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Arqueologia

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Arqueologia é a ciência que estuda as
culturas e os modos de vida das diferentes
sociedades humanas - tanto do passado como
do presente - a partir da análise de objetos
materiais. É uma ciência social que estuda as
sociedades através das materialidades
produzidas pelos seres humanos sem limites
de caráter cronológico[1], sejam estes móveis
— como por exemplo um objeto de arte —
ou objetos imóveis — como é o caso das
estruturas arquitectónicas. Incluem-se
também no seu campo de estudos as
intervenções feitas pelo homem no meio Antigo teatro romano em Alexandria, Egito.

ambiente.

A maioria dos primeiros arqueólogos, que aplicaram sua disciplina aos estudos das antiguidades,
definiram a arqueologia como o estudo sistemático dos restos materiais da vida humana já desaparecida.
Outros arqueólogos enfatizaram aspectos psicológico-comportamentais e definiram a arqueologia como a
reconstrução da vida dos povos antigos. A ciência arqueológica pode envolver trabalhos de prospecção e
escavação, ou somente prospecção, em ambos os casos são realizadas análises das materialidades que
pretendeu-se estudar, para assim traçar os comportamentos da sociedade que as produziu. Em muitos
casos, a arqueologia se utiliza de investigações de outras áreas científicas, como a antropologia, história,
história da arte, geografia, geologia, linguística, física, as ciências da informação, química, estatística,
paleontologia (paleozoologia, paleobotânica e paleoecologia), medicina e literatura.

Em alguns países a arqueologia é considerada como uma disciplina pertencente à antropologia enquanto
que em países, como em Portugal, esta foi considerada uma disciplina pertencente ao ramo científico da
História e dependente deste. A arqueologia dedica-se ao estudo das manifestações culturais e materiais
desde o surgimento do homem ( transição do australopitecos para o homo habilis) até ao presente. Deste
modo, enquanto as antigas gerações de arqueólogos estudavam um antigo instrumento de cerâmica como
um elemento cronológico que ajudaria a pôr uma data à cultura que era objeto de estudo, ou
simplesmente como um objeto com um verdadeiro valor estético, os arqueólogos dos dias de hoje veriam
o mesmo objeto como um instrumento que lhes serve para compreender o pensamento, os valores e a
própria sociedade a que pertenceram. O mesmo se aplica às materialidades contemporâneas.

Os arqueólogos podem ter de actuar em situações de emergência, como quando existem obras que põem
a descoberto vestígios arqueológicos até então desconhecidos, sendo, nestes casos, criados e enviados
para o local piquetes de emergência. Deste modo, procuram desenvolver medidas para minimizar o
impacto negativo que essas obras possam ter no património arqueológico podendo ser feitas alterações
pontuais no projecto inicial. Só em casos excepcionais os achados arqueológicos são suficientemente
importantes para justificar a anulação de obras de grande envergadura (ex.: barragem de Foz Côa). Em
certos casos, a destruição parcial ou total dos vestígios arqueológicos poderá ser inevitável,
nomeadamente por motivo de obras de superior interesse público, o que exige um registo prévio o mais
exaustivo possível. A fim de se minimizarem os riscos de destruição do património arqueológico devido
a obras públicas ou privadas de grande amplitude, tem-se procurado, nos últimos anos, integrar
arqueólogos nas equipas que elaboram os estudos de viabilidade e de impacto ambiental. A tendência
actual é para substituir uma arqueologia de salvamento por uma arqueologia preventiva.

A arqueologia passou a ser vista com interesse e tornou-se uma ciência popular graças à propaganda feita
pela saga Indiana Jones, em que o herói, representado por Harrison Ford, era um professor de
arqueologia. Essa a associação da ciência e o gosto de aventuras glamorizadas pelo personagem criado
por Steven Spielberg e George Lucas catapultou assim para o imaginário público um ideal romantizado
do que é a investigação arqueológica.

Índice
Investigação arqueológica
Panorama português
Ver também
Referências
Ligações externas

Investigação arqueológica
A investigação arqueológica dedicou-se fundamentalmente à pré-história e às civilizações da
antiguidade; no entanto, ao longo do último século, a metodologia arqueológica aplicou-se a etapas mais
recentes, como a Idade Média ou o período Moderno. Na atualidade, os arqueólogos dedicam-se cada vez
mais a fases tardias da evolução humana,e a disciplinas transversais como a arqueologia industrial e a
arqueologia sub-aquática.

A investigação arqueológica faz uso dos conhecimentos e metodologias de vários outros ramos
científicos (ciências naturais e sociais), assim como do conhecimento empírico da população que nos
rodeia, pois a fonte oral é muitas vezes o ponto de início para o desenvolvimento de algum estudo.
Costuma-se dizer que "cada velho que morre é uma biblioteca que arde", pois é informação que se perde.

Uma investigação arqueológica começa pela investigação bibliográfica ou, em alguns casos, pela
prospecção, que faz parte do levantamento arqueológico. Há uma grande diferença entre prospecção e
sondagem, a primeira é para o levantamento e consiste em metodologias não intrusivas enquanto a
segunda requer já a alteração do local em estudo e padece assim não só de metodologia extremamente
rigorosa mas também de autorizações próprias.

No levantamento, é sempre importante se observar as especificidades de um local: a abrupta mudança de


coloração do solo (camadas estratigráficas), a presença de plantas não nativas, a presença de animais e
outros aspectos.

A arqueologia é amostral, porque dedica-se ao estudo dos vestígios arqueológicos mas também trabalha
com a totalidade da história do local onde usa como motor outras ciências auxiliares como a geologia,
história, arquitectura, história de arte, entre outras ciências e áreas de conhecimento.
Panorama português
Em Portugal, actualmente, para se ser arqueólogo profissional (pós-
bolonha) é necessário tirar uma licenciatura em Arqueologia - ou
História variante Arqueologia - mais o mestrado também em
Arqueologia. É ainda necessário co-coordenar pelo menos uma
intervenção arqueológica - em colaboração com um arqueólogo
coordenador - para poder dirigir uma intervenção arqueológica.
Quem tutela e autoriza as intervenções arqueológicas perante pedido
de autorização do arqueólogo é a DGPC - Direcção Geral do
Património Cultural. O arqueólogo (como o cidadão comum) pode
pedir ao DGPC para embargar uma obra em caso desta última violar
as leis do património cultural móvel e imóvel. Artigo 77.º 4: A Referência à arqueologia, na
realização de trabalhos arqueológicos será obrigatoriamente fachada da Sociedade Martins
Sarmento, em Guimarães
dirigida por arqueólogos e carece de autorização a conceder pelo
organismo competente da administração do património cultural.(
Lei 107/2001).

Nos termos da Lei n.o 13/85, de 6 de Julho, os bens arqueológicos móveis constituem património
nacional. Aos crimes praticados contra bens culturais aplicam-se as disposições previstas no código
penal, com as especialidades constantes na presente lei (Lei 107/2001 Artigo 100.º). No Artigo 103.º -
Crime de destruição de vestígios da mesma lei, quem, por inobservância de disposições legais ou
regulamentares ou providências limitativas decretadas em conformidade com a presente lei, destruir
vestígios, bens ou outros indícios arqueológicos é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de
multa até 360 dias.

A arqueologia tem sido praticada em Portugal desde há dois séculos, sendo então essencialmente um
hobby de militares ou pessoas com algumas posses e conhecimentos históricos. Só a partir dos anos 80 a
Arqueologia gradualmente se tornou profissionalizante e passou a ser tutelada pelo Estado português com
direitos e deveres jurídicos próprios dos cidadãos para com ela.

A questão das gravuras do Vale do Côa, em 1996, veio abrir as portas a uma maior difusão da profissão
de arqueólogo e deu um impulso importante ao reconhecimento da arqueologia em Portugal, com a
criação do IPA e da APA e com a aprovação de legislação específica para a área, sendo criados novos
cursos universitários de arqueologia, como o curso da Universidade do Minho ou o da Universidade do
Porto (uma vez que antigamente eram cursos não autónomos, dependentes dos cursos de História).

Alguns arqueólogos, como Martins Sarmento, no século XIX, ou Cláudio Torres, na atualidade, são
figuras reconhecidas no meio cultural português.

Ver também
Antropologia
Astronomia

Referências
1. FUNARI, Pedro Paulo Abreu (2015). Arqueologia. São Paulo: Contexto
Ligações externas
Lei 107/2001 (http://dre.pt/pdf1sdip/2001/09/209A00/58085829.pdf)
North Pacific Prehistory (http://www.northpacificprehistory.com)
Revista Portuguesa de Arqueologia (http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/publications/)
Arqueologia e Pré-História - Curiosidades, notícias, artigos, livros, documentários, filmes,
divulgação de eventos e muito mais sobre arqueologia e pré-história! (http://arqueologiaepr
ehistoria.com/)
Atlas Virtual da Pré-História (http://www.avph.com.br/)

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