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Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais - SEMA

Secretaria Adjunta de Recursos Ambientais


Superintendência de Recursos Florestais

TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO


DE INVENTÁRIO FLORESTAL (IF) E PLANO DE
EXPLORAÇÃO FLORESTAL (PEF) PARA FINS DE
AUTORIZAÇÃO DE SUPRESSÃO VEGETAL (ASV)
DE ATIVIDADE AGROSSILVIPASTORIL

2017
APRESENTAÇÃO

Este documento estabelece o referencial de orientação para elaboração do Plano


de Exploração Florestal – PEF e Inventário Florestal – IF específicos para supressão de
vegetação para uso alternativo do solo. Neste instrumento, encontram-se os requisitos
mínimos para o levantamento e análise dos componentes florestais existentes na área de
influência do projeto, orientando a equipe executora na realização dos estudos sem,
contudo, excluir a sua capacidade de proatividade.
Deve ser levado em consideração que a acurácia das informações apresentadas e
o detalhamento da documentação juntada será peça fundamental para análise e
prosseguimento do processo de licenciamento. O PEF e IF são documentos técnicos,
desta forma, é necessário que prevaleça a objetividade durante sua elaboração,
evitando-se prolixidade e irrelevâncias nas informações.

IMPORTANTE: o PEF e IF deverão conter, obrigatoriamente, um sumário apresentando


os tópicos exigidos por meio deste Termo de Referência e as respectivas páginas às
quais os estudos elaborados abordaram o tópico.

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LEGISLAÇÃO APLICÁVEL À SUPRESSÃO VEGETAL

1. Lei Federal 12.651/2012. Código Florestal;

2. Lei Federal 9.605/1998. Lei de Crimes Ambientais;

3. Lei Estadual nº 8.528, de 2006, que dispõe sobre a Política Florestal e de Proteção à
Biodiversidade no Estado do Maranhão;

4. Portaria n° 013, de 2013, que define os procedimentos aprovação localização


Reserva Legal, licença atividades agrossilvipastoris e autorizações ambientais uso
solo imóveis rurais;

5. Portaria MMA nº 443, de 2014, que elenca as espécies da flora brasileira ameaçadas
de extinção;

6. Instrução Normativa MMA nº 6, que dispõe sobre a reposição florestal e o consumo


de matéria-prima florestal, e dá outras providências;

7. Resolução CONAMA nº 369, de 2006, que dispõe sobre a intervenção ou supressão


de vegetação em Área de Preservação Permanente – APP;

8. Lei 4.734 de 18 de março de 1986 (Lei do Babaçu) e Lei 7.824/ 2003.

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TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DE PEF E IF PARA FINS DE ASV
DE ATIVIDADE AGROSSILVIPASTORIL

1. PLANO DE EXPLORAÇÃO FLORESTAL – PEF

1.1 Justificativa.
1.2 Objetivos da Exploração Florestal.
1.3 Metodologia de Exploração e Desmatamento1.
1.4 Equipamentos a serem utilizados para a supressão de vegetação.
1.5 Cronograma de exploração florestal.
1.6 Relatório fotográfico georreferenciado da área a ser suprimida, das parcelas
amostrais (ao menos uma foto de cada parcela), espécies ameaçadas de
extinção (epífitas, bromélias, arecaceas, dentre outras).
1.7 Destinação do material lenhoso após a supressão vegetal (caso o
empreendedor realize o carvoejamento temporário deverá apresentar estudo
específico, conforme termo de referência em anexo ao RVA e ao EIA/RIMA).
1.8 Apresentar proposta de medidas mitigadoras e compensatórias para espécies
protegidas e/ou ameaçadas de extinção.
1.9 Anotação de Responsabilidade Técnica – ART do técnico responsável pela
elaboração e execução da supressão vegetal.
1.10 Certificado de Cadastro Técnico Federal – CTF do requerente2 na categoria
“USO DE RECURSOS NATURAIS – Exploração Econômica da Madeira, Lenha
e sub-produtos florestais” e CTF do responsável técnico.

2. INVENTÁRIO FLORESTAL – IF

2.1 Instrumentos e equipamentos utilizados na mensuração, coleta e identificação


dos indivíduos arbóreos3.
2.2 Método de sorteio das parcelas.
2.3 Número de unidades amostrais.
2.4 Tamanho e forma das unidades amostrais4.
2.5 Descrever o processo de amostragem escolhido: a) Aleatória Simples; b)
Sistemática; c) Estratificada. d) outros.

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Descrever os equipamentos e métodos utilizados para promover o desmatamento: p.ex: por motosserra,
trator de esteira.
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Caso já tenha sido apresentado no processo de Licenciamento não se faz obrigatória à apresentação do
requerente no Plano de Exploração Florestal.
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Processo de amostragem de acordo com a tipologia vegetal, com abordagem dos indivíduos a partir de
7,0 cm de diâmetro (para Bioma Cerrado) e 10,0 cm de diâmetro (para Bioma Amazônia).
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Circulares; quadradas; retangulares; ou composições destas em grupos ou conglomerados.
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2.6 Processo de amostragem de acordo com a tipologia vegetal, com abordagem
dos indivíduos a partir de 7,0 cm de diâmetro (para Bioma Cerrado) e 10,0 cm
de diâmetro (para Bioma Amazônia).
2.7 Descrever o método utilizado no sorteio das unidades amostrais (u.a.), podendo
ser através de: a) Loteria; b) Números aleatórios; c) Sistema de coordenadas;
d) Coordenadas geográficas das unidades amostrais.
2.8 Equação de volume adotada.
2.9 DAP e altura comercial ou total.
2.10 Volume, incluindo tabela de volume por espécie (nome científico), por produto a
ser explorado (tora, estaca, mourões, lenha) e volume total por produto, volume
total por hectare e por unidade amostral.
2.11 Intensidade amostral.
2.12 Estatística do inventário: variância, desvio padrão, intervalo de confiança,
coeficiente de variação e erro amostral.
2.13 Para volumes estimados até 50 m³/ha, o inventário florestal integrante do
Projeto de Exploração Florestal - PEF poderá ser realizado por amostragem,
com 95% de probabilidade e erro amostral de até 20%.
2.14 Para volumes estimados acima de 50 m³/ha, o inventário integrante do Projeto
de Exploração Florestal - PEF poderá ser realizado por amostragem, com 95%
de probabilidade e erro amostral de até 10%.
2.15 Software utilizado para análise estatística.
2.16 Apresentar mapa georreferenciado de distribuição das unidades amostrais
(formatos *.kml, *.shp, *.pdf) . Neste item, o responsável fará uso do Termo de
Referência para Material Cartográfico, disponibilizado pela SEMA. Salientando
que a inclusão dos mapas no presente estudo não isenta a apresentação do
Item “Documentação Cartográfica” no check list do licenciamento ambiental.
2.17 Análise Fitossociológica da Vegetação. Apresentar os seguintes índices:
A. Abundância por espécie;
B. Dominância (absoluta e relativa);
C. Densidade (absoluta e relativa);
D. Frequência (absoluta e relativa);
E. Índice de valor de importância das espécies.
2.18 Classificação do fuste quanto ao índice de qualidade, sendo:
A. Fuste 1 – Retilíneo (lenha, estaca, lapidado ou serraria);
B. Fuste 2 – Levemente tortuoso (lenha ou estaca);
C. Fuste 3 – Tortuoso ou danificado (lenha).
2.16 Listagem das espécies encontradas com nome vulgar e nome científico.
2.17 Listagem das espécies protegidas por lei a serem preservadas na área e/ou
compensadas, contidas na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira

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Ameaçada de Extinção5 e em Regulamentos do Estado do Maranhão que
proíbam a supressão destas espécies.
2.18 Caracterização florística da Reserva Legal proposta com relatório fotográfico
georreferenciado.
2.19 Planilha de campo do IF deverá ser datada e assinada pelo responsável técnico
e pelo identificador botânico.
2.20 Todos os dados do inventário florestal, inclusive a lista de espécies amostradas,
deverão ser apresentadas nos formatos PDF e Excel.
2.21 As parcelas de inventário deverão ser sinalizadas sobre o terreno com estacas,
marcos, placas, entre outras formas, com a durabilidade necessária para
permitir sua vistoria.
2.22 Caso as parcelas não sejam encontradas no ato da vistoria ou haja
incongruências nas informações prestadas com a realidade de campo, a SEMA
poderá indeferir o processo ou realizar nova vistoria a expensas do
empreendedor, bem como poderá responsabilizar tecnicamente o responsável
técnico e o empreendedor na proporção de suas responsabilidades.
2.23 Espécies não identificadas em campo deverão ser coletados por meio de
exsicatas e encaminhadas ao herbário para identificação. A SEMA deve ser
informada nos autos para qual herbário foi encaminhado o material coletado.
2.24 Em áreas com espécies proibidas de corte em que haja possibilidade legal e
viabilidade técnica de compensação em reserva legal, deve-se apresentar
levantamento florístico amostral da reserva legal, comprovando que este
espaço possui indivíduos desta espécie em proporções semelhantes à área
passível de uso alternativo do solo. Vide artigos 43-a e 43-b da Lei 8.598/2007
e Anexo III da referida. Lei.
2.25 Todos os fustes incluídos no inventário deverão ser identificados com uma
placa preferivelmente metálica ou de polietileno rígido, colocada em lugar
visível, com numeração padronizada para cada individuo. Este número de
indivíduos terá relação idêntica com os dados da planilha de campo.

3. DEMAIS ORIENTAÇÕES

3.1 São considerados “Indivíduos Arbóreos” para fins de ASV: indivíduos ≥ 7cm
DAP (diâmetro à altura do peito) para o cerrado e ≥ 10 cm DAP (diâmetro à
altura do peito) para o bioma Amazônia.
3.3 A ASV não autoriza Captura, Resgate, Transporte e Soltura de Fauna
Silvestre, para este fim será necessário solicitar autorização específica
concedida por esta Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA.
3.4 Em caso de “indivíduos arbóreos isolados”, deverá ser encaminhado pedido de
corte isolado de árvores.

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Portaria MMA nº443/2014.
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3.5 Em caso de não haver ocorrência de indivíduos ≥ 7 cm DAP para o bioma
cerrado e ≥ 10 cm DAP (diâmetro à altura do peito) para o bioma Amazônia,
como áreas de pasto limpo e sujo, será dispensado o pedido de ASV, porém,
deverá ser encaminhado “pedido de anuência” a esta SEMA, que após análise
de georreferenciamento da área e/ou vistoria, emitirá notificação de dispensa de
ASV. Para o pedido de anuência deverá ser apresentada “Carta Consulta”
contendo arquivos digitais no formato shapefiles (*.shp e complementos) e
imagens de alta resolução para análise das áreas impactadas e fotografias
georreferenciadas, bem como caracterização da área.
3.6 Caso já tenha ocorrido desmatamento no imóvel rural, apresentar cópia da
autorização de supressão vegetal expedida pelo OEMA, ou órgão competente do
SISNAMA à época. Caso não tenha autorização, solicitar regularização da área
conforme Portaria SEMA n° 13/2013.
3.7 Apresentar proposta de resgate plântulas, mudas e sementes das áreas
autorizadas para supressão de vegetação devendo apresentar projeto especifico
para coleta, armazenamento e reintrodução, nos casos de espécies em lista de
ameaçadas de extinção, áreas prioritárias para conservação da natureza, EPIA-
RIMA, zona de amortecimento e em unidade de conservação.
3.8 Não será permitido o uso do fogo e “correntão” como método de remoção da
vegetação. Será permitido o uso da queima controlada para restos não
aproveitáveis de resíduos florestais, devendo ser solicitado à parte a autorização
de queima controlada.
3.9 Deverá constar a referência bibliográfica dos estudos, artigos, página web,
legislações, normas técnicas dentre outros materiais que auxiliaram a
fundamentação do projeto. A formatação deverá seguir normas da ABNT.
Quadros e tabelas deverão conter a fonte dos dados apresentados.

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