utilizar o nosso teste para as perturbações do espetro PHDA / TDAH - para além de analisar a sua pontuação, terá acesso a um vasto material didático sobre as perturbações hipercinéticas. Perturbação de hiperatividade com défice de atenção (PHDA) (português europeu) ou transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) (português brasileiro) é uma perturbação do neurodesenvolvimento caracterizada por desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade em graus inconsistentes com o nível de desenvolvimento do indivíduo. Os critérios de diagnóstico requerem que os sintomas se comecem a manifestar antes dos doze anos de idade, que estejam presentes durante mais de seis meses e que causem problemas em pelo menos dois cenários diferentes, como na escola e em casa, por exemplo. Em crianças, a desatenção é muitas vezes a causa de maus resultados escolares. Embora cause dificuldades, sobretudo na sociedade contemporânea, muitas crianças com PHDA conseguem se concentrar em tarefas que consideram interessantes.
Características
O transtorno se caracteriza por frequente comportamento de
desatenção, inquietude e impulsividade, em pelo menos dois contextos diferentes (casa, escola, trabalho, etc). O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM IV) subdivide o TDAH em três tipos:
• TDAH com predomínio de sintomas de desatenção;
• TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade e; • TDAH combinado.
Na década de 1980, a partir de novas investigações, passou-se a
ressaltar aspectos cognitivos na definição de síndrome, principalmente o déficit de atenção e a impulsividade ou falta de controle, considerando-se, além disso, que a atividade motora excessiva é resultado do alcance reduzido da atenção do indivíduo e da mudança contínua de objetivos e metas a que é submetido.
O transtorno é reconhecido pela OMS (Organização Mundial
da Saúde), tendo inclusive em muitos países, lei de proteção, assistência e ajuda tanto aos portadores quanto aos seus familiares. Segundo a OMS e a Associação Psiquiátrica Americana, o TDAH é um transtorno psiquiátrico que tem como características básicas a desatenção, a agitação (hiperatividade) e a impulsividade, podendo levar a dificuldades emocionais, de relacionamento, bem como a baixo desempenho escolar e outros problemas de saúde mental. Embora o indivíduo tenha muitas vezes uma inteligência normal ou acima da média, o estado é caracterizado por problemas de aprendizado e comportamento. As pessoas que interagem regularmente com alguém com TDAH muitas vezes têm dificuldades para lidar e compreender a falta de atenção, impulsividade, instabilidade emocional, e todas as diferenças que existem entre o considerado comportamento normal e o de alguém com TDAH. Há especialistas que defendem o uso de medicamentos; outros acreditam que o indivíduo, sua família e seus professores devem aprender a lidar com o problema sem a utilização de medicamentos — através de psicoterapia e aconselhamento familiar, por exemplo[carece de fontes]. Há, portanto, muita controvérsia sobre o assunto.
No contexto escolar, o TDAH é utilizado como uma
justificativa para problemas como repetência de séries, atraso escolar, dificuldade de aprendizagem e foco. Essa justificativa na realidade só mascara uma dificuldade de apropriação do conteúdo científico por diversas razões, que não exclusivamente o transtorno. Dessa forma, o indivíduo tem atribuído a si uma condição de anormalidade, excluindo assim o social, numa tentativa de afirmar a patologia e acarretando numa necessidade de medicação.
O indivíduo com déficit de atenção muitas vezes se sente
isolado e diferente dos colegas e amigos, mas não entende por que é tão diferente. Fica afetado com suas próprias dificuldades em realizar tarefas que alguém sem TDAH realiza sem problemas. Isto pode levar a outros problemas como a baixa autoestima, stress, isolamento, etc.
Independentemente do tipo de TDAH, a fase mais crítica
apresenta-se na infância e adolescência, já que são os anos em que se forma de forma mais acentuada não só a personalidade, mas o trajeto profissional a seguir, e consequentemente o futuro do indivíduo.
O TDAH é acima de tudo um conjunto de características de
comportamento que não se ajusta da melhor forma na sociedade atual, em que se espera tanto no período escolar, como já na fase adulta e consequente ambiente profissional, padrões de comportamento muitas vezes opostos aos de alguém com TDAH. Exemplos disso são o sistema de ensino e o típico trabalho de escritório, em que se espera longos períodos de atenção à tarefa designada, e longos períodos de inatividade física ao estar sentado na sala de aula ou no escritório respectivamente.
Critérios do DSM-5 para a PHDA / TDAH
DSM-5: Critérios de Diagnóstico da Perturbação de
Hiperatividade / Défice de Atenção: CRITÉRIO A. Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere com o funcionamento ou desenvolvimento, caracterizado por (1) e/ou (2).
(A1) Desatenção: 6 (ou mais) dos seguintes sintomas
persistiram pelo menos durante 6 meses num grau que é inconsistente com o nível de desenvolvimento e que tem impacto negativo direto nas atividades sociais e académicas/ocupacionais:
Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de
comportamentos de oposição, desafio, hostilidade ou falhas na compreensão de tarefas ou instruções. Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos e mais) são necessários pelo menos 5 sintomas.
1. Frequentemente, falha em prestar atenção suficiente aos
pormenores ou comete erros por descuido nas tarefas escolares, no trabalho ou noutras atividades (por exemplo, negligência ou perde pormenores, o trabalho é impreciso). 2. Frequentemente, tem dificuldades em manter a atenção no desempenho de tarefas ou atividades (por exemplo, tem dificuldades em manter-se concentrado durante as aulas, conversas ou leitura prolongada). 3. Frequentemente, parece não ouvir quando se lhe fala diretamente (por exemplo, parece estar com o pensamento noutro assunto, mesmo na ausência de uma distração óbvia). 4. Frequentemente, não segue as instruções e não termina os trabalhos escolares, encargos ou deveres no local de trabalho (por exemplo, inicia as tarefas, mas depressa perde a concentração e é facilmente desviado). 5. Frequentemente, tem dificuldades em organizar tarefas e atividades (por exemplo, dificuldade em gerir tarefas sequenciais; dificuldade em manter materiais e pertences em ordem; trabalho confuso e desorganizado; tem uma pobre gestão de tempo; falha em cumprir prazos). 6. Frequentemente, evita, não gosta ou está relutante em envolver-se em tarefas que requeiram um esforço mental mantido (por exemplo, trabalhos escolares ou de casa; para adolescentes mais velhos e adultos, preparar relatórios, completar formulários, rever textos longos). 7. Frequentemente, perde objetos necessários para tarefas ou atividades (por exemplo, materiais escolares, lápis, livros, ferramentas, carteiras, chaves, documentos, óculos, telemóveis). 8. Frequentemente, é facilmente distraído por estímulos alheios (para adolescentes mais velhos e adultos podem-se incluir pensamentos não relacionados). 9. Esquece-se com frequência das atividades quotidianas (por exemplo, efetuar tarefas, fazer recados; para adolescentes mais velhos e adultos, devolver chamadas, pagar contas, manter compromissos).
(A2) Hiperatividade e Impulsividade: 6 (ou mais) dos
seguintes sintomas persistiram pelo menos durante 6 meses num grau que é inconsistente com o nível de desenvolvimento e que tem impacto negativo direto nas atividades sociais e académicas/ocupacionais:
Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de
comportamentos de oposição, desafio, hostilidade ou falhas na compreensão de tarefas ou instruções. Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos e mais) são necessários pelo menos 5 sintomas. 1. Frequentemente, agita ou bate com as mãos e os pés ou remexe-se quando está sentado. 2. Frequentemente, levanta-se em situações em que se espera que esteja sentado (por exemplo, levanta-se do seu lugar na sala de aula, no escritório ou outro local de trabalho ou noutras situações que requerem permanecer sentado). 3. Frequentemente, corre ou salta em situações em que é inadequado fazê-lo (nota: em adolescentes ou adultos pode limitar-se a sentir-se irrequieto). 4. Frequentemente, é incapaz de jogar ou envolver-se com tranquilidade em atividades de lazer. 5. Está frequentemente «em movimento», agindo como se estivesse «ligado a um motor» (por exemplo, sente-se desconfortável ou é incapaz de estar quieto por períodos extensos, como em restaurantes, encontros; pode ser experienciado por outros como estando impaciente ou com dificuldade em acompanhar). 6. Frequentemente, fala em excesso. 7. Frequentemente, precipita as respostas antes que as perguntas tenham acabado (por exemplo, completa as frases das pessoas; não consegue esperar pela sua vez de entra na conversa). 8. Frequentemente, tem dificuldades em esperar pela sua vez (por exemplo, enquanto espera numa fila). 9. Frequentemente, interrompe ou interfere nas atividades dos outros (por exemplo, intromete-se nas conversas, jogos ou atividades; pode começar a usar as coisas das outras pessoas sem pedir ou receber permissão; para adolescentes e adultos, pode intrometer-se ou assumir o controlo do que os outros estão a fazer). Tipos de Apresentação:
Existem 3 tipos de apresentação da PHDA, consoante a
frequência e intensidade dos comportamentos de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que a criança/adulto exibe.
1. Apresentação Combinada ocorre quando estão
preenchidos o CRITÉRIO A1 (Desatenção) e o CRITÉRIO A2 (Hiperatividade-Impulsividade). 2. Apresentação Predominantemente de Desatenção ocorre quando está preenchido o CRITÉRIO A1 (Desatenção), mas não o CRITÉRIO A2 (Hiperatividade-Impulsividade). 3. Apresentação Predominantemente de Hiperatividade-Impulsividade ocorre quando está preenchido o CRITÉRIO A2 (Hiperatividade- Impulsividade), mas não o CRITÉRIO A1 (Desatenção). Linhas directas e apoio
◦ https://apdch.net/ Bibliografia
1. Neurodevelopmental Disorders. (2013). In Diagnostic
and Statistical Manual of Mental Disorders. American Psychiatric Association. 2. Canela, C., Buadze, A., Dube, A., Eich, D., & Liebrenz, M. (2017). Skills and compensation strategies in adult ADHD – A qualitative study. PLoS ONE, 12(9), e0184964. 3. Mitchell, J. T., McIntyre, E. M., English, J. S., Dennis, M. F., Beckham, J. C., & Kollins, S. H. (2017). A Pilot Trial of Mindfulness Meditation Training for Attention- Deficit/Hyperactivity Disorder in Adulthood: Impact on Core Symptoms, Executive Functioning, and Emotion Dysregulation. Journal of Attention Disorders, 21(13), 1105–1120. 4. https://en.wikipedia.org/