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RESUMO
Este artigo discute -- e questiona -- o sentido e uso da chamada linguagem inclusiva,
dando-se ênfase a uma análise das categorias de gênero gramatical e gênero
sexual em sua estrutura. Pode-se pensar em linguagem inclusiva como uma
proposta de inclusão de ambos os sexos no discurso. Argumentamos que a idéia de
que a linguagem pode mudar a sociedade, bem como o pressuposto de que gênero
gramatical e gênero sexual estão diretamente relacionados, não são totalmente
apropriados. A perspectiva teórica adotada segue a desenvolvida pelo lingüista
brasileiro Mattoso Câmara Jr.
ABSTRACT:
This paper discusses -- and refuses -- the sense and use of the so-called inclusive
language, giving emphasis to an analysis of the grammatical gender and sexual
genre categories in its structure. Inclusive language may be thought of as a kind of
proposal of inclusion of both sexes into the speech. We argue that the idea that
language can change society, as well as the assumption that grammatical gender
and sexual genre are directly related, are not entirely appropriate. The theoretical
perspective adopted follows the one developed by the Brazilian linguist Mattoso
Câmara Jr.
1
Professora Adjunto I da Universidade Federal de Pernambuco, Campus do Agreste (UFPE/CAA).
Doutora em Lingüística pela UNICAMP.
2
Professor Adjunto I da Universidade Federal de Pernambuco, Campus do Agreste (UFPE/CAA).
Doutor em Matemática pela UFPE.
1. INTRODUÇÃO
“(...) nasce a partir dos estudos feministas para demonstrar que as relações
de subordinação e desigualdades existentes entre homens e mulheres na
sociedade não são coisas naturais como as diferenças biológicas, mas são
relações construídas historicamente a partir do poder e da cultura de
superioridade masculina existentes na história da humanidade”. (CABRAL,
2006)
Além disso,
3
Franz Bopp (Mogúncia, 1791 — Berlim, 1867) foi um lingüista alemão e professor de filologia e
sânscrito na Universidade de Berlim (disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Franz_Bopp).
e gênero sexual (apresentado como referente aos papéis sociais dos sexos
masculino e feminino).
Discutiremos, a seguir, a (im)pertinência da proposta dos defensores da
linguagem inclusiva.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
ALMEIDA, Ligia Martins de. Linguagem Inclusiva: mudar a lei muda a cabeça?
Observatório de Imprensa. Ano 12, nº 388, 4/7/2006. Disponível em:
<http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=388CID003>. Acesso
em 16 de agosto de 2007.
Wikipedia: Franz Bopp. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Franz_Bopp>.
Acesso em 29 de agosto de 2007.
Breve comentário sobre a linguagem e sexismo. 17 de fevereiro de 2004.
Disponível em:<http://docs.indymedia.org/view/Local/CmiBrasilLinguagemInclusiva>.
Acesso em: 16 de agosto de 2007.
CABRAL, Assunta Maria Fiel. Linguagem Inclusiva de Gênero: algumas reflexões.
3 de julho de 2006. Disponível em:
http://www.ptceara.org.br/artigos/texto.asp?id=326>. Acesso em 16 de agosto de
2007.
Dicionário Aurélio Século XXI. CD-ROM.
MATTOSO CÂMARA JR., Joaquim. Problemas de Lingüística Descritiva.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
MATTOSO CÂMARA JR., Joaquim. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2004.
Proposta para Rede Brasil: linguagem inclusiva. 04 de setembro de 2005.
Disponível em:
<http://docs.indymedia.org/view/Local/CmiBrasilLinguagemInclusiva>. Acesso em:
16 de agosto de 2007.