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Anemia Aplástica- Sinais, Sintomas E Tratamento Da

Doença
Postado em 27/04/2009 às 16:00 por Cabuloso.com - Visto 2250 vezes - aprovado por Cabuloso.com -
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O que é Anemia Aplástica?

A Anemia Aplástica ocorre quando a medula óssea produz em quantidade insuficiente


os três diferentes tipos de células sanguíneas existentes: glóbulos vermelhos, glóbulos
brancos e plaquetas. O termo Anemia pode ser reservado apenas para a deficiência de
glóbulos vermelhos, enquanto que a diminuição de leucócitos seria chamada de
leucopenia e a diminuição de plaquetas de trombocitopenia. A diminuição das três
linhagens celulares pode ser chamada de aplasia de medula.

Características Clínicas

A deficiência de hemácias produz sinais e sintomas relacionadas à capacidade reduzida


de transporte de oxigênio pelo sangue, portanto, os pacientes podem sofrer fadiga,
tonteiras, taquicardia ou fraqueza.
A deficiência de plaquetas (trombocitopenia) é vista como notável tendência para
formação de esquimoses e sangramentos, os quais afetam vários locais.
A deficiência dos leucócitos (neutropenia, leucopenia ou granulocitopenia) é a
complicação mais significativa desta doença, predispondo o paciente a infecções
bacterianas e fúngicas que frequentemente são a causa da morte.
Os achados orais relacionados na trombocitopenia incluem hemorragia gengival,
petéquias na mucosa oral, púrpura e esquimose.
A mucosa oral pode parecer pálida devido ao número reduzido de hemácias. As
ulcerações orais associadas a infecção que envolvem os tecidos gengivais. Eritema
mínimo é geralmente associada à periferia das úlceras. Hiperplasia gengival também
tem sido associada com a anemia aplásica.
Portadores desta patologia podem ter sangramentos pela trombocitopenia,sejam micro
sangramentos na forma de hematomas na pele ou sangramentos profusos; anemia
também pode acontecer e graves infecções, podendo chegar a quadro de septicemia.

Tratamento

O tratamento é inicialmente de suporte. São dados antibióticos apropriados para as


infecções que se desenvolverem, e transfusões de concentrados de hemácias ou
plaquetas são administrado para tratamento sintomáticos da anemia e dos problemas
hemorrágicos. Para uma terapia definitiva deve-se fazer um transplante de medula óssea
ou transplante de células-tronco do sangue periférico de um doador compatível.
Anemia Aplástica

A anemia aplástica é uma falência do processo de hematopoiese,


potencialmente fatal, caracterizada por uma deplecção nas reservas
medulares acompanhada de anemia grave, neutropenia e trombocitopenia. É
uma anemia normocrómica, normocítica. Esta patologia foi descrita pela
primeira vez por Ehrlich no final do século XIX, numa mulher jovem que
morreu abruptamente com anemia grave, hemorragias, aumento brusco da
temperatura e deficiência em células na medula óssea.

É uma doença que quando não tratada tem uma taxa média de
sobrevivência inferior a dez meses devido a infecções e hemorragias. A
anemia aplastica pode ser congénita (20%) ou de causas adquiridas (80%).

É uma doença rara apresentando uma incidência de aproximadamente


dois casos por 1 x 106 anualmente na Europa.

Na Ásia é 3 vezes mais frequente com uma incidência anual de 5 a 7 por


1 x 106.

Uma possível causa deste número aumentado de anemia na Ásia é a


maior utilização de cloranfenicol, tanto a nível humano como a nível animal,
pois embora o uso de cloranfenicol em animais destinados a consumo humano
tenha sido proibido na Europa e nos Estados Unidos da América, não foi
proibido na Ásia. (10,29,32,34,35,38)

Etiologia:
A medula óssea desempenha um papel essencial. Contém as células
estaminais que são percursoras dos glóbulos vermelhos, brancos e das
plaquetas. Uma vez produzidos deixam a medula e passam á corrente
sanguínea. A medula óssea tem necessidade de produzir continuamente novas
células de todos os tipos para substituírem as velhas. Os glóbulos vermelhos
vivem aproximadamente 120 dias, as plaquetas cerca de 7 dias e a maioria
dos glóbulos brancos dura um dia ou menos. A anemia aplástica acontece
quando a medula é danificada afectando a sua capacidade de produzir novas
células. (36, 37)
         

A etiologia da doença é muito diversa. Durante o século XX ficou claro


que alguns casos de anemia aplástica e falência medular são secundários à
exposição a tóxicos químicos, fármacos, radiação e agentes infecciosos.
No entanto, a anemia aplastica ocorre geralmente sem causa aparente e
é designada idiopática.
Em alguns casos, pode ser identificado um evento causador. Os casos
mais conhecidos são de fármacos como o cloranfenicol mas também de outras
fármacos, largamente utilizados, como a furosemida e o alopurinol. (34,38)
 
 
Causas da falência medular:
•    Altas
doses de radiação e tratamentos de quimioterapia (Embora estas
terapias destruam as células cancerígenas, também vão destruir células
saudáveis)
•    Exposição a químicos tóxicos (ex: pesticidas e insecticidas podem
causar anemia aplastica secundária, também o benzeno, componente da
gasolina, pode resultar no mesmo tipo de anemia)
•    Uso de certos fármacos (ex: medicamentos usados para tratar artrite
reumatóide e alguns antibióticos podem causar anemia aplastica secundária)
•    Doenças auto-imunes (ex; lupus, o sistema imune começa a atacar as
células saudáveis)
•    Infecção viral
•     Gravidez (anemia surge de processo  auto-imune)
•    Factores desconhecidos (Em cerca de metade dos casos os médicos não
conseguem identificar a causa) (36)
 

                                                                                                                                                          

                                                                                                                                                                        
(39)

                                                                    

Sinais e sintomas:
 

Os sintomas da anemia aplástica resultam da diminuição de um ou mais


tipos de células. Pode aparecer subitamente ou desenvolver-se lentamente ao
longo de semanas ou meses. A doença pode durar pouco tempo ou torna-se
crónica. Na ausência de tratamento pode progredir e tornar-se fatal. (36)

        Fadiga
        Falta de ar
        Batimento cardíaco acelerado
        Palidez
        Infecções frequentes ou prolongadas
        Equimoses inexplicadas ou frequentes
        Epistaxe ou hemorragia gengival
        Hemorragias prolongadas no caso de cortes
        Exantema cutâneo
        Tonturas
          Cefaleias (36)

Diagnóstico:
Hemograma: Valores de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas muito
baixos (36)

Biopsia à medula óssea: Para confirmar o diagnóstico a amostra de


medula é examinada para excluir a possibilidade de outras doenças
hematológicas. Na anemia aplastica a medula contém menos células que o
normal mas as que tem, possuem aspecto normal. Em doenças como
leucemia, e síndrome mielodisplásico a medula está repleta de células
anormais. (36)

Tratamento:
Transfusões sanguíneas:

Não curam mas aliviam sintomas.

Geralmente não há limite ao número de transfusões que se podem fazer


mas podem surgir complicações com múltiplas transfusões. Os glóbulos
vermelhos contém ferro que se pode acumular no corpo e pode danificar os
órgãos vitais. Outra possível complicação é o corpo poder vir a desenvolver
anticorpos contra os glóbulos vermelhos do dador tornando esta terapia
menos eficaz. Para alem disto, o sangue a transferir pode conter viroses e
outras infecções transmissíveis No entanto, esta situação é cada vez mais
rara. (36)

 
Imunosupressores
No caso de anemia aplastica auto-imune. (ex: ciclosporina, globulina
anti-timocito, corticosteróides) Os imunosupressores podem ser bastante
eficazes no tratamento esta anemia mas tem a desvantagem de
enfraquecerem o sistema imune e de após a sua tom a anemia poder voltar .
(36)
Estimulantes da medula óssea
Alguns fármacos que incluem factores estimulantes de granulócitos e
macrofagos podem ajudar a estimular a medula óssea a produzir novas
células. Os factores de crescimento podem funcionar bem em combinação uns
com os outros ou então associados a fármacos supressores para aliviar os
sintomas da anemia. (36)
 

Transplante de medula óssea


A substituição de tecido danificado por tecido novo de dador pode ser o
único tratamento de sucesso para pessoas com anemia aplástica grave. O
transplante pode curar a anemia, sem reincidências em 4 de um total 5 casos.
(36)

Para doentes com anemia adquirida grave a escolha do tratamento


depende da idade do paciente e da disponibilidade de dador compatível. Se o
transplante for possível deve ser considerado como tratamento de 1ª linha no
caso de haver dador irmão do paciente quando este tem até 55 anos. (7) Para
pacientes até aos 21 anos basta ter dador compatível que não necessita ser
pertencente à família. (40)

Este procedimento não está isento de riscos. Existe a hipótese de


rejeição do transplante levando a complicações. (36)
Se for encontrado dador compatível o procedimento começa por
submeter a radiação ou quimioterapia a medula do receptor . (36) Depois é
extraída medula saudável do dador e injectada via intravenosa na corrente
sanguínea do receptor onde vai migrar até ás cavidades da medula óssea e
dentro de 3 a 4 semanas poderá começar a originar novas células . (36)

(37)

Antibióticos
Ter anemia aplástica enfraquece o sistema imunitário ficando a pessoa
mais susceptível a infecções. Assim, nos casos de anemia aplástica grave
podem ser prescritos antibióticos. (36)

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