Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica que afeta pré-
escolares, crianças, adolescentes e adultos, tendo como característica um padrão de redução sustentada no
nível de atenção e intensificação na impulsividade ou hiperatividade.
Epidemiologia: afeta entre 7 a 8% das crianças em idade escolar 6 anos (>meninos); 2,5% nos adultos. 60 a
85% das crianças diagnosticadas continuam a atender aos critérios para o transtorno na adolescência, e até
60% permanecem sintomáticos na vida adulta.
Patogênese:
O envolvimento do córtex pré-frontal deve-se à alta utilização de dopamina e às conexões recíprocas com
outras regiões cerebrais que participam da atenção, da inibição, das tomadas de decisão, da inibição a
respostas, do trabalho de memória e da vigilância.
Locus Ceruleus possui receptores para NE e dopamina e controlam atenção devido serem responsáveis pela
liberação de Ne e serotonina (diminui atividade receptores adrenergicos no TDAH) não mantendo atenção.
Córtex parietal posterior recebe fibras noradrenergicas do Locus Ceruleus, mantendo o córtex pronto para
novo estímulos, e seu mau funcionamento gera o déficit de atenção.
Não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou
durante outras atividades (p. ex., negligencia ou deixa passar detalhes, o trabalho é impreciso).
Dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (p. ex., dificuldade de manter o
foco durante aulas, conversas ou leituras prolongadas).
Parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente (p. ex., parece estar com a
cabeça longe, mesmo na ausência de qualquer distração óbvia).
Não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres no
local de trabalho (p. ex., começa as tarefas, mas perde o foco e facilmente perde o rumo).
Dificuldade para organizar tarefas e atividades (p. ex., dificuldade em gerenciar tarefas sequenciais;
dificuldade em manter materiais e objetos pessoais em ordem; trabalho desorganizado e desleixado;
mau gerenciamento do tempo; dificuldade em cumprir prazos).
Evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado (p.
ex., trabalhos escolares ou lições de casa; para adolescentes mais velhos e adultos, preparo de
relatórios, preenchimento de formulários, revisão de trabalhos longos).
Perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (p. ex., materiais escolares, lápis, livros,
instrumentos, carteiras, chaves, documentos, óculos, celular).
Facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais velhos e adultos, pode incluir
pensamentos não relacionados).
Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas (p. ex., realizar tarefas, obrigações;
para adolescentes mais velhos e adultos, retornar ligações, pagar contas, manter horários
agendados).
-Precisam aparecer antes dos 12 anos (se adulto = relembrar sinais antes 12 anos). Começa na infancia
-Precisam estar presente em 2 ou mais ambientes (em casa, na escola, no trabalho; com amigos ou
parentes; em outras atividades). Confirmado por informantes que vejam a pessoa nesses ambientes
-Há evidências claras de que os sintomas interferem no funcionamento social, acadêmico ou profissional
ou de que reduzem sua qualidade.
-Os sintomas não são melhor explicados por outro transtorno mental (p. ex., transtorno do humor,
transtorno de ansiedade, transtorno dissociativo, transtorno da personalidade, intoxicação ou abstinência de
substância).
*Outro critério: Utah
Exame físico: alteração coordenação motora fina (index nariz)
Exame complementar (imagem): perda assimetria normal do cérebro, diminuição cortex pré-frontal
(disfunção neurônios noradrenergicos) e diminuição do núcleo da base (redução níveis dopamina, logo
menor inibição dos impulsos).
Não há marcador biológico. Geralmente, em comparação com pares, crianças com TDAH possuem
eletroencefalograma com aumento de ondas lentas, volume encefálico total reduzido na RNM e atraso na
maturação cortical no sentido póstero-anterior, porem não são diagnósticos.
Características associadas que apoiam diagnósticos: atrasos leves no desenvolvimento linguístico, motor ou
social. Baixa tolerância a frustração, irritabilidade ou labilidade do humor. Desempenho acadêmico ou
profissional costuma estar prejudicado. Pode ser acompanhado por ansiedade e sintomas depressivos.
Subtipo (pode ter TDAH com 6 fatores de pelo menos 1 dos dois grupos ou 6 fatores dos dois grupos):
Apresentação combinada: Critério 1 (desatenção) e o Critério 2 (hiperatividade-impulsividade) são
preenchidos nos últimos 6 meses.
Apresentação predominantemente desatenta: Critério 1 (desatenção) é preenchido, mas o Critério 2
(hiperatividade-impulsividade) não nos últimos 6 meses.
Apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva: Critério 2 (hiperatividade-impulsividade) é
preenchido, e o Critério 1 (desatenção) não nos últimos 6 meses.
Gravidade:
Leve: poucos sintomas além do necessário para o diagnostico, porem com pequeno prejuízo no
funcionamento social e profissional
Moderada: sintomas ou prejuízo funcional entre leve e grave presentes
Grave: muitos sintomas além do necessário para diagnostico que resultam em prejuízo acentuado no
funcionamento social ou profissional.
Diferencial:
-Transtorno de oposição desafiante (resistência a tarefas), transtorno explosivo intermitente (impulsividade,
porem com agressividade e sem desatenção), de personalidade (intrusão social, desregulação emocional e
cognitiva), de ansiedade (desatenção por preocupação), depressivo e especifico de aprendizagem (falta de
interesse no aprendizado), autismo (falta de envolvimento social, isolamento), bipolar (dificuldade de
concentração e aumento da impulsividade, mas de forma episódica) podem acompanhar TDAH.
Riscos: crianças ficaram excluídas das outras e adultos rejeição social devido não cumprimento de regras.
Diante dos padrões mal adaptativos ou disfuncionais de pensamentos, cabe ao terapeuta auxiliar o paciente
a encontrar novas possibilidades de pensamentos alternativos e mais funcionais que possibilitem uma boa
adaptação à sua realidade social. Isso é feito a partir da determinação de um foco e de metas para que, com
o tempo, o paciente adquira sua autonomia e possa lidar com as questões por conta própria.
Criam estratégias (regras, consequências e recompensas), presença de ambiente calmo e sem distrações.
Psicopedagógico: considera fatores cognitivos, emocionais, sociais, biológicos, inerentes deste processo e a
partir de experiências individuais constroi estratégias que permitem que a pessoa consiga superar ou
minimizar suas dificuldades, conquistando avanços em suas aprendizagens.
Farmacológico:
Estimulantes (1ª linha -> efeitos colaterais toleráveis)
-Metilfenidato (ritalina – 1ª escolha, menos efeito adverso, concerta – liberação lenta de 10 a 12h, daitrana –
transdermico, regula dose por ser adesivo): psicoestimulante.
Mecanismo de ação: estimulo receptores alfa e beta-adrenergicos diretamente ou liberação de dopamina e
noradrenalina nos terminais sinápticos indiretamente, atuando nos transportadores fazendo a liberação dos
neurotransmissores.
Metilfenidato de liberação estendida OROS (osmotic controlled release extended delivery system), de 10-12h,
1x/dia pela manhã
Efeitos adversos: redução apetite, perda de peso, dor abdominal (dificuldade crescimento), aconselha dar a
droga junto refeições. Insonia, tomar hoarios longe de dormir. Aumento eventos cardiovasculares (atenção
crianças cardiopatas), tontura. Cefaleia, uso analgesicos.
-Anfetamina (Venvanse -> pro fármaco – demora mais pra começar agir): aprovado para crianças maiores de
6 anos.
Mecanismo de ação: liberam aminas biogênicas nos terminais nervosos e seus alvos são transportador
dopamina e transportados de monoaminas vesicular 2, fazendo liberação de dopamina e noradrenalina
(indiretamente). Estimula receptores alfa e beta-adrenergicos (diretamente).
Meia vida longa: efeito prolongado (10/12h), melhor na escola.
Efeitos adversos: inquietação, tontura, tremores, reflexos hiperativos, tensão, irritabilidade, fraqueza,
insônia, febre e euforia, pode ter delirium, alucinações paranoides, estado de pânico. Estimulação central
seguida de fadiga e depressão. Cardiovasculares, cefaleia, calafrios, palpitação, arritmias, dor anginosa. GI,
boca seca, gosto metálico, anorexia, náuseas, vomitos, diarreia
Não estimulante:
-Alfa-agonistas (clonidina):
Mecanismo de ação: agonista de receptores α2-adrenérgicos -> libera noraepinefrina e dopamina. Com
ação central com efeitos sobre córtex pré-frontal.
Clonidina: 2x/dia (manhã e noite), efeito de 24h/dia.
Efeitos adversos: sonolência, cefaleia, dor abdominal superior, fadiga; baixa PA e FC.
Luto sem complicações: reação normal à morte do ente querido, cuja perda causa em alguns sofrimento
com sintomas característicos de episódio depressivo maior (ex: insônia, apetite reduzido e perda de peso).
Resposta esperada: anseio intenso ou saudades da pessoa falecida, tristeza intensa e dor emocional
e preocupação com a pessoa falecida ou com as circunstâncias da morte são respostas esperadas no luto.
-No luto, os pensamentos estão ligados ao que se perdeu (vazio) sem os sentimentos de menos valia. A
tristeza no luto pode diminuir de intensidade ao longo de dias a semanas, ocorrendo em ondas, conhecidas
como “dores do luto”, associadas a pensamentos ou lembranças do falecido.
A dor do luto pode vir acompanhada de emoções e humor positivos que não são característicos da
infelicidade e angústia generalizadas de um EDM.
O conteúdo do pensamento associado ao luto geralmente apresenta preocupação com pensamentos e
lembranças do falecido, em vez das ruminações autocríticas ou pessimistas encontradas no EDM.
No luto, a autoestima costuma estar preservada, ao passo que no EDM sentimentos de desvalia e aversão a
si mesmo são comuns.
A ideação autodepreciativa no luto envolve a percepção de falhas em relação ao falecido (p. ex., não ter
feito visitas com frequência suficiente, não dizer ao falecido o quanto o amava). Se um indivíduo enlutado
pensa em morte e em morrer, tais pensamentos costumam ter o foco no falecido e possivelmente em “se
unir” a ele, enquanto no EDM esses pensamentos têm o foco em acabar com a própria vida em razão dos
sentimentos de desvalia, de não merecer estar vivo ou da incapacidade de enfrentar a dor da depressão.
Duração luto: não se encerra em um intervalo prescrito (varia nas diferentes culturas). Acima 12 meses
diferencia em luto persistente e 6 meses para criança.
Os estágios do luto são reações saudáveis perante à perda e devem ser vivenciadas até o fim, a falta do
processo natural do luto pode indicar uma psicopatologia ou um luto complicado, podendo se fixar em um
dos estágios (negação ou a depressão).
Tipos de luto complicado:
Luto antecipatório: lento processo de morte (doença, ferimento, atividade de alto risco), pode
suavizar uma futura morte
Luto crônico: acentuado por amargura e idealização da pessoa morta, geralmente quando foram
próxima, dependente ou quando falta apoio social.
Luto hipertrófico: comuns em mortes repentinas e inesperadas. Reações muito intensas,
retraimento frequente (ocorre pertubamento na estabilidade familiar)
Luto tardio: sem luto ou inibido quando se espera sinais e sintomas explícitos de pesar (negação
prolongada).
Transtorno de luto complexo persistente: caracterizado por reações de luto e pesar persistentes
O luto complicado se enquadra no episódio depressivo maior (EDM), que pode ser causado por varios
fatores, incluindo “perdas”.
-EDM existe um humor deprimido persistente e incapacitante que dificulta a antecipação da felicidade ou
prazer, esse quadro é caracterizado pela baixa autoestima (aversão própria). O humor deprimido de um
EDM é mais persistente e não está ligado a pensamentos ou preocupações específicos
O luto se torna patológico quando se enquadra nos critérios de diagnóstico para EDM:
Fazer uma boa anamnese e fazer um bom julgamento clinico. Ter um transtorno mental, não indica que
precisa de tratamento. Necessidade de tratamento depende do julgamento clinico da gravidade dos
sintomas, importância dos sintomas (ideação suicida), sofrimento paciente, deficiência ou incapacidade
relacionada aos sintomas do paciente, riscos e benefícios dos tratamentos disponíveis e outros fatores (p.
ex., sintomas psiquiátricos complicadores de outras doenças).
Pode ter pessoas que não se encaixam com transtorno, mas precisam de tratamento
APENDICE