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KARL HEINRICH MARX (1818-1883)

Pensamento pedagógico socialista


Formado no seio do movimento popular pela democratização do ensino. A esse
movimento se associaram alguns intelectuais comprometidos com essa causa
popular e com a transformação social.
Opõe-se à concepção burguesa da educação, propondo uma educação igual
para todos.
Karl Marx:
– Foi filósofo e economista alemão, ideólogo do comunismo científico e
organizador do movimento proletário internacional.
– Nasceu em Treves em 5 de maio de 1818. Filho de um advogado judeu
convertido ao protestantismo.
– Cursou as Universidades de Bonn e Berlim, onde estudou Direito, dedicando-
se especialmente à história e à filosofia.
– Em Berlim ingressou no grupo chamado “hegelianos de esquerda”, que
interpretava as idéias de Hegel do ponto de vista revolucionário.
– Não se limitando aos estudos teóricos, desenvolveu, durante toda a sua vida,
intensa atividade política, elaborando a doutrina do socialismo.
– Enuncia, ao lado do Engels (1820-1895), os princípios de uma educação
pública e socialista;
– Realiza com Engels uma análise sistemática da escola e da educação. à
Suas idéias a esse respeito encontram-se disseminadas ao longo de vários de
seus trabalhos (a problemática educativa foi colocada de modo ocasional,
fragmentário, mas sempre no contexto da crítica das relações sociais e das
linhas mestras de sua modificação);

Algumas idéias de Marx:


+ Defende, na obra Manifesto do partido comunista (escrito entre 1847 e 1848),
a educação pública e gratuita para todas as crianças, baseadas nos princípios:
* da eliminação do trabalho delas na fábrica;
* da associação entre educação e produção material;
* da educação politécnica que leva à formação do homem omnilateral,
abrangendo três aspectos: mental, físico e técnico, adequados à idade das
crianças, jovens e adultos;

* da inseparabilidade da educação e da política, portanto, da totalidade do


social e da articulação entre o tempo livre e o tempo de trabalho, isto é, o
trabalho, o estudo e o lazer.

+ Defende o trabalho infantil, mas insiste em que este trabalho (útil, de valor
social) deva ser regulamentado cuidadosamente, de maneira em que nada se
pareça com a exploração infantil capitalista.

Contribuições do Marxismo para a educação:


+ Esclarecimento e compreensão da totalidade social, de que a educação é
parte, incluindo as relações de determinação e influência que ela recebe da
estrutura econômica.
+ Para ele, a educação do futuro deveria nascer do sistema fabril, associando-
se o trabalho produtivo com a escolaridade e a ginástica. Essa educação se
constituiria no método para produzir seres humanos integralmente
desenvolvidos.
+ A transformação educativa deveria ocorrer paralelamente à revolução social.
Para o desenvolvimento total do homem e a mudança das relações sociais, a
educação deveria acompanhar e acelerar esse movimento, mas não se
encarregar exclusivamente de desencadeá-lo, nem de fazê-lo triunfar.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
GADOTTI, Moacir. História das idéias pedagógicas. 8. ed. São Paulo: Ática,
2001.

Aprendizagem para a mente, o corpo e as mãos

Combater a alienação e a desumanização era, para Marx, a função social da


educação. Para isso seria necessário aprender competências que são
indispensáveis para a compreensão do mundo físico e social. O filósofo
alertava para o risco de a escola ensinar conteúdos sujeitos a interpretações
“de partido ou de classe”. Ele valorizava a gratuidade da educação, mas não o
atrelamento a políticas de Estado – o que equivaleria a subordinar o ensino à
religião. Marx via na instrução das fábricas, criada pelo capitalismo, qualidades
a ser aproveitadas para um ensino transformador – principalmente o rigor com
que encarava o aprendizado para o trabalho. O mais importante, no entanto,
seria ir contra a tendência
“profissionalizante”, que levava as escolas industriais a ensinar apenas o
estritamente necessário para o exercício de determinada função. Marx entendia
que a educação deveria ser ao mesmo tempo intelectual, física e técnica. Essa
concepção, chamada de “onilateral” (múltipla), difere da visão de educação
“integral” porque esta tem uma conotação moral e afetiva que, para Marx, não
deveria ser trabalhada pela escola, mas por “outros adultos”. O filósofo não
chegou a fazer uma análise profunda da educação com base na teoria que
ajudou a criar. Isso ficou para seguidores como o italiano Antonio Gramsci
(1891-1937), o ucraniano Anton Makarenko (1888-1939) e a russa Nadia
Krupskaia (1869-1939

http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/karl-marx-307009.shtml?
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por uma prática transformadora

Karl Marx não elaborou uma teoria da educação, não se debruçou sobre
o tema como Rousseau, Durkheim ou Bourdieu. No entanto, sua obra nos
legou alguns princípios importantes que devem ser levados em conta se
quisermos estabelecer uma prática educacional transformadora do
contexto social no qual estamos inseridos – o capitalismo.

Marx coloca (1987) em suas Teses sobre Feuerbach, precisamente na


terceira tese, que algumas vertentes da doutrina materialista
erroneamente entendem que os homens são produtos das circunstâncias
e da educação. Dessa forma, segundo essa concepção, é necessário
transformar as circunstâncias para só depois transformar os homens.
Marx discorda totalmente dessa idéia, afirmando justamente o contrário,
para ele são os homens que transformam as circunstâncias e, por isso, é
necessário primeiro mudar os homens e sua consciência para só depois
mudar as circunstâncias.

Em outra tese a Feuerbach, a décima primeira, Marx argumenta que “Os


filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; mas o
que importa é transformá-lo”. Ele critica uma postura contemplativa da
filosofia, que só observa nunca intervindo na realidade. Para Marx, é
necessário que se estabeleça uma práxis revolucionária – uma teoria
viva, que passar a existir a partir da prática concreta, da luta, da
revolução.

Destarte, podemos afirmar, com base nesses princípios, que Marx propõe
uma prática educacional transformadora, onde a escola teria basicamente
um duplo papel: primeiro, desmascarar todas as relações sociais
(relações de dominação e exploração) estabelecidas pelo capitalismo no
âmbito da sociedade, tornando cada indivíduo consciente da realidade
social na qual ele está inserido; segundo, militar pela abolição das
desigualdades sociais, pelo fim da dominação e exploração de uma
classe sobre outra e, por último, pela transformação da sociedade.

Infelizmente, os princípios estabelecidos por Marx não tem sido utilizados,


uma vez que o modelo de educação que temos no Brasil é altamente
exclusivo, discriminatório, onde só os indivíduos da classe dominante têm
reais chances de alcançar uma melhor posição social no interior de seu
grupo.

No entanto, cabe a cada um de nós, educadores, lutar para o


estabelecimento de um ideal de educação – segundo Barbara Freitag, no
Brasil, não existe um ideal de educação – comprometido com a
transformação da realidade social, assim como propunha Marx.

Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:


Karl Marx e a Educação publicado 15/07/2010 por Diego de Souza em
http://www.webartigos.com
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/42778/1/Karl-Marx-e-a-
Educacao/pagina1.html#ixzz10pry58y5

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