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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PSICOLOGIA

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): a


complexidade do setor saúde e a
aplicabilidade de seus princípios na prática
profissional

Prof. Dr. José Martins Pinto Neto


1º de setembro de 2018
NOTÍCIAS RECENTES...
1) 145 UPAs construídas pelo governo estão
fechadas por falta de dinheiro
https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2018/07/23/predios-de-upas-tem-inauguracoes-emperradas-por-todo-o-
pais.ghtml

Segundo o Ministério da Saúde, unidades


estão prontas, mas sem previsão de
inauguração. Decreto federal permite que
prefeituras usem estruturas para atendimento
na área da saúde.
Por Thiago Ariosi, TV TEM
23/07/2018 20h36

• Prédios de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estão


fechados por todo o país. Segundo o Ministério da Saúde,
145 estão prontas, mas com as inaugurações sem previsão.
• A verba para a construção é do Fundo Nacional de Saúde e
as prefeituras são responsáveis por comprar equipamentos
e pelo atendimento dia e noite. A maioria das
administrações municipais alega que não tem dinheiro.
• O Ministério da Saúde afirma que no Estado de São Paulo,
nos últimos 10 anos, foram cancelados 75 pedidos de
instalação de novas unidades. As prefeituras tiveram que
devolver tudo que o governo federal gastou na construção
dos prédios: cerca de R$115 milhões. (...).
2) Marun propõe tribunal acima do STF, anistia a
caixa 2 e SUS pago
Fonte: https://www.jcnet.com.br/Nacional/2018/07/marun-propoe-tribunal-acima-do-stf-anistia-a-caixa-2-
e-sus-pago.html

• O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, propôs neste


domingo, 22, em mensagem a um grupo de parlamentares, que o MDB
e o pré-candidato do partido à Presidência da República, o ex-ministro
da Fazenda Henrique Meirelles, defendam uma forma de "leniência"
ao caixa 2 praticado em eleições passadas e a fixação de mandato para
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

• Marun sugeriu a criação de uma corte constitucional para "dirimir


conflitos" entre o STF e a Constituição, um conselho superior para
controle externo das polícias e avançou sobre a área social, ao
recomendar o fim da gratuidade total aos pacientes no Sistema Único
de Saúde (SUS).
3) A revista britânica Lancet, a maior publicação mundial sobre medicina
e saúde, publicou uma reportagem sobre os retrocessos do governo Michel
Temer na saúde pública; a publicação acusa o governo brasileiro de impor
"um dos mais severos conjuntos de medidas de austeridade da história
moderna", baseado no trágico trinômio da austeridade, privatização e
desregulamentação
Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/362762/Respeitada-revista-
de-sa%C3%BAde-aponta-retrocessos-do-governo-Temer.htm

• As crises política e econômica do Brasil


estão servindo para esconder o fato de que o
governo que assumiu com o impeachment da
presidenta eleita Dilma Rousseff, em 2016,
está deliberadamente adotando uma política
neoliberal também no campo da saúde
pública.
• As novas políticas podem ser vistas a partir de três perspectivas: austeridade,
privatização e desregulamentação.

• O governo Michel Temer impôs um dos mais severos conjuntos de medidas de


austeridade da história moderna. A emenda constitucional chamada de PEC-55,
aprovada em dezembro de 2016, congelou o orçamento federal por 20 anos, ao
nível de 2016, incluindo nesta restrição gastos com saúde.

• Além disso, em 2017, pela primeira vez em quase 30 anos, o governo


desrespeitou o orçamento mínimo garantido pela Constituição para a saúde,
reduzindo-o em R$ 692 milhões (aproximadamente US$ 210 milhões). Outros
setores relacionados à saúde, como educação e ciência, também enfrentam cortes
de gastos: até 45% de cortes em pesquisa científica e 15% em universidades
públicas.
• O governo Temer está gradualmente se retirando do plano-chave de proteção social adotado
no período Lula-Dilma, sobretudo o "Brasil Sem Miséria", projeto estratégico que, por meio
de mais de 70 programas especializados, forneceu apoio financeiro, acesso a produtos
básicos e serviços públicos fundamentais para populações vulneráveis.

• Muitos programas de assistência social, que complementam os cuidados de saúde


preventiva e reduzem as desigualdades, estão passando por cortes de orçamento. Em 2017,
mais de 1 milhão de famílias foram excluídas do Programa Bolsa Família, que visa à
erradicação da pobreza extrema e da fome por meio da transferência direta e condicional de
renda para as famílias mais pobres.

• O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que


envolve funções como educação rural, abastecimento de água e criação de empregos e foi
uma das principais forças por trás da retirada do Brasil do mapa mundial da fome da ONU,
está agora seriamente comprometido.

• O Programa Cisternas, que oferece acesso a água potável para comunidades rurais
empobrecidas, perdeu mais de 90% de seus recursos. Dado que uma das principais causas
de crimes violentos nas comunidades rurais é o conflito pelo acesso à água, o encerramento
do programa representa uma séria ameaça à segurança dessas populações pobres.
• O financiamento do Programa de Aquisição de Alimentos, compra de alimentos
produzidos pela agricultura familiar para redistribuição entre os pobres e abastecimento dos
mercados das grandes cidades, foi reduzido em 99%. Tais mudanças drásticas na direção
das políticas sociais provavelmente reverterão o progresso social que foi atingido nas
últimas duas décadas, cujo resultado foi o resgate de 28 milhões de pessoas da pobreza
extrema e a elevação de 36 milhões de pobres à classe média.
• O governo Temer pretende introduzir planos comerciais privados de saúde (que
denomina de "Planos Populares"), destinados a substituir funções anteriormente
desempenhadas, gratuita e universalmente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os planos
privados populares oferecem um escopo de serviços mais restrito que o mínimo oferecido
pelo SUS, e estão sujeitos a menos escrutínio regulatório e menor fiscalização, o que
geralmente resulta em má qualidade de serviço e altos custos diretos.
• Estados e municípios são obrigados, até o momento, a investir recursos federais, através dos
chamados "blocos financeiros", em áreas estratégicas de saúde, incluindo atenção primária à
saúde e saneamento. Mas as novas regulamentações liberam as administrações regionais de
aderir a essa disciplina de gastos, que impõe o investimento de quantias especificadas em
áreas estratégicas da saúde, e isto pode contribuir para a deterioração do SUS e para as
desigualdades regionais de saúde.
• Além disso, novas regulamentações diminuem o número obrigatório de
médicos nos postos e clínicas públicas de emergência e nas unidades básicas
de saúde, incluindo a redução do número mínimo obrigatório de agentes
comunitários de saúde. Essa reorganização da atenção primária não só dá mais
poder ao setor privado, ao diminuir a qualidade dos serviços públicos, mas
também reduz a capacidade do SUS de uma gestão eficaz de emergências,
prevenção e promoção da saúde. O enfraquecimento do setor público já afetou
a cobertura de vacinação e a vigilância sanitária, resultando em um recente
surto de sarampo.

• Essas ações mostram que o governo do Brasil está se afastando dos


princípios fundamentais da atenção universal à saúde, desrespeitando um
direito constitucional. As atuais políticas de saúde neoliberais, combinadas
com a desregulamentação das leis trabalhistas, e acentuadas pela grave crise
econômica, não só agem contra a ideia de justiça social, mas também
exacerbam duas grandes preocupações de saúde pública do país: desigualdades
socioeconômicas graves e altas taxas de violência e homicídios.
4) Brasil já tem mais de mil casos de sarampo em 2018,
segundo Ministério da Saúde
Amazonas e Roraima são os estados mais afetados.
Número de casos em investigação no Amazonas passa de 4
mil. (02/08/2018)
Brasil já tem mais de mil casos confirmados de sarampo em 2018. O
número foi atualizado pelo Ministério da Saúde na quarta-feira (1º). São
1053 casos confirmados até o dia 1º de agosto, um aumento de 232 casos
desde o dia 17 de julho.
Desde 1999, o Brasil não registrava número tão alto de casos confirmados
em um único ano. Na época, foram 908 casos de sarampo no país.
Segundo o Ministério, desde 2001 não há registros de transmissão
autóctone (quando ela ocorre dentro do território). Entre 2013 e 2015,
houve surtos de casos importados, sendo a maioria nos estados de
Pernambuco e no Ceará. Foram registrados 1.310 casos da doença no
período de três anos.
Fonte: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2018/08/02/brasil-ja-tem-mais-de-mil-casos-de-sarampo-
em-2018-segundo-ministerio-da-saude.ghtml
“Surto de sarampo somente será bloqueado com vacinação”, diz
pesquisadora
Fonte: http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2018/07/23/surto-
de-sarampo-somente-sera-bloqueado-com-vacinacao-diz-pesquisadora/
Data: 23/07/2018

De 6 a 31 de agosto será realizada a campanha nacional de


vacinação, havendo uma grande mobilização de imunização
no sábado, 18 de agosto – a Fiocruz será um dos pontos de
vacinação, que também incluirá proteção contra a
poliomielite. O público-alvo desta estratégia são as crianças
de 1 ano a menores de 5 anos. “Este surto de sarampo
somente será bloqueado com vacinação”, ressalta Marilda.
“Não podemos perder a luta contra essa doença considerada
eliminada das Américas desde 2016”,
5) A volta do Sarampo e da Poliomielite, de
autoria do médico Pedro Reginaldo Prata, publicado
no Jornal do Brasil do dia 16/07/2018
Fonte:http://www.Jb.Com.Br/artigo/noticias/2018/07/16/a-volta-do-sarampo-e-da-poliomielite

“Ademais, controlar doenças transmissíveis,


num sistema municipalizado, com a variedade
e profundas diferenças em tudo entre os
municípios, sem uma forte ação estadual, é
mais difícil do que ensinar economia política
para vírus e bactérias”.
6) Programa de implante dentário deixa pacientes
só com parafusos em Goiás
Apenas 300 pacientes conseguiram fazer o tratamento completo; 1.200 ficaram apenas com
os parafusos na boca.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/07/programa-de-implantes-
dentarios-fica-so-nos-parafusos-em-cidade-de-goias.html
O resultado da falta de planejamento e de coordenação de investimentos na saúde
é uma das principais queixas dos brasileiros nos vídeos em que dizem qual é o
brasil que querem para o futuro. E uma cidade de Goiás é o retrato perfeito dessa
indignação nacional.

O programa de implante dentário na cidade começou em agosto de 2017. A


promessa era que em seis meses os pacientes estariam com os novos dentes; 300
conseguiram fazer o tratamento completo, mas 1.200 ficaram apenas com os
parafusos na boca.

A prefeitura diz que não concluiu o tratamento porque faltou repasse de dinheiro
federal. “Em janeiro foi cortado esse repasse. Porque não é a prefeitura, é o
Governo Federal que repassa este dinheiro para o ‘Brasil Sorridente’ para a gente
fazer esses implantes”, explica Rosenilda Rodrigues Machado, secretária de Saúde
de Hidrolândia.
7) Brasil perde 34 mil leitos hospitalares do SUS
em oito anos
A diminuição significou queda de 10% no total de leitos entre 2010 e
2018. As informações são do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde.
Fonte: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/brasil-perde-34-
mil-leitos-hospitalares-do-sus-em-oito-anos.ghtml

Nos últimos oito anos, o Brasil perdeu 34 mil leitos hospitalares em


unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com dados do
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde.

Os dados se referem ao período entre 2010 e 2018, quando a redução atingiu


principalmente a psiquiatria, a pediatria clínica, a obstetrícia e a cirurgia geral.
Em março de 2010 o Brasil tinha 336.842 leitos de internação para uso
exclusivo do SUS. Em março deste ano, esse número reduziu para 302.524
leitos, uma queda de 10%.
8) Por corte no diesel, governo "sacrifica" R$ 9,5
bilhões de exportadores, SUS e Educação
Fonte: https://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/7453417/por-corte-diesel-governo-sacrifica-bilhoes-exportadores-
sus-educacao

Para garantir o orçamento necessário à subvenção e


não descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, o
governo publicou instrumentos como medida
provisória e decreto para compensação tributária.

Áreas como saúde e educação não foram poupadas.


A previsão é que a Saúde perderá 55,1 milhões de
reais.
9) SUS tem a receber quase R$ 2 bilhões de
operadoras de planos de saúde (15/07/2018)
Fonte: https://www.valor.com.br/brasil/5660433/sus-tem-receber-quase-r-2-bilhoes-de-operadoras-de-planos-de-
saude

Quase R$ 2 bilhões devidos ao Sistema Único de Saúde


(SUS) não foram repassados pelas operadoras de planos de
saúde ou estão contingenciados devido a ações judiciais
impetradas pelas empresas. O valor se refere a atendimentos
prestados a beneficiários de saúde suplementar por unidades
públicas de saúde.

A cobrança é prevista pela Lei 9.656 de 1998 que define que


as operadoras devem ressarcir a União sempre que um de
seus beneficiários usar o SUS para um serviço que esteja
previsto no contrato do plano de saúde.
10) Oftalmologista de Chapecó fazia cirurgias para
catarata pelo SUS mas cobrava para implantar lentes
supostamente importadas
Fonte: https://www.chapeco.org/noticias/15223/oftalmologista-de-chapeco-fazia-cirurgias-para-catarata-pelo-sus-
mas-cobrava-para-implantar-lentes-supostamente-importadas/

Médica de Chapecó foi condenada por corrupção


passiva.
A médica oftalmologista foi condenada a dois anos e
oito meses de reclusão, em regime inicial aberto,
pela prática do crime de corrupção passiva. A
médica fazia cirurgias para catarata pelo SUS mas
cobrava para implantar lentes supostamente
importadas. O SUS não admite cobrança de
nenhuma espécie em seus procedimentos.
11) Vacina contra meningite está em falta em muitos postos de saúde
no país (Jornal Nacional - 26/07/2018)
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/07/vacina-contra-meningite-esta-em-falta-em-muitos-postos-
de-saude-no-pais.html
Vacina está no calendário de vacinação obrigatória; segundo Ministério da Saúde, empresa que produz as
vacinas tem atrasado as entregas.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que o problema


acontece porque a empresa que produz as vacinas, a
Fundação Ezequiel Dias, tem atrasado as entregas. A previsão
é que a situação seja normalizada em agosto.

O laboratório diz que o suprimento da vacina meningocócica


C não atingiu os quantitativos programados para os três
últimos meses devido a problemas atípicos na cadeia
produtiva e logística, sem explicar os detalhes. E afirma que a
situação está sendo regularizada.
12) QUASE 200 MIL BOLSISTAS DA CAPES PODEM FICAR
SEM BOLSA SE ORÇAMENTO DE 2019 SOFRER CORTE, DIZ
CONSELHO
Em ofício ao governo federal, o Conselho Superior da Capes pede a preservação da verba que prevista na
lei orçamentária, e tenta impedir um possível corte de Temer no momento da sanção. Capes diz ter sido
informada de um possível corte de pelo menos R$ 580 milhões. Ao G1, Ministério do Planejamento diz
que divulgará a decisão só no dia 31.
Fonte: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2018/08/02/quase-200-mil-podem-ficar-sem-bolsa-se-
orcamento-de-2019-sofrer-corte-diz-conselho-da-capes.ghtml

• Segundo o ofício, em 2019, os diferentes programas de fomento às


pesquisas de mestrado, doutorado e pós-doutorado no país contarão
com 93 mil estudantes e pesquisadores bolsistas.

• Além disso, a Capes também mantém três programas destinados à


formação e qualificação de professores. Juntos, o Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), o Programa de
Residência Pedagógica e o Programa Nacional de Formação de
Professores da Educação Básica (Parfor) têm previsão de atingir 105
mil bolsistas em 2019.
13) Brasil registra alta na mortalidade infantil pela 1ª vez desde 1990
Crise econômica e cortes dos investimentos sociais e na Saúde
contribuem para aumento da mortalidade (17/07/2018)
Fonte: http://www.cofen.gov.br/brasil-registra-alta-na-mortalidade-
infantil-pela-1a-vez-desde-1990_64307.html

• A mortalidade infantil subiu em 2016, após décadas de queda no Brasil. Dados


do Ministério da Saúde indicam que, pela 1ª vez desde 1990, o país apresentou
alta na taxa: foram 14 mortes a cada mil nascidos em 2016; um aumento de
4,8% em relação a 2015. Desde 1990, o país apresentava queda média anual
de 4,9% na mortalidade infantil, valor acima de meta global estalecida pelo
Unicef (Fundo das Nações Unidas), de 3,2%.

• O Ministério da Saúde atribui a alta mortalidade à emergência do vírus da


zika e à crise econômica. Desde 2015, Brasil teve 351 mortes de fetos, bebês
e crianças associadas ao vírus da zika, mostrou último boletim da pasta, com
dados coletados até 14 de abril de 2018.
A DISCUSSÃO DA FORMAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS
PARA A ÁREA DA SAÚDE NO BRASIL

FORMAR NO SUS E PARA O SUS


CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA
DO BRASIL – 05/10/1988

Título VIII - Da Ordem Social

Capítulo II - Da Seguridade Social

Seção II - Da Saúde
saúde é direito de todos e
Art. 196 – A

dever do Estado, garantido mediante políticas sociais


e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 198 – As ações e serviços públicos de saúde integram uma
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um

sistema único, organizado de acordo com as seguintes


diretrizes:

I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II – atendimento integral, com prioridade para as atividades


preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III – participação da comunidade.


VISÃO INGÊNUA

VISÃO TÉCNICA QUAL É A SUA VISÃO


SOBRE ESSE SISTEMA?
VISÃO POLÍTICA
EXEMPLOS DE VISÃO
INGÊNUA SOBRE O SUS
• O SUS É GRATUITO!
ESSA VISÃO ESTÁ COMPLETAMENTE
EQUIVOCADA...

ELE É UMA POLÍTICA DE ESTADO


FINANCIADO PELOS IMPOSTOS QUE
TODOS OS BRASILEIROS PAGAM...
DO DIA 01/01 AO DIA 31/08/2018 FORAM
ARRECADADOS PELAS TRÊS ESFERAS
DE GOVERNO

R$ 1.550.000.000.000.00
Bilhões de reais em impostos, taxas e contribuições
pagas pela população
“Haja Espírito Olímpico para pagá-los”

VISITEM O SITE:

http://www.impostometro.com.br/
Em 31 dezembro de 2017...

O painel alcançou R$ 2,170 trilhões pagos em


tributos federais, estaduais e municipais, o
que representa aumento de 8,4% sobre a
arrecadação total de 2016 (R$ 2,004 trilhões)
Segundo cálculos do IBPT...
o Brasil é o 30º lugar no ranking mundial
do IRBES (Índice de Retorno de Bem-estar à
Sociedade). Ou seja, somos uma das nações
que mais paga impostos no mundo e uma das
que menos recebe de volta em investimentos
e benefícios para a sociedade.
Outro exemplo de Visão Ingênua:
EU NÃO USO O SUS! USO O PLANO
PRIVADO DE SAÚDE...
Mais um exemplo:
O SUS É PARA POBRES!
http://www.imagensidiotas.com/2010/04/10-mandamentos-do-medico-do-sus.html
OUTRAS CHARGES:
NOS PRÓXIMOS SLIDES

Vejam onde o SUS


está presente no
cotidiano da vida dos
Brasileiros...
Do nascimento à morte...
VOCÊ AINDA TEM DÚVIDAS???
Em várias Políticas Públicas tais
como:
NO TRATAMENTO DE DOENÇAS COMO
POR EXEMPLOS

Tuberculose, Hanseníase e Aids


Hepatite C
• Sufosbuvir, Daclatasvir e Simeprevir

• Elas têm o poder de curar, por via oral, com


apenas 12 e no máximo 24 semanas (de
tratamento), aproximadamente mais de 90%
dos casos”.

• CUSTO: R$ 300 MIL REAIS


EXEMPLO DE VISÃO TÉCNICA:

A CAPACITAÇÃO PARA UM MELHOR


ENTENDIMENTO DAS FORTALEZAS, DEBILIDADES E
DILEMAS DO SISTEMA DE SAÚDE
EXEMPLOS DE VISÃO POLÍTICA –
compreender, defender, lutar, denunciar a influência da(o)
CARTÃO SUS
VOCÊ JÁ TEM O SEU??
MAS,
de qual SUS vamos falar??
SUS Constitucional? Ou o SUS Real?
O SUS completará 30 anos (05/10/2018),
portanto, ainda é um “adulto jovem”
sistema de saúde...
Outro Sistema Universal de Saúde é o
Sistema de Saúde da Inglaterra que foi
criado em 1948 – NHS – esse Sistema
cuida de 64 milhões de britânicos.
Um país com 438 Regões de Saúde
COMPLEXIDADE DO CONTEXTO DA SAÚDE

Dimensão geográfica do país (8,5 milhões de km 2 ) e o 5º mais


populoso com 208 milhões de habitantes (IBGE/2018) – apenas 7,6% é
utilizado para a agricultura (EUA: 18,3% e Dinamarca 74,7% - Veja, Edição 2585, ano 51, nº 23 de
06/06/2018).

Intenso processo de urbanização (85 a 90% da população)

Relação paradoxal entre as unidades federadas – coexistência entre


autonomia federativa e práticas político-administrativas centralizadoras
– a maior parte dos impostos ficam com o Governo Federal
COMPLEXIDADE DO CONTEXTO DA SAÚDE

5 TRANSIÇÕES ACONTECENDO NO BRASIL:

1) TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA (?) OU


SUPERPOSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA OU
ACUMULAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA – doenças da
pobreza e da riqueza
1.1) O vergonhoso retorno das doenças infecciosas e contagiosas no
cenário epidemiológico brasileiro como o SARAMPO e a
POLIOMIELITE.
2) TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA:
O BRASIL ESTÁ ENVELHECENDO....

O Brasil de 30 anos atrás não existe mais: um país jovem, com 10 idosos
para cada 100 trabalhadores ativos. Hoje, são 12 idosos para cada 100
trabalhadores e, em 2060, serão 45 para cada 100 (Salto, Barros, 2017 –
Folha de S. Paulo, 4 de março de 2017 Opinião A 3).
No site https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/07/25/1-em-cada-4-
brasileiros-tera-mais-de-65-anos-em-2060-aponta-ibge.ghtml
Encontramos a seguinte reportagem publicada no dia 25/07/2018:

1 EM CADA 4 BRASILEIROS TERÁ MAIS DE 65 ANOS EM


2060, APONTA IBGE

A população brasileira está em trajetória de envelhecimento e, até 2060,


o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2%
para 25,5%. Ou seja, 1 em cada 4 brasileiros será idoso. É o que aponta
projeção divulgada nesta quarta-feira (25/07/2018) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, a fatia de pessoas com mais de 65 anos alcançará


15% da população já em 2034, ultrapassando a barreira de 20% em 2046.
Em 2010, estava em 7,3%.
A pesquisa mostra que em 2039 o número de idosos com mais de 65
anos superará o de crianças de até 14 anos, o que acelerará a trajetória de
envelhecimento da população. Atualmente, a população com até 14 anos
representa 21,3% dos brasileiros e cairá para 14,7% até 2060, segundo o
IBGE.

Já a faixa entre 15 e 64 anos, que hoje responde por 69,4% da população,


cairá para 59,8% em 2060.

População brasileira chegará a 233 milhões em 2047 e começará a


encolher

Atualmente, a idade média da população brasileira é de 32,6 anos. Em


2010, era de 29,2 anos. Pelas projeções do IBGE, em 2037 já estará
acima de 40 anos, chegando a 45,6 anos em 2060.
Entre as consequências do envelhecimento da população, além do
inevitável aumentos dos gastos com saúde e aposentadorias, o IBGE
destaca o maior percentual de pessoas fora da idade de trabalhar e,
portanto, de dependentes.

Hoje, para cada 100 pessoas em idade para trabalhar, há 44 indivíduos


menores de 15 anos ou maiores de 64 – patamar maior que o de outros
emergentes como China (37,7) e Rússia (43,5), mas ainda bem abaixo ao
de países desenvolvidos e com elevado percentual de idosos como Japão
(64) e França (59,2).

No Brasil, a RDD (razão de dependência, que mede a relação entre o


número de dependentes e adultos capazes de sustentá-los) era de 47,1%
em 2010 e atingiu seu percentual mínimo em 2017 (44%). Segundo o
IBGE, essa proporção vai passar de 50% a partir de 2035 e aumentar
para 67,2% em 2060.
Idosos vão superar número de crianças em 21 anos

O estudo mostra que também é possível medir o envelhecimento


populacional comparando a população com 65 anos de idade ou mais e
os menores de 15 anos. Atualmente, são 43,2 crianças de até 14 anos
para cada grupo de 100 idosos com 65 anos ou mais. Já em 2022, o
índice subirá para 51%, superando os 100% em 2039, o que indicará a o
país passará a ter mais idosos do que crianças.

Segundo o IBGE, o Rio Grande do Sul será o primeiro estado que


experimentará uma proporção maior de idosos que crianças de até 14
anos, o que deverá ocorrer em 2029. Em 2033, será a vez de Rio de
Janeiro e Minas Gerais. Estados mais jovens, como Amazonas e
Roraima, continuarão com mais crianças que idosos até 2060, segundo o
IBGE.
“O que explica esse envelhecimento é a queda na taxa de fecundidade
total, que reduz o número de nascimentos ao longo do tempo. Essa queda
é observada em todos os estados brasileiros - primeiro nos estados do sul
e sudeste e depois nas outras regiões”, destacou Leila Ervatti, demógrafa
do IBGE.

“A longo prazo, a redução da população também impacta a quantidade de


pessoas em idade reprodutiva. Isso já ocorre em países europeus, onde as
taxas de fecundidade são muito baixas e, por consequência, há um
reduzido número de pessoas em idade ativa, sendo inclusive necessário
que esses indivíduos recebam algum tipo de incentivo para que tenha
filhos pensando na população que sustentará os idosos - e cada vez mais
teremos mais idosos”
Taxa de fecundidade

A taxa de fecundidade também deve continuar caindo no Brasil, segundo


o IBGE. Atualmente, é de 1,77 filho para cada mulher. Pela projeção,
deverá cair para 1,66 em 2060. Em 2010, estava em 1,75 e chegou a 1,8
em 2015.

Roraima é hoje o estado com maior taxa de fecundidade (2,31 filho a


cada mulher), seguido por Amazonas (2,28) e Acre (2,22). As menores
são as de Minas Gerais (1,62) e Rio Grande do Norte (1,65).

A idade média em que as mulheres têm filhos é atualmente de 27,2 anos


e, segundo o IBGE, chegará a 28,8 anos em 2060.

Já a projeção para a expectativa de vida do brasileiro ao nascer –


atualmente de 72,74 anos para homens e 79,8 anos para mulheres – é
alcançar 77,9 anos para homens e 84,23 anos para as mulheres em 2060.
a população idosa totaliza 23,5 milhões de pessoas
http://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-idosa/dados-estatisticos/dados-sobre-o-envelhecimento-no-brasil

Até 2016 o Brasil tinha 14.545.488 crianças até 4 anos


http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2016/10/em-2060-brasil-tera-19-milhoes-com-mais-de-80-anos
3) TRANSIÇÃO NUTRICIONAL:
54% com o IMC acima do Normal.
4) TRANSIÇÃO TECNOLÓGICA:

Incorporação de novas Tecnologias Duras para os diagnósticos e


tratamentos

Tecnologias em Saúde de acordo com o Prof. Dr. Emerson Merhy:

LEVE,

LEVE DURAS e

DURAS (comentar sobre o conceito de densidade tecnológica na


organização do SUS)
5) TRANSIÇÃO COMPORTAMENTAL:

NOVOS PARADIGMAS como, por exemplos:


Novas configuarações familiares;

casamentos homoafetivos;

aceitação de movimentos LGBTs; e

Controle da produção até a comercialização da Maconha pelo Governo


(Uruguai)
No site http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/84740-lei-sobre-casamento-
entre-pessoas-do-mesmo-sexo-completa-4-anos encontramos uma
reportagem publicada em 10/05/2017 sobre o casamento homoafetivo:

Nos últimos quatro anos, desde que a Resolução n. 175/2013 do


Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entrou em vigor, obrigando os
cartórios a realizarem casamento entre casais do mesmo sexo, ao menos
15 mil casamentos homoafetivas foram feitos no Brasil. Para juízes e
cartorários, a medida foi um divisor de águas na sociedade.

Até 2013, quando ainda não havia essa determinação expressa, muitos estados não confirmavam
sequer uniões estáveis homoafetivas, ainda que, em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF)
tenha afirmado essa possibilidade durante o julgamento de uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI). “A decisão do STF dava margem a interpretações diversas. E, sendo
assim, os cartórios não se sentiam obrigados. Quando veio a norma do CNJ determinando o
casamento independentemente do entendimento pessoal do notário ou do registrador, foi um
marco legal”, afirmou a juíza Raquel de Oliveira, da 6ª Vara Cível Regional do Fórum de
Jacarepaguá, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
Estrutura econômica-social heterogênea (desigualdades):

Coeficiente de Gini (2016): 0,515 (10ºdo mundo – alto – O GLOBO -

https://oglobo.globo.com/economia/brasil-o-10-pais-mais-desigual-do-mundo-21094828 ) Bolívia: 0,56 (CEPAL)

http://www.paginasiete.bo/inversion/2014/7/20/rostro-desigualdad-bolivia-27185.html dia 20/07/2014

GINI do Estado de São Paulo: 0,57

IDH (2015): 0,754 (79º Lugar – IDH Alto) – Lançado dia


21/03/2017
Noruega: 1º - 0,949 (muito alto) Bolívia: 119º - 0,662 (médio) República Centro Africana : 188º - 0,352
(baixo)

http://g1.globo.com/mundo/noticia/em-79-lugar-brasil-estaciona-no-ranking-de-desenvolvimento-humano-da-onu.ghtml

IDH do Estado de São Paulo: 0,783 (melhor do Brasil)


COMPOSIÇÃO DO IDH: educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade
(esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita).
REFLEXOS DA DESIGUALDADE SOCIAL:

Um quarto da população, ou 52,168 milhões de brasileiros, estava


abaixo da linha de pobreza do Banco Mundial em 2016, ano mais
agudo da recessão. Esse é o total de brasileiros que vive com menos de
5,50 dólares (18,24 reais) por dia, equivalente a uma renda mensal de
387,07 reais por pessoa em valores de 2016 de acordo com o IBGE.

Reportagem da Revista VEJA – 04/01/2018


https://veja.abril.com.br/economia/ibge-52-milhoes-de-brasileiros-estao-abaixo-da-linha-da-pobreza/
REFLEXOS DA DESIGUALDADE SOCIAL:

de 2014 a 2016, o número de pessoas em extrema


pobreza no Brasil saltou de 5.162.737 para
9.972.090. No mundo, de 2015 para 2016, houve
crescimento da fome, atingindo mais de 800 milhões
de pessoas.
A situação extrema de pobreza afeta 4,2% da
população brasileira, especialmente no Nordeste e
Norte.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2018/03/brasil-pode-voltar-ao-mapa-da-fome-onu-faz-campanha-pela-seguranca-
alimentar
BOLSA FAMÍLIA:
Ministério do Desenvolvimento Social (MDS)
transfere R$ 2,5 bilhões para mais de 14.165.038 de
famílias. O pagamento do benefício, cujo valor
médio é de R$ 177,07. Um total de 30 bilhões serão
investidos em 2018 nesse Programa. Em março, a fila
de espera do Bolsa Família foi zerada, todas as
pessoas inscritas no Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal ingressaram no
Programa.
O Bolsa Família é voltado para famílias extremamente pobres (renda per capita mensal de até R$ 85) e pobres (renda
per capita mensal entre R$ 85,01 e R$ 170). Os beneficiários recebem o dinheiro mensalmente e, como contrapartida,
cumprem compromissos nas áreas de saúde e educação.

Fonte: http://mds.gov.br/area-de-imprensa/noticias/2018/marco/bolsa-familia-repassa-r-2-5-bilhoes-a-beneficiarios-em-
marco
DESEMPREGO: as estimativas são de 13,8 milhões de pessoas sem
trabalho no país em 2018.
http://www.valor.com.br/brasil/4834848/brasil-tera-12-milhao-de-
desempregados-mais-em-2017-preve-oit
CUSTOS CRESCENTES EM SAÚDE E O
(SUB)FINANCIAMENTO DA SAÚDE - descumprimento da Lei
Complementar 141/2012 - 15% municípios e 12% Estados)

MINISTÉRIO DA SAÚDE:

Em 2017 o orçamento foi de R$ 115,3 bilhões em


2017. Para 2018 será de R$ 117,4 bilhões a, no

máximo, R$ 119,2 bilhões.


Lígia Giovanella, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde
Pública, diz que além de gastar menos do que as famílias, o
Estado brasileiro também gasta menos do que outros países
que possuem sistemas públicos universais, como a Espanha, o
Reino Unido e a Suécia, que investem em torno de 7% a 9%
do PIB.

Nosso gasto público com saúde é em torno de 4%. A gente


precisa de pelo menos 8% do PIB. Precisamos dobrar os
gastos. “Nossas riquezas nacionais nos permitiriam ter
gastos mais elevados com saúde”
MAIS UM GRAVE PROBLEMA PARA O SUS:

A JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE...

(CIDADÃOS/FAMÍLIA ENTRAM NA JUSTIÇA PARA GARANTIR


O CUMPRIMENTO DE DIREITOS GARANTIDOS NA ATUAL
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL)

O ARTIGO 196 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 DIZ:

“A SAÚDE É UM DIREITO DE TODOS E UM DEVER DO


ESTADO...”

Os analistas afirmam que a Judicialização da Saúde aumentará


devido à Emenda Constitucional 95/2016 que LIMITA os
investimentos, por exemplo, em saúde e educação pelos próximos
vinte anos (até 2036).
COMPLEXIDADE DO CONTEXTO DA SAÚDE
SANEAMENTO BÁSICO: REVITA VEJA, 13 DE DEZEMBRO DE
2017 – Edição 2560 – Ano 50 – nº 50 (Reportagem de OTTO VON
SOTHEN)

BRASIL – 102ª colocação no ranking global do Banco Mundial;

METADE da população não tem coleta de esgoto em sua residência;

Somente 42% dos esgotos existentes recebem algum tipo de tratamento;

34 milhões de cidadãos não possuem nem mesmo acesso a água tratada.

Como vamos resolver a epidemia Dengue, Zika vírus e Chikungunya???

META: Brasil é signatário dos Objetivos de Desenvolvimento


Sustentável (ODS) da ONU – compromisso de “assegurar a
disponibilidade e gestão sustentável de água e saneamento para todas e
todos até 2030”
COMPLEXIDADE DO CONTEXTO DA SAÚDE
SANEAMENTO BÁSICO:
Santos, Franca e Limeira (SP) – 100% da população é
atendida por coleta de esgosto.
Ananindeua (PA) e Porto Velho (RO) - menos de 4%,
Em 2015 – Ananindeua gastou 19,4 milhões com doenças
relacionadas à falta de saneamento básico já Franca
gastou apenas 2% desse valor.
Em março de 2018 ocorrerá o 8º Fórum Mundial da
Àgua em Brasília (temos que protestar contra as
empresas multinacionais que querem se apropriar das
águas brasileiras).
COMPLEXIDADE DO CONTEXTO DA SAÚDE

Otto von Shothen conclui ...


“O saneamento tem que ser visto como questão de Estado,
e não continuar dependendo da boa vontade das
autoridade A ou B. Se não for assim, é certo que outros
vexames internacionais virão. E quem paga o preço são
sempre os mais desfavorecidos” (p.87).
7 motivos para fazer todo mundo pensar sobre saneamento
Reportagem G 1 Globo – dezembro de 2017
https://g1.globo.com/especial-publicitario/em-movimento/noticia/7-motivos-para-fazer-todo-mundo-pensar-sobre-
saneamento.ghtml?utm_source=&utm_medium=display&utm_campaign=ccr&utm_content=221001_1_G1_Especial_Em_Movimento_CCR_Native_Ads_ROS_Portal_Home_MD&utm_term=Native_01_Saneamento

Um estudo do Instituto Trata Brasil em parceria com a Sabesp mostra


que a universalização do saneamento básico em 20 anos traria ao país
benefícios econômicos e sociais de R$ 537 bilhões. Esse dinheiro viria,
por exemplo, da redução dos custos com internações hospitalares, da
diminuição de tempo de afastamento dos trabalhadores por doenças, da
melhora na educação e na geração de empregos. Pelos cálculos do
estudo, a cada R$ 1 mil que se investe na expansão da infraestrutura de
saneamento, a sociedade brasileira obtém R$ 1,7 mil de retorno social no
longo prazo.
Segundo os dados mais recentes do Sistema Nacional de
Informações sobre Saneamento (SNIS), entre 2005 e 2015 a
população atendida por coleta de esgoto passou de 39,5% para
50,3%, o que beneficiou 35,2 milhões de pessoas. O total de
brasileiros atendidos por abastecimento de água tratada passou
de 80,9% para 83,3%. Mesmo assim, quase metade da
população, mais de 100 milhões de pessoas, utilizam medidas
alternativas para lidar com os dejetos, muitas vezes jogando o
esgoto diretamente em rios. E 34 milhões de brasileiros não têm
acesso à água tratada.
Até 2022, o Brasil precisaria de R$ 78 bilhões em
investimentos para a ampliação do número de moradias com
coleta de esgoto e acesso à água tratada, média de R$ 13
bilhões por ano. É um valor enorme, mas representa só 0,2%
do PIB do país. Isso elevaria para 95% as moradias com água
encanada e para 80% com coleta de esgoto.
Reportagem G 1 Globo
https://g1.globo.com/especial-publicitario/em-movimento/noticia/7-motivos-para-fazer-todo-mundo-pensar-sobre-
saneamento.ghtml?utm_source=&utm_medium=display&utm_campaign=ccr&utm_content=221001_1_G1_Especial_Em_Movimento_CCR_Native_Ads_ROS_Portal_Home_MD&utm_term=Native_01_Sanea
mento
1 – Melhora a Saúde

O maior ganho para o país é na saúde. Investir em


saneamento é diminuir a incidência de doenças como dengue,
diarreia, infecções gastrointestinais e leptospirose, por
exemplo. Um estudo do BNDES estima que 65% das
internações de crianças com menos de 10 anos em hospitais
sejam provocadas por deficiência ou inexistência de esgoto e
água limpa. Outro dado impressionante é a estimativa que 10%
de todas as doenças registradas no mundo poderiam ser
evitadas com acesso ao saneamento básico. Basta investir, já
que a cada R$ 1 em saneamento reverte em R$ 4 de
economia com saúde para o setor público.
2 – Gera empregos
Redes de saneamento geram empregos. Entre 2005 e 2015,
os novos investimentos em saneamento sustentaram 142 mil
postos de trabalho anuais, que geraram mais de R$ 11
bilhões por ano de renda na economia do país. E para
manter as operações em saneamento foram mais 340 mil
empregos no período, com uma renda anual de R$ 43,9
bilhões. Esse dinheiro todo movimenta a economia das
cidades pelo Brasil inteiro.
3 – Colabora com a educação

Os reflexos também aparecem na educação, diretamente no


rendimento escolar. Crianças que vivem em áreas sem
saneamento básico apresentam 18% a menos de
rendimento escolar, segundo o mesmo estudo do BNDES.

4 – Economiza dinheiro público


Um estudo feito pelo Instituto Trata Brasil mostra ainda que o
Brasil poderia economizar uma fortuna se melhorasse o
saneamento básico. Conforme o levantamento, se houver
avanço gradativo em saneamento entre 2015 e 2035, o país
teria redução de mortalidade infantil, menos pessoas
doentes, menos pessoas afastadas do trabalho e menos
despesas com internações do SUS. Isso resultaria em
economia de R$ 7,2 bilhões em 20 anos.
5 – Fomenta o turismo

Até o turismo ganha com investimentos em saneamento, já


que cidades perdem turistas por falta de infraestrutura
adequada. Em 20 anos, entre 2015 a 2035, os ganhos com a
valorização ambiental para o turismo brasileiro poderiam atingir
R$ 24,5 bilhões, um dinheiro que movimenta toda a cadeia
turística, da pousada ao vendedor ambulante. A falta de
investimentos, porém, gera prejuízos. Em 2015, o país perdeu
R$ 9,4 bilhões pela falta de saneamento básico (R$ 5,8 bilhões
de renda do trabalho que deixou de ser gerada e R$ 3,6
bilhões de lucros e impostos que deixaram de ser
arrecadados).
6 – Colabora com o meio ambiente

Investir em saneamento básico é investir diretamente no meio


ambiente e numa vida melhor para as próximas gerações. Os
dejetos jogados nos córregos e afluentes chegam aos rios. E
isso tem reflexo direto no tratamento de água. Ou seja, se os
rios estivessem mais limpos, se gastaria menos dinheiro para
tratar a água que as pessoas consomem. Isso poderia ter
reflexo, inclusive, na tarifa que você paga.
7 – Aumenta a produtividade

Uma população com saneamento básico produz mais porque


falta menos ao trabalho. Em 2013, o Brasil teve mais de 14
milhões de afastamentos por diarreia ou vômito, segundo o
Ministério da Saúde. Em cada afastamento, as pessoas ficaram
3,32 dias em média longe de suas atividades. Em 2015, o custo
com horas não trabalhadas chegou a R$ 872 milhões.
COMPLEXIDADE DO CONTEXTO DA SAÚDE
Carga tríplice de doenças, agravos e eventos em saúde pública –
Portaria Ministerial nº 204 de 17 fevereiro de 2016
Carga de doenças X Estoque de Saúde

1) Condições Crônicas de Saúde;

2) Causas externas: acidentes e violência;


Dados assustadores:
. 7 pessoas foram mortas por hora no país: em 2016, o maior número de assassinatos da história. De acordo
com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram registradas 61.619 mortes violentas, o que equivale ao
número de mortes provocadas pela bomba atômica em Nagasaki, no Japão. O número também representa um
aumento de 3,8% em relação a 2015.
• Uma mulher é assassinada a cada 2 horas, estupros aumentam
• 8 desaparecimentos por hora nos últimos 10 anos
Fonte: https://g1.globo.com/resumo-do-dia/noticia/segunda-feira-30-de-outubro-de-2017.ghtml

3) Doenças infecciosas e parasitárias


Hanseníase – 2º país do mundo só perdendo para a India.
COMPLEXIDADE DO CONTEXTO DA SAÚDE
Brasil é o quinto país no mundo em mortes por acidentes no trânsito
Mais de 40 mil pessoas morrem em acidentes de trânsito no Brasil.

56 bilhões de reais gastos por ano com acidentes de trânsito no Brasil.

É o quarto pior desempenho, perdendo apenas para Belize, República


Dominicana e a campeão Venezuela, que tem uma taxa de 45,1 mortes
por 100 mil habitantes. A instituição faz uma projeção de 1 milhão de
mortes por ano em todo mundo até 2030.
http://www.rsim.com.br/por-ano-mais-de-40-mil-pessoas-morrem-em-acidente-de-transito-no-brasil/

Nos últimos seis anos, as internações hospitalares no Sistema Único de


Saúde (SUS) envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de 115%
e o custo com o atendimento a esses pacientes de 170,8%.
Fonte: http://www.blog.saude.gov.br/35535-brasil-e-o-quinto-pais-no-mundo-em-mortes-por-acidentes-no-transito.html
COMPLEXIDADE DO CONTEXTO DA SAÚDE
Temos a 3ª maior população carcerária do mundo:
O país tem atualmente 726.700 pessoas presas em junho
de 2016 (não há atualização dessa informação na internet).
40% delas estão em situação provisória.

Vagas: 368.049 – 2 presos por vaga (Superlotação –


problemas de saúde) (INFOPEN, 2017).
OUTRO PROBLEMA IMPORTANTE PARA O BRASIL -
A DÍVIDA PÚBLICA

Em 2017 a dívida pública já equivale a mais de 80% do PIB (75,7%


pelo critério do Governo e 81,2% pelo critério do FMI).
Nos países ricos a dívida é maior: Japão – 239,2%, Itália – 132,6%,
EUA – 107,4%, França – 96,6%, Canadá – 92,3%, Reino Unido –
89,2%, Alemanha – 67,6%, mas como dispõem de boa reputação e
moedas aceitas globalmente conseguem tomar dinheiro emprestado com
mais facilidade e a juros mais baixos.
No Brasil as despesas com JUROS é de 7% do PIB – mais do que se
investe em Educação (Gustavo Patu - Folha de S. Paulo, 21/08/201, A17).

•Reservas cambiais do Brasil em 16 de fevereiro de 2018:


US$ 382.877.000 Bilhões.
ORÇAMENTO DA UNIÃO - 2018
• Do total de R$ 3,5 trilhões do orçamento R$ 1,77
trilhão foi reservado para o serviço da dívida e,
outro R$ 1,72 trilhão, para gastos com pessoal,
despesas correntes, investimentos e reserva de
contingência. O resultado pré-fixado para as
contas públicas, que é de déficit (despesas
superiores às receitas) R$ 159 bilhões nas suas
contas. Disponível em https://www.correiodoestado.com.br/brasilmundo/bolsa-familia-
deve-ter-corte-de-r-107-bilhao-em-2018-veja-outras/314577/)
AS GRANDEZAS DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE
DADOS SOBRE O SUS
- 75,8% DA POPULAÇÃO COM COBERTURA NA
ATENÇÃO BÁSICA (VEJA, Edição 2585, ano 51, nº 23, do dia 06/06/2018).

- QUASE 200 MILHÕES DE CONSULTAS


REALIZADAS EM 2016;

- 42.616 UBS EM FUNCIONAMENTO (VEJA, Edição 2585, ano 51, nº 23


do dia 06/06/2018)

- 42.354 EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA (dados do MS


publicado em 23/03/2018)

- 260.775 AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE;


DADOS SOBRE O SUS

- 83,4 % DA POPULAÇÃO PASSARÁ A TER


COBERTURA DO SAMU;

- O SAMU TEM 3.215 AMBULÂNCIAS EM


FUNCIONAMENTO;

- 548 UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO


(UPAS) EM FUNCIONAMENTO E 251 UPAS EM
OBRAS;
DADOS SOBRE O SUS – julho 2017
- META DO MINISTÉRIO DA SAÚDE:
INFORMATIZAR 100% DAS UBS ATÉ O FINAL DE
2018;

- 15.488 UBS COM PRONTUÁRIO ELETRÔNICO;

- 3.070 MUNICÍPIOS COM INFORMAÇÃO ONLINE;

- 85,2 MILHÕES DE BRASILEIROS COM


PRONTUÁRIO ELETRÔNICO.
COMPLEXIDADE DO CONTEXTO DA SAÚDE
UM DOS PROBLEMAS MAIS COMPLEXOS DO SUS É A FALTA
DE

GOVERNANÇA
Governança deriva do termo governo, e pode ter várias interpretações,
dependendo do enfoque. Segundo o Banco Mundial, “governança é a
maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos
sociais e econômicos de um país visando o desenvolvimento, e a
capacidade dos governos de planejar, formular e programar políticas
e cumprir funções” (http://www.significados.com.br/governanca/)
EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE
A PARTIR DA DÉCADA DE 60

1964: Golpe Militar


1966/7: Criação e implantação do INPS – unificação
dos IAPs criados 1933 ( a partir das CAPS de 1923)
1971: Criação do FUNRURAL
1974: Epidemia de meningite meningocócica - censura
1975: Lei 6.229 cria o Sistema Nacional de Saúde
1975 a 1983: Crises (destacando-se a da Previdência
Social)
O MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA NO
BRASIL

1977: Criação do INAMPS


1981: Prev. Saúde/CONASP
1983/1985: AIS (Ações Integradas de Saúde)
1986: VIII Conferência Nacional de Saúde –
1987: Assembleia Nacional Constituinte
1987: SUDS
1988: Promulgação da Constituição Federal
Fonte: E. V. Mendes.
A criação, regulamentação e normatização
do SUS
 Constituição Federal de 05/10/1988 – Capítulo da
Seguridade Social – Seção II – Saúde – Artigos 196 a 200

 Lei Federal nº 8.080 de 19 setembro de 1990 (Lei Orgânica


da Saúde)

 Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990

 Normas Operacionais Básicas – NOB – publicadas em


1991, 1993 e 1996 – descentralização das ações do SUS.
A criação, regulamentação e normatização
do SUS
 Constituição Federal de 05/10/1988 – Capítulo da
Seguridade Social – Seção II – Saúde – Artigos 196 a 200

 Lei Federal nº 8.080 de 19 setembro de 1990 (Lei Orgânica


da Saúde)

 Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990

 Normas Operacionais Básicas – NOB – publicadas em


1991, 1993 e 1996 – descentralização das ações do SUS.
A criação, regulamentação e normatização
do SUS
 Normas Operacionais de Assistência à Saúde (NOAS) publicadas em
2001 e 2002 – aprofundou a descentralização das ações de saúde.

 Pacto pela Saúde (2006) - (Pacto pela Vida, Pacto pela Defesa do SUS,
Pacto pela Gestão do SUS).

 Portaria nº 2.048 de 3 de setembro de 2009 - Aprova o Regulamento


do Sistema Único de Saúde.

 Decreto nº 7.508 de 28 de junho de 2011 (Regulamentou a Lei Federal


nº 8080/90).

 Lei Complementar nº 141/12 – Regulamentou a EC nº 29/2000

 Política Nacional de Atenção Básica – Portaria Ministerial


nº 2436/2017
O SUS faz parte das ações
definidas na Constituição Federal
de 1988 como sendo de
“relevância pública”.
• A saúde faz parte de um sistema mais
amplo, o

Sistema da Seguridade Social


CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA
DO BRASIL – 05/10/1988

Título VIII - Da Ordem Social

Capítulo II - Da Seguridade Social

Seção II - Da Saúde
Art. 196 – A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.

Art. 197 – São de relevância pública as ações e serviços de


saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre
sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução
ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa
física ou jurídica de direito privado.
Art. 198 – As ações e serviços públicos de saúde integram uma
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema
único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II – atendimento integral, com prioridade para as atividades


preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III – participação da comunidade.


Art. 199 – A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,
mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência
as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou


capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos
previstos em lei.

ERA VEDADA...
PERMISSÃO DA PRESENÇA DO CAPITAL
ESTRANGEIRO

• Lei Federal nº 13.097 de 19 de janeiro de


2015 – originária da Medida Provisória 656
de outubro de 2014.

... dinheiro vindo do exterior passa a poder atuar nos serviços


de assistência à saúde, por meio de hospitais e clínicas,
pesquisas de planejamento familiar, serviços de saúde
mantidos por empresas e doações vindas de organismos
internacionais e de financiamento e empréstimos (STEVANIM,
2015 – RADIS nº 151).
Art. 200 – Ao sistema único de saúde compete, além de outras
atribuições, nos termos da lei:

I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias


de interesse para a saúde e participar da produção de
medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados
e outros insumos;

II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,


bem como as de saúde do trabalhador;
Princípios Norteadores
ou Doutrinários ou
Éticos ou Finalísticos
do SUS
1- Universalidade - Art. 196 (A saúde é um
direito de todos e um dever do Estado.... acesso universal)

2- Equidade – Art. 196 – discriminação


positiva...

3- Integralidade – Art. 198 (atendimento


integral)
1. UNIVERSALIDADE – acesso
universal... (?) – Realidade:
Universalidade excludente
2. Equidade O contrário de equidade é iniquidade, e as
iniquidades no campo da saúde têm raízes nas desigualdades existentes na
sociedade. (http://www.redehumanizasus.net/glossary/3)
3. INTEGRALIDADE
• Conceito Polissêmico
http://educasaude.arteblog.com.br/185416/A-INTEGRALIDADE/

a) Integração das ações de proteção,


Prevenção de doença,
Promoção da saúde e as ações
Curativas.
b) Entre os níveis de Atenção
à Saúde
c) Entre outros equipamentos de
saúde, educacionais e sociais, ONGs,
Clubes de Serviços, etc.
d) Incorporação das Terapias
Complementares
e) Valorização da Dimensão Holística do SER
Princípios Organizacionais
do SUS
1- Descentralização e Comando Único em cada
esfera de governo – Art. 198

2- Regionalização e Hierarquização – Art. 198

3- Referência e Contra-Referência – “Art. 198”

4- Resolubilidade/Resolutividade – “Art. 198”


5- Participação da comunidade (Controle Social) –
Art. 198

6- Participação do Setor Privado de forma


complementar ao SUS - Art. 199

E, em 2007, incorporou-se 2 novos princípios:

7- Intersetorialidade – ‘‘Art. 198’’ – (derivado da


Integralidade)

8- Transversalidade – “Art. 198’’


1. DESCENTRALIZAÇÃO COM COMANDO ÚNICO
EM CADA ESFERA DE GOVERNO
3. Referência e Contra-Referência

Referência

MÉDICO CLÍNICO MÉDICO


(UBS) ESPECIALISTA

Contra-Referência
4. Resolutividade ou Resolubilidade

Usuária do SUS é encaminhada para um


especialista (nível secundário)

80 % de Resolutividade
(COAPES)
5. Participação da comunidade
Os usuários participam do processo de formulação das
políticas de saúde e do controle da sua execução
através das Conferências de Saúde e dos Conselhos de
Saúde (em nível local de cada UBS municipal, estadual
e nacional).
PARIDADE de acordo com a Lei nº 8.142/90:
50% usuários SUS
25% prestadores de
serviços de saúde do SUS
25% profissionais de saúde GOVERNO
que atuam no SUS.
USUÁRIOS
TRABALHADORES
Conferências de Saúde
6. Intersetorialidade
É definida como sendo
• A integração dos serviços de saúde e outros órgãos
públicos com a finalidade de articular políticas e
programas de interesse para a saúde, cuja
execução envolva áreas não compreendidas no
âmbito do SUS, potencializando, assim, os
recursos financeiros, tecnológicos, materiais e
humanos disponíveis e evitando duplicidade de
meios para fins idênticos.
(http://www.redehumanizasus.net/glossary/3)
7. Transversalidade
É definida como sendo um
• Conjunto de princípios e diretrizes que se
traduzem em ações construídas intersticial e
coletivamente nas diversas práticas e instâncias de
efetuação. O caráter transversal da Política
Nacional de Humanização expressa o modo como
determinados princípios ou diretrizes, objetivos e
estratégias de humanização do SUS visam
atravessar diferentes níveis de governo, práticas de
atenção e gestão, programas e serviços.
(http://www.redehumanizasus.net/glossary/3).
8. Participação do setor privado de forma
complementar ao SUS - Art. 199
Todo indivíduo tem a liberdade de contratar
um plano de saúde privado, além de receber
atendimento pelo SUS.
A Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), criada em 2000 tem
como objetivo:
• Defender o interesse público na assistência
suplementar à saúde;
• Regular os planos de saúde; e
• Contribuir para o desenvolvimento das
ações de saúde no país.
COBERTURA DE SAUDE PELOS PLANOS
PRIVADOS EM MARÇO/2018

• 47.435.915 beneficiários em planos médico-


hospitalares (22,7% da população).

• Nos planos exclusivamente odontológicos,


totalizando em setembro 23.243.800
beneficiários nessa modalidade (11% da
população).
(http://www.ans.gov.br/perfil-do-setor/dados-gerais)
Dados Gerais sobre os Planos Privados no
Brasil – ANS – MARÇO/2018

• Operadoras médico-hospitalares: 762

• Operadoras exclusivamente odontológicas: 292

• Total de operadoras com beneficiários: 1054

Fonte:http://www.ans.gov.br/perfil-do-setor/dados-gerais
Lei nº 8.080 – de 19 de setembro de 1990.

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação


da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências.

Art. 2º - A saúde é um direito fundamental do ser humano,


devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
exercício.
§ 1º - O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação
e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução
de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de
condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e
aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
O dever do Estado
§ 2º -

não exclui o das


pessoas, da família,
das Empresas e da
sociedade.
O artigo 3º da Lei Orgânica da Saúde – nº 8080/1990 foi modificado
pela Lei Federal nº 12.864/2013 ficando com a seguinte redação:

“Art. 3º - Os níveis de saúde expressam a organização social e


econômica do País, tendo a saúde como determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o
acesso aos bens e serviços essenciais.
Lei nº 8.142 – de 28 de dezembro de 1990

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema


Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá
outras providências.
Art. 1º - O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei nº
8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de
governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com
seguintes instâncias colegiadas:
I – a Conferência de Saúde; e
II – o Conselho de Saúde.
§ 1º - A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada 4 anos com a
representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação
de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de
saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo
ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.

§ 2º - O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo,


órgão colegiado composto por representantes do governo,
prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na
formulação de estratégias e no controle da execução da política de
saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos
econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo
chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.
DECRETO Nº 7.508 de 28 de junho de 2011

(REGULAMENTA A LEI 8080/90)

45 artigos

6 Capítulos: I – Das disposições preliminares

II – Da organização do SUS

III – Da hierarquização

IV – Da assistência à saúde

V – Da articulação interfederativa

VI – Das disposições finais


O CAOS NA SAÚDE
PÚBLICA....TRISTES CENAS!!
DILEMAS ATUAIS:
• O TAMANHO DO SUS (a polêmica frase
do novo Ministro da Saúde Ricardo Barros);

• O FINANCIAMENTO após a EC 95/2016


DILEMAS ATUAIS
• A GESTÃO (Profissionalização, a
implantação das Redes de Atenção à Saúde,
contratação dos profissionais mediante
concursos públicos, capacitação permanente
de todos os profissionais da rede);
• ATUAÇÃO EFETIVA DOS CONSELHOS
LOCAIS DE SAÚDE E DO CONSELHO
MUNICIPAL DE SAÚDE (capacitação dos
conselheiros);
DILEMAS ATUAIS:
• OUTRA PROPOSTA DE EMENDA
CONSTITUCIONAL (PEC) que ameaça o
SUS:
• 451 do Deputado Eduardo Cunha – afastado pelo STF - PEC 451, de 2014, de
autoria do deputado Eduardo Cunha, que altera o art. 7º da Constituição, inserindo novo
inciso, o XXXV, o qual obriga todos os empregadores brasileiros a garantirem aos seus
empregados serviços de assistência à saúde, excetuados os trabalhadores domésticos,
afrontando todo o capítulo da seguridade social e a seção da saúde e seus dispositivos.

• A PEC 451 aponta para a ressuscitação de uma situação pior do que a do antigo
INAMPS ao garantir que as seguradoras e operadoras privadas de planos de saúde
tenham um mercado cativo garantido pela própria Constituição.
Fonte: http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/plenos-poderes/pec-451-de-eduardo-cunha-ameaca-sus-viola-direito-
saude-e-atropela-constituicao
OPORTUNIDADES PARA UM
SUS MELHOR...
• VOCÊS .... OU MELHOR: TODOS NÓS...
(GESTORES, PROFISSIONAIS,
REPRESETANTES DA POPULAÇÃO,
PRESTADORES DOS SERVIÇOS DO
SUS);
. O MOMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
ATUAL... MOMENTOS PARA REFLEXÃO
E JANELA DE OPORTUNIDADES !?.
VISITEM OS SITES:
Assistam o documentário SICKO – S.O.S SAÚDE
de Michael Moore (2007)
ACADÊMICOS DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE BRASIL...

“O SUS se constrói no cotidiano de


todos aqueles interessados na
mudança da saúde no Brasil. Entendê-
lo é uma boa forma de fortalecer a
luta por sua construção” (CUNHA;
CUNHA, 2001, p. 304).
Mensagem final:
• É claro que o SUS talvez fosse impossível, mas o que é a
política se não a forma de “tornar possível amanhã o que
parece impossível hoje”? Foi o que fizeram esses homens
públicos especiais. É claro que o SUS continua a ter
adversários que continuam a declará-lo impossível e
tentam acostumar a população com um serviço público
precário e de baixa qualidade. Isso não se pode deixar
acontecer. É claro que não há recursos no orçamento
público para fazer um SUS perfeito e exemplar, mas isso
não deve desmobilizar ninguém, n-i-n-g-u-é-m, é preciso
tentar e caminhar nessa direção.
(Osvaldo Euclides - Economista e Professor Universitário).
http://segundaopiniao.jor.br/a-copa-do-mundo-a-olimpiada-o-sus-e-a-cura-do-complexo-de-vira-latas-por-osvaldo-euclides-servico-publico-de-
qualidade-xxx/
Principais Referências
• ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA. SUS: o que você
precisa saber sobre o Sistema Único de Saúde. São Paulo: Atheneu,
2014.
• CAMPOS, R. O.; CAMPOS, G. W. S. Tratado de saúde coletiva.
São Paulo/Rio de Janeiro: Hucitec/Fiocruz, 2006.
• GIOVANELLA, L.; ESCOREL, S.; LOBATO, L. V. C.; NORONHA,
J. C.; CARVALHO, A. I. Políticas e sistema de saúde no Brasil. Rio
de Janeiro: Fiocruz, 2008.
• IBAÑEZ, N.; ELIAS, P. E. M.; SEIXAS, P. H. D’A. (Orgs.). Política
e gestão pública em saúde. São Paulo: Hucitec; Cealag, 2011.
• PAIM, J. O que é SUS. Rio de Janeiro:Fiocruz, 2009.
OBRIGADO PELA OPORTUNIDADE E
ATENÇÃO...
• E-mail: jmpintoneto@gmail.com
• Celular: 17-99736-5747
• Fernandópolis/SP

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