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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG

CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS - CTRN


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS

Campina Grande - PB, março de 2018


Universidade Federal de Campina Grande - UFCG
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais – CTRN
Unidade Acadêmica de Engenharia Civil - UAEC
Coordenação de Estágio Supervisionado

Resumo baseado nas apresentações das aulas


da Disciplina de Instalações Hidráulicas Prediais,
para o curso de graduação de Engenharia Civil, da
UFCG.

Professora: Andréia Rodrigues


Aluno: Ricardo Nóbrega de Andrade Laurentino

Campina Grande - PB, março de 2018


Sumário

Capítulo 1 – Instalações Prediais de Água Fria


1 DEFINIÇÃO ............................................................................................................ 3
2 EXIGÊNCIAS A SEREM OBSERVADAS EM PROJETO ................................... 3
3 ABASTECIMENTO DE ÁGUA ............................................................................. 3
4 RAMAIS PREDIAIS ............................................................................................... 3
5 MEDIÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA................................................................. 4
6 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA EM EDIFICAÇÕES ........................ 4
6.1 DIRETO ............................................................................................................ 4
6.1.1 Vantagens .................................................................................................... 4
6.1.2 Desvantagens............................................................................................... 4
6.2 INDIRETO ........................................................................................................ 4
6.2.1 Vantagens .................................................................................................... 4
6.2.2 Desvantagens............................................................................................... 4
6.3 MISTO .............................................................................................................. 5
7 CONSUMO DE ÁGUA EM EDIFICAÇÕES ......................................................... 5
8 NÚMERO MÍNIMO DE APARELHOS ................................................................. 7
9 RESERVATÓRIOS ................................................................................................. 7
9.1 DIMENSIONAMENTO ................................................................................... 7
9.1.1 Uso teórico .................................................................................................. 7
9.1.2 Uso prático .................................................................................................. 7
10 PARÂMETROS HIDRÁULICOS ........................................................................... 8
10.1 PRESSÃO ......................................................................................................... 8
10.2 PERDA DE CARGA ........................................................................................ 9
10.2.1 Perda de carga distribuída ......................................................................... 9
10.2.2 Perda de carga localizada .......................................................................... 9
10.3 VAZÃO........................................................................................................... 12
10.4 VELOCIDADE ............................................................................................... 13
11 PARTES CONSTITUINTES DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA.. 13
11.1 BARRILETE................................................................................................... 13
11.2 COLUNA DE DISTRIBUIÇÃO .................................................................... 14
11.3 RAMAIS ......................................................................................................... 14
11.4 SUB-RAMAIS ................................................................................................ 14
12 DIMENSIONAMENTO ........................................................................................ 15
12.1 RAMAIS ......................................................................................................... 15
12.2 COLUNA DE DISTRIBUIÇÃO .................................................................... 18
12.3 BARRILETE................................................................................................... 19
13 MATERIAIS UTILIZADOS EM INSTALAÇÕES DE ÁGUA FRIA ................. 19
14 CONSTITUINTES USUAIS DAS INSTALAÇÕES DE ÁGUA FRIA ............... 19
14.1 REGISTRO DE FECHAMENTO .................................................................. 19
14.2 REGISTRO DE UTILIZAÇÃO ..................................................................... 20
14.3 REGISTRO DE MANOBRA ......................................................................... 21
14.4 OUTROS COMPONENTES .......................................................................... 21
15 MEDIDAS PARA A REDUÇÃO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES ........................ 22

Capítulo 2 – Instalações Prediais de Água Quente


1 DEFINIÇÃO .......................................................................................................... 23
2 EXIGÊNCIAS A SEREM OBSERVADAS EM PROJETO ................................. 23
3 TEMPERATURAS ADEQUADAS AOS USOS DE ÁGUA QUENTE .............. 23
4 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE ÁGUA QUENTE ........................................ 23
5 MATERIAIS UTILIZADOS NAS INSTALAÇÕES ............................................ 24
6 TIPOS DE SISTEMAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA................................... 24
6.1 AQUECIMENTO INDIVIDUAL .................................................................. 24
6.2 AQUECIMENTO CENTRAL PRIVADO ..................................................... 24
6.3 AQUECIMENTO CENTRAL COLETIVO ................................................... 25
7 TIPOS DE AQUECEDORES ................................................................................ 25
7.1 AQUECEDOR DE PASSAGEM ................................................................... 25
7.2 AQUECEDOR DE ACUMULAÇÃO ............................................................ 25
8 FONTES DE ENERGIA/CALOR ......................................................................... 25
8.1 AQUECEDOR ELÉTRICO............................................................................ 25
8.2 AQUECEDOR À GÁS ................................................................................... 26
8.3 AQUECEDOR À ENERGIA SOLAR ........................................................... 27
9 REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA QUENTE .............................................. 29
10 PARÂMETROS PARA O DIMENSIONAMENTO ............................................. 29
10.1 DIÂMETROS ................................................................................................. 29
10.2 PESOS DAS PEÇAS ...................................................................................... 29
10.3 PRESSÕES MÍNIMAS E MÁXIMAS ........................................................... 30
10.4 PERDA DE CARGA ...................................................................................... 30
10.5 VELOCIDADE E VAZÕES MÁXIMAS DA ÁGUA ................................... 30
11 DILATAÇÃO E CONTRAÇÃO TÉRMICA ........................................................ 30

Capítulo 3 – Instalações Prediais de Esgoto


1 DEFINIÇÃO .......................................................................................................... 33
2 EXIGÊNCIAS A SEREM OBSERVADAS EM PROJETO ................................. 33
3 SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO ...................................................................... 33
4 PRINCIPAIS CONSTITUINTES DO SISTEMA ................................................. 33
5 MATERIAIS UTILIZADOS EM INSTALAÇÕES DE ESGOTO ....................... 37
6 TRAÇADO DAS INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ESGOTO ............................. 37
7 NÍVEIS TOPOGRÁFICOS DO TERRENO ......................................................... 39
8 DIMENSIONAMENTO ........................................................................................ 39
8.1 RAMAL DE DESCARGA ............................................................................. 39
8.2 RAMAL DE ESGOTO ................................................................................... 40
8.3 TUBO DE QUEDA ........................................................................................ 40
8.4 COLETORES E SUBCOLETORES .............................................................. 41
8.5 RAMAL DE VENTILAÇÃO ......................................................................... 42
8.6 COLUNA DE VENTILAÇÃO ....................................................................... 42
8.7 ACESSÓRIOS ................................................................................................ 43
8.7.1 Caixa de Inspeção ..................................................................................... 43
8.7.2 Caixa de Gordura ...................................................................................... 43
8.7.3 Caixa de Passagem .................................................................................... 43
8.7.4 Caixa Sinfonada ........................................................................................ 44
9 SOLUÇÕES DE TRATAMENTO DO ESGOTO DOMÉSTICO ........................ 44
9.1 SOLUÇÕES NÃO-SANITÁRIAS ................................................................. 45
9.2 SOLUÇÕES SANITÁRIAS SEM TRANSPORTE HÍDRICO ..................... 45
9.3 SOLUÇÕES SANITÁRIAS COM TRANSPORTE HÍDRICO..................... 45
3 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

1 DEFINIÇÃO
Sistema composto por tubos, reservatórios, peças de utilização, equipamentos, e outros
componentes destinados a conduzir água fria da fonte de abastecimento aos pontos de
utilização, garantindo habitabilidade, higiene e conforto.

2 EXIGÊNCIAS A SEREM OBSERVADAS EM PROJETO


A sua norma técnica vigente é a NBR 5626/98 – Instalações Prediais de Água Fria. Esta
trás as seguintes exigências para projeto:
 Preservar a potabilidade da água;
 Garantir o fornecimento da água de forma contínua, em quantidade adequada e
com pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento do
sistema, evitando níveis de ruídos inadequados à ocupação do ambiente;
 Promover economia de água e energia;
 Possibilitar manutenção fácil e econômica;
 Proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização
adequadamente localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias, e
atendendo as demais exigências do usuário.

3 ABASTECIMENTO DE ÁGUA
CAPITAÇÃO (Reservatórios superficiais ou subterrâneos) -> ADUTORAS ->
LINHAS ALIMENTADORAS -> LINHAS DISTRIBUIDORAS.

4 RAMAIS PREDIAIS
DISTRIBUIDOR PÚBLICO (Rede pública de água) -> RAMAL PREDIAL
PROPRIAMENTE DITO/RAMAL EXTERNO -> ALIMENTADOR PREDIAL/RAMAL
INTERNO DE ALIMENTAÇÃO.
4 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

5 MEDIÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA


É realizada pelo hidrômetro, ponto final do ramal externo. Essa medição permite a
cobrança do valor justo e é um fator importante para a economia do gasto.
O cavalete é uma canalização utilizada para a instalação do hidrômetro, pode ser
executado no muro ou no chão.
O quadro de medição deve ser instalado em local de fácil acesso para leitura (visor
virado para a via pública).

6 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA EM EDIFICAÇÕES


6.1 DIRETO
Os pontos de utilização são abastecidos diretamente pela rede pública.
6.1.1 Vantagens
 Dispensa reservatórios: menor custo de estrutura e disposição de uma maior área
útil;
 Melhor qualidade da água: por não ficar reservada, a taxa de cloro residual na
água permanece maior.
6.1.2 Desvantagens
 Estar suscetível a falta d’água devido a problemas de abastecimento da rede
pública;
 Necessário um aumento na reserva do abastecimento público para poder atender
a demanda nos horários de pico.

6.2 INDIRETO
A água chega aos pontos de utilização através de reservatórios situados dentro da
edificação.
Os pontos de utilização são abastecidos diretamente pela rede pública.
6.2.1 Vantagens
 Menor probabilidade de falta de água;
 Não necessita de pressões adequadas da rede pública.
6.2.2 Desvantagens
 Proporciona um maior custo da estrutura devido a necessidade de construção de
reservatórios;
 Redução da área útil;
 Menor qualidade da água.
5 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

1º Caso: Reservatório elevado (limite de 3 pavimentos ou 10 m.c.a): fornecimento


intermitente com pressão.
2º Caso: Dois reservatórios (limite de 13 pavimentos ou 40 m.c.a): fornecimento
intermitente sem pressão*.
*Quando a pressão da rede pública é insuficiente para atingir o reservatório
elevado. Armazena água no reservatório inferior e bombeia para o
superior.
3º Caso: Mais de um reservatório elevado (muitos pavimentos e pressão superior a
40 m.c.a): fornecimento intermitente sem pressão. Cada reservatório
elevado pode atender a no máximo 12 a 13 pavimentos.
4º Caso: Uso de uma válvula redutora de pressão: localizada no meio do prédio ou
subsolo. Também conhecido como estação redutora de pressão.
5º Caso: Uso de um sistema hidropneumático (pressurização da água): onde a água
é pressurizada através de um tanque que contém água e ar.
Usado quando há necessidade de pressão em determinado ponto da rede
que não pode ser obtida pelo sistema convencional. Usado também para
dispensar a necessidade de castelos de água (reservatórios elevados).

6.3 MISTO
Quando ocorre o abastecimento por distribuição direta e indireta ao mesmo tempo.

7 CONSUMO DE ÁGUA EM EDIFICAÇÕES


6 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

O consumo diário de água de uma edificação é dada pela expressão:


𝐶𝑑 = 𝐶𝑝 𝑥 𝑛
Onde: Cd – consumo diário
Cp – consumo per capta
n – número de ocupantes
7 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

8 NÚMERO MÍNIMO DE APARELHOS

9 RESERVATÓRIOS
Para residências de pequeno porte a capacidade mínima de um reservatório é de 500l.
Reservatórios com capacidade superior a 4000l devem ser divididos por paredes em dois
compartimentos iguais, para que seja permitido a limpeza e manutenção periódica.

9.1 DIMENSIONAMENTO
9.1.1 Uso teórico
Obedece a NBR 5626/98, onde diz volume de água para o uso doméstico de ser o
necessário para 24 horas de consumo normal.
9.1.2 Uso prático
Volume de água para atender 2 dias de consumo, e são distribuídos da seguinte
forma:
 Reservatório Superior: 40%;
 Reservatório Inferior: 60%;
 Reserva de combate a incêndio: 20% do consumo diário (pode ser
adicionado ao volume total da reserva inferior).
8 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

Figura: Esquema da caixa d’água com suas ligações

10 PARÂMETROS HIDRÁULICOS
Nos sistemas de água fria se faz necessário analisar os seguintes parâmetros: pressão;
velocidade; perda de carga; e vazão.

10.1 PRESSÃO
A água dentro de um tubo contém peso, o qual exerce uma determinada pressão nas
paredes do tubo.
Depende da altura do nível da água do reservatório até o nível da água do ponto que está
sendo analisado, ou seja, independe do volume de água contida no tubo.
Obs: Conversões: 1 kg.f/cm² = 10 m.c.a = 98100 Pa
Podem ser classificadas das seguintes formas:
 Pressão estática: quando a água está parada no tubo;
 Pressão dinâmica: quando a água está em movimento;
 Pressão de serviço: pressão máxima a que se pode submeter o sistema, quando
em uso normal.

Por norma, devemos observar os seguintes limites de pressão:


 Máximo: pressão estática de 40 m.c.a;
 Mínimo: pressão dinâmica de 0,5 m.c.a (peça de caixa acoplada)
 Sobrepressão: são admitidas desde que não superem o valor de 20 m.c.a.
9 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

10.2 PERDA DE CARGA


10.2.1 Perda de carga distribuída
O líquido perde parte de sua energia/pressão devido à resistência ao movimento
causado pelos choques entre as partículas em movimento turbulento da água.
Quanto maior a rugosidade do material, maior será a perda de carga. Sendo assim
uma vantagem em se usar materiais lisos, como o PVC.

10.2.2 Perda de carga localizada


Perda devido a conexões responsáveis por promover mudanças de direções na
água.
Quanto maior o número de peças em um trecho, maior será a perda de pressão
nesse trecho.

Logo, temos que:


 Tubos mais rugosos;
 Diâmetros menores;  Atritos/Choques;
 Pressão
 Tubos mais compridos;  Perda de carga.
 Maior número de conexões.

Na prática, usa-se fórmulas empíricas, ábacos e tabelas, para a determinação da perda


de carga.
Para o cálculo da perda de carga unitária nos tubos (Ju), temos as seguintes expressões:
 Tubos rugosos (aço galvanizado e ferro fundido)
𝐽𝑢 = 20,2 𝑥 105 𝑥 𝑄1,88 𝑥 𝐷 −4,88
 Tubos lisos (plástico, cobre, ou liga de cobre)
𝐽𝑢 = 8,69 𝑥 105 𝑥 𝑄1,75 𝑥 𝐷 −4,75

Pode ser feito a análise também através dos seguintes ábacos, para o cálculo da perda
de carga unitária nos tubos (Ju):
10 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

 Tubos rugosos (aço galvanizado e ferro fundido)

 Tubos lisos (plástico, cobre, ou liga de cobre)


11 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

Para o cálculo dos comprimentos equivalentes das conexões, temos as seguintes tabelas:
 Tubos rugosos (aço galvanizado e ferro fundido)

 Tubos lisos (plástico, cobre, ou liga de cobre)


12 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

Visto isso, é feito o cálculo do comprimento total:


𝐿 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 𝐿𝑅𝐸𝐴𝐿 + 𝐿𝐸𝑄𝑈𝐼𝑉𝐴𝐿𝐸𝑁𝑇𝐸

Sendo assim, a perda de carga total é:


𝐽 = 𝐽𝑢 𝑥 𝐿 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿

10.3 VAZÃO
A instalação de água fria deve ser dimensionada para que a vazão de projeto seja
disponível no ponto de utilização apenas se ele estiver em uso.
O uso simultâneo, se não previsto, pode reduzir temporariamente a vazão em qualquer
um dos pontos, mas não chega a comprometer significativamente a satisfação do usuário.
A vazão de projeto é a vazão mínima exigida para garantir o bom funcionamento das
peças de utilização ou sub-ramais.

Tabela: Vazão nos pontos de utilização do aparelho sanitário e da peça de utilização


13 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

10.4 VELOCIDADE
Há apenas critérios para a velocidade máxima. Visando limitar ruídos nas tubulações e
o “Golpe de Aríete”. Este último corresponde ao aumento de pressão nas paredes do tubo,
causando sérias consequências nas instalações.
A velocidade e a velocidade máxima podem ser calculadas pelas seguintes expressões,
respectivamente:
𝑄
𝑉= ; 𝑉𝑀Á𝑋 = 14 𝑥 √𝐷
𝐴

Onde: Vmáx ≤ 3 m/s, em qualquer trecho da tubulação.

Tabela: Velocidade máxima em tubulações de água fria

11 PARTES CONSTITUINTES DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA


11.1 BARRILETE
Tubulação que origina no reservatório (abastecimento indireto) e da qual se derivam as
colunas de distribuição. Podem ser encontrados os seguintes tipos:
 Barrilete ramificado: mais econômico por apresentar necessidade de uma menor
quantidade de tubulações junto ao reservatório.

 Barrilete concentrado: abriga registros de operação em uma área restrita,


facilitando a segurança e controle.
14 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

11.2 COLUNA DE DISTRIBUIÇÃO


Tubulação derivada do barrilete, destinada a alimentar os ramais. Em prédios são
instaladas embutidas em alvenarias, em enchimento de paredes ou shafts, encontrados mais
próximos dos banheiros e cozinhas.
As colunas de distribuição permitem medição individualizada ou coletiva do consumo.

11.3 RAMAIS
Tubulações derivadas da coluna de distribuição e destinadas a alimentar os sub-ramais.

11.4 SUB-RAMAIS
Tubulações que ligam os ramais aos pontos de utilização. Cada sub-ramal serve apenas
uma peça.
15 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

Tabela: Diâmetros mínimos dos sub-ramais

12 DIMENSIONAMENTO
12.1 RAMAIS
Pode ser feito a partir de dois critérios: consumo máximo possível e consumo máximo
provável.
 Consumo Máximo Possível: hipótese de que diversos aparelhos servidos do
ramal são utilizados simultaneamente.

𝑄𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑟𝑎𝑚𝑎𝑙 = ∑ 𝑄𝑠𝑢𝑏−𝑟𝑎𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑎𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑟𝑎𝑚𝑎𝑙

Hipótese aplicada a fábricas, estabelecimentos de ensino, quartéis, entre outros.


É aplicado também para residências que possuam apenas um ramal alimentando
todas as peças.
O dimensionamento é realizado através do Método das seções equivalentes,
onde todos os diâmetros são expressos em função da vazão obtida por um tubo
de 15mm (1/2”). Ou seja, o número de tubos necessários para permitir a mesma
vazão.
16 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

Tabela: Correspondência de tubos de diversos diâmetros com o de 15 mm (1/2”)

 Consumo Máximo Provável: hipótese que o uso simultâneo de todos os


aparelhos é pouco provável.
O dimensionamento deve ser feito de acordo com o Método da soma dos pesos.
1º Passo: Verificar o peso relativo de cada aparelho sanitário.

2º Passo: Somar os pesos dos aparelhos alimentados em cada trecho de


tubulação.
3º Passo: Calcular a vazão e, cada trecho da tubulação através da Equação ! ou
do ábaco.
𝑄 = 0,3 𝑥 √∑ 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑠 (1)
17 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

Ábaco: Diâmetros e vazões em função dos pesos


4º Passo: Determinar o diâmetro de cada trecho através do ábaco mostrado
acima.
5º Passo: Verificar se a velocidade está dentro do estabelecido pela norma.
𝑄
𝑉= 𝐴
4000 𝑥 𝑄
𝑉= Onde: Q – vazão (l/s)
𝜋 𝑥 𝐷2
D – diâmetro (mm)
6º Passo: Verificar a perda de carga nos trechos e nas conexões.
7º Passo: Verificar se a pressão continua dentro dos limites estabelecidos por
norma.
18 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

A pressão dinâmica disponível em qualquer trecho pode ser obtida através da


seguinte equação:
𝑃𝑗𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝑃𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝐷𝑒𝑠𝑛í𝑣𝑒𝑙 − 𝐽

Tabela: Pressão dinâmica mínima nos pontos de utilização identificados em


função do aparelho sanitário e da peça de utilização

12.2 COLUNA DE DISTRIBUIÇÃO


O dimensionamento das colunas de distribuição deve ser feito por meio do
preenchimento da seguinte tabela:

Onde:
Col. 1: Indica-se a coluna que está sendo dimensionada.
Col. 2: Indica-se os pavimentos (do último ao primeiro).
Col. 3: Indica-se o trecho que está sendo dimensionado.
Col. 4: Indica-se o peso de cada ramal
Col. 5: É a soma acumulada dos pesos nos diversos trechos de baixo para cima.
Col. 6: Em função do somatório dos pesos em cada trecho, determina-se a vazão
correspondente.
Col. 7: Em função do somatório dos pesos em cada trecho, determina-se o diâmetro
correspondente.
19 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

Col. 8: Em função da vazão e do diâmetro de cada trecho, determina-se a velocidade.


Col. 9: Indica-se o comprimento de cada trecho da tubulação (dado de projeto).
Col. 10: Indica-se o comprimento equivalente das conexões em cada trecho.
Col. 11: É a soma das colunas 9 e 10.
Col. 12: É a pressão disponível no ponto considerado. Representa a diferença de nível
entre a jusante do trecho e este ponto.
Col. 13: Em função da vazão e do diâmetro de cada trecho, determina-se a perda de
carga correspondente através das equações ou dos ábacos já citados.
Col. 14: É a multiplicação dos valores das colunas 11 e 13.
Col. 15: É a pressão disponível no trecho mais o desnível entre o início e o final do
trecho menos a perda de carga no trecho.

12.3 BARRILETE
 Método de Hunter: Considera J = 8%, e a vazão é calculada como se cada
metade do reservatório atendesse a metade das colunas.
Tendo J e Q, encontramos D a partir do ábaco 2.1 e 2.2.

 Método das seções equivalentes: Considera os diâmetros encontrados para as


colunas de modo que a metade seja atendida pela metade da caixa.

13 MATERIAIS UTILIZADOS EM INSTALAÇÕES DE ÁGUA FRIA


 PVC: largamente utilizado por ter baixo custo, alta durabilidade, resistência a
corrosão, fácil manuseio e por ser mais liso.
 Cobre e aço: possui maior resistência mecânica e resistência a altas
temperaturas.

14 CONSTITUINTES USUAIS DAS INSTALAÇÕES DE ÁGUA FRIA


14.1 REGISTRO DE FECHAMENTO
Possibilitar eventual manutenção em partes bem definidas do sistema, sem interromper
o fornecimento de água nos restantes. Atuam em serviços onde não há necessidade de operação
frequente, pois a interrupção abrupta gera o Golpe de Aríete.
20 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

Registro de Gaveta Registro de Esfera

14.2 REGISTRO DE UTILIZAÇÃO


Destinados a controlar a vazão da água utilizada.
 Válvula do Tipo Globo: controle mais eficiente do fluido; desgaste mínimo
com a erosão; elevada perda de carga devido a mudança brusca de direção.

 Registro de Pressão: utilizado para controle de vazão. Mais usado em chuveiros.


21 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

14.3 REGISTRO DE MANOBRA


Destinado a controlar, direcionar ou desviar o sentido do fluxo, aumentando a vida útil
das peças. Como por exemplo a válvula de retenção, onde a passagem da água ocorre em apenas
um sentido, atuando em prevenção contra o refluxo. Pode ser horizontal ou vertical.

14.4 OUTROS COMPONENTES


 Válvula de Alívio: mantêm constante a pressão de saída, reduzindo a pressão de
entrada a valores adequados. Fazem parte de uma estação redutora de pressão;

 Válvula de descarga: usado nas instalações de bacias sanitárias;


22 Cap. 1 – Instalações Prediais de Água Fria

 Caixa acoplada;
 Registro de bóia: controle do nível de água em reservatórios e caixas de
descarga;
 Tubos e conexões;

 Reservatório de água: devem ser feitos de materiais resistentes a corrosão


(plástico, fibra de vidro, concreto armado). Caso contrário deve possuir
revestimento interno anticorrosivo (para reservatórios de chapas metálicas
soldáveis). Deve ser instalado de forma a possibilitar efetiva operação e
manutenção.
Devem ser evitadas zonas de estagnação dentro do reservatório, ou regiões com
pequeno índice de renovação de água.
Em pequenos reservatórios, recomenda-se que o diâmetro do extravasor seja
maior que o alimentador.

15 MEDIDAS PARA A REDUÇÃO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES


 Locar peças de utilização na parede oposta a ambientes habitados ou utilizar
dispositivos antirruídos nas instalações;
 Quando possível, usar vasos sanitários acoplados a caixas de descarga em vez
de válvulas de descarga.
23 Cap. 2 – Instalações Prediais de Água Quente

1 DEFINIÇÃO
Conjunto de equipamentos, fontes energéticas e materiais que fornecem ao usuário, água
artificialmente aquecida. Importante para melhorar as condições de conforto e higiene.
A água quente utilizada nas instalações em sua maioria atinge 50ºC, podendo as vezes
chegar a 70ºC ou 80ºC, dependendo de sua finalidade.

2 EXIGÊNCIAS A SEREM OBSERVADAS EM PROJETO


A sua norma técnica vigente é a NBR 7198/93 – Instalações Prediais de Água Quente.
Esta trás as seguintes exigências para projeto:
 Preservar rigorosamente a qualidade da água;
 Garantir o fornecimento da água de forma contínua, em quantidade suficiente e
temperatura controlável, com segurança ao usuário, com pressões e velocidades
compatíveis como o funcionamento do sistema;
 Racionalizar o consumo de energia;
 Proporcionar conforto aos usuários.

3 TEMPERATURAS ADEQUADAS AOS USOS DE ÁGUA QUENTE

Tabela: Faixas de temperaturas para usos de água quente

4 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE ÁGUA QUENTE

Tabela: Estimativa de consumo de água quente


24 Cap. 2 – Instalações Prediais de Água Quente

Tabela: Consumo de água quente em mistura com água fria

A instalação de misturadores é obrigatória se houver possibilidade da água fornecida ao


ponto de utilização para uso humano ultrapassar 40ºC.

5 MATERIAIS UTILIZADOS NAS INSTALAÇÕES


 METAIS: - Aço (com o tempo, há corrosão e cria incrustações)
- Cobre (mais caro)
Ambos devem ser revestidos com isolamento térmico para diminuir a troca de
calor com o meio.
 PLÁSTICOS: - CPVC
- PPR
São bons isolantes térmicos, dispensando revestimento adicional, e possuem
valores acessíveis. Por isso, são largamente utilizados.

6 TIPOS DE SISTEMAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA


Possuem três tipos de sistemas: aquecimento individual (local); aquecimento central
privado; e aquecimento central coletivo. O projetista deve estudar a viabilidade de emprego de
cada um e determinar a melhor solução.

6.1 AQUECIMENTO INDIVIDUAL


Alimenta uma única peça. O aquecedor utilizado nesse sistema é do tipo passagem.
É o caso também de um aquecedor a gás localizado em um banheiro ou numa
cozinha.
6.2 AQUECIMENTO CENTRAL PRIVADO
Atende somente uma unidade habitacional. O aquecedor utilizado é do tipo de
acumulação.
25 Cap. 2 – Instalações Prediais de Água Quente

6.3 AQUECIMENTO CENTRAL COLETIVO


Alimenta várias unidades de um edifício. O aquecedor utilizado é do tipo de
acumulação.

7 TIPOS DE AQUECEDORES
7.1 AQUECEDOR DE PASSAGEM
São dispositivos interpostos na tubulação para o aquecimento instantâneo da água,
aquecida na sua passagem pelo aparelho.
 Vantagens: são compactos e fáceis de instalar, dispensando tubulações
independentes.
 Desvantagens: - Elétricos: custo, baixa pressão e pouca vazão;
- Gás: risco de vazamento.

7.2 AQUECEDOR DE ACUMULAÇÃO


A água é aquecida para posterior consumo, proporcionando maior conforto ao
usuário. Possibilita maior vazão em qualquer ponto de utilização, e pode ter consumo
em vários pontos ao mesmo tempo.

8 FONTES DE ENERGIA/CALOR
8.1 AQUECEDOR ELÉTRICO

Figura: Aquecimento elétrico por acumulação em residências


26 Cap. 2 – Instalações Prediais de Água Quente

Tabela: Capacidade e potência de aquecedores

A capacidade do aquecedor elétrico de acumulação pode ser calculado pela expressão:


𝐶𝑑 = 𝐶𝑝 𝑥 𝑛
Onde: Cd – consumo diário de água a 70ºC
Cp – consumo per capta (29 l/pessoa)
n – número de ocupantes

8.2 AQUECEDOR À GÁS

Figura: Aquecimento à gás, por acumulação em residências


27 Cap. 2 – Instalações Prediais de Água Quente

8.3 AQUECEDOR À ENERGIA SOLAR


Pode ser necessário um aquecedor auxiliar que utilize energia convencional para suprir
situações de falta de insolação por períodos excepcionalmente grandes.

Figura: Modelo de aquecimento por energia solar

Quando os telhados não possuem essa inclinação, existem duas soluções possíveis:
inclinar os coletores por meio de suportes independentes, ou aumentar a área coletora para
compensar as perdas de captação.
A distância horizontal entre o reservatório e os coletores é de no máximo 6m. O desnível
entre o topo da caixa d’água e o fundo do reservatório térmico não pode ultrapassar a pressão
máxima admissível do equipamento fornecida pelo fabricante. O desnível entre o fundo do
boiler e o topo da placa é de 0,30m a 4m.
28 Cap. 2 – Instalações Prediais de Água Quente

Figura: Modelo de aquecimento por energia solar

Figura: Partes da placa de captação de energia solar


29 Cap. 2 – Instalações Prediais de Água Quente

O dimensionamento do sistema de aquecimento solar está relacionado com o número de


usuários e a destinação da água quente (pontos de consumo).
O volume do boiler é calculado pela expressão mostrada abaixo, esta é uma regra geral
para utilização em cozinha, lavatório e ducha:
𝑉 = 𝐶𝑝 𝑥 𝑛
Onde: V – volume do boiler
Cp – consumo per capta (50 l/pessoa)
n – número de ocupantes
Banheiras são consideradas a parte, acrescentando-se um volume igual ao da própria
banheira.
Temos que para a área de placas coletoras: 1m² atente 50l a 65 l de água aquecida.

9 REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA QUENTE


O ponto de água quente deve se localizar, por convenção, à esquerda do ponto de água
fria (visto de frente pelo observador).

10 PARÂMETROS PARA O DIMENSIONAMENTO


10.1 DIÂMETROS
A NBR 7198/93 admite que se deve considerar o funcionamento máximo provável,
sendo válidas as observações quanto ao dimensionamento usado em água fria.
Porém o superdimensionamento do sistema pode causar problemas, como as tubulações
podem agir como reservatório, ocasionando a demora na chegada da água quente até os pontos
de consumo, e assim seu resfriamento.

Tabela: Diâmetros dos sub-ramais

10.2 PESOS DAS PEÇAS


Para a fixação dos diâmetros dos ramais deve-se usar o critério de pesos. A partir dos
pesos em cada trecho dos ramais, usa-se o ábaco 3.1 e obtém-se o diâmetro correspondente.
30 Cap. 2 – Instalações Prediais de Água Quente

Tabela: Pesos das principais peças de utilização

10.3 PRESSÕES MÍNIMAS E MÁXIMAS


A pressão estática máxima admitida nas peças de utilização e para aquecedores não
ultrapassam 40 m.c.a e as pressões dinâmicas mínimas não podem ser inferiores a 0,5 m.c.a.

10.4 PERDA DE CARGA


O cálculo da perda de carga é feito do mesmo modo que o para água fria. Recomenda-
se para tubos de aço galvanizado, cobre e latão o emprego das fórmulas de Fair-Whipple-Hsiao
ou os nomogramas nelas baseados (2.1 e 2.2). Para o cálculo das perdas localizadas aconselha-
se o uso das Tabelas (2.1 e 2.2).

10.5 VELOCIDADE E VAZÕES MÁXIMAS DA ÁGUA


𝑉𝑀Á𝑋 = 14 𝑥 √𝐷
Onde: V – velocidade (m/s)
D – diâmetro (m)

Tabela: Velocidades e vazões máximas em tubos de água quente

11 DILATAÇÃO E CONTRAÇÃO TÉRMICA


Todos os materiais estão sujeitos aos efeitos de dilatação térmica, expandindo-se quando
aquecidos e contraindo-se quando resfriados.
31 Cap. 2 – Instalações Prediais de Água Quente

Na maioria das instalações embutidas essa movimentação é absorvida pelo grande


número de conexões utilizadas. Nas instalações aparentes, por sua vez, deve ser evitado longos
trechos retilíneos entre os pontos fixos. Onde isso não é possível, deve-se utilizar juntas de
expansão ou liras.
 Juntas de Expansão: absorvem as variações de comprimento do tubo (dilatação
e contração), minimizando as tensões devido à transmissões de esforços ao
sistema de tubos e conexões.

Figuras: Juntas de expansão

 Liras: dão flexibilidade as tubulações, possibilitando a dilatação dos trechos sem


que ocorram tensões excessivas.

Figuras: Liras
33 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

1 DEFINIÇÃO
Possui a função de coletar e conduzir os despejos provenientes do uso adequado dos
aparelhos sanitários a um destino apropriado. O sistema predial de esgoto sanitário deve ser
totalmente independente do sistema predial de águas pluviais, ou seja, não deve existir ligação
entre os dois sistemas.

2 EXIGÊNCIAS A SEREM OBSERVADAS EM PROJETO


A sua norma técnica vigente é a NBR 8160/99 – Instalações Prediais de Esgoto. Esta
trás as seguintes exigências para projeto:
 Evitar a contaminação da água;
 Permitir o rápido despejo da água utilizada e dos despejos, evitando vazamentos
e depósitos no interior das tubulações;
 Impedir que os gases provenientes do interior do sistema atinjam as áreas de
utilização;
 Impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior dos sistemas;
 Permitir a fácil inspeção de seus componentes;
 Impossibilitar o acesso de esgotos ao subsistema de ventilação;
 Permitir a fixação dos aparelhos sanitários por dispositivos que facilitem sua
remoção para eventuais manutenções.

3 SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO


Pode ser dividido em dois subsistemas integrados:
 Subsistema de coleta e transporte: responsável por captar o esgoto sanitário e
conduzi-lo a um destino adequado.
 Subsistema de ventilação: função de prover ar atmosférico em regiões com
depressões, permitir o alívio de sobrepressões, e de encaminhar para a atmosfera
gases formados no interior das tubulações.

4 PRINCIPAIS CONSTITUINTES DO SISTEMA


Aparelhos sanitários, desconectores, ramais de descarga, ramais de esgoto, ramais e
colunas de ventilação, caixas retentoras de gordura, caixas de inspeção e passagem,
subcoletores e coletores prediais.
34 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

 Aparelhos sanitários: onde se inicia o sistema predial de esgoto sanitário.


Destinado ao uso da água para fins higiênicos ou para receber despejos e águas
servidas.

 Desconectores: dispositivos dotados de um fecho hídrico, destinado a vedar a


passagem de gases e animais no sentido oposto so deslocamento do esgoto.

 Ramais de descarga: também conhecida como esgoto secundário, é a tubulação


que recebe os efluentes diretamente dos aparelhos sanitários.
O ramal da bacia sanitária deve ser ligado diretamente a caixa de
inspeção ou ao tubo de queda. Os ramais com efluentes de gordura devem ser
ligados às caixas de gordura ou aos tubos de gordura.
Nos trechos horizontais a declividade mínima é de 2% (DN≤75mm) e
1% (DN>75mm). Nos trechos verticais, as mudanças de direção devem ser feitas
com ângulo de no máximo 45º.

 Ramais de esgoto: É a tubulação que recebe efluentes do ramal de descarga. São


também conhecidos como esgoto primário.
Suas ligações ao subcoletor ou coletor predial devem ser efetuadas por
uma caixa de inspeção, em pavimentos térreos, ou tubo de queda, em pavimentos
sobrepostos.
35 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

 Tubos de queda: é a tubulação vertical existente nas edificações de dois ou mais


pavimentos, que recebe efluentes dos ramais de esgoto e dos ramais de descarga.
Sempre que possível, deve ser instalado em alinhamento vertical (sem
desvios) e com diâmetro uniforme, empregando-se, quando necessário, curvas
de raio longo nas mudanças de direção.
Não deve ter diâmetro inferior ao da maior tubulação a ele ligada
(100mm para a bacia sanitária, e 75mm para outras peças).

 Ramal de ventilação: tubulação que liga o ramal de descarga de um ou mais


aparelhos a coluna de ventilação.
Tubulação instalada com aclive mínimo de 1%, de modo que qualquer
líquido que ingressar no ramal de ventilação possa escoar para o ramal de
descarga.

 Coluna de ventilação: tubulação vertical destinada a conduzir os gases para a


atmosfera e vice-versa.
Sua extremidade superior deve ultrapassar 30cm a superfície, caso seja
um telhado, e 2,0m caso seja uma laje utilizada para outros fins.
Para casas, é adotado o diâmetro de 50mm, e para edifícios com mais de
dois pavimentos, é adotado o diâmetro de no mínimo 75mm.

Figuras: Exemplos de terminais das colunas de ventilação


36 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

Figura: Interligações entre as tubulações de esgoto

 Subcoletor: tubulação horizontal que recebe os efluentes de um ou mais tubos


de queda ou de ramais de esgoto.
Deve ser construído, sempre que possível, na parte não edificada do
terreno.
No caso de edifícios com vários pavimentos, normalmente são fixados
sob a laje da cobertura do solo. Nestes casos, os subcoletores devem ser
protegidos e de fácil inspeção.

 Caixa de gordura: destinadas a reter, em sua parte superior, as gorduras, graxas


e óleos contidos no esgoto, formando camadas que devem ser removidas
periodicamente.

 Caixas de Inspeção: destinada a permitir inspeção, limpeza e desobstrução das


tubulações de esgoto.
É instalada quando ocorre mudança de direção e/ou declividade, ou
quando a tubulação ultrapassa 12m de comprimento.
Em prédios com mais de dois pavimentos, as caixas de inspeção devem
ser instaladas a mais de 2,0m das bases dos tubos de queda que contribuem para
ela.
37 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

 Caixas de passagem: caixas enterradas e sem acesso a inspeção. Substituem


conexões de mudança de direção (joelhos, curvas e junções), quando o ângulo
entre os dois trechos de tubulações forem diferentes de 45º.

 Coletor predial: tubulação final da rede predial que deságua no coletor público.
Posicionado após a última caixa de inspeção.

5 MATERIAIS UTILIZADOS EM INSTALAÇÕES DE ESGOTO


Os materiais devem ser especificados em função de fatores como: materiais a serem
conduzidos; temperatura do efluente; efeitos químicos e físicos; e esforços ou solicitações
mecânicas a que possam ser submetidas.

 PVC: é o material mais utilizado para tubulações aparentes, instalações na


horizontal e suspensas em lajes, e nos pontos críticos das instalações recomenda-
se a utilização de tubos e conexões mais reforçadas.
 Ferro Fundido: incombustíveis e possuem alta resistência a choques. São mais
utilizados em instalações aparentes de garagens de subsolo ou pilotis, onde
existe maior possibilidade de acidentes.

6 TRAÇADO DAS INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ESGOTO


1º Passo: Identificação dos elementos estruturais (previsão de shafts para prédios).
2º Passo: Locação da caixa de inspeção ou do ponto de decida do tubo de queda
(prédios).
3º Passo: Ligação da bacia sanitária a caixa de inspeção ou ao tubo de queda.
4º Passo: Posicionamento da caixa sifonada.
38 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

5º Passo: Ligação dos ramais de descarga a caixa sifonada.


6º Passo: Ligação da caixa sifonada ao ramal de esgoto.
7º Passo: Ligação da coluna de ventilação ao ramal de esgoto (antes do ramal de descaga
do vaso sanitário.
8º Passo: Ligação do tubo de queda a outras caixas da inspeção.
9º Passo: Ligação do ramal de descarga da pia a caixa de gordura, ou do tubo de gordura
e para a caixa de inspeção.

Aspectos Gerais:
 Deve ser previsto em projeto arquitetônico, a localização do tubo de queda e da
coluna de ventilação;
 Deve ser evitado a passagem de esgotos em paredes, rebaixas e forros falsos de
ambientes de permanência prolongada.

Figura: Exemplo de traçado de instalação em pavimento tipo usando caixa de inspeção

Figura: Exemplo de traçado de instalação em pavimento tipo usando tubo de queda


39 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

7 NÍVEIS TOPOGRÁFICOS DO TERRENO


Deve ser estudado os níveis projetados da edificação de modo que o escoamento seja
realizado por gravidade.
Deve ser observado se a cota de nível do coletor predial de esgoto é suficiente para a
sua ligação com o coletor público. Geralmente, a profundidade do coletor varia de 1,5 a 2,0m.
Quando o terreno está em aclive acentuado para o coletor público, pode ser necessário
o uso de bombas submersíveis para esgoto.

8 DIMENSIONAMENTO
A norma prevê dois métodos distintos:
 Método hidráulico: baseado na teoria das probabilidades e que leva em
consideração as perdas de carga, as variações de pressão e a de perdas de altura
de fechos hídricos de desconectores.
 Método de Unidades Hunter de Contribuição (UHC): método empírico que
fornece diretamente os diâmetros nominais das tubulações a partir de tabelas.

O dimensionamento que vamos realizar utiliza o segundo método supracitado. Atribui-


se inicialmente aos diversos aparelhos, uma Unidade Hunter de Contribuição (UHC). Esta
representa a frequência habitual de utilização associada a vazão típica de cada uma das peças
de um conjunto de aparelhos heterogêneos em funcionamento simultâneo.
Os “pesos” dos aparelhos sanitários representam indiretamente sua significância numa
instalação, em termos de sua vazão de contribuição e probabilidade de uso.
O dimensionamento é feito para cada trecho separadamente (ramal de descarga, ramal
de esgoto, tubo de queda, subcoletor e coletor predial, e ventilação) como será mostrado a
seguir.
8.1 RAMAL DE DESCARGA
Dimensiona a tubulação de descarga a partir da Tabela 9.1.
40 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

Tabela 9.1: Número de UHC para ramais de descarga

8.2 RAMAL DE ESGOTO


Deve-se acumular as UHC de todos os aparelhos sanitários que desaguam no trecho
considerado. Com o número de UHC para o ramal de esgoto, obtêm-se o seu diâmetro nominal
a partir da tabela 9.2.

Tabela 9.2: Número de UHC para ramais de esgoto


Após a junção do ramal de esgoto com o ramal de descarga da bacia sanitária, deve ser
feito também a análise da UHC acumulada. Caso este número preveja um diâmetro menor do
que o ramal de descarga da bacia, este último deve ser adotado (DN 100mm e i=1%).

8.3 TUBO DE QUEDA


É dimensionado pela somatória das UHC, conforme valores na Tabela 9.3.
41 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

Tabela 9.3: Número de UHC para tubos de queda


Caso ocorra desvios na vertical e:
 desvio formar ângulo igual ou inferior a 45º com a vertical: o tubo de queda pode
ser dimensionado normalmente (Tabela 9.3).
 desvio formar ângulo superior a 45º com a vertical, deve-se dimensionar da
seguinte forma:
 Parte acima do desvio – Tabela 9.3;
 Parte horizontal do desvio – Tabela 9.4;
 Parte abaixo do desvio – Tabela 9.3 (não pode ser inferior a parte
horizontal).

Tubos de queda que receba descargas de pias de copas, de cozinha, ou de pias de despejo
deve ter DN ≥ 75mm, com exceção de um TQ que receba até 6 UHC em prédios até dois
pavimentos (DN ≥ 50mm).

8.4 COLETORES E SUBCOLETORES


Dimensionados pela somatória das UHC conforme os valores da Tabela 9.4.

Tabela 9.4: Número de UHC para coletores e subcoletores


42 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

OBS: Em prédios residenciais, observa-se apenas o aparelho de maior descarga de cada


banheiro para a somatória das UHC.

8.5 RAMAL DE VENTILAÇÃO


A distância do desconector à ligação do tubo ventilador não deve exceder os limites da
Tabela 9.5.

Tabela 9.5: Distância máxima de um desconector ao tubo ventilador

Os diâmetros dos ramais de ventilação são obtidos pela Tabela 9.6.

Tabela 9.6: Número de UHC para ramal de ventilação

8.6 COLUNA DE VENTILAÇÃO


É dimensionada através da Tabela 9.7. É necessário o conhecimento do diâmetro do TQ
e o comprimento da coluna de ventilação.
43 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

Tabela 9.7: Número de UHC para colunas de ventilação

8.7 ACESSÓRIOS
8.7.1 Caixa de Inspeção
 0,6x0,6m ou DN = 0,6m
 Últimas caixas: 0,8x0,8m até 1,0x1,0m

8.7.2 Caixa de Gordura


 Simples: 1 ou 2 pias
 Dupla: Mais que 2 e menos que 12 pias
 Especial: Mais que 12 pias
Para esta última o dimensionamento é feito da seguinte forma:
𝑉 = (2 𝑥 𝑁) + 20
Onde: V – volume da caixa (l)
N – número de pessoas servidas pela cozinha

8.7.3 Caixa de Passagem


 Cilíndrica (d ≥ 15cm)
 Prismática (inscrito em um círculo de 15cm)
44 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

Possui altura de 10cm. A tubulação de saída de uma caixa de passagem


deve ser dimensionada como ramal de esgoto.

8.7.4 Caixa Sinfonada


 Até 6 UHC – DN 100mm
 Até 10 UHC – DN 125mm
 Até 15 UHC – DN 150mm

Observações Importantes:
 A distância entre o coletor público e a primeira inspeção deve ser menor que
10m;
 A distância entre o vaso sanitário e a primeira inspeção deve ser menor que 10m.
 A distância entre duas inspeções deve ser menor que 12m.

9 SOLUÇÕES DE TRATAMENTO DO ESGOTO DOMÉSTICO


As seguintes condições devem ser satisfeitas:
 Não haja poluição dos mananciais de água potável;
 Não polua praias e outros locais de lazer;
 Não polua águas subterrâneas;
 Não haja poluição do solo capaz de afetar seres vivos.

Figura: Exigências a serem observadas no projeto


45 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

9.1 SOLUÇÕES NÃO-SANITÁRIAS


 Fossa negra: onde dejetos e efluentes de tanques sépticos atingem diretamente o
lençol freático.
 Privada sem fossa: casinha a pequena altura do solo. Os dejetos são lançados
diretamente na superfície do solo.
 Privada sobre curso de água: casinha sobre estacas à beira de um córrego. Os
dejetos são lançados diretamente dentro da água.
 Privada de vaso sanitário: efluente é lançado na superfície do solo, geralmente
em pequenas valas.

9.2 SOLUÇÕES SANITÁRIAS SEM TRANSPORTE HÍDRICO


 Privada com fossa seca: fossa escavada no solo, destinada a receber os dejetos
diretamente, sem descarga de água. Distância mínima de 15m de poços,
instalada a jusante do poço.
 Privada com fossa estanque: tanque de concreto ou alvenaria, destinado a
receber os dejetos diretamente, sem descarga de água, como a fossa seca. O
tanque deverá ser perfeitamente impermeabilizado.
 Privada com fossa de fermentação: duas câmaras (tanques), contíguas e
independentes, destinadas a receber os dejetos. Adotado em zonas de lençol
freático muito superficial, zonas rochosas, terrenos facilmente desmoronáveis e
locais onde há perigo de poluição.
 Privada química: tanque cilíndrico de aço inox, contendo soda cáustica (NaOH),
destinado a receber os objetos diretamente de uma bacia sanitária comum.

9.3 SOLUÇÕES SANITÁRIAS COM TRANSPORTE HÍDRICO


 Fossas sépticas: as águas servidas sofrem a ação de bactérias anaeróbias, onde
parte da matéria orgânica sólida é convertida em gases ou em substâncias
estáveis, que dissolvidas no líquido contido na fossa, são esgotados e lançados
nos terrenos ou destinadas a um pós-tratamento.
46 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

Figura: Funcionamento de uma fossa séptica

 Localização: devem observar as seguintes distâncias horizontais


mínimas:
 1,50m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de
infiltração e ramal predial de água;
 3,0m de árvores e de qualquer ponto de abastecimento da rede pública;
 15,0m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza.

OBS: As fossas sépticas devem ser localizadas, de preferência, na frente


das edificações, facilitando a limpeza e futura ligação.

 Tipos de fossa séptica:


 Fossa de Câmara Única: compartimento único, cilíndrico ou
prismático.
 Fossa de Câmaras em Série: dois ou mais compartimentos
interligados. É indicada quando o efluente exige baixo teor de sólidos
em suspensão. Recomendado para tanques de volume pequeno ou
médio, servindo até 30 pessoas.
 Fossa de Câmaras Sobrepostas: compartimentos distintos e
independentes.
47 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

 Dimensionamento de Fossas de Câmara Única:


O volume útil é calculado pela seguinte fórmula:
𝑉 = 1000 + 𝑁(𝐶𝑥𝑇 + 𝐾𝑥𝐿𝑓)
Onde: V – volume útil (l)
N – número de contribuintes -> Tabela 1
C – contribuição de despejos (l/pessoa por dia) -> Tabela 1
T – período de detenção (dias) -> Tabela 2
K – taxa de acumulação de lodo digerido/lodo fresco (dias) ->
Tabela 3
Lf – contribuição do lodo fresco (l/pessoas por dia) -> Tabela 1
48 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

OBS: O volume mínimo admissível é de 1.250 litros.

 Relações entre as dimensões nas fossas:


 Para as fossas cilíndricas:
a) Diâmetro interno mínimo (d) = 1,10m
b) Profundidade útil mínima (h) = 1,20m
c) d ≤ 2h

 Para as fossas prismáticas retangulares:


a) Largura interna mínima (b) = 0,70m
b) 2b ≤ L ≤ 4b
c) Profundidade útil mínima (h) = 1,20m ou Tabela 4
d) b ≤ 2h

 Valas de infiltração: recebe o efluente da fossa séptica, através de tubulação e


permite infiltração em camadas subsuperficiais do terreno.
49 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

Para sua instalação se faz necessária áreas suficientemente grandes e solo com
permeabilidade favorável a percolação do efluente líquido. Devem haver ao
menos duas valas de infiltração para uma fossa séptica. Na vala de infiltração é
considerado apenas o fundo da vala como área de infiltração.

Detalhes construtivos:
 Profundidade: 0,60 à 1,0m;
 Largura: 0,50 à 1,0m;
 Devem ser assentados tubos de drenagem de, no mínimo, DN100mm,
envolvido de material filtrante apropriado;
 Comprimento máximo = 30,0m;
 Espaçamento mínimo: 1,0m.

 Valas de filtração: tratamento complementar do efluente da fossa séptica através


de filtração. É constituída de tubulação (DN100mm  1m para cada 25l/dia de
contribuição) e leito filtrante. Devem haver ao menos duas valas de filtração para
uma fossa séptica.

Detalhes construtivos:
 Extensão mínima: 6,0m
 Profundidade: 1,2 à 1,5m;
 Largura: 0,50m;
 Canalização envolvida por uma camada de brita, e em seguida por uma
camada de areia grossa. Assentada sobre camada de areia, e acima da
tubulação é colocada uma camada de cascalho ou pedra britada.

 Sumidouro: poço que permite a infiltração subterrânea do efluente da fossa, não


interessando o seu volume e sim a área de contato entre o solo e as paredes (área
de fundo + paredes laterais).
Deve ser feito quando o solo é suficientemente permeável, e quando os efluentes
não chegarão a poluir águas subterrâneas.

Detalhes construtivos:
 Distância vertical mínima entre fundo do poço e o nível freático: 1,5m
50 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

 Diâmetro: ≥0,30m

Dimensionamento do Sumidouro:
𝑉
𝐴=
𝐶𝐼
Onde: A – área de infiltração necessária (m²)
V – volume de contribuição diário (l/dia)
CI – coeficiente de infiltração (l/m².dia) – Dado na tabela abaixo

Tabela: Possíveis faixas de variação de coeficiente de infiltração

1º Passo: Cálculo da área de infiltração


𝑉
𝐴=
𝐶𝐼
𝑉 = 𝑁 𝑥 𝐶, onde: C = 150l/dia
2º Passo: Adota-se um diâmetro para o sumidouro cilíndrico. Calcula-se a área
de fundo:
𝐴𝑓 = 𝜋 𝑥 𝑅²
Logo, a área lateral necessária será:
𝐴𝑙 = 𝐴 − 𝐴𝑓
3º Passo: Cálculo da profundidade útil do sumidouro (h).
Sabendo que,
𝐴𝑙 = 𝐴 − 𝐴𝑓 e 𝐴𝑙 = 2 𝑥 𝜋 𝑥 𝑅 𝑥 ℎ
4º Passo: Conhecendo-se a cota de entrada do efluente, encontra-se a Htotal.
5º Passo: Verificar se o fundo do poço está a pelo menos 1,5m do nível freático.
𝑁. 𝐴. −𝐻𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ≥ 1,5𝑚
51 Cap. 3 – Instalações Prediais de Esgoto

 Filtro anaeróbio: tratamento biológico do efluente da fossa, onde o fluxo é


ascendente, em condições anaeróbias, cujo meio filtrante mantém-se afogado.

Detalhes construtivos:
 Forma cilíndrica ou prismática de seção quadrada, com fundo perfurado;
 Profundidade útil (h): 1,8m (para qualquer volume dimensionado);
 Altura do leito filtrante (a): 1,2m (constante)
 O material filtrante deve ter a granulometria mais uniforme possível (pedra
britada Nº4).

Figura: Disposição pós-fossa (NBR 7229/93)


53 Cap. 4 – Instalações Prediais de Águas Pluviais

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