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Porto, 2006
Caracterização do contra-ataque no Andebol
Porto, 2006
Agradecimentos
I
Índice
1. Introdução 1
2. Revisão da Literatura 5
3. Material e Métodos 40
II
3.4 Processamento de dados ………………………………………………43
5. Conclusão 59
6. Bibliografia 60
7. Anexos VIII
III
Índice de Quadros
Quadro 1: Valores percentuais de ocorrência de remate por zonas nos 26
dois níveis competitivos
Quadro 2: Valores percentuais de ocorrências concluídas em remate e 28
golo
Quadro 3: Zonas de finalização e respectivos valores de ocorrência e 29
eficácia de finalização
Quadro 4: Análise comparativa da eficácia do total de remates, dos 30
remates de contra-ataque e de livre de 7m
Quadro 5: Valores médios por jogo dos meios tácticos individuais (MTI) 30
e meios tácticos de grupo (MTG) no total de acções e no contra-ataque
Quadro 6: Valores médios por jogo dos meios tácticos individuais (MTI) 30
e meios tácticos de grupo (MTG) no ataque organizado e no contra-
ataque
Quadro 7: Valores médios por jogo do número de remates por zonas, 31
em diferentes campeonatos
Quadro 8: Valores médios parciais das falhas técnicas mais cometidas e 31
valores médios totais
Quadro 9: Valores percentuais de ocorrências de remates e golos e 32
respectiva eficiência por zonas
Quadro 10: Valores médios da performance de ocorrência de acções (% 34
oc. a.) e de golos (% oc. a.) por fases do ataque e eficácias parciais e
global de golos
Quadro 11: Valores médios da percentagem de ocorrências de acções 35
(% oc. a.) e de golos (% oc. a.) nos remates por zonas e eficiência de
remate (Efic.)
Quadro 12: Percentagem de contra-ataques realizados no 5º 37
Campeonato Europeu Feminino de Andebol na Dinamarca em 2002
Quadro 13: Percentagem de contra-ataques realizados Campeonato 38
Europeu Feminino na Hungria em 2004
Quadro 14: Percentagem de contra-ataques realizados Campeonato 39
europeu feminino sub 17 em Viena 2005
IV
Índice de Gráficos
V
Índice de Figuras
VI
Resumo
VII
1 - Introdução
1
possamos perceber quais os aspectos que determinam o sucesso desta fase
do jogo.
A velocidade em Andebol é um conceito vital. Ao longo dos anos, o jogo tem-se
tornado cada vez mais rápido e é, sem dúvida, durante o contra-ataque que
esse aspecto é evidenciado.
A sistemática aplicação do contra-ataque aumenta a qualidade do jogo e torna-
o mais espectacular, enquadrando-o nos conceitos de jogo actual em que as
acções táctico-técnicas são executadas com grande velocidade.
A procura de elevados rendimentos desportivos no Andebol passa por um
maior conhecimento do jogo, nomeadamente, dos seus principais factores de
rendimento. Por isso, treinadores e outros especialistas procuram identificá-los
e determinar a possível influência de cada um no sucesso das equipas
(Prudente, 2000).
Assim, a observação da competição nos Jogos Desportivos Colectivos (JDC) e,
nomeadamente, no andebol, assume um papel importante no sentido de
determinar a estrutura da mesma, das suas regularidades e índices de eficácia
(Oliveira, 1993; Silva, 1993). A observação da competição constitui-se então
como tarefa fundamental para o conhecimento dos complexos aspectos que
condicionam o jogo.
Neste sentido, o presente trabalho pretende ser uma contribuição para ampliar
o conhecimento dos comportamentos táctico-técnicos no contra-ataque das
equipas, em situação real de jogo. Neste âmbito, pareceu-nos de crucial
importância perceber melhor a realidade do andebol português de modo a
ampliar o conhecimento sobre a modalidade.
1.2 Objectivos
2
1.2.2 Objectivos Específicos
3
para o registo da informação, selecção das variáveis a observar, bem como os
procedimentos estatísticos.
4
2 - Revisão da Literatura
Ainda que o objectivo final seja o golo, existe na prática um objectivo prévio,
que é tentar conseguir uma posição e uma situação favorável (criar
superioridade numérica), que nos permita ou facilite esse objectivo básico que
é o golo (Cuesta, 1991).
Logicamente que, para a equipa defensora, o objectivo a perseguir é o de
impedir que os atacantes cheguem a essa situação favorável.
Esta posição das funções a desempenhar e de objectivos provoca uma luta
pela conquista dos espaços mais eficazes que, segundo Cuesta (1991),
representa a essência do jogo de andebol, ou seja, é o que marca a forma de
jogar na actualidade, e que marcou toda a evolução técnica e estratégica da
modalidade.
Na prática, a busca destes objectivos realiza-se mediante acções individuais ou
colectivas, ou melhor dizendo, mediante uma correcta relação entre ambas.
Conforme afirma Garcia (1998), há que ter em conta que qualquer acção
colectiva se baseia na eficaz execução de acções individuais. Assim, um
jogador a atacar com bola tem basicamente a obrigação de: (i) em primeiro
lugar, tentar conseguir por si mesmo uma boa situação para rematar á baliza
com êxito; (ii) perante a resposta correcta de um defensor, deve decidir entre
utilizar todos os meios técnicos que conhece com os quais conseguirá, ou
atingir o espaço pretendido ou que outro companheiro fique livre de marcação;
(iii) se não for possível ultrapassar o primeiro defensor, deve ao menos atrair
totalmente a sua atenção, com isto estará a aumentar os espaços de actuação
para outros companheiros; (iv) tanto neste caso como no anterior, é
importantíssimo que o jogador seja capaz de passar a bola ao companheiro
melhor situado, antes que o defensor neutralize totalmente a sua actuação.
7
Esta é precisamente uma das grandes dificuldades que enfrenta o jogador de
andebol e que, sem dúvida, distingue o grande jogador, tacticamente
inteligente, do jogador que sendo eficaz, graças ao domínio de algumas acções
técnicas (fundamentalmente o remate), não poderia subsistir sem o trabalho
daquele que domina na prática a essência do jogo de Andebol (Cuesta, 1991).
9
relações que estabelecem, no sentido do reconhecimento das suas
regularidades.
A observação conjunta dos esforços físicos desenvolvidos pelos jogadores, dos
elementos técnicos e dos aspectos tácticos, acompanhada por um tratamento
estatístico apropriado dá-nos uma série de informações importantes sobre
(Dufour, 1989): (i) a evolução dos parâmetros do jogo; (ii) o nível do jogador;
(iii) o nível da equipa.
Todos estes elementos depois de interpretados pelo treinador da equipa
permitem: avaliar os jogadores e a equipa nos três domínios, física, técnico e
táctico, e planificar o treino e corrigir as deficiências encontradas.
Ao treinador, no sentido de aumentar a eficácia da sua acção, quer no treino
quer na competição, importa aprofundar o seu conhecimento sobre o jogo
(Marques, 1983; Monbaerts, 1991; Moutinho, 1993), sobre a sua equipa e
sobre os seus jogadores.
Na literatura conhecida este tipo de estudos tem sido qualificado através de
diferentes expressões (Graganta, 1998) de entre as quais se destacam:
observação do jogo, análise do jogo e análise notacional.
Alguns autores, como (Bacconi & Marella, 1995, cit. Garganta, 1998),
consideram que a expressão observação do jogo se reporta a determinados
aspectos colectados e registados durante a partida em tempo real, enquanto
que a análise do jogo diz respeito à recolha e colecção de dados em tempo
diferida. Os mesmos autores acrescentam ainda que, a observação do jogo
conteria vários erros que poderiam e deveriam ser evitados através da
utilização da análise do jogo.
As observações em diferido que segundo Gorsgeorge (1990) e Sarmento
(1991), vão muito mais longe do que as observações directas (em tempo real)
proporcionam um trabalho laboratorial de preparação instrumental, tornando
todo o processo muito mais rigoroso. Por outro lado, segundo Sarmento (1991),
possibilita a ocupação a sistemas computorizados, proporcionando um “treino”
mais eficaz e económico na medida em que os resultados da observação são
facilmente indicados e os “erros” de observação rapidamente verificados e
manipulados de acordo com o objectivo do trabalho.
10
Por tudo o que foi referido entende-se então que as observações sistemáticas
são fundamentais no sentido de objectivar as performances, caracterizar os
estilos de jogo ou fazer previsões sobre a sua evolução.
É neste sentido que estamos de acordo com Sarmento (1988, p.27) quando ele
nos diz que, quem não sabe olhar, não pode corrigir e melhorar as execuções
dos seus alunos e atletas.
De facto, atentando nas expressões observação de jogo e análise do jogo
constata-se que elas iludem a diferentes fases dum mesmo processo
(Garganta, 1998) ou seja, quando se pretende analisar o conteúdo de um jogo
é necessário observá-lo, para registar as informações consideradas
pertinentes.
A análise do jogo tem-se afirmado como instrumento indispensável na
avaliação e conhecimento das variáveis estruturais e funcionais do rendimento
no Andebol.
A figura 1 representa graficamente a interacção do processo de análise do jogo
com o treino e a performance, numa resposta de Garganta (1998):
Análise do jogo
- Observação
- Notação Planificação
- Interpretação
Treino
Performance
13
Roman (1990), refere que o Andebol actual beneficia cada vez mais de formas
variadas e criativas de jogo.
Parece então ser lícito afirmar que a evolução do jogo foi notória ao longo dos
tempos e como afirma Prudente (2000), o andebol hoje em dia é um jogo mais
dinâmico, jogado a uma velocidade superior.
2.3.1 O Contra-ataque
16
O contra-ataque é uma consequência de formas de jogo colectivo, que se inicia
com a recuperação da bola e desenvolve-se por vagas, através de uma acção
única e simultânea, criando condições favoráveis para finalizar com êxito.
Por sua vez Teodorescu (1984), defende que o contra-ataque é caracterizado
por grande velocidade de circulação da bola e dos jogadores, por números
passes reduzidos e por superioridade numérica ou posicional.
Sanchez (1991) relaciona o contra-ataque como a fase do jogo ofensivo que, a
partir da recuperação da posse de bola, é desenvolvida e finalizada em
situação de superioridade numérica ou posicional e em que a defesa
adversária ainda se encontra numa fase de recuperação defensiva.
Para Czerwinski (1993), o contra-ataque consiste numa acção ofensiva
apoiada num mínimo de passes e que é finalizada com um remate à baliza. A
equipa que possui a bola tenta surpreender o adversário, ainda desorganizado,
para obter vantagem numérica.
Segundo Muller et al. (1996), no contra-ataque a todos os jogadores de uma
equipa determinam-se diferentes tarefas, para depois de superar a primeira
vaga defensiva, contra uma defesa ainda não formada, se tentar o remate à
baliza, sem que este se veja bloqueado ou dificultado por uma segunda vaga
defensiva.
O seu objectivo fundamental é a ocupação, mais rápida possível dos espaços
de remate antes que a defesa contrária se organize (Sanchéz, 1992; Spate,
1992).
Também para Kreisel (1989) todo o objectivo da táctica ofensiva é marcar o
maior número de golos possíveis em contra-ataque, já que é mais difícil marcar
golos contra uma defesa organizada e activa.
Deste modo todas as equipas têm como objectivo por um lado, impedir o
contra-ataque adversário, mas por outro, utilizar este mesmo contra-ataque
como principal arma ofensiva (Germanescu, 1991).
Ainda que o objectivo final no Andebol seja a manutenção de golo, existe na
prática um objectivo prévio, que é tentar conseguir uma posição e uma situação
favorável (criar superioridade), que nos permita ou consiga fazer golo (Cuesta,
1991). Com funções contrárias está a equipa que defende, onde o objectivo é o
impedir que os atacantes cheguem a essa situação favorável.
17
A concepção tradicional da escola Romena (contra-ataque com 1ª e 2ª vaga),
da Checa ou Polaca (passes rápidos aos jogadores em zonas determinadas) e
das variantes do desenvolvimento do contra-ataque a partir da defesa 3:2:1 da
escola Jugoslava são exemplos da importância e evolução que o contra-ataque
tomou (Roman, 1990).
O aumento de velocidade e ritmo de jogo em geral, repercutiu-se no plano
táctico e, por isso, o contra-ataque tornou-se no meio ofensivo cada vez mais
privilegiado por todas as equipas.
Desde que o contra-ataque passou a ser um dos métodos de jogo mais
utilizado, tem experimentado um aumento qualitativo notável manifestado por
uma variabilidade de opções e formas de entendê-lo e executá-lo, assim como
do ponto de vista da eficácia, traduzida na ocorrência de menos faltas técnicas
na obtenção de mais golos. Do mesmo modo se tem observado um aumento
quantitativo no que diz respeito ao número de tentativas em realizar contra-
ataque por parte das equipas de alto nível (Garcia, 2000).
Um dos aspectos que contribuiu decisivamente para o aumento da importância
do contra-ataque foi alteração dos comportamentos defensivos, já que a defesa
passou a ter um papel mais activo, promovendo a ruptura do ataque adversário
com vista à conquista da posse da bola, criando assim melhores condições
para a exploração do contra-ataque.
Todavia, em certos momentos históricos, o contra-ataque foi deixado de lado
para evitar riscos de perda de bola, em tempos que o conceito de jogo partia de
uma filosofia de controlo de ritmo de jogo (Roman, 1990).
Cruz (1989) afirma que, embora seja uma forma simples de obter um golo, o
contra-ataque inclui um grau de dificuldade significativo já que o transporte da
bola, através de passes executados a grande velocidade, pode implicar perdas
de bola que transformam esta fase do jogo num perigo para a equipa que a
utiliza.
Sanchez, (1991) refere ainda que a estrutura e actuação dos jogadores no
desenvolvimento do contra-ataque devem garantir: (i) amplitude e profundidade
no desenvolvimento do contra-ataque para tentar alcançar a área contrária
antes dos defensores, e assegurar o apoio e a continuidade do jogo; (ii) eleição
de opções tácticas e execução técnica com rapidez, valorizando a relação
18
eficácia/risco de cada acção; (iii) procurar não sofrer falta no desenvolvimento
do contra-ataque; (iv) a utilização do drible deve ser apenas em caso
estritamente necessário e sempre que não prejudique a velocidade do contra-
ataque; (v) procura de espaços de remate de maior eficácia.
Segundo Czerwinski (1993), o objectivo fundamental do contra-ataque é obter
uma vantagem numérica sobre o adversário.
Geralmente as melhores equipas são aquelas que efectuam um elevado
número de contra-ataques (Oliveira, 1995), factor que parece também
relacionado com a forma de defender pois segundo, Silva (2002), as equipas
mais fracas com pouco poder de remate da 1ª linha ao obterem sucesso em
termos defensivos, podendo explorar imediatamente o contra-ataque.
24
Aspectos positivos do contra-golo: factor surpresa; para dificultar as trocas
ataque-defesa do adversário; para aumentar a espectacularidade do jogo e
para aumentar a exigência física do jogo. Tem-se vindo a comprovar que o
contra-golo é utilizado no jogo de maneira pontual.
No entanto a utilização do contra-golo pode implicar situações menos
favoráveis, tais como: perda de interesse do jogador por defender; perda do
nível defensivo tanto individual como colectivo; não se analisam os erros
cometidos; as equipas não valorizam o acto de sofrerem golo; diminui a
colaboração jogador guarda-redes; diminui o número de intervenções do
jogador no seu posto específico e deixam-se de utilizar os princípios básicos,
limitando-se a utilizar muito as penetrações sucessivas.
1ª Linha (1ªL) – Os remates nas diversas zonas com oposição de pelo menos
um defesa.
2ª Linha (2ª L) – Os remates realizados nas diversas zonas em situação isolada
perante o guarda-redes.
25
percentagem de falhas técnicas e análise sobre as zonas de finalização no
ataque planeado.
Foram observados 20 jogos de equipas masculinas relativos a dois níveis
competitivos diferenciados: dez jogos para o nível I (equipas da Fase Final da
Divisão de Honra); dez jogos para o nível II (equipas do torneio de competência
para a Divisão de Honra).
No nível I registou 1300 acções ofensivas das quais 955 foram terminadas com
remate correspondendo a um valor percentual de 73,46%. Dos 955 remates,
530 foram concretizados em golo traduzindo uma eficácia de 55,5%. Para o
nível II registou 1310 acções ofensivas, das quais 905 terminaram em remate
correspondendo a um valor percentual de 69,08%. Destes remates, 508
terminaram em golo o que corresponde a uma eficácia de remate de 56,13%.
As zonas de finalização e valores respectivos são divididas pelos 9m, 6m e
pontas:
Nível I % de ocorrência Nível II % de ocorrência
9m 23,96% 17,32%
6m (pivot) 25,09% 21,83%
6m (pontas) 15,85% 17,32%
Quadro 1: Valores percentuais de ocorrência de remate por zonas nos dois níveis competitivos (Pontes,
1993)
26
Por fim as acções de contra-ataque são significativas no contexto das acções
ofensivas. Ambos os grupos apresentam valores de ocorrência semelhantes ou
seja, 28,5% e 27,7% para o nível I e nível II respectivamente. O mesmo se
passa com a eficácia de finalização com valores de 48,5% para o nível I e
46,8% para o nível II.
Este estudo levou o autor ás seguintes conclusões: (i) a segurança das acções
é baixa; (ii) as percas de bola por falha técnica são significativas em ambos
níveis; (iii) o facto de o nível I existir um equilíbrio entre as três zonas de
finalização é natural se se atender ao facto destas equipas poderem contar
com os melhore jogadores. A diferença mais significativa entre os dois níveis
está na finalização de 9m.
27
Ocorrências concluídas em Ocorrências concluídas em golo
remate
Falta sofrida pelo atacante 36,3% 29,8%
Reposição da bola em jogo após golo 15,1% 14,1%
Livre de sete metros 10,5% 15,9%
Intercepção 8,0% 9,1%
Defesa do guarda-redes 8,0% 8,8%
Quadro 2: Valores percentuais de ocorrências concluídas em remate e golo (Silva, 1994)
28
Total de ocorrências Eficácia de finalização
% %
Ponta esquerda 11,4% 68%
Lateral esquerdo 20,1% 44%
Pivot 28,1% 51%
Lateral direito 16,7% 42%
Ponta direita 7,8% 44%
7 metros 15,9% 78%
Quadro 3: Zonas de finalização e respectivos valores de ocorrência e eficácia de finalização (Silva, 1994)
O autor conclui que são os meios tácticos de grupo que dominam no jogo de
andebol e que as acções colectivas com seis jogadores, as quais costumavam
caracterizar a táctica de ataque, desapareceram por completo.
No Campeonato da Europa Feminino de 1994 a análise foi realizada ao ataque
organizado e ao contra-ataque (quadro 5).
Ataque organizado Contra-ataque
MTI MTG MTI MTG
CE Fem 1994 22 36 10 11
Total 58 21
Quadro 6: Valores médios por jogo dos meios tácticos individuais (MTI) e meios tácticos de grupo (MTG)
no ataque organizado e no contra-ataque (Czerwinski 1994 e 1995)
30
Entre 6m/9m 9m Ponta Pivot
CM Fem 1993 13,2 18 8,6 6,1
CE Fem 1994 15 20 7 11
CE Mas 1994 12 19 9 7
Quadro 7: Valores médios por jogo do número de remates por zonas, em diferentes campeonatos
(Czerwinski 1994 e 1995)
31
Isto traduz uma baixa eficiência de remate na 1ª linha (36,6%), sendo mesmo o
valor mais baixo das zonas observadas. Como valor mais elevado surge, muito
naturalmente, a eficiência dos remates dos livres de 7metros, com 74,7%,
seguido das eficiências de remate dos 6-9m (59,1%) e pontas (47,2%).
Percentagem de remates por Percentagem de golos Eficiência de remates
zonas % por zonas % por zonas %
Ponta 16,0 14,6 47,2
6-9m 37,1 42,5 59,1
1ª Linha 33,7 23,8 36,6
7m 13,0 18,6 74,7
Quadro 9: Valores percentuais de ocorrências de remates e golos e respectiva eficiência por zonas
(Czerwinski e Taborsky 1996)
34
O quadro 11 apresenta os valores referentes aos remates por zonas no ataque
posicional.
Remates de perto Remates de longe Livres de 7 metros
% oc. a. % oc. a. Efic. % oc. a. % oc. a. Efic. % oc. a. % oc. a. Efic.
39,1% 46,4% 62,9% 52,3% 34,6% 36,8% 11,9% 18,0% 78,6%
Quadro 11: Valores médios da percentagem de ocorrências de acções (% oc. a.) e de golos (% oc. a.)
nos remates por zonas e eficiência de remate (Efic.) (Germain 1997).
Fonseca (1999), constatou que as equipas do grupo mundial têm como forma
de recuperação da posse de bola privilegiada o ressalto defensivo (38%),
seguindo a intercepção (21%) e só depois a falha técnica do adversário (15%).
Este afirma ainda que as equipas desenvolvem o ataque rápido após a
recuperação da bola por erro do adversário ou por mérito defensivo e
raramente após terem sofrido golo.
37
Numa análise ao 6º Campeonato Europeu Feminino de Andebol na Rússia em
2003, contactaram que muitas equipas tentam usar o contra-ataque através de
um grupo de jogadores ou de toda a equipa. A maior parte dos contra-ataques
são executados pelo guarda-redes, através de um passe longo para um
jogador mais avançado. Algumas equipas, por exemplo, a Rússia, Hungria,
Holanda, Alemanha, utilizam o contra-ataque a partir de qualquer uma das
vagas (dependendo da situação), e obtêm uma eficácia incrível.
Golos Contra-ataques %
RUS 39 54 72
ROM 51 74 69
CRO 8 12 67
GER 28 43 65
SLO 28 43 65
SWE 10 16 63
NOR 77 133 58
UKR 46 82 56
BLR 5 9 56
DEN 34 62 55
HUN 26 49 53
SCG 22 44 50
AUT 42 87 48
ESP 34 73 47
FRA 26 55 47
CZE 8 25 32
30,25 53,81 56,44
18,72 32,02 10,35
38
Posição Equipa Contra-ataque %
1 DEN 24/42 57.14
2 ROM 24/40 60.00
3 FRA 50/64 78.12
4 SLO 34/52 65.38
5 SVK 25/30 83.33
6 CRO 16/22 72.72
7 GER 43/54 79.62
8 HUN 14/17 82.35
9 RUS 48/64 75.00
10 AUT 39/50 78.00
11 SWE 32/40 80.00
12 LTU 41/52 78.84
13 SCG 49/61 80.32
14 ESP 15/17 88.23
15 CZE 53/70 75.71
16 TUR 33/43 76.74
Total 540/718 71.34
Quadro 14: Percentagem de contra-ataques realizados Campeonato europeu feminino sub 17 em Viena
2005
39
3 - Material e métodos
Para a observação dos jogos em vídeo elaboramos uma ficha de registo que
classifica as acções de contra-ataque de acordo com as seguintes categorias
de observação.
1 – Fases do Contra-ataque:
• Contra-ataque directo (ou primeira vaga) é a acção caracterizada por
um passe longo do guarda-redes ou um jogador de campo junto à
zona defensiva, para um jogador isolado. O número de passes que
consideramos para este tipo de contra-ataque foi um dois, por
exemplo esse jogador isolado passa a bola a outro que se isola e
está em melhores condições.
• Contra-ataque apoiado (ou segunda vaga) é a acção que ocorre
imediatamente após, quando a anterior não é possível realizar. Os
jogadores mais recuados defensivamente fazem o transporte da bola
através de três a seis passes curtos e rápidos e chegam à zona
atacante em superioridade numérica ou posicional.
• Ataque rápido (ou terceira vaga) quando das acções anteriores não
ocorre golo, o ataque continua a jogar a um ritmo elevado
aproveitando que a defesa ainda se encontra desorganizada.
3- Resultado da finalização:
• Golo (quando a bola ultrapassa totalmente a linha de baliza).
• Remate falhado (defesa do guarda-redes, remate para fora).
• Falha técnica (perda de posse de bola por, maus passes, dribles,
atacantes e violações).
• Falta (paragem da acção de contra-ataque por falta do adversário).
41
No entanto, no nosso estudo apenas houve um observador, a quem foi
entregue uma ficha de registo e um protocolo de observação que incluía os
campogramas e explicava as variáveis, bem como as suas formas de registo.
Com intuito de testar a qualidade dos dados, realizamos duas observações:
uma observação total de cada jogo e uma 2ª observação dos primeiros 15
minutos de cada jogo. A partir dos dados recolhidos verificamos qual a
percentagem de acordos entre as duas observações, através do índice de
acordos estabelecidos a partir da fórmula de Bellack (Van Der Mars, 1989,
citado por Mesquita, 1993).
N.º de acordos
% de Acordos = ___________________________ * 100
Nº de acordos + n.º de desacordos
3.3 Amostra
42
própria Federação, só tivemos acesso a 8 dos mesmos, o que reduziu a nossa
amostra.
É de referir, que nos jogos seleccionados verificamos que as melhores equipas
têm os jogos mais equilibrados contra equipas do seu nível competitivo, assim
como também se verifica o mesmo, nas equipas que lutavam pela manutenção
de divisão. Deste modo, os jogos observados foram os seguintes:
43
O tratamento estatístico dos dados foi realizado recorrendo à utilização do
programa Microsoft Excel.
44
4. Apresentação e discussão dos resultados
45
em que se consideram apenas as situações que dão origem a contra-ataques e
ataque rápido.
Os resultados do nosso estudo contrariam os obtidos por Leitão (1998), num
trabalho em que analisou a prestação de equipas portuguesas de diferentes
divisões, no qual o autor conclui que a principal origem das situações de
contra-ataque surge através da reposição da bola pelo guarda-redes com uma
percentagem de 37,5%, seguindo-se a intercepção com um percentagem de
cerca de 20%.
No nosso estudo constatamos ainda que o ataque rápido após golo (contra-
golo), é utilizado 24% das situações, o que demonstra que as equipas cada vez
mais utilizam com frequência a possibilidade de atacar sem que os defensores
tenham recuperado para o seu meio campo. Estes resultados não corroboram
as conclusões de Fonseca (1999), que afirma quando que equipas
desenvolvem o ataque rápido após a recuperação da bola por erro do
adversário ou por mérito defensivo e raramente após terem sofrido golo.
O contra-ataque directo foi o mais utilizado com 56%, seguido do ataque rápido
com 24% e por fim o contra-ataque apoiado com 19%.
Frequência do Contra-ataque
56%
60%
40% 25%
19%
20%
0%
Contra-ataque directo Contra-ataque apoiado Ataque rápido
47
Resultados do Contra-ataque
38%
40%
30% 23%
19%
20% 15%
10% 5%
0%
Golo Remates 7 Metros Falhas Falta
Falhados Técnicas
66,30%
80,00%
60,00% 33,70%
40,00%
20,00%
0,00%
Golo Remates Falhados
48
A eficácia do remate em contra-ataque encontrada no nosso estudo (66,3%)
parece estar um pouco abaixo dos valores definidos na literatura como sendo
ideais para esta fase do jogo. De facto, Germain (1997b), numa análise ao
Campeonato do Mundo Feminino de 1995 encontrou uma eficácia de contra-
ataque de 75, 2%. Roman e Bayer (1990), defendem que esta fase do jogo é
aquela onde os níveis de eficácia são mais elevados, cerca de (80%), bem
acima dos valores obtidos para o ataque posicional em que a eficácia muito
facilmente ultrapassa os 40%.
No entanto, quando comparamos os resultados do nosso estudo com os
resultados da análise realizada por Czerwinski, 1994a; Czerwinski, (1995b), ao
Campeonatos do Mundo de 1993 (41,1%), e da Europa de 1994 (53%),
verificamos um aumento substancial da eficácia obtida para esta fase do jogo.
49
Eficácia do Contra-ataque directo
50% 43%
40%
30% 23%
19%
15%
20%
10%
0%
Golo Remates Falhas Técnicas Faltas
Falhados
66,30%
80,00%
60,00% 33,70%
40,00%
20,00%
0,00%
Golo Remates Falhados
40% 34%
31%
28%
30%
20%
7%
10%
0%
Golo Remates Falhas Falta
Falhados
51
Leitão (1998), no estudo que realizou, verificou que para o grupo mais forte a
percentagem de falhas técnicas para este tipo de contra-ataques foi de 20%, o
que não vem muito de encontro ao nosso estudo (7%).
No que diz respeito à percentagem de faltas do adversário, existem na
literatura poucos valores de referência, mas constatamos um aumento
relativamente às que se verificam no desenvolvimento do contra-ataque
directo. Este facto é naturalmente influenciado pelo maior número de passes e
jogadoras envolvidas neste tipo de contra-ataque, o que aumenta a
possibilidade da defesa efectuar uma paragem da progressão para a baliza.
A explicação mais provável dever-se-á à maior complexidade desta vaga e na
sua maior dificuldade já que envolve acções entre mais do que uma jogadora
ao contrário da 1ª vaga que é mais simples e por isso mais facilmente utilizada
com sucesso pelas jogadoras.
No seu estudo Leitão (1998), verificou que a percentagem de remates
encontrada no contra-ataque apoiado realizado pelas equipas portuguesas em
estudo, situa-se entre os 58% e os 80%, o que está de acordo com os nossos
resultados (65%).
74%
80%
60%
26%
40%
20%
0%
Golo Remates Falhados
52
No estudo que Leitão (1998) realizou em equipas portuguesas encontrou uma
percentagem de remates falhados de 16% e 25% neste tipo de contra-ataque o
que mostra que os valores estão muito próximos dos do nosso estudo.
Uma das explicações que encontramos para explicar esta percentagem de
remates falhados, é que neste tipo de contra-ataque, surgem maiores situações
de 1x1 antes de finalizarem, o que pode levar a um índice de insucesso maior
do que no contra-ataque directo.
Como já foi referido o ataque rápido foi o segundo tipo de contra-ataque mais
utilizado (24%), o que nos parece lógico uma vez que este tipo de contra-
ataque surge quando não é possível finalizar através do contra-ataque apoiado.
Assim as equipas em vez de pararem o contra-ataque e organizarem o ataque
posicional continuam a atacar aproveitando a momentânea desorganização
defensiva.
Trosse (1993) considera que uma equipa que interprete o ataque rápido de
forma mais ou menos recorrente, é uma ameaça para o adversário, mantendo-
o em constante estado de alerta, exercendo, assim, sobre ele, um grande
desgaste das capacidades técnicas, tácticas, físicas e sobretudo, psicológicas.
As equipas observadas efectuam algumas transições rápidas dos espaços
defensivos para as zonas de finalização e retiram proveito da transição rápida
para procurar finalizar frente ao antagonista. A organização ofensiva das
equipas do presente estudo é realizada através do contra-ataque e do ataque
rápido.
Em relação aos restantes ataques rápidos, muitos deles realizam-se após a
equipa ter sofrido golo (contra-golo), o que não acontece com muita frequência.
Dos 14 contra-golos realizados, 43% terminaram em golo, 36% em faltas e
21% em defesas do guarda-redes. Como se vê, o contra-golo não é uma forma
muito segura de ataque, pois correm-se muitos riscos, uma vez que a
reposição de bola é rápida na zona central e a equipa adversária embora esteja
desorganizada defensivamente, pode parar com facilidade o contra-golo
através de faltas, como se verifica nos resultados obtidos (36%), ou mesmo
53
através de uma intervenção do guarda-redes (21%), devido à maior parte dos
remates ser precipitado ou em condições desfavoráveis.
Eficácia no Contra-golo
43%
50%
36%
40%
30% 21%
20%
10%
0%
Golo Faltas Defesas do Guarda-
redes
36,10%
40,00%
30,50%
30,00% 22,20%
20,00%
11,20%
10,00%
0,00%
Golo Remates Falhados Falhas Técnicas Faltas
No que diz respeito ás faltas realizadas no ataque rápido, dos três tipos de
contra-ataque, o ataque rápido, é aquele onde é provável que surjam mais
faltas, uma vez que, a defesa conseguiu efectuar a recuperação defensiva e
apesar de ainda não se encontrar organizada num sistema defensivo, tem mais
possibilidade de contrariar o ataque do adversário.
O número de falhas técnicas é inferior ao do contra-ataque directo, o que
poderá ser explicado pelo facto das equipas não correrem tantos riscos já que
54
a defesa adversária já se encontra na sua zona defensiva e devido à
velocidade de execução da circulação da bola também poder ser menor.
62%
80%
60% 38%
40%
20%
0%
Golo Remates Falhados
55
remates serem finalizados nas zonas centrais de 2ª linha, com excepção da
zona Z7.
40,00% 36%
30,00%
19,80%
20,00% 15,10% 15,10%
10,00% 8,10%
5,80%
0% 0%
0,00%
Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8
Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8
Podemos justificar a opção por esta zona de finalização, uma vez que aos 6m
na zona central Z3 o atacante perante o guarda-redes se não optar pelo salto
mais correcto nesta zona (fugir ao guarda-redes, saltando para um dos lados),
vê pouco espaço da baliza, o que dificulta o remate; por sua vez, se finalizar da
zona Z7 o atacante já tem uma melhor visão da baliza.
A finalização do ataque é a situação em que o ataque a partir da organização
que estabeleceu na fase anterior, vai tentar ultrapassar a defesa levando-a a
cometer erros, através da circulação da bola e dos jogadores.
Cruz (1988), caracteriza a fase de finalização da seguinte forma: por uma
evidente aceleração do ritmo de circulação da bola; movimentações dos
jogadores a partir da posição inicial; dialéctica evidente entre as acções de
defesa e de ataque, um procurando levar a defesa a cometer erros e, esta
tentando evitar esses erros e recuperar a bola, procurando por sua vez que
seja o ataque a cometer esses erros.
Conceição (1996), Leitão (1998) revelam, igualmente, que no contra-ataque
existe um comportamento preferencial por uma finalização perto da baliza e na
zona central/lateral.
Andrés (1997), refere que o contra-ataque directo, tem lugar nas zonas
centrais, na linha dos 6m, e numa percentagem inferior nas pontas, o que está
de acordo com o nosso estudo.
56
No nosso estudo a zona Z5 foi uma das mais solicitadas, facto este, que pode
estar relacionado com o elevado número de jogadoras destras nas equipas
observadas, o que as leva a optarem pelo lado direito não só para protegerem
melhor a bola mas também por ser mais fácil de finalizar; e também não nos
podemos esquecer que a segunda forma de contra-ataque mais utilizada no
nosso estudo foi o ataque rápido, o que nos leva a pensar que através do meio
táctico de grupo ofensivo - penetrações sucessivas, ganhassem mais
vantagem para o lado direito.
Ainda Fonseca (1999), refere que, as zonas preferenciais de remate durante o
ataque rápido, é a zona central seguida das zonas laterais e por fim as pontas.
O que mais uma vez, vem de encontro ao nosso estudo.
Logo será lógico afirmar que tendo o contra-ataque como objectivo procurar
marcar golo em superioridade numérica, que os remates surjam em maior
número de vezes na zona central e laterais aos 6m onde é mais fácil finalizar.
100,00%
85,70%
80,00% 76,90%
69,20%
64,50%
58,80%
60,00%
40%
40,00%
20,00%
0% 0%
0,00%
Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8
Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8
57
pois vão de encontro aos resultados demonstrados anteriormente, são as
zonas mais utilizadas para finalizar em contra-ataque. A zona Z3 também tem
uma percentagem de certo modo elevada, pelo mesmo motivo que a zona Z1.
As zonas Z6 e Z8, não obtiveram qualquer percentagem pois nos jogos
observados nunca foram utilizadas.
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5. Conclusões
59
6. Bibliografia
60
Borges, S. (1996): O perfil do deslocamento do andebolista. Um estudo com
jogadores seniores masculinos.
61
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Garcia,J. & al. (2000) Balonmano: Alternativas y factores para la mejora del
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ensino dos jogos Desportivos, 11-25. Amândio Graça e José oliveira (eds).
CEJD/FCDEF-UP.
62
Garganta, J. (1997): Modelação táctica do jogo de Futebol – Estudo da
organização da fase ofensiva em equipas de alto rendimento. Tese de
Doutoramento, FCDEF-UP.
63
superioridade numérica, na relação cooperação/oposição relativa – zona da
bola, em equipas portuguesas de níveis competitivos distintos
64
Ribeiro, B. (2002): A importância dos meios tácticos de grupo ofensivos na
obtenção do golo em andebol. Um estudo com recurso à análise sequencial
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Xunta de Galicia
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J. G., (eds.). Federation Española de Balonmano e Comité Español. Madrid.
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66
Teodorescu, L (1984): Problemas de teoria e metodologia nos jogos
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Hand.
67
Anexos
VIII