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Os requisitos para ingresso nas Forças Armadas e os limites de idade são matérias que
devem ser tratadas em lei, não podendo ser previstas apenas nos regulamentos
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Observações O Estatuto dos Militares (Lei n. 6.880/80) dispõe que:
Art. 10. O ingresso nas Forças Armadas é facultado, mediante incorporação, matrícula ou
nomeação, a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos
regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Os limites de idade para ingresso nas Forças Armadas, atualmente, não estão previstos em
lei, mas sim em atos infralegais. Tais atos infralegais fundamentaram a realização de
inúmeros concursos ao longo de mais de 22 anos de existência da CF/88, sem que fossem
declarados inconstitucionais. Por essa razão, o STF declarou que a previsão desses limites
de idade em atos infralegais é incompatível com a Constituição. No entanto, por razões de
segurança jurídica, a Corte entendeu que essa decisão somente deveria produzir efeitos a
partir de 31 de dezembro de 2011, de modo que permanecem válidos todos os concursos já
realizados e que se utilizaram de tais critérios. Os próximos certames deverão obedecer
apenas aos requisitos trazidos em lei.
Dispositivo Art. 142 (...)
da CF/88 § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser
fixadas em lei, as seguintes disposições:
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras
situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas
por força de compromissos internacionais e de guerra.
Processo Plenário. RE 600885/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 9.2.2011
Na análise de uma desapropriação para reforma agrária, o imóvel rural herdado, antes que
tenha havido a partilha, continua sendo considerado em sua integralidade para fins de
caracterizá-lo como grande propriedade improdutiva
Observações Ex: o proprietário de um imóvel de 10.000 hectares morre, deixando 5 herdeiros.
Está sendo examinada a possibilidade de desapropriação do imóvel para fins de reforma
agrária.
Enquanto não tenha havido a partilha, considera-se, para fins de caracterizá-lo como grande
propriedade improdutiva, que se trata de um único imóvel com 10.000 hectares e não que
se trata de 5 imóveis com 2.000 hectares cada.
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2. A invasão do imóvel por integrantes do Movimento dos Sem-Terra ocorreu em período posterior à conclusão
das vistorias realizadas pelo INCRA, de modo que não teve o condão de influenciar nos resultados encontrados
sobre a produtividade da fazenda. Precedentes.
3. O imóvel rural objeto da futura partilha entre herdeiros continua sendo único até o fim do inventário, embora
com mais de um proprietário, formando um condomínio. Precedentes.
4. Para a exclusão das áreas de preservação permanente ou de reserva legal, estas devem estar devidamente
averbadas no respectivo registro do imóvel. Não se encontrando individualizada na averbação, a reserva
florestal não poderá ser excluída da área total do imóvel desapropriando para efeito de cálculo da
produtividade.
5. A divergência de avaliações acerca das áreas aproveitáveis e inaproveitáveis demanda dilação probatória,
inviável no rito especial do mandado de segurança.
6. Ordem denegada.
(MS 24924, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno,
julgado em 24/02/2011, DJe-211 DIVULG 04-11-2011 PUBLIC 07-11-2011 EMENT VOL-02620-01 PP-00001)
Processo Plenário. MS 24924/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa, 24.2.2011
O TCU assegura a ampla defesa e o contraditório nos casos em que o controle externo de
legalidade exercido pela Corte de Contas, para registro de aposentadorias e pensões,
ultrapassar o prazo de 5 anos, sob pena de ofensa ao princípio da confiança.
Nesses casos, o prazo de 5 anos deve ser contado a partir da data de chegada ao TCU do
processo administrativo de aposentadoria ou pensão encaminhado pelo órgão de origem.
Observações I – Nos termos dos precedentes firmados pelo Plenário desta Corte, não se opera a
decadência prevista no art. 54 da Lei 9.784/99 no período compreendido entre o ato
administrativo concessivo de aposentadoria ou pensão e o posterior julgamento de sua
legalidade e registro pelo Tribunal de Contas da União – que consubstancia o exercício da
competência constitucional de controle externo (art. 71, III, CF).
II – A recente jurisprudência consolidada do STF passou a se manifestar no sentido de exigir
que o TCU assegure a ampla defesa e o contraditório nos casos em que o controle externo
de legalidade exercido pela Corte de Contas, para registro de aposentadorias e pensões,
ultrapassar o prazo de cinco anos, sob pena de ofensa ao princípio da confiança – face
subjetiva do princípio da segurança jurídica. Precedentes.
III – Nesses casos, conforme o entendimento fixado no presente julgado, o prazo de 5
(cinco) anos deve ser contado a partir da data de chegada ao TCU do processo
administrativo de aposentadoria ou pensão encaminhado pelo órgão de origem para
julgamento da legalidade do ato concessivo de aposentadoria ou pensão e posterior
registro pela Corte de Contas.
IV – Concessão parcial da segurança para anular o acórdão impugnado e determinar ao TCU
que assegure ao impetrante o direito ao contraditório e à ampla defesa no processo
administrativo de julgamento da legalidade e registro de sua aposentadoria, assim como
para determinar a não devolução das quantias já recebidas.
V – Vencidas (i) a tese que concedia integralmente a segurança (por reconhecer a decadência)
e (ii) a tese que concedia parcialmente a segurança apenas para dispensar a devolução das
importâncias pretéritas recebidas, na forma do que dispõe a Súmula 106 do TCU.
Processo Plenário. MS 24781/DF, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 2.3. 2011.
STF julgou constitucional a contratação de pesquisadores do IBGE com base no art. 37, IX, da CF
Observações O STF afirmou que deveria ser admitida a contratação temporária para atender a
necessidade, também temporária, de pessoal suficiente para dar andamento a trabalhos
em períodos de intensas pesquisas, a exemplo do recenseamento, sem que se impusesse a
criação de cargos públicos.
Ademais, frisou-se que as circunstâncias nas quais realizadas as pesquisas não seriam
frequentes e teriam duração limitada no tempo.
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Concluiu-se que, ante a supremacia do interesse público, não seriam justificáveis a criação e
o provimento de cargos públicos com o objetivo apenas de atender demandas sazonais de
pesquisa, pois, após o seu término, não seria possível a dispensa desses servidores, o que
ocasionaria tão-somente o inchaço da estrutura da entidade.
Dispositivo Art. 37 (...)
da CF/88 IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária
de excepcional interesse público;
Processo Plenário. ADI 3386/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 14.4.2011.
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O prazo do estágio probatório dos servidores públicos, assim como a estabilidade, é de 3 anos.
Observações A redação dada ao art. 41 da CF/88 pela Emenda Constitucional 47/2005 é imediatamente
aplicável. Logo, as legislações estatutárias que previam prazo inferior a 3 anos para o
estágio probatório tornaram-se incompatíveis com o Texto Constitucional. Isso porque não
há como dissociar o prazo do estágio probatório do prazo da estabilidade.
Dessa forma, o entendimento atualmente pacificado tanto no STF como no STJ é no sentido
de que os institutos da estabilidade e do estágio probatório são necessariamente
vinculados, sendo de 3 anos o prazo para ambos.
Processos 2ª Turma. AI 754802 ED-AgR/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 7.6.2011.
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