Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A PHDA caracteriza-se por um padrão persistente de pelo menos 6 meses de sintomas de Falta
de Atenção, de Hiperactividade e/ou de Impulsividade.
Não basta ter estes sintomas mas que os mesmos tenham uma intensidade desadaptativa e
inconsistente relativamente ao nível de desenvolvimento e que causam défices que surgem
frequentemente antes dos 7 anos de idade.
2
E que sintomas são esses?
Esquece-se com
frequência das
actividades
quotidianas.
3
E a PHDA é toda igual?
No Tipo Predominantemente Desatento - persistem durante pelo menos seis meses (ou mais),
6 sintomas de falta de atenção (mas menos que seis sintomas de hiperactividade-
impulsividade);
No Tipo Misto – persistem durante pelo menos seis meses (ou mais) 6 ou mais sintomas de
cada um dos tipos anteriormente apresentados.
Segundo o DSM-IV-TR (2002) cerca de 3% a 7% das crianças em idade escolar pode ter um
diagnóstico de PHDA e esta parece ser mais frequente nos rapazes do que nas raparigas, no
entanto estas percentagens podem variar muito de acordo com o tipo de PHDA.
A PHDA é mais provável em crianças cujas figuras parentais apresentam também um quadro
de hiperactividade com défice de atenção.
4
Quais poderão ser as causas da PHDA?
As causas desta perturbação não são totalmente conhecidas. Sabe-se que a estrutura cerebral
das crianças com PHDA é normal, embora não produza substâncias químicas suficientes em
áreas chave do cérebro que são responsáveis pela organização do pensamento, que podem
resultar de causas como:
Hereditariedade;
Substâncias ingeridas na gravidez (álcool e outras substâncias tóxicas);
Lesões no sistema nervoso central;
Exposição a chumbo;
Problemas familiares;
Factores Sociais.
Onde se manifesta?
5
Que consequências tem?
Para a criança
Se não for sujeita a uma intervenção adequada e precoce poderá ter diversas consequências
nos diferentes contextos da criança, podendo:
baixar o seu rendimento escolar,
ter mau aproveitamento,
não conseguir controlar o seu comportamento,
não conseguir garantir a organização e funcionamento das suas rotinas e
consequentemente vivenciar um sentimento de
o falta de auto-controlo,
o insegurança,
o incapacidade de auto-regulação e
o baixa auto-estima.
Os sintomas de PHDA e a sua manifestação tornam, por vezes, difícil a convivência da criança
com os outros; é chamada frequentemente à atenção, começa a ter bastantes conflitos, e
recebe repreensões. Por serem tantas as vezes que perturba o meio que a rodeia, é por vezes
injustamente culpabilizada o que leva a que possa sentir-se rejeitada e desvalorizada, levando
a uma imagem negativa de si própria e baixa auto-estima.
6
Para a família
Os pais sentem-se frequentemente cansados, impacientes, com dificuldade em lidar com os
comportamentos da criança e com as queixas constantes e recados vindos da escolar.
Na maioria dos casos os sintomas persistem desde a infância até pelo menos à adolescência,
podendo mesmo persistir na idade adulta. A evolução da PHDA depende das características da
criança, dos sintomas que manifesta e das consequências dos mesmos na sua vida, da
existência de outras perturbações associadas, do ambiente familiar, escolar e social e da
intervenção a que foi sujeita e quando foi sujeita.
7
Os mitos da PHDA
E há solução?
8
Intervenção com a Escola
Articular com os professores para que criem as condições possíveis e necessárias para ajudar a
criança/adolescente a lidar com as suas dificuldades; definir e auxiliar os professores na gestão
de tarefas adaptadas às características da criança/adolescente;
Intervenção Familiar
Psicoeducação com a família (o que é a PHDA, causas, como se manifesta, consequências);
munir os pais e educadores de estratégias e ferramentas que possam ajudar a
criança/adolescente a lidar com as dificuldades e consequências da PHDA e a ter sucesso;
estratégias para um ambiente familiar equilibrado; gestão da auto-estima da
criança/adolescente;
9
Como os pais podem ajudar?
Pai e mãe deverão estar em consonância nas estratégias que usam, contribuindo para
que a criança não receba mensagens contraditórias;
Criar oportunidades para estar com o seu filho sem lhe estar a dar ordens, ralhar ou
corrigir. Dê-lhe a sua atenção de forma positiva (nem que seja por 15 minutos
diários);
Elogiar não só o que conseguiu melhorar mas também quando se observa que se
esforçou;
10
Acompanhá-lo nas suas tarefas escolares, ajudando-a com um ambiente tranquilo,
eliminando distractores, auxiliando-a na organização das tarefas escolares, motivando-
a para as mesmas e elogiando-a pelos seus progressos;
Sempre que pais cometem erros poderão reconhecê-los, servindo como exemplo para
a criança e procurando corrigir esses erros;
Incentivá-la quando fizer algo bem feito dirigindo-lhe um sorriso, uma palavra de
elogio ou uma recompensa, mantendo sempre o contacto visual com a criança;
Falar com ela sobre os seus erros, fazendo com que ela própria imagine possíveis
alternativas;
Existência de normas claras e coerentes que orientem as suas acções (de forma a que
a criança saiba o que se espera dela);
11
Utilizar a autoridade de uma forma assertiva, o que implica dizer “não” quando a
criança pede ou exige coisas pouco razoáveis;
Usar métodos que permitam o auto-controlo, como horário de estudo, agendas, listas,
cronogramas…
12
Jogos de atenção e concentração
- Jogo das categorias: Com frutos, objectos, nomes, cidades, o que se lembrarem, um
elemento começa por dizer uma palavra, o elemento seguinte tem de dizer essa
palavra e acrescentar outra, o seguinte tem de dizer essas duas pela ordem em que
surgiu e acrescentar outra e assim sucessivamente. Ganha quem conseguir dizer mais
sem se enganar na ordem e sem esquecer nenhuma palavra. Não só treina
a concentração, como a memória.
- Jogo das sequências numéricas: O pai, a mãe, a avó, o avô, a tia ou o tio escreve numa
folha algumas sequências de nºs (1 a 9) crescentes (começam com uma
sequência de dois números, depois de três, depois de quatro...). A criança ou jovem
deve repetir a sequência após a mesma ter sido dita por quem está a fazer o treino
com ele. Quando se engana em alguma, tem três vezes para tentar dizer bem. Se não
conseguir após três tentativas, nesse dia ou momento o jogo termina e é retomado
após algumas horas ou no dia seguinte, começando na sequência onde ficou.
- Jogo do STOP: Quem estiver fazer o jogo com a criança ou jovem começa por dizer
para pensar num sinal de STOP e apenas num sinal de STOP. Quando a criança/jovem
conseguir invadir o pensamento apenas com um sinal de STOP, o adulto diz-lhe
diversos objectos para a criança/jovem substituir no pensamento pelo sinal de STOP. A
criança/jovem vai dizendo cada vez que consegue estar só a pensar no objecto que lhe
foi referido. Este jogo treina a flexibilidade do pensamento e a
possibilidade de controlar o mesmo.
13
O STOP
- Construir um sinal de STOP com a criança e colocá-lo em frente à secretária onde
realiza os trabalhos de casa. Treinar com a criança associar o sinal de STOP a ter de
voltar a concentrar-se, regressando à tarefa que estava a realizar. Poderá ser feito um
mais pequeno e colocado no estojo para que esteja sempre visível na sala de aula;
Técnica co 5 para o 0
- Para controlar a impulsividade, poderá ser proposto à criança um jogo em que antes de
falar, responder ou agir deverá contar de 5 para 0 e só depois responder ou agir;
Jogo da estátua
- Um exercício que ajuda a criança a controlar o seu comportamento. O adulto põe música,
enquanto a música dá, a criança pode dançar, saltar, mexer-se como quiser. Assim que a
música pára, a criança deve parar exactamente onde está. Treina a atenção e a capacidade
de se controlar.
14
- Treine respiração mindfulness com os seus filhos:
Pode sugerir-lhe para ambos fecharem os olhos e respirarem fundo, lentamente, como se
quisessem encher um balão que têm na barriga muito devagarinho para ele não rebentar.
Através desta imagem, ajuda o seu filho a conseguir concentrar-se e mobilizar toda a atenção
para a sensação da barriga. Ao longo das respirações pode introduzir o suster a respiração para
o balão ficar cheio durante um bocadinho, o que vai aumentar a atenção para a sensação. É
natural que o seu filho se distraia com os barulhos do exterior ou qualquer outra situação ou
pensamento. Se isto acontecer, peça-lhe que repare melhor no que o distraiu e depois tente
novamente concentrar-se em encher e esvaziar o seu balão que está na barriga, como se isso
fosse agora a única missão que têm, faça-o de forma tranquila, sem pressas ou sem o acusar
de não conseguir. Estas tentativas de mudanças dos focos de atenção permitem treinar a
atenção e lidar com os diferentes tipos de acontecimentos que nos rodeiam e pelos quais
passamos (pensamentos que nos distraem, sentimentos, desconforto físico).
15
- Leve a família a fazer uma caminhada mindfulness:
Proponha uma caminhada diferente à família: em vez de irem apenas andar para chegarem a
um local específico, o objectivo é andar e prestar atenção a todos os aspectos da caminhada:
as sensações corporais dos pés a baterem no chão; mudanças de temperatura no corpo,
luminosidades, sons. Pode ser proposto o desafio da caminhada ter um momento (com
crianças mais pequenas pouco tempo) em que não conversam, cada um tem o desafio de
apenas se focar nas suas sensações corporais ao longo da caminhada, sons, pensamentos,
emoções, tentando sempre não se distrair com o que ouve das pessoas que passam. Pode
mesmo ser sugerido que enquanto caminhem respirem com a respiração mindfulness que
treinaram e irem percorrendo o corpo, os sons, a temperatura para no final, quando o pai ou a
mãe ou outro adulto disser que terminou o tempo possam partilhar o que sentiram no corpo,
o que ouviram, o que prestaram atenção na caminhada. Depois façam uma actividade em
família do agrado de todos.
16
Notas finais
As estratégias aqui sugeridas são apenas alguns exemplos de ferramentas que poderão ajudar,
no entanto não dispensam a avaliação e parecer técnico de um profissional.
Estas estratégias exigem treino, persistência e a criação de uma rotina na implementação das
mesmas. É pela sua implementação prolongada que os resultados desejados mais facilmente
serão alcançados.
A escolha de estratégias pelos pais deverá ser feito de acordo com o que for mais confortável e
nas quais se sentirem melhor e mais à vontade. Nem todas são eficazes em todos os casos, no
entanto, poderão ser uma valiosa ajuda.
17