Você está na página 1de 30

Por dentro

da Conta de luz

Co
nc
e
EN ssio
ER ná
SU ria
L :

Co
nc
e
EN ssio
ER ná
SU ria
L :

Co
nc
e
EN ssio
ER ná
SU ria
L :

Co
nc
e
EN ssio
ER ná
SU ria
L :

Informação de utilidade pública


Por dentro
da Conta de luz
Apresentação

Educar e informar consumidores, empresas, autoridades e a sociedade em


geral sobre as políticas e regulamentos do setor elétrico, como forma de reduzir a
assimetria de informações entre agentes e usuários, é uma das diretrizes da Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Consciente da complexidade dessa tarefa, a ANEEL encara o desafio de


explicar uma de suas atribuições mais difíceis: fixar uma tarifa de energia que seja,
ao mesmo tempo, justa para o consumidor e suficiente para assegurar o equilíbrio
econômico-financeiro da concessionária.

Traduzir o intricado mecanismo de composição e reajuste tarifário, de


forma simples e direta, é o objetivo da ANEEL ao lançar a cartilha “Por dentro da
conta de luz”. Por meio desse guia, são apresentados os diversos fatores que
influenciam o valor da fatura de energia elétrica, sem desconsiderar os impactos das
peculiaridades existentes na área de atuação de cada distribuidora.

A ANEEL pretende, com essas informações, mostrar o papel e as limitações


do órgão regulador nesse processo. Na incessante busca do equilíbrio entre definir
um preço justo a quem paga pela energia e uma remuneração adequada a quem
presta o serviço, assegurando um fornecimento contínuo, confiável e de boa
qualidade, a ANEEL cumpre decisões legais que extrapolam sua capacidade
decisória. Uma dessas decisões é a forte incidência de encargos setoriais e tributos
no custo da energia, com grande impacto na tarifa.

Com essa iniciativa, esta Agência pretende mostrar a “anatomia” da tarifa


de energia elétrica que, apesar de possuir algumas especificidades, dependendo do
perfil da região e da concessionária, tem, no seu cálculo, a mesma metodologia.

Desejamos uma boa leitura!


Por que as tarifas de energia elétrica são diferentes em cada Estado brasileiro?

Até 1993, havia uma única tarifa de energia elétrica em todo o Brasil. Os
consumidores dos diversos estados pagavam a mesma tarifa pela energia
consumida. Esse valor garantia a remuneração das concessionárias,
independentemente de sua eficiência, e as empresas não lucrativas eram mantidas
por aquelas que davam lucro e pelo Governo Federal.

Nessa época, além de ser a mesma em todo o país, a tarifa era calculada a
partir do “custo do serviço”, o que garantia às concessionárias uma remuneração
mínima. Essa modalidade de tarifa não incentivava as empresas à eficiência, pois
todo o custo era pago pelo consumidor. Por diversas razões, como o controle da
inflação, a remuneração mínima não era atingida, o que gerou uma despesa da
União da ordem de US$ 26 bilhões, que acabou sendo paga pelos contribuintes de
todo o país.

Também nessa ocasião, o sistema elétrico nacional era marcado por um


círculo vicioso, com inadimplência entre distribuidoras e geradoras e incapacidade
financeira que prejudicava sensivelmente o aumento da capacidade instalada do
setor, ou seja, impedia novos investimentos. Nesse contexto, surgiu a Lei nº
8.631/93, pela qual a tarifa passou a ser fixada por concessionária, conforme
características específicas de cada empresa. Ainda, em 1995, foi aprovada a Lei
8.987 que garantiu o equilíbrio econômico-financeiro às concessões.
Ações realizadas após 1993

Edição da Lei 8.631/93, Introdução do


que pôs fim à conceito de equilíbrio
uniformização tarifária e à econômico-financeiro
remuneração garantida. (Lei 8.987/95).

4
Desde então, estabeleceu-se uma tarifa por área de concessão (território
geográfico onde cada empresa é contratualmente obrigada a fornecer energia
elétrica). Se essa área coincide com a de um estado, a tarifa é única naquela unidade
federativa. Caso contrário, tarifas diferentes coexistem dentro do mesmo estado.

Dessa maneira, as tarifas de energia refletem peculiaridades de cada


região, como número de consumidores, quilômetros de rede e tamanho do mercado
(quantidade de energia atendida por uma determinada infra-estrutura), custo da
energia comprada, tributos estaduais e outros.

É ideal que as tarifas de cada concessionária,


como as da Enersul, sejam suficientes para:

garantir o fornecimento de energia


com qualidade

assegurar aos prestadores de serviços ganhos


suficientes para cobrir custos operacionais eficientes
e remunerar investimentos necessários para expandir
a capacidade e atendimento

1993

5
O que está embutido no custo da energia que chega nas residências?

É obrigação da ENERSUL levar a energia elétrica aos seus consumidores.


Para cumprir esse compromisso, a empresa tem custos que devem ser cobertos
pela tarifa de energia. De modo geral, a conta de luz inclui o ressarcimento de três
custos distintos:

geração transporte de energia


encargos
de energia até as casas (fio)
transmissão + distribuição
e tributos

A partir da edição da Lei 10.848/2004, o valor da geração da energia


comprada pelas distribuidoras para revender a seus consumidores passou a ser
determinado em leilões públicos. O objetivo é garantir, além da transparência no
custo da compra de energia, a competição e melhores preços. Antes dessa lei, as
distribuidoras podiam comprar livremente a energia a ser revendida, mas o limite de
preço era fixado pela ANEEL.

O transporte da energia, do ponto de geração à casa do consumidor, é um


monopólio natural, pois a competição nesse segmento não traz benefícios
econômicos. Por essa razão, a ANEEL atua para que as tarifas sejam compostas
apenas pelos custos que efetivamente se relacionam com os serviços prestados, de
forma a torná-las justas.

Adicionalmente a esses custos existem os encargos e os tributos


(relacionados nos próximos itens), que não são criados pela ANEEL, mas por leis
federais. Alguns desses encargos e tributos incidem somente sobre os custos de
distribuição, enquanto outros estão embutidos nos custos de geração e
Veja quanto você pagaria para cada componente,
caso a fatura fosse de R$ 100,00 - Tarifa residencial ENERSUL
R$ 40,00 R$ 39,87

R$ 32,21
R$ 30,00 R$ 24,65

R$ 20,00

R$ 3,27
R$ 10,00

R$ 0,00
6 Geração Transmissão Distribuição Encargos e Tributos
Assim, quando a conta de luz da ENERSUL chega nas residências, o
consumidor paga a compra de energia (remuneração do gerador), a transmissão (os
custos da empresa transmissora) e a distribuição (serviço prestado pela ENERSUL),
mais os encargos e tributos determinados por lei.

O que são os encargos setoriais e para que servem?

São contribuições definidas em leis aprovadas pelo Congresso Nacional,


utilizadas para determinados fins específicos, conforme tabela abaixo:

Quanto a ENERSUL
Encargos Setoriais Para que servem? recolherá por cada Encargo
em 2006
CCC
Subsidiar a geração térmica na
Conta de Consumo de Amazônia Legal (sistemas isolados). R$ 41.948.161,00
Combustíveis
RGR Indenizar ativos vinculados à concessão
Reserva Global de Reversão e fomentar a expansão do setor elétrico. R$ 14.330.205,00
TFSEE
Prover recursos para o funcionamento
Taxa de Fiscalização de Serviços da ANEEL. R$ 2.378.303,00
de Energia Elétrica
Propiciar o desenvolvimento energético
CDE a partir das fontes alternativas;
Conta de Desenvolvimento
promover a universalização do serviço
de energia, e
R$ 25.693.142,00
Energético subsidiar as tarifas da subclasse
residencial Baixa Renda.
Subsidiar a manutenção da
ESS
Encargos de Serviços do Sistema
confiabilidade e estabilidade do Sistema R$ 2.359.983,00
Elétrico Interligado Nacional.

Subsidiar as fontes alternativas de


Proinfa energia. R$ 3.568.565,00
Promover pesquisas científicas e
P&D tecnológicas relacionadas à eletricidade
Pesquisa e Desenvolvimento e ao uso sustentável dos recursos R$ 8.215.980,00
naturais.

ONS Prover recursos para o funcionamento


Operador Nacional do Sistema do ONS. R$ 39.703,00

A ENERSUL recolherá R$ 98.534.042,00 em encargos no ano de 2006

Observa-se que cada encargo determinado por lei é individualmente


justificável. Entretanto, quando considerados em conjunto, tendem a impactar muito
a tarifa e, assim, comprometer a capacidade de pagamento do consumidor.

7
O que são os tributos e para que servem?

São pagamentos compulsórios devidos ao Poder Público, a partir de


determinação legal, e que asseguram recursos para que o Governo desenvolva
suas atividades. No Brasil, os tributos estão embutidos nos preços dos bens e
serviços. Isto significa que nas contas de água, luz e telefone, na compra de
produtos alimentícios e bens e na contratação de serviços diversos, os
consumidores pagam tributos, posteriormente repassados aos cofres públicos pelas
empresas que os arrecadam.

Na conta de luz estão presentes tributos federais, estaduais e municipais.


As distribuidoras de energia elétrica são responsáveis apenas pelo recolhimento e
repasse desses tributos às autoridades competentes pela sua cobrança.

A ANEEL publica, por meio de resolução, o valor da tarifa de energia


elétrica sem os tributos, por classe de consumo (residencial, comercial, industrial
etc). Com base nos valores das tarifas publicadas pela ANEEL, a concessionária de
serviço público de energia elétrica inclui os tributos (PIS, COFINS, ICMS e CIP) e
emite a conta de luz que os consumidores pagam.

Veja os tributos aplicáveis ao setor elétrico:

Tributos Federais

Programas de Integração Social (PIS) e Contribuição para o


Financiamento da Seguridade Social (COFINS): são tributos cobrados pela União
para manter programas voltados ao trabalhador e para atender a programas sociais
do Governo Federal. A aplicação desses tributos foi recentemente alterada elevando
o valor das contas de energia elétrica.
os
Até a sanção das leis n 10.637/2002, 10.833/2003 e 10.865/2004, o PIS e
a COFINS eram cumulativos, com alíquotas de 0,65% e 3%, respectivamente. Com
a edição das citadas leis, o PIS e a COFINS tiveram suas alíquotas alteradas para
1,65% e 7,6%, respectivamente, e deixaram de ser cumulativas. O PIS e a COFINS
são calculados “por dentro”, o que significa dizer que os próprios impostos integram
suas bases de cálculo, como se verá adiante.

8
Tributos Estaduais
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS):
previsto no art. 155 da Constituição Federal, este imposto incide sobre as operações
relativas à circulação de mercadorias e serviços e é de competência dos governos
estaduais e do Distrito Federal. O ICMS é regulamentado pelo código tributário de
cada estado, ou seja, estabelecido em lei pelas casas legislativas estaduais. Por
isso, as alíquotas variam em cada estado. A obrigação tributária da ENERSUL é
realizar a cobrança do ICMS direto na fatura e repassá-lo integralmente ao Governo
Estadual. No Mato Grosso do Sul, a alíquota desse imposto, fixada por lei estadual,
varia de 17% a 25%, e o seu cálculo também é feito “por dentro”, conforme
demonstrado a seguir.

Tributos Municipais
CIP - Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública:
está prevista no art. 149-A da Constituição Federal, que estabelece entre as
competências dos Municípios dispor, conforme lei específica aprovada pela Câmara
Municipal, a forma de cobrança e a base de cálculo. Assim, é atribuída ao Poder
Público Municipal toda e qualquer responsabilidade pelos serviços de projeto,
implantação, expansão, operação e manutenção das instalações de iluminação
pública. Neste caso, a concessionária exerce o papel de mero arrecadador da taxa
de iluminação pública, que repassa ao município o valor arrecadado.

Forma de Cálculo
Na prática, a chamada cobrança “por dentro” implica que os valores dos
tributos ICMS e PIS/COFINS integram a própria base de cálculo sobre a qual
incidem suas respectivas alíquotas.

A concessionária, ao receber o valor cobrado nas contas de energia


elétrica, discrimina os tributos e, depois, recolhe à União a parcela referente ao PIS
e à COFINS e transfere ao Estado a parcela referente ao ICMS.

A inclusão do PIS/COFINS e do ICMS, pelas concessionárias, nas contas


de luz ocorre da seguinte forma:

Valor da tarifa publicada pela ANEEL


Valor a ser cobrado
do consumidor
1 - (PIS + COFINS + ICMS)
9
No Mato Grosso do Sul, como previsto na legislação estabelecida pelo
próprio Estado, a alíquota do ICMS que incide sobre as contas de energia elétrica,
varia de 17% a 25%.

A seguir, um exemplo prático da incidência dos tributos na conta de luz de


um consumidor residencial de Campo Grande/MS:

1 - Alíquota média do PIS aplicado: 0,65%


2 - Quantidade de Kwh consumido: 170 Kwh
3 - Alíquota média da COFINS aplicado: 2,74%
4 - Alíquota do ICMS aplicada ao consumidor residencial: 17%
5 - Valor do Kwh estabelecido pela Resolução ANEEL nº 311, de 06/04/2006
para um consumidor classificado como residencial: R$ 0,41915 por Kwh
PRIMEIRO PASSO
Incluir no valor do Kwh publicado pela Resolução ANEEL, os tributos
PIS, COFINS e ICMS.

Valor a ser cobrado Valor da tarifa publicada pela ANEEL


do consumidor
1 - (PIS + COFINS + ICMS)

Valor a ser cobrado R$ 0,41915


R$ 0,5265
do consumidor 1 - (0,65% + 2,74% + 17%)

SEGUNDO PASSO
Multiplicar o valor do Kwh com os tributos inclusos (PIS, COFINS e ICMS)
pela quantidade consumida.

0,5265 x 170 Kwh R$ 89,51

TERCEIRO PASSO
Incluir no valor acima calculado a Contribuição de Iluminação Pública (CIP).
No caso de Campo Grande/MS, essa contribuição e sua fórmula de cálculo
estão disciplinadas na Lei Municipal nº 58/2003. Neste exemplo a CIP é de
R$ 13,41 e deve ser somada ao valor obtido anteriormente.

Total da conta a ser paga pelo consumidor:

89,51 + 13,41 R$ 102,92

Se os tributos não incidissem sobre as tarifas de energia elétrica, o


consumidor da ENERSUL acima considerado pagaria uma fatura de R$ 71,26, ou
seja, deixaria de pagar R$ 31,66.
10
Ainda assim, como se pode observar, a forma de cálculo “por dentro”
demonstra, na realidade, que as alíquotas do ICMS e do PIS/CONFINS não são
simplesmente a soma destas (20,39%), mas acabam, por força de lei, majoradas e
transformam-se, na prática, em uma alíquota de 25,61%.

Somente em 2005, de acordo com as demonstrações financeiras, a


ENERSUL recolheu cerca de R$ 240 milhões a título de PIS/COFINS e ICMS.

Para Saber Mais

No gráfico abaixo, nota-se que, desde 2001, a maior contribuição para a


elevação das contas de energia elétrica decorreu do aumento nos encargos e
tributos, que, no período, cresceram 116%. Isso demonstra que esses itens são
responsáveis por onerar a capacidade de pagamento do consumidor de energia
elétrica brasileiro.
Tarifa Média Brasil
350,00
R$ 304,60 / Mwh
(100%)
300,00

250,00 R$ 104,93
(34,45%)

200,00
R$/MWh

R$ 154,05 / Mwh 116%


(100%)
150,00 R$ 105,93
R$ 49,65 (34,78%)
(32%)
90%
100,00
R$ 55,74
(36%)
50,00 R$ 93,74
89% (30,77%)
R$ 49,65
(32%)
0,00
2001 2005
Geração Transporte (Transmissão e Distribuição) Encargos + Tributos

Fonte: SAMP

Pode-se constatar que cresceram, proporcionamente, os valores relativos


à geração e ao transporte de energia elétrica. Ao analisar o item transporte e
discriminar a distribuição, conclui-se que este foi o item de menor crescimento
(77%).
11
Como se define o valor da tarifa de energia elétrica?

As concessionárias de energia elétrica assinaram com a União (poder


concedente), desde 1995, um “contrato de concessão”, que é público e acessível
pela página da ANEEL na Internet (www.aneel.gov.br). Nesse contrato, estão
fixadas as regras para a prestação do serviço de distribuição de energia elétrica e
previstos três mecanismos de correção das tarifas.
Esses mecanismos são:

Reajuste
Tarifário

Revisão Revisão
Tarifária Tarifária
Extraordinária

Esses três instrumentos são aplicadas para:

permitir que a tarifa de energia seja justa aos


consumidores

definir uma tarifa suficiente para cobrir custos do


serviço com nível de qualidade definido pela ANEEL

remunerar os investimentos reconhecidos como


prudentes

estimular o aumento da eficiência e da qualidade dos


serviços prestados pela concessionária

garantir atendimento abrangente ao mercado sem


distinção geográfica ou de renda
12
Para entender como esses mecanismos são aplicados de forma a manter
o equilíbrio econômico-financeiro das concessionárias, acompanhe este exercício:

Imagine-se como síndico de um condomínio que precisa determinar o valor


da taxa mensal a ser paga por morador. Você arcará com custos como água e
impostos, que, na realidade, são apenas divididos entre os condôminos. Existirão
ainda outros custos, como pagamento de pessoal, material de limpeza e obras,
possíveis de controle para que se gaste mais ou menos, de acordo com as
necessidades do condomínio. Assim, você terá de aplicar as disposições do estatuto
do condomínio para arrecadar, de cada morador, um valor que, somado ao pago
pelos demais, comporá uma receita capaz de cobrir as despesas do condomínio e
deixar uma sobra para obras e investimentos.

Em certa medida, isto também se aplica ao órgão regulador para definição


das tarifas de energia elétrica da ENERSUL. A ANEEL, seguindo dispositivos do
contrato de concessão, fixa valores que somados, representam uma receita
suficiente para que a ENERSUL cubra seus custos eficientes e possa realizar
investimentos prudentes para a manutenção da qualidade do serviço. A receita da
ENERSUL, chamada “receita do serviço de distribuição”, pode ser dividida em duas
grandes parcelas:

Parcela A: custos não gerenciáveis que são apenas


repassados para a tarifa de energia e independem da gestão
da ENERSUL (no exemplo do condomínio, os custos de água
e impostos, que o síndico apenas divide entre os moradores).

Parcela B: custos gerenciáveis, ou seja, administrados pela


ENERSUL. Fazem parte dessa parcela as despesas de
operação e manutenção, a cota de depreciação e a
remuneração dos investimentos (no exemplo do condomínio,
são os custos com pessoal, material de limpeza e obras, que o
síndico tem como administrar).

13
Receita do Serviço de Distribuição

PARCELA A PARCELA B

Compra de energia Custos Operacionais

Transmissão Cota de Depreciação

Encargos Setoriais Remuneração


do Investimento

Depois de entender a receita dos serviços de distribuição e a sua divisão


nas parcelas A e B, veja como é a atualização dessa receita pelos mecanismos
citados, conforme determinam a Lei 9.427/96 e o Contrato de Concessão:

a) Reajuste Tarifário: restabelece o poder de compra da receita da


concessionária, segundo uma fórmula prevista no contrato de concessão. Acontece
anualmente, na data de aniversário do contrato de concessão, exceto no ano em que
ocorre o mecanismo de revisão tarifária. Para aplicação dessa fórmula, são
calculados todos os custos não gerenciáveis da ENERSUL (parcela A), ou seja,
verificados os novos valores dos encargos setoriais, da compra de energia e da
transmissão. Os outros custos, constantes da parcela B, são corrigidos pelo IGP-M,
índice de preços divulgado pela Fundação Getúlio Vargas. A correção da parcela B
ainda depende de um outro componente, o fator X, que é um índice fixado pela
ANEEL na época das revisões tarifárias. Sua função é repassar ao consumidor os
ganhos de escala da concessionária, decorrentes do crescimento do número de
consumidores e do aumento do consumo dos consumidores existentes,
contribuindo, assim, para a modicidade tarifária.

Receita reajustada:

Parcela A (atualizada) + Parcela B x (IGP-M - Fator X)

14
b) Revisão Tarifária Periódica: permite um reposicionamento da tarifa
após completa análise dos custos eficientes e remuneração dos investimentos
prudentes. No caso da ENERSUL, ocorre a cada cinco anos. Esse mecanismo se
diferencia dos reajustes anuais por ser mais amplo e levar em conta todos os custos,
investimentos e receitas para fixar um novo patamar de tarifas, adequado à estrutura
da empresa e ao seu mercado. Para obter um resultado que não dependa apenas
das informações fornecidas pela própria ENERSUL, o que poderia contaminar o
processo de revisão, a ANEEL utiliza a metodologia da "empresa de referência", um
modelo teórico que reflete os custos operacionais eficientes de uma concessionária
ideal. Além dos custos operacionais da concessionária, a ANEEL também obtém os
investimentos prudentes que foram realizados pela distribuidora para a prestação
dos serviços e que terá direito à remuneração das tarifas cobradas dos
consumidores. Esse montante de investimentos é chamado de Base de
Remuneração.

Esse mecanismo é prospectivo e não retrospectivo, ou seja, os custos


históricos da concessionária não são considerados como referência para os seus
custos futuros. Os custos de referência para o futuro são criados pelo regulador
(ANEEL) para incentivar as empresas distribuidoras a buscar maior eficiência.

Portanto, na realização da revisão tarifária, chega-se a um novo valor para


a parcela B, que deve, ainda, ser somado ao valor calculado para a parcela A.

Receita revisada:

Parcela A atualizada + Novo valor da parcela B


Custos operacionais – empresa de
referência
Cota de depreciação – base de
remuneração x taxa
de depreciação
Remuneração – base de
do investimento remuneração x taxa
de retorno

c) Revisão Tarifária Extraordinária: destina-se a atender casos muito


especiais de desequilíbrio justificado. Pode ocorrer a qualquer tempo, quando algum
evento imprevisível afetar o equilíbrio econômico-financeiro da concessão, como a
criação de um novo encargo setorial. Até o momento, a ANEEL encontrou
justificativa para aplicar a revisão em caráter extraordinário em poucos casos.

15
O que ocorreu na revisão de 2003?

Em abril de 2003, foi realizada a primeira Revisão Tarifária da ENERSUL.


Nessa ocasião, foi analisado, pela primeira vez desde 1993, o equilíbrio econômico-
financeiro da concessão. Foram, então, estabelecidos os custos operacionais
eficientes e os investimentos realizados com prudência pela empresa, itens que
compõem a parcela B da receita da concessionária.

Na ocasião, os valores solicitados pela ENERSUL para cobrir seus custos


operacionais, a remuneração e a depreciação dos investimentos realizados
resultariam na aplicação de um índice de 82,67% na revisão tarifária.

Mas a ANEEL não utiliza somente as informações fornecidas pela


concessionária na definição desses custos. Contrariamente, realiza sua própria
avaliação para tentar evitar a transferência de valores e investimentos indevidos
para a tarifa. Dessa forma, após análises e cálculos, foi definido um índice de
reposicionamento tarifário para a ENERSUL de 50,81%.

Preocupada com o impacto que esse aumento teria na capacidade de


pagamento dos consumidores do Mato Grosso do Sul, a ANEEL decidiu, na época,
aplicar o aumento reconhecido às tarifas de forma parcelada. Autorizou um reajuste
de 32,59% e adiou a cobrança da diferença (18,22%) para os anos de 2004 a 2007.

O quadro abaixo mostra a variação das parcelas A (29,98%) e B (140,7%),


integrantes da receita da ENERSUL, de 2002 e para 2003.

Revisão Tarifária - 2003

Parcela B
140,70%

Parcela A
29,98%

16
Por que a parcela B dobrou?

Porque essa foi a primeira análise do equilíbrio econômico-financeiro que a


ANEEL realizou na ENERSUL, na qual constatou-se que a concessão operava
abaixo do nível de equilíbrio econômico-financeiro.

Como se deu o reajuste de 2006?

Em abril de 2006, a ANEEL aplicou, mais uma vez, o mecanismo de


reajuste tarifário anual, de acordo com o Contrato de Concessão assinado entre o
poder concedente e a ENERSUL.

Para aplicação do reajuste, a ANEEL calculou todos os custos não


gerenciáveis da ENERSUL (parcela A) que foram repassados para a tarifa e corrigiu
os custos constantes da parcela B pelo IGP-M subtraindo-se X (Fator X definido na
Revisão Tarifária realizada em 2003).

O índice de reajuste tarifário calculado para a ENERSUL foi de 16,75%,


sendo que 6,42% se referem ao acréscimo do parcelamento do impacto da revisão
tarifária de 2003. Assim, se todo o valor do índice de revisão tarifária (50,81%)
tivesse sido aplicado em 2003, o reajuste nas tarifas, em 2006, teria sido de 10,33%
e a parcela B teria aumentado apenas 0,87%. A parcela A (custos de outros agentes
da cadeia produtiva de energia elétrica que a ENERSUL apenas repassa para a
tarifa) aumentou 8,83% de 2005 para 2006. A principal causa foi o crescimento de
27,39% nos encargos setoriais, dentre eles a elevação da CCC em 32,69%, da CDE,
em 21,13%, e a inclusão dos valores referentes ao ESS e ao Proinfa.

Reajuste Tarifário de 2006

13,82%
8,83%

0,87%

Parcela A
Parcela B, sem a parcela do impacto da Revisão de 2003
Parcela B, com a parcela do impacto da Revisão de 2003

17
Por que a energia no MS é mais cara que em outros Estados do Brasil?

A concessão de distribuição de energia elétrica no Mato Grosso do Sul


possui algumas peculiaridades que exigem um nível elevado de investimentos para
a prestação do serviço. A ENERSUL cobre praticamente todo o estado, numa área
de mais de 328 mil km2, incluídos o Pantanal Sul-Matogrossense, reservas
indígenas e unidades de conservação da natureza. Somada à elevada extensão
territorial, a baixa densidade demográfica faz com que a empresa tenha, em média,
duas unidades consumidoras por quilômetro quadrado, ou seja, baixa densidade de
carga ou mercado.

Base de Remuneração Base de Remuneração


Data de
Empresa Bruta (R$) Líquida (R$)
Revisão
Distribuição Geração Distribuição Geração

ENERSUL 8/abr/03 1.494.098.025 110.630.617 726.239.228 55.295.203

AES SUL 19/abr/03 1.398.768.590


- 670.834.256
-
CELPA 7/ago/03 1.310.307.779 220.414.164 770.117.244 59.402.923

RGE 19/abr/03 1.595.540.655 5.477.648 831.724.227 1.287.530

CEMAT 19/abr/03 899.728.981 430.126.631 490.765.543 199.825.311

Data de Mercado (*) Receita Requerida Bruta (*) Consumidores


Empresa Revisão Qde.
Mwh R$

ENERSUL 8/abr/03 2.799.959 699.767.054 647.225

AES SUL 19/abr/03 7.345.812 1.303.465.246 1.011.770

CELPA 7/ago/03 4.199.316 887.331.507 1.165.800

RGE 19/abr/03 6.023.409 1.254.571.708 1.050.782

CEMAT 19/abr/03 3.456.823 813.144.269 717.900

(*) compreende os 12 meses imediatamente posteriores à data da revisão tarifária em processamento de cada
concessionária (ano teste)
Fonte: Superintendência de Regulação Econômica - SRE /Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL
(**) Quando da Revisão Tarifária Periódica dessas concessionárias em 2003 elas estavam verticalizadas (D+G+).
Entretanto, por força do Dec. 5.163, de 30 de julho de 2004, as mesmas foram desverticalizadas a partir de
setembro de 2005. Portanto, a contextualização desta cartilha sobre a Base de Remuneração refere-se apenas
aos ativos de distribuição.

18
Como mostra a tabela anterior, por um lado, comparando-se a ENERSUL
com outras concessionárias com Bases de Remuneração em valores semelhantes,
percebe-se que o número de consumidores, o mercado e, conseqüentemente, a
receita dessas empresas são bem maiores do que os quantitativos da ENERSUL.
Como, em última análise, a tarifa é o rateio dos custos incorridos pela concessionária
pelo número de consumidores e o mercado atendido, a tarifa da ENERSUL é
conseqüentemente mais elevada do que nas demais concessões. Por outro lado,
comparando-se a ENERSUL com a CEMAT, vê-se que, embora suas concessões
tenham características semelhantes, a Base de Remuneração, considerados
apenas os ativos de distribuição da primeira, é quase o dobro do valor da segunda,
ou seja, a ENERSUL realizou quase o dobro de investimentos para fornecer energia
elétrica aos seus consumidores. Usando o mesmo raciocínio anterior, compreende-
se porque a tarifa da ENERSUL é mais elevada que a da CEMAT.

Qualidade x Investimentos
A Qualidade da energia elétrica fornecida pelas distribuidoras, como a
ENERSUL, é fiscalizada pela ANEEL sob dois aspectos:

conformidade + continuidade

A continuidade do serviço observa a duração e a freqüência das


interrupções no fornecimento de energia e é medida pelos indicadores incluídos na
conta de luz:
Indicadores de Continuidade

DEC/DIC (Duração Equivalente de Interrupção) - indica o número


de horas, em média, que um consumidor fica sem energia elétrica
durante um período, geralmente mensal.

FEC/FIC (Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade


Consumidora) - indica quantas vezes, em média, houve
interrupção na unidade consumidora.

O DMIC (Duração Máxima de Interrupção por Unidade


Consumidora) indica o tempo máximo de cada interrupção,
visando impedir que a concessionária deixe o consumidor sem
energia elétrica durante um período muito longo. Esse indicador
passou a ser controlado a partir de 2003.

DEC e FEC são apurados por região, enquanto DIC e FIC são indicadores
individuais, apurados por unidade consumidora.
19
O quadro abaixo apresenta os indicadores de qualidade do serviço
prestado pela ENERSUL, sob o aspecto de continuidade (DEC e FEC), apurados no
ano de 2005, versus a meta estabelecida pela ANEEL. A meta apresenta valor
mínimo admissível para a prestação do serviço que, quando não cumprida, gera
ônus para a concessionária. Pode-se notar que, quanto à duração, o indicador
apurado para a ENERSUL é 37% menor do que a meta definida pela ANEEL. Com
relação à freqüência, essa diferença é de 39,6%. Ou seja, a ENERSUL fornece
energia com qualidade a seus consumidores e a realização de investimentos no seu
sistema elétrico é, dentre outras, a razão desse padrão de qualidade.

DEC e FEC ENERSUL - 2005

17,62
15,17
11,10 Meta
9,16
Apurado

DEC FEC
A conformidade, por sua vez, trata de avaliar se os níveis de tensão da
energia fornecida ao consumidor, bem como se a variação desses níveis, estão de
acordo com os valores pré-estabelecidos pela ANEEL e adequados ao
funcionamento dos equipamentos e aparelhos eletroeletrônicos dos consumidores
nas casas, nas lojas, nas fábricas etc.

Para entender o que é nível de tensão, imagine que a tensão está para o
sistema elétrico como a pressão está para o sistema hidráulico. A água que chega
nas residências deve ter um certo nível de pressão, caso contrário, não poderá ser
usada nas tarefas mais simples, como tomar um banho de chuveiro e molhar as
plantas no jardim. O mesmo acontece com a energia elétrica. Baixos níveis ou a
variação de tensão impede o uso adequado de seus equipamentos, podendo até
danificá-los. Quando o nível de tensão é considerado crítico, o funcionamento ou o
desempenho dos aparelhos eletroeletrônicos fica comprometido.

O gráfico a seguir faz uma comparação entre a tensão de atendimento aos


consumidores da ENERSUL e da CEMAT, por meio da qual observa-se que o índice
de unidades consumidoras com tensão crítica na ENERSUL é de 3,78%, enquanto
na CEMAT é de 11,62%. Isto quer dizer que, para que a qualidade da energia
fornecida aos consumidores da CEMAT se iguale à da ENERSUL, é necessário que
a CEMAT realize mais investimentos.
20
Índice de Unidades Consumidoras com nível de
Tensão considerado crítico pela ANEEL

11,72 %
ENERSUL
3,78 % CEMAT

A tarifa de energia elétrica teve aumento superior ao do salário mínimo e ao de outros


serviços públicos?

O modelo setorial adotado para atualizar as tarifas das concessionárias de


energia elétrica não se baseia em indicadores de inflação nem na correção do
salário mínimo. Apenas nos anos em que ocorrem os reajustes tarifários é que se
utiliza o IGP-M para atualizar os itens constantes da parcela B (custos gerenciáveis).
Nesses anos, a parcela A, que reflete o somatório de custos que são rateados entre
os consumidores de uma concessão, tem sido majorada acima do IGP-M, devido,
principalmente, ao aumento de encargos.

No gráfico abaixo, comparam-se os aumentos de energia elétrica aos


aumentos de outros serviços públicos e de outros indicadores, entre os anos de
2003 e 2006, de acordo com dados do IBGE:
65,25
59,42
54,8 54,13 53,67

45,78 44,85 44,3


41,46 41,39
39,66 38,78 38,22

30,7
26,35
24,48
IPCA
Álcool
automóveis

Metrô
Cartório

IGPM
Pedágio

Ônibus urbano

interestadual

Gasolina
Gás encanado

Plano de saúde

Óleo diesel
Energia elétrica
Telefone fixo
Taxa de água e
Seguro de

residencial

Ônibus
esgoto

21
A ANEEL fiscaliza a ENERSUL?

Sim. A fiscalização é um instrumento que a ANEEL e a sua convêniada no


Mato Grosso do Sul, a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos do
Mato Grosso do Sul (AGEPAN), dispõem para garantir o cumprimento das
obrigações legais e contratuais pelas empresas do setor elétrico. As ações de
fiscalização são permanentes, de acordo com calendário anual fixado. Também são
feitas ações eventuais, destinadas à fiscalização de fatos de grande relevância
detectados ao longo do ano. Dois grandes aspectos são avaliados durante as

a qualidade do fornecimento
o econômico-financeiro
de energia elétrica

Para verificar a qualidade da prestação do serviço de distribuição de


energia elétrica, a ANEEL e a AGEPAN realizaram 38 fiscalizações na ENERSUL
desde 1999. Essas fiscalizações resultaram na aplicação de dois autos de infração
(multas), no total de R$ 2 milhões.

A avaliação do aspecto econômico-financeiro da concessão levou a


ANEEL a realizar 13 fiscalizações desde 1999. Desses procedimentos, resultou a
aplicação de uma multa no valor de R$ 768 mil.

O consumidor pode contribuir para a melhoria da fiscalização da ENERSUL


ao apresentar sugestões durante a consulta pública específica, realizada no estado
para discutir o Programa Anual de Fiscalização da Concessionária, ao participar da
pesquisa anual do Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor (IASC) e ao registrar
as reclamações na Ouvidoria da ANEEL ou junto à AGEPAN.

Os relatórios de fiscalização são públicos e se encontram nas páginas da


ANEEL na Internet e também podem ser obtidos junto à AGEPAN.

22
E quem fiscaliza a ANEEL?

A ANEEL é sistematicamente fiscalizada pela Controladoria Geral da


União (CGU), pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelas Comissões temáticas
do Congresso Nacional.

Além desses controles, a ANEEL é chamada, esporadicamente, a prestar


informações ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.

O programa Luz para Todos influenciou o índice de reajuste aplicado pela ANEEL em 2006?

Não. Os efeitos tarifários provocados pelo Programa Luz para Todos


somente serão sentidos na revisão prevista para o ano de 2008. A ANEEL editará,
em breve, uma resolução que disciplinará os efeitos do programa sobre as tarifas de
energia.

O que pode ser feito para diminuir a tarifa de energia elétrica no Mato Grosso do Sul?

Pela ANEEL:
avaliar a possibilidade de reduzir o nível de qualidade exigido da ENERSUL
para prestação do serviço de distribuição de energia elétrica, já que o grau de
qualidade é proporcional ao montante de investimentos requeridos. Ou seja, para se
ter energia de melhor qualidade, são necessários maiores investimentos. Vale
ressaltar que os investimentos já realizados deverão ser admitidos e os novos
poderão ser planejados e implementados sob a nova orientação.

Pelo Congresso Nacional:


reduzir os encargos setoriais e os tributos federais que incidem sobre a
tarifa de energia elétrica.

Pelo Estado do Mato Grosso do Sul:


reduzir a alíquota do ICMS incidente sobre o serviço de energia elétrica.

23
Pelo Consumidor:
estar atento a pequenos cuidados que podem contribuir para redução do
consumo de energia elétrica. Algumas dicas:
 prefira eletrodomésticos, motores e lâmpadas que tenham o selo do
Procel, pois são mais eficientes e gastam menos energia;
 ao fazer as instalações elétricas de sua casa, use fios adequados e não
faça emendas mal feitas;
 evite o uso de benjamins para ligar vários aparelhos;
 substitua as lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes compactas
ou circulares;
 desligue lâmpadas, ar-condicionado e a televisão em ambientes
desocupados e também não durma com a TV ligada;
 não guarde alimentos quentes e destampados na geladeira e mantenha-
na organizada para que a porta não fique aberta por muito tempo;
 não coloque roupas para secar atrás do freezer ou refrigerador e regule
o termostato de acordo com a estação do ano, pois, no frio, a
temperatura não precisa ser tão baixa;
 prefira usar o ferro elétrico - que sobrecarrega muito a rede elétrica -
enquanto outros aparelhos estiverem desligados. Para evitar ligá-lo
várias vezes, passe sempre uma grande quantidade de roupas;
 evite banhos demorados e regule a chave do chuveiro de acordo com a
estação do ano, e
 na hora de usar a máquina de lavar, coloque a quantidade máxima de
roupas ou louças e use o nível de sabão adequado para evitar muitos
enxágües.

24
Como a população participa do processo de definição de tarifas?

A ANEEL, para dar transparência às suas ações e oportunidade de


participação da sociedade nas decisões, realiza audiências públicas com o objetivo
de obter subsídios e informações adicionais para aprimorar os atos regulamentares
em fase de elaboração. As audiências, divulgadas com antecedência em jornais e
também na página da ANEEL, na Internet, são abertas a toda sociedade e, nelas, os
participantes, devidamente inscritos, têm o direito de manifestar-se de viva voz para
apresentar contribuições e sugestões. Em 2003, quando houve a primeira revisão
tarifária da ENERSUL, a ANEEL realizou uma Audiência Pública em Campo Grande,
no dia 27 de fevereiro. Os resultados podem ser obtidos na página da ANEEL na
Internet ou junto à AGEPAN.

Nos casos dos reajustes tarifários anuais, a ANEEL, como explicado


anteriormente, apenas aplica uma fórmula específica, razão pela qual não se
realizam audiências públicas. Entretanto, os interessados em conhecer as decisões
sobre os reajustes tarifários poderão acompanhar as reuniões da Diretoria da
ANEEL, que são públicas, transmitidas pela Internet na página da Agência.

Além disso, no Mato Grosso do Sul, os consumidores contam com o apoio


da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul
(AGEPAN), delegada da ANEEL, cuja Ouvidoria atende pelo número 0800-911717 e
está apta a colaborar com informações e a participar do processo de fiscalização da
ENERSUL.

R. Barão do Rio Branco, 1.092


Centro - CEP: 79002-175 - Campo Grande/MS
(67) 3025-9500
agepan@net.ms.gov.br

25
Quais são os principais direitos e deveres dos consumidores de energia elétrica?

Direitos:

1. Ter no mínimo seis opções de data de vencimento da sua conta de energia;


2. Ser restituído por eventuais prejuízos causados por falhas no fornecimento de
energia elétrica;
3. Ser avisado com pelo menos 15 dias de antecedência sobre o corte de
energia por falta de pagamento;
4. Solicitar a verificação de leitura do medidor, caso a sua conta de luz venha
com um valor muito diferente do normal;
5. Ter a luz de volta no máximo em até 4 horas caso tenha sido cortada
indevidamente;
6. Ter energia restabelecida em 48 horas após cessado o motivo do corte;
7. Ter à disposição um livro para reclamações e sugestões em todos os postos
de atendimento da concessionária.

Deveres:
1. Celebrar contrato de fornecimento ou de adesão junto à concessionária;
2. Instalar em local adequado e de fácil acesso os dispositivos necessários para
a colocação do medidor e equipamentos de proteção;
3. Manter sob sua guarda, na condição depositário fiel e gratuito, os
equipamentos de medição do concessionário;
4. Reformar ou substituir instalações elétricas internas da unidade consumidora
que estiverem em desacordo com as normas, especialmente em relação aos
aspectos de segurança;
5. Fazer os pagamentos correspondentes aos serviços prestados pelo
fornecimento da energia.

26
Os consumidores têm representação junto à ENERSUL?

Sim. Toda concessionária deve manter um Conselho de Consumidores de


Energia Elétrica, como prevê a Lei 8.631, de 1993. A atuação de cada conselho visa
assegurar a qualidade do fornecimento de energia elétrica ao consumidor por meio
da orientação, análise e avaliação das questões relativas às tarifas e à adequação
do serviço. Os conselhos acompanham, por exemplo, ações de fiscalização e o
atendimento às reclamações dos usuários.

Os conselheiros representam a sociedade em cada categoria de consumo


(residencial, comercial, industrial, rural e poder público), e possuem um
representante de órgão ou entidade de defesa do consumidor. Além de
conselheiros, a composição dos conselhos conta com um presidente e um vice-
presidente, representantes das classes de consumidores ou da entidade de
proteção ao consumidor, eleitos pelos seus membros, com mandato de um ano.

O funcionamento dos conselhos depende de seu Plano Anual de Atividade,


onde devem estar detalhadas sua estratégia de trabalho e as despesas previstas
para execução de cada uma de suas ações. O custo de funcionamento de cada
conselho e da implementação de seus projetos é pago pelas concessionárias. Os
conselhos devem, ainda, apresentar propostas especiais para aplicação do dinheiro
arrecadado com multas em ações de benefício aos consumidores.

27
Conselho de Consumidores da ENERSUL:

MISSÃO

“Representar os clientes da Enersul, à luz da legislação e do Contrato de


Concessão, acompanhando seu cumprimento, divulgando mudanças
setoriais e propondo alternativas para o aperfeiçoamento das relações
entre a Enersul e os consumidores de energia elétrica.”

Presidente:
Carlos Seiji Tsuge
Representante da Federação da Indústria de Mato Grosso do Sul - FIEMS

Contato:
Avenida Gury Marques, 8000, anexo do bloco 9, Bairro Santa
Felicidade - MS
CEP: 79.072-900
(61) 3398-4457
conselho@enersul.com.br

Por que a ANEEL não compatibiliza a política tarifária com o salário mínimo ou a renda do
trabalhador?
Porque essa ação está fora das competências atribuídas à ANEEL. Quem
elabora as leis, que são cumpridas pela ANEEL, é o Congresso Nacional, e quem
formula as políticas energética e tarifária é o Governo Federal.

28
Maiores informações, como relatórios e notas técnicas sobre as tarifas
de energia, podem ser obtidas no sítio da ANEEL na Internet, sob o ícone 'tarifas
consumidor final'.

Você também pode gostar