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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DISPLINA: LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS-LIBRAS


PROFESSORA: DÉBORA VASCONCELOS SOUZA CONRADO
ALUNA: ÉRIKA HOLANDA LOUPO DA SILVA

RESENHA DO FILME: E SEU NOME É JONAS

FORTELEZA-CE
2015
O filme “E seu nome é Jonas” é um filme lançado do final da década de 1970
que aborda como tema central as barreiras e preconceitos, muitos destes persistentes até
os dias atuais, que passam as pessoas com deficiência auditiva.
Através dele conhecemos as vivências de Jonas e as dificuldades que enfrentou,
convivendo em um mundo cercado de ouvintes, onde não havia aceitação do surdo
perante a família e a sociedade, problemática recorrente em muitas famílias e crianças
surdas na época.
Nas décadas passadas o primeiro empasse estava em diagnosticar o problema da
falta de audição o segundo referia-se os métodos para torná-los oralizados. Essas
práticas ao longo da história marginalizaram essas pessoas, proibindo-as de falarem e de
expressarem seus sentimentos através da língua de sinais, pois esta segundo os
especialistas da época, tornava a criança preguiçosa para falar e ouvir os demais.
Sabemos que atualmente as pesquisas na área, a disseminação da informação
minimizou tal problema, contudo ainda não é o suficiente, hoje muitas pessoas
consideradas “normais” ainda acreditam que um surdo, por este motivo, não tem
capacidade de se desenvolver em sua plenitude cognitivamente.
O medo do desconhecido e a falta de informação levou e leva ainda hoje a
discriminação do surdo. Assim como retratado no filme, muitas crianças eram
consideradas e diagnosticadas por médicos com problemas mentais.
Quando diagnosticadas surdas a oralização e por conseguinte a proibição dos
sinais era algo comum, o que tornava a criança muitas vezes agressiva, pois como a
oralização é um processo longo e nem sempre apresenta os resultados considerados
satisfatório.
Nesse processo, o surdo não é estimulado a aprender outras formas de
comunicação que não seja a fala ou escrita, portanto a criança não consegue se
comunicar, interagir, compreende e nem ser compreendida pelo mundo que a cerca,
visto que, a sociedade está estruturada apenas para os ouvintes.
É um mundo de sons e até há alguns anos, aqueles que fossem diferentes é que
deveriam desenvolver meios para se adequar a sociedade dos sons, incorporando e
adotando uma cultura sem sentido, sem significância.
No filme também podemos perceber o quanto é importante um “tratamento”
adequado, principalmente por parte dos pais, pois assim a criança passará por menos
situações de rejeição. Vemos que no filme o próprio pai da criança se reporta ao filho
usando o termo “retardado mental”, a mãe de Jonas ao perceber que as tentativas de
oralizá-lo eram falhas e sem progresso é quem procura para o filho e junto com ele
descobrir e conviver com outros surdos. Nesses casos as crianças eram consideradas
fracassadas, tendo como consequência que conviver com a surdez.
Quando se compreende que tem-se que conviver com a surdez que vemos como
Jonas e também outras famílias que chegam a este nível de compreensão, passam a
interagir com o mundo. É partir desse momento, do convívio com outros surdos, com a
língua de sinais que ele passa a se tornar uma “criança normal”.
O filme apesar de antigo aborda um problema social pertinente a nossa
sociedade moderna e da informação, portanto exerce uma função social quando nos faz
refletir acerca de situações da vida de um surdo, sendo muito importante para que os
ouvintes possam ver o quanto muitas vezes são egoístas e preconceituosos.
Quanto professora em formação é primordial compreender um pouco melhor da
cultura surda, visto que as escolas trabalham, em sua maioria, na perspectiva da inclusão
social. Dessa forma, buscam estratégias que corroborem para a inclusão e interação
social do deficiente auditivo, respeitando-o como um sujeito social autônomo,
valorando sua cultura seus conhecimentos de vida e mundo.

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