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Departamento de Filosofia
Dezembro/2018
Tema do trabalho:
de Aquino.
“as primeiras coisas que se concebem na inteligência são o ente e a essência, por
isso, a fim de que o desconhecimento desses conceitos não conduza a erro, e para
remover as dificuldades que lhes são inerentes, cumpre explanar o que se entende pelos
termos essência e ente, e além disso de que maneira esses dois conceitos se concretizam
nas diversas coisas, e como se relacionam com as assim chamadas intenções lógicas, isto
Tomás precisa diferenciar o que é ente do que é essência, e fará uma análise das
substâncias para se chegar numa definição mais clara e de como se dá estas relações entre
o ente e a essência.
“2. Algumas das substâncias são simples, ao passo que outras são compostas,
sendo que em ambas existe uma essência. Todavia, nas substâncias simples a essência
reside em sentido mais verdadeiro e mais elevado, mesmo porque possuem um ser mais
nobre, e além disso constituem causas das substâncias compostas. Isto ocorre, pelo
menos, com aquela substância primeira e simples por excelência, que se denomina Deus.
3. Contudo, já que as essências daquelas substâncias simples estão para nós mais
ocultas, cumpre-nos partir das essências das substâncias compostas, a fim de que,
começando por aqui, a exposição se apresente mais lógica e mais fácil de ser seguida.”
Se utiliza da estratégia de que é a partir das coisas compostas que se chega nas
coisas simples, pois é no destrinchar o simples que está no composto que é possível
estabelecer a linha de conhecimento das substâncias. Partindo então do que é mais fácil
(as coisas compostas do mundo), pois são as coisas que são mais imediatas à percepção,
Vê-se aqui que Tomás considera a priori a essência das substâncias simples como
sendo mais difíceis de se desvendar pois elas estariam como que compondo as substâncias
compostas de alguma maneira não pura. Para Tomás a relação com a matéria é o que faria
As coisas compostas são os entes, pois são dotados tanto de matéria quanto de
forma, então Tomás começa sua análise a partir dos entes. A análise começando pela
essência das substâncias compostas iria trazer uma lógica argumentativa que no decorrer
da análise seria então possível estabelecer o que seria então a substância simples.
compostas tanto sua matéria quanto sua forma, pois é em ambas que se caracteriza uma
substância composta. Sem a forma não se poderia caracterizar nenhuma substância. Por
portanto a matéria é componente essencial para a substância homem. Homem então seria
forma.
O ente e a essência).
Tomás afirma que há um consenso entre os filósofos de que a causa primeira seja
simples, ou seja, que ela seria pura forma, mas que não seria o caso para a alma e a
inteligência.
“Tais posições, todavia, contrariam o ensinamento dos filósofos, pois denominam
destituídas de matéria, sendo que a prova disto está na capacidade que tais substâncias
possuem de compreender. Com efeito, observamos que as formas não são inteligíveis em
ato, a não ser enquanto estão separadas da matéria e das condições desta, nem se tornam
inteligíveis em ato senão pela virtude da substância inteligente, enquanto são recebidas
nela e enquanto são feitas por ela. Em consequência, é necessário que em toda substância
dotada de intelecção haja imunidade total da matéria, de maneira que a matéria não seja
sua parte integrante, nem seja como uma forma impressa à matéria, como acontece nas
Com isso temos que tanto a causa primeira, como a alma e a inteligência seriam
substâncias simples.
composta:
simples pelo fato de que a essência da substância composta compreende não só forma
nem só matéria, mas forma e matéria, ao passo que a essência da substância simples
Daremos o nome de Deus, é a causa de todas as outras substâncias. Sua essência é o seu
próprio ser. Todas as perfeições estariam em sua essência. Haveria em si uma única
qualidade que realizasse todas as qualidades. Poderia se pensar que deveria haver a
fosse, Ele não seria a causa primeira, o que justifica que sua qualidade única e simples
criadas intelectuais, nas quais o ser ou existência difere da essência, embora a essência
nelas exista sem a matéria. Daí que o ser dessas substâncias não é absoluto, mas
material desta substância, sendo ela ainda pura forma, porém o ser desta substância não é
absoluto, mas, como dito acima, recebido do ser absoluto, portanto é uma substância de
compostas de matéria e forma, nas quais o ser é recebido e também finito, pelo fato de
terem o ser de outros, sendo que a natureza ou qüididade delas é recebida na matéria
signada, razão pela qual são imitas, tanto se comparadas com os seres superiores como
O ente e a essência)
A essência nas substâncias deste modo é composta de matéria e forma. São as
da percepção sensível. São finitas e são manifestações limitadas das essências que as
compõem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
AQUINO, Tomás de. O ser e a essência. Pensadores. Editora nova cultural, 1988.