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TUTORIA 1 – MOD I – 6ª ETAPA

1) Descrever o TDAH (pag 1170)

Transtorno mental: síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na


regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos
psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental.
Frequentemente associados a sofrimento ou incapacidade significativos que afetam atividades sociais,
profissionais ou outras atividades importantes.

O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica que afeta pré-
escolares, crianças, adolescentes e adultos, tendo como característica um padrão de redução sustentada no
nível de atenção e intensificação na impulsividade ou hiperatividade.

Transtorno do neurodesenvolvimento/neurocomportamental definido por níveis prejudiciais de


desatenção, desorganização e/ou impulsividade -> afetam funcionalidade.

Com frequência apresentam deficiências na função acadêmica e em situações sociais e interpessoais.


Associado a transtornos de aprendizagem, de ansiedade, do humor e o do comportamento disruptivo.

Epidemiologia: afeta entre 7 a 8% das crianças em idade escolar 6 anos (>meninos); 2,5% nos adultos. 60 a
85% das crianças diagnosticadas continuam a atender aos critérios para o transtorno na adolescência, e até
60% permanecem sintomáticos na vida adulta.

Fatores de risco e prognostico (associados, mas não causais):


-Temperamentais: menor inibição comportamental, de controle a base de esforço ou de contenção,
afetividade negativa e/ou maior busca por novidades.
-Ambientais: muito baixo peso ao nascer, tabagismo na gestação, dieta, abuso infantil, negligencia, lares
adotivos, exposições a neurotoxina (Pb), infecções ou exposição ao álcool no útero.
-Genéticos: parentes de 1º grau, genes de transportadores de dopamina.
-Modificadores do curso: padrões de interação familiar no começo da infância provavelmente não causam
TDAH, embora possam influenciar seu curso ou contribuir para desenvolvimento secundário de problema de
conduta.
-Metabolismo catecolaminas: estudos mostram que pode ter aumento transportadores de dopamina,
levando a eliminação neurotransmissor da fenda sináptica mais rapidamente

Patogênese:

O envolvimento do córtex pré-frontal deve-se à alta utilização de dopamina e às conexões recíprocas com
outras regiões cerebrais que participam da atenção, da inibição, das tomadas de decisão, da inibição a
respostas, do trabalho de memória e da vigilância.

Locus Ceruleus possui receptores para NE e dopamina e controlam atenção devido serem responsáveis pela
liberação de Ne e serotonina (diminui atividade receptores adrenergicos no TDAH) não mantendo atenção.

Córtex parietal posterior recebe fibras noradrenergicas do Locus Ceruleus, mantendo o córtex pronto para
novo estímulos, e seu mau funcionamento gera o déficit de atenção.

Neuronios noradrenergicos no córtex pre-frontal estimulam processamento de estímulos, inibem estímulos


irrelevantes e restringem comportamento hiperativo, sua disfunção traz dificuldade atenção. Neurononios
não possuem neurotransmissores, logo gera a disfunção.
- Etiologia:
 Fatores neuroquímicos:
 Associação da dopamina e envolvimento do córtex pré-frontal (papel na atenção e regulação do
controle de impulsos).
 Sistema noradrenérgico central (origem no locus ceruleus) e periférico (disfunção na epinefrina
periférica provoca acúmulo com potencial para realimentar sistema central e “reajustar” locus ceruleus
para nível mais baixo) – com base no efeito dos estimulantes, que aumentam [ ] das catecolaminas,
promovendo liberação e bloqueio da reabsorção.
 Fatores neurofisiológicos: eletroencefalograma com aumento da atividade na faixa de frequência teta e
beta (lenta) nas regiões frontais, com maior tendência a aumento na labilidade do humor e ataques de
mau humor.
 Fatores neuroanatômicos:
 Correlações anatômicas entre córtices superior e temporal, focalizando atenção; regiões parietal e
estriatal externas com funções motoras executivas; hipocampo com memória; e córtex pré-frontal,
deslocando-se de um estímulo a outro. Envolvimento do tronco cefálico, que contém função do núcleo
talâmico reticular na atenção sustentada.
 Evidências de reduções volumétrica e de atividade nas regiões pré-frontais, cingulado anterior, globo
pálido, caudado, tálamo e cerebelo (RM, PET e SPECT). Adolescentes do sexo feminino com TDAH têm
metabolismo mais baixo da glicose total.

2) Descrever os critérios diagnósticos para TDAH

Diagnostico de transtorno mental clinico: ajuda prognostico e tratamento.

Critérios diagnósticos clinico (principal):


Lactantes com esse transtorno dormem pouco e choram bastante
Analise de atividade motora excessiva quando começam a andar.
Hiperatividade mais evidente na pre-escolar (não conseguem esperar para falar, responder).
Desatenção na fase escolar.
Sintomas menos claros na adolescência e vida adulta (estáveis), porem na adolescencia pode aparecer
transtorno de conduta e comportamentos antissociais.
Na fase adulta tem predomínio de desatenção (dificuldade planejamento e cumprimento de prazos),
conseguem conter hiperatividade (autocontrole)

-Padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e


no desenvolvimento, pode ser:

1. Desatenção: divagação em tarefas, falta de persistência, dificuldade de manter o foco e


desorganização. 6 ou + dos sintomas a seguir por pelo menos 6 meses em um grau que é inconsistente com
o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e
acadêmicas/profissionais. *Adolescentes => 17 anos e para adultos são necessários apenas 5, e não 6,
sintomas de desatenção ou hiperatividade e impulsividade.

 Não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou
durante outras atividades (p. ex., negligencia ou deixa passar detalhes, o trabalho é impreciso).
 Dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (p. ex., dificuldade de manter o
foco durante aulas, conversas ou leituras prolongadas).
 Parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente (p. ex., parece estar com a
cabeça longe, mesmo na ausência de qualquer distração óbvia).
 Não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres no
local de trabalho (p. ex., começa as tarefas, mas perde o foco e facilmente perde o rumo).
 Dificuldade para organizar tarefas e atividades (p. ex., dificuldade em gerenciar tarefas sequenciais;
dificuldade em manter materiais e objetos pessoais em ordem; trabalho desorganizado e desleixado;
mau gerenciamento do tempo; dificuldade em cumprir prazos).
 Evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado (p.
ex., trabalhos escolares ou lições de casa; para adolescentes mais velhos e adultos, preparo de
relatórios, preenchimento de formulários, revisão de trabalhos longos).
 Perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (p. ex., materiais escolares, lápis, livros,
instrumentos, carteiras, chaves, documentos, óculos, celular).
 Facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais velhos e adultos, pode incluir
pensamentos não relacionados).
 Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas (p. ex., realizar tarefas, obrigações;
para adolescentes mais velhos e adultos, retornar ligações, pagar contas, manter horários
agendados).

2. Hiperatividade e impulsividade: atividade motora excessiva e ações precipitados que ocorrem no


momento sem premeditação e com elevado potencial de dano a pessoa. 6 ou + dos sintomas a seguir por
pelo menos 6 meses em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm impacto
negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais. *Adolescentes => 17 anos e para
adultos são necessários apenas 5, e não 6, sintomas de desatenção ou hiperatividade e impulsividade.

 Remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira.


 Levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado (p. ex., sai do seu lugar
em sala de aula, no escritório ou em outro local de trabalho ou em outras situações que exijam que
se permaneça em um mesmo lugar).
 Corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado. (Em adolescentes ou adultos,
pode se limitar a sensações de inquietude.)
 Incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente.
 “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado” (p. ex., não consegue ou se sente
desconfortável em ficar parado por muito tempo, como em restaurantes, reuniões; outros podem
ver o indivíduo como inquieto ou difícil de acompanhar).
 Frequentemente fala demais.
 Deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída (p. ex., termina frases dos
outros, não consegue aguardar a vez de falar).
 Dificuldade para esperar a sua vez (p. ex., aguardar em uma fila).
 Frequentemente interrompe ou se intromete (p. ex., mete-se nas conversas, jogos ou atividades;
pode começar a usar as coisas de outras pessoas sem pedir ou receber permissão; para adolescentes
e adultos, pode intrometer-se em ou assumir o controle sobre o que outros estão fazendo).

-Precisam aparecer antes dos 12 anos (se adulto = relembrar sinais antes 12 anos). Começa na infancia
-Precisam estar presente em 2 ou mais ambientes (em casa, na escola, no trabalho; com amigos ou
parentes; em outras atividades). Confirmado por informantes que vejam a pessoa nesses ambientes
-Há evidências claras de que os sintomas interferem no funcionamento social, acadêmico ou profissional
ou de que reduzem sua qualidade.
-Os sintomas não são melhor explicados por outro transtorno mental (p. ex., transtorno do humor,
transtorno de ansiedade, transtorno dissociativo, transtorno da personalidade, intoxicação ou abstinência de
substância).
*Outro critério: Utah
Exame físico: alteração coordenação motora fina (index nariz)

Exame complementar (imagem): perda assimetria normal do cérebro, diminuição cortex pré-frontal
(disfunção neurônios noradrenergicos) e diminuição do núcleo da base (redução níveis dopamina, logo
menor inibição dos impulsos).

Não há marcador biológico. Geralmente, em comparação com pares, crianças com TDAH possuem
eletroencefalograma com aumento de ondas lentas, volume encefálico total reduzido na RNM e atraso na
maturação cortical no sentido póstero-anterior, porem não são diagnósticos.

Características associadas que apoiam diagnósticos: atrasos leves no desenvolvimento linguístico, motor ou
social. Baixa tolerância a frustração, irritabilidade ou labilidade do humor. Desempenho acadêmico ou
profissional costuma estar prejudicado. Pode ser acompanhado por ansiedade e sintomas depressivos.

Subtipo (pode ter TDAH com 6 fatores de pelo menos 1 dos dois grupos ou 6 fatores dos dois grupos):
Apresentação combinada: Critério 1 (desatenção) e o Critério 2 (hiperatividade-impulsividade) são
preenchidos nos últimos 6 meses.
Apresentação predominantemente desatenta: Critério 1 (desatenção) é preenchido, mas o Critério 2
(hiperatividade-impulsividade) não nos últimos 6 meses.
Apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva: Critério 2 (hiperatividade-impulsividade) é
preenchido, e o Critério 1 (desatenção) não nos últimos 6 meses.

Gravidade:
Leve: poucos sintomas além do necessário para o diagnostico, porem com pequeno prejuízo no
funcionamento social e profissional
Moderada: sintomas ou prejuízo funcional entre leve e grave presentes
Grave: muitos sintomas além do necessário para diagnostico que resultam em prejuízo acentuado no
funcionamento social ou profissional.

Diferencial:
-Transtorno de oposição desafiante (resistência a tarefas), transtorno explosivo intermitente (impulsividade,
porem com agressividade e sem desatenção), de personalidade (intrusão social, desregulação emocional e
cognitiva), de ansiedade (desatenção por preocupação), depressivo e especifico de aprendizagem (falta de
interesse no aprendizado), autismo (falta de envolvimento social, isolamento), bipolar (dificuldade de
concentração e aumento da impulsividade, mas de forma episódica) podem acompanhar TDAH.

Riscos: crianças ficaram excluídas das outras e adultos rejeição social devido não cumprimento de regras.

3) Descrever as possibilidades terapêuticas para TDAH (farmacologia metilfenidrato)

Terapia cognitivo comportamental (psicológico): seu objetivo principal é identificar padrões de


comportamento, pensamento, crenças e hábitos que estão na origem dos problemas, indicando, a partir
disso, técnicas para alterar essas percepções de forma positiva.

Identificam sentimentos, pensamentos e comportamentos de determinadas situações descritas pelo


paciente. A partir disso, alguns padrões vão sendo identificados. São esses padrões que determinam crenças
e percepções para cada experiência vivida.

Diante dos padrões mal adaptativos ou disfuncionais de pensamentos, cabe ao terapeuta auxiliar o paciente
a encontrar novas possibilidades de pensamentos alternativos e mais funcionais que possibilitem uma boa
adaptação à sua realidade social. Isso é feito a partir da determinação de um foco e de metas para que, com
o tempo, o paciente adquira sua autonomia e possa lidar com as questões por conta própria.

Criam estratégias (regras, consequências e recompensas), presença de ambiente calmo e sem distrações.

Junto com pais. Padrão de interação familiar

Psicopedagógico: considera fatores cognitivos, emocionais, sociais, biológicos, inerentes deste processo e a
partir de experiências individuais constroi estratégias que permitem que a pessoa consiga superar ou
minimizar suas dificuldades, conquistando avanços em suas aprendizagens.

Farmacológico:
Estimulantes (1ª linha -> efeitos colaterais toleráveis)
-Metilfenidato (ritalina – 1ª escolha, menos efeito adverso, concerta – liberação lenta de 10 a 12h, daitrana –
transdermico, regula dose por ser adesivo): psicoestimulante.
Mecanismo de ação: estimulo receptores alfa e beta-adrenergicos diretamente ou liberação de dopamina e
noradrenalina nos terminais sinápticos indiretamente, atuando nos transportadores fazendo a liberação dos
neurotransmissores.

Metilfenidato aumenta estimulo dos receptores do Locus Ceruleus = aumento atenção.

Metilfenidato de liberação estendida OROS (osmotic controlled release extended delivery system), de 10-12h,
1x/dia pela manhã

Efeitos adversos: redução apetite, perda de peso, dor abdominal (dificuldade crescimento), aconselha dar a
droga junto refeições. Insonia, tomar hoarios longe de dormir. Aumento eventos cardiovasculares (atenção
crianças cardiopatas), tontura. Cefaleia, uso analgesicos.

Casos de tique, psicose interrompe

-Anfetamina (Venvanse -> pro fármaco – demora mais pra começar agir): aprovado para crianças maiores de
6 anos.
Mecanismo de ação: liberam aminas biogênicas nos terminais nervosos e seus alvos são transportador
dopamina e transportados de monoaminas vesicular 2, fazendo liberação de dopamina e noradrenalina
(indiretamente). Estimula receptores alfa e beta-adrenergicos (diretamente).
Meia vida longa: efeito prolongado (10/12h), melhor na escola.
Efeitos adversos: inquietação, tontura, tremores, reflexos hiperativos, tensão, irritabilidade, fraqueza,
insônia, febre e euforia, pode ter delirium, alucinações paranoides, estado de pânico. Estimulação central
seguida de fadiga e depressão. Cardiovasculares, cefaleia, calafrios, palpitação, arritmias, dor anginosa. GI,
boca seca, gosto metálico, anorexia, náuseas, vomitos, diarreia

Não estimulante:

-Atomoxetina: estimulante inespecífico do SNC.

Mecanismo de ação: inibidor de recaptação de NE no terminal pre-sinaptico e não afeta transportadores


de serotonina e dopamina, quando os 2 primeiros não dao resultado, aumenta dose ate aparecer muito
efeito colateral.
Boa absorção GI, níveis plasmáticos máximos em 1-2h, t ½ 5h, adm 2x/dia
Efeitos adversos: sensação de irritabilidade, tonturas, sonolência, prisão de ventre, tosse, boca seca,
erupções cutâneas, insônia.

-Alfa-agonistas (clonidina):
Mecanismo de ação: agonista de receptores α2-adrenérgicos -> libera noraepinefrina e dopamina. Com
ação central com efeitos sobre córtex pré-frontal.
Clonidina: 2x/dia (manhã e noite), efeito de 24h/dia.
Efeitos adversos: sonolência, cefaleia, dor abdominal superior, fadiga; baixa PA e FC.

4) Caracterizar luto e luto patológico.

Luto sem complicações: reação normal à morte do ente querido, cuja perda causa em alguns sofrimento
com sintomas característicos de episódio depressivo maior (ex: insônia, apetite reduzido e perda de peso).
Resposta esperada: anseio intenso ou saudades da pessoa falecida, tristeza intensa e dor emocional
e preocupação com a pessoa falecida ou com as circunstâncias da morte são respostas esperadas no luto.
-No luto, os pensamentos estão ligados ao que se perdeu (vazio) sem os sentimentos de menos valia. A
tristeza no luto pode diminuir de intensidade ao longo de dias a semanas, ocorrendo em ondas, conhecidas
como “dores do luto”, associadas a pensamentos ou lembranças do falecido.
A dor do luto pode vir acompanhada de emoções e humor positivos que não são característicos da
infelicidade e angústia generalizadas de um EDM.
O conteúdo do pensamento associado ao luto geralmente apresenta preocupação com pensamentos e
lembranças do falecido, em vez das ruminações autocríticas ou pessimistas encontradas no EDM.
No luto, a autoestima costuma estar preservada, ao passo que no EDM sentimentos de desvalia e aversão a
si mesmo são comuns.
A ideação autodepreciativa no luto envolve a percepção de falhas em relação ao falecido (p. ex., não ter
feito visitas com frequência suficiente, não dizer ao falecido o quanto o amava). Se um indivíduo enlutado
pensa em morte e em morrer, tais pensamentos costumam ter o foco no falecido e possivelmente em “se
unir” a ele, enquanto no EDM esses pensamentos têm o foco em acabar com a própria vida em razão dos
sentimentos de desvalia, de não merecer estar vivo ou da incapacidade de enfrentar a dor da depressão.

Duração luto: não se encerra em um intervalo prescrito (varia nas diferentes culturas). Acima 12 meses
diferencia em luto persistente e 6 meses para criança.

Pesar: processo em que luto é resolvido.


Existem reações emocionais próprias do luto, essas reações funcionam como um mecanismo de defesa e são
compreendidas por estágios do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.
-Na negação o indivíduo não aceita a informação, pode ser temporária ou persistente.
-Na raiva emergem sentimentos, nomeadamente como a ira, a revolta e o ressentimento.
-Na barganha é comum o enlutado negociar com a dor, pensar em possibilidades, e assim passa a ter
dias bons e ruins.
-Na depressão o indivíduo experiencia sentimentos de apatia e tristeza prolongada. Não tendo
vontade de fazer atividades que antes lhe davam prazer.
-Aceitação entra em paz com a situação da perda, ressignificando a própria vida. 

Os estágios do luto são reações saudáveis perante à perda e devem ser vivenciadas até o fim, a falta do
processo natural do luto pode indicar uma psicopatologia ou um luto complicado, podendo se fixar em um
dos estágios (negação ou a depressão). 
Tipos de luto complicado:
Luto antecipatório: lento processo de morte (doença, ferimento, atividade de alto risco), pode
suavizar uma futura morte
Luto crônico: acentuado por amargura e idealização da pessoa morta, geralmente quando foram
próxima, dependente ou quando falta apoio social.
Luto hipertrófico: comuns em mortes repentinas e inesperadas. Reações muito intensas,
retraimento frequente (ocorre pertubamento na estabilidade familiar)
Luto tardio: sem luto ou inibido quando se espera sinais e sintomas explícitos de pesar (negação
prolongada).

Transtorno de luto complexo persistente: caracterizado por reações de luto e pesar persistentes

1. O indivíduo experimentou a morte de alguém com quem tinha um relacionamento próximo.


2. Pelo menos 1 dos seguintes sintomas em um grau clinicamente significativo na maioria dos dias e
dura pelo menos 12 meses após a morte (adultos) e 6 meses (crianças):
 Saudade persistente do falecido. Em crianças pequenas, a saudade pode ser expressa em
brincadeiras e no comportamento, incluindo comportamentos que refletem ser separado de
e também voltar a unir-se a um cuidador ou outra figura de apego.
 Intenso pesar e dor emocional em resposta à morte.
 Preocupação com o falecido.
 Preocupação com as circunstâncias da morte. Em crianças, essa preocupação com o
falecido pode ser expressa por meio dos temas de brincadeiras e comportamento e pode se
estender à preocupação com a possível morte de outras pessoas próximas a elas.
3. Pelo menos 1 dos seguintes sintomas em um grau clinicamente significativo na maioria dos dias e
dura pelo menos 12 meses após a morte (adultos) e 6 meses (crianças):

Sofrimento reativo à morte

1. Marcada dificuldade em aceitar a morte. Em crianças, isso depende de sua capacidade de


compreender o significado e a continuidade da morte.
2. Experimentar incredulidade ou entorpecimento emocional quanto à perda.
3. Dificuldade com memórias positivas a respeito do falecido.
4. Amargura ou raiva relacionada à perda.
5. Avaliações desadaptativas sobre si mesmo em relação ao falecido ou à morte (p. ex., autoacusação).
6. Evitação excessiva de lembranças da perda (p. ex., evitação de indivíduos, lugares ou situações
associados ao falecido; em crianças, isso pode incluir a evitação de pensamentos e sentimentos
relacionados ao falecido).

Perturbação social/da identidade

7. Desejo de morrer a fim de estar com o falecido.


8. Dificuldade de confiar em outros indivíduos desde a morte.
9. Sentir-se sozinho ou isolado dos outros indivíduos desde a morte.
10. Sentir que a vida não tem sentido ou é vazia sem o falecido ou a crença de que o indivíduo não
consegue funcionar sem o falecido.
11. Confusão quanto ao próprio papel na vida ou senso diminuído quanto à própria identidade (p. ex.,
sentir que uma parte de si morreu com o falecido).
12. Dificuldade ou relutância em buscar interesses desde a perda ou em planejar o futuro (p. ex.,
amizades, atividades).

4. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social,


profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

5. A reação de luto é desproporcional ou inconsistente com as normas culturais, religiosas ou


apropriadas à idade.
Especificar se: Com luto traumático: Luto devido a homicídio ou suicídio com preocupações angustiantes
persistentes referentes à natureza traumática da morte (frequentemente em resposta a lembranças da
perda), incluindo os últimos momentos do falecido, grau de sofrimento e lesão mutiladora ou a natureza
maldosa ou intencional da morte.

O luto complicado se enquadra no episódio depressivo maior (EDM), que pode ser causado por varios
fatores, incluindo “perdas”.

-EDM existe um humor deprimido persistente e incapacitante que dificulta a antecipação da felicidade ou
prazer, esse quadro é caracterizado pela baixa autoestima (aversão própria). O humor deprimido de um
EDM é mais persistente e não está ligado a pensamentos ou preocupações específicos
O luto se torna patológico quando se enquadra nos critérios de diagnóstico para EDM:

1. 5 ou + sintomas presentes durante período de 2 semanas e representam uma mudança em relação


ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de
interesse ou prazer.
Nota: Não incluir sintomas que sejam claramente atribuíveis a outra condição médica.
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato
subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio ou sem esperança) ou por observação feita por outra
pessoa (p. ex., parece choroso).
2. Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas, ou quase todas, as atividades na
maior parte do dia, quase todos os dias (conforme indicado por relato subjetivo ou
observação).
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p.ex., mudança de mais de
5% do peso corporal em um mês) ou redução ou aumento no apetite quase todos os dias.
(Nota: Em crianças, considerar o insucesso em obter o peso esperado.)
4. Insônia ou hipersonia quase diária.
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observável por outras pessoas; não
meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento).
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes)
quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente).
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão quase todos os dias (por
relato subjetivo ou observação feita por outra pessoa).
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida
recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer
suicídio.
2. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social,
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
3. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou outra condição médica.

5) Reconhecer o risco de aumento da medicalização.

Fazer uma boa anamnese e fazer um bom julgamento clinico. Ter um transtorno mental, não indica que
precisa de tratamento. Necessidade de tratamento depende do julgamento clinico da gravidade dos
sintomas, importância dos sintomas (ideação suicida), sofrimento paciente, deficiência ou incapacidade
relacionada aos sintomas do paciente, riscos e benefícios dos tratamentos disponíveis e outros fatores (p.
ex., sintomas psiquiátricos complicadores de outras doenças).

Pode ter pessoas que não se encaixam com transtorno, mas precisam de tratamento
APENDICE

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