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Princípio da acessoriedade

Técnica negativa da exclusão: análise às causas de exclusão da ilicitude, se houver excluísse a


ilicitude desse facto
Causas de exclusão da ilicitude: art30
Enumeração exemplificativa do art31 n2 – significa que há mais causas para além das referidas
São as mais comuns e mais importantes. E também há causas de exclusão previstas na parte
especial.

 Legítima defesa
 Direito de necessidade
 Conflito de deveres
 Consentimento do ofendido

Mas há mais, desde logo porque pelo n1 do 31, para avaliar a ilicitude não temos de ter só em
conta a ordem jurídica penal, mas também outros ramos do direito. Nomeadamente o direito
civil, como por exemplo, a ação direta. E as restantes referidas no código civil.

Porque é que se exclui a ilicitude quando uma pessoa age em legítima defesa?
O direito nunca deve ceder perante o ilícito. A pessoa tem direito de se defender face ao
ilicitude. (Autodefesa)
Para Fernanda Palma- a figura geral é a defesa da dignidade humana e é isso que justifica a
criação da legítima defesa que exclui a ilicitude.

Causas de exclusão de ilicitude supraLegais (não estão previstas na lei) MAS que temos que
admitir que existem e a doutrina admite com base nos princípios fundamentadores das causas
de exclusão da ilicitude.
Estas causas foram criadas pela doutrina com base nestes princípios (que estão por de trás e
que justificam as causas de exclusão da ilicitude).
As mais conhecidas são:
Legítima defesa preventiva – não se exige que a agressão seja atual. Exige que haja uma
agressão e que se demonstra que a única forma de afastar a agressão era se se atuasse
naquele momento.
Ex: um homem amarrado a uma cadeira, na esquina de um prédio, virado para a janela. E vê
um homem a atravessar a rua. E a única coisa que ele tem liberta, e que consegue mexer, é
uma arma que tem uma mão. E ele sabe que, aquele homem, quer matá-lo e assaltar a sua
casa. E dispara.
O homem só estava a passar a passadeira, ainda não havia nenhuma agressão atual e ilícita
para o homem disparar contra o outro. Não se aplica a legítima defesa. Apenas a preventiva.
Tendo de provar que aquela era a única maneira de sobreviver.

Estado de necessidade defensivo – não há direito de necessidade pq não se verifica a alínea c


do art30 ou 34
ex: fábula do homem gordo. Estão 12 pessoas dentro de uma gruta. E a gruta tem um buraco.
A primeira a sair do buraco é o homem gordo. E ele fica entalado no buraco. A única hipótese
de as outras se salvarem é explodir com o homem gordo.
Mas ao explodir com ele, porque é que não se aplica o direito de necessidade? Sensivelmente
superior? Igualdade entre vidas? Uma vida vale mais do que 11 vidas?

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