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Ilicitude
Tendo A realizado o tipo do artigo 148.º do CP, está indiciada a existência de um
acto ilícito.
O tipo objectivo de ilícito negligente supõe a violação de dever objectivo de
cuidado e a previsibilidade objectiva da realização típica.
No âmbito do ilícito deve averiguar-se se o agente observou o cuidado exigido
objectivamente ( pelas exigências de um homem normal e prudente colocado na posição
do agente).
Impõe-se nesta sede de aferir do dever objectivo de cuidado: ao homem médio
era exigível que usasse preservativo, esta era a norma de cuidado que se lhe impunha. É
comummente aceite que tal não exigiria esforço que qualquer pessoa fosse capaz .
Não parece existir qualquer causa que afaste essa ilicitude.
Culpa
Nos crimes negligentes deverá apurar-se se o agente, de acordo com a sua
capacidade individual, estava em condições de satisfazer as exigências objectivas de
cuidade e de prever o resultado.
Para tal cuidado era o A capaz? Penso que sim. O agente de acordo com as suas
qualidades e capacidade intelectual estava em condições de satisfazer as exigências
Caso Prático 1 – Resolução
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objectivas, uma vez que se diz no texto que A sabia que as relações sexuais eram uma
forma de transmissão da doença que de que sabia ser portador.
O agente representou como possível a realização de um facto que preenche um
tipo de crime, não se abstendo de o realizar, não querendo, no entanto que ele se
concretizasse.
Parece não existir qualquer causa que exclua a culpa de A, que conhece a ilicitude
do seu acto e que é imputável, em razão da idade e como nada se diz em relação ao seu
estado mental, presumimo-lo “normal”. A sua atitude é leviana, demonstrando uma
atitude pessoal no facto cometido denotado de indiferença pelo bem jurídico.
Punibilidade
Não faltam quaisquer condições de punibilidade
Conclusão
Concluimos que A actuou com negligência consciente, pois para além do que se
disse a propósito da violação do dever objectivo de cuidado, da previsibilidade do
resultado e da imputação objectiva do resultado à sua acção, há censurabilidade da acção
objectivamente violadora do dever de cuidado ( vimos que A tinha capacidade de culpa e
que podia prever o resultado).
A realizou o tipo de ilícito do artigo 148.º, n.º3 do CP.
Ludmila Marques