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O TRABALHO INFANTIL NO BRASIL E NA BOLÍVIA: UM ESTUDO DE DIREITO

COMPARADO EM FACE À DECLARAÇÃO SOCIOLABORAL DO MERCOSUL

Arlindo Alves de Farias1


Anchieta Ferreira de Alencar Neto2
Centro de Ciências Jurídicas e Sociais-CCJS/UFCG.

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO - DESENVOLVIMENTO: CONCEITO DE


TRABALHO INFANTIL SOB UMA PERSPECTIVA NORMATIVA SUPRANACIONAL;
TRATADOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE; LEGISLAÇÕES BRASILEIRA E BOLIVIANA: UMA ANÁLISE
COMPARATIVA ACERCA DO TRABALHO INFANTIL; METODOLOGIA-
CONSIDERAÇÕES FINAIS- REFERÊNCIAS.
RESUMO: Este trabalho tem o escopo central realizar um estudo de direito comparado entre a legislação da
República Federativa do Brasil e a do Estado Plurinacional da Bolívia acerca do trabalho infantil. Neste viés,
investigar-se-á, a priori, o que dispõe a lei de cada Estado, valendo-se dos normas jurídicas nacionais,
internacionais e, especialmente, da Declaração Sociolaboral do Mercosul (bloco econômico que o Brasil faz parte
e a Bolívia está em processo de ingresso). Para alçar os objetivos desta pesquisa e garantir seu exercício no âmbito
social, empregar-se-á os métodos dedutivo, comparativo, dialético e hermenêutico e as técnicas de pesquisa
bibliográfica, descritiva e documental. A relevância desta pesquisa está no fato de realizar uma reflexão crítica
acerca deste labor em Estados distintos, mas que convivem com esta árdua realidade. A principal consideração
alçada foi que a prática dessa atividade laborativa em questão representa um entrave à proteção infantojuvenil
nestes países.

Palavras-Chave: Direito Comparado. Trabalho Infantil. Mercosul.

1. INTRODUÇÃO

O Direito surgiu com o escopo de garantir a ordem na sociedade e regular as relações


societárias, por vezes, conflituosas e proteger os sujeitos. Conforme Paulo Nader (2017, p. 27):
“O Direito está em função da vida social. A sua finalidade é favorecer o amplo relacionamento
entre as pessoas e os grupos sociais que é uma das bases da vida em sociedade”. Neste viés, o
ordenamento jurídico, por meio da criação de leis, protege os sujeitos e estabelece diretrizes a
serem cumpridas pelos setores públicos de modo a preservar a dignidade da pessoa humana,
princípio cânone do ordenamento jurídico pátrio.
Assim exposto, após a Segunda Guerra Mundial, o Estado possui novas funções
governamentais e mais complexas ao passo que, em muitos casos, necessita intervir na vida
privada dos sujeitos para disseminar o bem comum e proteger os menos favorecidos. Isso pode

1
Graduando em Direito pela Universidade Federal de Campina Grande UFCG) – Campus Sousa-PB.
E-mail: anchietaalencar2@gmail.com
2
Graduando em Direito pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) – Campus Sousa-
PB;
Pesquisador do Núcleo de Estudos Jurídicos e Sociais em Direito de Família.
E-mail: arlindo.alfas123obemep@gmail.com
ser evidenciado na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 que no seu art. 1º
estabelece: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de
fraternidade”. (PARIS, 1948). É com base nesta premissa, que este trabalho propõe-se a realizar
um estudo de direito comparado sob uma perspectiva geográfica em dois países sul-americanos:
A República Federativa do Brasil e o Estado Plurinacional da Bolívia acerca da problemática
do trabalho infantil em ambos.
Dessarte, analisar-se-á, a priori, a definição conceitual da atividade laborativa infantil,
conceituação esta complexa, haja vista que depende da normatização trabalhista legal de cada
país. Por conseguinte, a propriedade terminológica ora apresentada buscará apresentar uma
explicação geral acerca desse assunto e, a posteriori, o objeto será delimitado conforme a análise
dos dispositivos legais dos Estados aqui estudados. Como forma de fundamentar a discussão,
serão vistas as principais normas de caráter internacional, nacional e convenções que protegem
os direitos desses cidadãos em formação e incentivam a disseminação de práticas de combate
a essa problemática, observando sempre os parâmetros culturais em complementação aos
normativos.
Adicionalmente a isto, será apresentada a Declaração Sociolaboral do Mercosul,
documento que estabeleceu algumas peculiaridades aos países integrantes do bloco, que
apresenta preceitos contrários à prática do trabalho infantil. A escolha pela análise deste
documento decorre do fato do Brasil ser membro integrantes deste Bloco Econômico e, por
efeito, deve ser observante aos seus preceitos. Já a Bolívia está em tramite processual para
ingressar neste aglomerado e, uma vez adentrando, deverá cumprir suas diretrizes.
Nesse viés, a relevância jurídico-acadêmica desta pesquisa está no fato de propiciar um
estudo da temática supracitada sob um viés crítico, de modo a sistematizar o conhecimento
científico e ofertar um estudo original, pautado na ética e na racionalização do saber. Para
atender a estes fins, fazer-se-á a utilização dos métodos dedutivo, comparativo, dialético e
hermenêutico e as técnicas de pesquisa bibliográfica, descritiva e documental que,
posteriormente, serão explicados. Deste modo, far-se-á, de forma predominante, do uso da
legislação como instrumento de fundamentação teórica, descrevendo-a e também de doutrinas,
artigos e entre outros, a fim de criar um repertório sociocultural para embasar a discussão. Com
o emprego de tais mecanismos, objetiva-se ainda: analisar se as normas dos Estados têm
possuído eficácia no que diz respeito a proteger os direitos destes hipossuficientes, verificar as
semelhanças e contrastes entre as disposições legais de ambos os países e as respectivas
influências culturais no Direito.
Com isso, a pesquisa irá se debruçar sobre a problemática de modo a sistematizar esse
conhecimento e contribuir de forma dinâmica sobre a questão abordada a comunidade
acadêmica.

2. DESENVOLVIMENTO
2.1 CONCEITO DE TRABALHO INFANTIL SOB UMA PERSPECTIVA
NORMATIVA LEGAL SUPRANACIONAL

O labor humano é essencial para que o ser humano atenda às suas necessidades e, por
consequência, supra suas deficiências. Neste sentido, o Direito estabelece normas de resguardo
e proteção ao trabalhador e ao empregador bem como à atividade trabalhista desempenhada,
objetivando garantir a proteção à dignidade humana. Sob essa ótica, as ações laborais são
regulamentadas pelos dispositivos legislativos de cada Estado, visando a organização, a
cooperação e o estabelecimento de uma idade mínima para que o sujeito possa se inserir no
setor trabalhista.
Esta prerrogativa de normatizar uma idade mínima para o exercício de um ofício
laborativo por parte do indivíduo decorre da necessidade deste estar preparado fisicamente,
psicologicamente e tecnicamente para o pleno exercício do labor, tornando este qualitativo à
demanda. Tendo em vista esse posicionamento, Hillesheim e Silva destacam que:

A precarização das relações de trabalho, que se intensifica com o modelo de


acumulação flexível, constitui hoje uma das causas que acelera o fenômeno do
trabalho infantil e da exploração do adolescente no trabalho. É sempre conveniente
lembrar que se é verdade que a realidade social e econômica leva crianças e
adolescentes para o mercado de trabalho em condições precárias, é também verdade
que esta situação é mantida por causa dos interesses do capital. Estes trabalhadores
(crianças e adolescentes) se tornam mão-de-obra barata, portanto, reduzem os custos
da produção e, além disso, produzem, em termos quantitativos e até qualitativos, tanto
quanto um trabalhador adulto (2003, p.06).

À vista disso, busca-se aqui conceituar o trabalho infantil. Consoante Santos (2015, p.
21): “Apresentar um conceito de trabalho infantil pode parecer simples se não observado as
espécies, circunstâncias, questões culturais e essencialmente as sociais, o que, portanto,
transforma a questão em uma tarefa complexa e de difícil realização”. Dessa forma, sob um
olhar normativo, considerando que cada entidade nacional estabelece uma idade mínima para
o cidadão trabalhar, labor infantil é toda forma de trabalho executada por crianças ou
adolescentes em uma faixa etária abaixo da idade permitida por lei em cada país, deturpando,
em muitos casos, os direitos desta camada social. Conforme Custódio e Veronese:
“O conceito de trabalho infantil (precoce) é o que melhor expressa a proibição do
trabalho infanto-juvenil entendido como todo trabalho realizado por criança ou
adolescente com idades inferiores aos determinados pela legislação”. (2007, p. 125):

O labor infantil, desta forma, representa uma celeuma ilegal que priva, muitas vezes, as
crianças e os adolescente de uma infância normal com acesso a direitos mínimos como a
educação, o lazer e a saúde. Este entrave à efetivação dos direitos desses sujeitos decorre de
problemas estruturais que variam conforme o Estado e os parâmetros da organização social.
Neste sentido, a pobreza e a miséria são duas das principais causas desta atividade, posto
as condições subhumanas que muitos grupos familiares enfrentam. Assim, em meio à
vulnerabilidade da organização familiar, o Estado, enquanto agente detentor das atividades
governamental e política, deve construir políticas públicas de proteção aos sujeitos. Em
contraste a isso, hodiernamente, vislumbra-se, em diversos casos, uma ineficácia estatal frente
aos problemas sociais e no que diz respeito ao problema em questão, a situação agrava-se, pois
condena um sujeito em desenvolvimento a um quadro de violação de direitos. De acordo com
Souza e Goldschmidt:

O trabalho infantil pode ocorrer em virtude das desigualdades sociais, em que o


infante ou adolescente se vê obrigado a ingressar precocemente no mercado de
trabalho para sua subsistência e muitas vezes de sua própria família. O assunto é
recorrente, pois essas pessoas em fase de desenvolvimento físico, mental e psicológico
merecem proteção integral do Estado, da sociedade e da família, haja vista que o
trabalho infantil os prejudicam severamente. (2017. p. 2):

Como se vê, o trabalho pode acarretar reflexos negativos para esse público, pois pode
expor as crianças e adolescentes a situações de negligência e ofensa ao bem-estar destes
indivíduos em formação para a cidadania. Com base nessas informações, analisar-se-á, a seguir,
a legislação de proteção que norteia essa questão na República Federativa do Brasil e no Estado
Plurinacional da Bolívia, levando em consideração a estrutura social, os aspectos culturais e as
políticas públicas de prevenção de ambos os Estados em face a uma reflexão crítica do assunto.

2.2 TRATADOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS DA CRIANÇA


E DO ADOLESCENTE
Considerando o trabalho infantil como a atividade exercida por menores – nos moldes
da convenção da ONU de 1989 – que o exponha a riscos de saúde e psíquicos, com exceção
dos labores de aprendizagem, previstos no art. 7° da Convenção 138 da OIT, adotado no Brasil,
que possui legislação que sistematiza essa temática, além de que prive de exercer plenos direitos
e garantias fundamentais, sabe-se este tema é recorrente no cenário mundial, no tocante aos
meios de combate ao labor e evidente meio de efetivar direitos da criança e do adolescente.
A flexibilização citada demonstra o equilíbrio essencial que as normas internacionais
versam em face dos direitos da criança e do adolescente, não coibindo todo e qualquer contato
com atividades laborais, como meio de instigar a identificação destes com áreas que
possibilitem o desenvolvimento social e próprio, mas restringido esse contato com atividades
que, de algum modo, influenciam o progresso físico e psíquico do jovem, além das que expõem
risco a saúde deste.
Outrossim, a mencionada Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre
os direitos da criança em 20 de novembro de 1989 é uma amostra do interesse global frente às
garantias da dignidade que as crianças possuem, sendo o instrumento de viabilização de direitos
humanos mais aceito da história universal, não sendo ratificado apenas pelos Estados Unidos.
O Brasil, por sua vez, ratificou este convenção em 24 de setembro de 1990, atribuindo a esta
caráter de norma supraconstitucional, nos moldes do art. 5, §3, da Constituição Federal de 1988.
A Convenção sobre os Direitos da Criança, de 1989, acima aludida, constitui um
documento marcante na nova concepção do Direito infanto-juvenil. Foi o primeiro diploma que
considerou criança (e o adolescente) sujeito de direitos individuais civis, políticos, sociais e
culturais. Sujeito titular de direitos próprios e não mais simples objeto das relações jurídicas.
Nesse ínterim, o Estado assume responsabilidade de promover a isonomia e garantia de
direitos fundamentais da faixa infantil frente aos demasiados problemas que inibem o
desenvolvimento, sejam psíquicos, físicos ou morais desta, destacando-se o labor que expõe a
criança a certos riscos. Desse modo, deve operar medidas e programas que efetivem o teor
previsto na norma, sob a égide primordial dos direitos humanos e dignidade humana.
Por outro lado, imprescindível citar as atividades da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) frente ao acentuado teor de trabalho infantil mundial, buscando proceder com
a Cooperação Internacional em prol da erradicação desta barreira. Em posição de destaque,
possível citar a Convenção 182, ratificada pelo Brasil em 02 de fevereiro de 2000, buscou
evidenciar formas, de maneira imediata, que viabilizassem a redução da exploração infantil por
meio do labor, instigando medidas ligadas à educação e sistematização de normas que, de
alguma maneira, promovesse o pleno exercício da dignidade humana e direitos fundamentais
por esta faixa. O trecho da Convenção 182 da OIT do artigo 6º a seguir comprova esta tese:

1. Todo membro deverá elaborar e implementar programas de ação para eliminar, como
medida prioritária, as piores formas de trabalho infantil.
2. Esses programas de ação deverão ser elaborados e implementados em consulta com as
instituições governamentais competentes e as organizações de empregadores e de
trabalhadores, levando em consideração as opiniões de outros grupos interessados, caso
apropriado. (BRASIL, 1999).
Precedente a este dispositivo normativo, no ano de 1973, a OIT aprovou a já citada
Convenção n° 138, que buscou convergir instrumentos que atua-se como pilar para o
desenvolvimento dos demais dispositivos dos Estados, no tocante a idade mínima de admissão
no trabalho, nos diferentes setores de atuação de fornecimento de bens e de prestação de
serviços, reiterando a tese de que a discussão de erradicar e o debate mundial sobre o trabalho
infantil não são contemporâneos.
Por fim, importante acrescentar que outros diversos dispositivos internacionais preveem
a necessidade de garantia dos direitos da criança, incluindo-se a questão do trabalho infantil,
como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, bem como Pacto de San José da Costa
Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos).
Portanto, com base nos argumentos supracitados, compreende-se a importância dada
pelo cenário internacional a proteção aos direitos da criança e do adolescente, sendo
constantemente discutidos e acordados meios legais que inibam qualquer lesividade aos direitos
que estes possuem, sendo bastante recorrente a do trabalho infantil, buscando evidenciar o
desenvolvimento mental, motor e moral efetivo destes, impulsionando a melhoria de fatores
sociais e econômicos no cenário mundial.

2.3 LEGISLAÇÕES BRASILEIRA E BOLIVIANA : UMA ANÁLISE COMPARATIVA


ACERCA DO TRABALHO INFANTIL

Abordar-se-á, neste tópico, um paralelo entre as legislações dos Estados do Brasil e da


Bolívia, a fito de averiguar as suas peculiaridades acerca do trabalho infantil, buscando realizar
análise que considere os parâmetros jurídicos, culturais e políticos de cada sociedade.
Primordialmente, serão abordadas as disposições legais brasileiras e, subsequentemente, as
bolivianas.
Dessarte, o ordenamento jurídico brasileiro, idealizado na perspectiva de Estado
Democrático de Direito, busca efetivar os direitos e garantias dos cidadãos, sendo estes
subordinantes em face a qualquer ação ou omissão do Estado, devendo-se viabilizar toda e
qualquer previsão dos dispositivos legais que no Brasil vigora.
No tocante ao labor infantil, a legislação brasileira busca, incessantemente, evidenciar
o pleno desenvolvimento psíquico, motor e moral da criança e do adolescente, por meio de
medidas e tutelas que efetivem os direitos que estes possuem, integralizando esse dever para o
Estado, família e sociedade, frente às barreiras globais e locais, que inibem a garantia destas
prerrogativas.
A princípio, imprescindível mencionar a proteção evidenciada pela Constituição Federal
de 1988, que, por sua vez, instiga o princípio da proteção integral à criança e ao adolescente,
dispositivo que possui o objetivo de assegurar a plenitude do desenvolvimento da criança e do
adolescente, responsabilizando tanto o Estado, como os pais e a sociedade, reconhecendo os
direitos pertencentes a este grupo. Neste mesmo texto legal (art. 277, §3°, I - CF/88), é vedado
qualquer labor infantil para menores de 16 anos, porém, nos moldes do artigo 7º, XXXIII da
norma constitucional, estabelecido pela Emenda Constitucional n° 20/98 o jovem acima de 14
anos até os 16 anos, possui o direito de contatar-se com atividades laborais na categoria de
jovem aprendiz - vedando qualquer exposição a riscos de saúde, físicos e abusos aos direitos e
garantias fundamentais. Nos ensinamentos de José Roberto Dantas Oliva, ressalta que:

(...) a Constituição Federal responsabilizou a família, a sociedade e o Estado pela


prioritária proteção que deve ser destinada às crianças e adolescentes. Todos têm
obrigações, de cunho prospectivo e preponderantemente comissivo (fazer), mas
também de natureza omissiva (não fazer), nos seus campos distintos de atuação, sendo
igualmente responsáveis, ‘não cabendo – como lembra Dalmo de Abreu Dallari (2002,
p. 22) – a qualquer dessas entidades assumir com exclusividade as tarefas, nem
ficando alguma delas isenta de responsabilidade (...). (2006, p. 110).

A Lei Federal 8.069/1990, que versa sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente


(ECA), atua como regulamento às normas constitucionais que versam sobre o grupo referido,
com atuação em prol de normatizar e efetivar o princípio da proteção integral - previsto no
artigo 277, CF/88, a fim de garantir-lhe seus direitos civis, políticos, econômicos, sociais e
culturais, além de viabilizar o desenvolvimento físico, psíquico e moral, promovendo a
formação de novos cidadãos que participarão, de maneira efetiva, das lutas em prol dos seus
direitos.
O próprio Código Civil Brasileiro de 2002 (Lei Federal 10.406/2002) ressalta a
importância da proteção para com as crianças e adolescentes, restringindo-os de realizar
determinados atos da vida civil, principalmente de cunho patrimonial - absolutamente incapazes
(menores de 16 anos), relativamente incapazes (jovens entre 16 e 18 anos). Desse modo, é
viável que o código, ao mesmo tempo que demonstra a incapacidade de tomar seletas decisões,
evidencia a prioridade do auxílio - moral, psíquico e motor - de meios que efetivem o pleno
desenvolvimento, para que este grupo desenvolva-se de maneira eficaz e plena, tornando-se
cidadãos ativos em prol do progresso da nação e próprios.
Ademais, como já citado, o Estatuto da Criança e do Adolescente, assim como a
Constituição Federal de 1988 e o Código Civil, promovem a integralização da responsabilidade
pela efetividade de medidas que viabilizem os direitos e garantias fundamentais deste grupo,
incidindo no âmbito da sociedade, família e do Estado. No direcionamento inicial do dispositivo
legal citado, as idades que distinguem criança e adolescente são instauradas, sendo a última de
pessoa que possuem entre 12 e 16 anos, consequentemente a outra constituída por menores de
12 anos.
Com base nessa premissa, a temática da mão-de-obra infantil é instituída no texto legal,
sofrendo adequações práticas de acordo com emendas à Carta Magna e aderência a Tratados
Internacionais, mas havendo sempre o objetivo de, com modo progressivo, erradicar o labor
infantil no estado brasileiro, obstáculo que, como já citado, expõe o jovem a situações
degradantes e a riscos no tocante do seu desenvolvimento, sendo indubitável a efetivação dos
dispositivos legais que vedam esta prática abusiva, em prol de evidenciar a dignidade da pessoa
humana. Conforme destaca Nilson de Oliveira Nascimento:

O Estatuto da Criança e do Adolescente estabeleceu uma profunda e radical mudança


em relação ao tratamento dos menores no Brasil, disciplinando, para garantia da
proteção integral das crianças e dos adolescentes, que compete à família, à sociedade
e ao Estado o dever prioritário de assegurar-lhes o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária . (2003, p. 68).

Outrossim, o Estado Boliviano, em 2014, regulamentou o trabalho de crianças e


adolescentes na idade de 12 anos, sendo possível ainda na faixa etária de 10 anos. Isso decorre
de fatores estruturais da sociedade boliviana que, desde as suas origens, apresenta-se como uma
etnia que valoriza as atividades laborais, principalmente, a partir das gerações pueris. Verifica-
se que, no âmbito do país em discussão, desde a chegada dos colonizadores espanhóis, é visto
uma exploração da mão de obra dos seus povos originários, criando uma sociedade a qual a
criança está constantemente presente em diversas searas como a do trabalho em condições de
deturpação de direitos. Na visão de Garcia (2016), autora da reportagem “Filhos do Sol:
conheça o trabalho infantil na Bolívia”:

Em qualquer discussão sobre trabalho infantil, é preciso entender como foi a formação
do país onde ele ocorre. Na Bolívia, a história da infância é a dos filhos do Sol, como
são conhecidos os povos andinos, e também a de sua exploração após a chegada dos
colonizadores espanhóis.

Como efeito disto, o ofício por parte das crianças é recorrente, pois está presente nas
relações de socialização do sujeito com a comunidade que aquele está inserido. Entretanto, este
valor cultural transforma-se em uma verdadeiro quadro de exploração, expondo esses
indivíduos a situações depreciáveis de vida, pois “vale lembrar que grande parte desses
trabalhos está enquadrada na lista de piores formas de trabalho infantil da Organização
Internacional do Trabalho (OIT).(GARCIA, 2016).
A conjuntura apresentada decorre, além de fatores culturais, da deficiência das políticas
públicas deficitárias por parte do Estado, tornando as crianças seres subordinados a trabalho
nefasto para auxiliarem no seu sustento, de suas próprias famílias e até mesmo arcarem com os
subsídios de sua formação acadêmica, pois “ainda que a situação econômica tenha melhorado,
estima-se que um em cada cinco bolivianos é analfabeto e mais de 38% das crianças está fora
do sistema educacional”. (GARCIA, 2016). A mesma autora menciona que:

Em uma Bolívia de recente processo democrático, os censos do Instituto Nacional de


Estadística (INE) estimam que existem mais de 800 mil crianças trabalhando. Na faixa
dos 7 aos 13 anos, 30% delas trabalham com agricultura, pecuária e pesca; 19% em
atividades de serviço informal e comércio; 17% se encontram na indústria extrativista
e de construção.

Deste modo, a infância, etapa indispensável para o desenvolvimento do ser humano,


apresenta-se comprometida por uma realidade que impõe atividades disformes à faixa etária
apresentada. Contudo, conforme Garcia (2016) citando Osvaldo Walter Gutiérrez, da
Universidad Andina Simón Bolívar (2016), explica:

O trabalho infantil na Bolívia é um problema que não pode ser erradicado de um dia
para o outro, sendo uma necessidade para muitas famílias. Para solucioná-lo, são
necessárias ações imediatas, flexíveis e soluções efetivas em curto prazo para a
proteção das crianças.

A erradicação deste problemática depende, intrinsecamente, da atividade política-


governamental deste país. Posto este cenário, analisar-se-á, agora, a regulamentação do labor
no “Código Niña, Niño y Adolescente”(Código da menina, do menino e do adolescente). Este
diploma legal estabelece todo um aparato normativo de proteção ao trabalho da criança e do
adolescente, desde a atividade empresarial até as peculiaridades de risco como questões de
insalubridade que o Código contempla. Em outras palavras: esta normatização fortalece os
argumentos anteriormente apresentados. Tal dispositivo estabelece no art. 130 que: “I. O
Estado, em todos os níveis, garantirá o exercício ou desempenho do trabalho da adolescentes
com idade superior a catorze (14) anos, com os mesmos direitos usufruídos pelo Trabalhadores
adultos”.(BOLÍVIA, 2014). Esse título demonstra que essa legislação teve o escopo de buscar
uma equidade acerca da promoção da proteção do trabalhador neste ciclo. O mesmo art.
menciona também que:

II. Proteção e garantias para adolescentes acima de catorze (14) anos de idade em o
trabalho é estendido a adolescentes menores de catorze (14) anos de idade, que
excepcionalmente ter autorização para executar qualquer atividade de trabalho em as
condições estabelecidas pelas Ouvidorias da Criança e do Adolescente.(BOLÍVIA,
2014).
Como visto, essa disposição consagra que existe a possibilidade de adolescentes com idade
inferior a 14 exerceram alguma atividade laborativa, por meio de autorização. O III deste
complementa dizendo: “III Atividade de trabalho ou trabalho autônomo desenvolvido pela
menina, menino ou adolescente de dez (dez) a dezoito (18) anos, deve considerar a validade
total de todos os seus direitos e garantias”. (BOLÍVIA, 2014).Estes, por sua vezes, são
desafiados pelas condições insalubres que, em muitos casos, esses indivíduos enfrentam para
garantir a própria subsistência.
Já no art. 131, I, afirma: “A menina, o menino e o adolescente de 10 (dez) a dezoito (18)
anos devem expressar e concordar livremente sua vontade de realizar qualquer trabalho ou
atividade profissional”.(BOLÍVIA, 2014). No entanto, embora o dispositivo trata de liberdade,
não se pode aferir que esse público possua outra escolha, pois como já supracitado, o quadro
boliviano é deficitário em termos de políticas protetivas, subordinando assim, estes menores a
este quadro de atividade laborativa.
Neste mesmo art. no II, este código destaca a criação de ouvidorias para resguardar os
direitos desses indivíduos e combater atitudes arbitrárias. Já nos seguintes, III e IV, fala a
respeito de que são feitas avaliações para conceder que este exerça algum ofício. Nos artigos
seguintes, o Código destaca uma regulamentação para a remuneração, proteção, vedação a
práticas exploratórios, chegando a vedar no art. 136: I. “São proibidas atividades trabalhistas e
trabalho proibido por sua natureza e condição perigoso, insalubre ou atento à dignidade da
criança e do adolescente, e aqueles que colocam em risco sua permanência no sistema
educacional”. Em oposição ao texto da lei, crianças e adolescentes, em diversos casos, vivem
na seara da informalidade e sem proteção, trabalhando em condições subumanas e
comprometendo seu futuro cidadão e sua profissionalização.

2.4 DECLARAÇÃO SOCIOLABORAL DO MERCOSUL E O TRABALHO


INFANTIL
De forma sintética, este tópico abordará sobre a Declaração Sociolaboral do Mercosul
e sua relação com o Brasil, a Bolívia e o trabalho infantil. Hodiernamente, na era da
globalização, os Estados formam blocos para garantir a eficácia de suas relações políticas,
econômicas e sociais. Nesse sentido, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um bloco
econômico formado pelos seguintes países: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Em 2015, o bloco estabeleceu a Declaração Sociolaboral do Mercosul que foi um documento
elaborado para estabelecer diretrizes que todos os países pertencentes deveriam cumprir para
propiciar, a fim de garantir condições dignas para o exercício do trabalho, visando também criar
um pacto de combate ao labor forçado, em condições subumanas e ao trabalho infantil.
A relação deste documento com o Brasil reside no fato deste ser país-membro e, por
conseguinte, necessita estar observante às suas disposições. Já o Estado Plurinacional da Bolívia
assinou em fevereiro deste ano o Protocolo de adesão ao este congregado e, neste sentido,
necessita estabelecer que a sua política estatal esteja também em complementação as
disposições do congregado econômico em questão. Destarte, o documento supracitado prima
pela minimização e combate ao trabalho infantil. Isto é expresso no art. 9º em diversos incisos,
mas no 2 é objetivo: “Estados Partes comprometem-se a adotar políticas e ações que conduzam
à prevenção e à erradicação do trabalho infantil e à elevação progressiva da idade mínima para
o exercício de atividade laboral”. (BRASIL, 2015). Portanto, o Brasil como membro e a Bolívia
como ingressante devem ser observantes a estas disposições, com a criação de políticas públicas
intersetoriais de combate à problemática.

3. METODOLOGIA

Para o exercício desta pesquisa no âmbito social, empregou-se, em termos


metodológicos, no âmbito da abordagem, o método dedutivo pela racionalização das
informações, pois de acordo com Prodanov e Freitas (2013. p. 27): “O raciocínio dedutivo tem
o objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio
em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega a uma conclusão”.
Adicionalmente, o método comparativo apresentou-se de indubitável importância, posto que
auxiliou na equiparação do direito de ambos os países mencionados. Seguindo a linha de
pensamento de Marconi e Lakatos (2003, p. 107):

O método comparativo é usado tanto para comparações de grupos no presente, no


passado, ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de iguais ou
de diferentes estágios de desenvolvimento. (2003, p. 107).

Este, por consequência, exerceu uma função crucial ao fomentar a interpretação de leis
em vigência em sociedades distintas, fomentando o enriquecimento de informações ora
apresentadas neste estudo. Em conformidade a isso, o uso do método dialético decorre da
necessidade de demonstrar a contradição existente entre o texto da lei e a realidade degradante,
em ambos os Estados, a qual crianças estão inseridas no setor laborativo de forma, muitas vezes,
degradante ao seu bem-estar físico, mental e social. Desta forma, Richardson (2014, p. 45)
dispõe que: “Embora hoje se de a este termo um sentido mais amplo, o núcleo da dialética, sua
essência, continua a ser a investigação das contradições da realidade, pois são essas a força
propulsora do desenvolvimento da natureza”. Em adição, o método hermenêutico propiciou
uma interpretação mais detalhista dos documentos e da legislação consultada como destaque as
convenções, leis constitucionais, infraconstitucionais, normas de caráter supranacional e,
especialmente, a Declaração Sociolaboral do Mercosul. No tocante às técnicas de bibliográfica,
foram usadas as técnicas bibliográfica, descritiva e documental. A primeira em decorrência do
uso de fontes secundárias de informação como doutrinas, monografias, artigos e dentre outros
que fomentaram a construção de um repertório amplo para fundamentar a problematização, uma
vez que seguindo o pensamento de Marconi e Lakatos:

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já


tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins,
jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até
meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais:
filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com
tudo o que foi escrito, dito ou fIlmado sobre determinado assunto, inclusive
conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma,
quer publicadas, quer gravadas. 2013, p. 57):

Também usou-se a pesquisa documental pela aplicação de fontes primárias de


informações publicadas em órgãos governamentais como a lei, pois conforme as autoras já
mencionadas (2013, p. 48-49): “A característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta
de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes
primárias”. Já a pesquisa descritiva foi executada para detalhar os informes legislativos de
cada entidade analisada, visando garantir o entendimento por parte do leitor e expor as
informações de maneira objetiva. Com todo este amparo metodológico, este trabalho busca
atender aos seus objetivos e corroborar ao campo jurídico, científico e social.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Toda investigação científica se inicia com uma inquietação, uma problematização, uma
dúvida por parte do pesquisador. Sob tal ótica, mediante a análise da lei de cada país, infere-se
que o Direito recebe fortes influências sociais, o que auxilia na sua dinamização. Infere-se, desta
forma, que a definição de trabalho infantil depende da normatização de cada país que, sob
influência dos parâmetros sociais, estabelece uma idade mínima para o exercício laborativo.
Depreende-se também que, no âmbito dos dois países analisados, a legislação protege
as crianças e os adolescentes da exploração trabalhista e do labor infantil.Contudo, a execução
de políticas públicas por parte dos Estados ainda é deficitária fazendo que o trabalho infantil
continue sendo uma chaga que condena o desenvolvimento saudável desses indivíduos. Por
isso, chega-se a tese de que a lei como mero instrumento positivado sem efetividade não exerce
seu papel e, assim, torna-se ineficiente em face à problemática. Igualmente a isto, é perceptível
que o cenário de exploração e deturpação de direitos agrava-se na Bolívia quando a lei permite
o labor na idade de 10 anos. Embora haja toda uma influência cultural, esta não pode, em
momento algum, expor estes seres a uma panorama de violação de direitos humanos por causa
de um setor público ineficaz. É visível a necessidade deste país rever essa questão. O mesmo
vale para o Brasil que, embora possua uma grande protetividade a esta faixa etária, mas, em
diversos momentos, apresenta-se com uma atuação falha.
Por fim, o Brasil enquanto membro efetivo e a Bolívia ingressante do Mercosul devem
ser observantes à Declaração Sociolaboral do Mercosul e criar ações de minimização,
eliminação e erradicação do trabalho infantil sob a pena de desrespeitar o documento e sofrer
as sanções cabíveis. Encerradas as discussões, espera-se uma reflexão crítica da sociedade e
dos governos sob a questão de forma a combater esta grave intempérie que é o labor infantil,
como forma de efetivar os direitos e garantias da criança e do adolescente.
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