Você está na página 1de 55

ENGENHARIA ECONÔMICA AVANÇADA

INTRODUÇÃO – MATERIAL DE APOIO

ÁLVARO GEHLEN DE LEÃO

gehleao@pucrs.br
Engenharia Econômica Avançada 1

1 Introdução à Engenharia Econômica

A engenharia, inserida dentro do contexto de escassez de recursos, pode aplicar


técnicas de análise de projetos de investimento a fim de racionalizar o emprego
dos recursos de capital.

Estas técnicas fazem parte do escopo da engenharia econômica, que utiliza a


matemática financeira como ferramenta básica de avaliação do valor do dinheiro
no tempo.

A visualização de um projeto de investimento pode ser realizada através de


uma representação gráfica denominada diagrama de fluxo de caixa.

Um diagrama de fluxo de caixa de um projeto de investimento é composto de


uma escala horizontal na qual se representam com valores positivos as entradas
de caixa e com valores negativos o investimento de capital e as saídas de caixa –
vide figura 1.

Entradas de Caixa

0 1 2 3 4 5 6 7 n
períodos
Investimento Saídas de Caixa
de Capital

Figura 1 – Diagrama de Fluxo de Caixa de um Projeto de Investimento

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 2

Os principais recursos considerados para análise de projetos de investimento e a


respectiva remuneração por período de tempo são apresentados na tabela 1.

Tabela 1 – Remuneração dos Recursos por Período de Tempo

Recursos Remuneração por Período de Tempo

Humanos Salário

Físicos Aluguel

Capital Juros

Os juros são, portanto, o pagamento pela oportunidade de dispor de um capital


durante um determinado período de tempo.

2 Juros e Taxas de Juros

Nas próximas seções são apresentados os conceitos de juros e taxas de juros.

2.1 Juros Simples

Na modalidade de juros simples apenas o valor emprestado rende juros, ou


seja, os juros são diretamente proporcionais ao valor emprestado.

Jn = P × i × n

Fn = P + Jn = P × (1+ i × n)

P = valor emprestado no instante 0


i = taxa de juros periódica
n = número de períodos
Jn = juros acumulados até o instante n
Fn = montante após n períodos

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 3

2.2 Juros Compostos

Na modalidade de juros compostos, após cada período de capitalização, os


juros, quando não pagos, são adicionados ao valor emprestado, compondo um
novo saldo devedor, e passam a render juros também, ou seja, os juros são
proporcionais ao saldo devedor em cada período.

(
Jn = P × (1+ i)n − 1 )
Fn = P + Jn = P × (1 + i)n

P = valor emprestado no instante 0


i = taxa de juros periódica
n = número de períodos
Jn = juros acumulados até o instante n
Fn = montante após n períodos

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 4

Problema 1 – Juros Simples e Juros Compostos

Supor um empréstimo (P) de $ 1.000, durante (n) 5 meses, a uma taxa de juros (i)
de 10% ao mês. Calcular os juros mensais, os juros acumulados ( Jn ) e o montante
( Fn ) ao final de cada mês, nas modalidades de juros simples e de juros compostos.

Tabela 2 – Juros Simples e Juros Compostos

Juros Simples Juros Compostos

Mês Juros Juros Montante Juros Juros Montante

(n) Mensais ( Jn ) ( Fn ) Mensais ( Jn ) ( Fn )

0 1.000,00 1.000,00

1 100,00 100,00 1.100,00 100,00 100,00 1.100,00

2 100,00 200,00 1.200,00 110,00 210,00 1.210,00

3 100,00 300,00 1.300,00 121,00 331,00 1.331,00

4 100,00 400,00 1.400,00 133,10 464,10 1.464,10

5 100,00 500,00 1.500,00 146,41 610,51 1.610,51

Modalidade de Juros Simples

Juros acumulados ( J5 ) até o final do mês 5.

J5 = P × i × n = 1.000 × 0,10 × 5 = 500,00

Montante ( F5 ) a ser pago no final do mês 5.

F5 = P + J5 = P × (1 + i × n) = 1.000 × (1 + 0,10 × 5) = 1.500,00

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 5

Modalidade de Juros Compostos

Juros acumulados ( J5 ) até o final do mês 5.

( ) ( )
J5 = P × (1 + i)n − 1 = 1.000 × (1 + 0,10 )5 − 1 = 610,51

Montante ( F5 ) a ser pago no final do mês 5.

F5 = P + J5 = P × (1 + i)n = 1.000 × (1 + 0,10 )5 = 1.610,51

Pode-se elaborar uma planilha contendo as expressões para o cálculo dos juros
acumulados ( Jn ) e do montante ( Fn ) a ser pago ao final de um determinado período
(n), considerando o valor do empréstimo (P) e a taxa de juros (i) periódica.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 6

2.3 Taxas de Juros – Períodos de Aplicação e de Capitalização

Uma taxa de juros deve conter informações que permitam identificar os seus
períodos de aplicação e de capitalização.

O período de aplicação estabelece o tempo de duração da incidência da taxa de


juros sobre o capital imobilizado e o período de capitalização define a periodicidade
de ocorrência da acumulação dos juros.

2.4 Taxas de Juros Nominais e Taxas de Juros Efetivas

A taxa de juros é considerada efetiva quando o período de aplicação e o período


de capitalização coincidem; caso contrário, a taxa será dita nominal. Assim, por
exemplo:

− taxa de juros efetiva – 8,75% ao trimestre com capitalização trimestral;

− taxa de juros nominal – 24% ao ano com capitalização mensal.

Nos problemas envolvendo taxas de juros, adotar-se-á a convenção – a.x. c.y. =


aplicação durante o período x com capitalização a cada período y –, onde os
períodos x e y são designados pelas letras: (a) ano, (s) semestre, (t) trimestre, (b)
bimestre, (m) mês, e (d) dia.

Assim sendo, a taxa de juros de 35% a.a. c.t. é igual a 35% ao ano com
capitalização trimestral.

Para o período de capitalização y pode ser utilizada também a capitalização


contínua (c), indicando que os juros são capitalizados continuamente.

O desenvolvimento da matemática financeira e da engenharia econômica baseia-


se em taxas de juros efetivas, assim que as taxas de juros nominais devem ser
convertidas em taxas de juros efetivas para sua correta aplicação.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 7

2.5 Conversão de Taxas de Juros de Mesmo Período de Capitalização

Para conversão de taxas de juros nominais em taxas de juros efetivas de mesmo


período de capitalização a expressão a ser utilizada é:

iNOM = a.x. c.y. ⇒ iEFE = a.y. c.y. iNOM


iEFE =
N

N = número de períodos de composição da taxa de juros nominal

Problema 2 – Conversão de Taxas de Juros

Converter taxas de juros nominais em taxas de juros efetivas de mesmo período


de capitalização.

Tabela 3 – Conversão de Taxas de Juros de Mesmo Período de Capitalização

Taxa de Juros Períodos de Composição = N Taxa de Juros


Nominal Efetiva

24% a.a. c.m. 12 2,00% a.m. c.m.

35% a.a. c.t. 4 8,75% a.t. c.t.

15% a.m. c.d. 30 0,50% a.d. c.d.

iNOM 0,24
iEFE = = = 2,00 % a.m. c.m.
N 12

iNOM 0,35
iEFE = = = 8,75 % a.t. c.t.
N 4

iNOM 0,15
iEFE = = = 0,50 % a.d. c.d.
N 30

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 8

2.6 Conversão de Taxas de Juros de Mesmo Período de Aplicação

Para converter taxas de juros nominais em taxas de juros efetivas de mesmo


período de aplicação utiliza-se a seguinte expressão:

iNOM = a.x. c.y. ⇒ iEFE = a.x. c.x. ⎛ i ⎞


N

iEFE = ⎜1 + NOM ⎟ − 1


⎝ N ⎠

N = número de períodos de composição da taxa de juros nominal

Problema 3 – Conversão de Taxas de Juros

Converter taxas de juros nominais em taxas de juros efetivas de mesmo período


de aplicação.

Tabela 4 – Conversão de Taxas de Juros de Mesmo Período de Aplicação

Taxa de Juros Períodos de Composição = N Taxa de Juros


Nominal Efetiva

24% a.a. c.m. 12 26,82% a.a. c.a.

35% a.a. c.t. 4 39,87% a.a. c.a.

15% a.m. c.d. 30 16,14% a.m. c.m.

N 12
⎛ i ⎞ ⎛ 0,24 ⎞
iEFE = ⎜1 + NOM ⎟ − 1 = ⎜1 + ⎟ − 1 = 26,82 % a.a. c.a.
⎝ N ⎠ ⎝ 12 ⎠

N 4
⎛ i ⎞ ⎛ 0,35 ⎞
iEFE = ⎜1 + NOM ⎟ − 1 = ⎜1 + ⎟ − 1 = 39,87 % a.a. c.a.
⎝ N ⎠ ⎝ 4 ⎠

N 30
⎛ i ⎞ ⎛ 0,15 ⎞
iEFE = ⎜1 + NOM ⎟ − 1 = ⎜1 + ⎟ − 1 = 16,14 % a.m. c.m.
⎝ N ⎠ ⎝ 30 ⎠

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 9

Pode-se elaborar uma planilha para conversão de taxas de juros nominais em


taxas de juros efetivas, conforme ilustração a seguir.

2.7 Conversão de Taxas de Juros com Capitalização Contínua

Em uma taxa de juros nominal com capitalização contínua, N tende para um


valor infinito e, portanto, a sua conversão para uma taxa de juros efetiva
equivalente deve ser realizada pela expressão:

iNOM = a.x. c.c. ⇒ iEFE = a.x. c.x. ⎛ i


N
⎞
iEFE = lim ⎜1 + NOM ⎟ − 1 = eiNOM − 1
N→ ∞
⎝ N ⎠

Problema 4 – Conversão de Taxas de Juros com Capitalização Contínua

Uma taxa de juros nominal de 24% a.a. c.c. equivale a uma taxa de juros efetiva
de 27,12% a.a. c.a., pois

iEFE = eiNOM − 1 = e 0,24 − 1 = 0,2712 = 27,12%

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 10

2.8 Conversão de Taxas de Juros Efetivas de Períodos Diferentes

A conversão entre taxas de juros efetivas de períodos diferentes pode ser


obtida a partir da seguinte expressão:

Q
iEFE a = (1 + iEFE b ) − 1

Q = quantidade de períodos b existentes no período a

Problema 5 – Conversão de Taxas de Juros Efetivas

Converter uma taxa de juros efetiva de 12% ao bimestre em taxas de juros


efetivas semestrais e anuais.

Considerando iB = 12% a.b. c.b., tem-se que:

Q 3
iS = (1+ iB ) − 1 = (1+ 0,12) − 1 = 40,49% a.s. c.s.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 11

Q 6
i A = (1 + iB ) − 1 = (1 + 0,12 ) − 1 = 97,38% a.a. c.a.

A tabela 5 apresenta uma síntese dos resultados obtidos.

Tabela 5 – Conversão de Taxas de Juros Efetivas de Períodos Diferentes

Período Q Taxa Efetiva

Bimestral 12,00 % a.b. c.b.

Semestral 3 40,49 % a.s. c.s.

Anual 6 97,38 % a.a. c.a.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 12

Problema 6 – Conversão de Taxas de Juros de Períodos Diferentes

Converter uma taxa de juros de 60% ao ano com capitalização bimestral em uma
taxa de juros efetiva semestral. Para converter uma taxa de juros nominal em uma
taxa de juros efetiva em que os períodos de aplicação e capitalização não
coincidem deve-se, inicialmente, converter a taxa de juros nominal em uma taxa de
juros efetiva de mesmo período de aplicação ou de mesmo período de capitalização
e, em seguida, converter na taxa de juros efetiva desejada. Assim:

iNOM = 60 % a.a. c.b. (N = 6)

Conversão de taxa de juros nominal em taxa de juros efetiva de mesmo período


de capitalização:

iNOM 0,60
iEFE = = = 0,10 = 10 % a.b. c.b.
N 6

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 13

Conversão de taxas de juros efetivas de períodos diferentes:

Q
iEFE a = (1 + iEFE b ) − 1

Conversão de uma taxa de juros efetiva bimestral em uma taxa de juros efetiva
semestral:

Q
iS = (1 + iB ) − 1, onde Q = 3
3
iS = (1 + 0,10 ) − 1 = 0,3310 = 33,10 % a.s. c.s.

A taxa de juros efetiva semestral de 33,10% é equivalente à taxa de juros


nominal de 60% ao ano com capitalização bimestral.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 14

3 Equivalência de Capitais em um Fluxo de Caixa

A partir da representação de um projeto de investimento através de um diagrama


de fluxo de caixa podem ser determinadas as relações de equivalência, permitindo
a transformação de um determinado fluxo de caixa em outro equivalente.

Para aplicação das relações de equivalência a periodicidade do fluxo de caixa


deve coincidir com a periodicidade da taxa de juros efetiva.

3.1 Equivalência entre Valor Presente e Valor Futuro

A equivalência entre P (valor presente) e F (valor futuro) permite resolver, por


exemplo, o problema de determinação do valor P a ser investido, a uma taxa de
juros efetiva i, para obtenção de um montante F após n períodos.

0 1 2 3 n

Figura 2 – Diagrama de Fluxo de Caixa: Valor Presente e Valor Futuro

F = P × (1 + i)
n
1
P = F×
(1 + i)n
⎛ F ⎞
log⎜ ⎟
n= ⎝ P ⎠ F
log(1 + i) i=n −1
P

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 15

3.2 Equivalência entre Série Uniforme e Valor Futuro

A equivalência entre U (série uniforme) e F (valor futuro) permite, por exemplo,


definir o valor dos depósitos programados U para possibilitar uma retirada futura F,
onde n é o número de depósitos da série uniforme e i é a taxa de juros efetiva e de
mesma periodicidade da série de depósitos.

0 1 2 3 n

Figura 3 – Diagrama de Fluxo de Caixa: Série Uniforme e Valor Futuro

n
F = U×
(1 + i) − 1
i

i
U = F×
(1 + i)n − 1

⎛ i × F ⎞
log⎜1 + ⎟
⎝ U ⎠
n=
log(1 + i)

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 16

3.3 Equivalência entre Valor Presente e Série Uniforme

A equivalência entre P (valor presente) e U (série uniforme) permite resolver o


problema de determinação de parcelas mensais U, onde n é o número de
pagamentos da série uniforme e i é a taxa de juros efetiva e de mesma
periodicidade da série uniforme.

0 1 2 3 n

Figura 4 – Diagrama de Fluxo de Caixa: Valor Presente e Série Uniforme

n
i × (1 + i)
U = P×
(1 + i)n − 1

n
P = U×
(1 + i) − 1
n
i × (1 + i)

⎛ U ⎞
log⎜ ⎟
⎝ U − i × P ⎠
n=
log(1 + i)

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 17

3.4 Utilização de Planilhas Eletrônicas

Nesta seção apresenta-se, de forma sucinta, uma orientação para utilização de


planilhas eletrônicas para solução de problemas de equivalência de capitais em
um fluxo de caixa.

Podem ser utilizadas as funções financeiras contidas na planilha Excel para


determinação de P (valor presente), F (valor futuro), U (série uniforme), n (número
de capitalizações ou prazo total da operação) e i (taxa de juros periódica),
empregando-se as sintaxes a seguir apresentadas:

− cálculo de P: VP (i; n; U; F; tipo)

− cálculo de F: VF (i; n; U; P; tipo)

− cálculo de U: PGTO (i; n; P; F; tipo)

− cálculo de n: NPER (i; U; P; F; tipo)

− cálculo de i: TAXA (n; U; P; F; tipo; estimativa)

O significado dos argumentos dessas funções é:

− P = valor do capital no instante inicial 0

− F = valor do capital no instante final n

− U = valor da série de n pagamentos periódicos de 1 a n

− n = número de capitalizações ou prazo total da operação

− i = valor da taxa de juros efetiva e periódica

− tipo = série de pagamentos antecipados (1) ou postecipados (0)

− estimativa = valor estimado da taxa de juros

Os valores monetários devem ser informados com seus sinais, (+) ou (–), e o
resultado monetário terá o sinal que anula a soma dos capitais equivalentes em um
instante qualquer.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 18

Na ilustração abaixo se apresenta a sugestão de uma calculadora elaborada a


partir das funções financeiras da planilha Excel.

Nas células B2, B3, B4, B5, B6, B7 e B8 são registrados os dados de entrada e
nas células C2, C3, C4, C5 e C6 são obtidos os resultados, a partir da seguinte
sintaxe:

− cálculo de P: C2 = SE (B2 = ”?”; VP (B6 ;B5 ;B4 ;B3 ;B7); ” ”)

− cálculo de F: C3 = SE (B3 = ”?”; VF (B6; B5; B4; B2; B7); ” ”)

− cálculo de U: C4 = SE (B4 = ”?”; PGTO (B6; B5; B2; B3; B7); ” ”)

− cálculo de n: C5 = SE (B5 = ”?”; NPER (B6; B4; B2; B3; B7); ” ”)

− cálculo de i: C6 = SE (B6 = ”?”; TAXA (B5; B4; B2; B3; B7; B8); ” ”)

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 19

Problema 7 – Financiamento de Automóvel

Você recebeu uma oferta para aquisição de um automóvel através de um


financiamento em 24 parcelas mensais, iguais e consecutivas, a serem pagas ao
final de cada mês. Considerando que o pagamento máximo mensal que você pode
admitir é de $ 600 e que você pode dar uma entrada de $ 7.000, qual é o valor do
automóvel que você poderá adquirir dado que a taxa de juros é de 12% ao ano com
capitalização mensal?

Valor do Automóvel = V = E + P = ?

i = 12 % a.a. c.m.

meses
0 1 2 3 n = 24

U = 600
E = 7.000
Figura 5 – Diagrama de Fluxo de Caixa

Conversão de taxa de juros nominal em efetiva de mesmo período de


capitalização:

iNOM 0,12
iEFE = = = 0,01 = 1% a.m. c.m.
N 12

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 20

P=?
i = 1 % a.m. c.m.

meses
0 1 2 3 n = 24

U = 600

Figura 6 – Diagrama de Fluxo de Caixa

Aplicando a relação de equivalência entre P e U:


n
(1 + i) − 1 (1 + 0,01)24 − 1
P = U× n
= 600 × = 12.746,03
i × (1 + i) 0,01× (1 + 0,01)24

Valor do Automóvel = V = E + P = 7.000 + 12.746,03 = 19.746,03.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 21

Problema 8 – Plano de Aposentadoria

Considere que você abra hoje uma conta de aposentadoria com um depósito
inicial de $ 1.200 e deposite $ 50 ao final de cada mês nos próximos 30 anos. Qual o
montante acumulado, considerando que a conta remunera os depósitos com uma
taxa de juros de 9% ao ano com capitalização mensal?
F = F' + F" = ?

i = 9 % a.a. c.m.

n = n' = n" = 360 meses


0 1 2 3

U" = 50

P' = 1.200
Figura 7 – Diagrama de Fluxo de Caixa

Conversão de taxa de juros nominal em efetiva de mesmo período de


capitalização:

iNOM 0,09
iEFE = = = 0,0075 = 0,75% a.m. c.m.
N 12

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 22

F = F' + F" = ?

i = 0,75 % a.m. c.m.

n = n' = n" = 360 meses


0 1 2 3

U" = 50

P' = 1.200

Figura 8 – Diagrama de Fluxo de Caixa

Cálculo de F' (aplicando-se a relação de equivalência entre F e P):

n'
F' = P'×(1 + i) = 1.200 × (1 + 0,0075 )360 = 17.676,69

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 23

Cálculo de F'' (aplicando-se a relação de equivalência entre F e U):

n"
(1 + i) − 1 (1 + 0,0075)360 − 1
F" = U"× = 50 × = 91.537,17
i 0,0075

Pode-se calcular diretamente o valor de F = F' + F'' = 17.676,69 + 91.537,17,


utilizando os valores de P' e U'' de forma simultânea, pois o valor de n = n' = n''.

Você disporá de um montante de $ 109.213,87 quando se aposentar daqui a 30


anos.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 24

Problema 9 – Caderneta de Poupança

Você depositou $ 8.000 em uma caderneta de poupança que rende juros com
uma taxa de 6% ao ano com capitalização mensal. Se você retirar $ 1.000 ao final
de cada ano, em quanto tempo os recursos se esgotarão?

i = 6% a.a. c.m.

U = 1.000

anos
0 1 2 3 n=?

P = 8.000

Figura 9 – Diagrama de Fluxo de Caixa

Conversão de taxa de juros nominal em efetiva de mesmo período de aplicação:


N 12
⎛ i ⎞ ⎛ 0,06 ⎞
iEFE = ⎜1 + NOM ⎟ − 1 = ⎜1 + ⎟ − 1 = 0,0617 = 6,17 % a.a. c.a
⎝ N ⎠ ⎝ 12 ⎠

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 25

i = 6,17 % a.a. c.a.

U = 1.000

anos
0 1 2 3 n=?

P = 8.000

Figura 10 – Diagrama de Fluxo de Caixa

Aplicando as relações de equivalência entre P e U, calcula-se n:

⎛ U ⎞ ⎛ 1.000 ⎞
log⎜ ⎟ log⎜ ⎟
⎝ U − i × P ⎠ ⎝ 1.000 − 0,0617 × 8.000 ⎠
n= = = 11,36 anos
log(1 + i) log(1 + 0,0617)

Ou seja, é permitida a retirada de 11 parcelas anuais de $ 1.000.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 26

A questão pendente: qual é o valor residual no 11° ano ?

Calcula-se, inicialmente, o valor P' que deveria ter sido depositado para que
apenas 11 retiradas anuais de $ 1.000 pudessem ser efetuadas.

i = 6,17 % a.a. c.a.

U' = 1.000

anos
0 1 2 3 n' = 11

P' = ?

Figura 11 – Diagrama de Fluxo de Caixa

Aplicando a relação de equivalência entre P e U, obtém-se:

n' 11
P' = U'×
(1 + i) − 1
= 1.000 ×
(1 + 0,0617 ) − 1
= 7.818,75
n' 11
i × (1 + i) 0,0617 × (1 + 0,0617 )

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 27

Calcula-se, então, o P'' extra que foi depositado e, em seguida, o F'' residual:

P'' = P – P' = 8.000 – 7.818,75 = 181,25

F'' = ?

i = 6,17 % a.a. c.a.

anos
0 1 2 3 n'' = 11

P'' = 181,25

Figura 12 – Diagrama de Fluxo de Caixa

Aplicando a relação de equivalência entre F e P, obtém-se F'' residual:

n' '
F" = P"×(1 + i) = 181,25 × (1 + 0,0617 )11 = 350,19

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 28

Problema 10 – Equivalência de Capitais em um Fluxo de Caixa

Você pretende adquirir um computador através de um financiamento em 18


parcelas mensais, iguais e consecutivas, a serem pagas ao final de cada mês.

Considerando que o máximo pagamento mensal que você pode admitir é de $


240, determinar o mínimo valor da entrada para que você possa adquirir um
computador no valor de $ 5.000, através de um financiamento com taxa de juros de
9% ao trimestre com capitalização mensal.

A ilustração abaixo apresenta uma planilha com a solução do problema 10.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 29

Problema 11 – Equivalência de Capitais em um Fluxo de Caixa

Considere que você abra hoje uma conta de aposentadoria com um depósito
inicial de $ 2.000 e que você pretende dispor de $ 85.000 daqui a 20 anos.

Calcular o valor dos depósitos iguais e consecutivos a serem realizados ao


final de cada um dos próximos 40 semestres, considerando que a conta de
aposentadoria remunera os depósitos com uma taxa de juros de 8% ao ano com
capitalização mensal.

A ilustração abaixo apresenta uma planilha com a solução do problema 11.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 30

4 Sistemas de Amortização de Financiamentos

Para que um projeto de investimento possa ser realizado é necessário que haja
disponibilidade de recursos, sejam eles próprios ou de terceiros. No caso de
insuficiência de recursos próprios pode-se recorrer a um financiamento.

O valor do financiamento – o principal – deve ser restituído juntamente com a


remuneração do capital – os juros – à instituição financeira que o concedeu. A
forma como o principal é devolvido, acrescido de juros, constitui o sistema de
amortização de um financiamento.

Considere um sistema de amortização de um financiamento, a ser liquidado ao


final do período n.

P = SD 0
SD
t -1 SD t

AM AM
t -1 n
AM t
n
0 1 2 t -1 t
Jn

J
t -1 An

Jt

A
t -1
At

Figura 13 – Sistema de Amortização de um Financiamento

As expressões para o cálculo do saldo devedor ao final do período SD t , dos

juros Jt , da amortização AMt e do pagamento A t , em cada instante t, são:

SDt = SDt −1 − AMt


Jt = SDt −1 × i
A t = AMt + Jt

No último instante n, o saldo devedor SDn = 0 e a amortização AMn = SDn−1.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 31

4.1 Sistema de Amortizações Constantes

O Sistema de Amortizações Constantes é utilizado nos financiamentos de


longo prazo, principalmente para aquisição de bens duráveis.

O valor da amortização AM é constante para um financiamento P e um prazo n e

P
é calculado por AM = .
n

P = SD 0
SD
t -1 SD t

AM AM
0 1 2 t -1 t n

AM
Jt
J t -1
At
A t -1
At
A
t -1
Figura 14 – Sistema de Amortizações Constantes

As expressões para o cálculo do saldo devedor no final do período SD t , dos

juros Jt e do valor do pagamento At em cada instante t são:

SD t = SD t −1 − AM
Jt = SD t −1 × i
A t = AM + Jt

No último instante n, o saldo devedor SDn = 0 e a amortização AM = SDn−1.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 32

Problema 12 – Sistema de Amortizações Constantes

Supor um financiamento com as seguintes características: principal de $ 50.000,


taxa de juros efetiva de 8% ao ano e pagamento em parcelas anuais, ao final de
cada ano, em um prazo de 5 anos. Calcular o valor dos pagamentos, dos juros e das
amortizações pelo Sistema de Amortizações Constantes, bem como o saldo devedor
ao final de cada período.

Tabela 6 – Sistema de Amortizações Constantes

At t Jt AM SDt

0 50.000,00

14.000,00 1 4.000,00 10.000,00 40.000,00

13.200,00 2 3.200,00 10.000,00 30.000,00

12.400,00 3 2.400,00 10.000,00 20.000,00

11.600,00 4 1.600,00 10.000,00 10.000,00

10.800,00 n=5 800,00 10.000,00 0,00

A ilustração abaixo apresenta uma planilha com a solução do problema 12.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 33

4.2 Sistema de Pagamento Periódico de Juros

Nesse sistema de amortização, denominado Sistema Americano, em cada


parcela são pagos apenas os juros sobre o saldo devedor durante o período de
financiamento.

O saldo devedor é amortizado integralmente na última parcela e, portanto, não


se altera ao longo do período de financiamento.

P = SD 0 SD SD t
t -1

t n
0 1 2 t -1
Jt Jn

At

AM n = SD 0

A n = AM n + J n

Figura 15 – Sistema de Pagamento Periódico de Juros

As expressões para o cálculo do saldo devedor no final do período SD t , dos

juros Jt e do valor da parcela At em cada instante t ≠ n, são as seguintes:

Jt = SD t −1 × i
A t = Jt
SD t = SD t −1

No último instante n, o saldo devedor SDn = 0 e a parcela An = AMn + Jn ,


onde AMn = SD0 e Jn = SDn −1 × i = SD0 × i .

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 34

Problema 13 – Sistema de Pagamento Periódico de Juros

Supor um financiamento com as seguintes características: principal de $ 50.000,


taxa de juros efetiva de 8% ao ano e pagamento em parcelas anuais, ao final de
cada ano, em um prazo de 5 anos. Calcular o valor das parcelas, dos juros e das
amortizações pelo Sistema de Pagamento Periódico de Juros, bem como o saldo
devedor ao final de cada período.

Tabela 7 – Sistema de Pagamento Periódico de Juros

At t J AMt SDt

0 50.000,00

4.000,00 1 4.000,00 0,00 50.000,00

4.000,00 2 4.000,00 0,00 50.000,00

4.000,00 3 4.000,00 0,00 50.000,00

4.000,00 4 4.000,00 0,00 50.000,00

54.000,00 n=5 4.000,00 50.000,00 0,00

A ilustração abaixo apresenta uma planilha com a solução do problema 13.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 35

4.3 Sistema de Amortização com Prestações Uniformes

O Sistema de Amortização com Prestações Uniformes, utilizado nas compras


a prazo de bens de consumo, constitui-se em uma série uniforme de n pagamentos
de valor U para a liquidação de um financiamento P.

O valor das prestações uniformes U é determinado a partir da relação de


equivalência entre U e P.

n
i × (1 + i)
U = P×
(1 + i)n − 1

Assim, o valor do pagamento U = AMt + Jt é uma constante em qualquer


instante t, para uma determinada taxa de juros i e um prazo n, dado um
financiamento P e, portanto,

U = AMt −1 + Jt −1 = AMt + Jt = AMt +1 + Jt +1

P = SD 0
SD
t -1 SD t

AM
t -1
AM t
0 1 2 t -1 t n

J
t -1
U Jt

U U

Figura 16 – Sistema de Amortização com Prestações Uniformes

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 36

As relações utilizadas para determinar o saldo devedor no final do período SD t ,


os juros Jt e a amortização AMt em cada instante t são:

Jt = SD t −1 × i
SD t = SD t −1 − AMt
k
AMt + k = AMt × (1 + i)

No último instante n, o saldo devedor SDn = 0 e a amortização AMn = SDn−1.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 37

Problema 14 – Sistema de Amortização com Prestações Uniformes

Supor um financiamento com as seguintes características: principal de $ 50.000,


taxa de juros efetiva de 8% ao ano e pagamento em parcelas anuais, ao final de
cada ano, em um prazo de 5 anos. Calcular o valor dos pagamentos, dos juros e das
amortizações pelo Sistema de Amortização com Prestações Uniformes, bem como o
saldo devedor ao final de cada período.

Tabela 8 – Sistema de Amortização com Prestações Uniformes

U t Jt AMt SDt

0 50.000,00

12.522,82 1 4.000,00 8.522,82 41.477,18

12.522,82 2 3.318,17 9.204,65 32.272,53

12.522,82 3 2.581,80 9.941,02 22.331,51

12.522,82 4 1.786,52 10.736,30 11.595,21

12.522,82 n=5 927,61 11.595,21 0,00

A ilustração abaixo apresenta uma planilha com a solução do problema 14.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 38

Problema 15 – Sistema de Amortização com Prestações Uniformes

Um determinado financiamento será liquidado em (n) 12 parcelas mensais, iguais


e consecutivas (U), a serem pagas ao final de cada mês. Sabe-se que a quinta
amortização ( AM5 ) será de $ 32.974,25 e a oitava amortização ( AM8 ) será de $
40.394,87. Determinar o valor financiado (P) e a taxa de juros (i) praticada.

P=?
i=?

AM
5
AM 8
0 1 5 8 n = 12

J
U 5
J8

U U

Figura 17 – Sistema de Amortização com Prestações Uniformes

Sabe-se que:

AM5 = 32.974,25
AM8 = 40.394,87

k
Utilizando a expressão AMt +k = AMt × (1 + i) e considerando que

t = 5, k = 3, t + k = 8 , calcula-se a taxa de juros (i) praticada:


3
AM8 = AM5 × (1 + i)
3
40.394,87 = 32.974,25 × (1 + i)
i = 7% a.m. c.m.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 39

No último instante n, o saldo devedor SDn = 0 e a amortização AMn = SDn−1.


Além disso, Jn = SDn−1 × i e U = AMn + Jn .

Para n = 12 , pode-se calcular o valor das prestações uniformes (U):


7 7
AM12 = AM5 × (1 + i) = 32.974,25 × (1 + 0,07 ) = 52.949,43
AMn = SDn−1 ⇒ AM12 = SD11 = 52.949,43
J12 = SD11 × i = 52.949,43 × 0,07 = 3.706,46
U = AMn + Jn = AM12 + J12 = 52.949,43 + 3.706,46 = 56.655,89

Calcula-se, finalmente, o valor financiado (P):


n 12
P = U×
(1 + i) − 1
= 56.655,89 ×
(1 + 0,07 ) − 1
= 450 .000,00
n 12
i × (1 + i) 0,07 × (1 + 0,07 )

A ilustração abaixo apresenta uma planilha para determinação da taxa de juros


praticada e do valor financiado.

O valor financiado será de $ 450.000, com taxa de juros de 7% ao mês.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 40

Problema 16 – Sistema de Amortização com Prestações Uniformes

Um financiamento de $ 150.000 será realizado com taxa de juros de 24% ao


semestre com capitalização mensal. Este financiamento será liquidado através de
parcelas mensais, iguais e consecutivas, a serem pagas ao final de cada mês.

Sabendo-se que os juros relativos ao sétimo mês (J7 ) são de $ 4.176,46, pede-se
determinar o prazo total de pagamento (n) e o saldo devedor ao final do décimo mês
(SD10 ) .

P = 150.000,00
J7 = 4.176,46
iNOM = 24% a.s. c.m. (N = 6)

Conversão de taxa de juros nominal em efetiva de mesmo período de


capitalização:

iNOM 0,24
iEFE = = = 0,04 = 4% a.m. c.m.
N 6

P = 150.000
SD =?
10

AM AM
1 7

0 1 7 10 n=?

J J = 4.176,46
1 7

U
i = 4% a.m. c.m.
U U

Figura 18 – Sistema de Amortização com Prestações Uniformes

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 41

Pode-se calcular o valor dos juros a serem pagos ao final do primeiro mês:

P = SD0 = 150.000,00
J1 = SD0 × i = 150.000 × 0,04 = 6.000,00

A seguir calcula-se o valor da amortização AM1 ao final do primeiro mês.


O valor da prestação uniforme é U = AM1 + J1 = AM7 + J7 , onde

AM7 = AM1 × (1 + i)6 , J1 = 6.000,00 e J7 = 4.176,46 .

Assim,

AM1 + J1 = AM1 × (1 + i)6 + J7


AM1 + 6.000 = AM1 × (1 + 0,04 )6 + 4.176,46
AM1 = 6.873,00

Então,

U = 6.873 + 6.000 = 12.873,00

Calcula-se, finalmente, o prazo total de pagamento (n), aplicando as relações de


equivalência entre P e U:

⎛ U ⎞ ⎛ 12.873 ⎞
log⎜ ⎟ log⎜ ⎟
⎝ U − i × P ⎠ ⎝ 12.873 − 0,04 × 150.000 ⎠
n= = = 16 meses
log(1 + i) log(1 + 0,04 )

Passa-se, então, ao cálculo do saldo devedor ao final do décimo mês.

Inicialmente, calcula-se o valor dos juros pagos no décimo primeiro mês.

Sabendo-se que U = AM11 + J11, onde AM11 = AM1 × (1 + i)10 , então


U = AM1 × (1 + i)10 + J11
12.873 = 6.873 × (1 + 0,04 )10 + J11
J11 = 2.699,28

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 42

Calcula-se, então, o saldo devedor ao final do décimo mês (SD10 ) :

J11 = SD10 ! i
2.699,28 = SD10 ! 0,04
SD10 = 67.482,03

A ilustração abaixo apresenta uma planilha para determinação do prazo total de


pagamento e do saldo devedor ao final do décimo mês.

O financiamento será liquidado em 16 pagamentos mensais e o saldo devedor ao


final do décimo mês será de 67.482,03.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 43

Problema 17 – Sistema de Amortização com Prestações Uniformes

Um financiamento de $ 280.000 será realizado com taxa de juros efetiva de 8%


ao mês. Este financiamento será liquidado através de parcelas mensais, iguais e
consecutivas, a serem pagas ao final de cada mês.

Sabendo-se que o saldo devedor após o pagamento da sétima parcela (SD7 )


será de $ 163.770,62, pede-se determinar o prazo total de pagamento (n) e o valor
dos juros pagos na décima parcela (J10 ) .

A ilustração abaixo apresenta uma planilha com a solução do problema 17.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 44

4.4 Sistemas de Amortização com Prestações Irregulares

Problema 18 – Financiamento de Imóvel

Uma imobiliária oferece um imóvel, cujo valor é de € 50.000. Dado que você não
dispõe de toda esta quantia para pagamento à vista, a imobiliária lhe apresenta a
seguinte forma de pagamento para aquisição do imóvel.

Pagamento em Reais (R$) de 60% do valor do imóvel, em três parcelas iguais,


pagáveis em Reais, em 30, 90 e 120 dias, com uma taxa de juros de 21% ao
trimestre capitalizados mensalmente. O restante do valor do imóvel deverá ser pago
em Pesos Uruguaios (PU$), com uma entrada – hoje – de PU$ 300.000 e mais
duas parcelas, pagáveis em Pesos Uruguaios, em 60 e 150 dias, com uma taxa de
juros efetiva de 5% ao mês. O valor da parcela em 60 dias deve ser igual ao dobro
do valor da parcela em 150 dias.

Considerar que os meses possuem 30 dias, e que hoje há uma equivalência de


€ 1,00 = R$ 3,00 = PU$ 36,00.

Determinar o fluxo de caixa da forma de pagamento que lhe foi apresentada.

Pagamento em Reais de 60% de € 50.000 = € 30.000, equivalentes, hoje – no


instante 0 –, à R$ 90.000, com financiamento a uma taxa de juros de 21% a.t. c.m.

P' = 90.000
i = 21 % a.t. c.m.

meses
0 1 2 3 4

A1 A3 A4

Figura 19 – Fluxo de Caixa do Financiamento em Reais

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 45

Conversão de taxa de juros nominal em efetiva de mesmo período de


capitalização:

iNOM 0,21
iEFE = = = 0,07 = 7% a.m. c.m.
N 3

Cálculo do valor das parcelas A1 = A 3 = A 4 = S em 30, 90 e 120 dias

P' = 90.000
i' = 7 % a.m. c.m.

meses
0 1 2 3 4

A1 A3 A4

Figura 20 – Fluxo de Caixa do Financiamento em Reais

A1 A3 A4
P' = + +
(1 + i' )1 (1 + i' )3 (1 + i' )4
S S S
90.000 = + + ⇒ S = 35.802,76
(1 + 0,07 )1 (1 + 0,07 )3 (1 + 0,07)4

Assim,

A1 = A 3 = A 4 = S = R$ 35.802,76

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 46

A ilustração abaixo apresenta a planilha com o fluxo de caixa dos pagamentos.

Pagamento em Pesos Uruguaios de 40% de € 50.000 = € 20.000, equivalentes


hoje – no instante 0 –, à PU$ 720.000, com uma entrada de PU$ 300.000.

Cálculo do valor a ser financiado, em Pesos Uruguaios:


P" = 720.000 − 300.000 = 420.000

Cálculo do valor das parcelas A 2 = 2 × A 5 , em 60 e 150 dias:

P" = 420.000
i" = 5 % a.m. c.m.

meses
0 1 2 3 4 5

A5

A2

Figura 21 – Fluxo de Caixa do Financiamento em Pesos Uruguaios

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 47

A2 A5
P" = +
(1 + i" )2 (1 + i" )5

T
Considerando A 2 = 2 × A 5 = T , tem-se que A 2 = T e A5 = .
2

Assim,

T
T 2
420.000 = 2
+ ⇒ T = 323.377,28
(1 + 0,05 ) (1 + 0,05 )5

Então,

A2 = T = PU$ 323.377,28
T
A5 = = PU$ 161.688,64
2

A ilustração abaixo apresenta a planilha com o fluxo de caixa dos pagamentos.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 48

Problema 19 – Financiamento de Equipamento

Você pretende adquirir um equipamento importado, cujo preço é de R$ 90.000.


Dado que você não dispõe desta quantia para pagamento à vista, a importadora lhe
apresenta duas opções de pagamento.

Considerar que:

− os meses possuem 30 dias;

− hoje há uma equivalência de US$ 1,00 = R$ 2,00.

Apresentar o fluxo de caixa das duas opções de pagamento, em sua


respectiva moeda.

Opção 1 (Pagamento em Reais – R$): uma entrada de R$ 15.000 e o restante


financiado em duas parcelas, pagáveis em Reais em 30 e 90 dias. Na parcela em 30
dias se paga juros sobre o saldo devedor mais amortização de 70% do valor
financiado. Na parcela em 90 dias é pago o restante da dívida. O financiamento é
realizado com uma taxa de juros de 15% ao trimestre capitalizados mensalmente.

Cálculo do valor a ser financiado, em Reais: P = 90.000 – 15.000 = 75.000.

P = 75.000

i = 15 % a.t. c.m.

meses
0 1 2 3

A3
A1

Figura 22 – Fluxo de Caixa do Financiamento em Reais

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 49

Taxa de juros do financiamento em reais:

iNOM = 15% a.t. c.m. (N = 3)

Conversão de taxa de juros nominal em efetiva de mesmo período de


capitalização:

iNOM 0,15
iEFE = = = 0,05 = 5% a.m. c.m.
N 3

Cálculo do valor das parcelas A1 e A 3 em 30 e 90 dias:

P = 75.000

SD 1 i = 5 % a.m. c.m.

meses
0 1 2 3

A3
A1

Figura 23 – Fluxo de Caixa do Financiamento em Reais

A1 = AM1 + J1 = 70% × P + i × P
A1 = 0,70 × 75.000 + 0,05 × 75.000 = 52.500 + 3.750 = 56.250

SD1 = P − AM1 = 75.000 − 52.500 = 22.500


A 3 = SD1 × (1 + i)2 = 22.500 × (1 + 0,05 )2 = 24.806,25

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 50

A ilustração abaixo apresenta a planilha com o fluxo de caixa dos pagamentos.

Opção 2 (Pagamento em Dólares Americanos – US$): uma entrada de US$


27.000 e o restante em duas parcelas iguais, pagáveis em Dólares Americanos em
120 e 150 dias, com uma taxa de juros efetiva de 3% ao mês.

Pagamento em Dólares Americanos de R$ 90.000 = US$ 45.000.

Cálculo do valor a ser financiado, em Dólares Americanos:


P' = 45.000 − 27.000 = 18.000

F' = P"

P' = 18.000
i = 3 % a.m. c.m.

4 5
meses
0 1 2 3

U"

Figura 24 – Fluxo de Caixa do Financiamento em Dólares Americanos

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 51

Cálculo do saldo devedor atualizado em 90 dias:

F' = P' × (1 + i)n' = 18.000 × (1 + 0,03)3 = 19.669,09


P" = F' ⇒ P" = 19.669,09

Cálculo do valor das parcelas A 4 = A 5 = U" em 120 e 150 dias:

n" 2
i × (1 + i) 0,03 × (1 + 0,03 )
U" = P"× n"
= 19.669,09 × = 10 .279,28
(1 + i) − 1 (1 + 0,03 )2 − 1

A ilustração abaixo apresenta a planilha com o fluxo de caixa dos pagamentos.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 52

Problema 20 – Sistemas de Amortização de Financiamentos

Você pretende adquirir um equipamento, cujo preço é de $ 80.000. Dado que


você não dispõe desta quantia para pagamento à vista, o fabricante lhe apresenta
quatro alternativas de financiamento.

Considerar que os financiamentos são realizados com uma taxa de juros


efetiva de 9% ao mês. Considerar, ainda, que os meses possuem 30 dias. Calcular
os valores a serem pagos nas quatro opções alternativas.

Opção A: uma entrada de 30% do valor do equipamento e o restante financiado


em três parcelas, pagáveis em 30, 120 e 150 dias. Na parcela em 30 dias se paga
juros sobre o saldo devedor mais amortização de 60% do valor financiado. Nas
parcelas em 120 dias e em 150 dias é pago o restante da dívida. O valor da
parcela em 120 dias é igual ao triplo do valor da parcela em 150 dias.

Opção B: sem entrada, com um financiamento em três parcelas, pagáveis em


30, 90 e 180 dias. Na parcela em 30 dias são pagos juros sobre o saldo devedor.
Na parcela em 90 dias se paga juros sobre o saldo devedor mais amortização de
40% do saldo devedor. Na parcela em 180 dias é liquidado o financiamento.

Opção C: sem entrada, com um financiamento em quatro parcelas, pagáveis em


60, 90, 150 e 180 dias. Na parcela em 60 dias são pagos juros sobre o saldo
devedor. O valor da parcela em 90 dias é igual ao dobro do valor da parcela em 60
dias. O financiamento é liquidado com duas parcelas iguais, pagas em 150 dias e
em 180 dias.

Opção D: uma entrada de 20% do valor do equipamento e o restante financiado


em três parcelas, pagáveis em 60, 120 e 180 dias. O valor da parcela em 60 dias é
igual à metade do valor da parcela em 180 dias. O valor da parcela em 120 dias é
igual ao triplo do valor da parcela em 180 dias. Na parcela em 180 dias é liquidado
o financiamento.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 53

A ilustração abaixo apresenta uma planilha com os valores da opção A.

A ilustração abaixo apresenta uma planilha com os valores da opção B.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br


Engenharia Econômica Avançada 54

A ilustração abaixo apresenta uma planilha com os valores da opção C.

A ilustração abaixo apresenta uma planilha com os valores da opção D.

© 2012 Álvaro Gehlen de Leão – gehleao@pucrs.br

Você também pode gostar