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ISSN 2318-0811
Volume II, Número 2 (Edição 4) Julho-Dezembro 2014: 425-437
*
O presente artigo foi elaborado com exclusividade para a MISES: Revista Interdisciplinar de Filosofia, Direito e Economia.
Traduzido do original inglês para o português por Evandro Ferreira e Silva.
**
Martin Krause é professor titular de Economia da Facultad de Derecho y Ciencias Sociales e professor adjunto de
História do Pensamento Econômico na Universidad de Buenos Aires (UBA), na Argentina, professor visitante de Economia
Institucional na Universidad Francisco Marroquín (UFM), na Guatemala, professor visitante da Swiss Management Center,
na Suíça, pesquisador adjunto do Cato Institute, nos Estados Unidos, e membro da Mont Pelerin Society. Cursou a graduação
em Contabilidade Pública na UBA e o doutorado em Administração na Universidad Católica de La Plata. Foi professor titular
de Políticas Econômicas e Políticas Públicas da ESEADE, onde, também, ocupo as funções de Centro de Investigaciones de
Instituciones y Mercados de Argentina (CIIMA), vice-reitor e reitor. Atuou como diretor executivo da Fundación Libertad y
Democracia e consultor de comércio exterior da subsecretaria de indústria do ministério da economia na província de Buenos
Aires. É autor de diferentes artigos em revistas acadêmicas publicados na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa,
bem como dos Proyectos por una sociedad abierta (Abeledo-Perrot, 1993), Democracia directa (Abeledo-Perrot, 1997),
En defensa de los más necesitados (Atlántida, 1998), La economía explicada a mis hijos (Aguilar, 2003), Economía para
emprendedores (Aguilar, 2004), Análisis Económico del Derecho: Aplicación a Fallos Judiciales (La Ley, 2006), Por el ojo
de una aguja: Ética, negocios y dinero en el mundo de hoy (Aguilar, 2007), Elementos de Economía Política (La Ley, 2007)
e Economía, Instituciones y Políticas Públicas (La Ley, 2011).
E-mail: mkrause@derecho.uba.ar
426 A Teoria do Trabalho e as Preferências de Remuneração a partir de uma Perspectiva Austríaca
14
DECI, Edward. The Effects of Contingent and 17
GNEEZY, Uri & RUSTICHINI, Aldo. Pay Enough or
Non-contingent Rewards and Controls On Intrinsic don’t Pay at All. Quarterly Journal of Economics, Vol.
Motivation. Organizational Behavior and Human 115, No. 3 (2000): 791-810.
Performance, Vol. 8 (1972): 217-229. 18
BÉNABOU, Roland & TIROLE, Jean. Intrinsic and
15
HERZBERG, Frederick. One more time: How do you Extrinsic Motivation. Review of Economic Studies,
motivate employees? Harvard Business Review (sep.- Vol. 70 (2003): 489-520.
oct. 1987). 19
DESSI, Roberta & RUSTICHINI, Aldo. Work for
KOHN, Alfie. Why Incentive Plans Cannot Work.
16
Image and Work for Pay. IDEI, Relatório de trabalho
Harvard Business Review, Sep-Oct 1993. No. 683 (Setembro de 2011).
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nesse caso, incentivos pecuniários suscitam e John List, por sua vez, confirmam o mesmo
demasiado empenho e pouco desempenho. resultado com um experimento semelhante22;
Por outro lado, deve-se pagar “o bastante” ressaltando, entretanto, que tal conduta
quando os estímulos intrínsecos forem persiste após o período inicial, embora os
insuficientes para motivar os indivíduos resultados posteriores sejam iguais.
talentosos. Na mesma trilha do já citado Frederick
Em uma pesquisa realizada por Sebastian Herzberg, outro ramo desse campo de estudos
Kube, Michel André Maréchal e Clemens enfatiza o ato de “projetar” as tarefas como
Puppe em um ambiente natural, contrataram- um importante fator motivador. J. Richard
se empregados para catalogar livros em uma Hackman (1940-2013) e Greg R. Oldham
biblioteca por um período limitado de tempo, desenvolveram o “modelo das características
oferecendo-se 12 euros por hora20. Num do emprego”, afirmando que estas
segundo momento, foi implementado um representam um incentivo intrínseco: quando
aumento salarial imprevisto de quase 20%. o trabalho é “importante”, os empregados se
Posteriormente, substitui-se o aumento por comprometem mais, concentram-se mais nos
um presente de valor equivalente a este e, objetivos, prestam mais atenção, raciocinam
finalmente, numa quarta fase, os empregados mais cuidadosamente e trabalham mais23.
foram informados do valor exato em A réplica dos economistas a essa contes-
dinheiro do presente recebido. Os resultados tação traz à tona questões interessantes. Para
demonstraram que o aumento no valor
pago teve um impacto insignificante sobre a
produtividade dos empregados, enquanto era garantido, ou prometido com confiabilidade,
antes de o esforço ser realizado. Os resultados dão
o presente de valor equivalente gerou um respaldo à perspectiva que admite a existência de
aumento de 30% na produção, que perdurou dois mercados distintos: quando o pagamento era
por todo o período. O resultado manteve- oferecido na forma de presentes (doces), ou quando
se inalterado quando se informou aos não se o mencionava, os esforços pareciam advir de
empregados o valor do presente. O contraste motivos altruísticos e eram altamente insensíveis à
magnitude do pagamento. Em contrapartida, quando
comportamental foi confirmado por um o pagamento era em dinheiro, os esforços pareciam
questionário distribuído em seguida, através derivar da reciprocidade e se revelavam sensíveis
do qual se descobriu que o presente tende à magnitude da quantia paga. Finalmente, em um
muito mais a sinalizar boas intenções do que o mercado misto (quando o pagamento era na forma de
aumento salarial, o que leva os funcionários a presentes, mas o custo destes era informado), a simples
menção do pagamento pecuniário era suficiente para
retribuírem com o aumento da produtividade. deslocar a visão que se tinha do relacionamento, de
É o valor simbólico do presente que gera a uma perspectiva mais social para uma outra, mais
reação. Resultados semelhantes foram obtidos mercadológica e monetária. Isto é, o próprio dinheiro
por James Heyman e Dan Ariely com 614 pode representar uma indicação do tipo de intercâmbio
estudantes de Berkeley e do MIT21. Uri Gneezy do qual os indivíduos se consideram participantes, o
que, por sua vez, influencia sua disposição para exercer
esforço (HEYMAN, James & ARIELY, Dan. Effort
for Payment: A Tale of Two Markets. Psychological
20
KUBE, Sebastian; MARÉCHAL, Michel André &
Science, Vol. 15, No. 11 (November 2004): 787-793. p.
PUPPE, Clemens. The Currency of Reciprocity: Gift-
791).
Exchange in the Workplace. Working Paper Series,
Relatório de trabalho No. 377. Institute for Empirical 22
GNEEZY, Uri & LIST, John A. Putting Behavioral
Research in Economics. Universidade de Zurique Economics to Work: Testing for Gift Exchange in Labor
(2008). Markets using Field Experiments. Econometrica, Vol.
74, No. 5 (September 2006): 1365–1384.
21
Duas experiências envolvendo comportamento
real e uma envolvendo comportamento hipotético 23
HACKMAN, J. Richard & OLDHAM, Greg R.
foram conduzidas em um ambiente genérico em Motivation through the design of work: test of a theory.
que os indivíduos participavam de jogos em que se Organizational Behavior and Human Performance,
tinha apenas uma chance de vencer. O pagamento Vol. 16, No. 2 (1976): 250-279.
432 A Teoria do Trabalho e as Preferências de Remuneração a partir de uma Perspectiva Austríaca
George G. Baker, Michael C. Jensen e Kevin Entre os trabalhos mais recentes que
J. Murphy, as críticas aos sistemas de paga- defendem o pagamento por desempenho,
mento por desempenho não provam que es- pode-se citar o ensaio de Edward P. Lazear
tes sejam ineficazes, mas sim que são eficazes e Kathryn L. Shaw28 e o estudo de Edward
demais, pois motivam as pessoas a fazer exa- P. Lazear, Steffen Altmann e Klaus F.
tamente aquilo que se mandou que elas fizes- Zimmermann29.
sem; embora às vezes gerem conseqüências
imprevistas, por ser difícil especificar o que
as pessoas devem fazer e, logo, como se deve II - A Teoria do Trabalho
medir seu desempenho24. Segundo G. Bennett
Stewart III, o sistema de preços faz com que os da Escola Austríaca e a
recursos escassos sejam distribuídos eficiente- Heterogeneidade dos Agentes
mente, ao recompensar quem conserva e pe-
nalizar quem não reage aos estímulos. Nesse Todo esse debate, no entanto, concentra-
contexto, pergunta o autor: “será verdade que se nos incentivos desde o ponto de vista
as pessoas reagem a incentivos pecuniários quando da “oferta”, direcionados a um conjunto
gastam sua renda, mas não quando a ganham, homogêneo de agentes e com vistas a melhorar
como parece pensar Kohn?”25. o desempenho; subestimando-se os incentivos
Ao comentar alguns estudos sobre cria- tomados desde a perspectiva da “demanda”.
tividade realizados com artistas, Amabile et al Uma visão “austríaca” nos levaria a considerar
e Amabile observam que, embora os artistas o problema da heterogeneidade.
realmente prefiram trabalhos não encomen- Desde o surgimento da Escola Austríaca,
dados, o que mais afeta a criatividade são as seus economistas sempre se preocuparam
cláusulas restritivas que podem aparecer no com a remuneração do trabalho. Mais
contrato quando se encomenda um trabalho26. especificamente, desenvolveram a teoria
Exceto por esse problema, os artistas são re- da utilidade marginal e da produtividade
ceptivos a esse tipo de trabalho: marginal do trabalho, para explicar a
Kohn documenta com precisão as provas remuneração do trabalho em geral30. O
de que as recompensas podem comprome- primeiro a confrontar as teorias do valor-
ter a criatividade. Não menciona, contudo, trabalho foi Eugen von Böhm-Bawerk (1851-
as provas de que as recompensas tangíveis 1914), no Livro V de sua obra Capital e Juros,
podem, na verdade, aumentar a criativida-
onde critica as teorias do juro baseadas
de em certas circunstâncias, principalmente
no trabalho, as quais classificava em três
quando o foco principal do indivíduo é o
valor intrínseco do próprio trabalho27. grupos: o grupo inglês de James Mill (1773-
1836) e John Ramsey McCulloch (1789-1864),
daqueles que pretendem explicar o juro e, ao
24
BAKER ; JENSEN & MURPHY. Compensation and
Incentives: Practice vs. Theory. p. 597.
LAZEAR, Edward P. & SHAW, Kathryn L. Personnel
28
25
STEWART, G. Bennett III. Rethinking Rewards. Economics: The Economist’s View of Human Resources.
Harvard Business Review, Perspectives, (nov.-dec. NBER, Relatório de trabalho No. 13653. Cambridge,
1993). p. 4. MA: National Bureau of Economic Research, 2007.
26
AMABILE, Teresa M.; HENNESSEY, Beth Ann 29
LAZEAR, Edward P.; ALTMANN, Steffen
& GROSSMAN, Barbara S. Social Influences on & ZIMMERMANN, Klaus F. Inside the Firm:
Creativity: The Effects of Contracted-for Reward. Contributions to Personnel Economics. Oxford:
Journal of Personality and Social Psychology, Vol. 50, Oxford University Press, 2011.
No. 1 (1986): 14-23; AMABILE, Teresa M. Rethinking 30
BOETTKE, Peter J. & LUTHER, William J. Labor
Rewards. Harvard Business Review, Perspectives
Economics from an Austrian Perspective. Relatório
(nov.-dec. 1993).
de Trabalho No. 12-4. Departamento de Economia da
27
Idem. Ibidem., p. 7. Universidade George Mason (2012).
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Martín Krause 433
to não implicam, entretanto, que o principal informações privadas, mas não preferências
deva excluir qualquer tentativa de alinhar individuais. Descobrir quais são essas
os métodos de incentivo de cada empregado preferências é uma tarefa não apenas muito
com aqueles da empresa em geral. Da mesma dispendiosa, como praticamente impossível,
forma, o caráter disperso do conhecimento dada a natureza subjetiva destas e a escassez
não impede a existência de um sistema desig- de relações de troca que as revelem. Ainda
nado a transmiti-lo, por mais imperfeito que assim, e embora também tenha o seu custo,
este seja. Esta é a função do sistema de pre- o menu representa uma solução alternativa,
ços, no qual as preferências dos consumidores ao propor justamente o estabelecimento de
e as dos produtores se revelam e transmitem relações de troca.
informações que permitem uma coordenação Os planos existentes são geralmente
entre as decisões desses dois agentes. conhecidos como de “estilo cafeteria”,
No que diz respeito ao mercado externo, ou planos de benefícios flexíveis, dada a
portanto, a heterogeneidade das preferências chance de escolher entre um menu de
permitirá somente a existência de sinais que opções oferecido46. Um plano desse tipo é
os agentes usarão para selecionar a si mesmos. oferecido, por exemplo, pela Universidade
Por ora, a única maneira conhecida de fazer de Delaware, que dá a seus funcionários
isso chama-se “menu de contratos”. “Udollars” a serem gastos em uma pletora
de benefícios não pecuniários. Há até mesmo
a possibilidade de comprar mais benefícios
IV - Menu de Contratos do que o permitido pela quantidade de
“Udollars” recebida, pagando-se o excedente
Os problemas descritos acima costu- em dólares ainda isentos de impostos. Se o
mam ser apresentados - acertadamente, a nos- empregado gastar menos que os “Udollars”
so ver − como parte da necessidade de obter, que possui, recebe a diferença também em
dos agentes, informações “privadas” às quais dólares ainda isentos47.
o principal não tem acesso, tais como o po- Este, contudo, não é o único setor em
tencial de desempenho em determinada tare- que se pode dar opções aos empregados. Já
fa, ou os resultados alcançáveis de diferentes mencionamos aqui que o ato de “projetar”
projetos. Quanto ao uso de tais informações a tarefa pode ser motivador para o agente,
privadas, dois mecanismos são propostos: os e nesse caso há também muita variedade,
menus de contratos e a administração por me- conforme vimos. A empresa de consultoria
tas45. No segundo caso, o agente e o principal McKinsey, organiza um torneio em
(podendo este ser um supervisor que, por sua parceria com a Management Innovation and
vez, é um agente perante outros níveis da es- eXchange, de Gary Hammel, e a Harvard
trutura hierárquica) negociam entre si alguns Business Review. Na edição de 2012, um dos
critérios e parâmetros de avaliação do desem- vencedores foi um grupo da Microsoft e o
penho do primeiro. prêmio foi a possibilidade de os membros
No que se refere ao agente, o menu de do grupo escolherem sua próxima tarefa.
contratos é considerado um meio de revelar
46
“Implementing a Cafeteria-style benefits plan”:
http://www.cbsnews.com/8301-505125_162-
conhecidos para todos os membros da sociedade, para 51064280/implementing-a-cafeteria-style-benefits-
fins cuja importância relativa apenas estes indivíduos plan/ . Ver também BAYTOS, L. M. The Employee
conheceriam. Ou, para sintetizar, este é um problema Benefit Smorgasbord: Its Potential and Limitations.
sobre a utilização do conhecimento que não é dado a Compensation Benefits Review, Vol. 2, No. 1 (January
ninguém em sua totalidade (Idem. Ibidem. p. 154). 1970): 16-28.
45
MILGROM & ROBERTS. Economics, Organization 47
http://www.udel.edu/ExecVP/policies personnel
and Management. p. 401. /4-73.htm
MISES: Revista Interdisciplinar de Filosofia, Direito e Economia
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Outro exemplo semelhante é o que acontece individuais e um nível mais elevado de efici-
na Semco, uma empresa brasileira48. ência, ou de qualquer outro mecanismo pro-
Um dos motivos por que as empresas jetado pelos empreendedores. No entanto, até
relutam em adotar sistemas como esses são o presente momento, a gestão de um sistema
os altos custos administrativos e contábeis. assim é dispendiosa em si mesma, mais que
Outra razão é que uma parte dos benefícios a de um outro que não leve em conta todos
concedidos vêm sob a forma de seguros e é mais esses fatores. As limitações informacionais
difícil fazer uma estimativa deles, pois não se implicam custos potencialmente elevados.
sabe antecipadamente quantos empregados os Uma empresa só adotará sistemas desse tipo
escolherão. Mas não se trata de um problema quando os benefícios em matéria de produ-
insolúvel. Os custos administrativos podem- tividade forem maiores que os custos de sua
se reduzir através de iniciativas inovadores implementação. Na medida em que esses cus-
por parte da empresa, ou pela terceirização, tos se reduzam, o emprego de tais sistemas
no caso dos fornecedores. Estes, entretanto, se tornará mais amplamente difundido, ou
geralmente são afetados também por uma então se desenvolverão outras alternativas.
grande quantidade de regulamentações Nesse sentido, a maioria das leis trabalhistas
trabalhistas e fiscais49. funciona como barreiras à inovação empresa-
rial no campo da remuneração.
A Escola Austríaca fornece todo um apa-
Conclusão rato conceitual para a análise da diversidade
das preferências e para a exclusão da homo-
A adoção de uma visão “austríaca”, fun- geneidade dos agentes como pressuposto te-
dada no valor subjetivo, das preferências con- órico. Os indivíduos são diferentes entre si e
cernentes aos tipos de incentivo, e a introdu- também avaliam de formas diversas os tipos
ção da heterogeneidade dos agentes na aná- de incentivo a que são submetidos. Já é tempo
lise dos sistemas de remuneração adotados de a teoria da remuneração avançar, passan-
pelas empresas, tudo isso nos permite ter em do a levar em conta essa diversidade no inte-
conta as diferentes preferências dos agentes rior das organizações.
quanto aos componentes pecuniários e não
pecuniários, excluindo-se assim a suposta
equivalência monetária de ambos.
Essa diversidade traz à tona o problema
das limitações informacionais e da impossi-
bilidade de o principal conhecê-las em cada
caso específico, posto não haver relações de
troca que as revelem.
Essas trocas podem resultar da imple-
mentação de um menu de contratos que per-
mita uma melhor adaptação às preferências
48
SIEHL, Caren ; KILLIAN, Delly & PEREZ,
Francisco. Ricardo Semler and Semco S.A. Harvard
Business Review Case. Thunderbird School of Global
Management (1999).
49
ATCHISON, Thomas J. ; BELCHER, David W.
& THOMSEN, David J. Internet-Based Benefits
& Compensation Administration. ERI Economic
Research Institute (2010).