Deus?
 Em que áreas da sua vida cristã você tem enfrentado lutas?
 Perguntas sobre emoções:
 Quais são os seus sentimentos relativos ao seu ministério de líder de
célula?
 Que emoções tem experimentado?

43
As pessoas desejam atenção e cuidado. Mas normalmente os líderes de célula
têm dificuldade em dizer: “Eu preciso de atenção. Por favor, ajude-me.”. Na verdade, na
maior parte do tempo eles não pedem ajuda, pois não querem desapontar seu supervisor.
É responsabilidade do supervisor “ler nas entrelinhas”.

Supervisor, sua tarefa é edificar os seus líderes, acalmar seus medos e ajudá-los
a descobrir a direção certa a seguir. Sua experiência é importante — e será muito útil
em momentos chave — mas a chave da supervisão é o cuidado. É fazer as pequenas
coisas. É estar presente nos momentos de crise.

“Fala sério!”

Você vai falhar como supervisor. Às vezes você vai se sentir miserável,
desanimado e incapaz de ajudar qualquer um — apesar das suas melhores intenções de
estar sempre alerta e disponível.

E haverá momentos em que você vai se desconectar do seu líder. Admita! Diga-
lhe que você sente muito por não ouvir, por ter deixado sua mente vagar. Ao fazer isso,
você estará sendo um modelo da vida que você quer que o seu líder viva e demonstre à
célula que ele lidera.

Um supervisor me disse que transparência é o ingrediente chave no cuidado de


líderes. Ele pede aos seus líderes que se abram com ele, mas ele também compartilha
livremente com eles. Eles prestam contas uns aos outros, e têm desenvolvido um
relacionamento de confiança.

Para criar confiança, você tem de ser real. As pessoas percebem quando alguém
é superficialmente positivo em todos os assuntos. É melhor dizer: “Eu não sei”, do que
fazer de conta que sabe. No livro Leader as Coach [O líder como supervisor] lemos:
“As pessoas podem perdoar os seus erros, mas elas vão acusá-lo por fazer de conta que
nada está errado... eliminem as tensões e aprendam juntos com os erros. Seja honesto o

44
suficiente para admitir para você mesmo que estava errado e seja corajoso para dizer:
‘Sinto muito’.”4.

Às vezes você vai sentir a necessidade de se abrir de um modo mais pessoal,


revelando problemas na sua vida e família. Isso irá produzir confiança entre você e seus
líderes.

Conte a sua história primeiro

“Conte a sua história primeiro. Com freqüência cometemos o erro de fazer uma
pergunta à outra pessoa, colocando-a em uma situação constrangedora. Ao abrir
algo pessoal sobre si mesmo, você dá o passo inicial para o desenvolvimento de
confiança.”
Shirley Peddy5

Torne-se amigo de seus líderes de célula

“Meu supervisor não se importa comigo”, confessou um líder magoado. “Ele me


administra e me diz o que fazer, mas o que eu realmente preciso é de um amigo”.
Amizade. Muitas pessoas ignoram esse princípio simples, mas poderoso. Mas creio que
essa é a chave para supervisionar líderes com sucesso.

Jesus, o supervisor por excelência, revelou esse princípio simples em João 15.15,
quando disse aos seus discípulos: “Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o
que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que
ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido”.

Jesus desenvolveu amizade com doze seres humanos pecadores, os quais ele
mentoreou por três anos. Ele comeu com eles, dormiu com eles e respondeu todas as
suas perguntas. O evangelista Marcos descreve o chamado dos doze desta maneira:
“Escolheu doze, designando-os apóstolos, para que estivessem com ele...” (Marcos
3.14). Jesus priorizou estar com eles em vez de um conjunto de regras ou técnicas.

45
Eu aprendi essa lição da maneira mais difícil. Supervisionei sete líderes durante
um período de três anos. Eles vinham com freqüência à minha casa para treinamento,
avaliação de alvos e cuidado pastoral. Quando nos reuníamos, eu conectava meu
computador à minha TV, usava apresentações de slides bem preparadas e tentava
impressioná-los com meu ensino.

Use o telefone

O supervisor pode realizar muito por meio de uma chamada telefônica.


Mas, antes de ligar para os seus líderes, tente preparar algumas perguntas ou
assuntos que você quer discutir. Esteja pronto para ouvir, o que vai exigir que
você clareie sua mente por meio de oração diligente. Comece a conversa fazendo
algumas perguntas-chave, e então ouça. Seus líderes começarão a crescer à
medida que você gasta tempo com eles.

Ao questioná-los mais tarde, descobri que a maioria deles não estava


impressionada com minhas exuberantes apresentações ou com minha tecnologia. Eles
saíam das reuniões insatisfeitos, querendo algo mais.

Deus começou a me mostrar um método melhor por meio de outros supervisores


mais eficazes. A sabedoria do ditado: “As pessoas não se importam muito com o quanto
você sabe até que saibam o quanto você se importa” começou a fazer sentido para mim.
Conhecimento, treinamento, solução de problemas, dinâmica de grupo e outras técnicas
podem ser uma parte importante no sucesso de um supervisor. Mas o que um novo líder
realmente precisa é de alguém que ouça os seus problemas, compartilhe sua jornada e
sirva como conselheiro.

Resultados de pesquisa

Estudiosos fizeram uma pesquisa entre empregadores, perguntando quais


as três características mais desejadas em seus empregados. A principal
habilidade era relacionar-se com outras pessoas: 84% responderam que
buscavam boas habilidades interpessoais. Somente 40% incluíram formação ou
experiência entre as três características mais desejadas.7

46
Isso significa que o encontro de supervisão não é importante? Isso significa que
não precisamos visitar os grupos ou promover treinamento? Não. O que significa é que
você precisa primeiro ganhar seus líderes, por meio de uma amizade que se importa.
Tudo o mais fluirá naturalmente.

O melhor ensino, na verdade, é o tipo que ocorre espontaneamente. Jesus não


ensinou simplesmente seus discípulos a respeito da oração. Em vez disso, pediu que eles
o acompanhassem a reuniões de oração. Ele permitiu que seus discípulos o observassem
orando. Quando os discípulos finalmente perguntaram o que ele estava fazendo, ele
aproveitou a oportunidade para ensiná-los sobre oração (Lucas 11.1-4). O mesmo é
verdade com o evangelismo. Jesus evangelizou pessoas na presença de seus discípulos e
os instruiu posteriormente. Ele tirou vantagem de situações da vida real para explicar
cuidadosamente temas doutrinários complexos (por exemplo, o jovem rico, em Mateus
19.16-24).

Qualquer um pode ser um amigo, mas somente poucos supervisores serão


excelentes administradores. Qualquer um pode ser um amigo, embora poucos
supervisores possuam dons de falar, formação superior ou um chamado para ministério
de tempo integral.

Você provavelmente não é tão lerdo como eu era, e com certeza já sabia que
amizade é a chave. Senão, quero encorajá-lo a começar agora a desenvolver
relacionamentos sinceros de cuidado com os líderes que você está supervisionando.
Assim como eu, você vai descobrir como uma simples verdade pode ter um impacto tão
grande na vida das pessoas.

Sugestões práticas para desenvolver amizade

 Convide os líderes à sua casa para uma refeição. Deixe-os verem sua
família, seu cachorro, sua vida.
 Envie para seus líderes cartões de aniversário, bilhetes de melhoras ou e-
mails engraçados.

47
 Conheça as histórias de seus líderes.
 Pergunte-lhes sobre sua infância.
 Conheça o nome de seus filhos.
 Lembre o aniversário de seus filhos.
 Saia para tomar café com eles.
 Convide-os para praticar esportes com você, ou alguma outra atividade
normal da vida.
 Ore diariamente pelos seus líderes (o que vai fortalecer a sua amizade
espiritual).

O supervisor servo

Supervisores não precisam ser perfeitos. Eles existem para fazer os líderes
brilharem. Isso significa desistir da necessidade de aparecer ou de estar certo todo o
tempo. Supervisores com egos muito grandes, que exigem o centro do palco, não serão
bons supervisores.

O consultor focaliza em conselhos que farão diferença. O administrador se


preocupa em verificar se o conselho está sendo seguido. O supervisor se preocupa em
desenvolver a pessoa inteira por meio de cuidado e serviço. Lavar os pés dos seus
líderes é fundamental para o sucesso deles. Se você quer ser grande no Reino de Deus,
aprenda a ser servo de todos.

Serviço é grandeza

“‘Se alguém quiser ser o primeiro, será o último e servo de todos’. E, tomando
uma criança, colocou-a no meio deles. Pegando-a nos braços, disse-lhes: ‘Quem
receber uma destas crianças em meu nome, está me recebendo; e quem me
recebe, não está apenas me recebendo, mas também àquele que me enviou’.”
Marcos 9.35-37

48
Capítulo 5

Desenvolver/ Treinar

Tiger Woods e sucesso no golfe são muitas vezes considerados sinônimos. Mas
muitas pessoas não sabem como Woods trabalhou duro para ser tão bom como é.
Woods é um estudioso obsessivo do jogo, revê vídeos de campeonatos antigos para
observar dicas de como acertar cada buraco, buscando todas as possibilidades para
aperfeiçoar as suas tacadas. Ele possui um ímpeto incansável para o contínuo
aperfeiçoamento. Woods aceitou o conselho de seu amigo Michael Jordan, que uma vez
disse a ele: “Não importa quão bom eles digam que você é, continue sempre
melhorando o seu jogo”.1

Depois do Torneio de Campeões de 1997, por exemplo, Woods chamou o seu


técnico e disse-lhe que gostaria de reestruturar a sua tacada. O técnico Harmon advertiu
Woods de que o resultado disso não viria da noite para o dia — que Woods teria de
praticar levantamento de peso para fortalecer os músculos, especialmente dos
antebraços; que levaria meses para ele se adaptar aos movimentos da nova tacada; que o
seu desempenho no torneio pioraria antes de melhorar. Woods aceitou o desafio e é hoje
um jogador de golfe melhor como resultado de sua nova tacada.

Assim como foi com Tiger Woods, a “busca por desenvolvimento” precisa vir do
fundo da alma do líder de célula. O supervisor pode ter um papel fundamental guiando
o desenvolvimento do líder, mas a busca precisa vir do próprio líder. É trabalho do
supervisor acender o fogo visionário que vai se desenvolver no coração do líder. Como
disse William Butler Yeats, “educação não é encher um balde, mas acender uma
fogueira”.2

Prepare o ambiente para o crescimento

49
Descubra a visão que seu facilitador já tem e molde-a. Embora você queira
expandir a visão, você precisa primeiro descobrir com o que o seu facilitador já está
sonhando. Então agite essa visão, encoraje-a e faça-a crescer.

Confissões de um supervisor

“Pensei que meus líderes de célula teriam a mesma paixão por grupos
pequenos que eu tinha... Aprendi que é minha responsabilidade como
supervisor deles despertar fome e sede nos líderes de grupos pequenos.”
Eric Wishman3

Um dos meus líderes tem uma paixão por dons espirituais. Para ajudá-lo,
providenciei recursos e informações para capacitá-lo a descobrir e fortalecer os dons
espirituais de cada membro da célula dentro dos grupos que ele supervisiona. Outro
líder ama o evangelismo. Para ele, arranjei materiais extras e treinamento em como
alcançar os não cristãos por meio das células. Os supervisores devem ajudar os líderes a
melhorar em todas as áreas (por exemplo: como liderar uma célula, como multiplicar
uma célula etc.), com também devem providenciar informação extra e treinamento para
desenvolver as paixões únicas que cada líder tem. David Owen diz, “Um bom
supervisor reconhece as diferenças entre os líderes, e ele ou ela ajusta o estilo de cada
um de acordo com isso. Nós estamos lidando com pessoas!”.4

O guia da jornada para líderes de células

Essa ferramenta de 16 páginas foi preparada para ajudar o supervisor a descobrir


os sonhos, dons, áreas de necessidade, os pontos fortes e fracos de líderes de
célula. Os líderes completam o material Journey Guide [Guia da Jornada]
sozinhos e depois se encontram um a um com seu supervisor para conversar
sobre as suas respostas. Você pode fazer o download de um plano detalhado para
liderança de líderes de célula por meio de encontros um a um na página
<www.touchusa.org/interviewguide.asp> (em inglês).

50
Fertilize a grama

As pessoas não podem fazer a grama crescer. Podem, no entanto, fertilizá-la e regá-la
para que ela cresça sozinha.

“O melhor líder quer treinar as pessoas e desenvolvê-las até o


ponto em que elas venham a superá-lo em conhecimento ou
habilidade.”
Fred A. Manske, Jr.5

De uma forma parecida, o supervisor prepara o ambiente para que os líderes


cresçam. O supervisor precisa incentivar os líderes, ajudando-os a alcançar os sonhos
que já estão em seu coração. O livro Leader as a Coach [O líder como supervisor]
diz:

Você não pode motivar as pessoas. No entanto, você pode estimular


suas motivações naturais. ... Aborde seu trabalho de supervisor como um
jardineiro que não tenta motivar suas plantas a crescer, mas que busca a
combinação certa de luz, nutrientes e água para liberar o crescimento natural
da planta. Um jardineiro providencia um ambiente que conduz ao
crescimento, assim como um supervisor cria as condições nas quais a
motivação pessoal para se desenvolver vai florescer.6

Os supervisores precisam ser cuidadosos para evitar que os líderes dependam


demais deles. Eu aprendi essa lição da maneira mais difícil. Por muito tempo, dei aos
meus líderes conselhos de especialista. Ao dar a eles as repostas, encorajei-os a pensar:
“O que Joel Comiskey faria aqui?”, em vez de “O que eu devo fazer nessa situação?”.
Na verdade, eu estava criando uma dependência de Joel Comiskey ao dar-lhes as
respostas, em vez de estimular a criatividade deles e possibilitá-los de tomar suas
próprias decisões.

Desenvolvimento natural

51
“As melhores pá e enxada do mundo não podem garantir uma boa
colheita. Elas só fazem com que seja mais provável que o crescimento
não será impedido. O mistério do amadurecimento está no coração da
semente e o resultado da plantação depende grandemente das mudanças
do clima. Ainda assim, as ferramentas são importantes para ajudar a
garantir que as sementes plantadas darão fruto.”
Marjorie J. Thompson7

O objetivo da supervisão, ao contrário do treinamento, é ajudar líderes a se


tornarem eternos aprendizes.

Algumas vezes o supervisor vai precisar responder as perguntas e ser o


especialista, mas primeiro ele deve tentar fazer com que o líder de célula tire algo de
suas próprias experiências. O líder deve lutar com a questão e esgotar seu próprio
entendimento primeiro. Um bom supervisor vai então aproveitar o discernimento que
veio da boca do próprio líder e constantemente lembrá-lo de que foi dele esse
discernimento.

Permaneça na supervisão por um longo período

Ver crescer um carvalho requer uma vida; muitas plantas, por outro lado, crescem
e murcham rapidamente. Sou a favor de supervisão de longo prazo porque mudanças de
valor levam tempo e precisam de encorajamento.

Supervisionei um líder por quase um ano antes de Deus começar a me dar


discernimento específico para sua situação particular. Enquanto comíamos em um
restaurante, ele compartilhou uma experiência de ter testemunhado a dois motoqueiros.
As luzes se acenderam na minha cabeça enquanto eu pensava em várias outras histórias
parecidas que ele havia me contado. Percebi que ele precisava focalizar em seus dons
evangelísticos; seu talento para evangelismo era a chave para quebrar a barreira da
estagnação das células que ele supervisionava.

52
Características de um pai

“O supervisor desempenha alguns dos mesmos papéis de um pai: ele


precisa deixá-los [os líderes] crescer, tomar suas próprias decisões, tentar coisas
novas, e até mesmo ‘falhar’ em algumas áreas. [O supervisor] não deve ‘fazer’
tudo pelos líderes, mas deve ser um recurso, guiando-os e confortando-os.”
Carl Douthit, Foothills Christian Church8

Por ter um compromisso de longa data com esse líder, fui capaz de discernir
apropriadamente suas necessidades. O melhor desenvolvimento demora. Permaneça na
batalha, seja um supervisor de longo prazo.

Repita as mesmas jogadas

Pensando nos meus dias de basquete na escola, ainda posso lembrar dos exercícios
pelos quais o técnico Seymour nos fazia passar: apoios, passes, bloqueios, rebote,
apoios, passes... Nós fazíamos as mesmas coisas de novo e de novo, mas a prática fazia
a diferença. É preciso praticar as mesmas jogadas de novo e de novo até que as pessoas
realmente as aprendam.

Bons supervisores sabem que a prática leva à perfeição. Eles não hesitam em
repetir as mesmas jogadas de novo, de novo e de novo. Bons supervisores, na verdade,
são implacáveis em prática, prática e mais prática.

Repetindo as mesmas jogadas

Werner Kniesel, pastor de uma igreja de 3000 membros em


Zurique, Suíça, levou 15 anos para desenvolver células eficazes. Durante
esse tempo, ele repetiu as mesmas “jogadas” em uma variedade de
contextos e com uma variedade de pessoas até que eles começassem a
aprender. Ele continuou treinando seus líderes-chave repetidamente sobre
os valores do ministério de células até que estes se tornassem hábitos
para os seus líderes.9

53
Jeromy Smith, um líder de célula de fala mansa, disse-me que seu supervisor
Timothy tinha de lembrá-lo constantemente de falar mais alto no grupo. Jeromy disse:
“Isso vinha de novo e de novo enquanto eu lutava — e ainda luto — para assumir o
controle e falar mais alto em um grupo. Isso era particularmente problemático no verão
quando o ar condicionado estava ligado... As pessoas tinham dificuldade em ouvir o que
eu estava dizendo. É difícil mudar, sendo que eu dificilmente noto que estou falando
muito baixo”. Seu supervisor persistiu em falar dessa fraqueza, e Jeromy melhorou
consideravelmente nessa área.

Oito hábitos que líderes de célula devem ter10

Em seu livro Oito Hábitos do Líder Eficaz de Grupos


Pequenos, Dave Earley identifica ações-chave que líderes
precisam praticar repetidamente para serem eficazes. O supervisor
pode ajudar o líder a identificar seus hábitos fortes e fracos e
então trabalhar com ele nos hábitos mais fracos lendo aquele
capítulo juntos.

 Sonhar liderar uma célula saudável que cresce e se


multiplica.
 Orar pelos membros da célula diariamente.
 Convidar semanalmente pessoas novas para visitar a
célula.
 Contatar regularmente os membros da célula.
 Preparar-se para o encontro da célula.
 Mentorear um auxiliar de líder de célula.
 Ter comunhão com os membros da célula por meio de
atividades planejadas.
 Crescer como líder por meio de desenvolvimento
pessoal.

Informação é coisa barata quando não é misturada com experiência. Ler um livro,
participar em um seminário etc. não faz as coisas acontecerem. As pessoas precisam de
mais do que isso para serem verdadeiramente eficazes. Elas precisam de prática
constante.

“O grande propósito da vida não é conhecimento, mas


ação.”
Thomas Henry Huxley11

54
Por meio de experiência própria, descobri que depender das informações sobre
célula — em vez de praticar os princípios que aprendi — geralmente leva ao fracasso.
As informações somente terão impacto por meio de repetição constante. Jesus usou esse
método com seus discípulos. Ele os ensinava, dava exemplos práticos de seus
ensinamentos, permitia que eles falhassem e os ensinava de novo. Jesus os preparou
para que tivessem sucesso no futuro ministério.

O modelo de treinamento de Jesus

 Eu faço — você observa


 Eu faço — você ajuda
 Você faz — eu ajudo
 Você faz — eu observo

Sugestões de desenvolvimento

Divida a experiência de aprendizagem em espaços de tempo. — Não tente


fazer tudo de uma vez. Dê às pessoas a chance de caminhar em seu próprio ritmo.
Novos comportamentos e novas formas de pensar são mais bem assimiladas quando são
espaçadas. Talvez seu líder tenha feito um curso sobre multiplicação de células ou lido
um livro que você recomendou sobre o assunto. Agora você precisa guiá-lo passo a
passo no processo de longo prazo de multiplicar a célula dele. Ensaiem os passos de
novo e de novo.

Promova experiências ativas. — As pessoas precisam praticar o que


aprenderam, sair do teórico para o prático. Dê ao líder oportunidades específicas para
trabalhar com a informação. O líder que está aprendendo sobre multiplicação da célula
deve praticar um passo de cada vez na célula dele. Encoraje-o a tentar cada tática depois
que vocês a revisaram. À medida que ele pratica e vê isso em ação, ele vai
internalizando os passos.

55
Eleve o nível. — O desenvolvimento ocorre quando o supervisor tira os líderes de
sua zona de conforto para aprender. Se você mantiver seus líderes em um nível por
muito tempo, eles irão parar de aprender, e talvez até regredir. Não vão mais se
desenvolver. Elevar o nível gradativamente encoraja o progresso contínuo. Aumente
passo a passo o desenvolvimento, para que você consiga colocá-los no ponto de
desconforto que não ultrapasse os limites deles.

Elevando o nível

“Se você só faz coisas que sabe fazer bem e as faz


confortavelmente, você nunca irá alcançar alvos mais elevados.”
Linda Tsao Yang12

Tire vantagem de momentos “supervisionáveis”

Depois de anos de tentativas e erros infrutíferos, Thomas Edison estava chegando


perto da descoberta do filamento apropriado para a lâmpada de luz elétrica. Produzir
cada novo filamento e testar cada lâmpada levava horas de intenso esforço. Momentos
antes de um teste crucial, Edison e seus colegas observavam enquanto um jovem
ajudante, carregando a mais nova lâmpada, tropeçou nos degraus e espatifou a lâmpada
no chão. O ar estava pesado com o desapontamento de toda a equipe. No dia seguinte,
depois de outro esforço concentrado, Edison mostrou sua boa vontade em tolerar erros
ao pedir ao mesmo jovem ajudante para carregar a nova lâmpada à área do teste. Aquele
espírito era um ingrediente essencial do gênio inovador de Edison.13

As pessoas aprendem melhor quando são confrontadas com desafios e


dificuldades — quando elas estão se recuperando de um “tombo”. Tire vantagem dessas
oportunidades para supervisionar. Lembre o líder de conversas, seminários ou
experiências passadas.

Não tenha medo de errar

56
“O maior erro que alguém pode cometer na vida é viver com
medo de cometer um.”
Elbert Hubbard

Os líderes às vezes erram. Mas a fracasso é um ótimo professor. Quando um líder


fracassar, Deus pode usar esse fracasso se o líder quiser. Mais do que isso, o fracasso
ensina suas lições rapidamente, e a vida é cheia de oportunidades de aprender com ele.
Infelizmente, uma das primeiras lições da vida é que o fracasso é ruim, até mesmo
vergonhoso. As pessoas aprendem a esconder seus fracassos, criar desculpas para eles
ou ignorá-los — e assim perdem o valor de aprender ao tentar descobrir o que saiu
errado.

Lembre seus líderes de que há uma grande diferença entre fracassar em algo e ser
um fracasso. Todos vão fracassar em várias coisas na vida. As pessoas simplesmente
precisam usar o fracasso para avançar.

Quando um de seus líderes fracassar, ele ou ela provavelmente vai pedir


conselhos. Antes de dar seu conselho, verifique com o líder quais as lições que ele
aprendeu. Encoraje os líderes a responderem suas próprias questões ajudando-os a
encontrar soluções para seus problemas. Esteja disponível para estimulá-los a chegarem
a suas próprias conclusões.

“Aquele que não comete erros não progride.”


Teddy Roosevelt

Quando Jesus andava com seus doze discípulos há mais de 2000 anos atrás, eles
tinham acesso imediato a ele e podiam fazer-lhe perguntas em tempo real. A forma mais
imediata de interagir hoje é por meio do telefone, que também pode ser usado pelos
líderes para ter acesso a seus supervisores. Certifique-se de que seus líderes de célula
sabem que podem entrar em contato com você a qualquer hora com suas dúvidas e
preocupações. A melhor aprendizagem ocorre quando o líder tem uma necessidade ou
sente falta de alguma coisa. É seu trabalho tirar vantagem de momentos tão oportunos
de supervisão.

57
“Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu
companheiro.”
Provérbios 27.17

O supervisor como pessoa de recursos

Os supervisores de células devem ser “centros de distribuição de recursos para


células”. Eles devem se certificar de que os líderes estão lendo livros, participando de
seminários, e buscando novas formas de melhorar sua capacidade de liderança. É
responsabilidade do supervisor ajudar a interpretar as informações ao se encontrar com
seus líderes individualmente ou no contexto de grupo.

“Os supervisores apóiam o ministério de cada líder ao


conectá-lo com os recursos necessários, como cursos, treinamento
ou apoio de oração.”
Bill Donahue14

Quando me encontro mensalmente com meus líderes, discutimos um diferente


livro sobre células. Nós estudamos o livro juntos e aprendemos o conteúdo em um
ambiente interativo. Todos participam. Todos compartilham. Todos aplicam o que
aprenderam em suas próprias experiências. Diferentes autores têm diferentes estilos e
perspectivas sobre células, assim como os líderes. Ver células sob diferentes ângulos
permite aos líderes escolherem o estilo que mais se encaixa em seus grupos. Nenhum
dos grupos é idêntico, o que significa que eles não podem ser liderados exatamente da
mesma maneira.

Bons livros para ler com líderes de célula

 Como Liderar um Excelente Encontro de Célula [How to


Lead a Great Group Meeting], de Joel Comiskey
 Oito Hábitos do Líder Eficaz de Grupos Pequenos*¸ de
Dave Earley
 Liderando com o Coração*, de Michael Mack

58
 Crescimento Explosivo da Igreja em Células*, de Joel
Comiskey
 Fazendo as células funcionarem [Making Cell Groups
Work], de Scott Boren
 Nove Chaves para a Liderança Eficaz de Grupos
Pequenos [Nine Keys to Effective Small Group
Leadership], de Carl George
 Manual do Líder de Célula*, de Ralph Neighbour, Jr.
 O Grande Livro sobre Grupos Pequenos [The Big Book
on Small Groups], de Jeff Arnold
 25 Segredos para Derrotar a Crise na Comunhão**, de
Lowell Bailey
 A Igreja em Células**, de Larry Stockstill

* Publicados em português pelo Ministério Igreja em Células.


** Títulos sugeridos pelo tradutor.

Bons recursos vão ajudar você e seus líderes de célula a criar estratégias melhores.
Cabe a você, supervisor, colocar seus líderes em contato com os recursos de que eles
precisam para ter êxito. Boas fontes vão encher suas mentes com as sementes
necessárias para fazer o trabalho. Torne-se uma pessoa de recursos, e você vai
aperfeiçoar-se e proporcionar o aperfeiçoamento dos líderes sob sua supervisão.

Conecte-se

Entro em contato on-line com meus líderes o tempo todo. Estou constantemente
enviando artigos, citações e encorajamento por meio de e-mails.

Comunicar-se on-line com seus líderes é uma maneira rápida e eficaz de prover
recursos. Você pode enviar pedidos de oração urgentes, atualizações do ministério de
células em tempo real, e material útil que vai encorajá-los a perseverar em momentos de
desânimo. A informação enviada por e-mails é ótima porque seus líderes podem

59
processar a informação em particular e tê-la em mãos para uso futuro. Para aqueles que
têm prática na internet, outra opção on-line são programas de comunicação instantânea
como o “Messenger”. Ainda assim, acredito que uma simples ligação telefônica é a
forma mais pessoal e eficaz.15

Falta de habilidade ou falta de aplicar conhecimento?

Os líderes freqüentemente param de crescer porque falham ao aplicar a


informação que eles já têm. Eles adquirem conhecimento, e podem usá-lo ou perdê-lo.
Os líderes freqüentemente atingem um bloqueio de crescimento, não porque lhes falta
habilidade para ter êxito, mas porque eles falharam ao aplicar o conhecimento que eles
já tinham. A não ser que eles escolham usá-la, a informação não fará bem algum.
Leader as Coach (O Líder como Supervisor) diz:

Em muitos casos, as pessoas já têm a habilidade ou o


conhecimento de que precisam, mas lhes falta confiança, motivação ou
técnicas para aplicar as novas habilidades. Determine se eles precisam
focalizar em aprender ou em fazer; identifique que chave vai destrancar o
desempenho de cada pessoa.16

Um dos principais papéis de um supervisor é ajudar os líderes a aplicarem suas


habilidades. O supervisor não deve se concentrar somente em desenvolver os líderes de
célula de acordo com o que eles precisam (por exemplo, evangelizar, ouvir, liderar uma
célula ou como fazer a comunidade acontecer), mas também na forma como os líderes
melhor se desenvolvem. Isso é chamado de supervisão situacional.

Vinícius é uma pessoa automotivada que dirige seu próprio negócio. Ele e sua
esposa Patrícia desejam seguir a Jesus acima de tudo e são ótimos líderes. Aprendi que
Vinícius responde melhor a um estilo de liderança mais distante. Eu delego muito a
Vinícius, sabendo que ele é um discípulo maduro. Eu falharia terrivelmente com
Vinícius e Patrícia se interviesse demais ou exigisse que eles cumprissem certas tarefas.

60
Michael, por outro lado, é um líder que não cumpre seus compromissos. Embora
seja espiritualmente maduro, falta-lhe motivação para muitas tarefas na vida. Descobri
que a melhor aproximação para a liderança com Michael é a aproximação direta.
Preciso dizer exatamente o que eu quero que ele faça e então supervisioná-lo de perto
para ter certeza de que ele o fará.

É importante usar o estilo que mais se adapta a cada um de seus líderes. A única
forma de você saber a diferença é conhecendo intimamente cada líder e o que ele
precisa.

Como os líderes se desenvolveram17

Dons naturais.........................10%
Resultado de crises................ 5%
Influência de outro líder........ 85%

O alvo é conformidade com Cristo

Jesus fez diferença na vida de seus discípulos? Totalmente. Os discípulos


cresceram socialmente, intelectualmente e espiritualmente. Todos notavam a diferença
que Jesus fazia. Esses homens eram simples e não possuíam educação formal. Em Atos
4.13, lemos: “Vendo a coragem de Pedro e de João, e percebendo que eram homens
comuns e sem instrução, ficaram admirados, e reconheceram que eles haviam estado
com Jesus”.

Seu alvo como supervisor é ajudar seus líderes a se tornarem conforme a


imagem de Jesus Cristo. Romanos 8.29 diz: “Pois aqueles que de antemão conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele
seja o primogênito entre muitos irmãos”. O alvo da supervisão é resumido nas palavras
de João Batista: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (João 3.30).

Capítulo 6

61
Desenvolver uma estratégia

Minha família adora o filme Duelo de Titãs1. Baseado em uma história real
sobre tensões raciais, fim da segregação e amizade inesperada, esse filme é focado em
uma coisa — a estratégia do técnico Boone. O técnico Boone, representado pelo ator
Denzel Washington, é um técnico de futebol americano negro que precisa desenvolver
mais que uma estratégia para vencer no campo — ele precisa transformar um time
branco e um time negro em um só time.

Da mesma forma, supervisores precisam ajudar os líderes de célula a


desenvolver estratégias que vão fazer os grupos irem em frente para cumprir a visão que
Deus lhes deu.

Estratégia da visão

Antes de escolher uma direção, os líderes precisam primeiro desenvolver uma


imagem da situação futura da célula — em uma condição melhor do que a atual.

Um animado líder de célula tinha a visão de uma escola de ensino médio cheia
de grupos pequenos. Esse sonho o estimulou a fazer planos práticos para a
multiplicação da célula. Sua visão era contagiante, e ele motivou outros a apoiá-la.

Encoraje seus líderes de célula a sonhar sobre seus grupos, a perguntar a Deus
sobre a direção que ele deseja para a célula. Ajude seus líderes a desenvolver uma visão
do crescimento espiritual dos membros da célula, os possíveis novos líderes e a
multiplicação do grupo. Eric Johnson escreveu:

62
O primeiro elemento ao criar nossa estratégia é visão. Esse é o
elemento que torna nossa estratégia dinâmica. Muitos grupos param ou
decidem ser só um grupo social devido à falta de uma visão clara. Inclua
seus líderes e gaste muito tempo orando para buscar a visão de Deus para
o seu grupo. Lembre-se de que esse é um ministério de Deus, não seu. Ao
incluir seus líderes, eles se tornarão mais donos da visão e aprenderão a
fazer o mesmo quando se tornarem supervisores.2

Então qual é a visão estratégica para as células? Jesus deixa isso claro em
Mateus 28.18-20: faça discípulos. O ministério de células é uma das melhores maneiras
de cumprir a ordem de Cristo de fazer discípulos. Os líderes de célula estarão
cumprindo Mateus 28.18-20 quando começarem a supervisionar os novos líderes que
deixaram suas células para começar seus próprios grupos.3

Estratégia-chave: Desenvolvimento de liderança

“O crescimento das células baseia-se em formar líderes de dentro


da própria célula. A prioridade mais alta do líder é identificar futuros
auxiliares e começar o processo de mentoreamento.”4

Ampliando a visão

Em 1992, escrevi no meu manual da célula: “O foco das células é evangelismo e


discipulado”. Na mesma página, disse também: “O objetivo principal do nosso sistema
é que os membros de cada célula experimentem verdadeira comunhão uns com os
outros”. Como muitos outros, eu acreditava que a estratégia principal da célula era
crescimento interno, trabalhar com os grupos existentes para fazê-los melhores. Pensava
que o principal objetivo de um supervisor era criar uma comunhão melhor e evitar
problemas. Embora ainda acredite que comunhão e outros detalhes da célula sejam
subobjetivos importantes, não acho que esses detalhes devem controlar sua estratégia
geral. Enquanto pesquisava para minha tese de doutorado as maiores igrejas em células
do mundo, notei algo diferente. As células dessas igrejas eram muito saudáveis, mas o
foco delas era alcance evangelístico que resultava em multiplicação. O alvo da

63
estratégia geral era multiplicar as células. Os subobjetivos eram boas dinâmicas de
grupo pequeno, evangelismo eficiente na célula, melhor comunhão entre os membros,
treinamento de liderança etc.

Cuidado na multiplicação

Certifique-se de que os futuros líderes da multiplicação estejam


preparados para evangelizar seus amigos e comunidades. É possível que
os líderes encham suas células com pessoas que freqüentam as
celebrações de domingo e nunca busquem pessoas de fora. Para evitar
isso, encoraje os líderes a trazer para as suas células pessoas que
freqüentem a celebração (talvez 7 pessoas), mas com o objetivo de
mobilizar esses membros para continuamente exercitarem os seus
“músculos de evangelismo”.

Ao pesquisar células ao redor do mundo, descobri que as células não são a


resposta. A não ser que os membros do grupo se tornem líderes de célula, as células vão
estagnar e morrer.

Multiplicação é questão de saúde

Quando as pessoas ouvem que a multiplicação da célula é o principal objetivo do


ministério em células, elas pensam nos números ou que o crescimento da igreja é o
objetivo final. Na verdade, a situação é exatamente inversa. A principal preocupação é a
saúde da igreja. O fato é que células saudáveis são células que se multiplicam.

Multiplicação = Saúde

A pesquisa de Christian Schwarz descobriu oito qualidades de


todas as igrejas que crescem (depois de processar 4.2 milhões de dados
de 1000 igrejas em 32 países). Schwarz disse: “Se fossemos identificar
um princípio como o mais importante, então seria sem dúvida a
multiplicação dos grupos pequenos”. E continuou: “Perguntamos a todos

64
os participantes da pesquisa...sobre planos concretos para seu próprio
grupo [multiplicação]. Praticamente nenhum outro aspecto da vida da
igreja tem tamanha influência tanto no índice de qualidade como no de
crescimento de uma igreja”.6

O foco na conseqüente multiplicação é necessário para a saúde da célula. Não é


um jogo de números ou uma armadilha estatística. Pelo contrário, é a única forma de
manter a célula saudável.

Preste atenção aos detalhes

Embora a visão estratégica seja a multiplicação da célula, os supervisores


precisam gastar a maior parte do seu tempo focalizando nos detalhes: levantando novos
líderes, promovendo evangelismo e discipulado, e mantendo os líderes de célula
saudáveis.

Para que a multiplicação aconteça, o líder deve fazer algumas coisas certas. É
função do supervisor ajudar o líder com cada uma dessas coisas.

Um dos detalhes mais importantes é encontrar um auxiliar. O supervisor deve


trabalhar com o líder de célula para identificar um auxiliar potencial, que tenha fome
por Deus e fidelidade na freqüência e participação na célula. Então o supervisor deve
ajudar o líder a se aproximar e desenvolver o auxiliar.

O conceito PCDE7

 Procure por líderes emergentes


 Convide-os para dividir tarefas de liderança
 Discipule-os até que eles possam substituí-lo
 Envie-os para o ministério

Há vários outros detalhes que são essenciais e que um supervisor precisa tratar
com seus líderes. Os líderes precisam melhorar as dinâmicas da célula, discipular os

65
membros da célula e evangelizar novas pessoas para a multiplicação da célula. Focalizar
em um detalhe à custa de outros vai diminuir o ritmo de crescimento e até mesmo pará-
lo.

A multiplicação da célula inclui tantas outras qualidades de


liderança que merece ser o foco central do ministério de células.

Se um líder se concentra apenas nas dinâmicas da célula (por exemplo, a lição,


habilidades de ouvir etc.), o desenvolvimento da liderança vai ser prejudicado. Se o
líder só focaliza em discipulado, o grupo vai crescer para dentro e estagnar. Se o líder
centraliza no evangelismo, muitos cristãos vão sair pela porta dos fundos. Para que os
líderes de célula alcancem o ponto da multiplicação da célula, eles precisam fazer bem
muitas coisas e devem ser parabenizados e honrados por isso.

Para multiplicar um grupo, o líder precisa orar diariamente pelos membros da


célula, preparar-se espiritualmente diante de Deus, visitar os membros do grupo
regularmente, fazer diversos telefonemas para convidar visitantes, preparar as reuniões
da célula, fazer qualquer outro preparativo, e sobretudo, treinar uma nova liderança para
liderar as novas células. É um pacote completo.

Dicas para desenvolver e liberar novos líderes

 Lance a visão desde o primeiro dia.


 Relembre e reveja a visão regularmente.
 Ore sobre quem liberar e quando.
 Delegue responsabilidades.
 Focalize no equilíbrio e a multiplicação virá.
 Evite terminologia negativa (por exemplo, dividir,
quebrar, separar).

66
Bons líderes delegam tarefas o máximo possível, estimulando outros no grupo a
visitar, fazer telefonemas e participar na célula. Os líderes de célula precisam
simplesmente ter certeza de que alguém está cuidando desses detalhes.

Estabeleça uma data para a multiplicação

O supervisor e o líder de célula devem sonhar juntos sobre uma data concreta
para multiplicar a célula. A data deve ser distante o suficiente para garantir a saúde da
célula-mãe e das células-filhas, mas próxima o suficiente para garantir urgência. Os
líderes devem discutir o alvo de multiplicar com os membros da célula. Considerando
que a reprodução da célula envolve todos os membros do grupo, e também que um ou
dois dos membros serão até líderes do novo grupo, é importante ser direto e aberto. O
alvo da multiplicação começa com os membros da célula.

Os 700 líderes de célula entrevistados no questionário para o meu doutorado


foram perguntados: “Você sabe quando o seu grupo vai multiplicar?”. As respostas
possíveis eram “Sim”, “Não” ou “Não tenho certeza”. Os líderes de célula que sabiam
seu alvo — quando os seus grupos multiplicariam — consistentemente multiplicaram
seus grupos com mais freqüência do que os líderes que não sabiam. Os líderes que
falham em estabelecer alvos que podem ser lembrados claramente pelos membros da
célula têm uma chance em duas de multiplicar suas células. Mas, para os líderes que
estabelecem alvos claros, as suas chances de multiplicar aumentam para três em quatro.

Quanto tempo leva para multiplicar uma célula?

 Um ano é normal. Entretanto, isso muda de país para país,


dependendo da receptividade das pessoas.
 Em países da América Latina, a média é de 9 meses, e em
algumas cidades a multiplicação leva apenas 6 meses.
 Na Europa leva-se mais tempo para multiplicar, às vezes até 24
meses.

67
Estabelecer uma data de multiplicação ajuda a guiar os vários elementos da
célula a um único propósito. Sem uma data, não há preparação. Uma mãe grávida sabe
aproximadamente quando será o nascimento. Ela prepara seu mundo todo para o
nascimento da criança — a casa, seus hábitos, o futuro. A data do nascimento enche a
agenda da mãe e domina suas atividades. Tudo flui a partir disso.

Guiando o processo de multiplicação

Um bom supervisor irá gentilmente lembrar seus líderes sobre a multiplicação.


“George, quem você está preparando para liderar o próximo grupo?” “Você já falou ao
grupo sobre o propósito maior da multiplicação da célula?” Se você notou uma
tendência à estagnação, delicadamente encoraje seus líderes a multiplicar. Então ajude-
os a encontrar e preparar novos líderes. Muitas vezes os líderes não sabem o que
procurar em um auxiliar. Eles tentam descobrir talentos, dons ou personalidade. Alguns
até continuam a focalizar em características físicas. Aqui é que você, o supervisor mais
experiente, provê ajuda para discernir valores espirituais. Você capacita seus líderes
para verem a obra maior de Deus.

O papel do supervisor no nascimento

 Lançar a visão.
 Consolidar o líder e seu auxiliar.
 Participar no processo (ir a encontros que levem ao nascimento do
novo grupo).
 Acompanhar de perto (estar em constante contato com o líder
durante o processo).
 Administrar (prover recursos e treinamento para o líder).

Jay Firebaugh, pastor geral da Clearpoint Church em Houston, Texas (EUA),


supervisionou dezenas de grupos no processo de multiplicação. As experiências de
fracasso, reflexão e sucesso levaram-no a desenvolver a técnica Lamaze da célula.
(Lamaze é uma técnica que auxilia no parto e inclui treinamento prévio do casal e apoio
pós-parto. — NT).

68
Lamaze da célula8

 Pré-natal (semanas 1, 2 e 3)
 Procure auxiliares e um novo anfitrião dentro da célula.
 Conversem sobre o futuro nascimento e porque ele é
importante.
 Divida partes do encontro entre o líder e o auxiliar. Separe o
grupo para o tempo de ministração. Leve o líder e parte do
grupo a se reunirem em um ambiente da casa, e o auxiliar e a
outra parte do grupo se reunirem em outro.
 Ministre às pessoas durante a semana. É importante que
ambos, líder e auxiliar, ministrem (telefonemas, visitas etc.)
às pessoas que fizeram parte do seu grupo quando se reuniram
em ambientes separados da casa durante o tempo de
ministração.

 Nascimento (semana 4)
 Encontrem-se como células separadas, mas na mesma casa.

 Pós-natal
 Semanas 5, 6 e 7. Encontrem-se como duas células separadas
em dois locais diferentes.
 Semana 8 (um mês depois do nascimento): Encontrem-se
novamente para uma reunião todos juntos. Isso não deve ser
um encontro formal, mas um tempo de comunhão.
 Semanas 9, 10 e 11: Encontrem-se como duas células
separadas em dois locais diferentes.
 Semana 12 (dois meses depois do nascimento): Encontrem-se
juntos novamente para uma reunião. Geralmente, a essa altura
os membros da célula gostam de estar juntos, mas fizeram
bem a transição e sua nova célula é realmente onde estão
conectados!

69
Ajudar o líder de célula a dar à luz é um papel fundamental do supervisor. Isso
envolve ensino que em geral vem de experiência pessoal. O supervisor eficaz é aquele
que já esteve lá e que simplesmente lembra o líder que o processo dará certo — que a
célula recém-nascida vai sobreviver e que a célula-mãe não vai morrer no processo.

É importante ter um encontro para tratar detalhes sobre a multiplicação do


grupo. Assim que o supervisor e o líder sentirem que o auxiliar está preparado, eles
devem avaliar as opções de multiplicação:

 Multiplicação Mãe-Filha — Metade do grupo sai sob a liderança


do auxiliar, ou o atual líder assume a célula-filha, deixando a
célula original com o auxiliar.
 Equipe de Implantação — Duas pessoas saem para implantar
uma nova célula.
 Implantação Modificada — O líder de célula atual sai com um
ou dois outros.
 Implantação Solo — O auxiliar sai para encontrar um assistente
para começar uma célula.
 Modelo Núcleo — O novo grupo potencial se encontra em outra
sala da casa enquanto se prepara para deixar a célula-mãe.

Os supervisores são peça-chave durante todo o processo de multiplicação de


uma célula. Eles sabem em que data a célula multiplicará e trabalham com os líderes
durante o processo de multiplicação. Eles oram juntos sobre a melhor opção para a
multiplicação e trabalham juntos com a célula para atingir o alvo da multiplicação.

Ter experimentado na prática como uma célula se desenvolve e se multiplica lhe


dará confiança para ajudar os líderes a multiplicarem uma nova célula com sucesso.
Tendo experimentado o processo, você poderá se relacionar com os líderes que está
supervisionando. Você não é apenas um especialista teórico que nunca sujou as mãos.
Você é alguém que entende do assunto e já esteve no lugar do líder.

70
Erros comuns na multiplicação

 Designar pessoas a uma célula.


 Multiplicar antes de o auxiliar estar preparado.
 Separar relacionamentos muito próximos.
 Baixa impulsão no crescimento de células novas.

Todos devem participar da estratégia

Não permita que os líderes de célula caiam na armadilha de fazer todo o


trabalho. Líderes de célula são facilitadores, não burros de carga. Os líderes de célula
devem orquestrar o trabalho para que todo o grupo o execute.

Se um dos seus líderes se recusa a delegar, lembre-o da diferença entre pescar


com rede e pescar com vara. Pesca com rede é muito mais produtiva, e o grupo faz o
trabalho junto. Todos participam. Há trabalho demais para o líder fazer sozinho.

O supervisor deve encorajar seus líderes de célula a:

 Delegar as várias partes dos encontros semanais a outros uma vez por
mês e vê-los aprender conforme o fazem. Peça a alguém do grupo para
ficar encarregado de um lanchinho, oração, louvor e período de
edificação.
 Estabelecer no grupo relacionamentos de discipulador-discípulo (ou
duplas para prestação de contas) e supervisioná-los.
 Encontrar-se com os auxiliares toda semana e decidirem juntos quais os
próximos passos para o grupo. Então, deixar os auxiliares ganharem
experiência prática ao liderar as células. Isso vai reduzir a carga de
trabalho sobre o líder e dará aos novos líderes uma visão do futuro.

Seminário de planejamento estratégico “As 4 dinâmicas”

71
Jim Egli identificou quatro valores-chave que formam células
saudáveis e resultam em novos grupos: oração,comunhão, evangelismo
relacional e discipulado. Ele desenvolveu o seminário “Melhorando as
dinâmicas da célula” para o qual a célula inteira se reúne e identifica o
nível de cada um desses valores em sua célula. Então cada grupo pode
trabalhar junto para criar um plano para desenvolver cada um desses
valores. Os membros da célula têm a oportunidade de contribuir com
idéias para a estratégia e podem até mesmo vir a executá-las. Quando as
células usam essa ferramenta para desenvolver uma estratégia, os
membros da célula enxergam como eles mesmos podem contribuir para a
visão e até se tornarem líderes.9

Quando os membros se envolvem, a célula se torna um ambiente empolgante


para ministrar e crescer. Isso também evita que o líder se sinta como Atlas, com o peso
do mundo nos seus ombros.

Passe o bastão

No final de sua vida, Paulo exortou seu próprio discípulo Timóteo: “E as


palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens
fiéis que sejam também capazes de ensinar outros” (2 Tm 2.2). Note a palavra “fiéis”. O
trabalho de passar o bastão a sucessivas gerações de líderes não pode parar devido a um
elo ruim na corrente. O desenvolvimento de líderes precisa continuar. A principal tarefa
de um líder de célula, portanto, deve ser eliminar sua própria função ao treinar membros
da célula para liderar o grupo. Longe de perder seu lugar, líderes que fazem discípulos
ganham autoridade, nova liderança e multiplicação da célula. No final, eles se tornam
supervisores! Ao se concentrar no desenvolvimento de liderança, supervisores ajudam
líderes a multiplicarem seus ministérios de novo, de novo e de novo.

Capítulo 7

Desafiar

72
Decidi que tinha de confrontar um de meus líderes em um assunto
particularmente complicado e delicado. O problema estava profundamente escondido —
até que conheci intimamente esse líder. Era um daqueles problemas que eu jamais teria
notado a não ser no contexto de uma supervisão pessoal, embora estivesse afetando os
líderes ao redor dele e impedindo-o de exercer uma liderança efetiva. Para ser franco, eu
não queria falar com ele sobre isso. Ele explodiria? Iria me rejeitar? O amor me disse
que precisava confrontá-lo. Quando então lhe falei a verdade em amor, ele aceitou meu
conselho, comprometeu-se a mudar, e me agradeceu por aquilo.

O supervisor não é um bom supervisor se ele permite que o líder permaneça na


mediocridade ou ande no caminho errado. Diga a verdade. Diga-a como ela é! Paulo diz
em Efésios 4.15 “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que
é a cabeça, Cristo”. O amor assegura que os supervisores serão sensíveis quando
ousarem dizer a verdade.

Falando a Verdade em Amor

As pessoas muitas vezes separam “amor” de “confrontação”: o amor é bom, o


confronto é ruim. David Augsburger, no entanto, acredita que os dois trabalham juntos.
Ele criou a expressão “amor que confronta”. Ele escreve: “Amor que confronta é
oferecer cuidado genuíno que encoraja o outro a crescer. ...Amor que confronta é
oferecer confrontação real que traz nova visão e entendimento. ...Amor que confronta
une amor e poder. Amor que confronta une a preocupação com relacionamentos com a
preocupação com alvos. Então pode-se ter algo pelo que trabalhar (alvos) assim como
alguém com quem trabalhar (relacionamentos) sem sacrificar um pelo outro ou sem que
um destrua o outro”.1

Formas de ver conflitos2

 Fatalismo: “Simplesmente não consigo me dar bem com aquela pessoa”.


Reação: Vou brigar com ela!

73
 Fuga: “Preciso evitar conflitos porque dói demais”. Reação: Vou fugir.
 Certo ou errado: “Preciso expor o seu erro”. Reação: Desisto.
 Diferença mútua: “Eu vou até certo ponto para resolver o conflito”.
Reação: Cedo até certo ponto.
 Natural, normal: “Tenho diferenças genuínas que podem ser resolvidas”.
Reação: Amo o suficiente para confrontar.

A Bíblia diz que Jesus era cheio de graça e de verdade (João 1.14). João 1.17
diz: “Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por
intermédio de Jesus Cristo”. Supervisores às vezes pensam que supervisionar significa
balançar a cabeça concordando com tudo o que o líder diz. Mas supervisionar é mais
que responder com um ouvir empático.

A maioria das pessoas tende a enfatizar a graça em vez da verdade. Elas querem
que os outros gostem delas. Querem dar uma boa impressão. Jesus, no entanto, era
cheio de graça e de verdade. O bom supervisor vai equilibrar graça (por exemplo, ouvir,
encorajar, cuidar) e verdade (por exemplo, estratégia, desafio).

“A resposta sincera é como beijo nos lábios.”


Provérbios 24.26

Você pode imaginar um técnico que não diz aos jogadores quando eles precisam
melhorar? Um bom técnico vai focalizar as fraquezas dos jogadores para melhorá-los.
Os jogadores esperam isso de seus técnicos.

Ouvir passivamente

Um psiquiatra está atendendo seu cliente:

Cliente: “Estou realmente deprimido”.


Psiquiatra: “Ouço você dizer que está realmente
deprimido”.
Cliente: “Sim, estou muito machucado”.
Psiquiatra: “Certo, você está muito machucado”.

74
Cliente: “Sim, pensei em acabar com tudo isso”.
Psiquiatra: “Sim, você está pensando em acabar com tudo
isso”.
Cliente: “Posso até fazer isso agora”.
Psiquiatra: “Certo, então você pode até fazer isso agora”.

O cliente pula pela janela e o psiquiatra pula atrás dele.3

A maioria das pessoas vive sob o lema: “Evite conflitos a qualquer custo”. Mas
conflitos e desentendimentos vão acontecer, não importa o que as pessoas façam ou
quão bem o façam. Um provérbio chinês afirma: “O diamante não pode ser polido sem
atrito, nem o homem ser aperfeiçoado sem lutas”.

Um de meus líderes sempre vinha com idéias brilhantes (lições da célula em


vídeo, dever de casa da célula etc.). Entretanto lhe faltava a capacidade de ir em frente
com suas idéias. Conforme seu entusiasmo pelas antigas idéias ia desaparecendo, ele
começava novos projetos. Quando observei esse comportamento, percebi que devia
falar com ele sobre o perigo de colocar idéia sobre idéia sem completar a anterior. Eu
poderia ter passado por cima das minhas convicções em nome do conforto e da paz, mas
o amor pedia que eu o desafiasse a confrontar esse comportamento.

Conter-se e ser “bonzinho” quando você deveria compartilhar a verdade não vai
ajudar o seu líder. Desafie seu líder e ele vai agradecê-lo por isso. A Bíblia inclusive diz
em Hebreus 3.13: “Encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se
chama ‘hoje’, de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado”.

“Preparo-me para confrontar da mesma forma como faço um


sanduíche. Coloco confrontação no meio, como a fatia de presunto. Nos
dois lados coloco afirmação e encorajamento.”
John Maxwell4

Dez princípios sobre confrontar

75
1. Confronte assim que possível.
2. Separe a pessoa da ação errada.
3. Confronte apenas o que a pessoa pode mudar.
4. Dê à pessoa o benefício da dúvida (comece com a hipótese de que
a motivação dela está correta).
5. Seja específico.
6. Não use de sarcasmo.
7. Evite palavras como “sempre” e “nunca”.
8. Diga à pessoa como você se sente sobre o erro cometido.
9. Dê à pessoa um plano para resolver o problema.
10. Afirme-a como pessoa e como amiga.

Interrompendo seu líder

A interrupção é uma técnica que permite ao supervisor redirecionar a conversa


quando o líder estiver “enrolando”. Também é ótimo quando o supervisor sente que o
Espírito de Deus quer levar a conversa em uma direção diferente. Em vez de esperar
educadamente por uma pausa, o supervisor interrompe e redireciona a conversa.

Interromper ajuda a manter o equilíbrio na supervisão. De um lado do espectro


está o supervisor que fala demais; no outro, o que não fala quando deveria. Se o
supervisor não interromper algumas vezes, especialmente quando o líder começa a
enrolar, o líder vai começar a pensar que os encontros com o supervisor são um
momento para contar histórias. E é muitíssimo importante interromper quando o
Espírito de Deus interromper você, supervisor.

Com licença, por favor

“O supervisor provavelmente vai se intrometer no meio de


uma... história para fazer uma pergunta direta. Essa intrusão pode ser
considerada rude... mas é um aspecto muito importante da conversa de
supervisão. Ela existe para ir direto ao coração do problema.5

76
Considero a idéia da interrupção muito libertadora. Quando estou
supervisionando líderes, tento ouvir no nível 3, sintonizando com o líder e o Senhor.
Meu alvo é prestar atenção a todas as coisas que estão acontecendo ao meu redor — a
voz do líder, dicas não-verbais, conversas anteriores, e especialmente o Espírito de
Deus. Às vezes, sinto o Espírito me dizendo para explorar uma área diferente, então
interrompo e pergunto algo ao líder, como: “Você ainda está tendo dificuldade com o
Antonio falador?” ou “Você teve algum progresso em gastar tempo regular com
Jesus?”.

Cinco regras básicas para dar feedback eficaz6

O feedback eficaz é:

 Descritivo em vez de avaliativo.


 Descreva o que você viu/ouviu, não o seu julgamento disso (por
exemplo: “Pedro, notei que você não olha para os membros da célula
quando você fala... Eu me pergunto se isso é normal ou só minha
observação do momento” em vez de “Pedro, por que você não olha
para os membros da sua célula quando você fala? Eles não sentem
que você está falando com eles, então ficam entediados”.).

 Específico em vez de geral.


 Não fique enrolando!
 Lide com um assunto de cada vez; escolha uma coisa que você acha
que precisa ser mudada (por exemplo: “Não senti que a exaltação
estava fluindo como deveria. Por que você não tenta usar algumas
músicas novas dos CDs de louvor?”).

 Dirigido a um comportamento controlável em vez de traços ou


características de personalidade.
 Não ataque o caráter da pessoa! (por exemplo: “Você sempre quer as
coisas do seu jeito, é muita teimosia, sabe. Talvez seja por isso que
seu auxiliar não consegue trabalhar com você!”).

77
 Ajude-os a mudar aspectos do comportamento que eles possam
controlar (por exemplo, eles podem aprender a falar menos, mas é
impossível pedir a uma pessoa extrovertida que se torne introvertida.
— NT).

 Solicitado pelo líder e não imposto a ele.


 Não diga: “Simplesmente faça o que eu digo!”.
 Esforce-se por um relacionamento de cooperação.
 Venda seu ponto de vista e espere o líder aderir a ele
espontaneamente.

 Conduzido logo após o assunto em questão em vez de vários meses mais


tarde.
 Não fale de algo que aconteceu há mais de duas semanas.
 Se possível, fale sobre isso nos dois dias seguintes ao acontecido.

Ouça a Deus e aproveite a oportunidade

Durante um encontro com um líder, Deus pode escolher revelar alguma coisa. O
mundo chama isso de intuição, mas os cristãos sabem que Deus lhes fala diretamente
por meio de uma voz suave e tranqüila.

Talvez no meio de um encontro o supervisor pode dizer “Sinto que você está
incomodado com alguma coisa. É verdade?” Se o líder estiver em dificuldade, ele o
confessará. Senão, o supervisor não perdeu nada. O supervisor deve se deixar guiar pelo
Espírito.

A tendência humana natural é se segurar a princípio, analisar, ter certeza que a


impressão dada por Deus é viável. Quando o supervisor tiver terminado todos os testes
de validação da impressão de Deus, o líder já terá ido para uma fase completamente
diferente da conversa. A oportunidade estará perdida.

78
O primeiro capítulo, sobre Receber, falava sobre a necessidade de estar
sintonizado com o Espírito Santo e pronto para ouvir o líder. Quando o supervisor
recebe, o Espírito de Deus vai mostrá-lo como proceder.

A palavra “impressão” é a que melhor define a forma como Deus fala comigo.
Ele “imprime” na minha mente e espírito a vontade e os desejos dele para minha vida.
Conforme fui gastando tempo na sua presença, familiarizei-me com seus gentis
cutucões.

É difícil descrever esses gentis cutucões. Simplesmente sei quando Deus está
falando. É evidente, claro, gentil e certo. Minha reação interior é “Sim, é isso mesmo”.
Essas impressões podem me mostrar para quem devo ligar, aonde devo ir ou o que devo
fazer.

Aprendendo a ouvir a voz de Deus

“Conforme Deus fala e você responde, você vai chegar ao


ponto de reconhecer a voz dele mais e mais claramente. Algumas
pessoas tentam ignorar o relacionamento de amor. Alguns
procuram por um sinal miraculoso ou tentam depender de uma
‘fórmula’ ou uma lista de passos para descobrir a vontade de
Deus. Não existe, no entanto, substituto para um relacionamento
íntimo com Deus.”
Henry Blackaby7

Quando Deus fala sempre há paz. Paulo diz: “Que a paz de Cristo seja o juiz em
seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um
só corpo. E sejam agradecidos” (Cl 3.15). A frase “seja o juiz em seu coração” significa
tomar decisões como um juiz em uma partida. A paz de Deus vai ajudar as pessoas a
saberem quais as decisões dele para sua vida, como um juiz em uma partida.

Ao mesmo tempo, Deus nunca nos fala de um jeito que nos leve a confrontar as
pessoas de um modo agitado ou com medo. Tiago descreve essa distinção:

79
Contudo, se vocês abrigam no coração inveja amarga e ambição
egoísta, não se gloriem disso, nem neguem a verdade. Esse tipo de
‘sabedoria’ não vem dos céus, mas é terrena; não é espiritual, mas é
demoníaca. Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda
espécie de males. Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura;
depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons
frutos, imparcial e sincera (Tg 3.14-17).

Mesmo quando Deus está falando sobre pecado, ele fala de forma direta, mas
carinhosa. Satanás, ao contrário, perturba e incomoda. Ele é um ladrão, assassino e
mentiroso, que choca, causa tristeza e ama deixar as pessoas indefesas e confusas.

Voz de Deus Voz de Satanás

 Acompanhada de paz  Acompanhada de medo


 Sabedoria gentil  Confusão
 Liberdade  Pressão
 Poder para completar a  Culpa porque a tarefa é
tarefa difícil

Quando você sentir que o Espírito de Deus falou com você e quiser interromper
seu líder, poderá dizer:

 Sinto que...
 Você me permite dizer minha impressão? ...
 Posso checar algo com você? ...
 Veja como isso soa para você...

Bons supervisores ouvem de Deus e permitem que o Espírito os guie no


processo de supervisão. Eles agem por meio das impressões dadas por Deus para ajudar
os líderes a se desenvolverem plenamente.

Pedindo permissão

80
O supervisor deve pedir a permissão dos líderes para confrontá-los em um nível
mais profundo. Embora haja aquelas interrupções espontâneas quando o supervisor
intervém intencionalmente, é melhor perguntar ao líder antes de intervir em áreas
privadas da vida dele. Uma forma de pedir seria: “Jane, posso compartilhar algo que
vejo sobre sua vida?”.

Um líder que supervisionei compartilhou um testemunho na frente dos líderes


que ele estava supervisionando: “Eu estava pronto para jogar a toalha e desistir, mas o
Senhor me encorajou hoje a continuar”. Embora ele quisesse glorificar a Deus por
ajudá-lo a perseverar, senti que seu testemunho havia dado a impressão oposta — seu
compromisso estava tão instável que ele poderia desistir a qualquer momento. Senti que
precisava discutir seu nível de comprometimento. Comecei: “Você me permite
compartilhar algo com você?”. Ele imediatamente abriu a porta e me deu acesso a sua
vida. Compartilhei da minha preocupação, e ele a recebeu com amabilidade. Um pouco
depois esse mesmo líder me pediu permissão para contar algo que o estava
incomodando, aprofundando nosso relacionamento ainda mais.

Pedido em vez de ordem

A palavra “pedido” é muito poderosa quando temos de desafiar um líder.


O supervisor pode dizer: “Por favor, fale com o João sobre fazer o Trilho de
Treinamento”, ou “Por favor, tire um dia de folga com sua família”. Ao dar
sugestões de uma forma que não soem como ultimatos, o líder tem a
oportunidade de comprar sua idéia em vez de obedecer só porque o supervisor
disse assim.

Ao pedir permissão antes de levantar um problema ou preocupação, você


aumenta o respeito que seus líderes têm por você. Você está colocando o controle da
situação em seu devido lugar — nas mãos do líder. Pedir permissão é especialmente
importante quando o assunto é mais íntimo que o normal ou potencialmente
constrangedor para o facilitador. Pedir permissão lembra os líderes de que eles também
têm poder no relacionamento. Demonstra que o supervisor conhece os limites do seu
poder. O supervisor não é o chefe do líder.

81
Desafie seu líder a cumprir a visão que ele tem

Deus disse a Abraão que ele seria o pai de muitas nações. É verdade, Abraão
teve suas dúvidas. Mas em última análise, seu testemunho, conforme escrito na Bíblia, é
de que ele se manteve firme à visão de Deus:

Abraão, contra toda esperança, em esperança creu, tornando-se


assim pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: ‘Assim será a
sua descendência’. Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que seu corpo
já estava sem vitalidade, pois já contava com cerca de cem anos de
idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vigor. Mesmo assim
não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi
fortalecido em sua fé e deu glória a Deus, estando plenamente
convencido de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido
(Rm 4.18-21).

A visão cativou Abraão, e mesmo na sua idade avançada ele deu glória a Deus,
crendo que Deus cumpriria sua Palavra. Assim como a visão de Abraão, a visão dos
líderes será testada e desafiada. O supervisor está ali para encorajar o líder a cumprir a
visão de Deus.

Um dos líderes que estou supervisionando criou uma maravilhosa visão de


multiplicação — que foi testada e experimentada em várias ocasiões. Ele enfrentou sua
parcela de obstáculos e impedimentos — assim como Abraão. Gastei muito tempo só
ouvindo e cuidando desse líder, mas também me senti compelido a dizer: “Bill, você
está organizado para alcançar seus alvos? O que você está fazendo?”. Bill tem uma
personalidade passiva e relaxada, e precisa de um desafio forte para mantê-lo
avançando. Às vezes, eu o desafio com veemência para cumprir a visão que Deus havia
lhe dado. Bill espera isso de mim. Ele percebe que meu papel como supervisor é
desafiá-lo a persistir na visão que Deus lhe deu.

82
É muito fácil deixar a visão malograr ou até morrer. Você, supervisor, pode
guiar seus líderes a cumprirem suas visões dadas por Deus. Gentilmente ajude-os a ver
o quadro maior e a continuar persistindo em direção à linha de chegada.

Parte Dois:
Melhorando sua supervisão

Capítulo 8

Aumentando a autoridade da supervisão

Uma de minhas histórias preferidas da Bíblia é o crescimento de Davi na


liderança, contrastado com o declínio de Saul. Deus não levantou Davi da noite para o
dia. Deus desenvolveu o caráter de Davi passo a passo, uma batalha de cada vez. Um
dos primeiros testes de Davi foi defender suas ovelhas do leão e do urso. Ele mais tarde
cresceu em sua liderança ao trabalhar com 600 homens que estavam em tantas
dificuldades quanto Davi. Mas conforme Davi permanecia fiel a Deus e passava por
cada desafio, ele finalmente se tornou rei de Israel e um dos maiores líderes da Bíblia.

Os supervisores também crescem ao enfrentar uma batalha de cada vez. Eles


começam liderando uma célula e cuidando dos membros da célula. Eles aceitam e
aprendem a partir de testes e desafios. Conforme os líderes são fiéis nas coisas
pequenas, Deus dá a eles responsabilidades maiores, uma das quais é supervisionar
outros líderes. A maioria dos supervisores não se sente adequada. Como Davi, todos os
supervisores estão em uma jornada, um processo em que sua fé é testada.

Com cada batalha enfrentada, cada quilômetro percorrido, cada lição aprendida,
os supervisores de célula vão aumentando sua autoridade de supervisão. À medida que a
autoridade aumenta, também aumenta a unção para ministrar, aumentando assim o
número de pessoas sendo tocadas pela vida do supervisor.

83
Autoridade de posição

Tenho um primo que é médico e trabalha com uma organização governamental


em Washington, D.C. Sua posição e localização dão a ele acesso aos políticos de
Washington e às pessoas associadas a eles. Certa vez ele comentou que os senadores
tendem a esquecer que a posição deles — e não sua pessoa — traz prestígio, atenção e
poder. Ele me contou como os congressistas ficam transtornados depois de perderem
uma eleição e descobrirem de repente que ninguém mais lhes dá atenção. “Eles
esquecem”, meu primo me disse, “que a sua posição, e não sua pessoa, era a chave para
o seu sucesso”.

A posição traz uma certa autoridade, sim. Sua posição como supervisor
automaticamente dá a você certa autoridade sobre os líderes de célula. Eles olharão para
você de uma forma especial simplesmente porque você é o supervisor deles.

Conselhos sobre autoridade de posição

 Use sua posição para beneficiar seus líderes.


 Use sua posição para proteger e promover seus líderes.
 Ouça antes de falar.

Supervisionar, no entanto, é um papel de servo, e a melhor forma de aumentar


sua autoridade é servindo outros, em vez de reivindicar uma posição de poder. As três
categorias a seguir são muito mais importantes para o seu sucesso.

Autoridade de especialista

Um bom técnico (supervisor) conhece o jogo. O técnico estudou o jogo


suficientemente para oferecer conselhos de especialista em situações difíceis. Imagine
um técnico de vôlei no último set do jogo, com uma diferença de três ou quatro pontos
para o time adversário. Provavelmente esse técnico vai usar de sua experiência, intuição

84
e informação técnica para orientar seu time a levantar o bloqueio e aproveitar os pontos
fracos do adversário.

A informação técnica vem de pesquisa. Bons técnicos estudam o que outros


técnicos fizeram ou estão fazendo. Eles estudam o material. Eles se tornam eternos
aprendizes do jogo.

A maioria dos supervisores não se considera um especialista. A boa notícia é que


um supervisor pode crescer em conhecimento e experiência. Muito do discernimento
vem da experiência adquirida ao supervisionar. Cada vez que um supervisor lida com
um líder desencorajado ou problemas na célula, ele está crescendo como especialista.
Deus vai usar essas lições mais tarde, assim como ele usou a experiência com o leão e o
urso na vida do rei Davi.

Avisos sobre a autoridade de especialista

 Cuidado com os conselhos.


 Não seja um “sabe-tudo”, fingindo ter todas as respostas certas.
 Não pule para conclusões; ouça antes de falar.
 Cuidado com histórias desnecessárias, especialmente quando
envolvem o seu sucesso (uma pessoa orgulhosa afasta as pessoas).

Meu conselho é este: devore livros e artigos sobre o ministério em células. Entre
na Internet e descubra as excelentes informações sobre célula disponíveis ali. Converse
com colegas supervisores sobre o que fizeram e estão fazendo. Pergunte. John Kotter,
professor na Harvard Business School, diz que “eternos aprendizes freqüentemente
pedem a opinião e idéias de outros. Eles não pensam que sabem tudo ou que a maioria
das outras pessoas tem pouco a contribuir. Exatamente o contrário, ele acreditam ... que
podem aprender de qualquer pessoa sob quase qualquer circunstância”.1 À medida que
você cresce como especialista, vai notar uma confiança maior e os outros darão a você
mais autoridade. Os outros começarão a reconhecê-lo como alguém que conhece as
opções e consegue resolver situações difíceis.

Como crescer em sua autoridade de especialista

85
 Leia muito sobre o ministério de células.
 Pratique suas habilidades de supervisão.
 Reflita sobre sua própria experiência.
 Absorva conhecimento de outros supervisores, inclusive o seu
supervisor.

Autoridade espiritual

O supervisor de células Carl Everett admite que é tímido. As pessoas têm de


extrair as informações dele, e ele não se empolga facilmente. Carl Everett começou seu
ministério da mesma forma que a maioria dos supervisores faz, liderando uma célula.
Sua célula multiplicou seis vezes, e cada célula-filha cresceu e prosperou. Carl resume o
segredo do seu sucesso em três palavras: “Oração, oração, oração”. Sua autoridade
espiritual lançou Carl Everett a posições de liderança em Bethany World Prayer Center
(uma igreja em células nos EUA com mais de mil células — NT). As pessoas debaixo
da autoridade espiritual de Carl correspondiam à medida que observavam Deus agindo
por meio dele.

Bobby Clinton, professor no Seminário Teológico Fuller e especialista em


liderança, escreveu: “O líder primeiro aprende sobre direção pessoal para sua própria
vida. Tendo aprendido a discernir a direção de Deus para sua vida em muitas decisões
importantes, ele pode então passar para a função de liderança ao dar direção para seu
grupo”.2 Ele continua: “Um líder que demonstra repetidamente que Deus fala com ele
ganha autoridade espiritual”.3

Formas de aumentar a autoridade espiritual

 Desenvolva sua vida devocional.


 Busque o Senhor antes de tomar decisões.
 Ouça a Deus e escreva o que ele lhe mostrar.
 Ouça os outros; evite falar muito.

86
A autoridade espiritual vem do seu relacionamento com o Deus vivo. Os
melhores supervisores são aqueles que gastam tempo na presença de Deus, obtendo
assim discernimento renovado para oferecer aos seus líderes.

Os líderes que estão sob seu cuidado precisam saber que Deus fala com você.
Eles precisam acreditar que você ouve a Deus, o que por sua vez lhe trará credibilidade
e autoridade.

Autoridade relacional

Conhecimento, treinamento de habilidades, resolução de problemas, dinâmicas


de grupo e outras técnicas podem ter um papel importante no sucesso do supervisor.
Mas o que um novo líder de célula realmente precisa é de alguém de confiança que
carregue o peso com ele, compartilhe a sua jornada e ouça as suas idéias.

Karen Hurston, que cresceu na igreja de David Yonggi Cho, conta


a história de dois líderes de célula. O primeiro era um líder bem treinado
e talentoso, que não conseguia fazer sua célula crescer, e o outro, um
líder instável e fraco, cujo grupo estava superlotado. A diferença? O
último estava envolvido na vida dos membros, enquanto o primeiro
simplesmente chegava para liderar um bom encontro. Tudo gira em torno
de relacionamentos.4

Autoridade relacional é um tipo de autoridade que o supervisor pode melhorar


continuamente porque é baseado em seus relacionamentos. O supervisor precisa
construir relacionamentos. Em Marcos 3.13-15, Jesus chama seus discípulos. A Bíblia
diz: “Jesus subiu a um monte e chamou a si aqueles que ele quis, os quais vieram para
junto dele. Ele escolheu doze, designando-os apóstolos, para que estivessem com ele, os
enviasse a pregar e tivessem autoridade para expulsar demônios”. Jesus pediu a essas
pessoas para gastar tempo com ele e compartilhar da sua vida. Que bênção incrível!

Formas de aumentar a autoridade relacional


 Gaste tempo com pessoas.

87
 Encontre paixões e interesses comuns (incluindo áreas que não
estão ligadas ao ministério).
 Priorize os interesses delas mais que os seus.
 Procure atender a necessidade e agenda delas antes das suas.

Feedback

Eu estava em uma farmácia popular certa tarde para buscar uns remédios. Os
atendentes estavam enrolando enquanto uma grande fila se formava do lado de fora.
Aqueles funcionários atrás do balcão pareciam tão incompetentes. Procurei por um
formulário de sugestões, porque queria expressar minha frustração. Saí frustrado porque
não havia nenhuma maneira de ser ouvido. Em outras ocasiões, quando quis elogiar um
funcionário, usei os formulários da empresa para fazê-lo.

Gosto de pedir aos líderes que supervisiono para avaliarem como estou me
saindo. Peço a eles que preencham uma avaliação (veja a seguir). Quero que meus
líderes tenham a oportunidade de me dizer o que eles pensam, o que gostam e o que não
gostam. Pedir — não forçar — aos seus líderes para preencher uma avaliação dá a eles
uma chance de se expressar, e também diz a você as áreas em que precisa melhorar.
Jesus disse: “E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8.32).

Supervisão
Formulário de avaliação

Quero me esforçar para lhe oferecer uma supervisão eficiente. Você pode me
ajudar a melhorar com seus comentários e seu feedback. Por favor, complete as questões
a seguir e devolva esta folha para mim. Sua avaliação será útil para me ajudar no
preparo de nosso próximo encontro.

Data: ___/___/_____ Nome:


______________________________________________

88
Excelente Muito bom Bom Adequado Pobre
1. Avalie a
supervisão 5 4 3 2 1
nesse último
mês.
Comentário?

2.Avalie o(s)
encontro(s) 5 4 3 2 1
um-a-um.
Comentário?

3. Avalie o
encontro 5 4 3 2 1
mensal em
grupo
Comentário?

4. Por favor, mencione as habilidades, técnicas ou informações que você aprendeu e


que foram úteis para você em seu ministério de liderança.

5. Que sugestões você teria para eu melhorar minha supervisão?

Diga mais!
Se você quiser compartilhar comigo mais algum comentário, por favor, use o verso.

89
Capítulo 9

Diagnosticando problemas

Quando o pessoal da jardinagem colocou a grama e instalou os pontos de


irrigação, fiquei tranqüilo. A grama estava linda e continuou a crescer bem por vários
meses.

Então os problemas começaram.

Notei pequenas áreas do gramado que não estavam recebendo água suficiente.
Então pedi aos jardineiros para reposicionar os pontos de irrigação. Foram necessárias
várias tentativas por meses até que o sistema de irrigação automática estivesse
corretamente posicionado.

Então um tipo diferente de grama começou a nascer. As folhas longas, de um


verde brilhante, pareciam iguais à grama que eu havia plantado, exceto pelo fato de que
elas eram três vezes mais compridas. Como eu não sabia nada sobre essa outra grama,
pedi ajuda a amigos e pessoas experientes. Um jardineiro me disse: “A única coisa que
realmente funciona com essa outra grama é um novo produto que estamos vendendo”.
Assim eu gastei horas aplicando a quantidade exata desse produto sobre aquela grama
“invasora”, e funcionou.

Eu estava me sentindo aliviado pela minha vitória, mas então um fungo


avermelhado apareceu em uma área enorme do meu gramado. Eu não sabia o que era,
então liguei para o pessoal da jardinagem e um deles veio e diagnosticou o problema.
“Você precisa regar menos”, ele me disse. “Deixe sua grama secar completamente pelo
menos um dia inteiro”. Mudei o programa de irrigação e o fungo desapareceu.

Armadilhas ao diagnosticar problemas1

90
 Tirar conclusões precipitadas: Informação limitada ou porque o
supervisor vivenciou um problema semelhante (mas não igual)
antes.
 Errar ao definir o problema: O supervisor pode não ter uma
definição clara do problema e fazer sugestões gerais que não
atendem às necessidades específicas do problema.
 Exagero na ação: Pressa em tomar uma providência rapidamente,
resultando em fazer muitas coisas ao mesmo tempo.

Cuidar de grama é trivial comparado com o cuidado de líderes. Eles são


parecidos, no entanto, no fato de que ambos requerem atenção, cuidado e dedicação.

Diagnostique os problemas

Para realmente ver o problema, o supervisor precisa interagir com o líder, sua
família e a própria célula. O supervisor precisa observar o líder em uma variedade de
circunstâncias para saber realmente o que está acontecendo. Nesta seção, vou falar
brevemente sobre alguns dos problemas comuns e situações nas quais os supervisores se
encontram. As seções a seguir não cobrem todos os problemas possíveis.

Dicas para diagnosticar células2

 Identifique os problemas.
 Determine prioridades — distribua-as em ordem de importância
ou urgência.
 Explore e verifique possíveis causas.
 Investigue possíveis soluções.
 Avalie a aplicabilidade de soluções (NT?).

Supervisores eficazes vêem problemas antes deles se tornarem problemas. Eles


estão ali para guiar os líderes de célula no processo de cura, sabendo que todas as
pessoas já erraram alguma vez.

91
Desencorajamento

Satanás vem carregado com sua aljava para atirar flechas de desencorajamento e
dúvida no coração dos líderes de célula. “Você não é bem-sucedido”, ele diz. “Você
nunca vai multiplicar a sua célula. Você tem problemas demais para cuidar dos outros.
Liderança de célula é para pessoas talentosas, e você não é uma delas.” Essas são
mentiras comuns que Satanás lança contra líderes de célula.

Para diagnosticar o desencorajamento, procure por sinais. Os líderes, na maioria,


vão compartilhar abertamente quando estão desencorajados. Se eles não o fizerem,
investigue. O tom de voz reflete desânimo? O líder está pronto para desistir? Fale com
membros da célula desse líder. Pergunte a eles como estão as coisas. Se a informação
for negativa, há uma boa chance de o líder estar internalizando os problemas.

“As pessoas são muito parecidas com flores. Uma, como


uma rosa, precisa de fertilizante. Outra, mais como um
rododendro, não precisa. Se você não der às flores o cuidado de
que elas precisam, elas nunca florescerão. O líder precisa saber
dizer qual é qual.”
John Maxwell3

A melhor coisa que você pode fazer por um líder desencorajado é ouvir (capítulo
2) e encorajar (capítulo 3). Dê uma olhada nesses capítulos de novo. Depois de uma
dose dupla de ouvir e encorajar, há outras coisas que você pode fazer:

 Ore mais em favor do líder.


 Leve o líder para um tomar um café.
 Envie ao líder um cartão pelo correio.
 Fale com outros líderes que estejam debaixo de sua autoridade, que
poderiam encorajar o líder.

92
 Pense nas várias maneiras de afirmar o valor do líder (por exemplo,
relembrando-o de suas realizações anteriores).

Deficiência de Nutrientes

Sem nutrientes a grama fica amarela, e depois marrom. Alguns líderes


simplesmente não têm habilidade suficiente para liderar uma célula, capacidade como
ouvir, preparar as perguntas, arrumar as cadeiras na casa, aquietar as pessoas que falam
demais, orar pelos outros etc.

Talvez você tenha notado que seu líder prioriza falar em vez de ouvir. Fale com
seu líder sobre isso. Recomende, com graça, que o líder leia mais sobre como “ouvir”
melhor as pessoas. (Leia o capítulo 6 de meu livro How to Lead a Great Cell Group
Meeting [Como Liderar um Excelente Encontro de Célula]).

Se um líder tem dificuldade para preparar as reuniões da célula, ofereça-se para


preparar o próximo encontro com ele.

Estimule seus líderes dando-lhes livros, enviando a eles recados por e-mail e
dizendo-lhes onde conseguir os recursos que eles precisam.

Problemas pessoais

No capítulo 4, falei muito sobre cuidado e o fato de que um líder de célula não é
um “fazer” humano, e sim um “ser” humano. Problemas pessoais podem estar
relacionados com a família (com pais ou esposa), dificuldades no emprego, problemas
de dinheiro e saúde pessoal. Já que Deus fez as pessoas holísticas, tais problemas
afetarão a liderança na célula.

Preocupação com questões espirituais

93
Um supervisor disse: “O primeiro mito que eu
tinha sobre supervisão era que supervisionar envolve principalmente
desenvolvimento das habilidades de liderança. Pensei que tudo o que
tinha de fazer era passar adiante tudo o que sabia sobre liderar um grupo
pequeno, como facilitar uma reunião, como ter um tempo de oração ou
como multiplicar a célula. Embora o desenvolvimento das habilidades de
liderança seja uma parte importante da supervisão, não é só isso. O que
aprendi é que supervisionar é principalmente desenvolvimento pessoal.
Como supervisor, não posso me preocupar apenas com as habilidades de
liderança de uma pessoa. Preciso também me certificar de que a vida
espiritual e pessoal do líder estão sendo desenvolvidas ao mesmo tempo
que estão se desenvolvendo suas habilidades de liderança. Enquanto eu
visava apenas o desenvolvimento de suas habilidades, negligenciava seu
desenvolvimento pessoal e espiritual, e os líderes estavam começando a
se sentir usados e desvalorizados. Descobri que ter um plano para
desenvolver todas as áreas da vida do líder me ajudou a ter certeza de que
nenhuma área estava sendo enfatizada demais.”
Eric Wishman4

É por isso que amizade é um fator tão importante na supervisão. Jesus chamou
seus discípulos para “estar” com ele, e naquele processo de “estar com” ele “fez” muitas
coisas com eles.

O supervisor é chamado a pastorear líderes de célula. Em um sentido muito real,


o supervisor está fazendo o que um pastor de tempo integral faz. O supervisor é líder de
líderes.

Não existem soluções simples para diagnosticar problemas pessoais. Gastar


tempo, observar o líder em diversas situações, e ouvir a Deus em oração sobre as
necessidades do líder são as melhores formas de identificar problemas pessoais.

Se o problema é pessoal, você precisará orientá-lo em outras áreas que vão além
de células, tais como:

94
 Como encontrar um emprego (por exemplo, oferecendo informações
de contatos, indicando um site na Internet, recomendando um livro ou
um programa de administração financeira).
 Como lidar com finanças (por exemplo, mostrando ao seu líder o que
você sabe, recomendando um curso sobre finanças).
 Como melhorar o casamento (por exemplo, aconselhamento pessoal,
recomendando um conselheiro ou outro recurso).

Pecado escondido

Às vezes, você pode notar que alguma coisa está errada com o líder, mas você
não consegue identificá-la. Há um certo aborrecimento, uma certa distância. Lembro-me
de um líder que parou de compartilhar coisas profundas, mantendo nosso
relacionamento em um nível superficial. Esse comportamento era estranho para este
líder em particular. Mais tarde descobri que ele estava tendo um caso, e ele teve de
deixar sua posição de liderança.

Embora o problema possa ser apenas de natureza pessoal, não descarte a


possibilidade de haver um pecado escondido.

Quero encorajar você a falar sobre coisas espirituais durante os encontros de


supervisão. Pergunte o que Jesus está fazendo na vida de seus líderes. Os líderes devem
ter ampla oportunidade de falar sobre assuntos espirituais. E lembre-se de gastar tempo
em oração com seus líderes.

Mas mesmo com essas precauções, especialmente se o líder estiver fortemente


enredado, o pecado pode passar despercebido — por algum tempo. O que está escrito
em Números 32.23, no entanto, sempre se tornará verdade: “Mas se vocês não fizerem
isso, estarão pecando contra o Senhor; e estejam certos de que vocês não escaparão do
pecado cometido”.

“Homens se desenvolvem da mesma forma que é extraído


o ouro. Diversas toneladas de sujeira precisam ser retiradas para

95
se conseguir um grama de ouro. Mas você não entra na mina
procurando por sujeira. Você entra procurando por ouro.”
Dale Carnegie5

Pecados passados podem ser usados pelo inimigo para atacar um novo líder de
célula. Em vez de resistir, o líder pode decidir se entregar ao pecado. O supervisor
precisa abordar a situação com o conselho de Paulo em Gálatas 6.1-5:

Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado,


vocês que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão.
Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado.
Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de
Cristo. Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada,
engana-se a si mesmo. Cada um examine seus próprios atos, e
então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com
ninguém, pois cada um deverá levar a própria carga.

Você sabe que Satanás quer que seus líderes de célula passem por crises
emocionais. Se pecar não é suficiente, Satanás e seu exército de demônios querem que
os líderes se sintam condenados pelo pecado, impuros e incapazes de servir. Satanás
adora quando líderes renunciam todo envolvimento com a célula.

O conselho de Paulo aos pastores de Éfeso é útil para todo


supervisor:

“Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o


Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de
Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue. Sei que, depois da
minha partida, lobos ferozes penetrarão no meio de vocês e não pouparão
o rebanho. E dentre vocês mesmos se levantarão homens que torcerão a
verdade, a fim de atrair os discípulos. Por isso, vigiem.”
Atos 20.28-31

96
Espírito de Absalão

Absalão era o filho rebelde do rei Davi que conseguiu conquistar os corações de
Israel para si mesmo (2 Samuel 15). Alguns pastores rejeitam o ministério em células
porque têm medo que um Absalão possa surgir.

O espírito de Absalão pode ser evitado quando cada líder estiver sob o olho
alerta de um supervisor. Um bom supervisor percebe os sintomas de rebeldia e os
confronta antes que eles afetem negativamente a outros. Nesse sentido, o supervisor
preenche o papel de um pastor, cuidando daqueles sob sua responsabilidade.

Diagnosticando problemas

Em agosto de 2001, minha esposa Celyce e eu passamos por um


período de intenso sofrimento. Ela sentia fortes pontadas que lhe
causavam dor em todo o corpo. Ela se encolhia, por exemplo, quando
ouvia pessoas arrastando seus pés. Como sua médica não sabia realmente
o que estava acontecendo, requisitou um check-up completo. Felizmente,
os resultados dos testes foram negativos e os médicos concluíram que o
problema dela estava relacionado com estresse. Ela recebeu como
prescrição descanso e relaxamento. Um diagnóstico objetivo aliviou os
nossos temores. O diagnóstico é essencial. Os supervisores precisam
reunir os dados e usar todos os métodos possíveis para chegar ao
diagnóstico acertado.

Igrejas em células precisam de supervisores para todos os líderes de célula. Se a


igreja é pequena (75% das igrejas na América do Norte têm 70 membros ou menos), o
pastor geral vai supervisionar os líderes. Ele vai se encontrar regularmente com os
líderes de célula para se certificar do controle de qualidade. O princípio-chave é que
cada líder de célula seja supervisionado por alguém.

Problemas de dinâmica de célula

97
Em qualquer estrutura de células vão surgir problemas típicos (um membro da
célula que controla o encontro, um líder de célula que fala o tempo todo, falta de
evangelismo etc.). Esses são problemas normais que supervisores vão encontrar quando
visitarem as células (capítulo 12) ou escutar dos líderes nos encontros um-a-um e de
grupo (capítulo 11).

A maioria desses problemas comuns pode ser resolvida no processo de


desenvolvimento da liderança (capítulo 5). Meu livro, How to Lead a Great Cell Group
Meeting (Como Liderar um Excelente Encontro de Célula), por exemplo, ensina a ouvir
(capítulo 6), como lidar com o falante (capítulo 7), como evangelizar como célula
(capítulo 8). Conforme o supervisor passar “a lição de casa” para o líder de célula fazer
e se encontrar com ele regularmente, esses problemas comuns serão resolvidos.

Necessidades ministeriais problemáticas de membros das células

Líderes de célula freqüentemente encontrarão em uma célula necessidades


ministeriais que são muito delicadas e incômodas. Os líderes precisam de um supervisor
com quem compartilhar essas necessidades e orar pela pessoa. Muitos líderes
erradamente pensam que ao compartilhar essas dificuldades, estão traindo a confiança
do grupo, e então carregam toda a pressão dos problemas em seus ombros e tentam
ministrar aos membros feridos de suas células sozinhos. Sei de um membro de célula
que compartilhou com seu líder de célula sobre suas lutas com um relacionamento
homossexual. O líder falhou em não compartilhar com seu supervisor essa enorme
necessidade e tentou orar sozinho por essa pessoa. Isso foi um peso tão grande para o
líder que ele ficou esgotado, ficando com pouca disposição para oferecer ao restante do
grupo.

Na realidade, muitos membros de célula têm necessidades que vão além das
habilidades ministeriais dos líderes de célula. Os membros da célula podem precisar de
aconselhamento, de uma ministração especial de oração por um grupo de cristãos
experientes, ou de um programa de recuperação. Os líderes de célula não têm de fazer
tudo por seus membros. Supervisores precisam ajudar os líderes a processar as

98
necessidades de seus membros e então encontrar a solução de Deus para suprir essas
necessidades.

Encontre soluções

Os remédios são para quem está doente. A medicina preventiva procura evitar
que as pessoas fiquem doentes. Os supervisores focalizam em usar técnicas de medicina
preventiva. Aqui estão alguns recursos onde você poderá encontrar soluções:

Seu próprio supervisor — Os melhores sistemas de grupos pequenos têm estruturas


em que cada líder possui um líder. Cada líder tem um supervisor. Em uma igreja
pequena, o pastor geral está no topo da estrutura de supervisão. Em estruturas de células
muito grandes, pode haver dezenas de pastores de área. Peça ajuda a seu supervisor. Ele
conhece você, a situação, as pessoas na sua igreja, e como a sua estrutura de igreja lida
com problemas. A estrutura de supervisão inteira, de fato, existe para providenciar
apoio e recursos para resolver problemas de célula.

Uma rede de supervisores — Fale com outros supervisores que você conhece. Eles já
enfrentaram algo semelhante ao seu problema específico? Como o resolveram? Talvez
eles possam lhe indicar algum recurso, pessoa ou material. Lembre-se das palavras de
Provérbios 11.14: “Sem diretrizes a nação cai; o que a salva é ter muitos conselheiros”.

A Internet — ela oferece muitos recursos. O Small Group Network


(www.smallgroups.com) é um website completamente dedicado a grupos pequenos.
Outro excelente website é www.cellgrouppeople.com. Digite “célula” ou “grupos
pequenos” em algum website de busca. Meu próprio website
www.cellchurchsolutions.com oferece gratuitamente muitas informações sobre grupos
pequenos (incluindo minha dissertação de doutorado e todos os artigos que escrevi).
(Infelizmente a maioria dos sites é em inglês. — NT)

Livros e artigos — Mensalmente passo junto com os líderes que supervisiono materiais
sugeridos no site www.cellchurchsolutions.com. Além destes, há muitos outros ótimos
livros sobre o ministério de células.

99
Experiência — É muito provável que você já tenha liderado uma célula e já tenha
lidado com pessoas e situações problemáticas. Aproveite bem suas próprias
experiências e soluções, mesmo que sejam apenas um ponto de partida. Deus, em sua
soberania, colocou você em situações específicas e deu a você experiências únicas.

O supervisor é a pessoa que se coloca à disposição para ajudar no cuidado dos


líderes. Ele existe para garantir que seus líderes estejam bem e certificar-se de que
seguirão firmes em frente. O supervisor é fundamental em todo o processo.

Cresça enquanto caminha

Você pode se sentir totalmente inadequado como supervisor para diagnosticar e


lidar com problemas. A boa notícia é que, enquanto busca as respostas e oferece aos
seus líderes o que aprendeu, você também crescerá em sua própria maturidade em
Cristo.

Minha pesquisa inicial sobre os princípios de igrejas em células que crescem


teve pouco impacto sobre mim até que tive a oportunidade de aplicá-los. Então cresci
em meu próprio entendimento enquanto lutava com a melhor aplicação. Você pode já
ter um conhecimento valioso sobre células, mas é no processo de aplicar esse
conhecimento que você irá crescer com rapidez.

Capítulo 10

Passando pelos estágios de supervisão

Depois de dar muitos seminários sobre células ao redor do mundo, descobri que
algumas sessões têm mais impacto que outras. Durante um seminário, um participante

100
comentou: “A explicação que você acabou de dar sobre o processo de mudança valeu o
preço do seminário inteiro”. Ele se referia ao meu estudo sobre como líderes passam por
uma “noite escura da alma” ao desenvolverem células. Esse participante do seminário
expressou seu alívio quando soube que essa experiência é normal enquanto as pessoas
aprendem a liderar células eficazes. Saber que há estágios previsíveis a serem
enfrentados enquanto as pessoas aprendem a trabalhar em equipe na célula traz
esperança.

Estágios de supervisão

 Estágio do romance: relacionamento de “lua-de-mel”.


 Estágio da realidade: desenvolvendo a confiança.
 Estágio da resistência: conflito e “a noite escura da alma”.
 Estágio da resolução: passando “pelas águas escuras” e “para
dentro da luz”.
 Estágio da recompensa: confiança e bênção.

Ao trabalhar com seus líderes, o supervisor também experimentará estágios


previsíveis. Nenhum relacionamento de supervisão se desenvolve em níveis perfeitos de
abertura e comunicação da noite para o dia. A maioria dos supervisores passa por
estágios previsíveis de altos e baixos, que podem ser entendidos como uma série de
estágios de supervisão.1

O estágio do romance

Minha amiga Trish me contou que seu marido, um médico, foi convidado a uma
posição de destaque em um ótimo hospital em um outro estado do país. Ele recusou.
Quando perguntaram a ele porque ele queria ficar no hospital Baltimore, ele respondeu:
“Eu conheço os defeitos deste hospital. Não conheço os problemas de lá”.

Para a maioria das atividades na vida, a grama realmente parece mais verde do
outro lado. Por quê? Porque as manchas marrons só são visíveis de perto.

101
No estágio do romance de um relacionamento de supervisão, tudo é novo,
estimulante, e verde. As manchas marrons ainda não apareceram. O líder de célula está
apenas começando uma nova aventura. Ele quer ganhar o mundo e multiplicar sua
célula em poucas semanas! Ele pensa que você é o melhor supervisor no mundo, que
você não faz nada de errado. Ele está pronto para absorver cada palavra que você disser.
Use esse tempo para investir em seu líder e prepará-lo para os próximos estágios.

Conselhos para o estágio do romance:

 Aproveite-o ao máximo possível. Não tente passar correndo por ele.


 Aproveite a abertura do seu líder para receber “tarefas de casa”; ensine o
máximo possível.
 Esclareça seu relacionamento de supervisão (por exemplo, com que
freqüência vocês vão se encontrar, avaliações, confiança, expectativas).
Lembre claramente seu líder dos estágios da realidade e da resistência
que estão por vir.
 Ajude o
líder a
avaliar o
custo do
ministério.
Lembre-se
que Jesus
estava
constantemente preparando os discípulos para as tribulações que viriam a
seguir.

Estágio do romance

Estratégia: esclareça o propósito, a direção e os alvos. Aproveite este


tempo para ensinar conhecimento de célula e estratégia, e ajude o líder a
avaliar o custo de dificuldades futuras.

102
O estágio da realidade

O romance é normalmente seguido da realidade. Alguns membros da célula não


são comprometidos e não a freqüentam todas as semanas. O líder convida cinco novas
pessoas e ninguém aparece. O líder não imaginava que os resultados seriam tão escassos
ou que a liderança da célula exigiria tanto.

O diabo, é claro, fará de tudo para frustrar um novo líder. Pedro diz: “O diabo, o
inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa
devorar. Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé” (1 Pe 5.8,9).

No capítulo anterior, falei sobre problemas comuns que exigem atenção. Esses
problemas podem indicar que o seu líder de célula entrou no estágio da realidade.

Conselhos para o estágio da realidade:

 Siga na graça. Ame o líder. Escute-o com atenção. Lembre o líder de que
a reação dele é esperada nesse estágio de liderança da célula.
 Faça algo especial para o líder de célula que demonstre seu amor por ele.
 Gentilmente lembre o líder do compromisso estabelecido no primeiro
estágio.
 Continue a oferecer treinamento para suas habilidades, aperfeiçoando as
áreas deficientes. Novas habilidades darão nova confiança.

Estágio da realidade

Estratégia: seja um
canal de graça.
Lembre o líder que
vocês estabeleceram
um compromisso.
Continue a ensinar o líder, dando a ele maior segurança na liderança da
célula.

103
O estágio da resistência

Alguns chamam essa fase de “não tenho certeza se posso confiar em você”. O
líder está vendo grama marrom em todo lado e pode querer escapar — talvez para outra
igreja, outro programa, ou para férias do ministério.

Atualmente, compromissos de longo prazo são raros. “Por que não gastar ‘tempo
livre’ assistindo TV ou alguma outra atividade menos exigente?”, pode pensar o líder. A
tentação sempre é viver para si mesmo e fazer menos para Jesus, e não mais. O líder
pode subitamente se sentir tentado a desistir. Ir para algum outro lugar. Qualquer lugar.
Contanto que seja longe de você e da célula.

Alguns chamam esse período de “a noite escura da alma”. Este é o momento em


que o supervisor terá que clamar a Deus pela vida do líder de célula. Lembro-me de
quando dois de meus líderes entraram nessa fase. Um saiu completamente da minha
rede de supervisão enquanto o outro resistiu a mim e até ficou emocionalmente irado.

A boa notícia é que isso fará você se ajoelhar. Você orará mais fervorosamente
do que nunca antes. Você entrará na guerra de oração em favor de seu líder e da célula
dele. Agüente firme. É sexta-feira, mas o domingo está chegando.

Conselhos para o estágio da resistência:

 Ore fervorosamente.
 Ande em graça e verdade. Peça permissão para falar à vida da pessoa.
 Aproveite as oportunidades para supervisioná-lo. No estágio romântico,
o líder estava aberto para receber informação; agora o líder está na
batalha, e pode estar mais interessado em aplicar aquela informação.

Estágio da resistência

Estratégia: mostre empatia, compreensão e abertura enquanto diz a


verdade em amor.

104
O estágio da resistência normalmente irá se mover de modo pacífico para o
estágio da resolução, mas nem sempre funciona assim. Às vezes o relacionamento com
o líder não vai progredir. “Ninguém quer se sentir derrotado. Mas a melhor forma de
agir — e a mais profissional — em alguns casos é terminar o relacionamento”.2 Talvez
suas personalidades sejam totalmente diferentes ou filosoficamente não haja conexão.
Em tais casos, confie na graça soberana de Deus. Não se sinta um fracassado. Deus está
usando a situação para guiá-lo e direcioná-lo.

O estágio da resolução

A ótima notícia é
que a persistência e a
continuidade no processo normalmente acabam em resolução. O líder de célula
aprendeu a confiar em Deus. Ele dedicou mais tempo para Deus e sente a presença de
Deus em sua vida de uma forma nova e empolgante. Ele pensa agora em um
envolvimento de longo prazo no ministério de liderança de célula.

O estágio da resistência aprofundará o relacionamento entre você e o líder. Você


conhecerá características de seu líder que jamais conheceria durante o estágio do
romance, quando tudo era surreal e agradável. Provérbios 27.17 diz: “Assim como o
ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro”.

Você e sua equipe de líderes começarão a se comportar mais como um exército


de veteranos, em vez de recrutas que fizeram exercícios de combate. Agora vocês já
estiveram na batalha e seu companheirismo cresceu com isso.

Conselhos durante o estágio de resolução:

 Aproveite este tempo para aprofundar seu relacionamento com o líder


confirmando lições aprendidas nas trincheiras.

105
 Prepare o líder para a hora em que ele supervisionará e discipulará novos
líderes de célula.
 Aproveite a amizade que se aprofundou por meio das difíceis batalhas
enfrentadas.

Você vai gostar dessa fase. Você experimentará alívio das pressões. Você sentirá
um brilho de esperança. Você sentirá recuperação emocional. É hora de seguir em frente
para o estágio da recompensa.

Estágio da resolução

Estratégia: prepare o líder para supervisionar outros, liberando futuros


líderes para ministrar. O supervisor dá mais responsabilidade ao líder,
sabendo que em breve ele continuará o processo de supervisão.

O estágio da
recompensa

A recompensa
é ver os frutos do seu
trabalho. O ganho
vem depois da dor. Mas ele vem. O líder de célula passou pela noite escura da alma.
Ele enfrentou as tempestades e possui agora um novo líder, que “deu à luz” a uma nova
célula com sucesso. Você agora é um supervisor com um “neto”, sentindo uma doce paz
na sua alma.

Supervisionar seu próprio líder para “dar à luz” a uma nova célula é uma das
maiores alegrias da terra. Você sentirá que realmente está participando da grande
comissão de Jesus Cristo para ir e fazer discípulos (Mt 28.18-20).3

Mas a maior recompensa de todas é trazer glória e honra a Jesus Cristo e ver sua
igreja fortalecida porque você supervisionou fielmente aqueles que estão
supervisionando outros. De uma forma bem real, você receberá a mesma recompensa do

106
pastor a que Pedro se refere: “Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados.
Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. (...) Quando
se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória” (1 Pe
5.2,4).

Estágio da recompensa

Estratégia: faça os últimos preparativos para um novo líder guiar a


célula-filha. O líder mais velho deve permitir que o mais novo guie a
célula inteira, a fim de prepará-lo para liderar o novo grupo.

Capítulo 11

Encontros de supervisão

Alguns têm comparado o trabalho do supervisor ao trabalho de um maestro — às


vezes um maestro trabalha individualmente com um dos músicos, outras vezes ele os
conduz como um grupo, e em outras ocasiões, ele encoraja os líderes a trabalharem
sozinhos.

Há diferentes formas de supervisionar, mas a mistura do trabalho individual e da


supervisão em grupo é a melhor combinação. Ao praticar os hábitos de receber, ouvir,
encorajar, cuidar, treinar, desenvolver uma estratégia e desafiar, os supervisores terão as
ferramentas certas para usar em seus relacionamentos com os seus líderes, tanto em
particular, ao telefone ou em grupo.

O papel do supervisor1

 Em encontros individuais: Cuidar e desenvolver.


 Em grupo: Liderar e modelar.
 Quando visitar grupos: Afirmar e observar.

107
O princípio básico para o relacionamento do supervisor com seus líderes é o
contato consistente. Concordo totalmente com o comentário de Steve Web:

A coisa mais importante que um supervisor pode fazer é


manter contato regular com seus líderes de grupo, pelo telefone ou
pessoalmente. Se um supervisor novo não chegar a estabelecer uma
boa linha de comunicação, ele não vai fazer nenhuma diferença.
Mesmo algo como uma ligação de cinco minutos pode ser muito
eficaz para manter o relacionamento entre supervisor e líder de
célula se a conversa incluir oração.2

Supervisão individual

A supervisão individual é flexível e pessoal. Bob Biehl afirma que “o


mentoreamento normalmente não ocorre de um grupo para uma pessoa. É um ministério
em que uma pessoa investe em outra, e os participantes precisam entender isso e se
sentir à vontade com isso. Noventa e nove por cento do mentoreamento acontece no
relacionamento um-a-um”.3

Com quanta freqüência você deve se encontrar com seu líder? Creio que é sábio
se encontrar pessoalmente pelo menos uma vez por mês, enquanto procura manter
contato semanalmente em conversas pelo telefone, se encontrando na igreja ou em outro
evento.

“As pessoas não podem ser trabalhadas à distância ou por


momentos breves e eventuais de atenção que possamos lhes dar. Elas
precisam que você gaste tempo com elas — tempo planejado, não apenas
poucas palavras a caminho de um encontro.”
John Maxwell4

Os sete hábitos de um bom supervisor funcionam muito bem na supervisão em


grupos, mas funcionam ainda melhor em encontros pessoais com o líder. O supervisor

108
vai começar perguntando sobre a família, o trabalho e a vida espiritual do líder. Ele vai
ouvir, encorajar e demonstrar cuidado — o que demandará mais ou menos a metade do
tempo gasto no encontro individual.

Depois de comentar as questões pessoais do líder, o supervisor passa a dar


atenção ao desenvolvimento desse líder e à estratégia para a sua célula. Por causa da
flexibilidade da supervisão um-a-um, ele pode tratar das necessidades do líder. Um líder
necessita de ajuda com evangelismo, enquanto outro precisa saber como fazer boas
perguntas. Em um encontro de grupo, é impossível cobrir as necessidades específicas de
cada pessoa.

Quando surgir a necessidade, o supervisor pode falar a verdade em amor com


seu líder, pensando no desenvolvimento dele a longo prazo. Discutir assuntos pessoais
na frente de um grupo destrói a confiança e impede os líderes de falar sobre
preocupações e fazer perguntas.

O supervisor então ora com o líder pelas necessidades que apareceram durante
seu tempo juntos.

Como manter contato com seu líder de célula

 Quando você encontrar o líder de célula na celebração de


domingo ou em encontros sociais, tire um tempo para conversar
com ele.
 Convide o líder periodicamente para almoçarem ou jantarem
juntos.
 Encontrem-se para o café da manhã, antes do trabalho.
 Viajem para algum evento juntos.
 Visitem juntos um encontro de célula.
 Participem de algum evento de treinamento juntos.

Encontros em Grupo

109
O tempo individual deve ser equilibrado com encontros em grupo. Os líderes de
célula são ajudados com as experiências de outros líderes e ministram uns aos outros,
assim como membros da célula ministram às necessidades de outros membros.

Os sete hábitos também devem ser aplicados no contexto de grupo. Aqui está um
exemplo de encontro que facilita a prática desses hábitos:

Comunhão em torno da mesa. Se o encontro em grupo é em uma casa, algo


para comer é ótimo para as pessoas começarem a falar e para esperar até que
todos cheguem. Dê aos seus líderes os avisos neste momento (por exemplo, o
próximo encontro, atividades planejadas, pedidos de oração de um líder que não
pôde vir etc.). Ter contato com seus líderes individualmente permitirá que você
mantenha a informação atual.

Receba de Deus. Oração e adoração devem ocorrer no começo do encontro. Se


possível, adorem a Jesus em grupo por meio de alguma música.

Ouça, encoraje, cuide. Ouvir no encontro do grupo normalmente leva a ouvir


os pedidos de oração dos líderes, dificuldades na célula ou áreas de luta pessoal.
Separe um tempo para orar por aqueles pedidos. De vez em quando, levante-se
do seu lugar e ore por cada um dos líderes presentes. Convide os demais para
interceder por eles junto com você.

Desenvolva/treine. Isso funciona melhor no encontro de grupo quando cada


líder fez seu dever de casa de antemão e todos estão na mesma “página”. Por
exemplo, se você pediu a cada líder para ler um capítulo de um livro, faça
perguntas estimulantes para despertar a memória, enquanto adiciona
informações. Os líderes querem sair de lá sentindo que aprenderam alguma
coisa. Embora seu papel seja principalmente facilitar durante o tempo de
crescimento, aproveite as oportunidades para ensinar aos seus líderes novas
habilidades e conhecimentos. Tem sido minha experiência de que líderes têm um
desejo maior de aprender e crescer em seu ministério com células no ambiente
do encontro de grupo.

110
Planeje e desafie. Encerre o encontro com um desafio visionário de persistir na
multiplicação das células para alcançar um mundo perdido para Jesus. Isso é
muito parecido com o momento de anunciar a visão em uma célula. Desafie seus
líderes a irem em frente para fazerem uma colheita ainda maior.

Lembre-se de ser flexível com a agenda. Permita que o Espírito Santo o guie
durante cada encontro de grupo. “É preciso planejamento e visão para fazer um
encontro valer a pena. Ótimos encontros exigem criatividade, comunicação que
prenda a atenção, e uma aptidão acima da média para cuidado e estímulo
espiritual”.5

Possíveis itens de agenda para o encontro de grupo6

 Fale sobre problemas específicos que os líderes estão


enfrentando.
 Estabeleça a visão/lembre os líderes da missão das células.
 Pergunte como cada líder se sente.
 Ensine/relembre habilidades de liderança.
 Orem uns pelos outros.
 Desafie os líderes a crescerem espiritualmente.
 Troquem idéias e informações.
 Celebrem o que Deus está fazendo.

Onde se encontrar?

Encontros de grupo podem acontecer em qualquer lugar. Se todos os líderes que


você supervisiona vieram da sua célula, você pode pedir que eles venham uma hora
antes do grupo começar (e alguns podem querer ficar para o encontro da célula para
renovar contato com antigos membros).

Um outro horário muito bom para ter um encontro de grupo é antes ou depois da
celebração da igreja. Como os líderes já estarão lá no domingo de manhã ou à noite, é

111
mais fácil ter seu encontro antes ou depois da reunião de celebração. Uma igreja em
células em Sidney, Austrália, pede às equipes de supervisão para se encontrarem antes
da celebração da noite. Como as equipes de supervisão são grupos fechados de líderes,
não é necessário para eles se encontrarem fora do prédio da igreja, como as células.

Exemplos de encontros de grupos na Bíblia

 Atos 6 — Uma equipe de líderes foi formada para ministrar às


pessoas.
 Atos 15 — Líderes se reúnem no concílio de Jerusalém para
tomar decisões estratégicas.
 Marcos 3.7 — Jesus se retirou para ficar sozinho com seus
discípulos.

Outra boa idéia é reunir vários grupos de líderes em uma estratégia de


“superencontro”. Bill Donahue a descreve desta forma:

Nós aprendemos a melhorar a freqüência e o resultado dos


encontros de líderes ao criar “superencontros”. Em vez de colocar
todo o peso de um grande evento nos ombros do supervisor, um
membro da equipe organiza um encontro trimestral de vários
grupos de supervisão em uma sala. Aqui nós podemos aliviar os
supervisores das responsabilidades de treinamento e planejamento
do ministério. O resultado é maior comunhão, maior energia e
interação, e mais opções de recursos. O ritmo de encontros
regulares e superencontros trimestrais ao longo do tempo de
ministério parecem servir bem o líder de célula.7

Com que freqüência os líderes devem se encontrar em grupo?

Recomendo que os líderes de célula se reúnam com o seu supervisor em grupo


no mínimo uma vez por mês, embora muitas igrejas achem um encontro a cada duas

112
semanas muito mais eficaz. O encontro mensal funciona desde que o supervisor se
encontre individualmente com cada líder ao menos uma vez por mês e tenha contato
regular pelo telefone.

A razão principal para a regularidade é o controle de qualidade. Espaçar os


encontros demais poderia resultar em uma perda de influência e de impacto do
ministério do supervisor.8

Exemplo de um plano mínimo de supervisão9

 Todos os dias.
Ore! pelos líderes sob seu cuidado (por exemplo, ore por três
líderes às três da tarde por três minutos).

 Uma vez por semana.


Faça contato! com seus líderes (telefonemas, oração pelo
telefone, e-mails, encorajamento, conversa na igreja etc.).

 Uma vez por mês.


Encontrem-se e treine-os! Trabalhe com os líderes
individualmente ou em grupo. Algumas idéias: Aproveite o café
da manhã, almoço ou jantar (inclua os cônjuges). Dediquem
tempo de oração, façam encontros de planejamento com os
auxiliares, invista em treinamento em algum aspecto de liderança
do grupo.

 A cada três meses.


Visite! Visite cada célula e avalie.

 A cada seis meses.


Celebre! Façam uma festa por tudo o que Deus tem feito:
conversões, crescimento, surgimento de novos líderes, ações
práticas de amor, pessoas sendo integradas, pessoas exercendo
seus dons, nascimento de novos grupos.

113
Capítulo 12

Visitando as células

“Papai, queria que você estivesse lá. É tão difícil descrever!” Cada uma das
minhas três filhas pinta um quadro incrível com palavras sobre as coisas que elas fazem,
mas ultimamente elas querem que eu experimente suas atividades com elas. Elas
querem que eu vá a uma aula de dança, a um recital de piano, ou a eventos esportivos.
Elas sabem que palavras são apenas um leve murmúrio quando comparadas à realidade.

O supervisor pode entender algumas coisas sobre seus líderes por meio do
contato individual e dos encontros em grupo. Mas o supervisor também precisa ver seus
líderes em ação para compreender o quadro maior. David Owens disse: “Uma figura
realmente vale mil palavras, e eu descobri que ao participar de uma reunião da célula
posso aprender mais sobre dinâmicas, saúde do grupo e o estilo do líder do que com
dezenas de descrições verbais. Fico assim em uma posição muito melhor para saber
como ajudar aquele líder quando nos encontrarmos”.1

Medicina preventiva

Os líderes tendem a se perder em maus hábitos. O supervisor pode ter ensinado a


um líder como ouvir, para então descobrir um pregador em ascensão durante a visita na
célula. Um líder de célula pode ser treinado sobre como manter o grupo focalizado, mas
uma visita revela que o encontro tende a se perder em questões secundárias. Muitos
detalhes do ministério em células só virão à tona quando o supervisor realmente visitar
as células — começar e terminar na hora, arrumar as cadeiras, lidar com as crianças da
célula etc. O que um supervisor facilmente entende e pratica pode parecer
completamente estranho para o líder de célula.

114
Alternância regular

Minha recomendação é que você estabeleça como alvo visitar cada célula sob
seu cuidado uma vez por trimestre, ou seja, quatro vezes por ano. Se você estiver
supervisionando três líderes, irá visitar uma célula diferente a cada mês. Isso também
lhe permitirá liderar sua própria célula, mantendo-o conectado à realidade desse
ministério. Quando você precisar visitar uma célula de sua supervisão, peça a um dos
membros de sua célula para liderar seu grupo naquela noite (essa é uma ótima maneira
de preparar novos líderes!). Você provavelmente desejará visitar uma célula nova com
maior freqüência no início para ter certeza de sua sobrevivência e crescimento.

Antes da sua visita

Avise seus líderes com antecedência sobre sua visita — isso dará tempo a eles
para acalmarem seus medos.2 Quando você falar com o líder, procure reunir o máximo
de detalhes possível (por exemplo, hora do encontro, lugar do encontro, quantas pessoas
irão etc.).

Se você sente que o líder de célula não conduz apropriadamente algum aspecto
do encontro da célula (por exemplo, adoração ou edificação), peça permissão com
antecedência para demonstrar aquela parte do encontro durante sua visita. Em geral, no
entanto, você simplesmente participará da célula como qualquer outro membro.

Certifique-se de orar pelo líder da célula antes de ir visitá-la. Peça ao Espírito


Santo para abençoar o grupo e o líder e para dar-lhe sabedoria enquanto você procura
formas de melhorar o encontro daquela célula.

Chegue à célula antes dos outros do grupo para estar com o líder alguns
momentos antes do encontro, para orar com ele.

Durante o encontro da célula

115
Seu objetivo principal durante o encontro é encorajar. Afirme e apóie o líder de
célula diante dos membros do grupo. Bill Donahue diz:

Supervisores que visitam os grupos pequenos de seus


líderes às vezes se sentem como intrusos em um casamento.
Todos se perguntam: “Quem é você e por que está aqui? Nós
o conhecemos?”. Encorajamento é o melhor antídoto para o
desconforto dos membros do grupo pequeno. Supervisores
visitam os grupos para observar e assessorar, mas as visitas
são mais poderosas quando o supervisor chega como um
fanático por encorajamento. Cumprimentar calorosamente os
membros à medida que eles chegam no encontro, encorajar o
grupo, afirmar o líder na frente de todos, e orar com o líder
antes e depois da reunião irá contribuir para deixar todos
mais à vontade.3

Enquanto
estiver na célula, tente
se misturar o máximo
possível. Se você não
participar, a maioria
dos membros do
grupo o verá como
alguém de fora
tomando nota do que acontece. Descobri que quando compartilho de forma
transparente, as pessoas se sentem mais relaxadas. Transparência é uma parte muito
importante do encontro da célula e você pode demonstrar aos outros como fazê-lo ao
compartilhar pessoalmente.

Por participar não quero dizer dominar. Certifique-se de não tomar a liderança
da célula! Se você notar que os membros do grupo estão dependendo de você para a
resposta, tente olhar para a ponta do seu pé em silêncio até que alguém mais participe.

116
Regras de visitação

“Quando supervisores fazem essas visitas, nós os encorajamos a


organizar suas observações mentais de acordo com a sigla LAAD
(Liderança, Ambiente, Auxiliar e Dinâmica). Primeiro, o supervisor
afirma e observa o líder. Segundo, o supervisor avalia mentalmente se o
ambiente contribui para a transformação de vidas. Terceiro, o supervisor
se certifica de que cada líder tem um auxiliar. Quarto, o supervisor
observa a dinâmica do grupo.”4

Evite escrever comentários enquanto o encontro está acontecendo, embora você


deva ficar prestando atenção em coisas para instruir o líder depois. Avalie todas as
quatro partes do encontro da célula:

 Encontro: O quebra-gelo foi apropriado? Alcançou o propósito de enturmar os


visitantes? Ou, na falta de visitantes, foi útil para conectar os membros da
célula?
 Exaltação: O líder de louvor providenciou a melhor oportunidade para as
pessoas adorarem (letras das músicas, posição dos móveis, etc.)? Havia foco e
direção por parte do líder de louvor?
 Edificação: O líder de célula usou uma lição apropriada para a visão da igreja?
O líder entendeu o significado da passagem discutida? O líder facilitou a
discussão para que todos se envolvessem?
 Evangelismo: O líder compartilhou a visão da célula de alcançar não-cristãos?

Observações durante a visita a uma célula

 O ambiente favorecia um bom encontro?


 O encontro começou e terminou no horário?
 O líder se manteve no assunto?
 O líder esteve no controle, mas sem ser dominador?
 As perguntas foram bem feitas?
 O líder prestou atenção às respostas?

117
 Os membros da célula se relacionaram bem durante o encontro?
 O que produziu transformação de vida?
 Como é o relacionamento entre o líder e os membros da célula?
 Evangelizar é uma parte da estratégia da célula?
 A oração foi significativa?
 Como Deus agiu no encontro?

Depois do encontro

Fale sobre suas


observações com o
líder imediatamente
após a célula ou
marque um encontro
com ele para breve.
Tente oferecer uma
média de cinco
comentários sinceros
de encorajamento para cada sugestão de algo a ser melhorado.

Encontre sua própria armadura

Quase todo mundo, inclusive não-cristãos, conhece a história da luta de Davi


com Golias. Davi queria testar a grandeza de Deus apesar da sua própria fraqueza. O rei
Saul tentou preparar o rei Davi para a batalha emprestando a ele sua própria armadura.
Seria natural que fosse assim. O problema era que a armadura de Saul funcionava para
Saul, mas não para Davi. “E disse a Saul: ‘Não consigo andar com isso, pois não estou
acostumado’. Então tirou tudo aquilo e em seguida pegou seu cajado, escolheu no
riacho cinco pedras lisas, colocou-as na bolsa, isto é, no seu alforje de pastor, e, com sua
atiradeira na mão, aproximou-se do filisteu” (1 Sm 17.39-40).

118
Davi estava acostumado com pedras e uma atiradeira, mesmo que humanamente
falando ele estaria melhor com a armadura de Saul.

Neste livro, evitei propositalmente colocar em você um determinado tipo de


armadura. Em vez disso, procurei enfocar princípios que você poderá usar com
criatividade e aplicar em uma grande variedade de circunstâncias.

Assim como Davi, siga corajosamente na direção para a qual Deus chamou
você. Desenvolva líderes que irão ofuscar as suas próprias habilidades e dons de
liderança. Receba de Deus e sirva seus líderes com o alvo de que eles continuem o
processo com outros homens e mulheres fiéis.

Notas

Agradecimentos
1
Jay Firebaugh, Pastor geral de Clearpoint Church em Pasadena, Texas, ensinou muitos
seminários sobre supervisão de líderes de células. Ele gravou uma série em áudio e
publicou um guia de estudo com o título The Key Is the Coach [A Chave é o
Supervisor] (Houston, TX: TOUCH Publications, 1999).
2
Steven L. Ogne e Thomas P.Nebel, Empowering Leaders through Coaching
[Capacitando Líderes por meio da Supervisão] (Carol Stream, IL: ChurchSmart
Resources, 1995), fitas de áudio.

Introdução
1
John Ayot, Dictionary of Word Origins [Dicionário das Origens da Palavra] (New
York: Arcade Publishing, 1990), palavra “coach”.
2
Len Woods, “Successful Coaching” [Supervisão Bem-sucedida], Small Group
Network http://smallgroups.com/secure/dynamics/022002news/feature5.html, (18 de
janeiro de 2003).
3
David Owen, “Successful Coaching” [“Supervisão Bem-sucedida”] (The Best of
Smallgroups.Com 1995-2002).
4
Yoido Full Gospel Church em Seul, Coréia (Pastor geral David Yonggi Cho) tem
25.000 células e aproximadamente 250.000 pessoas que participam dos cultos de
celebração. A Igreja Elim em San Salvador, a terceira maior igreja no mundo (Pastor
geral Mario Vega), tem 11.000 células, 115.000 pessoas que participam das células, e
35.000 que freqüentam os cultos de domingo. Para o Pastor Vega, o seu sistema de
supervisão é fundamental para o sucesso das células.
5
Jim Egli, 16 de dezembro de 2002, e-mail pessoal.
6
David B. Peterson e Mary Dee Hicks, Leader as Coach: Strategies for Coaching and
Developing Others [Líder como Supervisor: Estratégias para Supervisão e
Desenvolvimento de Outros] (Minneapolis, MN: Personnel Decisions International,
19960, 14.
7
Groups of Twelve [Grupos de Doze] (Houston, TX: TOUCH Publications, 1999), 182;
From 12 to 3 [De 12 para 3] (Houston, TX: TOUCH Publications, 2002), 178.

119
8
Laura Whitworth, Henry Kimsey-House e Phil Sandahl, Co-Active Coaching
[Supervisão Co-Ativa] (Palo Alto, CA: Davies-Blake Publishing, 1998), 5. Mais do que
qualquer outra coisa, o supervisor fornece continuamente ferramentas para que as
pessoas que ele supervisiona sejam mais eficazes.
9
Se você estiver supervisionando um líder de uma célula que se originou da
multiplicação da sua própria célula, gostaria de encorajá-lo especialmente para
continuar a liderar o seu grupo. O líder sob seu cuidado irá respeitar o seu conselho de
uma nova maneira, sabendo que vem de alguém que “vive isso”.
10
Ogne e Nebel.
11
Bob Logan e seus associados desenvolveram uma nova ordem de supervisão de cinco
frases: Relacionamento — construindo o relacionamento de supervisão; Reflexão —
analisando a situação; Reajustar o foco — visualização e planejamento; Recurso —
suprindo a necessidade de recursos; Revisão — avaliando a execução de um plano.
12
Steven Covey, The Seven Habits of Highly Effective People [Os Sete Hábitos de
Pessoas Extremamente Eficazes] (New York: Simon and Schuster, 1989), 46.

Capítulo 1
1
A.W. Tozer, The Pursuit of God (Harrisburg, PA: Christian Publications, Inc., 1998),
11, [À Procura de Deus] (Editora Betânia).
2
Henry T. Blackaby and Claude V. King, Experiencing God [Conhecendo a Deus]
(Nashville: Broadman & Holman, 1994), 2.
3
Reggie McNeal, A Work of Heart: Understanding How God Shapes Spiritual Leaders
[Uma Obra do Coração: Compreendendo como Deus Forma Líderes Espirituais] (San
Francisco: Jossey-Bass Publishers, 2000), 75.
4
Como citado em Willow Creek Coach’s Handbook [Manual do Supervisor de Willow
Creek] (South Barrington, IL: Willow Creek, 1995), 18.
5
Frank C.Laubach, Channels of Spiritual Power [Canais de Poder Espiritual] (Los
Angeles: Fleming H. Revell, 1954), 95.
6
Citado em Paul Lee Tan, Encyclopedia of 7700 Illustrations [Enciclopédia de 7700
Ilustrações] (Rockville, MD: Assurance, 1979), 1045.
7
Daljit Gill (Waverly Christian Centre em Melbourne, Austrália) é um dos líderes e
supervisores de célula mais bem-sucedidos que eu conheço.
8
Godfrey Kahangi, 11 de dezembro de 2002, e-mail pessoal. Godfrey passou de líder de
célula a supervisor de células e a pastor de células na Igreja Pentecostal Kampala em
Kampala, Uganda. O Pastor Geral é Gary Skinner.

Capítulo 2
1
Veja Steven Covey, The Seven Habits of Highly Effective People [Os Sete Hábitos de
Pessoas Extremamente Eficazes], Capítulo 5; veja também Joel Comiskey, How to Lead
a GREAT Cell Group Meeting [Como Liderar um Excelente Encontro de Célula]
(Houston, TX: TOUCH Publications, 2001), Capítulo 6.
2
Withworth, et. Al., 99.
3
Li em Whitworth, et. al, a primeira vez algo a respeito dos três níveis do ouvir.
4
Robert E. Fisher, Quick to Listen, Slow to Speak: Living out the Language of Love in
Your Family Relationships [Rápido no Ouvir, Lento no Falar: Praticando a Linguagem
do Amor em Seus Relacionamentos Familiares] (Wheaton, IL; Tyndale House
Publishers, Inc., 1987), 29.
5
Adaptado de Ogne e Nebel.

120
6
Mantenho um registro contínuo de cada um dos meus líderes para manter-me
atualizado e orar com mais efetivamente por eles. Oro pelas fraquezas de cada líder e
destaco os aspectos positivos em meio às fraquezas.
7
Peterson e Hicks, 43.
8
Ogne e Nebel.

Capítulo 3
1
John Maxwell, como citado no Manual do Supervisor de Willow Creek, 36.
2
Stephen H. Cordle, “Developing Home Group Leader Coaches at Crossroads United
Methodist Church” [Desenvolvendo Supervisores de Grupos nas Casas na Igreja
Metodista de Crossroads United] (Dayton, OH, Ph.D. diss. United Theological
Seminary, 1999), 104.
3
Peterson e Hicks, 101.
4
Ogne e Nebel.
5
Kent e Bárbara Hughes, Liberating Ministry from the Success Syndrome [Liberando o
Ministério da Síndrome do Sucesso] (Wheaton, IL: Tyndale House Publishers, 1998),
143.
6
Ibid, 143
7
Daljit Gill, 29 de dezembro de 2002, e-mail pessoal.
8
Edward Stewart, American Cultural Patterns: A Cross-Cultural Perspective [Padrões
Culturais Americanos: Uma Perspectiva Trans-Cultural] (Chicago: Intercultural Press,
Inc., 1972), 39.
9
Robert N. Bellah, et. al., Habits of the Heart [Hábitos do Coração] (Berkley, CA:
University of California Press, 1996), 117.
10
Hughes, 149.
11
Bill Thrall, et. al., The Ascent of a Leader: How Ordinary Relationships Develop
Extraordinary Character and Influence [A Ascensão de um Líder: Como
Relacionamentos Comuns Desenvolvem de Maneira Extraordinária o Caráter e a
Influência(?)] (San Francisco: Jossey-Bass Publishers, 1999), 79.
12
James M. Kouzes e Barry Z. Posner, The Leadership Challenge [O Desafio da
Liderança] (San Francisco: Jossey-Bass, 1996), 69.
13
John Maxwell, The 21 Indispensable Qualities of a Leader [As 21 Qualidades
Indispensáveis de um Líder] (Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1999), 106-107.
14
Dale Carnegie, How to Win Friends and Influence People (New York: Simon &
Schuster, 1936), 54; [Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas] (Editoras IBEP-
Nacional).

Capítulo 4
1
John Maxwell, Developing the Leaders Around You [Desenvolvendo os Líderes ao
Seu Redor] (Atlanta, GA: Thomas Nelson Publishers, 1995), 184.
2
Bill Donahue, Building a Church of Small Groups [Edificando uma Igreja de Grupos
Pequenos] (Grand Rapids, MI: Zondervan Publications, 2001), 146.
3
Whitworth, et. al., 8.
4
Peterson e Hicks, 47.
5
Shirley Peddy, The Art of Mentoring: Lead, Follow, and Get Out of the Way [A Arte
de Mentorear: Lidere, Acompanhe e Saia do Caminho] (Houston, TX: Bullion Books,
1998, 46.
6
Encarta World English Dictionary, s.v. “free”.

121
7
De acordo com a edição de maio de 1991 da revista Executive Female, como citado
em Maxwell, The 21 Indispensable Qualities of a Leader [As 21 Qualidades
Indispensáveis de um Líder], 106.

Capítulo 5
1
Como citado em “Tiger: How the Best Got Better” [Tiger: Como o Melhor Melhorou]
Time Magazine, 14 de agosto de 2000.
2
Como citado em Peterson e Hicks, 14.
3
Eric Wishman, “Confessions of a Coach” [Confissões de um Supervisor], Small
Group Network http://smallgroups.com/secure/dynamics/022002news/feature6.html.
4
Owen.
5
Como citado em Firebaugh, 21.
6
Peterson e Hicks, 55.
7
Marjorie J. Thompson, Soul Feast [Festa da Alma] (Louisville, KY: Westminster John
Knox Press, 1995), 10.
8
Como citado em “Darryl’s Dilemma Responses” [Respostas aos Dilemas de Darryl],
Small Group Network <http:smallgroups.com/dynamics/022002news/darresp.html>,
(29 de janeiro de 2003).
9
Werner Kniesel, conversa pessoal, maio de 2002.
10
Dave Earley, Oito Hábitos do Líder Eficaz de Grupos Pequenos (Curitiba, PR:
Ministério Igreja em Células, 2005).
11
Peterson e Hicks, 105.
12
Como citado em Peterson e Hicks, 122.
13
Peterson e Hicks, 122.
14
Donahue, Building a Church of Small Groups [Edificando uma Igreja de Grupos
Pequenos], 146
15
Pessoalmente, prefiro o e-mail à mensagem instantânea. Posso ponderar sobre o e-
mail, mantê-lo em minha caixa de entrada para voltar a ele mais tarde, e respondê-lo no
meu tempo.
16
Peterson e Hicks, 81.
17
Maxwell, The 21 Irrefutable Laws of Leadership: Follow Them and People Will
Follow You [As 21 Leis Irrefutáveis de Liderança: Siga-as e as Pessoas Seguirão Você]
(Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1998), 133.

Capítulo 6
1
Remember the Titans [Duelo de Titãs], prod. Jerry Bruckheimer, dir. Boaz Yakin,
1h53min., 2000, videocassete ou DVD.
2
Eric B. Johnson, “Creating a Dynamic Coaching Strategy” [Criando uma Estratégia
Dinâmica de Supervisão], Small Group Network
http://smallgroups.com/secure/dynamics/022002news/feature2.html>, (18 de janeiro de
2003).
3
Pode ser que você esteja lendo este livro para descobrir como supervisionar os líderes
sob seu cuidado que também estão, por sua vez, supervisionando outros (líderes de
células que se multiplicaram sob o cuidado deles). Se você está nessa situação, quero
encorajá-lo a treinar os supervisores sob seu cuidado nos princípios destacados neste
livro, o que os ajudará a supervisionar mais eficazmente os seus próprios líderes.
4
Gwynn Lewis, “Time Bombs that Kill a Cell” [Bombas Relógio que Matam uma
Célula] CellChurch Magazine, Verão 1995, 10.
5
Christian A. Schwarz, Natural Church Development [O Desenvolvimento Natural da
Igreja] (Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança), 32.

122
6
Ibid., 68.
7
David Limero, “Lifting the LIDS: A Model for Developing Apprentice Leaders” [O
Conceito PCDE: Um Modelo para o Desenvolvimento de Líderes Auxiliares], Small
Group Network, (Janeiro de 1997).
8
Jay Firebaugh praticou a multiplicação em muitas ocasiões. Ele oferece as seguintes
orientações adicionais:
“Não espere que os membros na sua célula QUEIRAM gerar outra célula. Na
verdade, se quisessem ficar longe uns dos outros, você teria um problema!
Provavelmente, o valor e o amor entre eles devem ter aumentado. Essas pessoas
ansiavam por comunidade em sua vida e agora uma multiplicação pode parecer
como uma ameaça de perder isso. SEJA EMPÁTICO! No entanto, você
aprendeu que a maior ameaça à comunidade é o grupo se tornar grande demais
e/ou que crescer para dentro.

É fundamental que o líder e o auxiliar claramente creiam e apresentem o fato de


que a multiplicação é a melhor coisa para a célula. Se uma célula não se
multiplicar no tempo apropriado (quando tiver cerca de 15 membros), uma de
duas coisas vai acontecer:
1. O grupo continua a crescer e se torna um grupo de tamanho
considerável em vez de uma célula. A comunidade estará perdida porque
compartilhar se tornará algo superficial e feito com cautela. A
DINÂMICA DA CÉLULA ESTÁ PERDIDA E A COMUNIDADE
TAMBÉM ACABARÁ SE PERDENDO!
2. O grupo pára de crescer e se volta para dentro. Será “nós quatro e
ninguém mais!”. Quando o foco se afasta da cadeira vazia, do
evangelismo e da pergunta a Deus de quem mais poderia se beneficiar
desse grupo, é o começo do fim! O grupo muda da dinâmica de “Cristo
no meio” (Mateus 18.20) para a contemplação do umbigo.
NOVAMENTE, a comunidade está perdida.

A única maneira de manter a comunidade é soltar! Multiplicar permite que o


foco do grupo se mantenha para fora enquanto continua encontrando
comunidade na dinâmica de uma célula.

Seja paciente com seus membros ao conduzi-los nesse processo. O nascimento


físico é difícil porque o bebê não quer deixar o ambiente seguro do útero para o
risco desconhecido do mundo lá fora. Mas a vida é fora do útero! Ao ajudar os
seus membros nesse período traumático, você experimentará a vida de Deus
agindo em e por meio de sua célula!”
9
Jim Egli, Upward, Inward, Outward, Forward [Melhorando as Dinâmicas da Célula]
(Curitiba, PR: Ministério Igreja em Células, 2002).

Capítulo 7
1
David Augsburger, Caring Enough to Confront [Importe-se o Suficiente para
Confrontar], (Ventura, CA: Regal Books, 1981), 9-10.
2
Ibid., 11-12.
3
Ogne e Nebel.
4
Maxwell, Developing the Leaders Around You [Desenvolvendo os Líderes ao Seu
Redor], 128.

123
5
Withworth, et. al., 24.
6
Ed. Lawrence Khong, Zone Supervisor Intern Training Trainer’s Manual [Manual do
Treinador para o Treinamento do Auxiliar de Supervisor de Área] (Cingapura: TOUCH
Ministries International Pte Ltd., 1998), C-TN15-20, C-TN16-20.
7
Blackaby, et. al., 138.

Capítulo 8
1
John Kotter, Leading Change [Liderando a Mudança] (Boston, MA: Harvard Business
School Press, 1996), 182.
2
Robert J. Clinton, The Making of a Leader [A Formação de um Líder] (Colorado
Springs, CO: NavPress, 1988), 127.
3
Ibid, 69.
4
Firebaugh, 41.
5
Peterson e Hicks, 62.

Capítulo 9
1
Khong, B-TN20-55.
2
Ibid., B-TN18-55.
3
Maxwell, Developing the Leaders Around You [Desenvolvendo os Líderes ao Seu
Redor], 80.
4
Wishman.
5
Como citado em Firebaugh, 21.

Capítulo 10
1
Os estágios apresentados nesse capítulo ainda não foram inteiramente pesquisados,
porque a supervisão é um fenômeno relativamente recente no mundo celular. Ogne e
Nebel oferecem os fundamentos para esses estágios. Adaptei, mudei a ordem e eliminei
alguns dos que eles recomendam, adequando-os à minha experiência dos estágios
NORMAIS de supervisão. Os estágios mencionados têm muita coisa em comum com o
ciclo de vida dos grupos pequenos, o qual estudei a fundo. Veja em How to Lead a
GREAT Cell Group Meeting [Como Liderar um Excelente Encontro de Célula]
(Capítulo 9).
2
Withworth, et. al., 103.
3
Alguns relacionamentos de supervisão terminam quando o líder compreende como ser
um supervisor e começa a supervisionar outros. Na igreja em células, isso envolve a
multiplicação de líderes que multiplicam líderes. Em Co-Active Coaching [Supervisão
Co-Ativa] lemos: “Em certo momento a pessoa que recebe supervisão atinge um ponto
de satisfação — um ponto em que está pronta para ir além da supervisão. É quando as
perguntas não surgem mais desse relacionamento. Ela encontrou uma voz que busca e
pergunta, uma voz para a verdadeira expressão própria”. Withworth, et. al., 162.

Capítulo 11
1
Adaptado de Willow Creek Coach’s Handbook [Manual do Supervisor de Willow Creek],
13.
2
Steve Webb, comentários a Darryl’s Dilemma [Dilema de Darryl], Small Group Network
http://smallgroups.com/dynamics/022002news/darresp.html> (19 de janeiro de 2003).
3
Bobb Biehl, Mentoring: Confidence in Finding a Mentor and Becoming One [Mentoreamento:
Confiança para Encontrar um Mentor e Tornar-se Um] (Nashville: Broadman & Holman
Publishers, 1996), 162.
4
Maxwell, Developing the Leaders Around You [Desenvolvendo os Líderes ao Seu Redor], 69.

124
5
Bill Donahue, “Building a Great Coaching System” [Desenvolvendo um Excelente Sistema de
Supervisão], Small Group Network http://www.smallgroups.com.
6
Cordle, 112.
7
Donahue, “Building a Great Coaching System”.
8
Jay Firebaugh criou o plano 1-2-3:
1. Visita social com um membro do grupo.
2. Encontro (um encontro semanal no grupo pequeno e um encontro de treinamento
quinzenal; na semana em que não ocorre esse treinamento, os líderes se encontram com
seus auxiliares, embora isso freqüentemente possa ser feito pelo telefone).
3. Telefonemas ou recados para membros do grupo.
9
Len Woods, “Coaching Tools: A Sample Minimal Coaching Plan, A Coaching Check-Up, and
a Coaching Appointment Checklist” [Ferramentas de Supervisão: Um Modelo de Plano Mínimo
de Supervisão, Uma Avaliação de Supervisão e uma Lista de Conferência do Encontro de
Supervisão], Small Group Network
<http://smallgroups.com/secure/dynamics/022002news/feature7.html>, (18 de janeiro de 2003).

Capítulo 12
1
Owen.
2 A exceção a essa regra: “É uma boa idéia aparecer a maioria das vezes sem aviso ou com
pouca antecedência. Isso dará a você uma melhor compreensão de como está o grupo e evita
que haja ‘preparativos especiais’ para recebê-lo. Zone Supervisor Seminar [Seminário para o
Supervisor de Área] (Houston, TX: TOUCH Outreach Ministries, 1997), C-4.
3 Donahue, “Building a Great Coaching System” [Desenvolvendo um Excelente Sistema de
Supervisão].
4 Donahue, Building a Church of Small Groups [Edificando uma Igreja de Grupos Pequenos],
146.

Índice

Alvo(s) 14, 36, 65, 72-73, 76, 82, 89, 112, 137
Amizade, 30, 55-57, 71, 82, 105, 115, 141
Amor que confronta, 81-82
Arnold, Jeffrey, 67
Augsberger, David, 81
Autoridade de especialista, 94-95
Autoridade de posição, 94
Autoridade relacional, 96-97
Autoridade espiritual, 96
Autoridade da supervisão, 10, 16, 91, 93-96, 98
Avaliação, 85, 98-99, 112, 122, 125, 130

Barnabé, 48-49
Bethany World Prayer Center, 96
Beauregard, Susan, 51
Biehl, Bob, 118, 134
Blackaby, Henry, 22, 86
Boren, Scott, 139

Carnegie, Andrew, 30, 131


Célula(s), 1-3, 5-6, 9, 11-17, 19, 23, 25-27, 29, 31, 33-37, 39, 41-43, 45-47, 49, 52-57,
60-69, 71-80, 83, 85, 887, 89, 93-97, 102-105, 107-109, 113, 115-116, 118-121, 124-
127, 129-130, 132-134, 137, 139-141

125
CellGroup Journal, 1, 68, 142
Cho, David Yonggi, 12, 97, 129, 137
Clinton, Robert J., 96, 134
Conceito PCDE, 74, 132
Confiabilidade, 38, 112
Consultor, 7, 14, 17, 33, 57
Coréia, 129, 137
Covey, Stephen, 137
Cuidado, 9, 51-54, 56, 81-82, 89, 93, 102, 104, 117, 133

Desafiar, 9, 81-82, 84, 86, 88, 117


Desânimo do líder de célula, 12, 27, 30, 41-43, 45-46, 54, 95, 102-103
Desenvolvimento de um líder, 16, 31, 39, 59-63, 72, 74, 80, 104, 107, 118, 120, 129, 131
Desenvolvimento natural da igreja, 132
Diagnóstico da célula, 10, 16, 101-109
Diligência, 46-47
Donahue, Bill, 121, 124, 131-132, 134-135
Dons do Espírito, 60
Douthit, Carl, 62

Earley, Dave, 63, 132, 140


Edison, Thomas, 65
Egli, Jim, 2, 6, 12-13, 79, 129, 133, 137, 140
Encontros em grupo, 66, 119-122
Encontros um-a-um, 1, 9, 11-13, 16, 19, 21, 23-27, 30-36, 38, 41-47, 51-52, 54, 56-57, 60, 62,
64-66, 68, 71-79, 81-86, 88-89, 93-95, 97-99, 101-108, 111, 113-121, 123-124, 126-127, 130,
133-134, 140
Encorajamento, 7, 9, 13-16, 21, 28, 33, 39, 41-49, 51, 56, 61-62, 64-68, 72-73, 76, 79, 82-83,
88-89, 103, 105, 117-119, 122, 124-126, 129, 132, 139
Estágios de supervisão, 10, 16, 111-112, 114-116, 134
Estratégia, 9, 16, 67, 71-72, 74, 76, 78, 80, 82, 117-118, 120
Estrutura da supervisão, 13, 108
Evangelismo, 12, 15, 42, 56, 62, 68, 72-74, 79, 107-108, 118, 133, 137, 141-142
Everett, Carl, 96

Facilitador, 120, 137, 140


Feedback, 85, 97-99
Firebaugh, Jay, 7, 77, 129, 132, 134-135
Foster, Richard, 12

Geisel, Theodor, 47
George, Carl, 67
Gill, Daljit, 25, 130-131
Grupo pequeno (ou célula), 1-2, 12, 25, 55, 60, 67-68, 73, 104, 108-109, 121, 125, 129, 132-
135, 138-141
Grupos de Doze, 10, 13, 16, 44, 46-47, 77, 107, 124, 126, 129-133, 137-139
Guia da jornada, 60, 139

Hábitos de supervisão, 9, 15-17, 19, 63, 117-118, 123


Hubbard, Elbert, 65
Hurston, Karen, 97, 142
Huxley, Thomas Henry, 64

Igreja em células, 134, 141


Interromper, 84-85

126
Jackson, Phil, 11
Johnson, Eric, 72
Jordon, Michael, 59

Kellar, Scott, 25, 52


Kniesel, Werner, 63, 132

Lamaze, multiplicação, 77
Laubach, Frank, 24, 130
Líder de célula / Liderança, 1-2, 7, 13, 15, 25-27, 32, 34, 36-37, 42, 45-46, 52-53, 56, 61, 63-64,
69, 71-75, 78, 80, 85, 95-96, 103-104, 106-108, 112-116, 123-126, 129-130, 137, 139-141, 142
Líder de seção, 13
Lincoln, Abraham, 47
Lodgson, Jeff, 7
Logan, Bob, 2, 7, 130
Luther, Martin, 44

Mack, Michael, 1, 67, 137, 140


Marable, Dwight, 12
Martin, Glen, 44
Maxwell, John, 131-134, 137
Mentor, 5, 63, 72, 79, 118, 131, 134, 137, 140-141
Mueller, George, 47
Multiplicação, 13-14, 60, 64, 71-78, 80, 89, 103, 112, 116, 120, 132, 134, 137, 139
Multiplicação, data de, 75-76, 78

Nebel, Thomas P., 7, 16, 129-131, 133-134


Neighbour, Ralph Jr., 1-2, 67, 137, 142

Oikos, 137
Ogne, Steven L., 7, 16, 129-131, 133-134
Oração intercessora, 27
Orar sem cessar, 123
Ouvir, 7, 9, 23, 29-36, 38, 46, 54-55, 68, 74, 82-83, 89, 103-105, 113, 117, 119, 130, 137, 141
Ouvir, nível 1, 32, 34
Ouvir, nível 2, 32, 34
Ouvir, nível 3, 33-35
Ouvir, obstáculos, 31, 89
Ouvir a voz de Deus, 23, 31-34, 36, 105
Owen, David, 60, 123, 129, 132, 135

Participação, 125, 137


Pastor, 1-2, 7, 12-13, 63, 77, 105, 107-108, 129-130, 138-140, 142
Pecado, 83, 87, 105-106
Peddy, Shirley, 131
Perguntas, 17, 31, 34-39, 53, 55, 60-61, 66, 95, 98-99, 103-104, 118, 120, 126, 134, 138, 141
Permissão, 6, 26, 35, 88-89, 114, 124
Preparo de perguntas, 31, 36-37, 39, 55, 103-104

Receber de Deus, 16, 116, 119, 127


Reconhecimento, 7, 44, 86, 95, 103
Recurso(s), 2, 5-6, 14, 39, 60, 62, 66-68, 76, 104-105, 108-109, 121, 129-130, 132, 139-140
Rede de grupos pequenos (ou células), 1, 68, 109, 129, 132, 134-135, 138
Rodízio entre as células, 123-124

127
Roosevelt, Teddy, 66
Ruth, Babe, 47

Serviço, 57
Seymour, Supervisor, 62
Smith, Jeromy, 63
Spoude, 46-47
Spurgeon, C. H., 45
Schwarz, Christian, 73, 132, 138
Stewart, Edward, 45, 131
Suíça, 63
Supervisão, definição, 17
Supervisão online, 67-68, 139-142
Supervisor, 13, 133, 135, 138

Telefone, uso de na supervisão, 26, 36, 41-42, 55, 66, 68, 75, 77, 117-118, 121-122, 135
Tempo devocional, 23-24, 96, 137
Tocqueville, Aléxis de, 45
TOUCH Ministries, 5-6, 133, 135, 138-140, 142
Tozer, A.W., 130
Transparência, 46, 54, 125, 138
Treinamento da célula, 1-2, 12-14, 60-61, 67-68, 73, 75, 80, 95, 123, 132, 139, 141
Treinamento de habilidades, 55-56, 96, 113
Treinamento de líderes, 53, 60, 62-63, 67, 76, 80, 88, 95, 113, 119, 122-123, 135, 139

Visão, 2, 6, 12-13, 39, 60, 71-72, 74-76, 79, 89, 120, 126, 138
Visita ao encontro da célula, 16, 125, 138

Washington, Denzel, 71
Web, Steve, 117
Wesley, John, 138
Willow Creek Community Church, 130-131, 134, 138
Wooden, John, 11, 42
Woods, Tiger, 59, 131

Yang, Linda Tsao, 65


Yoido Full Gospel Church, 129, 138

Zurique, 63

(contra-capa)

Seja um Supervisor de Células Eficaz

 Os seus líderes de célula se sentem apoiados e encorajados em seus ministérios?


 Cada um de seus líderes tem um amigo e mentor de confiança que possa orientá-
lo na liderança de uma célula?
 Os seus líderes sentem que fazem parte de uma equipe?

128
A pesquisa comprova que o que mais contribui para o sucesso das células é a
qualidade da supervisão que é oferecida aos líderes de células. Muitos estão servindo na
posição de supervisor, mas não compreendem completamente o que devem fazer nessa
posição. Joel Comiskey identificou sete hábitos de supervisores de células eficazes:

 Receber de Deus.
 Ouvir as necessidades do líder de célula.
 Encorajar o líder de célula.
 Cuidar dos múltiplos aspectos da vida de um líder.
 Desenvolver o líder de célula em vários aspectos de liderança.
 Desenvolver com o líder de célula estratégias para criar um plano que leve a
célula a cumprir sua visão.
 Desafiar o líder de célula para o crescimento.

Dicas práticas de como desenvolver esses sete hábitos estão descritas na primeira
parte deste livro. A segunda parte aborda os aspectos: como polir suas habilidades de
supervisão com instruções para o diagnóstico de problemas em uma célula, como liderar
reuniões de supervisão e o que fazer quando visitar um encontro de célula de sua
supervisão.
Este livro vai preparar você para ser um supervisor de células eficaz, que
mentoreia, apóia e guia lideres de célula para um ministério eficaz.

(foto) Joel Comiskey é doutor em Estudos Interculturais pelo Seminário Teológico


Fuller, internacionalmente reconhecido como consultor de igrejas em células. Serviu
como missionário da Aliança Cristã e Missionária em Quito, Equador. Atualmente está
implantando uma igreja em células no sul da Califórnia. Joel escreveu best-sellers sobre
o movimento mundial de igrejas em células, e leciona como professor adjunto em
diversos seminários teológicos.
Joel e sua esposa Celyce têm três filhas.

129

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