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V O L U M E 3 N Ú M E R O 3 M A I O — J U N H O 2 0 0 7
POLÍTICAS PÚBLICAS DE
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
ARQUITECTURA PARA
CRIANÇAS
Auto-Retrato num Grupo
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
GEOGRÁFICA E TURISMO
Rede2020
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respectivos ficheiros na coluna do lado direito da página.
Colaboradores
Para colaborar com a Rede2020 deverá consultar o ficheiro
intitulado “Colabore com a Rede2020” na coluna do lado direito Todos precisamos de espaço. É sobre espaços para crian-
de www.empreender.blogspot.com. ças que trata o artigo de Daniel Carrapa, acompanhado das
fotos da autoria de Fernando Guerra a um jardim-de-infância.
Edição Os sistemas de informação geográfica são também úteis
Vasco Eiriz para gerir o espaço. A aplicação desta tecnologia no sector do
vasco.eiriz@gmail.com turismo merece a atenção de Paulo Rocha e Sousa e Sílvia Bri-
vasco.eiriz.googlepages.com to Fernandes.
A tecnologia, a ciência e a inovação parecem cada vez mais
Empreender presentes no nosso espaço mediático. Mostra-o, por exemplo,
www.empreender.blogspot.com a prioridade que lhes parece ser conferida no âmbito das políti-
Empreender é um projecto editorial associado à Rede2020. cas públicas, pelo menos em Portugal. Daí que Ana Paula Faria,
Natália Barbosa e Vasco Eiriz se proponham, num projecto que
Contribuíram para este número descrevem neste número da Rede2020, avaliar os seus efeitos.
A preservação da saúde e a promoção do bem-estar são
Ana Paula Faria realçadas por Mário César Ferreira no âmbito da competência
Professora Auxiliar da Universidade do Minho. Email:
profissional, enquanto Pedro Chagas Freitas, autor da coluna
apfaria@eeg.uminho.pt
Fábrica, nos dá a entender que há filas em que não se está bem.
Daniel Carrapa
E, claro, as empresas, sempre as empresas. Nem sempre
Arquitecto. Email: danielcarrapa@gmail.com
um espaço de bem-estar. A partir da sua própria experiência,
Fernando Guerra
Elisabete Sá identifica três fases no processo de amadurecimen-
Fotógrafo. Email: fs.guerra@netcabo.pt
to dos projectos de criação de novos negócios. E em pelo
Mário César Ferreira
menos numa dessas fases, a decepção não permite bem-estar.
Professor Adjunto da Universidade de Brasília. Email:
A terminar, na coluna Sociedade Anónima sintetizam-se alguns
mcesar@unb.br
resultados da formação numa disciplina de empreendedorismo
Natália Barbosa
no ensino superior.
Professora Auxiliar da Universidade do Minho. Email:
natbar@eeg.uminho.pt
Paulo Rocha e Sousa Vasco Eiriz
Analista Programador no Centro Distrital de Segurança Social de
Faro. Email: paulo.j.sousa@seg-social.pt
Pedro Chagas Freitas
Escritor, linguista, jornalista. Email: criativa.escrita@gmail.com
Sílvia Brito Fernandes
Professora Auxiliar da Universidade do Algarve. Email:
sfernan@ualg.pt
REDE2020 VOLUME 3 NÚMERO 3 3
EM REDE2020
ENSAIO
ANÁLISE
6 Comunidades
13 Revistas
REDE2020 VOLUME 3 NÚMERO 3 4
ENSAIO
ENSAIO
(Continuação da página 4) Ontario. In Harrison, L. & Hus-
bands, W. (Eds.), Practising Re-
mação georeferenciada acrescenta sponsible Tourism: International
rigor à análise dos desenvolvimen- Case Studies in Tourism Planning,
tos que possam deteriorar o Policy & Development. New York:
ambiente ou os recursos turísticos J. Wiley & Sons.
e das áreas onde os desenvolvimen- Cowen, D. & Shirley, W. (1991).
tos propostos tenham uma maior Integrated Planning Information
visibilidade (Selman et al., 1991). Systems. In Maguire, D. et al.
Os SIG podem ser considerados (Eds.), Geographical Information
como um conjunto de ferramentas Systems: Volume 2 Applications.
e tecnologias com uma vasta aplica- Harlow: Longman.
bilidade na prossecução dos objecti- Elliot-White, M. & Finn, M. (1998).
vos de desenvolvimento sustentado Growing in Sophistication: The
do turismo. Uma das dificuldades Application of GIS in Post- “O levantamento
dos agentes turísticos é a de não Modern Marketing. Journal of
sistemático dos
disporem dos tipos de informação Travel and Tourism Marketing, 7
necessários à assertividade das suas (1), 65-84. recursos naturais e
decisões quanto ao planeamento do Gunn, C. (1994). The Emergence of
território. O levantamento sistemá- Effective Tourism Planning and culturais é
tico dos recursos naturais e cultu- Development. In Seaton, A. et al.
fundamental para a
rais é fundamental para a indústria (Eds.), Tourism The State of the
turística, pois ajuda os gestores a Art. Chichester: John Wiley & indústria turística,
identificar recursos disponíveis, Sons.
capacidades dos locais em criar Hadzic, O. (2004). Tourism and pois ajuda os gestores
novos produtos/serviços e recursos Digitization of Cultural Heritage.
em risco por falta de planeamento Review of the National Center for a identificar recursos
ou pela influência de outros secto- Digitization Publisher, Nº 5, Fac- disponíveis,
res. Os SIG permitem fazer o balan- ulty of Mathematics, Belgrade,
ço entre o tipo de acomodação 74-79. capacidades dos
turística e de acomodação residen- Holm-Pedersen, J. (1994). GIS - a
cial, a fim de examinar como a ocu- New Tool for Tourism, paper locais em criar novos
pação varia consoante áreas menos presented to GIS in Business, 94’ produtos/serviços e
ou mais dinâmicas e assim planear a European Conference, Amster-
oferta turística. E daí, possibilitam a dam. recursos em risco por
análise de impactos da ocupação Poon, A. (1993). Tourism, Technology
diferenciada do espaço, desde a and Competitive Strategies. Ox- falta de planeamento
sobrecarga/intrusão à conservação ford: CAB International. ou pela influência de
cuja tensão crescente sobre o cres- Selman, P., Davidson, D., Watson,
cimento turístico deve ser objecto A. & Winterbottom, S. (1991). outros sectores”
de discussão. GIS in Rural Environmental Plan-
Referências ning: Visual and Land-use Analy-
Boyd, S. & Butler, R. (1996). Seeing sis of major Development Pro-
the Forest through the Trees: posals. Town Planning Review, 62
Using GIS to Identify Potential (2), 215-223.
Ecotourism Sites in Northern
COMUNIDADES
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REDE2020 VOLUME 3 NÚMERO 3 7
ANÁLISE
TRAÇO
Arquitectura para
crianças
A arquitectura dá-nos muitas mensagens, se mesmas? Com o esforço da comunidade, a Daniel Carrapa
estivermos atentos e preparados para as arquitectura e o design podem ajudar. A Barriga de um Arquitecto
apreender. O mundo material do nosso A arquitectura para crianças deve começar
ambiente construído representa as preocupa- por ter um sentido de propósito. As necessi-
ções que temos para com ele, reflectindo o dades utilitárias devem ser valorizadas; a fun-
que somos e o que ensinamos também aos ção requerida pelos equipamentos de cariz
mais novos. A arquitectura pode ensinar. Algu- infantil e juvenil deve ser flexível, adaptando-se
mas crianças não sabem ler bem, mas sabem aos padrões sempre em mudança, à tecnologia
ler o espaço que as envolve: estudos mostram e às necessidades presentes e futuras. Ao con-
que a estimulação multi-sensorial aumenta a trário dos adultos, as crianças estão constante-
actividade cerebral e contribui para reduzir o mente a mudar de tamanho. A consideração
risco de disfunções psíquicas. Nos ambientes do ambiente ergonómico requer grande refle-
próprios para crianças, onde elas passam gran- xão, sensibilidade e flexibilidade. Não existe
de parte do seu tempo, criar espaços que as fórmula para dar escala às coisas; uma cons-
motivam e estimulam é uma forma de contri- ciência da interacção das crianças torna mais
buir para o seu crescimento futuro. fácil a capacidade do desenho responder apro-
As crianças do presente são atentas e inteli- priadamente às suas exigências. Ir de encontro
gentes, consumidores ávidos com necessidades a necessidades pragmáticas, questões como a
sofisticadas. Existem hoje muitas empresas idade, adequação, segurança, conforto e acessi-
especificamente orientadas para explorar o bilidade, torna-se o critério do desenho e da
espaço de consumo dos jovens. Incentivados arquitectura.
pela atenção pessoal da comunicação informá- Um espaço para crianças deve deliciar e
tica, da publicidade, de programas de televisão, estimular os seus sentidos, gerar o seu interes-
as crianças representam um mercado que se se e fazê-los interagir com algo exterior a si
alarga dos jogos de vídeo a electrónica, CDs, próprias. O bom desenho deve ser inspirador
equipamento desportivo, vestuário. Este ten- e as necessidades estéticas têm ser considera-
dencial consumismo representa um falso senti- das. Formas harmoniosas podem ser inspirado-
do de independência que contradiz uma reali- ras. Sentidos estimulados para a exploração ou
dade onde os nossos jovens gozam de menos interacção podem tornar-se parte da experiên-
liberdade e brincadeira do que os das anterio- cia estética. O desenho para crianças pode ser
res gerações. preenchido pela beleza e o maravilhamento.
Se o desenvolvimento social está intrinseca- O bom desenho deve respeitar e informar,
mente ligado à cultura, como poderão as crian- e no entanto reconhecer a inteligência particu-
ças de hoje ultrapassar esta cultura comercial lar das crianças e o seu sentimento individual
para desenvolver um sentido autêntico de si (Continua na página 9)
REDE2020 VOLUME 3 NÚMERO 3 9
TRAÇO
(Continuação da página 8)
Imagens
Jardim-de-infância Popular, Cacém, Portugal
Arquitectos
Nadir Bonaccorso e Sónia Silva
Fotografias
Fernando Guerra
www.ultimasreportagens.com
REDE2020 VOLUME 3 NÚMERO 3 10
FÁBRICA
ENSAIO
ENSAIO
(Continuação da página 11) obtidos em investigações similares
realizadas para outros países.
tuições, nomeadamente através de Segundo, fornecerá um importante
efeitos de demonstração induzidos instrumento de avaliação aos deci-
pelas entidades beneficiárias. Esta sores, contribuindo para uma
avaliação é, no entanto, difícil de melhor aplicação e gestão dos pro-
implementar sob o ponto de vista gramas públicos de C&T e, conse-
metodológico, ao ponto da evidên- quentemente, reduzindo a falha de
cia empírica existente sobre o tema mercado na produção de nova tec-
revelar resultados contraditórios. nologias. Terceiro, permitirá com-
Tal como referem Klette et al. parar a importância relativa do
(2000), a qualidade da avaliação das impacto dos programas públicos ao
políticas de C&T depende muito da nível do esforço de investimento e
metodologia utilizada assim como ao nível de mudanças organizacio-
das características e qualidade dos nais e de capacidade de aprendiza-
dados disponíveis. gem induzidas pelo programa.
Em Portugal este tipo de estudo
é praticamente inexistente e, dado
Referências
que a maior parte do esforço priva-
do em I&D realizado no país é
Blanes, V.; Busom, I. (2004). "Who
financiado por fundos públicos, tor-
Participates in R&D Subsidy
na-se pertinente avaliar o impacto
Programs? The Case of Spanish
dos programas públicos de C&T na
Manufacturing Firms", Research
capacidade de inovação e competiti-
Policy, 33(10): 1459-1476.
vidade dos agentes envolvidos na
Busom, I. (2002). "An Empirical
produção de novo conhecimento,
Evaluation of the Effects of
nomeadamente empresas e univer-
R&D Subsidies", Economics of
sidades. Esse é o objectivo primário Ana Paula Faria é
Innovation and New Technol- professora de econo-
que nos propomos a alcançar com
ogy, 9(2): 111-148. mia da inovação e
um projecto de investigação sobre
Czarnitzki, D; Licht, G. (2006). microeconomia na
o impacto das políticas de C&T em
"Additionality of Public R&D Universidade do
Portugal. Em particular, o projecto Minho.
Grants in a Transition Econ-
procura avaliar o impacto económi-
omy: The Case of Eastern Ger-
co e a eficácia das políticas de C&T
many", Economics of Transi-
em Portugal, dando resposta às
tion, 14(1): 101-131.
seguintes questões: Qual o efeito
Goel, R. (2003). "R&D Subsidies
das políticas de C&T no esforço de Natália Barbosa é
and Uncertain Innovation: Do
I&D privada? Deste efeito, resulta professora de econo-
Small and Large Firms Respond
um aumento do esforço privado ou mia da empresa e
Differently to Subsidy econometria na Uni-
verifica-se uma situação de substi-
Changes?", In Hasan, I.; Hunter, versidade do Minho.
tuição? Qual o impacto da política
W., eds., Research in Banking
de C&T na produtividade das
and Finance, Volume 3, Am-
empresas? Qual o impacto da políti-
sterdam; London and New
ca de C&T na produtividade científi-
York: Elsevier Science: 347-
ca das universidades? Existem varia-
358.
ções regionais ou de outros tipos Vasco Eiriz é profes-
nestes resultados? Em que medida Klette, T, Moen, J. and Griliches, Z. sor de gestão estraté-
as relações universidade-indústria (2000). "Do Subsidies to Com- gica e empreendedo-
rismo na Universidade
contribuem para o aumento da ino- mercial R&D Reduce Market Fail- do Minho.
vação e difusão tecnológica?
ures? Microeconometric Evalua-
A evidência empírica decorrente
deste projecto será da maior rele- tion Studies", Research Policy, 29:
vância. Primeiro, tornará possível a 471-495.
comparação com os resultados
REDE2020 VOLUME 3 NÚMERO 3 13
REVISTAS
The International Small Business The primary purpose of the Journal Small and medium-sized firms have
Journal is a truly global, multi- of Small Business Management become increasingly important in the
disciplinary forum for the dissemina- (JSBM) is to publish scholarly re- economic activities of both devel-
tion and discussion of research on search articles in the fields of small oped and developing nations. Small
the small business. The emphasis of business management and entrepre- Business Economics provides the
the journal is on high quality, re- neurship. As the official journal of central forum for the economic
search based studies which contrib- the International Council for Small analysis of the role of small business.
ute to theory, critical understanding Business (ICSB), the JSBM is recog- In particular, articles are welcomed
and policy formulation on small nized as a primary instrument for that focus on the links between firm
firms. Papers published in the ISBJ projecting and supporting the goals size and performance, the distinct
cover theoretical, methodological and objectives of this organization, roles of differently sized firms, how
and empirical studies of small firms which include scholarly research and and why firm behavior and strategy
from a broad range of disciplines and the free exchange of ideas. The jour- vary with size, the determinants of
perspectives. The emphasis is on nal, which is circulated in 60 coun- the formation, growth, and dissolu-
research excellence in the field of tries around the world, is a leader in tion of firms and the relationship
enquiry, as the journal endeavours the field of small business research. between firm size and innovation.
to provide a critical forum for world Small Business Economics is cross-
class contributions on the analysis of disciplinary and cross-national in its
small firms. This refereed journal is approach. High quality research is
of relevance to academics, policy published employing theoretical or
makers and analysts, in government quantitative analyses, along with
and business, seeking to understand contributions focusing on institutions
the sector, trade and business insti- and public policies, within both a
tutions, small business representative national and international context.
bodies and those in support agen-
cies.
REDE2020 VOLUME 3 NÚMERO 3 14
EMPRESA
SOCIEDADE ANÓNIMA
Criação de empresas
O empreendedorismo está na moda. É Mesmo assim, as taxas de insucesso na excelência num deles não permite deficiên-
provavelmente o chavão de gestão que é criação de empresas são elevadas, funda- cia noutro qualquer.
actualmente mais utilizado. Uma das razões mentalmente devido a opções estratégicas Os resultados obtidos mostram clara-
porque isso acontece reside no seu amplo frágeis e a limitações na gestão operacional mente que os potenciais empreendedores
significado. Na verdade, o termo empreen- do negócio. Não é raro, por exemplo, que na fase final dos seus cursos universitários
dedorismo é utilizado com diferentes pro- muitos indivíduos que criam empresas não são excelentes em termos da originalidade
pósitos para significar coisas aparentemente equacionem devidamente a posição que e qualidade das suas ideias de negócio. É
tão distintas como, por exemplo, criar o querem alcançar no longo-prazo, definam certo que por vezes o excesso de originali-
próprio emprego ou criar algo através objectivos irrealistas, criem negócios em dade esconde utopias sem aderência à dura
duma inovação e mudança, frequentemente que a oferta não vai de encontro ao merca- realidade do mercado mas, em média, é
mas não necessariamente de natureza tec- do escolhido, ou descurem o planeamento este o critério em que existe melhor
nológica. Noutras circunstâncias, o financeiro e de recursos humanos. desempenho. Sem surpresa, onde existem
empreendedorismo refere-se a uma qual- Na disciplina de Empreendedorismo de maiores fragilidades é ao nível da gestão
quer actividade que possui determinadas que sou responsável na Universidade do dos recursos e do potencial de crescimento
características (por exemplo, o crescimen- Minho, ao longo dos últimos anos tenho do negócio. Gerir recursos é algo que
to das vendas) e resultados (por exemplo, avaliado largas dezenas de projectos de requer experiência, algo que o ensino tem
criar riqueza), ao lançamento de novos criação de empresas. Nessa avaliação aplico dificuldades em transmitir. Quanto ao
negócios ou à revitalização de empresas já seis critérios: probabilidade de sobrevivên- potencial de crescimento de um negócio,
existentes. Em todo o caso, o significado cia do negócio; seu potencial de resultados; cada vez mais os jovens empreendedores
que talvez seja mais popular refere-se à qualidade, originalidade e execução da ideia têm que ter os horizontes abertos. Já não é
criação de empresas. de negócio; mecanismos de protecção da possível nem desejável que o seu mercado
Porque é que muitos indivíduos sentem concorrência; gestão dos recursos; e se limite à sua rua, à sua cidade ou ao seu
necessidade de empreender, criando potencial de crescimento do negócio. Estes país.
empresas? Há, grosso modo, dois grandes critérios são todos eles importantes; a
tipos de incentivos à actividade empreende-
dora. Um deles é de natureza económica e
o outro é de natureza sócio-psicológica.
Entre os incentivos de natureza económica
encontramos factores como, por exemplo,
a propensão para criar riqueza, criar o
próprio emprego ou satisfazer uma necessi-
dade de mercado. Os factores de ordem
sócio-psicológica que incentivam os
empreendedores resultam geralmente da
sua vontade em serem autónomos, realiza-
rem-se pessoalmente associando a activida-
de empreendedora ao seu estilo de vida e,
não raras vezes, desenvolverem actividades
altruístas. Quais destes factores são mais
importantes? Todos eles são importantes e
tudo leva a crer que os empreendedores
melhor sucedidos são incentivados simulta-
neamente por factores económicos e
sócio-psicológicos. Estes incentivos comple-
mentam-se e permitem criar a energia
necessária para os empreendedores vence-
rem os desafios que se colocam a si pró-
prios.
Os empreendedores são geralmente
ambiciosos e procuram atingir os seus fins
com método e determinação, pensam no
longo prazo, questionam constantemente
formas de pensar e agir, têm uma profunda
orientação para o mercado, dão importân-
cia aos detalhes da implementação dos
projectos, e querem melhorar continua-
mente. São, em síntese, espíritos inquietos.
Rede2020 GESTÃO ▪ ESTRATÉGIA ▪ MARKETING
empreender.blogspot.com
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