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3 - Inflação

O preço dos bens não se mantém inalteráveis ao longo do ano, sofrendo oscilações, no sentido da
subida ou da descida.
Exemplo:
- o preço dos morangos é mais baixo no verão do que no inverno;
- o preço das couves nos dias que antecedem o Natal é mais alto que nos dias seguintes.

Estes exemplos traduzem oscilações de preços, mas não podem ser confundidos com
inflação pois são apenas oscilações temporárias ou sazonais verificadas num grupo de
bens.

O processo da inflação é traduzido pela subida generalizada e sustentada ao


longo de um dado período de tempo (geralmente um ano) dos preços dos
bens e serviços.

Inflação é a subida generalizada e sustentada do nível médio do


preço dos bens e serviços, num dado período de tempo, em geral um ano.

O aumento da oferta de moeda é o principal fator utilizado para explicar o fenómeno da inflação,
isto é, se as pessoas têm muito dinheiro para gastar e a economia não produz bens na mesma proporção,
então os preços aumentam.

A INFLAÇÃO É UMA SUBIDA

Inesperada, porque não Contínua, porque tal Generalizada, porque diz


se trata de uma subida de subida deve ser observada respeito à subida da
preço esperada, como ao longo de um maioria dos bens e
acontece, por exemplo, determinado período de serviços.
com os frutos de época. tempo.
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Deflação
Menos frequente, podemos assistir à descida generalizada e sustentada do nível médio
dos preços, num dado período de tempo.

A deflação parece, a curto prazo, um fenómeno atrativo para os consumidores, já que os preços
descem. No entanto, a longo prazo traduz-se numa redução do consumo e do investimento e,
consequentemente, num dado aumento do desemprego. Normalmente está associado a situações de
receção económica.

Desinflação
Traduz-se numa desaceleração do ritmo de crescimento dos preços, situação em que se
continua a verificar inflação, embora as taxas de variação sejam menores do que as
verificadas no período anterior.

3.1 - Consequências da inflação

O preço do bem traduz-se na quantidade de moeda necessário despender para adquirir esse bem.

- se o preço do bem aumentar mantendo-se tudo o resto constante

será necessário despender uma maior quantidade de moeda para obter o mesmo bem.

Se for aplicado este raciocínio a todos os bens, perante uma situação de inflação teremos de despender
mais moeda para adquirir o mesmo conjunto de bens que adquiríamos anteriormente.

Consequências:
 Valor da moeda: situação onde a moeda vale menos. O aumento dos preços faz com que o
consumidor compre, com a mesma quantidade de moeda, cada vez menos produtos. O valor da
moeda baixou, ou seja, se depreciou;

 Poder de compra: a qualidade de vida torna-se inferior; com o rendimento constante e o


aumento generalizado do nível médio dos preços dos bens traduz-se numa menor capacidade de
aquisição por parte dos consumidores, ou seja, o poder de compra deteriorou-se;

 Redução do investimento: porque os empresários tendem a retrair as decisões de


investimento, visto que se torna difícil prever os custos futuros, o que lhes cria insegurança e
desequilíbrio;

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 Aumento dos recursos ao crédito: numa situação em que a taxa de juro é mais baixa do
que a taxa de inflação, torna-se vantajoso antecipar consumos.

Os problemas motivados pela existência de inflação são de vária ordem:


- Se os preços no consumidor sobem, isto poderá afetar a competitividade da economia, pois se os
produtos de origem nacional se tornam mais caros, é natural que sejam menos procurados nos
mercados internacionais. As exportações ressentir-se-ão e poderão ficar em perigo alguns postos de
trabalho, inicialmente e de forma mais direta em empresas exportadoras;

- A subida dos preços pode ser causada por:


 um aumento dos custos de produção,
 pode ser o resultado de medidas de política económica, seja na área dos preços administrados
(combustíveis),
 pode ser o resultado de uma política monetária (se as taxas de juro cobradas pelos bancos
aumentam, tal não poderá deixar de se refletir nos encargos financeiros suportados pelas
empresas).

Índice de Preços no Consumidor (IPC)


Para medir a evolução dos preços numa economia, num determinado período de tempo, utiliza-se o
Índice de Preços no Consumidor, que constitui uma das medidas da inflação.

Mede a variação média do preço de um conjunto de bens e serviços

Através de uma amostra significativa de famílias de várias regiões, determinam-se as


quantidades de cada bem que cada família consome durante um ano e o respetivo peso que
ocupam nas despesas familiares (cabaz de bens e serviços).
Calcula-se o preço desse cabaz para um determinado ano, considerado como base
(ano-base);
Calcula-se o preço do mesmo cabaz para o ano que se pretende considerar, (ano
corrente);
Relaciona-se o preço dos dois cabazes obtidos.

Preço do ano corrente


IPC = Preço do ano base X 100

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Exemplo:
Suponha que, no ano de 2007, o preço de um cabaz de compras atingiu o valor de 1500€ e, no ano
posterior, de 1605€.
Se for considerado como ano base o ano de 2007 (índice = 100), obter-se-á o seguinte:

IPC (cabaz de compras) 2007 100

IPC (cabaz de compras) 2008 IPC (cabaz de compras) 2008-2007

1500 100

1605 x IPC 2008 = 1605 x 100 = 107


IPC 2007 1500

Como o IPC se identifica com a inflação, o valor determinado (107) traduz a taxa de inflação, tendo
assumido o valor de 7%.

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) é utilizado para calcular a Taxa de


Inflação.
Valor do IPC
Taxa de Inflação = 100 -- 1 X 100

Exemplo: TI = (107/100 – 1) x 100

TI = 7%

O IPC não mede o nível geral de preços num determinado período de tempo, mas a variação do nível
de preços nesse período, ou seja, entre o ano corrente e o ano base.

A Taxa de Inflação (a taxa de variação do IPC), mede a velocidade com que esse nível de preços se
altera, apresentando-se o valor sob forma percentual.

Exemplo:
O preço de um cabaz em 2012 era de 750€ e em 2013 era de 1000€.

a) IPC 2013 = 1000/750 x 100 IPC 2013 = 133,3

O que se traduz com o resultado obtido?


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 O que se comprava em 2012 por 1€ comprava-se em 2013 por 1,33€;

 O preço do cabaz em 2013 foi 133,3% do cabaz de 2012;

 Os preços aumentaram 33,3% entre 2012 e 2013.

b) A taxa de inflação = (133,3 / 100 – 1) x 100

TI = 33,3%

Exercício

Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) e o Índice de Preços do


Consumidor (IPC)

Índice que compara a inflação entre os


diferentes países da União Europeia

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) é o indicador que permite comparar a


inflação entre os diferentes países da União Europeia.
O Banco Central Europeu utiliza este indicador para analisar a estabilidade dos preços na área do euro.

A taxa de inflação homóloga e média

A Taxa de Inflação Mensal (TIM) compara o valor da inflação entre dois meses consecutivos.

TIM = IPCmês x - 1 X 100


IPC mês(x-1)

A Taxa de Inflação Homóloga (TIH) compara o valor da inflação de um determinado mês com o
mesmo mês do ano anterior.

A Taxa de Inflação Média Anual (TIMA) TIH é= aIPC


média
mês x simples
do ano x -das últimas doze taxas comparada com a
1 X 100
IPC
média das doze homólogas. Esta taxa pode ser calculada a partir de qualquer mês do ano, não tendo os
mês x do ano(x-1)

doze meses de corresponder ao ano civil.


Se, por exemplo, fizermos o cálculo em meados de abril de 2008, devemos somar todos os IPC desde
abril de 2007 até março de 2008 e dividi-los pela soma de todos os IPC homólogos, isto é, de abril de
2006 até março de 2007.

TIMA = somatório dos últimos 12 IPC -1 X 100 5


Somatório dos 12 IPC homólogos
Esta taxa, por ser uma média móvel, é menos sensível a alterações esporádicas nos preços.
O valor desta taxa no mês de dezembro corresponde à taxa de inflação anual.

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