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Teoria do conhecimento: a intuição como conhecimento?

Resumo: O presente artigo tem como objetivo apresentar considerações gerais, acerca
da intuição como tipo de conhecimento válido. Busca-se achar respostas para o seguinte
problema: é válido aceitar o intuicionismo como conhecimento? No primeiro capítulo
serão abordados o conceito e a evolução histórica sobre a intuição, a partir dos
principais pensamentos filosóficos sobre a intuicionismo. No segundo capítulo fala-se
sobre a admissão e validade da intuição como conhecimento e no terceiro e último
capítulo será descrita as considerações gerais.

Palavras-chaves: Teoria do conhecimento. Tipos de conhecimento. Intucionismo

1 O conceito e o desenvolvimento da intuição ao longo da história

O conhecimento é resultante de juízos lógicos que são criados pelo


pensamento, ou seja, a captação de atos que circundam o objeto. Segundo Hessen
(1999, p. 97) esse conhecimento se classifica como mediato, discursivo, mas, é
necessário discutir se há a possibilidade de um conhecimento imediato, qual seja o
intuitivo.
Assim como o conhecimento, a intuição também deriva de juízos, porém
sua apreensão é realizada de maneira imediata e relacionada à visão espiritual.
De acordo com Hessen (1999, p. 98), importante se faz estabelecer
diferenciações entre a intuição material e formal: a primeira trata-se do conhecimento de
um objeto ou conteúdo (sentido próprio), enquanto que, a segunda se refere a mera
apreensão imediata da relação entre o conteúdo sensível e o pensamento.
Ao longo da história vários filósofos trataram sobre a intuição como viés
ligado ao espírito, foram eles:
Platão: as ideias imediatas percebidas pela razão são vistas espiritualmente,
consiste em uma intuição racional fundamentada na teoria e no intelecto;
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Plotino: seguiu as mesmas ideias de Platão ao considerar que o noûs ocupa a


visão das ideias, tendo um caráter intelectual, porém, trouxe uma nova visão, o da
intuição imediata do uno na obra “Da Contemplação”;
Agostinho: o noûs é o próprio Deus e o kósmos noetós o conteúdo do
pensamento divino; trata-se de uma visão mística sobre Deus, que sustentará depois a
mítica medieval, pensamento totalmente oposto aquele citado o que gera no século XIII
o conflito entre agostinianos (que defendem uma visão mística de Deus) e aristotelismo
(apenas reconhecem o conhecimento racional de Deus);
Pascal: na sentença “Lê coeur a sés raisons, que Ia rai-son ne connaït pás”
põe ao lado do conhecimento intelectual o conhecimento emocional;
Espinosa e Leibniz: a intuição não tem destaque na teoria do conhecimento.
Kant: apenas existe o conhecimento racional-discursivo;

2 A validade do conhecimento intuitivo

Para admitir a intuição como conhecimento, isso dependerá do debate que


se depreende acerca da essência humana. Há aqueles que defendem que o indivíduo é
constituído de uma complexidade teórica, dessa forma, reconhecendo somente a razão
como apropriado e, outros que apoiam um caráter subjetivista, assim, um tipo de
racional-discursivo de conhecimento.
A intuição não é um conhecimento próprio, autônomo, sua legitimação está
atrelada necessariamente a razão, na qual sempre será confirmada pela última palavra
dada. Assim, ao tratar sobre a validade lógica da intuição, esta deve ser negada, pois
seguindo o ponto de vista do realismo crítico impossível é explicar a sua certeza.
Portanto, as provas que podem convalidar a existência do mundo exterior
não são conclusivas, mas a solução poderá ser a busca de outra fonte de conhecimento
que vá além do sentimento e do pensamento.
O pensamento religioso, filosófico e artístico demonstram que há funções da
consciência (experiência e intuição interna) diversas da sensação e do pensamento que
contribuem para a construção do conhecimento sobre o mundo exterior.
Não causa polêmica a discussão sobre a intuição quanto aos valores
estéticos, já que não podem ser compreendidos através do entendimento lógico, mas
somente pelos sentimentos. Isso reflete a importância da intuição como elemento
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relacionado as causas religiosas em contraposição aos defensores racionais e


discursivos.
Considerações finais

Através desse breve relato sobre o intuicionismo foi possível constatar a


contribuição para o conceito místico e religioso para a teoria do conhecimento. No
plano metafísico sustenta-se que o conhecimento é puramente racional, sendo absoluto e
o único fundamento para se explicar a realidade, porém, essa racionalidade metafísica se
confronta com o religioso, esse último, dá suporte para conceber a existência de Deus.

Referências
HESSEN, Johanssen. Teoria do Conhecimento. Tradução João Vergílio Gallerani Cuter.
São Paulo: Martins Fontes, 1999.
PEDROSO, Claudemir. Resumo Teoria Conhecimento. Disponível em:<
http://www.claudemirpedroso.com.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=125:resumo-teoria-
conhecimento&catid=36:artigo&Itemid=58>. Acesso em: 05 de ago. de 2015.

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