Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PAPA PAULO V
Entra o rei seguido do seu conselheiro para a sala do trono. Entra o mensageiro do papa e a
música desliga-se.
Concelheiro: El-Rei, apresento-vos o mensageiro papal, veio diretamente de Roma com notícias.
Rei: De Roma nada quero saber! Atenta contra a minha vida e depois manda-me um
mensageiro!
Conselheiro: Tente escutá-lo! Roma é importante, não se esqueça que a maioria da população
ainda é cristã. Não precisamos de mais problemas!
Mensageiro: Venho como representante do Papa Paulo V e, em nome de Roma peço a vossa
excelência perdão. Mas infelizmente esta acusação e rumor foi apenas um grande mal-
entendido!
Rei: Foi um mal-entendido pôr 36 barris de pólvora no porão do palácio de Westminster no dia
da cerimónia de inauguração do parlamento?!
Mensageiro: Bem, que aconteceu, de facto aconteceu, mas o que foi um mal-entendido foi o
facto de por aí se ouvir que todo este atentado foi mandado pelo nosso adorado papa. Sabe, o
Papa Paulo V é um homem bondoso, mandou erguer a Basílica de São Pedro, aumentou a
biblioteca do vaticano, restaurou um aqueduto romano e ainda apoio diversos cientistas. Como
poderia tal coisa ser a seu mando?
Conselheiro: Bondoso? Apoiou? Censurou! O Papa finge apoiar os cientistas, mas assim que as
suas descobertas colidem com os interesses da igreja são calados e perseguidos, como fez a
Galileu. Já para não dizer que todas as obras grandiosas que ele ordenou, foram todas em, prol
da igreja!
Rei: Pode-me dizer todas as barbaridades que quiser, mas cá eu sei a verdade. Contudo hoje
estou de bom humor, e estou disposto a chegar a um acordo que beneficie as duas partes no
futuro. Além do mais a fé está muito além dos conflitos dos Homens, não é verdade?
Mensageiro: Sendo assim vou direto ao que me trouxe aqui hoje. Trago uma carta do nosso
adorado papa, pois como ele costuma dizer “distante mas em sua glória”, por isso é que não
pôde comparecer.
Mensageiro entrega a carta ao rei, que por sua vez entrega ao conselheiro para ler.
Conselheiro: “Meu caro rei, venho em boas graças pedir perdão por todo este mal-entendido e
gostaria de saber se encontra bem. Tenho a dizer para seu conforto que, como seria óbvio, nada
tive a ver com o incidente sucedido e que o verdadeiro responsável, um padre franciscano, que
foi condenado a 50 açoitadas em praça pública e ainda excomungado. Perante isto proponho-
vos um acordo: todo o católico residente em Inglaterra terá de fazer um juramento de lealdade
a El-Rei. Mesmo que tal denegrida a imagem de Roma.”
Rei: Aproxima-te!
Rei: Cheguei a um consenso e aceito a proposta do nosso querido Paulo V e creio que no futuro
poderá trazer prosperidade nas relações entre Inglaterra e Roma.
O mensageiro sai.
Os Borguese eram uma família Italiana muito poderosa de alta nobreza, que tinham como
interesse ter um membro da família no alto clero.
Teve momentos altos e baixos no seu mandato. Nos momentos menos bons temos por exemplo,
o atentado à vida do rei Jamie I de Inglaterra, trama da pólvora, o conflito que teve com o
governo de Veneza pela libertação de 2 padres acusados de homicídio que resultou na
excomungação total do governo e tentativa de homicídio do advogado de defesa da República
de Veneza.
Nos seus dias bons decidiu começar a proteger Galileu, mas depois desistiu, canonizou 4 pessoas
e beatificou mais de uma dúzia, decidiu mandar missionários para o Japão e deu a cada padre
uma paróquia para que pudessem ficar nas suas aldeias junto de suas famílias.
O Papa Paulo V era conhecido por ser um homem severo e inflexível que tinha como lema:
“distante mas em sua glória”.
Na obra é apenas referido no primeiro capítulo quando oferece uma miniatura da basílica de S.
Pedro ao rei.
Em outubro de 1620 Paulo V sofre vários derrames durantes os 3 meses e acaba por morrer em
janeiro de 1621 e encontra-se sepultado na capela Paulina no Vaticano.