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Alternativas de Reutilização de Resíduos de Indústria de Alimentos

(Abatedouro Frigorífico)

I
Sumário
1. Introdução .................................................................................................................................................. 3
2. Alternativas de Reutilização de Resíduos na Indústria de Alimentos ........................................................ 6.
Conclusão ................................................................................................................................................. 11
4. Referências ............................................................................................................................................... 12

II
1. Introdução

Os resíduos sólidos podem ser domésticos ou industriais, sendo estes domésticos


provenientes de centros urbanos que podem ser tratados com reciclagem, reutilização ou
aterro sanitário.

Nas indústrias os resíduos sólidos diferente dos domésticos devem ser tratados de
acordo como o resíduo deve ser descartado sendo que este descarte não cause impactos
ambientais. Para os processos industriais os resíduos são definidos como “matéria-prima e
insumos não são convertidos em produto”, logo a sua geração significa perda de lucro para
a indústria e, por isso, tecnologias e processos que visem a diminuição dessas perdas ou
reaproveitamento dos resíduos são cada vez mais visados.

“A remoção ou disposição dos resíduos industriais é um fator


importantíssimo para a localização da indústria. Eles devem ser removidos,
tratados e rejeitados de forma a não ofender o meio ambiente, por poluição da
atmosfera, de terrenos ou fontes de abastecimento de água, ainda que sejam
cursos caudalosos. Os custos da remoção dos despejos são normalmente vultosos
e precisam ser considerados cuidadosamente, não só para evitar a contaminação
do ambiente, como também pelo fato de que as leis de proteção ambiental são dia
a dia mais rigorosas”. (ALMEIDA, 2010).

Sendo assim, mesmo com custo alto para implantação do tratamento desses
resíduos pode-se ter um custo beneficio através da utilização de alternativas para chegar a
este fim. Um exemplo nítido é a utilização destes resíduos dentro da empresa, ou até
mesmo para obtenção de lucros. A energia através do bagaço de cana-de-açúcar que
pode ser transformada em biomassa, em seguida gás e energia. Na indústria alimentícia
pode-se ter também a grande utilização, como no laticínio onde a gordura retirada do leite
pode ser transformada em manteiga, se obtendo um lucro. Na graxaria ocorre esse
aproveitamento de resíduos estes que poderiam ser descartados em efluentes, no meio
ambiente, e acabam se tornando farinha para ração animal e óleo que é vendido para
indústria química para produção de sabão. Entre outros processos que fazem com que
aqueles “restos” sejam reaproveitados dentro da indústria, do abatedouro frigorifico

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2. Alternativas de Reutilização de Resíduos na Indústria de Alimentos

Resíduo Sólido: é todo resíduo que resulte de atividades industriais e que se


encontre nos estados sólidos, semi-sólido, gasoso-quando contido, e líquido - cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em
corpos d’ água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente disponível.
(RESOLUÇÃO CONAMA nº 313, de 29 de outubro de 2002).
Os resíduos possuem diversas classificações, eles podem se classificados quanto á
sua composição sendo estes Orgânicos e Inorgânicos ou quanto a sua origem sendo
originado de lugares residencial, hospitalares, nuclear, industriais.
Muitos resíduos gerados em frigoríficos podem causar problemas ambientais que se
tornam graves se não foremgerenciados adequadamente e bem administrados para
minimizar seus possíveis impactos ambientais. A maioria e altamente putrescível e, por
exemplo, pode causar odores se não processada rapidamente nas graxarias anexas no
interior dos frigoríficos.
O problema é que, desta forma, as sobras do processo industrial não geram mais do que
entulhos quando poderiam ser reaproveitadas como base para fabricação de outros
produtos.
Os resíduos gerados devem voltar ao meio ambiente de forma que não prejudique
os indivíduos e o meio ambiente, o tipo de tratamento ideal deve ser recomendado por
especialistas, sendo essencial o cumprimento do procedimento correto, ou a empresa
pode ser notificada e multada. A reutilização funciona como uma forma de redução de
perdas, diminuindo assim o acumula de lixo, pois desta forma os produtos permanecem
mais tempo em uso antes de serem descartados.
A solução para esses resíduos gerados é o uso de tecnologias para o tratamento
desses resíduos sólidos. E a indústria tratando estes resíduos, ele pode ser reutilizado
dentro da indústria uma forma de realizar economia e também obter lucros. Um exemplo
são as graxarias de abatedouro e frigorífico que precisa ter um investimento inicial
significativo, porém os resíduos gerados durante o processamento são levados para as
mesmas onde são transformados em farinha para alimentação animal e sabão através do
óleo extraído. Isso seria uma forma da empresa tratar e não jogar em recursos hídricos ou
poluir o meio ambiente, assim se tornando um fator de custo beneficio.
Dentre os processos utilizados nas indústrias alimentícias como forma de tratamento
e reutilização desses resíduos podemos citar o setor de graxaria, uma área anexada ao

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abatedouro frigorífico que tem como principal objetivo de transformar os seus dejetos em
outros produtos.
A graxaria é um segmento é de grande importância para o agronegócio brasileiro
buscando elevar seu reconhecimento e fortalecimento através de seus setores. Seu
processo industrial é caracterizado farinhas e gorduras de origem animal, utilizando-se de
carnes, ossos, vísceras, sangue entre outros.
Após os processos realizados dentro do frigorífico inicia-se Recepção da Matéria-
Prima e Fragmentação ou Moagem da matéria-prima. No entanto, pode ser necessário
estocar o material por algum tempo e/ou transportá-lo para a graxaria por longas
distâncias. Ao chegar à graxaria, o material pode ser armazenado para processamento ou
entrar rapidamente em processo. Procede-se à moagem e trituração de uma mistura dos
materiais - ossos e outras partes - gerando-se uma massa que segue por rosca
transportadora para os equipamentos de cozimento.
A etapa do cozimento é a principal etapa desta operação, pois no processamento
das graxarias, podendo ser por via úmida, a seco ou por secagem. Por via úmida ocorre
uma injeção de vapor diretamente sobre o material carregado no digestor equipamento
onde se dá o cozimento, propiciando a separação entre as fases sólida, água e sebo, após
o cozimento. A forma por Seco os digestores carregados são aquecidos por meio de
camisas de vapor. A maior parte da umidade contida na matéria-prima é evaporada e esta
operação pode ser efetuada de maneira contínua ou em bateladas, o processamento
utilizado pela secagem consiste em um método de evaporação conduzido até um teor de
umidade em torno de 65% no material em processo, sendo que uma secagem posterior é
efetuada em atomizadores, este método associa-se com o do processamento a seco.
Percolação
Terminado o cozimento, o equipamento é aberto e seu conteúdo é descarregado em
um tanque ou panela percoladora, aquecida a vapor, onde o sebo separa-se dos sólidos
por percolação e peneiramento.
Purificação do sebo ou das gorduras
Após a percolação, o sebo é centrifugado e/ou filtrado, sendo enviado a um tanque
decantador, para estocagem e eventual separação final de fase aquosa presente. Há
graxarias que não centrifugam ou filtram o sebo percolado - apenas decantam suas
impurezas e eventual fase aquosa. O material sólido, retirado do sebo nesta operação,
É juntado aos sólidos da percolação. Do tanque decantador, o sebo é retirado por
caminhões, sendo utilizado para fabricação de sabões e de outros produtos. Eventual
fase aquosa pode ser evaporada e seca, para obtenção de proteínas solúveis ou ser
descartada como efluente líquido.

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Prensagem
O material sólido é prensado à quente, gerando mais sebo, que é juntado ao
sebo percolado para a purificação.
Moagem e Peneiramento
O material prensado é moído em moinho de martelos, seguindo para
peneiramento, para acerto de granulométrica da farinha. O material retido neste
peneiramento retorna ao moinho.
Embalagem, Estoque e Expedição
Passando pelo peneiramento, a farinha de carne/ossos é ensacada e destinada
ao estoque ou à expedição.
Produção de Farinha de Sangue
O sangue coletado segue, normalmente por gravidade e em tubulações
especiais, até um tanque equipado com bomba de recirculação e/ou agitador para
evitar a coagulação. É usual a adição de anti-coagulantes, como ácido cítrico, citrato de
sódio ou fosfato de sódio. No cozimento e na secagem do sangue o processamento do
sangue, a bomba de recirculação envia o sangue para o digestor / secador, que opera
com os registros de saída de gases aberto (exaustão aberta, pressão ambiente), até a
obtenção de sangue em pó. Este processo dura cerca de 3 horas.

Peneiramento e Embalagem
O sangue seco é descarregado do secador invertendo-se sua rotação, e este é
peneirado, sendo que eventual material retido nas peneiras pode ser aproveitado
(também para rações animais). Depois, o sangue peneirado é ensacado para estoque
e comercialização.Parte do sangue proveniente do abate também pode ser processado
para separação e comercialização de seus componentes. Neste processo, separam-se
a albumina e a fibrina do plasma, em centrífugas e/ou peneiras vibratórias. Albumina e
fibrina são vendidas para laboratórios farmacêuticos e o plasma é submetido à
evaporação e secagem, podendo ser utilizado na indústria de carnes (presuntos e
lingüiças cozidos), bem como na alimentação de animais.
Processamento do sebo
Se a graxaria for anexa ao abatedouro ou frigorífico, os ossos gerados no local
podem chegar a ela de forma mais rápida para processamento. No entanto, pode ser
necessário estocar o material por algum tempo nos pontos de geração e/ou transportá-
lo para a graxaria por longas distâncias e tempo considerável, principalmente se os
ossos são recolhidos em vários locais (açougues, por exemplo). Este transporte é feito

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normalmente por caminhões, muitas vezes de forma inadequada (sem refrigeração
e/ou em veículos abertos). Ao chegarem à graxaria, caso não seja possível seu
processamento imediato, os ossos podem ficar aguardando nos próprios caminhões
ou em pátio de armazenagem.
Cozimento
Os ossos são transportados para as autoclaves (equipamentos de cozimento)
geralmente por meio de esteiras transportadoras ou transportadores helicoidais. No
cozimento, os ossos são aquecidos com vapor direto durante cerca de
horas, a uma temperatura em torno de 90oC. O sebo e a água acumulados no
processo, são transferidos para um tanque. Ao final do tempo de autoclavagem, é feita
uma drenagem final das autoclaves, estes equipamentos são abertos e os ossos são
normalmente transferidos para um pátio.
Processamento do Sebo
O sebo e a fase aquosa resultantes do cozimento podem ser separados por
simples decantação em tanque, sendo a fase aquosa descartada como efluente líquido
– o que é mais comum – ou serem processados de forma mais elaborada, visando
maior purificação do sebo e a recuperação das proteínas presentes na fase aquosa
(decantação, centrifugação e/ou filtração do sebo, concentração e secagem da fase
aquosa). Após purificação, o sebo fica estocado em tanque(s), de onde é expedido,
normalmente por meio de caminhões, para ser utilizado na fabricação de sabões e de
outros produtos.
Processamento dos Ossos – Produção do Adubo Organo-Mineral
Este processamento pode ser realizado na mesma unidade que autoclavou e
separou o sebo dos ossos ou por terceiros, para quem os ossos são transportados por
caminhões. A primeira etapa é um processo de maturação, no qual os ossos
autoclavados ficam geralmente depositados em um pátio aberto por cerca de 20 dias.
Após a maturação, os ossos seguem para moagem em moinhos de martelos. Os ossos
moídos são pré-misturados com sais inorgânicos em quantidades específicas
(formulação do adubo): superfosfato simples, sulfato de amônio, cloreto de potássio,
nitrito de amônio, etc. Em seguida, o material é transportado por elevador de canecas
para peneiramento (normalmente em peneiras vibratórias), segue para nova moagem
em moinho de martelos e é homogeneizado em misturador rotativo. Do misturador, o
material é transportado por elevador de canecas para um silo de armazenagem e daí, o
material é embalado em ensacadeiras. Os sacos de adubo vão para estoque e/ou
expedição.
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E assim ocorre o reaproveitamento daqueles resíduos que seriam supostamente
descartados.

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3. Conclusão

Diante de tudo que foi mostrado nesse presente trabalho, podemos perceber a
importância que se deve ter com os resíduos gerados dentro de uma indústria, é
interessante pensar em métodos para a sua reutilização amenizando assim as
conseqüências no meio ambiente e na saúde humana.

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4. Referências
ALMEIDA de Urgel Lima/MATÉRIA –PRIMA DOS ALIMENTOS, São Paulo: Blucher,
2010. (página 19).

RESOLUÇÃO CONAMA nº 313, de 29 de outubro de 2002;

CETESB – COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Oliveira,


M. J. N. de. Nota técnica sobre tecnologia de controle. Graxaria – recuperação de resíduos
animais. NT-20.São Paulo: CETESB, dez. 1990.
http://www.crq4.org.br/downloads/graxarias.pdf

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