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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA (DEG)


DISCIPLINA DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS IV (GNE433)
Prof. Irineu Petri Júnior

SECADORES MICRO-ONDAS

JOAO PEDRO MONZANI NORA


MAXUEL SILVA LEMOS

Lavras – MG
2019/2
SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 1
2– FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................................... 1
3 – CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS ........................................... Erro! Indicador não definido.
4 – APLICAÇÕES DOS SECADORES MICRO-ONDAS .................................................................... 6
5 – CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS ..................................................................................................... 8
6 – VANTAGENS E DESVANTAGENS ............................................................................................ 10
7 – CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 10
8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 11
1 – INTRODUÇÃO
No seu trabalho, intitulado A Dynamical Theory of the Electromagnetic Field, publicado em
1865, James Clerk Maxwell introduziu as teorias sobre o eletromagnetismo e possibilitou uma nova
linha de aprimoramento tecnológico. Hoje consolidado, a abrangência desse tema envolve o
desenvolvimento de novas tecnologias como dispositivos de quantificação analítica, com exemplo
dos espectrofotômetros, ou equipamentos de secagem, como os secadores por micro-ondas.
As ondas eletromagnéticas se manifestam de diferentes formas, como luz, infravermelho, ondas
ultravioletas, micro-ondas, entre outras. Estas ondas são compostas pela propagação conjunta de um
campo elétrico (E) e um campo magnético (H) perpendicular a este, assumindo um comportamento
senoidal (MAJUMDAR, 2006). A Figura 1 ilustra uma propagação típica de uma onda
eletromagnética.

Figura 1: Onda eletromagnética decomposta em seus campos magnético, de amplitude Ho, e elétrico,
de amplitude Eo.

Fonte: (MAJUMDAR, 2006)

As ondas se diferenciam pela frequência (f) de propagação ou, igualmente válido, pelo seu
comprimento de onda (λ). Estas grandezas assumem a relação da equação (1), sendo (v) a velocidade
de propagação.

O espectro eletromagnético diferencia os tipos de ondas a partir do seu comprimento ou


frequência. Por exemplo, as micro-ondas típicas de uso em eletrodomésticos possuem frequência de
2450MHz e este intervalo de frequência pode ser notado no espectro eletromagnético através da
Figura 2.

𝑓 = 𝑣/𝜆 (1)

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: SECADORES MICRO-ONDAS

Um material submetido a ondas eletromagnéticas converte a energia disponível em energia


absorvida e energia dissipada. De acordo com Majumdar (2006), as formas mais comuns desta
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conversão energética consistem em condução iônica ou rotação dipolar. A primeira forma é
caracterizada pela aceleração dos íons presentes no material, como uma solução salina, de forma que
estas partículas são aceleradas, realizando sucessivas colisões e aumentando a energia cinética do
sistema, que pode ser convertida em dissipação por calor. A segunda forma se dá pelo rearranjo
espacial dos dipolos de moléculas polares, como a molécula de água, que são perturbadas pelas
oscilações das micro-ondas e rotacionadas sequencialmente. Este processo induz o aumento da
energia cinética do sistema, que também pode ser dissipada em forma de calor. A Figura 3 ilustra
esses fenômenos.

Figura 2: Espectro eletromagnético.

Fonte: (MAJUMDAR, 2006)

Figura 3: Esquematização da ação eletromagnética em íons e moléculas.

Fonte: (BOGDA; PROCIAK, 2007)

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A absorção de energia pelo material está relacionada com a sua permissividade elétrica (ɛ) e
pode-se defini-la como uma característica intrínseca que expressa a habilidade que o material tem de
absorver e dissipar energia quando exposto a uma fonte de micro-ondas (PETRI JÚNIOR et al, 2014).
Ainda, a permissividade é composta por dois termos distintos: a constante dielétrica (ɛ’) e o fator de
perda dielétrica (ɛ’’). O primeiro termo relaciona-se com a energia absorvida e o segundo com a
energia dissipada no material. Assim, a permissividade elétrica pode ser expressa na sua forma
complexa, conforme equação (2). Desta forma, as duas quantidades estão espaçadas por um ângulo
de 90º. Ainda, através da equação (3) pode-se definir o ângulo de perda dielétrica (δ), que expressa a
diferença de fase entre o campo elétrico e a polarização do material (PETRI JÚNIOR et al, 2014).

ɛ = ɛ’ − 𝑗ɛ’’ (2)

𝛿 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(ɛ’’/ɛ’) (3)

A intensidade de interação energética entre as micro-ondas e o material pode ser prevista então
pela permissividade elétrica, que por sua vez pode variar com parâmetros, tais como temperatura,
umidade e tipo de material. A Figura 4 expressa a variação do termo de perda dielétrica em função
do teor de umidade. Na mesma figura, é importante notar que ao se atingir o teor de umidade crítica
(mc), os valores para perda dielétrica assumem valores menores, aspecto demonstrado pela reta
pontilhada com menor inclinação. Esta característica está associada à umidade ligada do material,
que é menos propensa aos movimentos rotacionais induzidos pelas micro-ondas, sendo então mais
difíceis de serem removidas em comparação com a umidade livre. Em termos de tipo de material, a
facilidade de absorção energética os classifica, conforme Meredith (1998):

• Condutores: as micro-ondas são refletidas pelo material


• Transparentes: as micro-ondas passam pelo material com pouca absorção.
• Absorventes: as micro-ondas são absorvidas com intensidade que é função do campo
elétrico e das propriedades dielétricas.

Figura 4: Variação da perda dielétrica (ɛ’’) em função da umidade (m).

Fonte: (MAJUMDAR, 2006)

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O direcionamento de micro-ondas para o material pode ser realizado por dois tipos de
cavidades, sendo estas o single-mode ou multi-mode. O método single-mode realiza um
direcionamento preciso, gerando um ponto de aquecimento chamado de hot spot. Já as cavidades
multi-mode apresentam vários nodos que direcionam as micro-ondas ao material, criando um
ambiente de propagação homogêneo. As cavidades multi-mode são geralmente empregadas em escala
industrial, visto que são mais úteis para materiais de dimensões grandes e heterogêneas (PETRI
JÚNIOR et al, 2014).
O formalismo matemático do aquecimento por micro-ondas está representado pela equação (4)
e pode ser derivado das equações de Maxwell, conforme Meredith (1998). Segue que:

𝑝 = 2πɛ0 ɛ′′𝑓𝐸² (4)

Onde (p) é a densidade de potência, (E) é intensidade do campo elétrico, (f) é a frequência, (ɛ0)
é permissividade do corpo livre e (ɛ’’) é o fator de perda dielétrica.
Para fins de custos e projeto é interessante definir a energia específica (EE) cuja unidade é
kWh/Kg e refere-se à energia fornecida via micro-ondas por unidade de material processado na
secagem. Este parâmetro pode ser obtido pela equação (5), sendo que (P) é a potência aplicada em
kW, (t) é o tempo de aquecimento em horas e (m) é a massa de material alimentada em Kg.

𝐸𝐸 = 𝑃𝑡/𝑚 (5)

Ainda é importante definir a distribuição de energia na extensão do material, quando em contato


com micro-ondas. A profundidade de penetração simplificada (D), dada em metros e função das
propriedades do material, pode ser obtida pela equação (6), como instrui Majumdar (2006). É um
fator que expressa o quanto a energia, via micro-ondas, penetra no material, sendo um parâmetro
importante para avaliar a eficiência de aquecimento da operação, uma vez que é esperado que a
energia fornecida se insira o mais profundo possível no material, evitando que se tenha apenas o
aquecimento superficial. Se o material apresentar dimensões grandes, frente à profundidade de
penetração, então o seu perfil de temperatura será igual ao convencional, tendo-se menor temperatura
no centro e maior na superfície. No caso contrário, sendo as dimensões pequenas, então o centro do
material terá um acúmulo de micro-ondas, gerando um perfil não convencional, de um ponto central
mais quente, em comparação com uma superfície mais fria (PEREIRA et al, 2013).

𝐷 = 𝜆√ɛ’⁄2𝜋ɛ’′ (6)

3 – CARACTERÍSTICAS ESTRUTRUAIS
Os secadores micro-ondas funcionam com uma radiação eletromagnética não ionizante. Essa
radiação é do tipo micro-ondas e suas frequências variam entre 300 MHz a 300 GHz. Sendo que estas,
podem ser de ultra alta frequência, que variam de 300 MHz a 3 GHz, super alta frequência que variam
de 3 GHz a 30 GHz e de extrema alta frequência que variam de 30 GHz a 300 GHz.

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Eles funcionam de modo que as micro-ondas são refletidas por uma parede espelhada por sua
superfície dielétrica. Os fornos micro-ondas normalmente trabalham em frequências de 2450 MHz, e
quando se deseja obter grande profundidade de penetração, utilizam-se frequências de 915 MHz.

O magnétron é o principal componente de um forno micro-ondas e apresenta de maneira


simplificada: anodo, catodo, antena e imãs permanentes. As aletas do anodo apontam para o catodo.
Este, por sua vez, é um emissor de elétrons e fica localizado no centro do magnétron. A antena é
ligada a uma aleta do anodo, sendo responsável por conduzir as micro-ondas para o externo do
magnétron. O magnétron é alimentado por um capacitor, que gera uma tensão semi-cíclica. Um
exemplo da estrutura de um magnétron pode ser visualizado na Figura 5.

As aletas funcionam como capacitores e as paredes como uma série de bobinas, gerando campos
elétricos variáveis, fazendo com que o conjunto se comporte como um circuito ressonante.

As micro-ondas são levadas ao forno através de um guia de ondas. Para isso, é necessário um
dimensionamento correto das paredes, para que não ocorra a absorção das micro-ondas nas paredes.
As paredes devem coincidir com os nós das micro-ondas.

Figura 5: Estrutura de um magnétron.

Fonte: http://microwavetech.tk/

Na área industrial os secadores microondas são normalmente encontrados em escalas bem


maiores que os fornos microondas convencionais, como se pode notar pelas Figuras 6 e 7.

Neles, o produto a ser secado percorre uma esteira que passa por diversas câmeras que geram
ondas micro-ondas no seu interior. Cada câmara conta com um sistema de exaustão que retira o
excesso líquido a ser secado do produto. Após percorrerem as câmaras, o produto sai, na forma seca
conforme preferenciado.

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Figura 6: Esquema de um secador micro-ondas industrial.

Fonte: https://www.alibaba.com/product-detail/Automatic-Continuous-Industrial-Microwave-Vacuum-
Dryer_60521376404.html

Figura 7: Secador micro-ondas industrial.

Fonte: https://portuguese.alibaba.com/product-detail/industrial-microwave-tunnel-dryer-60437267828.html

4 – APLICAÇÕES DOS SECADORES MICRO-ONDAS


A secagem em micro-ondas se baseia na energia adicional fornecida, que é preferencialmente
absorvida pelos solventes no processo para aumentar a evaporação. As micro-ondas são uma forma
de energia eletromagnética (300 Mhz e 300 GHz) geradas por magnétrons sob a força combinada dos
campos elétricos e magnéticos perpendiculares.

A secagem por micro-ondas pode ser utilizada em vários aspectos e oportunidades. Existem
inúmeras linhas de pesquisas sobre a utilização das micro-ondas para alguma utilidade física ou
química. Isto, pois se demonstra uma secagem rápida e seletiva. É empregada desde a área alimentícia
até a farmacêutica por exemplo, demonstrando ampla gama de aplicações. Na indústria alimentícia,
apesar de ser um método novo, diferente do método padrão normalmente utilizando estufas, a
secagem a micro-ondas se demonstra rápida e simples. O calor na amostra é distribuído

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uniformemente tanto na superfície como internamente no alimento, facilitando a evaporação da água
e evitando a formação de crosta na superfície, como é característico na secagem em estufa.
Normalmente, a amostra é misturada com cloreto de sódio (que evita que seja espirrada fora do
cadinho) e óxido de ferro (que absorve fortemente radiação de micro-ondas, acelerando a secagem).
Existem fornos de micro-ondas analíticos com balanças, escala digital e computadores para calcular
a umidade. A grande vantagem da secagem por micro-ondas em relação a outros tipos de secagem é
que o poder da energia radiante e o tempo de secagem podem ser calibrados para os diferentes tipos
e quantidades de amostras, enquanto isto não é possível no método por secagem em estufa, por
exemplo.

Um exemplo de um estudo na área alimentícia em que a utilização da secagem a micro-ondas


foi eficiente, foi desenvolvida na tese de doutorado apresentada à Faculdade de Engenharia de
Alimentos da Universidade Estadual de Campinas, desenvolvida por Nádia Rosa Pereira. Neste caso,
a tese “Estudo da aplicação de micro-ondas na secagem de bananas tratadas osmoticamente” (2007),
foi possível notar que a combinação de aquecimento por micro-ondas com convecção por ar quente
na secagem apresentou um aumento na taxa de perda de água, definidas a correta temperatura e
velocidade do ar. A aplicação de potências elevadas no período inicial reduziu o tempo de secagem e
também melhorou a qualidade do produto. Com a combinação da desidratação osmótica, o produto
apresentou um menor encolhimento, maior porosidade e capacidade de reidratação melhores quando
comparados com a fruta in natura seca nas mesmas condições. Também foi notado que a interação
entre as condições de escoamento e a potência aplicada pelo micro-ondas pode ser explorada para
desenvolvimento de processos para produtos diferenciados, de acordo com a funcionalidade
requerida.

M.L. CUNHA, M.W. CANTO, A. MARSAIOLI Jr. mostraram em “Secagem de café cereja
descascado por ar quente e micro-ondas” que a energia micro-ondas traz vantagens se usada em
conjunto com as tecnologias de aquecimento convencionais na secagem de café em grão. Visto que
esta energia acelera os processos de secagem convencionais a ar quente, diminuindo o tempo de
secagem e promovendo um melhor controle dos parâmetros do processo, levando uma maior
uniformidade dos grãos e melhorando a qualidade em questão.

Na área farmacêutica, as características dos materiais geralmente usados, faz com que, a energia
de micro-ondas seja muito adequada para a secagem destas formulações. Os líquidos usados mais
frequentes na granulação úmida (água e álcool) têm fatores de perda maiores que os outros
ingredientes padrão de granulação úmida (lactose, amido de milho, por exemplo), levando a uma
maior absorção de energia micro-ondas e ao aquecimento preferencial desses líquidos. Sendo assim,
sua seletividade, se torna eficiente para este tipo de secagem.

Outro exemplo de utilização dos secadores a micro-ondas pode ser demonstrado na dissertação
de mestrado estudada por Dr. Irineu Petri Junior na “Secagem por micro-ondas na descontaminação
de cascalhos de perfuração” (2014). Neste caso, foi evidente a grande eficiência da secagem a micro-
ondas de cascalhos contendo alto teores de óxidos de ferro, alumínio, magnésio e sulfatos. Sendo que
esses se mostraram bons absorvedores das micro-ondas, aquecendo assim, mais rapidamente e
facilitando a remoção de n-parafina, que era o objetivo em questão.
Esses, são apenas alguns exemplos dos diversos testes e aplicações eficientes na utilização dos
secadores a micro-ondas em diversas modalidades industriais.

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Podem ser utilizados também para a secagem de madeira, indústria têxtil, papel, pneus para
automóveis, análises laboratoriais, revestimentos industriais, cerâmica, moldes de fundição, entre
outros usos.

No caso da madeira é utilizado na fabricação de compensado, para a secagem do folheado,


removendo bolsões de umidade e proporcionando nivelamento da temperatura. Também é utilizado
para curar a cola do compensado, painéis de fibras de média densidade e partículas. Na indústria têxtil
são usados na secagem de embalagens têxteis, novelos e estoque solto. Em relação ao papel, é usado
para secar tintas de impressão, adesivos e materiais de revestimento em papel, bem como o próprio
papel. Para pneus para automóveis, é um processo de secagem um pouco incomum, porem pode ser
utilizado para a secagem do revestimento de látex em fibra de vidro para pneus de automóveis com
cabo de fibra de vidro. Nas análises laboratoriais vários sistemas de micro-ondas foram desenvolvidos
para secagem analítica no laboratório para determinar sólidos e teor de umidade. Em revestimentos
industriais secagem para revestimentos em plásticos e papéis. Para a cerâmica, muitos anos foi
estudado esse tipo de secagem e hoje, para vários casos, estão operando com sucesso. Por fim, para
moldes de fundição, usa-se para secar e polimerizar os moldes de areia. A Figura 8 exemplifica um
secador industrial clássico.

Figura 8: Representação de um secador micro-ondas industrial com esteiras.

Fonte: http://szovendryer.com/1-7-microwave-pharmaceutical-dryer/161802/

5 – CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS


Os secadores a micro-ondas podem variar bastante em relação a sua escala e sua funcionalidade.
Se considerarmos um forno micro-ondas simples que realiza secagem por exemplo, terá um custo
muito menor que ao compararmos com um secador em escala industrial. Também temos grande
diferença de custos se compararmos o que estamos secando. Alguns produtos exigem maior potência
e outros menos, o que gera um custo de energia menor ou maior.

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Porém, no geral, os custos normais planejados ao possuir um secador a micro-ondas são custos
do equipamento de capital, custos de substituição de tubos, custos de energia e alguns outros custos.

Nos custos do equipamento capital, como dito acima, é muito difícil de ser definido. Por
exemplo, um sistema de secagem por micro-ondas pode aumentar a produção de um produto de forma
dramática e assim, requerer a compra de embalagens adicionais, equipamentos, transportadores,
sistemas de alimentação e similares. Neste caso, o desembolso total de capital seria muito superior ao
secador de micro-ondas sozinho.

Outro problema em tentarmos identificar um custo comum para os custos de equipamento


capital são que os fornecedores expressam seus custos de maneira diferente. Sendo assim, os
equipamentos, dispositivos e até o secador em si, variam de marca e fornecedor.

Se olharmos apenas para o sistema de secagem básico, constituído por gerador, tubo, aplicador,
sistema de controle e transportador, podemos estimar de forma grosseira um custo. Os sistemas a
micro-ondas costumam variar entre 7000 e 10000 quilowatts. Os custos mais altos estão também
relacionados ao maior grau de sofisticação desses sistemas.

Logo, para sistemas de secagem, estimando-se que 1 kW de micro-ondas removerá 3,0 lb de


água por hora, começamos a ter uma noção da viabilidade econômica da aplicação desses recursos
energéticos e sistemas para um processo de secagem específico. Para grandes quantidades de remoção
de água, o processo já começa a se tornar inviável. No entanto, é muito improvável que toda a água
seja removida por micro-ondas, mas devem ser empregados discretamente, juntamente com uma
forma convencional de secagem. Nesse caso, eles só removerão as últimas porcentagens de umidade
de um material, a um custo de capital muito reduzido.

Conforme Figura 9, em relação aos custos dos tubos, estes irão variar dependendo
principalmente da potência da saída. Tubos com potência de saída baixa, que é da ordem de 1000W
são muito mais baratos se comparados aos tubos de alta potência de saída.

Figura 9: Representação de um secador micro-ondas industrial com esteiras.

Fonte: (MAJUNDAR, 2006).

Nela, é possível fazer uma comparação dos materiais, em relação a sua frequência, vida útil,
custo atual (para 2006) e o custo por hora de operação.

Os tubos dependerão do uso e finalidade no secador a micro-ondas, podendo variar


significativamente como notado na tabela acima.

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Em relação ao custo energético do secador a micro-ondas não é prático tentar comparar preços
de gás, petróleo e eletricidade, visto que estes são variáveis. No entanto, podemos olhar nas
eficiências de conversão dos vários sistemas. Em geral, a eficiência de conversão de eletricidade,
estima-se que a energia de microondas seja da ordem de 45, 50%, o que inclui perdas na conversão e
perdas de guia de onda. Então, o custo de energia por hora pode ser calculado como:

Custo de energia/hora = (utilidade/KWh) x (KW do sistema) x eficiencia.

Em relação a outros tipos de custos podem ser considerados, como o custo de espaço para o
sistema e o custo de manutenção. Sendo assim, estes podem variar de maneiras individuais. Podemos
considerar também, os custos de água de resfriamento. Os requisitos de água são diretamente
proporcionais a potência da saída dos tubos. Com isso, é necessário fazer uma análise de custo
benefício para cada qual circunstância do equipamento que será instalado.

6 – VANTAGENS E DESVANTAGENS
Diante de tudo que foi dito até então, o secador a micro-ondas possui vantagens e desvantagens
que influenciam no processo de secagem.

Em relação a secagem em si, podemos citar que o secador a micro-ondas em muitos casos
apresenta grande melhoria se comparado a outros tipos de sacagem, isso se deve principalmente pois
no aquecimento por micro-ondas, as ondas penetram diretamente na amostra, aquecendo-as mais
rapidamente que o método convencional. Com isso, a taxa de reação aumenta, fazendo uma secagem
melhor. Um exemplo seria o estudo de Gadye et al. 1991, que constataram que em um aquecimento
convencional de metanol que duraria cerca de 8 horas para ocorrer, ocorreu apenas em 5 minutos. Em
contrapartida, a secagem por micro-ondas é bastante seletiva, de maneira que, nem todos os produtos
a serem secados por esse tipo de secador absorvem bem as micro-ondas, não aquecendo rapidamente,
ou talvez ainda, os produtos a serem secados nem podem ser utilizados. Podemos citar neste caso, a
tese de mestrado de Irineu Petri Júnior, em que foi constatado que apenas cascalhos contendo alto
teores de óxidos de ferro, alumínio, magnésio e sulfato absorveram bem as ondas micro-ondas, já os
cascalhos com altos teores de óxidos de cálcio, silício, titânio, bário e cloreto, não absorveram bem
as ondas, sendo assim, menos eficientes que os métodos convencionais.

Em relação a custos, o secador a micro-ondas e os métodos convencionais apresentam cada


qual, suas diferenças. Em relação ao secador a micro-ondas os custos do equipamento de capital,
custos de substituição de tubos, custos de energia e alguns outros custos apresentam uma despesa
aceitável. Se utilizados para a secagem em pequenas escalas, o custo energético em sí, é muito
vantajoso. Porém, em contrapartida, em grandes escalas, o processo as vezes não se torna muito
eficiente, sendo necessário fazer um breve estudo de custos para saber realmente se o custo da energia
elétrica gasta, será menor que o custo energético de outros métodos.

7 – CONCLUSÕES
O secador do tipo micro-ondas demonstra-se eficaz para processos específicos de secagem.
Dependendo do material a ser secado, esse tipo de secador se torna muito mais eficiente que o secador
convencional, isso porque, no aquecimento por micro-ondas, as ondas penetram diretamente na
amostra, aquecendo-as mais rapidamente e homogeneamente que o método convencional e assim,

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aumentando a taxa de secagem. Porém, para alguns materiais, isso não ocorre. Sendo assim,
necessário um estudo prévio do material a ser secado.

Em relação aos custos, o secador a pequena escala acaba sendo mais eficiente. Principalmente
quando o material a ser secado apresenta grandes taxas de remoção de umidade quando comparados
a outros tipos de secagem. Em grande escala, é necessário também um estudo de custos para estimar
a quantidade energética gasta se comparado a outros tipos de métodos. Entretanto, a ocupação
reduzida do espaço físico dese secador frente a outros tipos, também é uma vantagem. Ainda, é
importante ressaltar que o secador micro-ondas traz benefícios em termos de controle do processo,
visto que o procedimento de ativação e desativação do aquecimento pode ser manipulado com
significativa rapidez e eficiência, além disso, apresenta um sistema seletivo de indução de calor,
oferecendo, então, maior acurácia no sistema de controle.

8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MUJUMDAR, Arun S. Handbook of industrial drying. CRC press, 2006.
PETRI JÚNIOR, Irineu et al. Secagem por micro-ondas na descontaminação de cascalhos de
perfuração. 2014.
MEREDITH, Roger J. Engineers' handbook of industrial microwave heating. Iet, 1998.
PEREIRA, Marina Seixas et al. Aplicação de secagem por microondas no tratamento de cascalho de
perfuração. 2013.
BOGDAL, D.; PROCIAK, A. Microwave-Enhanced Polymer Chemistry and Tecnology. USA:
Blackwell, 2007.

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