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Avante!
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SEMPER ANIMVS
INSIGNIA

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SEMPER ANIMVS INSIGNIA

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“Sem luta, sem vitória”.
Jean Augusto Carvalho

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Ao adquirir esta obra, você contribui
com o movimento Legio Rex.

Todo o lucro líquido obtido com a


venda deste material será revertido para
os projetos sociais do movimento.

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Dedicatória
I. Dedico este livro a meus pais, aqueles que desde
a minha mais tenra idade me estimularam em
todos os meus talentos e nos meus dons, que me
proporcionaram uma educação sólida e um
refinado senso moral, me transmitiram o gosto e o
apreço pelos estudos, e, afora todas as suas
limitações e a condição humilde de nossas vidas,
me proporcionaram o melhor ambiente para o
desenvolvimento de minha pessoa em todos os
sentidos. De sua origem humilde herde o gosto
pela experimentação e pelo conhecimento da vida
tal qual ela é, unindo esforço e compaixão,
serenidade e força, humildade e também
intrepidez.

II. Dedico também à minha amada, a mulher que


em todos os momentos me ajudou e tem me
ajudado, Léia Sampaio. Nos momentos em que eu
fraquejei, ela me fortaleceu, e nos momentos em
que o desânimo sobreveio à minha alma, ela
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trouxe de volta ao meu espírito a vontade de
triunfar. Encontro nela uma lealdade e uma
confiança, uma fibra moral e um esforço de
combate o qual não encontro em muitos homens.
Desse modo, seria injusto não citá-la após todo o
apoio que dela obtive e ainda obtenho. Esta obra é
produto também dela, e mérito de seus esforços e
de sua personalidade. Dedico esta obra a todos os
diversos pensadores e filósofos dos quais muito
pude aproveitar em seus pensamentos e ensinos.
De igual modo, dedico esta obra a todos os meus
amigos e companheiros do movimento, que, nas
mais turbulentas provações, estão ao meu lado e se
mostram verdadeiramente íntegros e ativos.

III. Aqueles que mais têm me ajudado são os mais


humildes e simples. Pessoas de espírito prático e
ativo, avessas à mera abstração, e estes, mesmo
que não tenham contribuído intelectualmente com
esta obra, todos eles são o sangue vital desse
movimento e desta obra, e a todos eles dedico este
livro. Todos aqueles que ouvirem o chamado
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contido nesta obra e em seus corações sentirem
total apreço e identificação com o que está aqui
proposto, merecem também a minha dedicatória e
os meus agradecimentos. Desse modo, nesta
singela homenagem, honro e agradeço não
somente aqueles que me ajudaram e têm me
ajudado, mas também aqueles que ainda virão e
que ainda tomarão parte nestas ações heroicas.

IV. A proposta é e sempre foi a criação de um


movimento brasileiro falangista ativo, de
abrangência nacional e com ramificações em
outros países, uma organização social capaz de
oferecer uma estrutura sólida e confiável à
população, especialmente a população desprovida
de amparo.

V. Dedico os meus agradecimentos a todos aqueles


que tornarem isto viável e tomarem parte neste
ambicioso projeto. Esta obra é dedicada àqueles
que verdadeiramente desejam agir e de modo
sincero desejam construir um legado honrado do

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qual possam se orgulhar, rejeitando a cultura
individualista e negando o espírito conformista e
ocioso. Esta obra foi feita para todos estes, e o
movimento ganha força e razão existencial quando
cada um de nossos membros toma ações de valor
substancial pelo movimento e por nossa bandeira.
Não só esta obra lhes é merecidamente atribuída,
como todas as nossas vitórias e as consequentes
glórias que obtivermos delas são também mérito
de cada um daqueles que tomam parte em nosso
propósito.

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Prefácio
I. Entramos no átrio de nossas próprias
consciências e assassinamos os demônios do
Individualismo, da Soberba, da Vaidade, da
Volúpia, da Fraqueza e da Frouxidão. Matamos
também a Temeridade, a Covardia e a
Emotividade. E, com o sangue em nossas mãos,
pintamos os nossos rostos para a batalha. A luta
chega exatamente no momento mais silencioso da
noite. Justamente quando todos adormecem,
devemos acordar. A covardia corrói o coração e o
espírito fraco possui os corpos, e, mesmo daqueles
mais fortes, torna em meros escravos.

II. Desde a alvorada, nós nos preparamos para a


mais sangrenta das batalhas e o mais árduo dos
conflitos. Nestas páginas residem os nossos ideais,
as nossas paixões, os nossos objetivos, os nossos
projetos. Mas elas não moram aqui, moram em
nossos corações e em nossas mentes, em nossos
próprios espíritos. Uma causa verdadeiramente
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forte se concretiza quando é materializada em cada
um de seus adeptos, tornando-se, então, viva e
real, e não mais abstrata. A convocação que aqui
reside é apenas para aqueles que possuem paixão
em seus corações, aqueles cujo sangue ferve, é
quente e seus corações são facilmente incendiados.
Aqueles que ainda possuem alma, que ainda
possuem algum espírito de luta.

III. Nossa convocação e o nosso chamado não é


uma convocação para covardes, para acomodados,
para fracos, para aqueles cuja própria virilidade
significa uma vergonha e que são incapazes de
assumir compromissos consigo mesmos. Não! A
estes, desejamos distância. A esta escória
desejamos o afastamento total de nossas fileiras,
de nossos ideais e de nossos objetivos. A sua
podridão é tamanha que, de todas as doenças, se
torna a pior das moléstias, uma contaminação
generalizada e destrutiva. São tão fracos que, com
sua própria presença, retiram a força daqueles que

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estão ao derredor. São como o pior agouro para um
exército enfileirado para a batalha.

IV. Aqueles que desejam recuperar sua dignidade,


aprimorar suas virtudes e qualidades e realmente
possuem a vontade inexorável de adotar os nossos
ideais, seguir a nossa ideologia e defender os
nossos objetivos, são mais do que bem-vindos.
Nós não fecharemos as portas dos méritos
gloriosos detrás de nós, impedindo a entrada de
todos aqueles que desejam de modo sincero
converter a própria decadência em virtude,
superando os próprios vícios e degradações
interiores, assemelhando-se cada vez mais aos
mirmidões.

V. Esse é exatamente o nosso objetivo: converter


uma geração de tolos, fracos, despreparados e
imbecis em uma leva de guerreiros aptos,
treinados, aprimorados e evoluídos, melhorados
em todos os sentidos. E, mais do que isso,
desejamos construir uma futura geração ainda

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superior, que dará à luz a gerações continuamente
superiores e evoluídas.

VI. O tempo se encarrega de separar o joio do


trigo e os leões dos carneiros. Aqueles que são
verdadeiramente guerreiros sobrevivem, e, quando
morrem, seus nomes são lançados na glória Eterna,
àquela que não pertence a este mundo material.
Aqueles que são verdadeiramente guerreiros,
mesmo que caiam se levantarão. Aqueles que são
verdadeiramente heróis, mesmo que sejam
golpeados, irão resistir.

VII. Todos aqueles que carregarem a nossa


bandeira em seus corações de modo apaixonado,
sincero e ativo, serão mais do que vitoriosos. O
caminho é difícil, árduo, cheio de pedras, cheio de
depressões, cheio de charcos, rodeado de feras,
cercado de salteadores e sabotadores, infestado de
pestes e pragas, mas o seu fim é glorioso e
retumbante. E aqueles verdadeiramente fortes
jamais irão sucumbir perante a maior das

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adversidades, enquanto que, os fracos de espírito,
diante das primeiras e mais leves dificuldades
pedirão novamente o colo de suas mães.

VIII. Nós apontamos o caminho à frente e


dizemos a todos vocês que não haverá facilidade,
que não haverá nenhum auxílio da Vida. Esta, que
nos dá o fôlego e nos enche de ânimo, ao mesmo
tempo em todo o momento nos lança tropeços e
provações. Entretanto, a Morte se antepõe a cada
um de nós.

IX. A Vida, tão desejável, por vezes se torna


insuportável, e a Morte, tão assustadora, por vezes
se torna tentadora. E nesse dilema vivemos entre a
dor de viver e o medo de morrer. Muitos se
apressam para o abismo, para a perdição, para a
própria loucura e a fraqueza dilacerante. Outros
mais recorrem aos vícios, às degenerações e a toda
a imundície moral. Nós aceitamos o fato de que
nossa vida é finita e nossa morte é inevitável.

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X. Consiste a nossa filosofia em viver de modo
sábio a vida tão dolorosa, e, com as alegrias nas
vitórias e o consolo mútuo nas derrotas, as piores
provações se tornam alegres recordações. Se
morrer é um fato irremediável, então, que
morramos após viver uma vida honrada e construir
um respeitável legado. E se a vida por vezes nos
desanima, que o fato da morte nos dê impulso.
Hoje, estamos vivos, e amanhã poderemos não
mais respirar.

XI. Nosso coração poderá não mais bater. E é


exatamente isso que deve nos motivar: a certeza de
que, quando quer que ela venha, a morte apenas
termine a nossa gloriosa história nesse mundo e
nos permita começar uma ainda maior na vida
além-sepultura.

XII. Que as memórias daqueles que


permanecerem após a nossa morte sejam as
melhores possíveis. Que nossos camaradas,
irmãos, filhos, esposas e amigos lembrem-se de

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nós como grandes pessoas e que nossas lápides
não sejam suficientes para registrar todos os
nossos feitos.

XIII. Esta obra foi escrita, em cada uma de suas


letras, com ardor, com paixão, com revolta e com
batalha, uma construção impetuosa e volátil. Mas
também foi uma obra erigida, em cada um de seus
sinais, com serenidade, tranquilidade, sabedoria,
estratégia e meditação. Nossa identificação surge
com aqueles cujos olhos encontrarem ao mesmo
tempo paz e vontade de lutar ao realizarem a
leitura dessa obra.

XIV. Todos os que se motivarem em seus espíritos


lendo cada uma das linhas dessa obra devem nos
procurar, se reunir conosco e lutar junto de nós.
Não devem, jamais, permanecer em separado. Já
se tornaram parte de nós, já são guerreiros como
nós, já se tornaram inconformados com esse
mundo. São agora parte do mesmo pacto e do
mesmo acordo, parte do mesmo ideal, e, portanto,

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não devem permanecer isolados. Saberão onde nos
encontrar.

XV. Nós estamos nas ruas, nas esquinas, dentro e


fora dos lugares. Estamos aqui e ali, lá e cá, fomos
onde nunca estivemos e estivemos onde nunca
fomos antes. Chegamos ao fim e ainda estamos no
começo, e findaremos o nosso início com a
evocação de nossos espíritos guerreiros. Procurem-
nos, e nos acharão.

XVI. Unam-se a nós, e nós os acolheremos.


Trabalhem e lutem ao nosso lato e, quando caírem,
terão mãos estendidas ao vosso alcance. Se o
mundo vos convida a solitariamente perecer, nós
vos convidamos a triunfar conosco. Nós nunca vos
abandonamos, nós nunca deixamos de existir.
Sempre estivemos e sempre estaremos aqui,
enquanto houver dissidência, enquanto houver
heroísmo.

XVII. O nosso triunfo é a vossa vitória. A nossa


vontade é o vosso empenho. A nossa realização é a
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vossa virtude. Nós somos a simbiose entre o
pensar e o agir, o querer e o poder, o desejar e o
realizar, o sonhar e o concretizar. Quando nós
dizemos a todos vós: “venham conosco!”, de fato,
já estamos caminhando juntos.

XVIII. Aqueles que atenderem o chamado contido


nesse livro e andarem ao nosso lado darão prova
de que, de fato, sempre estiveram conosco, mesmo
quando ainda não conheciam nossa bandeira.

XIX. Os portões da glória são reservados àqueles


que refinarem seu espírito e fortalecerem seus
corpos. O movimento que se apresenta diante de
vós lhes exigirá esforço, renúncia, sacrifício e
ação. O legado honroso vos será a maior das
recompensas.

XX. O senso de dever e de união deve ser parte


inerente de vosso caráter. Para oferecer
direcionamento durante esta jornada surge esta
obra, cujo valor deve ser internalizado em cada um
de vossos corações e mentes.
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Índice

I – Prólogo............................................................19

II – Identificando o Inimigo................................,24

III – Nosso Socialismo.........................................38

IV - Legio Rex.....................................................46

V - O Chamado às Armas....................................57

VI - Orquestra do Caos........................................69

VII - A Hora mais Escura....................................78

VIII - Nova Aurora..............................................88

IX - Nossa Bandeira.............................................92

X - Encarnando o Lobo......................................111

XI - O Espírito Guerreiro...................................120

XII - Código da Legião.....................................130

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XIII - Sinfonia da Destruição.............................141

XIV - De pé em meio às Ruínas........................152

XV - Contra o Império.......................................160

XVI - Palavras aos Legionários.........................165

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I

Prólogo

“Povo, Trabalho e Tradição”


I. O movimento Legio Rex gira em torno de dois
temas centrais: a família e o espírito combativo. A
família, a unidade de nossos pais e mães e a
unidade que devemos criar, sendo a meta máxima
de cada membro de nosso grupo constituir um lar
sólido e sadio. Da decadência da unidade familiar
se originam todos os demais problemas, sejam eles
individuais ou sociais.

II. A família é o primeiro grupo social ao qual o


indivíduo é submetido. A figura paterna e a figura
materna são de essencial importância para a
construção de um cidadão saudável física e
espiritualmente. Nossos esforços se tornam
uníssonos no sentido de retomar o valor e a
importância desta unidade, sendo dever de cada

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um dos membros o de investir em seu lar e lutar
para construir o seu próprio quando atingirem a
idade adequada. Isso significa manter um bom
convívio e um ambiente harmonioso, segurança
essencial diante de um mundo desafiador e
conturbado. A família deve ser um núcleo de apoio
e auxílio, e o lar deve ser tratado como um
ambiente sagrado de repouso e descanso.

III. O que nós chamamos de “espírito combativo”


ou “espírito guerreiro” é a síntese existente em
cada indivíduo, o poder interior e a capacidade de
defender a própria honra e a dignidade de si e
daqueles que lhe são amados. É a rejeição do pós-
modernismo e sua fraqueza, a doença disseminada
pelo pensamento meramente subjetivo e o
relativismo extremo.

IV. Significa a luta pelo próprio nome e a luta pelo


nome do grupo ao qual pertence; significa a
rejeição do comodismo e do estilo de vida
urbanoide; significa a rejeição da intoxicação ao

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corpo e à mente; significa o fortalecimento do
espírito e a ação contínua para o crescimento
próprio e o crescimento do grupo.

V. Observamos o mundo atual e a cultura


dominante como elementos de enfraquecimento do
homem. Enfraquecimento de seu corpo, através
das inúmeras toxinas presentes nos mais variados
elementos industriais e o estilo de vida
metropolitano que incentiva o sedentarismo e o
abandono do cuidado com o próprio corpo; e o
enfraquecimento espiritual, através da rejeição dos
mais sagrados valores e das mais elevadas
virtudes, o completo abandono dos preceitos
morais e da correta interação entre os indivíduos.

VI. Todos estes elementos tornam o homem mais


fraco e destroem o seu caráter, tornando-o
incapacitado para lidar e reagir de modo adequado
perante as mais variadas situações. O pensamento
pós-moderno, estritamente relativista e
fragmentado, torna o homem incapaz de julgar as

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coisas, situações e pessoas de modo equânime e
justo. Torna-o incapaz de compreender e aderir à
predileção por aquilo que é correto, bom e
louvável e rejeitar aquilo que é maligno e
negativo, enxergar a diferença entre o que é bom e
aquilo que é mau.

VII. Desse modo, o homem torna-se facilmente


domesticável pelo sistema, facilmente corruptível,
suscetível a vícios e degenerações, incapacitado
para defender os seus e a si mesmo; incapaz de
compreender as mais variadas situações e
extremamente vulnerável à inconstância, tendo sua
mente e seus valores moldados pelos modismos e
temporalidades.

VIII. Em oposição a este quadro, tomamos o


enfoque legionário e falangista em nosso
movimento, fomentamos o fortalecimento do
indivíduo e a coesão do grupo, lutamos por uma
sociedade orgânica e não mais mecânica, prezamos
pela unidade familiar e do homem altamente

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arenoso faremos um indivíduo sólido, firme e
fortalecido. Observamos a doença moderna e
oferecemos, a ela, a cura.

IX. O objetivo máximo de nosso grupo e do nosso


ideal é o despertar de homens e mulheres
adormecidos em meio ao mar do materialismo e
incendiar seus corações e mentes com este espírito
combativo, com esta capacidade de luta e de
enfrentamento, com esse fortalecimento e o
estímulo à força do grupo, onde cada um se torne
capaz de defender a si mesmo e todos estejam
aptos para o auxílio e proteção mútua como grupo.

X. Toda esta obra gira em torno destas questões, e


cada um de vós que realizar a leitura deste trabalho
perceberá esta mensagem em cada texto, cada
frase, cada palavra, cada sílaba e cada letra; essa é
a nossa meta inexorável e a razão pela qual
lutamos e sempre iremos lutar. Sem estes pilares,
toda a nossa causa não faria o menor sentido.
Sendo assim, estes são os nossos focos de atenção.

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II

Identificando o Inimigo

“Separando o joio do trigo”


I. Nossa luta tem dois inimigos como oposição: a
burguesia e o modo de vida burguês e os falsos
revolucionários. A estes dois grupos nós damos a
classificação de escória, o mais baixo nível e a
mais vulgar categoria de pessoas. O primeiro
grupo merece nossa total antipatia e o nosso
completo desprezo. A burguesia em todo o
momento parasita a miséria, somente frutificando
através da desgraça.

II. Criam e mantém um sistema de exploração e de


espólio do proletariado, da classe trabalhadora, e
com inúmeros artifícios mantém a distração dessa
classe, dando-lhe a ilusão de que lhes é
comumente possível galgar patamares sociais
maiores. Tal possibilidade não existe. Qualquer

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um que não faça parte da elite mundial, por mais
rico que possa vir a ser, continuará sendo pobre.
Só existem estes dois patamares sociais: a elite e
os dominados. A burguesia lança aos pobres a
ilusão de que lhes é possível fazer parte de tal
elite, e a cultura de consumo cria uma divisão
dentro da própria classe proletária.

III. O triunfo da burguesia é perpetrar e difundir a


cultura e o pensamento burgueses. Dentro do
próprio proletariado existe essa mentalidade
burguesa. Ao indício de acúmulo de bens, aqueles
que deveriam naturalmente nutrir um sentimento
de união, desenvolvem o pensamento burguês de
superioridade. Nossa cultura é uma cultura
burguesa, mesmo nas camadas mais pobres da
sociedade.

IV. O que possui um veículo sente-se superior ao


que anda a pé; o que possui determinadas roupas
sente-se superior ao que possui vestimentas mais
simplórias; aquele que é mais bem remunerado

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sente-se superior ao assalariado; e desse modo, em
inúmeros campos e de diversas formas, cria-se a
segregação burguesa entre o povo, que passa a não
mais se enxergar como classe e como massa
capacitada para reagir e se unir, mas sim como
inimigos, competidores, concorrentes.

V. A competição pelo melhor veículo; a


competição pela melhor moradia; a competição
pelas melhores roupas; a competição pelo melhor
emprego; a competição pelos melhores salários;
toda a vida gira em torno de superar inimigos que
não existem, em tornar irmãos e companheiros em
adversários, em fragmentar, dividir, segregar,
enfraquecer.

VI. Esse espírito burguês perpetrado entre o


próprio proletariado é a garantia da distração
eterna e a criação das ilusões que mantém os
trabalhadores na eterna sensação de que um dia a
sorte lhes sorrirá se eles se esforçarem
suficientemente. A meritocracia se torna

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ferramenta de consolo e muleta para os pobres e
manutenção do status quo para os ricos. Se o
esforço do indivíduo deve de fato ser o mais
incentivado possível e o comodismo deve ser
abolido, se por um lado devemos reconhecer que
os esforços individuais são cruciais para o
aprimoramento de um indivíduo, por outro
devemos reconhecer honestamente que o atual
sistema é um sistema brutal, injusto e estritamente
financeiro, escravizando o homem pelo dinheiro e
tornando-o servo da Economia, ao invés de pô-la à
serviço do homem.

VII. O homem que defende este sistema torna-se


como o cão que defende aquele que lhe dá comida.
Sempre se colocam ao lado dos mais fortes, e
sempre se põe contra os mais fracos. São
defensores dos patrões e das megacorporações, e
tudo o que oferecem aos trabalhadores e pequenos
empreendedores é a promessa abstrata de que
basta o esforço descomunal para, com sorte, um
dia galgar os degraus da prosperidade. Não
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devemos nos esquecer de que estes liberais,
justamente aqueles que mais defendem o
patronato, em sua maioria são pobres.

VIII. E, se possuem algo, certamente isso não lhes


torna parte da elite, parte da burguesia dominante a
qual nós denunciamos. Estes são aqueles
infectados pelo espírito pequeno-burguês que
definitivamente não se veem como parte do povo,
mas em um patamar um pouco mais elevado do
que o dos demais. Não se importam em construir
uma sociedade melhor; são comprometidos
unicamente com a defesa crua do lucro e o direito
da livre exploração do homem.

IX. Quando um sistema depende da exploração de


uns pelos outros, qualquer suposta liberdade que
exista dentro dele não passa de engodo. Estes
liberais tentam vestir um sistema já insuficiente e
desgastado com roupagens novas, fazendo com
que uma doutrina altamente exploratória aparente
ares de liberdade e de voluntariado. Ora, no atual

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sistema, ninguém realmente se submete à
exploração de sua mão de obra voluntariamente. É
o meio que constitui a norma para se garantir a
sobrevivência. Garantir condições de moradia,
alimentação, vestuário, conforto mínimo, estudo e
saúde não são opções, são necessidades básicas de
qualquer indivíduo. Não existe voluntariado
verdadeiro quando as únicas opções são a
sobrevivência ou a decadência.

X. Aqueles que ainda são suficientemente


ingênuos para acreditar na funcionalidade de um
sistema disfuncional e na justiça de um sistema
injusto podem argumentar que qualquer um, neste
sistema, tem a “liberdade” de tentar empreender.

XI. De fato, todos possuem a liberdade para a


tentativa. Tentativa essa que é sufocada e
esmagada tanto pelo Estado que age em conluio
com os grandes grupos financeiros quanto pelas
megacorporações em sua concorrência desleal. A
abolição da intervenção estatal na Economia não

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garante qualquer melhoria no sentido benéfico ao
público que mais nos interessa, ou seja, justamente
os mais pobres. Não há qualquer garantia que as
grandes corporações, por beneplácito ou por algum
remorso, revertam a maior liberdade em melhores
preços ou serviços.

XII. Não há garantia alguma de que as conquistas


trabalhistas seriam mantidas em tal sistema, e não
há qualquer garantia de que os primorosos direitos
do consumidor fossem respeitados por livre e
espontânea vontade destes grandes grupos
unicamente preocupados com o próprio
enriquecimento e com o domínio do mercado.

XIII. Estado e grandes grupos financeiros


misturam-se em uma fusão profana. Não há
diferenciação entre o público e o privado. Em uma
orgia maligna e bestial, mesmo aquilo que deveria
ser feito com o objetivo máximo de atender ao
povo é levado a cabo visando os interesses de
pequenos grupos de indivíduos e os interesses

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financeiros de particulares. O povo, o trabalhador
comum, não tem a quem recorrer. De fato, de um
lado ele é abandonado por um governo leniente,
incapaz e desinteressado, e por outro, é explorado
e espremido pela burguesia.

XIV. Esta é a razão de termos a burguesia como


nossa inimiga. Ela em si mesma é satânica e
maligna, em sua mais profunda essência. É a fonte
das degenerações que nos acometem, e não
satisfeita com a própria imundície, espalha-a a
todos em derredor. Faz de si mesmos um exemplo
e um modelo a ser seguido pelos mais pobres,
dando-lhes uma visão materialista da vida e de si
mesmos.

XV. Mas há uma casta ainda pior do que esta, e


sobre ela falaremos agora, não de modo muito
prolongado, pois é constituída de tão baixa
categoria de indivíduos que não merece em si
mesma a consideração de muitas linhas. Se existe
algo pior do que a burguesia esse algo são os

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falsos revolucionários. Podemos categorizar estes
falsos revolucionários como pertencentes da Nova
Esquerda, aqueles que fariam um revolucionário
autêntico como Vladimir Ilitch Lênin vomitar e
sentir o mais profundo nojo e o seu mais profundo
desprezo.

XVI. Notemos um fator primordial: estes falsos


revolucionários nada mais são do que os filhos da
burguesia, ou, como vermes que eles são, filhos
daqueles que no mínimo possuem o espírito
pequeno-burguês. Falsamente declaram sua
posição ao lado do proletariado, mas, como filhos
da burguesia que eles são jamais conhecerão a
realidade deste povo que dizem defender.

XVII. Dizem-se contrários à burguesia, mas como


os próprios filhos podem ser contrários a seus
pais? De fato, tudo o que dizem é pura demagogia,
pura encenação. Não são revolucionários, são
atores. Não podem defender o proletariado, pois
não sabem sequer o que é o trabalho. Aliás, o

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trabalho lhes é abjeto e completamente estranho.
Enquanto criticam o parasitismo da burguesia, eles
mesmos se tornam uma casta de parasitas inúteis à
sociedade, vivendo um estilo de vida desregrado,
inconsequente, preguiçoso, omisso e de uma
nulidade total. Motivariam o mais debochado
sorriso das primeiras levas de comunistas, homens
e mulheres realmente trabalhadores, pessoas que
realmente conheciam e viviam a realidade dos
mais necessitados.

XVIII. Estes demagogos declaram-se contrários à


burguesia, mas defendem todos os seus valores.
Defendem o seu estilo de vida materialista, pois
eles mesmos são materialistas, disfarçando isto
com discursos sentimentalistas em relação à
pobreza e ao sistema capitalista. Pregam o
voluntariado que não exercem, pregam a
benevolência que não praticam, pregam a
solidariedade que desconhecem. São defensores de
tudo aquilo que eles mesmos não fazem, discursam
sobre aquilo que eles mesmos não acreditam e
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iludem os ouvintes incautos com sua verborragia e
seu intelectualismo inútil. Quando falam de
superação do capitalismo, apegam-se à pura utopia
distante e não realizam o que é possível ser feito
no presente, hoje.

XIX. O que propõe em oposição ao capitalismo,


senão uma utopia que nunca se concretiza?
Falemos mais de como estes falsos revolucionários
são, na verdade, animais de estimação da
burguesia e do patronato e como são
verdadeiramente inimigos dos mais pobres.

XX. Esta Nova Esquerda é composta por falsos


revolucionários, os próprios filhos da burguesia.
Empenham-se em realizar a revolução sexual, a
revolução filosófica, a revolução do pós-
modernismo (esta, em sua própria essência,
burguesa), a revolução das concepções, a
revolução dos paradigmas, a revolução antimoral e
tantas outras. Todo o tipo de revolução, exceto a
revolução social. A revolução para todas as classes

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de pessoas, exceto a revolução para O trabalhador.
Ademais, entre o trabalhador e todas as outras
classes, estes falsos revolucionários colocam os
interesses da causa trabalhista em último lugar.

XXI. A hipocrisia é parte de seu sangue. Criticam


a burguesia, da qual eles mesmos foram paridos, e,
enquanto com as suas palavras estimulam um culto
à pobreza, à simplicidade, criticam o estilo de vida
burguês, mas com seus atos cultuam este mesmo
modo de viver e de pensar. São eles mesmos
escravos e serviçais de Mamom, apaixonados pela
matéria.

XXII. Desejam ao outro aquilo que eles mesmos


recusam. São rebeldes governistas, revolucionários
do status quo, cães prontos a atacar e censurar
como reacionários todos aqueles que se colocam
contrários às suas degenerações e ao governo
presente, este mesmo composto por políticos que
outrora se manifestaram como defensores dos
trabalhadores e hoje apenas reforçam os laços com

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o imperialismo, traidores do povo e - eles mesmos
– amantes do dinheiro. Estes falsos
revolucionários se dizem inimigos do
imperialismo, mas reproduzem em cada sentença
de seu pensamento o modo cultural e massificador
produzido por estas potências imperialistas.

XXIII. Sua revolução consiste em destruir


qualquer valor moral como sinônimo de opressão;
fragmentar a sociedade lançando homens contra
mulheres, pele contra pele, filhos contra pais;
destruir os lares e a unidade familiar; estimular os
vícios e as mais variadas drogas, lançando toda
uma juventude ao vício e à destruição; combater
qualquer traço de ética e denegrir todas as
virtudes; destruir a figura do homem e da mulher;
propagar a irresponsabilidade e a inconsequência.

XXIV. Este é o modo como expressam todo o seu


interesse e apreço pela população: destruindo-a e
lançando-a para a própria destruição. A revolução
que defendem não beneficia outro grupo além dos

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próprios mandantes, dos próprios governistas e da
própria burguesia. Vomitada deste meio, essa ala é
completamente inócua e não se põe
verdadeiramente ao lado do povo.

XXV. Juntamente com estes, todos aqueles que


defendem o liberalismo e a estruturação globalista,
colocando-se como cães destes senhores. Pobres
defensores de ricos, explorados defensores de seus
próprios carrascos. Estes não possuem o espírito
guerreiro e heroico que defendemos, e não são
imbuídos de qualquer valor ou honra, e nossa
rejeição deve ser total em relação a estes falsos
defensores do povo.

XXVI. A demagogia é sua forma de ser e de agir,


e a hipocrisia lhes acompanha. Cavalgam em
palavras vãs, percorrem o mundo e não saem do
lugar. Estes mesmos políticos que hoje chicoteiam
e oprimem o povo foram parte desse corpo de
“revolucionários”, foram eles mesmos defensores
do comunismo e agora, prostitutos do capital.

38
III

Nosso Socialismo

“Trabalho, Povo, Tradição”


I. Nosso socialismo possui traços próprios e uma
identidade autônoma, pondo-se de modo autêntico
ao lado dos interesses dos trabalhadores e a serviço
do povo. Nosso socialismo se estrutura em três
máximas: Trabalho, Povo e Tradição.

II. Com trabalho, pautamos o nosso socialismo na


valorização desta atividade em todas as suas
instâncias, sejam estas manuais ou intelectuais.
Damos enfoque aqui ao trabalho artesanal, ao
trabalho independente em detrimento do trabalho
meramente industrial a serviço das
megacorporações. Valorizamos o trabalhador,
aquele que de modo honesto se esforça e conquista
os seus objetivos. Damos total enfoque ao esforço
individual, ao aprimoramento pessoal e à

39
autonomia financeira em relação ao atual sistema
econômico e trabalhista, através da criação e apoio
à cooperativas, modos mutualistas de trabalho e
sistemas diversos e alternativos. O trabalho
dignifica o homem e eleva seu espírito.
Defendemos a justa realização pessoal através do
esforço próprio e o desfrutar das justas
recompensas do trabalho árduo.

III. Enxergamos o trabalho como uma forma de


realização pessoal e de aprimoramento dos dons e
talentos do indivíduo, uma visão oposta à
materialista e utilitária maneira de tratar e
desenvolver o trabalho no atual sistema. Dessa
forma, o maior objetivo do trabalho não deve ser a
obtenção de lucro, mas sim, a realização pessoal e
a cooperação com a comunidade na qual estamos
inseridos, tornando-se útil aos demais e
pessoalmente satisfeito com a atividade exercida.

IV. Como povo, compreendemos a massa social


na qual estamos inseridos, a comunidade onde

40
vivemos e o círculo social que construímos dentro
desta comunidade. Povo não se torna, então, uma
palavra abstrata ou um conceito distante, mas sim
uma identificação imediata. Povo é o indivíduo e o
restante, é o todo. É o alvo máximo de nossas
ações e aqueles os quais devemos orientar nossos
esforços no ensejo de construir uma sociedade
melhor e mais virtuosa, com qualidade de vida em
todos os sentidos.

V. Não defendemos apenas sua prosperidade


material. Defendemos, também, a melhoria moral
do povo. Isso significa que os vícios, erros,
degradações, modos violentos e criminosos de ser
e de agir, agressões a si e aos demais e a
fragmentação da estrutura familiar (esta, a causa
de todos os males) devem ser constantemente
atacados por cada um de nós. Sem o
aprimoramento moral da sociedade, todo o
progresso material se torna inútil. Não desejamos
lançar o povo aos vícios, mas sim, torna-lo sóbrio.
Não desejamos destruir os valores morais do povo
41
em nome de uma causa inútil, mas sim, conceder
às pessoas uma moralidade pura e sólida, capaz de
tornar as relações entre todos nas mais sadias
possíveis, onde o todo seja mais importante do que
o indivíduo e onde o todo apoie e colabore para o
crescimento e o desenvolvimento do indivíduo.

VI. Por tradição, compreendemos os valores


sagrados e atemporais que oferecem uma
verdadeira resistência e um verdadeiro
fortalecimento interior contra o modo de vida
materialista e a cultura burguesa abstrata e
arenosa. Defender a tradição significa criar no
homem um caráter sólido resistente à
fragmentação temporã e modista típica das épocas
e extremamente passageira, criando um caráter e
um forte senso de honra.

VII. Nosso socialismo consiste em incentivar o


indivíduo em seu crescimento como pessoa, em
todos os âmbitos de sua vida. Consiste em lutar,
diariamente, para que todos possuam pão, terra,

42
dignidade, acesso ao conhecimento e à cultura,
elevação moral e espiritual. Nosso socialismo
consiste em defender o crescimento substancial do
trabalhador e a melhoria constante da sociedade
como um todo, rejeitando a cultura meramente
materialista, rejeitando a fragmentação burguesa
da moral, estimulando no povo o mais completo
aprimoramento e a mais virtuosa dignificação.

VIII. Nosso socialismo exige o esforço mútuo e o


comprometimento de todos para o bem da causa
comum, para a melhoria e o interesse coletivo.
Exige um alto grau de refinamento do homem e
uma grande elevação do caráter e das virtudes.
Nosso socialismo não é a doutrina do
acomodamento do homem em relação ao grupo,
mas sim o fortalecimento do grupo através da
elevação de todos os indivíduos que compõe a
comunidade.

IX. Desse modo, todos contribuem ativamente


através de seus talentos, suas virtudes e seus dons

43
tanto para o próprio bem quanto para o bem de
toda a comunidade na qual estão inseridos.
Aqueles que mais se esforçam e mais contribuem
merecem o reconhecimento, desse modo,
fortalecendo uma sociedade onde os ícones sejam
pessoas realmente úteis e colaborativas, e não o
culto a personalidades narcisistas e fugazes.

X. Valorizamos os resultados positivos do trabalho


e damos ênfase ao produto real e palpável do
esforço humano. Isso significa que prezamos por
uma economia que realmente produza riqueza e
prosperidade, em oposição ao modelo liberal de
economia baseado em especulação, onde o maior
valor é determinado por instituições bancárias
aglutinadoras e interesses abstratos e
desconhecidos de grupos reduzidos.

XI. O homem deve ter direito e acesso em relação


à terra para cultivá-la e dela extrair seu sustento
pois isso é divino, e aqueles que vivem em meio
aos ambientes urbanos devem conquistar os frutos

44
de seus esforços de maneira salutar e honorável.
Propomos o crédito social e o cooperativismo de
crédito em oposição ao atual sistema bancário que
se alimenta do endividamento do trabalhador
comum. Propomos o cooperativismo em oposição
ao atual sistema de exploração do trabalho.
Propomos o regionalismo econômico em oposição
ao globalismo econômico, e quando o comércio
internacional se faz presente, ele deve ocorrer e se
desenvolver de modo a beneficiar com justiça e
reciprocidade todas as partes nele envolvidas.

XII. Somos completamente contrários ao


intervencionismo. Defendemos, através do nosso
socialismo, o fortalecimento da unidade nacional,
a soberania dos diversos povos e a manutenção de
suas autonomias, nos posicionando contra o
processo de massificação internacional.
Nacionalismo para a fortificação e cooperação
entre nações de traços comuns em oposição à
dominação imperialista e em contraponto à
massificação cultural. Cooperação comercial e
45
econômica em oposição à exploração financeira e
a guerra cambial. Valorização do trabalho salutar e
da prosperidade verdadeira, da economia produtiva
e das benesses reais do trabalho em oposição ao
crédito virtual e ao endividamento do trabalhador,
perpetrado por uma economia terminantemente
especulativa e autogeradora de crises e
decaimentos. Prosperidade ao coletivo em
detrimento da massificação da miséria e da
concentração de renda.

XIII. Liberdade para o espírito empreendedor que


beneficie a comunidade, liberdade para a atividade
pessoal que proporcione realização ao indivíduo e
o bem comum à sociedade. Economia a serviço do
homem e não o homem a serviço da economia;
progresso humano aliado ao respeito ambiental;
uso consciente e respeitoso dos animais e
valorização do ambiente de onde extraímos nossa
fonte de sobrevivência. Nestes pontos
estruturamos o nosso socialismo, uma doutrina não
meramente econômica, mas sim, completa em
46
todos os sentidos. Não apenas pautada no simples
materialismo ou no enriquecimento financeiro,
mas na saúde mental, física e espiritual de toda a
sociedade. Nosso socialismo é baseado no valor do
trabalho, na defesa da família e no fortalecimento
da sociedade; no aprimoramento do indivíduo e no
beneplácito da comunidade. Não é a busca por
uma utopia, mas o trabalho diário e real na
construção de uma alternativa viável e funcional
ao atual sistema e ao atual conjunto de coisas.
Força para o povo, para a pátria e para o
trabalhador, dignificação da família e elevação do
espírito.

IV

Legio Rex

“Semper Animvs Insignia”


I. Comecemos esta parte explicando o nosso
signo, nossa insígnia e nosso nome. Sim,

47
honremos aos legionários. Aqueles que
caminhavam mais do que os pés poderiam
suportar; que carregavam mais peso do que o
próprio corpo poderia suster; que realizavam feitos
tão grandiosos que o próprio mundo parecia
pequeno diante de sua grandeza.

II. A luta é o maior propósito da vida, e vencer é o


mais nobre dos objetivos quando motivado por
nobres razões. Da glória, honra e força dos
legionários da antiga Roma, extraímos o nosso
nome. Legio, que significa, em Latim, Legião,
demonstra de modo claro o nosso foco combativo,
expansivo e de fortalecimento.

III. Nós somos legionários e, unidos, formamos


uma legião. Esse é o nosso propósito principal:
formar um corpo forte, coeso, indivisível e
invencível. Construiremos o nosso reinado, o
nosso próprio domínio, e por isso mesmo
adotamos a palavra latina Rex, que em nossa
língua significa Rei.

48
IV. Assim, a nossa marca e o nosso nome, Legio
Rex, exprimem dois ideais principais: o espírito
guerreiro e heroico de um legionário e a força de
uma formação militar em uma legião e a nobreza,
o domínio, a sabedoria atemporal. Legio Rex é o
nosso nome, e com esse nome nossos estandartes e
bandeiras tremularão de modo triunfal. A nobreza
de um movimento é medida pela nobreza de seus
ideais e objetivos.

V. Dessa forma, façamos constantemente um


exame de consciência. O que nos motiva? O que
nos impulsiona? E, acima de tudo, o que nos ira?
O que nos causa indignação? Acima daquilo que
nós odiamos, somos movidos por aquilo que
amamos.

VI. Mais importantes do que nossos inimigos, são


os nossos amigos e irmãos. Desse modo, a fúria
que temos em relação àquilo que desejamos
destruir não deve jamais sobrepujar o amor que
temos por aquilo que desejamos preservar.

49
VII. Cortamos o pacifismo de nossas mentes, o
veneno que trás a falsa paz e permite tão somente a
destruição de tudo o que nos é sagrado,
importante, belo, louvável e admirável. Nosso
espírito combativo é necessário, nossa luta é
necessária, nossa batalha é essencial, pois nós
desejamos a paz, e o mais correto meio de obtê-la
é lutando por ela. Legio Rex, a inscrição em nosso
peito. Legião, a nossa formação por talento e
destino.

VIII. Legionário, a figura que nos inspira de modo


apaixonado. Rex, o nosso reinado que será dia
após dia construído e perpetuamente eternizado.
Falemos antes, daquilo que nós amamos. Um
guerreiro, ao partir para a batalha, parte para
defender sua família, aqueles a quem ama e
aqueles pelos quais daria a própria vida. Ele deixa,
atrás de si, sua terra amada, sua pátria e o seu solo
que para ele é sagrado. O que o move são suas
paixões, e também o seu medo. Mas o medo não
lhe retira a bravura e a coragem.
50
IX. Justamente pelo medo de que aqueles os quais
ele nutre o mais profundo amor sejam aniquilados,
justamente pelo temor de que sua bela pátria seja
arrasada e de que os seus mais sagrados valores
sejam profanados, justamente esse medo o faz agir
de modo mais corajoso e destemido o possível.
Para evitar a ruína de tudo o que lhe é belo, o
guerreiro luta com todo vigor, com toda a sua
força e com todo o seu ímpeto. Nós temos os
nossos medos. Não devemos esconder esse fato e
nem isso nos tornará menos fortes.

X. Nós tememos por nossa família, por nossos


amigos e irmãos, por nossos camaradas, por tudo
aquilo que honramos, nutrimos admiração e
respeito. Tememos pelos nossos mais sagrados
valores. Esse medo é um dos propulsores para o
nosso movimento.

XI. Tal qual o legionário que sai para a batalha, ao


sairmos para a nossa luta, deixamos atrás de nós as
nossas famílias, nossos amigos, nossa segurança,

51
nosso conforto. Nós amamos as nossas famílias,
amamos os nossos valores sagrados, amamos as
nossas tradições, amamos os nossos amigos e
irmãos, amamos aquilo que nos é belo, aquilo que
nos é louvável, aquilo que nos trás inspiração e
quietude em um mundo cada vez mais tumultuado.

XII. É o que nós amamos que nos impulsiona a


combater aquilo que nós rejeitamos e aquilo que
nos causa ira e furor. Dos nossos antepassados
herdamos os nossos valores, e tudo quanto nós
somos hoje, herdamos daqueles que viveram
ontem.

XIII. Aqueles que vieram antes de nós não devem,


jamais, sofrer desconsideração. Suas memórias
devem ser constantemente preservadas. Herdamos,
dos nossos ancestrais, esse mesmo espírito
combativo, essa mesma síntese heroica. E, como
nós devemos honrar os nossos ancestrais, jamais
devemos morrer sem suscitar a continuidade de
nossa linhagem.

52
XIV. É dever máximo de todo o membro de nossa
causa constituir sua família. Às mulheres, a busca
por um esposo digno e honrado, que lhes saiba
proteger e cuidar de seus filhos, assegurar sua
sobrevivência e sua dignidade, dando a elas a
dignidade da qual se fizerem merecedoras. Aos
homens, o dever de encontrar e tomar para si
mulheres honradas, esposas dedicadas que lhes
deem filhos, lhes auxilie e apoie em sua luta.

XV. O estabelecimento de um núcleo familiar


tradicional sólido e saudável é o feito mais
louvável que qualquer um de nossos membros
pode e deve conquistar. A maturação, a construção
dos alicerces da própria vida e das condições
propícias para isso é a nossa luta contínua. O
amadurecimento pessoal, intelectual, espiritual e
mental é exigência máxima para o estabelecimento
de um lar saudável, unido e próspero.

XVI. Desse modo, estabelecemos a nossa meta


principal: a construção de famílias saudáveis e

53
núcleos familiares sólidos e produtivos e a
motivação daqueles que ainda não alcançaram essa
honra. A família é o cerne de nossa causa, e a ela
nós dedicamos a maior parte de nossos esforços, o
nosso sangue e o nosso suor.

XVII. Em um mundo cada vez menos louvável e


com cada vez menos valores, nós estabelecemos os
nossos. Em uma cultura cada vez mais arenosa e
subjetiva, nós tornamos bem definidos e sólidos os
nossos valores.

XVIII. Se aquilo que nós amamos nos move mais


do que aquilo que nós odiamos, então sabemos de
modo mais do que certo de que nosso triunfo é
garantido. Nossas mentes não se tornam
suscetíveis às adulterações e sabotagens de nossos
inimigos, o que acontece de modo mais do que
corriqueiro com aqueles cujos corações são
movidos pelo puro ódio e pela ira injustificável e
sem uma honrada motivação. Nós rejeitamos a

54
arenosidade, pois os nossos pés precisam de
terreno sólido para a nossa marcha.

XIX. Nós louvamos os nossos valores bem


definidos, sendo o maior deles a família. Além de
nossas famílias, nós amamos os nossos amigos,
camaradas e irmãos. Nossos amigos são aqueles
que, nos momentos mais turbulentos, se mantém
ao nosso lado. Nossos camaradas são os nossos
companheiros de luta, nossos companheiros de
bandeira, todos aqueles que participam, conosco,
deste movimento e lutam por essa causa. Nossos
irmãos são aqueles que, além de serem nossos
amigos e camaradas, são a nossa maior confiança.

XX. Mesmo que não carreguem o mesmo sangue


de nossos pais, como muitas vezes nos é comum,
estes companheiros nos são tão chegados como se
houvessem compartilhado o mesmo ventre
conosco, como se houvessem compartilhado
conosco o mesmo berço e como se praticamente a
mesma síntese habitasse os dois corações. São os

55
nossos irmãos todos aqueles cuja identificação e
proximidade é tão forte que sua ausência não nos
passa despercebida, e uma separação significa a
perda de uma parte de nossa própria essência.

XXI. Tudo aquilo que nos aprimora, tudo aquilo


que acrescenta benefício e melhoria ao nosso
caráter, à nossa personalidade e à nossa essência,
tudo o que nos torna melhores de um ou outro
modo, nos é belo. E tudo o que nos é belo é digno
de nossa defesa e nosso suor e sangue. Aquilo que
purifica os nossos olhos, os nossos ouvidos, o
nosso paladar e a nossa mente, e todo o nosso
corpo, nos deve ser louvável, belo e moral.

XXII. De modo oposto, tudo aquilo que nos


entorpece, intoxica e degrada a nossa essência,
deve nos servir como causa de luta e contra isso
devemos agir. Dessa síntese surge e emerge de
nossas mentes e de nossos braços em nossas ações
o nosso movimento e a nossa causa é a defesa

56
daquilo que nós amamos e o combate àquilo que
nos é contrário.

XXIII. A nossa insígnia é a luta, a nossa causa é a


vitória, e a nossa alegria é o triunfo. Triunfamos
diariamente nas mais simplórias conquistas, e
triunfaremos de modo retumbante e uníssono
quando aquilo que nós amamos for reerguido e
retomar as veias de nosso povo e os corações de
nossos compatriotas, quando nós derrubarmos a
civilização decadente e reestruturarmos as colunas
de um povo verdadeiramente forte e saudável.

XXIV. Devemos nos inspirar na força física de


Hércules, na coragem de Aquiles, na sabedoria de
Confúcio, na brilhante estratégia de Sun Tzu, na
compaixão de Cristo, na revolta do Contestado e
de Canudos. Seremos, pois, vitoriosos e
triunfantes. A vitória nos é inevitável e a queda de
nossos inimigos será irreversível.

57
V

O Chamado às Armas

“Avante, a Vitória!”
I. Nossa legião não partirá em uma missão de paz.
Nosso movimento não é uma excursão em um dia
ensolarado em um belo parque. Nossa causa não é
a causa de segurar colunas arruinadas. Nossa
marcha é para a luta, para a batalha, para o
confronto. Em primeiro lugar, o confronto contra
nosso próprio interior. A maior revolução e a
maior mudança que devemos buscar é a mudança
própria, a revolução do nosso próprio caráter.

II. Se nós somos viciados, nutrimos a sobriedade;


se nós somos ignorantes, nutrimos a inteligência;
se somos embrutecidos, nutrimos o refinamento;
se somos pacifistas e lenientes, nutrimos o espírito
guerreiro e nossa síntese heroica; se nós somos
covardes, nutrimos a coragem.
58
O primeiro lugar que devemos organizar é o nosso
próprio quarto e a nossa própria casa. Essa é a
preparação para qualquer ação da porta para fora.
De nada adiantaria organizar um exército de
homens e mulheres que não conseguem sequer
controlar os próprios impulsos. Como podemos
conquistar o mundo se não conquistamos a nossa
própria mente?

III. Como podemos revolucionar de modo


benéfico o exterior e tomar um governo tornando-
o mais justo se nós somos injustos em nossa
própria vida e não conseguimos reestruturar nossas
próprias vidas? Como podemos tornar o mundo
mais belo se nossas próprias moradas são
desorganizadas? É uma questão lógica organizar
nossa própria vida antes de tentarmos organizar a
vida de outrem; organizar nosso próprio lar antes
de tentar organizar nossa comunidade e vencer os
nossos vícios antes de julgarmos ou tentarmos
mudar o que vemos de errado nos outros, ao redor
e além de nós.
59
IV. Nós não viemos em paz, pois o mundo não
está em paz. O mundo está em guerra e nós
estamos em situação de combate. Nossa
preparação deve ser para uma guerra, e não para
uma confraternização. Aquele que confraterniza
com o inimigo, após a ceia morre esfaqueado pelas
costas. Aquele que tenta fazer acordos com
adversários e procura se unir a eles por pequenos
pontos em comum termina dilacerado por seus
aliados de conveniência. Nós não desejamos
confraternizar com nossos inimigos, não
desejamos comer com eles, não desejamos
procurar pontos em comum com aqueles que
odeiam aquilo que nós nutrimos amor, que
profanam aquilo que nos é sagrado e que
desdenham daquilo que nós achamos belo.

V. Nós desejamos a derrocada completa dos


nossos adversários, nós desejamos a derrota
completa e total de nossos inimigos, a total
desmoralização deles e a total repulsa por todos,
desejamos denunciar sua hipocrisia, sua injustiça,
60
suas máscaras, seus enganos, sua demagogia, suas
promessas inúteis e vazias, seus discursos
apodrecidos e mudos, seu barulho sem significado
algum, sua decadência, sua degeneração. E é
justamente isso o que vamos fazer e para isso
devemos nos preparar.

VI. Por isso mesmo o pacifismo tão somente nos


fará mal. Nós ouvimos os ecos daqueles que são
injustiçados, daqueles que padecem pela fome,
pela sede, pelo frio, pelo calor, pelo abandono,
pelo esquecimento, pela injustiça e pela ganância
de um sistema que serve apenas para aqueles que
estão no topo e beneficia apenas a oligarquia que o
forma. Uma plutocracia disfarçada de regime de
eleição democrática nos causa total repulsa.

VII. Ouvimos os ecos da batalha e procuramos,


agora, as nossas armas. Nossas armas são a
verdade, a união, a disciplina, o trabalho árduo e
honesto, a prática do bem, o reforço de nossas
virtudes, a luta contra nossos vícios e erros, o

61
nosso empenho, a nossa vontade inabalável, o
benefício para o povo e pelo povo, a união sincera
com a classe trabalhadora, o investimento na saúde
das famílias de nossa pátria, nas crianças que irão
nos suceder e o cuidado com os idosos que nos
antecederam e ainda vivem; o cuidado com nossos
animais, com nossa comunidade e os nossos
recursos naturais, o cuidado com nosso corpo e
nossa alma, espírito e mente. Nossa munição é a
nossa paixão, a identificação com nosso ideal e a
honra de nossa palavra, a honra com nossos
compromissos e o cumprimento de nossas
promessas. Nossa maior estratégia é decidia nos
momentos mais turbulentos, e justamente quando
há mais barulho nós nos silenciamos para pensar
os nossos passos.

VIII. Antecipamos, como em um jogo de xadrez,


os movimentos de nossos inimigos. Aí, então,
quando não há mais quem acuda o povo e o
silêncio da paralisia se torna generalizado, nós
rugimos para a batalha e atacamos!
62
IX. Gritamos ao povo desacordado para que seu
espírito se renove, acudimos o abandonado no
momento em que ele já se desespera. Essa é a
batalha que nós devemos lutar: a guerra pela qual
ninguém mais luta. Essa é a nossa causa: a causa
esquecida. Esses são os nossos guerreiros, aqueles
que não mais se identificam com o sistema e com
o mundo vigente.

X. Que não acreditam mais nos governos que, com


roupas e máscaras diferentes, são todos eles parte
da mesma sinarquia. Governantes que, com os
mesmos discursos, iludem o mesmo povo
continuamente com as mesmas promessas que
jamais se concretizam.

XI. Uns lutam por glória própria, outros procuram


o próprio lucro e os próprios interesses. Falsos
movimentos sociais, que nada mais são do que
interesses de grupos restritos que emergem por
toda a parte e em nenhuma parte fazem realmente
a diferença. Gritam como revolucionários, mas são

63
verdadeiras ovelhas. Dizem lutar contra o
imperialismo, mas adotam a cultura, os costumes,
a linguagem e o modo de pensar que brota das
potências imperialistas. Tentam revolucionar o
mundo externo, mas são incapazes de mudar de
modo benéfico suas próprias vidas. Falam em
avanços para a sociedade, mas são incapazes de
avançar em suas próprias vidas. Estes tolos
orquestram projetos para milhares e milhões de
pessoas, mas são incapazes de administrar a
própria rua.

XII. Tergiversam sobre a educação e seu sistema,


quando são incapazes de educar os próprios filhos.
Estes tais falam em distribuição de renda,
igualdade social e criticam o sistema baseado no
capital, mas não possuem humanidade para
estender as mãos para os necessitados. Citam os
famintos que estão ao outro lado do oceano, citam
a miséria daqueles que estão do outro lado do
mundo, mas não matam a fome daquele que se
encontra ao seu lado.
64
XIII. Falam sobre problemas de outros países,
nações que nunca eles foram e que nunca visitaram
e sobre povos aos quais não pertencem, enquanto
nutrem ignorância sobre seu próprio povo e seu
próprio país, desconhecendo os próprios vizinhos.

XIV. Esses falsos revolucionários são a escória,


incapazes de realmente assumir um papel decisivo
nessa batalha. Se deles o povo um dia vier a
depender, sua ruína será tão pior quanto o é nas
mãos do governo e do atual sistema. Pior do que
ser governado por um tirano é ser governado por
um usurpador, um revolucionário que prega a
justiça social, mas, ao tomar o poder, se torna dez
vezes pior do que seu antecessor.

XV. Nós não devemos seguir o mesmo caminho


destes neófitos, estes jovens que ainda na
puberdade, se veem no mesmo patamar que os
mais antigos sábios. Aqueles que, sem dedicar o
mínimo de estudo ao funcionamento do mundo e

65
do próprio corpo, maquinam sistemas perfeitos e
utópicos para todo o Universo.

XVI. Nós não devemos fazer promessas, devemos


simplesmente agir. E se nós prometermos algo,
nós nos tornamos escravos de nossa própria
palavra, presos ao nosso discurso, e devemos
invariavelmente cumprir o que dizemos. Nossa
palavra deve valer como documento. Antes de
tentarmos fazer o bem aos outros, devemos fazer o
bem ao nosso próprio corpo, nossa mente, alma e
espírito.

XVII. Antes de tentarmos arrumar o exterior,


devemos organizar nosso interior. Nós devemos
nos enxergar como templos, e ver a nossa própria
carne como algo sagrado que deve ser
continuamente cuidado, preservado e aprimorado.
Um soldado parte para o combate apenas depois de
ser treinado, aprender a usar suas armas, atacar e
defender, utilizar estratagemas e seguir ordens
definidas de seus superiores.

66
XVIII. Caso contrário, se ele partir sem
treinamento, sem equipamento, sem comando e de
modo individual, não será nada além de um
lunático suicida, um alvo fácil para seus inimigos.
Nós apenas devemos pôr os nossos pés estrada
afora quando nosso próprio templo estiver
organizado.

XIX. Apenas quando os preparativos forem


terminados e o nosso treino for concluído. E
mesmo um soldado que luta em cem batalhas deve
continuar treinando como se ainda fosse um
novato. O chamado às armas se faz presente em
todos os momentos. Esse chamado não vem de
cima, mas sim, de baixo.

XX. Esse chamado vem do povo sofrido, aqueles


que mais sofrem com as mais variadas provações,
que sofrem as mais diversas privações e são
expostos aos mais diferentes tipos de humilhações.
O povo lançado a uma sobrevivência indigna,
comparada àquela típica dos animais de gado.

67
XXI. Aliás, nós somos injustos em dizer que nosso
povo vive como gado! Certamente, um boi possui
vida melhor. Ele possui mais liberdade, possui
comida e água à sua disposição, é atendido em sua
saúde e transportado corretamente, de modo mais
digno do que nossos compatriotas. Que interesse
há em ajudar um povo miserável e paupérrimo
dentro de um sistema injusto?

XXII. O único interesse é utilizar sua miséria para


construir a própria riqueza. Nossa própria origem é
humilde, nós também fazemos parte deste povo
que sofre em sua própria pele, nós partilhamos
com eles suas provações. Nós não surgimos de
uma elite, como os filhos dos falsos
revolucionários, fingindo simpatia ou amizade
com os trabalhadores e as classes baixas. Nós não
viemos de cima prometendo ajuda aos que estão
embaixo.

XXIII. Nós viemos de sua mesma origem e


experimentamos por diversas vezes a mesma vida

68
amarga que lhes é comum, partilhamos de seu
cotidiano. Por isso mesmo não usamos de
promessas para conquistar o apoio do povo, pois
nós já ouvimos milhares delas, todas esquecidas ou
cumpridas de forma parcial e enganosa. Nós
devemos conquistar o povo com ações. Devemos
agir antes mesmo que venham até a nossa presença
nos pedir apoio, devemos estender as mãos ao
necessitado antes mesmo que ele clame por ajuda.

XXIV. Se nós vemos alguém com sede, não


devíamos esperar que ele nos pedisse por água; se
vemos alguém com fome, não precisamos ouvir de
sua boca que ele sente fome; se vemos alguém
desabrigado, não precisamos perguntar se ele
deseja moradia. Se nós vemos um problema, nós
devemos resolver, sempre que isso estiver ao
nosso alcance.

XXV. Nós devemos ajudar os necessitados e criar


uma estrutura tão forte e eficaz que o povo criará
mais confiança em nossas ações do que no próprio

69
governo, abandonando os discursos vazios de
políticos demagogos e confiando em pessoas que
verdadeiramente fazem parte do povo e realmente
se importam com seus problemas. Esse é o nosso
ideal e esse é o chamado que nós ouvimos, essa é a
nossa luta e nela devemos obter a vitória.

VI

Orquestra do Caos

“Do pior caos pode surgir a melhor das


ordens”
I. Ouvimos os gemidos e a ruína ao redor.
Ouvimos o lamento e o pranto. Essa é a Orquestra
do Caos. Essa triste sinfonia tornou-se a norma
social. Nós ouvimos de modo constante os
mesmos lamentos, as mesmas reivindicações, as
mesmas tristezas e o povo que chora pelos mesmos

70
motivos. As maiores tristezas geralmente são
oriundas dos mais simples problemas.

II. A solução para cada uma dessas lamentações é


não apenas possível como completamente viável.
As pessoas morrem dos mais estúpidos modos. É
desnecessário que uma mãe ou um pai chorem a
morte de um filho vitimado pela extrema
violência; é desnecessário que alguém chore a
morte de um ente querido por não ter ele sido
atendido a tempo ou corretamente em algum
hospital. Todas essas são mortes evitáveis.

III. Nós enxergamos problemas que são


identificados e cuja solução é conhecida, mas
simplesmente pelo desinteresse, leniência ou
inércia, o pior acontece. Todos os anos nós
assistimos a um genocídio e um banho de sangue.
Inúmeras vidas, principalmente vidas jovens,
perdidas de modo irreversível, estúpido, gratuito e
desnecessário.

71
IV. Vidas que não podem ser recuperadas nem
substituídas. Esse é o valor que nossos jovens e
nossas crianças possuem: a precoce entrada no
além. Nossos próximos padecem dos mais
simplórios problemas. Definitivamente nós
vivemos em meio ao completo caos, e essa
paisagem caótica não é apenas material. Vivemos
também um caos moral, mental, cultural, estrutural
e social.

V. No campo moral, não enxergamos mais a


presença de valores e princípios sólidos e
definidos. Aliás, o que nós observamos é a
inversão completa de valores e o abandono total de
princípios. Ser bom tornou-se uma coisa má, e ser
mal se converteu em algo positivo. Defeitos de
caráter se tornaram mais louvados do que as mais
altas virtudes.

VI. A própria vida não possui mais valor. Mata-se


com tanta facilidade quanto se respira. E os
motivos para ceifar a vida de alguém são cada vez

72
mais fúteis e vulgares. Como podemos desejar a
melhoria de uma sociedade se ela não apenas se
encontra extremamente doente, mas nós mesmos
nos recusamos a ministrar a terapia adequada a
ela? Não somos, nós mesmos, muitas vezes
extremamente maus?

VII. Não tomemos esse caos apenas como algo


que emerge de baixo. Ele é também estabelecido
do alto. As instituições estão completamente
desacreditadas, pois não exercem seu papel. As
leis são injustas e nem mesmo estas leis injustas
são seguidas. O governo se empenha somente na
taxação de seus súditos, e as grandes corporações,
mancomunadas com estes governos pútridos, se
importam somente no ganho de seus lucros.

VIII. Os governantes não inspiram a menor


confiança, ética, moral e nenhuma virtude no
povo. Aliás, os governantes em geral são as piores
pessoas da sociedade. A ordem correta é a oposta a
essa. Aqueles que desempenham o governo devem

73
ser os mais preparados e aqueles cuja vida inspire
do melhor modo possível o mesmo
comportamento e a mesma postura ética em seus
governados.

IX. Quando a escória governa, todo o povo é


nivelado para baixo e se torna ainda mais vulgar e
imoral. Um governo fraco e corrupto e um
povo submisso e entorpecido são os elementos
chave para a criação de uma sociedade
desordenada e caótica. Percebemos a decadência e
a total desordem social quando a própria palavra
ordem se torna sinônimo de algo ruim, algo brutal
e extremamente indesejável. Se essa palavra com
um significado tão sublime e perene causa a pior
das reações em muitos corações, enxergamos que
o próprio desarranjo já se tornou a norma social.

X. Como movimento, devemos primeiramente


analisar o próprio caos individual presente em
cada um de nós. O modo como nossas vidas têm
seguido deve ser analisado e observado de modo

74
frio. Se isso acontece de um modo ruim, devemos
realizar as mudanças necessárias. Depois de
resolvermos o caos interior individual, devemos
analisar o caos do grupo. Como unidade que
somos, devemos criar o mais perfeito e harmônico
ambiente possível. A hierarquia, a estrutura e o
ordenamento devem ser claros, sólidos e definidos.

XI. Cada membro deve saber exatamente a sua


função e o seu papel a ser cumprido dentro do
grupo, o que deve fazer e a quem devem obedecer,
onde, quando e como deve agir e qual postura deve
adotar diante de cada situação e de cada pessoa. O
caos que existe fora do grupo deve ser evitado
completamente dentro dele.

XII. Antes de agirmos externamente ao nosso


movimento, devemos torna-lo um exemplo vivo,
um modelo ativamente antagônico a esta presente
norma social. Assim, nós mesmos nos tornamos
exemplos vivos de como a sociedade deve ser.
Esse exemplo positivo certamente move de modo

75
apaixonado os mais espirituosos homens e
mulheres.

XIII. Se fora a norma é a ignorância ou o


desinteresse em relação aos principais problemas,
nós devemos nos manter sempre em estado de
consciência em relação aos problemas; se a norma
seria permitir que pelos problemas mais simples as
pessoas passassem pelos maiores sofrimentos,
nossa regra deve ser a de sempre agir dentro de
nossas possibilidades para sanar esses problemas;
se a norma é agir de modo passivo em relação
àquilo que vemos de errado, a nossa regra interna
deve ser a ação e reação ao conjunto de efeitos e
causas negativos.

XIV. De modo direto e indiscutível, nós devemos


construir dentro de nosso corpo aquilo que
desejamos para a sociedade; como grupo, devemos
manter um nível de organização que inspire os de
fora; como pessoas, devemos nutrir as virtudes

76
mais altas que desejamos enxergar em nossa nação
e em nossos próximos.

XV. Se nós detestamos a corrupção, devemos


cultivar a honestidade; se nós detestamos a
mentira, devemos cultivar a verdade; se nós
detestamos a hipocrisia, devemos nutrir a
sinceridade e a objetividade, e assim por diante em
relação a todos os vícios, defeitos e desvios de
caráter que notarmos. Se nós combatemos
externamente aquilo que é vivo em nosso interior,
nossa luta é inútil e nós contribuímos para esse
caos de um modo tão grande que somos incapazes
de imaginar.

XVI. O primeiro ordenamento é o ordenamento


interior. Não devemos alimentar nenhum
sentimento utópico. Quaisquer perfeições sociais e
políticas são inalcançáveis e nós não devemos
nutrir sentimentos infantis e ingênuos. Nossa luta
não é por uma sociedade perfeita, pois, como
mortais, jamais seremos perfeitos.

77
XVII. Nossa luta é por uma sociedade o menos
caótica possível, o mais saudável possível e o mais
benéfica possível, de modo que o ambiente social
e coletivo possa fomentar nos indivíduos as mais
belas virtudes e os mais dignos comportamentos, e
onde possivelmente todos os indivíduos tenham
condições dignas de viver e exercer seus dons e
talentos, em uma organização que não se pauta
majoritariamente em torno do lucro e do capital.

XVIII. Uma sociedade donde saiam os mais


brilhantes líderes e os mais talentosos artistas, os
mais habilidosos artesãos e os mais produtivos
trabalhadores, os mais geniosos militares e os mais
dedicados cientistas, e, acima de tudo isso, os mais
dedicados pais e mães e os mais obedientes e
estruturados filhos.

XIX. Esse deve ser o nosso objetivo central e


nossa maior causa e nisso devemos basear nossas
ações. O nosso triunfo consiste em tornar possível
o triunfo de cada um de vós.

78
VII

A Hora mais Escura

“A escuridão é maior antes de o Sol


nascer”
I. A postura que devemos tomar diante do quadro
de grandes problemas que observamos em nossa
sociedade deve ser a da ação contínua. A mais
copiosa das reações é a da perplexidade, a revolta
temporária, a seguinte adaptação ao sistema e a
consequente inércia e desânimo.

II. A própria estrutura social fomenta a


normalização daquilo que justamente deveria ser
intolerável e inadmissível. Nós devemos rejeitar
esse ciclo. Primeiro, a perplexidade não significa
exatamente a compaixão e a empatia em relação ao
problema que se observa, mas sim, uma simples
reação de espanto diante de algo ao qual não
estamos habituados. A repetição desses problemas
79
elimina essa perplexidade, e aquilo que nos
causava espanto e repulsa passa a ser
gradualmente aceito por nossa percepção e o nosso
organismo.

III. A revolta temporária não produz nada de


benigno. Ela é tão somente a consequência da
perplexidade inicial. Em estado de revolta, não
raramente somos incapazes de analisar de modo
satisfatório os quadros, os elementos, as causas e
efeitos envolvidos em um determinado problema.
Nossa revolta não deve ser momentânea, mas sim,
contínua, e não deve bloquear nossa racionalidade.
Desse modo, aquilo que é injusto sempre nos
causará repulsa.

IV. A adaptação ao sistema é a resposta de nossa


mente e de nosso corpo à sucessiva exposição aos
mais diversos fatos e ao modelo de propaganda e o
formato da mídia em geral, que utilizam os
problemas para deles extrair lucro e se aproveitam
das mais variadas desgraças para obter audiência e

80
atenção massiva. A mente interpreta esse contexto
como algo absolutamente normal e não mais
aciona áreas responsáveis pelo instintivo medo ou
repulsa.

V. A inércia e o desânimo que se seguem são o


último estágio de cooptação do homem pelo
sistema. Agora, o outrora revoltado se torna
membro participativo dessa estrutura que antes lhe
trazia repulsa. Aquele que anteriormente combatia
o sistema de capital, agora o incentiva e nutre
esperanças de ascensão. Esse é o produto comum
resultante do incentivo ao caos e à ação da mídia
de massas.

VI. Nós, por outro lado, devemos agir justamente


nas horas mais escuras. Afinal, não observamos
nós que as horas mais escuras da madrugada
precedem o nascer do Sol? Quando o momento
nos parecer mais irremediável e os problemas se
mostrarem como irreversíveis, nós devemos agir e
atuar de modo produtivo e substancial. Não é hora

81
para o sono, não é hora de nos deitarmos nem
tempo para descanso.

VII. O momento exige ação, exige atenção,


prontidão e respostas rápidas e produtivas. E, mais
do que as ações imediatas, exige toda a nossa
capacidade estratégica. É a estratégia que assegura
a vitória e é a ação que a torna algo concreto e
alcançável. A turbulência externa não nos deve
atingir, não deve criar instabilidade interna. A
insegurança deve ser combatida em todos os
momentos, e os problemas mais simples devem ser
resolvidos de pronto modo.

VIII. Não raramente são as pequenas coisas que


destroem os grandes projetos e os grandes grupos.
Muitas vezes, o pequeno mal que não enxergamos
causa mais dano do que os imensos perigos e
ameaças. O tempo presente, pelo qual estamos
passando, é o tempo mais escuro e cuja penumbra
torna impossível uma visão apropriada para os

82
mais fracos. Não há como discernirem entre os
inúmeros vultos que aparecem e os rodeiam.

IX. Não nos é possível, por vezes, distinguir entre


amigo e inimigo, oponente e irmão, aliado e
opositor. Duas taças, uma de vinho e outra de
veneno, são igualmente atraentes e igualmente
saborosas. E quantas vezes nós mesmos tomamos,
de modo incauto, a taça com o veneno! Quantas
vezes, entre algo bom e ruim, optamos pelo ruim e
pelo pior, prejudicando nossa própria integridade e
a dos demais que vivem ao nosso redor.

X. Toda a escolha e toda ação não possuem efeitos


isolados. Tudo o que nós fazemos, em qualquer
esfera de nossas vidas, mesmo a mais íntima e
particular delas, repercute de forma positiva ou
negativa em graus maiores ou menores do que
imaginamos, em níveis e formas diferentes.

XI. Eis aí a razão de motivarmos os nossos


membros a construírem um caráter pessoal tão
forte, a ordenarem suas próprias vidas de modo
83
mais funcional e disciplinado possível, de
conviverem do melhor modo com suas famílias e
em seus lares, o motivo de incentivarmos o
fortalecimento de cada um deles em todos os
pontos.

XII. Isso acontece, pois somos conscientes de que


cada uma dessas mudanças e dessas pequenas
transformações são atos nobres de heroísmo e
trazem efeitos colaterais diversificados em torno
do núcleo social mais próximo, e até mesmo em
relação às pessoas desconhecidas. Quem de nós
pode mensurar o efeito que os atos de oferecer
alimento, abrigo, água, dignidade, moradia,
trabalho e respeito podem causar em quem é alvo
destes atos? Quão grande é o efeito para uma
pessoa abandonada, considerada abjeta, rejeitada
pelo sistema econômico e social, desprovida de
qualquer qualificação e poderio financeiro ao
receber amparo, receber uma função e a partir daí
mudar de modo radical a sua mente, seu corpo e
através disso vislumbrar um novo sentido de vida!
84
Eis aqui o fato de que nós devemos justamente
empenhar maior esforço, maior dedicação e maior
investimento justamente nos momentos mais
sombrios, nos momentos mais caóticos e nas horas
mais tumultuadas, pois é justamente nesse instante
em que nossos atos são mais proveitosos e mais
essenciais.

XIII. Aquele que está farto de comida não precisa


de alimento, aquele que vive em uma grande
mansão não teme ficar desabrigado, aquele que
possui grande poderio financeiro não teme a
pobreza (a menos que tenha passado uma
experiência financeira traumática anteriormente),
aquele que possui água para beber não teme em
desperdiçá-la, logo, muitos desses indivíduos
parecem crer que são inatingíveis.

XIV. Como o próprio Cristo disse, nós não viemos


para aqueles que estão sãos, mas sim, para aqueles
que estão doentes e sofrem. Nós somos como os
médicos que irão ministrar a cura para a sociedade

85
decadente. Uma crise pode derrubar mesmo o que
está mais alto. Qualquer um que não faça parte da
Elite dominante, por mais rico ou próspero que
seja, continua sendo um pobre. Ele é apenas menos
pobre do que aquele que está em condição de
miséria.

XV. Entretanto, basta que alguém adquira alguma


posse ou alguma condição maior para não mais se
enxergar como parte do povo, mas sim, acima dele
e além dele. Nada dura para sempre, e mesmo o
mais arrogante e rico dos homens pode ser lançado
à miséria. Que faremos com este? Negaremos-lhe
auxílio? Afinal, não foi arrogante? Nós devemos
ajudar todos os que de fato desejarem apoiar nossa
causa e se comprometerem de modo sincero a
obedecer aos nossos ideais e as nossas direções.

XVI. Nós mesmos, podemos um dia precisar da


ajuda daqueles os quais um dia negamos estender
as nossas mãos. O sentimento de fraternidade deve
ser algo indiscriminado a todos aqueles que

86
necessitarem desde que estes cooperem e se
mostrem desejosos de fazer a sua parte e realizar o
seu trabalho. Nada é concedido gratuitamente, e o
preço que nós exigimos em troca é pago com suor,
dedicação, gratidão e empenho.

XVII. Os indivíduos devem se fazer merecedores.


Devem se fazer dignos de receberem ajuda e
investimento dos demais. Aqueles que não
procedem assim, e são tomados de um espírito de
aproveitamento e preguiça, devem sofrer a rejeição
e o abandono à própria desgraça. São diferentes
dos incapacitados que, por limitações físicas ou
mentais, são inabilitados para qualquer trabalho.
Estes preguiçosos possuem, por vezes, a saúde
física e mental em perfeito estado, mas agem como
aproveitadores insolentes.

XVIII. Nós sabemos que esse não é o caso


daqueles que verdadeiramente sofrem. Os homens
simples e sofredores são extremamente esforçados
e trabalhadores, lutando para sua própria

87
sobrevivência e a manutenção de sua família. Tudo
o que estas pessoas receberem de nossa parte é
mais do que justo e merecido, pois eles contribuem
com seu suor e seu sangue para o nosso próprio
sustento. Desse modo, quando ajudamos alguém
nessa situação, não estamos fazendo nada além de
garantir a justa retribuição que estas pessoas
simples que garantem nossa moradia, nossa
alimentação, nosso conforto e nossa sobrevivência.
Lutamos no momento mais escuro justamente pelo
desejo que temos de trazer a luz do sol a estas
pessoas.

XIX. Devemos agir como luz em meio às trevas e


este é justamente o nosso momento mais escuro, e
certamente constitui uma pequena penumbra
comparada a uma escuridão imensamente maior
que ainda está por vir, não sendo de nosso
conhecimento quando, como, onde e por quanto
tempo. Mas mesmo nessa hora, nós lutaremos e
iremos triunfar.

88
VIII
Nova Aurora
“A escuridão não dura eternamente”
I. Por qual razão lutaríamos se não acreditássemos
na vitória? Uma guerra só faz sentido se há
oportunidade e viabilidade para vencer. Uma
guerra impossível, entretanto, pode valer a pena.

II. Nós temos em mente a consciência de que o


mal em si jamais será totalmente eliminado, ao
menos não por nossas mãos. Isso significa que
temos uma escolha diante de nós: ou nós nos
tornamos discípulos do niilismo, negando todo o
propósito para a vida e nossa existência, já que nós
seremos incapazes de extirpar todo o mal do
mundo; ou nós optamos por lutar incessantemente,
mesmo que a vitória total jamais seja alcançada.
Qualquer um que carregar o estandarte da Legio
Rex deve escolher a segunda opção. Nós
89
vislumbramos, por detrás da escuridão, a
oportunidade de trazer uma nova aurora.

III. Essa nova aurora será um período de maior


dignificação do homem e de uma sociedade
disciplinada, estável, organizada, estruturada e
saudável, onde a importância dos sujeitos não seja
estabelecida por suas posses materiais, mas sim
pelo quanto eles contribuem para com a
comunidade, o quanto eles são capazes de inovar e
o quanto são capazes de realizar em prol do
benefício comum. Uma nova aurora onde os
homens se enxerguem como aliados, e não mais
como concorrentes ou competidores entre si.

IV. Onde a competição não seja por uma carreira,


ou por qualquer vaga, mas sim, para superar os
próprios limites físicos e mentais, superar os
outros em competições esportivas e alcançar o
pódio, um modo sadio de estabelecer o espírito
competitivo e amadurecer o espírito guerreiro e
heroico.

90
V. Tal sociedade pode nos parecer inalcançável, e,
de fato, talvez nunca a consigamos construir nas
proporções que nós imaginamos. Entretanto, o
objetivo de alcançar esse nível civilizatório nos
fará, certamente, avançar, mesmo que de forma
lenta, no rumo à concretização desse objetivo.

VI. De fato, a idealização de um modelo social tão


utópico aos nossos dias e tão exógeno à nossa
realidade atual não deve servir com o objetivo
principal de ser alcançada, mas sim, permitir que
nós possamos sair de onde atualmente estamos,
avançando como pessoas e como grupo, e trazendo
melhoria real ao nosso povo e às nossas
comunidades.

VII. Como podemos agir de modo salutar para


atrair esta nova aurora, esta nova época de
prosperidade em todos os níveis, e, no principal
deles, a prosperidade da dignificação humana e do
espírito?

91
VIII. Trazemos esta nova aurora a cada momento
em que estendemos nossas mãos para aqueles que
necessitam, quando instruímos os nossos jovens
nos bons caminhos e cuidamos dos mais velhos,
quando nós preservamos a estrutura familiar,
quando nós melhoramos o espaço onde vivemos e
as pessoas que somos, enfim, sempre que
realizamos algo de bom e para o bem.

IX. Em cada um desses momentos, nós trazemos


pequenos raios de luz que são prelúdios para a
nova aurora que destruirá todas as trevas. E,
mesmo que não sejamos seus realizadores finais,
certamente faremos parte do grupo daqueles que
foram o prenúncio desse triunfo. De todo o modo,
a vitória será nossa, pois fizemos parte da batalha.
Nós não devemos esperar apenas um momento e
um único evento definitivo, como a solução final
para todas as coisas.

X. Tal tarefa não cabe a nós, mortais, mas sim ao


aspecto divino. Como mortais, nos cabe realizar

92
aquilo que está ao nosso alcance. Cada pequeno
gesto para a nossa causa é uma grande vitória, é
uma nova aurora. A aurora que desejamos trazer
não é apenas o momento do nascer do Sol, mas
sim cada um dos pequenos raios que trespassam a
escuridão da madrugada. Nós devemos agir como
a própria encarnação desses pequenos raios.

IX

Nossa Bandeira

“Hoje o vento fará nossos estandartes


tremularem”
I. Nossa insígnia trás a figura de um lobo
ornamentada como eram as figuras nos estandartes
das legiões romanas que marchavam por todo o
Mundo conhecido. Os nossos desenhos, sinais,
símbolos, signos, estandartes, bandeiras, nossos

93
uniformes, nossas camisas, toda a nossa estética é
aquela que remonta ao mais puro espírito
falangista.

II. Nosso movimento é falangista, e nisso


embasamos a nossa doutrina e o nosso código, e
nesses pilares repousa a nossa sagrada filosofia
pura e imaculada. Os sinais que nós utilizamos são
todos eles possuidores de significado. São vivos e
expressam sentimentos, ideais e mensagens que
saem de nossos corações e de nossas almas e são
impregnados no papel, no pano, no tecido, nos
muros, nas bandeiras, nos dilemas, nos desenhos e
em nossa propaganda. Nós optamos pelo realismo
justamente por esse motivo.

III. A nossa propaganda é a simbologia de nosso


movimento, e tudo aquilo que dizemos, fazemos e
divulgamos tem o objetivo claro de atingir o
espírito, o coração e a mente de todos. Nossa
propaganda é a expressão viva de nossos desejos,
objetivos e planos. Devemos dar total ênfase e

94
impregnar os nossos símbolos com tamanho poder
que, ao serem avistados, exerçam imensa força de
influência nos corações e mentes. Símbolos vazios
de significado são reflexos da falta de vocação dos
movimentos que os ostentam.

IV. Nós possuímos a mais forte forma de vigor, o


sangue, a paixão, a determinação e o espírito
suficientemente fortes para que as veias de nosso
movimento sejam insufladas com o mais puro e
elevado nível de significação filosófica, metafísica
e existencial. Nós temos motivação para nossa
existência, temos significado e motivos para
nossos atos e movimentos.

V. Logo, nossos símbolos devem ser o reflexo


vívido de tudo isso. Quando usamos a espada e a
foice, representamos a força da disciplina e a união
com o trabalho contínuo. Quando usamos a figura
do lobo, estamos transmitindo a mensagem de que
nós nos espelhamos neste animal. Quando nós
usamos a figura de um leão, comunicamos a

95
nobreza de nosso movimento e a força imbatível
de nossa máquina.

VI. Usamos o sol com seus raios para simbolizar a


nova aurora, usamos a espada com o fundo negro
para simbolizar a pequena fração de luz que
trazemos em meio à escuridão. Usamos estes e
muitos outros símbolos, alguns de significado tão
elevado que seu sentido passa longe da
compreensão do imenso público leigo e não os
convém, antes de se prepararem, descobrirem seus
significados. Os nossos símbolos não transmitem o
ideal de uma única ideologia, não manifestam os
desejos de apenas uma linha de pensamento, nem
significam a expressão de um grupo específico.

VII. Isso é existente pelo fato de que nós não


somos identificáveis como o são todos os outros
grupos, preocupados em se encaixarem na
compreensão geral, imaginando que assim
conquistarão apoio massivo. Esquerda, Direita,
Centro, são posições cartesianas que não nos

96
interessam, pois nós estamos além desse
cartesianismo político pouco frutífero e altamente
débil.

VIII. Capitalismo, Comunismo, Anarquismo,


Fascismo, Comunitarismo, Cooperativismo, todos
os ismos que nada significam sozinhos senão o
egoísmo. Temos a total liberdade para, de acordo
com nossa vontade, extrair de todos estes ismos
tudo aquilo que filtramos como benéfico e utilizar
a nosso favor.

IX. Como seremos identificados ou como seremos


enquadrados pouco nos importa. Se nos
considerarão pertencentes a esta ou àquela escola,
a esta ou aquela filosofia, a este ou aquele
extremo, a uma ou outra visão política, pouco nos
interessa. Interessam nossos atos, interessam
nossas ações, interessa aquilo que nós
verdadeiramente somos e quem nós
verdadeiramente queremos ser. Essa é a diferença
entre a nossa bandeira e os nossos símbolos e os

97
sinais dos outros movimentos: os nossos símbolos
são mais elevados, são superiores, são mais
espirituais, são mais completos, são mais
abrangentes, são mais significantes e são mais
expressivos, isso justamente pelo motivo de não
serem unilaterais, não expressarem uma visão
estrita, mas sim, todo um ideal maior do que nossa
própria imaginação. Nossos valores não podem,
por sua grandeza, ser compilados em um só livro e
se encaixar em uma só ideologia.

X. Nós defendemos o trabalho e o progresso


individual, o amadurecimento e a evolução do
indivíduo ao mesmo tempo em que defendemos o
bem estar social e o bem comum à comunidade;
defendemos a ordem e a estrutura centralizada
num organismo social bem como defendemos o
direito de existência das culturas regionais e dos
diversos povos e línguas; defendemos uma forte
indústria nacional bem como defendemos a
gradual autossuficiência das comunidades;
defendemos o nacionalismo assim como
98
defendemos a união dos povos em comum;
defendemos o indivíduo assim como defendemos o
grupo; defendemos um governo de Esquerda, de
Direita ou de Centro quando qualquer um destes se
coloca verdadeiramente em oposição ao sistema
vigente, ao imperialismo liberal e ao canibalismo
econômico.

XI. Nós avançamos, recuamos, viramos nas


bifurcações e retornamos de onde viemos
prosseguindo para onde queremos chegar. Nós
somos donos dos nossos pés, mãos, boca, olhos,
ouvidos e mentes. Nós criamos e moldamos nossa
ideologia e as nossas bases filosóficas. Aos fracos
deixamos o unilateralismo e a visão dualista
apropriada para os mais ignorantes.

XII. Aqueles que têm o desejo de nos encaixar em


algum dos pacotes pré-determinados sempre se
encontrarão em dificuldade, pois, enquanto nós
agimos de um modo que lhes cria a ilusão de
conseguirem determinar quem nós somos logo

99
tomamos uma ação que derruba a primeira
conclusão. Nós somos “a Direita da moral e a
Esquerda do trabalho, o progresso do homem e a
manutenção da tradição, o centro das opções e a
bifurcação dos ideais; somos a Direita da
Esquerda e a Esquerda da Direita, a reunião das
teorias políticas, filosóficas, sociais e econômicas
e ao mesmo tempo a negação de todas elas, somos
todas estas coisas e ao mesmo tempo, nenhuma
delas”. Nós somos a perfeita esfera, sem pontas,
sem arestas, sem quinas, sem lados.

XIII. Uma forma perfeita e inalterável, fixa, e, ao


mesmo tempo, extremamente maleável.
Conseguimos superar todas as outras formas
geométricas quando nossos oponentes ainda estão
presos ao plano cartesiano, lutando contra o
próprio reflexo. E, de fato, estes lados
aparentemente opostos nada mais são do que
irmãos gêmeos, os dois lados da mesma moeda, as
duas mãos do mesmo demônio, cabeças da mesma
Hidra. São as respostas reflexivas de espelhos aos
100
movimentos uns dos outros, e nada mais do que
isso. Igualmente incapazes de oferecer medidas e
propostas realmente ponderadas e saudáveis à
sociedade. Uns se focam excessivamente no
indivíduo e louvam o individualismo egoísta,
colocando como maior objetivo de vida a
prosperidade e o enriquecimento individual,
colocando a economia como a mais importante
atividade humana e colocando o homem a serviço
dessa atividade, quando o correto seria exatamente
o oposto.

XIV. Negam a importância da sociedade, negam a


necessidade da disciplina, negam o valor da
estruturação em equipe e da empatia humana. São,
em uma síntese resumida e perfeita, os sacerdotes
de Mamom. Outros, imaginando promover a
igualdade entre os homens, lhes negam qualquer
oportunidade de avanço, já que são incapazes de
perceber que equanimidade é superior e mais
perfeita do que igualdade ou puro igualitarismo.

101
XV. Não valorizam os esforços individuais e
colocam inúteis vadios ao mesmo patamar de
trabalhadores esforçados. Compadecem-se mais
dos malfeitores do que de suas vítimas, e, em sua
suposta luta contra as elites, promovem a
degeneração moral total que somente facilita a
dominação dos mestres do mundo, tornando o
homem um ser desprovido de moral e de virtudes,
um animal mais facilmente domesticável e
domado.

XVI. Destroem a unidade familiar, causando


prejuízo justamente àqueles que mais dizem lutar e
auxiliar, que são aqueles mais humildes e pobres.
Prometendo um mundo impossível, levam o
homem à estagnação em torno de um ideal que
nunca se torna concreto, pois é tão pueril quanto
infantil. Estes dois extremos dizem, da boca para
fora, se odiarem e se esforçam em aparentar uma
completa diferença de um para o outro. Mas
esqueçamos de seus ideais, suas ideias, seus
discursos, suas filosofias, seus livros e os
102
pensadores que dizem seguir, e analisemos
friamente os seus atos.

XVII. Como eles costumam atuar, como eles


agem, o que fazem e quando fazem e qual a razão
de fazerem isso. Então, desse modo, facilmente
iremos perceber que um é tão inútil quanto o outro.
Seus militantes são desprovidos de moral sólida,
de igual modo degenerados e promotores da
degradação.

XVIII. Uns por abertamente apregoarem a quebra


dos valores em nome de um progressismo que
nada mais significa do que o avanço rumo a um
precipício; outros por vestirem uma roupagem de
defesa à “moral e aos bons costumes” quando em
sua maioria são hipócritas incapazes de realizar o
menor gesto de bondade e são tão trapaceiros
quanto cambistas, defendendo valores que nem
mesmo eles seguem.

XIX. Ambos odeiam o povo. Uns por enxergarem


nos populares, que mais deveriam se aliar em suas
103
causas, uma massa dominada pela elite econômica
– a burguesia – mais interessada em consumir e
alcançar novos patamares sociais do que se aliar à
sua causa internacionalista. O outro lado odeia o
povo justamente por imaginar que todo ele é, em
sua maioria, composto de vadios aproveitadores
prontos a viverem à custa de seu dinheiro.

XX. Os dois lados acreditam que o povo está


inteiramente aliado ao conjunto de ideais do outro
extremo, e ambos acreditam que o lado oposto
possui alguma elite que permite a supremacia de
seus opositores, quando exatamente essa elite que
pensam caracterizar nada tem em correlação com
esta visão, criando os dois lados para perpetrar
uma ilusão de alternativas e escolhas. Os dois
lados estão a serviço do mesmo mestre e fazem
parte da mesma sinarquia, por mais que se
enfrentem.

XXI. São tropas contratadas pelo mesmo soberano


que apenas deseja saciar sua sede por massacre e

104
caos. Nenhum destes dois extremos se importa em
resolver problemas ou situações. Sua preocupação
é apenas em estender um combate inútil e um
debate de surdos e mudos. Sua intenção é provar
quem está certo e quem está errado, quem é
verdadeiro e quem é falso, quem é superior e quem
é inferior. E enquanto isso a catástrofe se alastra,
os pobres continuam abandonados e os que sofrem
padecem ainda mais.

XXII. É a distração perfeita para a manutenção da


casta parasitária política e financeira que
governam a nação e o mundo. Jogam os ossos no
meio do campo para assistirem os cães brigarem
entre si e se matarem por aqueles pedaços. Nós
não queremos provar uma tese, provar uma
filosofia, testar uma ideologia, seduzir os ouvintes
com projetos, promessas e campanhas inúteis.

XXIII. Nós queremos agir, queremos resolver


problemas e melhorar situações e lugares, moldar
pessoas e aprimorar o seu caráter, tornar o mundo

105
mais belo e expandir essa beleza para dentro de
cada indivíduo; desejamos sanar as misérias mais
aviltantes, desejamos combater o deserto que se
faz presente em suas mentes e espíritos.

XXIV. Desejamos recuperar e salvar vidas,


receber de braços abertos àqueles que ainda virão e
despedir de modo honroso daqueles que se foram.
Enquanto os outros apenas falam, nós devemos
agir. Os nossos símbolos significam ideais, mas,
acima disso, significam ação. Por isso mesmo
optamos por um estilismo militarista, pois
apreciamos a capacidade tática e a ação típica
daqueles que fazem de seus corpos máquinas de
batalha. O ideal é agir como os samurais agiram,
unindo o refinamento intelectual ao espírito
combativo.

XXV. Estes, ao mesmo tempo em que eram


capazes de escrever um belo poema, em instantes
poderiam eliminar um inimigo com um só golpe. E

106
assim devemos agir, unindo teoria e prática,
refinamento e selvageria, serenidade com ímpeto.

XXVI. Adotamos diversos animais como


simbologia de nossos ideais. Cada animal que nós
usamos como símbolo possui um tipo de valor
específico o qual procuramos encarnar em nosso
movimento. Deles, o maior é o lobo, o nosso
animal mais utilizado e cujos aspectos mais
admiramos em comparação com o nosso grupo.

XXVII. Cada grupo dentro da Legio Rex possui


uma bandeira própria se os seus membros criarem
uma, dentro dos parâmetros e da simbologia
interna que nós estabelecemos. Mas todos eles,
indiscriminadamente, devem carregar o estandarte
oficial que é a maior de todas as nossas bandeiras.
Nossas camisas oficiais são pretas e possuem a
imagem do lobo, na frente e nas costas, com a
inscrição “SEMPER ANIMVS INSIGNIA” na
parte de trás. Nossa camisa não é uma moda, não é
uma lembrança, é um uniforme e apenas os

107
membros participantes podem utilizá-la. Ela
carrega a imagem do lobo selvagem que é o nosso
símbolo maior, exibindo a síntese guerreira e
heroica que procuramos transmitir a todos aqueles
que visualizam nosso movimento.

XXVIII. Possuímos também algumas insígnias,


medalhas, correntes e aparatos com simbologias
específicas concedidas aos nossos membros em
honra e reconhecimento aos seus feitos e esforços
que tanto contribuem para a nossa causa. Cada um
desses itens possui um valor metafísico específico,
como por exemplo, alguns deles simbolizam a
coragem, a força, a inteligência, a bondade, e
tantos outros valores. Quando reconhecemos algo
que um de nossos membros faz, reconhecemos não
apenas o ato em si, mas o valor por detrás daquele
ato, exatamente aquilo que motivou o adepto a
realizar tal empenho.

XXIX. Enquanto um ato físico pode ser tão


somente algo momentâneo, os sentimentos que

108
permeiam os homens podem ser intensamente
duradouros. E mesmo que nós sejamos muito
amantes da ação, valorizamos em essência os
sentimentos, valores e atos que movem os espíritos
dos homens.

XXX. Os diferentes símbolos que possuímos são


de instrução interna aos nossos membros, mas seus
significados podem ser entendidos pelo público
geral, desde que qualquer um se esforce em um
mínimo de estudo acerca da nossa simbologia, que
não constitui um ocultismo em si, mas sim, o
emprego de antigos sinais e desenhos tão
comumente utilizados em muitos grupos do
gênero.

XXXI. Nesse ponto, não desejamos a


originalidade em primeiro lugar, e sim o conteúdo
e significado dos nossos símbolos. Dependendo do
ato que vamos realizar, utilizamos um ou outro
símbolo com o valor que julgamos mais
condizente com a ação que vamos tomar.

109
XXXII. Mas, em todas essas ações, utilizamos
nossas camisas e o símbolo de nosso animal
oficial, que é o lobo selvagem. Sempre agimos
caracterizados para que as pessoas possam nos
reconhecer e possam enxergar a ação de nosso
movimento. Elas devem saber quem esteve ali, o
grupo a quem pertence e as motivações desse
grupo. Nós não devemos ocultar a nossa
identidade, não devemos agir de modo anônimo,
pois cada um de nós que toma um ato de bondade
não toma em seu próprio nome, mas sim, em nome
do movimento. De fato, é importante que nós
organizemos nossos protestos, atos, passeatas e
demais ações de caráter militante e ativista.

XXXIII. Mas muito mais importante do que


sermos vistos em manifestações é a nossa presença
contínua e diária na vida da população, nos
problemas mais comuns e em ações de todos os
níveis de importância. São justamente nesses
campos que nós faremos a diferença e onde os
nossos símbolos mais farão sentido e mais terão
110
significado. O nosso objetivo no campo da
simbologia é fazer com que a nossa bandeira,
nossos símbolos e os nossos motes sejam
reconhecidos por toda a parte e por todas as
pessoas, amados por nossos amigos e odiados por
nossos inimigos.

XXXIV. Cada símbolo possui um significado


maior, de modo que não são meras representações
gráficas. Possuem significado transcendental e
superior. Nossos símbolos são o reflexo de nossa
vontade, eles são o reflexo de nosso espírito, são a
manifestação material de nossas vontades e
desígnios imateriais, a superação da simples
limitação.

XXXV. Em nossa bandeira portamos a espada e o


martelo cruzados; a espada da luta, do espírito
guerreiro, do heroísmo, do fortalecimento do
indivíduo, do espírito combativo; o martelo,
símbolo do trabalho, do povo, da comunidade.
Honra e trabalho unidos para nosso ideal.

111
X

Encarnando o Lobo

“Fortes sozinhos, invencíveis unidos”


I. Fazemos do lobo o nosso maior símbolo e o
principal dos animais nos quais nós admiramos
seus atributos. Estudemos, pois, a figura e o
significado do lobo. O lobo selvagem é um animal
extremamente ágil, veloz e astuto. Possui uma
excelente audição e um faro incrível. Suas patas
são ágeis e sua resistência é louvável. São
verdadeiras máquinas de caça e de combate. Toda
a sua constituição fisiológica é feita para a arte de
caçar e de sobreviver. Os lobos são fortes sozinhos
e em grupo.

II. Eles são capazes de sobreviver e de caçar


individualmente, e aumentam sua proteção em
bando. São extremamente cuidadosos com sua
prole e extremamente territorialistas. Não temem

112
nem mesmo o homem, e são capazes de desafiar
qualquer oponente que lhes apareça pelo caminho.
Quando trabalham em grupo, são capazes de caçar
e abater animais muito maiores e mais fortes,
demonstrando que a inteligência e o trabalho em
grupo superam o tamanho e a força bruta
individual.

III. Cada bando possui um líder, conhecido como


macho alfa. Esse líder conduz o bando e
estabelece uma conexão entre os integrantes que,
sem uma liderança efetiva, combateriam entre si
de modo encarniçado. O macho alfa é um
elemento de liderança e unificação para o grupo, e
sua posição está se sempre em risco perante
machos rivais, o que o obriga a sempre lutar para
conservar o seu poder.

IV. Diferente dos humanos, os lobos são


governados pelos mais aptos e fortes. Nós
parecemos preferir o governo de fracos, incapazes
e de homens baixos, vulgares e sem nenhum tipo

113
de preparo ou de valor substancial. Nesse ponto, os
lobos são muito melhor governados do que
qualquer um de nós, pois eles possuem líderes, e
não políticos. Estes animais suportam um frio
extenuante, graças a seus longos pelos. De fato,
sua pelagem não é a melhor das camuflagens,
geralmente sendo os lobos pretos ou acinzentados,
embora muitos deles sejam de pelagem branca.
Entretanto, sua audição, sua velocidade e o seu
faro lhe dão larga vantagem em relação às suas
presas.

V. Os lobos trabalham em equipe utilizando


estratégias muito semelhantes às táticas militares
mais avançadas, e há inclusive uma divisão de
tarefas para cada um dos integrantes do bando
quando empregam uma caçada. Observemos a
imagem de um lobo. Um animal de uma figura
sublime, majestosa, guerreira, heroica, destemida,
desafiadora, forte, altiva e, de certo modo,
imaterial.

114
VI. O lobo parece transcender a nossa natureza
humana. Ele supera e vai além das nossas próprias
estruturas. O lobo é expansivo, o homem em geral
é estacionário e sedentário. O lobo é destemido, e
o homem em geral é covarde e facilmente
amedrontado.

VII. O lobo parece muitas vezes cuidar melhor de


sua prole do que muitos dos ditos humanos. Um
animal nobre e altivo, enquanto a maioria dos
homens parece se esforçar para sua própria
degradação e vulgaridade. Se tal animal é capaz de
apresentar valores tão elevados, nós como seres
racionais somos obrigados a nutrir de modo muito
mais intenso todos esses valores.

VIII. Essa figura nos inspira os valores mais


elevados. A nobreza do lobo deve ser inspiração
para a nossa própria nobreza e a construção
contínua dela. Sua coragem e bravura devem nos
motivar na tomada de atos heroicos. A covardia
deve ser extirpada de nosso caráter e o medo deve

115
ser superado de forma constante. Devemos tomar a
força individual do lobo para o reforço de nossas
estruturas individuais, bem como devemos tomar a
força de grupo destes animais como modelo e
exemplo para a nossa força de equipe. O lobo é,
devido às suas características peculiares, um
animal perfeitamente adequado para sintetizar os
valores, significados e ideais de um movimento
falangista como o Legio Rex.

IX. O nosso caráter disciplinar, nossa organização,


nossos valores e o nosso espírito guerreiro, nossa
revolta contra o mundo moderno, nossa união
como corpo e a nossa força individual são
perfeitamente casáveis com a figura selvagem do
lobo, e este animal nos servir como o maior dos
modelos e o mais inspirador dos ícones.

X. Nossa força deve sempre ser inspirada no fato


de que, tal qual o lobo, nós vivemos para a caça.
Nossa vida é uma caçada e nossa sobrevivência é
conquistada dia após dia. Nós precisamos uns dos

116
outros e somos mais fortes em equipe. Somos
seres sociais imersos em um mundo cada vez mais
individualista que presta culto à arrogância, à
ganância e ao egoísmo. Daí surge a nossa revolta
contra o mundo moderno. Surge do fato de que a
cultura atual não mais comporta o espírito do
homem. Torna-o também um objeto, uma
máquina. A desumanização do homem torna-se a
norma.

XI. Nós não desejamos perder nossa humanidade,


nosso espírito combativo, nossa expansão, nossa
energia e nossa rebelião contra esse conjunto de
estruturas é uma resposta necessária, útil e vital
para nossa sobrevivência. Desse modo, o lobo se
torna um símbolo de dissidência, o que trás um
caráter simbológico e estético ainda mais forte ao
nosso movimento dissidente. Se nós estamos
contra o sistema, então somos a resistência, e se
nós reforçamos essa oposição, nos tornamos
dissidentes. Encarnar o lobo significa encarnar
estes valores típicos do lobo.
117
XII. Significa tornar parte de nossa própria
essência, de nossa própria carne e espírito todos
estes aspectos tipicamente combativos e heroicos.
Encarnar este animal significa que nós devemos
cultivar um caráter tão combativo e selvagem que
todos os aparatos tipicamente burgueses e toda a
etiqueta tipicamente inútil que compõe a falsa
educação e a falsa harmonia se tornarão estranhos
e inconvenientes a todos nós.

XIII. As únicas amizades válidas serão as


verdadeiras, a liderança será somente concedida
àqueles que forem merecedores, as únicas alianças
serão com aqueles que possuem os mesmos ideais
e objetivos. O lobo não é um ser hipócrita,
demagogo e falso. É verdadeiro, direto e instintivo,
e nós devemos cultivar esse caráter instintivo de
um modo tão produtivo que consigamos interpretar
e repelir os nossos inimigos de modo intuitivo e
imediato, tal qual o lobo fareja o perigo à
distância. Quando aos homens faltam valores e
princípios heroicos, devemos nos inspirar em
118
animais selvagens, e o lobo é um animal que
perfaz todas as melhores qualidades que
procuramos.

XIV. Se o homem é adormecido, o lobo é um


animal sempre atento, e se o homem por vezes
deixa de se importar com os seus, em uma matilha
o alimento sempre é partilhado. O homem come e
vive na medida em que consegue reunir posses
materiais para adquirir tudo isso. Os lobos
dependem de sua habilidade, seu trabalho e sua
astúcia. Adquirem seu mantimento por seu esforço
e merecimento, e o seu sistema é em muitos
aspectos mais racional e inteligente do que toda a
nossa superestrutura social.

XV. Assim como a matilha faz, nós devemos


fazer. Devemos repartir o que conquistamos,
devemos dividir os nossos despojos e devemos
comemorar em grupo as nossas conquistas, por
menores que sejam. A glória de nossos atos
pertence a todos os que tomam parte neles. Da

119
mais alta posição hierárquica até o mais recente
neófito, todos os frutos são mérito de todos
aqueles que auxiliam em nossa causa. Aquele que
encarna o lobo defende o seu próprio nome e o seu
lar, e, acima de tudo, defende aqueles a quem ama.
Defende sua honra, sua dignidade, sua prole e seus
princípios. Não molda seus valores de acordo com
modismos passageiros, e não abre mão de seus
princípios e de suas virtudes, não importando o
que outros digam ou façam.

XVI. O homem que encarna o lobo sabe cuidar de


si mesmo e sabe cuidar dos seus, sabe garantir sua
sobrevivência e seu sustento, não pode ser
domesticado nem domado, pois os seu espírito é
indomável. Nada pode prendê-lo ou subjuga-lo, e
mesmo que façam mal a seu corpo, seu espírito
ficará intocável, pois sua fortaleza é tamanha que
ninguém pode acessar o seu âmago e a sua
essência. Antes da batalha, devemos nos imbuir de
todos esses valores, e isso nos tornará invencíveis.
Encarnar o lobo é o primeiro passo para despertar
120
o espírito guerreiro e heroico, e nós iremos
comemorar triunfalmente depois de cada batalha.
Quando tomamos a síntese de um animal tão
nobre, o nosso caráter se torna também nobre e o
nosso movimento se transforma em algo
edificante. O nosso caráter deve inspirar a melhora
do caráter de todos os que estão ao nosso redor, e o
nosso movimento deve inspirar, através de suas
ações, as ações produtivas de todos os corações,
mentes e espíritos.

XI

O Espírito Guerreiro

“Guerra pela Paz”


I. Antes de identificarmos o que é propriamente o
sentido e o significado do espírito guerreiro,
devemos identificar o que é covardia e temor.

121
Covardia é omissão. Ser covarde é se omitir de
suas obrigações como pessoa, se omitir em relação
à sua palavra, se apegar apenas ao que lhe é
conveniente e não se importar em prejudicar
outrem para benefício próprio.

II. É ser incapaz de defender a própria honra, o


próprio nome e a própria dignidade, isso quando
esses elementos são presentes, pois o covarde em
geral não possui essas qualidades. Ser covarde é
ser incapaz de defender a própria família. O
covarde é o último a chegar, o último a se dispor
em face de algum problema e o primeiro a fugir
em ocasião de perigo ou obstáculo, e diante da
menor complicação, se esconde.

III. O covarde é estático, sedentário, preguiçoso,


repulsivo, aproveitador, omisso, negligente,
imprudente, individualista, egoísta, oportunista,
falsificador, plagiador, amante da ociosidade,
amante da facilidade, presente somente nos bons
momentos e nas festas e sempre se omitindo nas

122
dificuldades e nas batalhas, amante de si mesmo e
narcisista, autoconfiante e falastrão. Em sua boca
não cabem tantas palavras e tantos discursos
surgem do além e se arremetem em seus dentes
ganhando forma através de sua voz, faz mil planos
e não realiza nenhum, é incapaz de concluir algo e
incapaz de reagir diante de uma situação
dramática, abandonando até mesmo as pessoas
mais próximas a ele.

IV. Ele é a desgraça de qualquer lar, a vergonha de


qualquer família, a ruína de qualquer movimento e
a derrota de qualquer país. Em suma, o covarde é
parte integrante da escória da humanidade, tendo o
seu valor abaixo do de qualquer verme, inseto ou
praga, sendo ele mesmo uma das piores pragas.
Quantos generais não foram derrotados por conta
de covardes em suas fileiras? Quantas nações não
foram arruinadas por conta de confiarem sua
segurança aos covardes? Quantos homens caem
das maiores alturas por confiarem em bajuladores
que em suas palavras se mostram amigos e
123
corajosos, mas diante do perigo logo se revelam
covardes e inúteis. Os covardes sempre existiram
em todo o momento da história da espécie
humana. Porém, provavelmente a covardia nunca
foi tão incentivada quanto o é no mundo atual.

V. Tudo ao redor de nós colabora para a criação de


um espírito covarde e omisso, tornando homens
em garotos fracos desprovidos de qualquer senso
de dever, irresponsáveis para si mesmos e para
com os outros. A cultura de consumo cria um
extremismo de confiança e segurança. Quando o
homem precisava caçar para comer, ele
naturalmente devia criar um caráter forte. Não há
meio mais eficiente de tornar os homens fracos do
que lhes conceder segurança e conforto exagerado.

VI. Ao que podemos notar quanto mais sedentária,


comercial e confortável é uma civilização, mais
fraca ela se torna e mais facilmente destrutível ela
é. Homens submetidos a uma cultura meramente
consumista não possuem princípios, apenas

124
pensamentos frágeis que são facilmente
adulterados pelos modismos e convenções
temporárias.

VII. Um homem submisso ao dinheiro não possui


honra, possui apenas um interesse que muda de
acordo com a ocasião; não possui moral ou ética, e
sim a capacidade de moldar seus valores de acordo
com o momento para o que melhor lhe convier.
Não possuem nenhum sentimento ou compreensão
de grupo e cooperação, sendo completamente
inúteis para qualquer coisa que vá além de seus
próprios mundos e interesses individuais. O que o
mundo moderno diz ao homem? Diz a ele que não
há nada que valha mais a pena viver ou morrer do
que pelos bens materiais e pelo enriquecimento
pessoal.

VIII. Diz a ele que seus valores podem mudar de


acordo com o momento, e que isso é benigno para
conquistar posições, favores e benesses para si.
Ensina que a família vem depois da carreira, e os

125
filhos podem sempre esperar mais, afinal, as metas
pessoais são mais importantes do que qualquer
outra coisa. Cercar-se de bens inúteis e
quinquilharias das quais não há necessidade, tudo
para agradar pessoas as quais não se importam
com sua pessoa, impressionando-os e tentando
estabelecer relações hipócritas e superficiais
visando troca de favores. Essa é a instrução do
mundo para cada um de vós. Nossa retomada é a
extrema oposição a esse cenário. Nós definimos
espírito guerreiro como o completo oposto do
modo covarde de ser e de agir.

IX. O espírito guerreiro e heroico é a retomada do


homem que caçava e que pescava; que corria e que
lutava; que batalhava e que defendia sua família;
que resistia ao invasor; que não aceitava a
humilhação, que honrava seu nome e a memória
de seus ancestrais. Justamente o homem que se
tornou estranho e exótico ao ambiente moderno.
Notamos a decadência de uma época quando

126
aquilo que deveria ser uma simples questão de
dever e obrigação se torna motivo de exaltação.

X. Quão pouco um homem precisa fazer para ser


considerado digno e honesto hoje em dia! Basta
cumprir suas simples obrigações ou realizar
poucos atos esporádicos para ser coroado como
paladino da moral e dos bons valores. Nós não
fazemos mais do que nossa obrigação quando
entoamos glorificação ao espírito guerreiro e
combativo. Isso é ser homem e agir como um
homem digno. Aparar as próprias arestas e
aprimorar o próprio caráter. É nosso dever e nosso
caminho honrar o nome que nós recebemos;
proteger nossas famílias e auxiliar nossos
próximos em suas necessidades. Esse é o bushido,
como os japoneses o chamam, o caminho do
guerreiro.

XI. Esse caminho consiste no aperfeiçoamento do


homem em quatro pontos principais: físico,
mental, espiritual e intelectual. O aprimoramento

127
físico significa a constante submissão do corpo à
dor dos exercícios físicos para a construção de um
corpo fisicamente mais forte e resistente às
intempéries e doenças. Um corpo forte para
abrigar um espírito forte.

XII. O homem deve cultivar a força física e


aprimorar suas habilidades nos diferentes tipos de
luta corporal, na prática dos diversos esportes, na
prática da corrida e os diversos exercícios com
pesos, na prática das diversas modalidades de
exercícios individuais e em grupo. Desse modo, o
adepto cria uma estrutura biológica fortalecida e
preparada para os mais diversos desafios e
situações, se tornando mais capacitado para
defender a si mesmo, aos seus e a nossa bandeira.

XIII. O aprimoramento físico é essencial para o


aprimoramento dos demais pontos. O
aprimoramento mental consiste na constante
prática de exercícios de raciocínio lógico e de
questões humanas, exercitando continuamente o

128
cérebro para lidar com as mais diversificadas
situações e momentos. Consiste em jamais
acomodar o próprio pensamento e evitar as
distrações inúteis, exercendo a predileção por
atividades mentalmente estimulantes. A mente
ideal é aquela capaz de se manter concentrada
mesmo em meio a grandes tumultos e concentrar-
se em silêncio mesmo em meio ao maior dos
barulhos, aquietar-se para o foco naquilo que é
realmente importante.

XIV. Esse é um dos aprimoramentos mais


desafiadores, pois exige constante dedicação à arte
de eliminar de nossas atenções aquilo que é inútil e
focar naquilo que nos é proveitoso, evitando
desinteligências. O aprimoramento espiritual
consiste no constante exercício de não se tornar
preso às questões materiais. O guerreiro
aprimorado transcende a matéria e deposita os seus
esforços e objetivos naquilo que não é material.
Ele preza mais a paz de espírito, a harmonia entre
seus pensamentos e emoções, a capacidade de
129
reagir nos momentos certos e se manter sereno
evitando a constante turbulência interior. O
espírito forte é capaz de suportar grandes
provações materiais e jamais perder o autocontrole
diante das adversidades. Aquele que é apegado à
matéria torna-se vítima fácil para as inúmeras
dificuldades da vida.

XV. O aprimoramento espiritual é o seguimento de


uma fé sólida e inabalável, a busca pelo
conhecimento e sabedoria atemporais e a recusa de
modismos e valores passageiros, a prática da
bondade e a aproximação com o que é divino. O
aprimoramento intelectual significa o refinamento
das diversas faculdades mentais e o avanço nos
diversos campos do conhecimento e das ciências.
O guerreiro ideal é versado em todos os campos do
conhecimento, conhece as leis da física e sabe
como escrever um primoroso texto. Dedicar-se à
leitura, à apreciação das artes e ao
desenvolvimento de habilidades artísticas, tomar
gosto pela filosofia, treinar a oratória, desenvolver
130
os próprios estudos e estudar continuamente as
inúmeras personalidades dos mais diversos
campos do saber. O verdadeiro guerreiro não deve
cultivar apenas a força física, mas sim, valorizar o
maior tesouro que o homem pode acumular nesta
vida: a sabedoria. Quando falamos em espírito
guerreiro, falamos no desenvolvimento do homem
em todos estes pontos e aspectos. A retomada do
caráter heroico e combativo exige um esforço
multidirecional e este caminho da honra é o
caminho necessário a todos os membros de nossa
causa.

XII

Código da Legião

“Lei e Ordem”
I. Este código é útil para o correto doutrinamento e
prosseguimento do adepto pelo caminho do
guerreiro; para seu fortalecimento e estruturação

131
nos quatro pontos de sua constituição; para o
fortalecimento de seu interior e seu exterior; para o
cultivo das melhores virtudes e o combate dos
piores vícios; para a orientação no modo de lidar
com aqueles que fazem parte e os que não fazem
parte de nosso movimento; o melhor modo de se
portar, agir e se expressar; as formas corretas de
desenvolver a oratória; o caminho para se alcançar
a mais perfeita harmonia e coesão entre os
membros de nosso grupo; os direcionamentos para
vencer quaisquer obstáculos e superar quaisquer
provações; o ânimo para o espírito e a resistência
para o corpo; o modo correto de desempenhar as
diferentes funções; o modo correto de defender os
ideais de nossa causa e agir em prol de suas
concretizações; a instrução nos mais diversos
pontos e aspectos está inserida neste Código que,
aos membros, vale como lei.

II. Todos os membros de todos os níveis


hierárquicos devem seguir religiosamente as
normas aqui contidas, pois todos estes elementos
132
se tornam essenciais para o aprimoramento dos
indivíduos no encaminhamento de um nível
superior, tornando simples homens em guerreiros e
guerreiros em heróis. Os benefícios colhidos pela
correta observação dos preceitos aqui contidos são
inúmeros, tendo este código como meta principal o
fortalecimento e o aprimoramento de nossos
membros. Uma falange é forte pela união de cada
um de seus componentes. Cada um dos soldados
que compõe a formação militar é em si um
exército de um homem. A Legio Rex é uma
falange, é uma legião imensa, e cada um de seus
membros é parte de um corpo forte e coeso, e o
Código é o sangue de nossas veias.

- O Código Máximo -

Parte I – Cinco Máximas

I. Honre o legado de seus antepassados.

133
II. Honre seu nome.

III. Proteja sua família.

IV. Seja fiel a seus camaradas.

V. Honre a bandeira de sua causa.

Parte II – Preceitos Gerais do Adepto

I. Aja com honra.

II. Seja equânime.

III. Julgue tudo com retidão e sabedoria.

IV. Retenha o que é bom e recuse o que é ruim.

V. Cultive virtudes e combata vícios.

VI. Pratique a verdade e recuse a mentira.

VII. Evite qualquer juramento.

134
VIII. Cumpra o que for dito em juramento ou
promessa.

IX. Não aja em malefício de si mesmo ou de seus


camaradas.

X. Refine o espírito e fortaleça o corpo.

XI. Jamais aja de modo covarde.

XII. Pratique a justiça.

XIII. Obedeça ao seu superior.

XIV. Respeite o seu subordinado.

XV. Aja em prol do bem comum do grupo.

XVI. Dedique-se ao hábito da leitura da filosofia


do movimento.

XVII. Encarne os maiores valores e torne-os parte


de sua própria síntese.

XVIII. Ajude o mais fraco e necessitado.


135
Parte III – Refinamento do Espírito

I. Ame o silêncio.

II. Pratique a contemplação.

III. Não sobrecarregue sua mente.

IV. Não seja apegado à matéria.

V. Cultive as mais nobres virtudes.

VI. Não seja ansioso.

VII. Não se atinja por ações de seus inimigos.

VIII. Não faça julgamentos rápidos.

IX. Escolha com cautela aliados e inimigos.

X. Aprecie o que é belo e moral.

136
Parte IV – Fortalecimento do Corpo

I. Pratique exercícios físicos.

II. Pratique atividades esportivas.

III. Acostume o seu corpo à dor.

IV. Negue o comodismo e a inércia.

V. Faça da ação sua norma.

VI. Coma e beba o melhor para teu corpo.

VI. Modere os prazeres.

VII. Não cultive nenhum tipo de vício.

Parte V – Refinamento da Mente

I. Evite distrações inúteis.

137
II. Dedique-se àquilo que possui propósito e
significado maior.

III. Treine a capacidade de concentração.

IV. Aprimore a capacidade de silenciar


momentaneamente a mente.

V. Aprimore a capacidade de memória.

VI. Preencha a mente com aquilo que é belo,


moral e louvável.

VII. Seja capaz de organizar seus pensamentos.

Parte V – Refinamento do Intelecto

I. Faça da leitura um hábito.

II. Torne-se erudito em todos os campos possíveis.

III. Una teoria e prática.

138
IV. Dedique-se ao estudo daquilo que possui valor
prático.

V. Torne-se versado na filosofia.

VI. Estude e compreenda as diferentes ideologias e


vertentes, incluindo aquelas opostas a seus
pensamentos.

VII. Conheça a ideologia do inimigo tão bem


quanto a sua própria.

VIII. Valorize teus mestres e honre o


conhecimento a ti repassado por eles.

IX. Ensine somente sobre algo que tenhas um


mínimo de domínio.

X. Não subestime nenhum assunto ou


conhecimento.

XI. Estruture sua mente e organize seu


conhecimento.

139
XII. Aprenda diversos idiomas e domine-os tão
bem quanto a tua própria língua materna.

XIII. Sempre se considere suficientemente sábio.

III. Estes são os preceitos gerias que compõe o


nosso Código Máximo, nosso manual interno de
regras e orientações. Todas as regras aqui contidas
são de máxima importância para vosso
crescimento, para vossa força e capacitação frente
à árdua missão com a qual nós nos deparamos.
Todos os preceitos aqui contidos, se observados do
modo mais sincero e dedicado, tornarão mesmo o
mais fraco dos homens no mais forte e capacitado
dos guerreiros, o mais ignorante deles em um dos
mais sábios. E é disto que consiste a nossa luta:
tornar as pessoas melhores do que elas são; mais
evoluídas do que elas jamais seriam e mais plenas
do que jamais poderiam sequer imaginar.

140
IV. Todos aqueles que de modo sincero fizerem a
aproximação conosco e desejarem seguir o nosso
ideal, carregar nossa bandeira e defender os nossos
ideais, devem passar pelo processo de intensa
purificação e devem ser completamente instruídos
em cada um dos preceitos aqui citados. Código
este que jamais deve ser um fardo, e sim um
auxílio, um forte referencial. Nenhuma das regras
aqui citadas pode ou deve anular qualquer outra
regra existente, e nenhuma regra futura pode ser
adicionada a este Código, que deve permanecer
imutável.

V. Nós exigimos muito de cada um de nossos


membros. Fazemos isto pois acreditamos no
potencial de todos eles. Não existe aprimoramento
suave, não existe fortalecimento feito de modo
doce e delicado. Nós exigimos um esforço
descomunal, exigimos dedicação total,
construímos uma força inexorável e atribuímos a
cada um de nossos membros uma carga firme.
Fazemos e continuaremos a fazer isso, pois
141
desejamos criar homens e mulheres fortes e
resistentes. Fazemos isso para o bem de todos os
nossos adeptos, pois não desejamos sua fraqueza,
mas sim, sua força verdadeira.

XIII

Sinfonia da Destruição

“O caos antecede a ordem”


I. Vós muitas vezes fostes doutrinados na prática
da tolerância. Ser tolerante tornou-se a norma e a
máxima de valor a ser alcançada. Tolerância
tornou-se mais valiosa aos olhos dos embriagados
do que espírito combativo, capacidade de embate,
do que a honra, dignidade, do que a virilidade.
Tolerância a tudo, inclusive. E quando toleramos
tudo, toleramos até mesmo aquilo que é destrutivo,
aquilo que nos é danoso, aquilo que de uma forma

142
ou de outra pode nos esganar. Tolera-se o cão ao
pé da mesa e as serpentes nos bolsos da roupa.
Tolera-se a ruína do vizinho acreditando que ela
jamais atingirá a sua porta.

II. Essa canção, essa ode à pusilanimidade é o que


podemos considerar como uma sinfonia da
destruição. É o som repetitivo que lhe instrui e lhe
orienta a ser complacente, extremamente
permissivo, tolerando até mesmo o agravo feito
contra ti e contra os teus, o puro e inócuo
pacifismo.

III. Nós dizemos: sejam intolerantes. Não tolerem


a iniquidade, não tolerem a injustiça, não tolerem a
degradação moral, não tolerem a destruição dos
valores sagrados e do tradicionalismo, não tolerem
nenhuma agressão feita contra vós e contra os teus.
Precisamos de intolerância, precisamos de fúria e
ira contra aquilo que há de errado e injusto. Os
perversos triunfam com a leniência dos bondosos.

143
IV. Muitas coisas belas são destruídas por não
haverem homens suficientemente irados contra
aqueles que as destroem. Muitas vidas inocentes
são ceifadas, pois não há quem possua um espírito
verdadeiramente combativo. Nós precisamos
combater se quisermos conquistar a paz. Nós
precisamos lutar se desejarmos manter nossa
própria integridade.

V. O mundo é injusto e hostil e sempre será.


Estamos na selva, mesmo que o conforto da
civilização nos conceda uma segurança falsa e
enganosa. Nós somos cercados por inimigos,
vivemos em meio ao seu próprio sistema. O
mundo moderno é seu habitat, e nós somos corpos
estranhos nesse meio.

VI. Não devemos tolerar o que enxergamos


diariamente, a injustiça e a exploração cotidianas
não devem ser interpretadas por nossas mentes
como elementos naturais e aceitáveis. Intolerância
nos será mais útil no momento decisivo do que o

144
espírito politicamente correto da leniência com
tudo e com todos, mesmo com relação àquilo que
abertamente nos deseja destruir.

VII. O mundo vos diz para se aquietarem, para


cooperarem e viverem uma vida pacífica e
“honesta”. Uma vida “correta”. Mas vós deveis
olhar para quem lhes doutrina desse modo.
Nenhum deles coopera para o bem, nenhum deles
vive uma vida pacífica e nenhum deles age de
modo honesto.

VIII. Todos eles são parte da escória moral, e o


fato de nos governarem não os torna mais puros.
Seus cargos, títulos, salários, posições e patentes
nada significam. São posições compradas, e não
conquistadas. Quando o atual sistema diz que
devemos cooperar, está nos ordenando agir de
acordo com a típica quietude e a inércia, a
permissividade e a subserviência em relação aos
seus inúmeros crimes e injustiças.

145
IX. Quando nos dizem para cooperar, dizem que
devemos agir como seus cúmplices. Quando nos
ordenam viver uma vida pacífica, se referem ao
pacifismo, uma falsa paz que nada mais é do que o
conformismo social e a normalidade urbana.
Quando nos estimulam a viver uma vida correta,
no fundo o que querem transmitir é a ordem para
que vivamos de acordo com seus desejos e seus
ditames, nos tornando cada vez mais inseridos e
adequados ao sistema.

X. Com honestidade, querem dizer fraqueza e


falso moralismo. Quando homens e mulheres
injustos nos ordenam a praticar a justiça, desejam
nada mais do que o conformismo social. Quando a
escória incentiva valores morais na população,
deseja tão somente o seu controle e sua
dominação, a segurança necessária para manter o
próprio poder e a hierarquia social. Nós dizemos a
todos vós: desobedeçam. Não deem ouvidos,
crédito ou razão às ordens daqueles que possuem
prazer e alegria na injustiça e na desgraça do povo.
146
Sejam rebeldes, façam da rebelião a sua norma;
gritem, denunciem, e quando lhes ordenarem o
calar, a voz deve sair com maior força e potência.
Agitem as bandeiras, batam no peito, gritem as
nossas palavras de ordem. Que saudade ver os
nossos camaradas andando pelas ruas e avenidas
entoando seus hinos! Já é hora de retomar isso.

XI. Não as bandeiras dos partidos, todos eles,


vendidos. Não os hinos dos falsos movimentos
sociais, mas os nossos. Isso é belo. Essa revolta é
justa, necessária e louvável. Dizemos a vós: não
sejam corretos, não sejam bondosos, não sejam
conformados.

XII. Não devemos agir de modo piedoso com


aqueles que não praticam a piedade, não devemos
abaixar as nossas cabeças àqueles que são indignos
de beijar os nossos pés. Devemos destruir a
máquina, devemos nos rebelar contra o nervo
central. A paixão que incendeia nossos corações
deve também incendiar as ruas. Paz para os que

147
desejam a paz, guerra para os que diariamente nos
atacam. Já vivemos em guerra, já estamos no
combate. Nós já estamos vivendo a tormenta, e
todos os anos assistimos ao genocídio de milhares
de nossos irmãos em nossa pátria. Para que a paz,
agora?

XIII. Para que a suavidade, e por qual razão


deveríamos seguir os mantras de leniência e
tolerância que de nada nos servem para a guerra?
Não devemos ser piedosos com nossos inimigos,
pois eles não serão piedosos conosco na batalha. A
insubordinação a uma autoridade corrupta é uma
dádiva, uma demonstração de valor moral e de
ética imensurável, de uma significância sublime.

XIV. Se eles desejam que nos tornemos em gado,


devemos agir ainda mais como lobos; se eles
desejam a nossa subserviência, nós devemos
sintetizar ainda mais a nossa desobediência civil.
Nossa lealdade somente deve ser entregue àqueles
que são merecedores, e nossa obediência é uma

148
honra a qual devemos reservar somente àqueles
dignos de recebê-la.

XV. Em uma civilização enfraquecida, a pregação


da paz nada mais é do que a apologia ao
conformismo e a resignação. Resignação aos
nossos direitos, resignação à nossa honra,
resignação aos nossos valores e princípios,
resignação à luta por aquilo que nos é de direito.

XVI. Nesta civilização enfraquecida vós ouvis o


quão importante é ser pacífico. Todos fingem amar
a todos, todos fingem amizade com todos e todos
são levados a crer que devem gostar de tudo. Este
é o moralismo falso, o moralismo burguês. Para
esta cultura decadente, mesmo os inimigos devem
ser vistos como irmãos.

XVII. Nós dizemos o oposto: derrotem


completamente os vossos inimigos. Deixem nítida
a diferença entre vós e eles. Não procure pontos
em comum, pois tais pontos são mera distração da
natureza realmente presente em cada um. Inimigos
149
foram feitos para a derrota completa. Nossa paz é
para com nossos irmãos, com nossos verdadeiros
aliados e com nossas próprias virtudes. Devemos
destruir de modo severo toda a hipocrisia e todo o
comportamento demagógico. Nós devemos nos
preparar não para a incerteza da paz, mas para o
fato inevitável da guerra.

XVIII. Devemos agir de modo independente e


autônomo. Nós não devemos confiar que as forças
oficiais são e serão capazes de nos socorrer nos
piores momentos, pois elas não são. Em uma crise,
os governos correm em auxílio aos bancos e aos
bilionários.

XIX. Nós sempre seremos postos em segundo


plano, o povo sempre será sacrificado. Nós não
devemos confiar que o governo nos irá acudir em
uma situação de calamidade pública, de catástrofe
natural, de completo caos, de crise e de completa
violência. Nós devemos lidar com o fato de que
essas situações, em um sistema essencialmente

150
materialista baseado no capital, sempre irão
acontecer, com maior ou menor frequência, com
maiores ou menores danos. O colapso sempre é
um risco presente e muito real.

XX. E quando o sistema cair, quando nenhuma


seguridade social nos for capaz de auxiliar, quando
nenhuma promessa política fizer sentido, quando
todas as instituições nas quais ainda depositamos
alguma confiança se mostrarem inúteis, a
diferença residirá em nossa capacidade ou
incapacidade de mobilização.

XXI. De fato, o maior instrumento do povo não é


o voto, e sim, a mobilização, a organização mútua,
a cooperação e o mutualismo. Dessa forma, nosso
movimento deve agir sempre em regime de
prevenção e em contínuo estado de guerra. E, de
fato, já vivemos uma guerra. O sangue escorre
pelas ruas, no barulho do dia e no silêncio da noite.
Vítimas são feitas aos olhos de todos e não há
quem venha em seu socorro.

151
XXII. Nós devemos sempre estocar mantimentos,
de forma que se o pior acontecer, os nossos
membros terão total segurança e amparo em suas
necessidades imediatas; devemos garantir nossas
próprias moradias, mesmo que coletivas, pois em
caso de crise nossos membros não ficarão
desabrigados; devemos aprimorar a nossa
autodefesa, jamais nos tornando dependentes das
forças policiais oficiais; devemos preparar
agasalhos para o frio, devemos auxiliar a
população e proteger o trabalhador, devemos
acudir os mais necessitados.

XXIII. Devemos criar uma estrutura própria de


bens e serviços, de modo que se o sistema cair, nós
continuaremos de pé. Se nós nos preparamos para
o pior e para a guerra e este pior não acontece,
estamos do mesmo modo protegidos; por outro
lado, se nós agirmos como se todas as coisas
fossem, de um modo ou de outro, manter sua
normalidade, e o mal maior sobrevier, nós
estaremos completamente desassistidos. Nós
152
devemos lutar para atingir o ponto onde nós nos
tornemos menos dependentes possíveis do
estabelecimento atual e das grandes corporações.
Devemos atingir nossa própria segurança, pois não
há quem a assegure por nós.

XIV

De pé em meio às Ruínas
“Quando todos caem, devemos nos erguer”

I. Grande parte de vós já se encontra embriagada


com a falsa sensação de segurança. Ainda
acreditais que existam colunas e pilares
sustentando a estrutura que conhecemos como
civilização. Nós dizemos: não há mais civilização.
Não há mais pilares ou colunas. Os pilares outrora
sólidos já ruíram, completamente. Não há
civilização a ser salva, pois não há mais
civilização. Desse modo, nós não somos guardiões
153
de uma civilização, seja ela qual for, somos
defensores de valores, princípios e referenciais
acima dos conceitos artificiais de civilização.

II. Defender a civilização atual significa defender


justamente aquilo que é contrário a todos nós. Não
enxergamos a atual civilização como algo
inerentemente benigno que sofreu um ataque
perpetrado por uma “infiltração” ou por um
processo de sabotagem.

III. Nós compreendemos que ela em sua síntese é


ruim e já continha, em seu interior, o germe da
destruição. Ela é inerentemente ruim, e se
observamos um acelerado processo de
degeneração, isso não acontece por qualquer tipo
de revolução cultural ou de engenharia social em
si. Todos estes movimentos políticos e ideológicos
são apenas sintomas menores de males muito mais
profundos, com origens muito mais complexas e
definições muito mais complicadas.

154
IV. Toda a estrutura já se encontra em acelerado
processo de deterioração. Entretanto, ela ainda
sobrevive e persiste. Isso cria a ilusão de que tudo
ainda funciona e o colapso ainda está por vir.
Façamos um exame sincero e honesto e
observemos não os discursos, as ideologias ou as
abstrações, mas sim a realidade física, material e
palpável. Não estamos esperando um colapso no
sistema de saúde, ele já aconteceu, já o estamos
vivendo.

V. O mesmo pode ser observado nos demais


setores sociais, com a educação, a segurança, o
transporte, a infraestrutura, entre todas as demais
áreas e segmentos. Já vivemos em meio a um
banho de sangue. Já somos doutrinados dentro de
um sistema educacional vago e insuficiente.

VI. O pacto social já foi quebrado. As instituições


não estão a serviço do povo, já foram cooptadas
pelos grandes grupos e tudo gira em torno de
grandes interesses financeiros. O bem estar do

155
homem e da sociedade não é a meta principal, e o
que é feito nesse campo compõe medidas
insuficientes, paliativas e com propósitos
eleitoreiros. Falta algo mais acontecer para a
ruína? Nós podemos dizer que ainda nos resta
alguma catástrofe ou algum sinal? A quem
interessa vender a imagem de um país grande, que
tem crescido e que tem galgado avanços
consideráveis?

VII. A quem interessa vender a imagem de uma


nação que não existe, uma imagem virtual? Nós
não somos emissários do caos. Apenas
observamos a realidade e através dela fazemos
nossas observações.

VIII. E se, porventura, aquilo que aqui dizemos


não for condizente com a realidade, nossas
palavras devem ser ignoradas. Se a nossa saúde
pública é funcional e bem estruturada, se nossa
segurança pública é eficaz e defende o cidadão ao
invés de justamente agredi-lo, se o nosso sistema

156
educacional forma cidadãos conscientes e
aprimorados, se nossos sistemas de transporte são
rápidos, pontuais e eficientes, então tudo o que
dizemos aqui deve ser desconsiderado.

IX. Se os políticos cumprem suas promessas, se o


povo mais pobre se sente acolhido e pode
realmente confiar no governo no momento em que
mais precisa, e se o nosso povo não se sentir
explorado pelas grandes corporações e grupos,
então nós devemos ser considerados como
lunáticos.

X. Deixemos que justamente o homem pobre e


humilde fale por si mesmo e nos diga se a nação
que ele conhece e a realidade na qual vive
diariamente é esta nação grandiosa propagandeada
por mestres em propaganda corporativa. O que
caracteriza a nossa força é a capacidade de nos
mantermos em pé e fortalecidos mesmo em meio a
este completo caos. Nós devemos permitir o total
colapso do atual sistema se isso for necessário,

157
pois dessas ruínas devemos erigir uma nova e
aprimorada estrutura. Não há sentido em sustentar
o insustentável.

XI. Nós não somos paladinos da atual estrutura,


pois ela é corrosiva em sua essência, podre em seu
interior e maligna em seu âmago. Quando tudo
aquilo em que um homem pode confiar sua
segurança é derrubado, o que lhe resta é a sua
vontade de vencer, de permanecer de pé, de
prosseguir em sua jornada.

XII. Quando ele não mais puder contar com


qualquer apoio ou estrutura do estabelecimento, a
única força que ele poderá encontrar será com a
força de seus valores e princípios e a única
organização com a qual poderá contar serão os
seus camaradas.

XIII. E é isso o que nós desejamos criar e é isso o


que nos devemos erguer: um grupo, uma
organização, uma ordem, um ambiente fraterno de
camaradagem com o qual nós poderemos contar e
158
depositar nossa confiança quando tudo ao redor
vier a falir ou nos for insuficiente. Independência
em relação aos de fora, união entre os de dentro,
apoio e auxílio aos mais fracos. Nós não podemos
determinar o valor e a honra de um homem nos
momentos de glória e de conforto, onde todas as
coisas – ou a maior parte delas – estão em sua
forma mais agradável. Em tais situações, não
raramente os homens se tornam fracos e
indispostos, preguiçosos e acomodados.

XIV. O verdadeiro valor de um homem é medido


ante aos mais graves problemas e as mais duras
crises, nos momentos mais difíceis e durante as
provações. Nessas ocasiões, os nossos valores e
princípios são postos à prova, nossas convicções
são confrontadas e nós somos levados aos nossos
limites.

XV. É na adversidade que o verdadeiro caráter se


expõe, é no combate que o guerreiro e o covarde
se revelam, e nestes momentos nós

159
verdadeiramente percebemos a divisão entre o joio
e o trigo, a verdade e a mentira, a diferença entre
discurso e ação. Todo o homem deve ser exposto a
um determinado grau de caos e desordem, e,
durante a luta, ser observado em seu caráter.
Somente dessa forma teremos acesso à verdadeira
essência de cada um daqueles que estão ao nosso
redor.

XVI. Os fracos caem e permanecem caídos, os


fortes caem e sempre se levantam. Apenas aqueles
que forem capazes de manterem os pés firmes no
chão e defenderem seu terreno devem permanecer
em nosso meio. Nós preferimos o caos revelador
do caráter humano do que a falsa ordem que
entrava os espíritos e faz de cada homem um
escravo, iludindo-o com falsa sensação de
liberdade. Um inimigo declarado é mil vezes
preferível a um falso amigo, um inimigo oculto. E
os golpes mais fatais são aqueles dados pelas
costas. O inesperado nos é muito mais danoso do
que aquilo que já esperamos.
160
XV

Contra o Império

“A resistência é nossa norma”


I. A maior ferramenta Se nós somos dissidentes,
isso significa que lutamos contra uma estrutura
maior. A essa estrutura maior damos o nome de
Império. Nós identificamos esse Império como as
potências do eixo anglo-saxão e a zona de
influência do Euro, e a ferramenta desse Império é
a globalização ou globalismo. Globalização é
sinônimo, sobretudo, de americanismo.

II. Com o termo americanismo nós identificamos


especificamente o modo de pensar, o estilo de vida
e o nível de consumo oriundo do cerne global, os
Estados Unidos da América. A essa influência
norte-americana damos o nome de atlantismo,
tendo um alcance global e praticamente
hegemônico, e em nosso caso, um forte

161
intervencionismo nas Américas, subordinadas em
sua quase totalidade a esta zona de influência.

III. Atlantismo significa hegemonia, massificação


e internacionalismo. Hegemonia cultural, política e
econômica; massificação do padrão de vida e do
nível de consumo; e internacionalismo significa
destruição das autonomias regionais, culturas e
estruturas locais e demonização do nacionalismo,
luta pela destruição das soberanias nacionais e
invasão do capital estrangeiro nos mercados
nacionais e privatização de seus recursos.

IV. Esse eixo atlantista liberal perpetra a sua


dominação e a sua ação de supremacia através dos
instrumentos culturais, políticos e econômicos
típicos da globalização. Como movimento e
organização, nós nos posicionamos como uma
estrutura contrária a este processo e a esta
tendência global.

V. Somos contra qualquer tipo de hegemonia e


processo de aglutinação contrário à síntese e ao
162
conceito de nação, independente da ideologia, das
propostas ou das vontades que as movem. Contra o
internacionalismo, propomos o nacionalismo
propositivo e garantidor das soberanias e da
independência, em todos os sentidos, das nações;
contra o intervencionismo global, defendemos o
direito à autodeterminação dos povos; contra a
massificação da cultura e do consumo,
defendemos as tradições locais e a preservação dos
costumes locais em oposição à massificação
global.

VI. Somos favoráveis à multipolaridade e opostos


à unilateralidade. Somos favoráveis à
fragmentação internacional em oposição à
massificação internacionalista. Esses processos e
essas questões são, sobretudo, questões de
mercado. Todo o cerne dessa hegemonia global
está contido em questões econômicas, o
liberalismo econômico e a dominação através de
ações, do capital e das megacorporações. O
objetivo principal é cooptar mercados nacionais
163
para essa economia global, especialmente
capturando os recursos nacionais.

VII. Nossa postura é a de se colocar contra esse


processo de predação econômica e cultural, levado
a cabo inclusive através de agressões militares por
todo o mundo sob os pretextos iracundos e
mentirosos de “guerra ao terror” e
“estabelecimento da democracia”. Todos os locais
onde o imperialismo se manifestou em sua forma
mais crudelíssima, econômica ou militarmente,
tornaram-se muito mais vitimados pelo terror e
nenhum deles se tornou mais democrático. O
princípio de autodeterminação dos povos é um
valor sagrado.

VIII. Isso significa que cada povo, cada nação,


possui o direito de determinar sua própria História,
escolher o modelo de governo e o modo social
através dos quais irá se estruturar; cada povoe
nação possui direito à preservar e praticar suas
respectivas manifestações culturais e tradições e

164
estabelecer suas próprias leis e instituições. Esse
ponto é passivo para cada um de nós e é um ponto
máximo da filosofia de nosso movimento. Essa é a
nossa posição: contra o Império, pela resistência e
pela rebelião. Apoiamos e apoiaremos os
governos, partidos e movimentos não liberais, não
alinhados ao eixo atlantista e anglo-saxônico, não
harmoniosos com o sistema vigente de dominação
econômica e cultural.

IX. Isso significa que daremos apoio a qualquer


regime que fizer frente a estes pontos,
independente da posição política e ideológica que
estes grupos e pessoas ocuparem no plano
cartesiano da política. Em contrapartida, não
damos apoio a nenhum grupo liberal, alinhado a
este eixo globalista e muito menos defensores
destes mecanismos. Os que estão contra o Império
estão conosco, os que estão a favor dele são nossos
inimigos. A luta contra o Império é a luta de todos
os povos, não apenas a nossa. Por esta razão, a
nossa defesa de um nacionalismo pleno significa
165
uma união internacionalista contra o
estabelecimento atual e a elite global. Aqueles que
lutam a nossa mesma batalha em qualquer parte do
mundo tornam-se nossos irmãos. As lutas anti
globalista e antiliberal, em qualquer parte do
mundo, são também uma luta nossa. Nenhuma
batalha é isolada e têm efeitos apenas locais,
nenhuma luta contra o imperialismo é uma luta
isolada e fragmentada, mas sim parte de todo um
conjunto legítimo de reações.

XVI

Palavras aos Legionários

“Nós venceremos”
I. Cada um de vós escolheu a luta. Cada um de vós
optou por combater, enfrentando arduamente toda
a adversidade. Se hoje fazeis parte de um grupo

166
forte, isso se deve à própria força que vocês
conquistaram. Quando cada um de vocês se torna
mais forte, torna também a nossa legião mais forte.
A força de uma legião é a força de cada um de
seus legionários, e a nossa força neste combate é a
força de cada um de nossos combatentes. Nossa
luta não é simples ou fácil. Nossos inimigos são
muito maiores e muito mais fortes. Mas a
arrogância torna-os facilmente suscetíveis às suas
próprias paixões, e, consequentemente, à sua
queda.

II. Por isso mesmo lutamos na intenção de tornar


cada um de vós suficientemente fortes para
dominar as próprias paixões e vencerem os
próprios vícios. Não vos convocamos para uma
luta meramente física, mas sim, para a luta
interior. E somente quando somos capazes de
vencer nesse sentido podemos verdadeiramente
agir no campo externo. Confiamos na capacidade
de cada um de vós. Confiamos em vosso potencial.
Garantimos o vosso acesso às ferramentas e os
167
meios essenciais ao desenvolvimento de suas mais
primorosas qualidades, de suas virtudes e de seus
talentos. Vós recebestes os dons, cada um de nós
os adquire em forma bruta. Cabe a cada um de nós
o ato de lapidar aquilo que recebemos desde a
nossa concepção.

III. Não demos valor a cada um de vocês, este


valor já estava em vossos espíritos. O que vos
difere dos demais é a ação, o ato de escolherem
pelo caminho do guerreiro, a senda do
aprimoramento e da transcendência. Em meio aos
adormecidos, vocês escolheram o despertar. Em
meio à inércia, escolheram agir. Em meio à
degeneração, escolheram o reforço espiritual e
físico. O vosso gesto de bravura é, por si só, um
grande gesto de luta. E nós os convidamos a tornar
este gesto em atos muito maiores, feitos gloriosos,
conquistas imensuráveis. A nossa bandeira e a
nossa luta é a luta de cada um de vós. Sua
lealdade, sua disciplina e seu contínuo

168
aprimoramento são essenciais para garantir a nossa
vitória.

IV. Nós somos um corpo, e cada um de vocês é


uma peça essencial para a composição do todo. Do
esforço de cada um de vós depende a vitória de
todos nós. Antes, cada um de vocês era um
combatente isolado, um guerreiro solitário. Agora,
demos a vocês uma bandeira, um símbolo e um
ideal pelo qual vocês devem lutar.

V. Demos a vós o grupo, a força da união.


Destruímos e continuaremos a destruir vosso
sentimento de solidão e isolamento. Em meio a
uma cultura fraca, leniente, permissiva e que faz
da tolerância vazia de significado o maior de seus
trunfos, nós lhes proporcionamos a oportunidade
de aprimorar a virilidade, a própria honra, o caráter
masculino e lhes demos motivos dos quais podem
se orgulhar daquilo que são e de quem um dia
virão a ser. Demos a vós a união que lhes retirou o
sentimento de isolamento.

169
VI. Em meio a uma cultura de fraqueza, submissão
e frouxidão, nós lhes garantimos força,
insurgência, retidão e solidez. Em meio ao
igualitarismo inócuo que lhes é propagado
oferecemos a alternativa da equidade, a única e
verdadeira medida de justiça entre os homens.

VII. O mesmo espírito combativo que insuflava os


corações daqueles homens em suas legiões,
marchando com seus estandartes e portando suas
armaduras, entoando seus gritos de guerra e
conquistando todos os inimigos, deve ser o espírito
combativo que nos move e nos impulsiona a
realizar mais, fazer mais e vencer mais. Nunca
devemos nos satisfazer, nunca devemos parar em
nossa jornada e jamais devemos acreditar que
alcançamos o nível ideal. O nível ideal é o
pensamento inalcançável, aquilo que nos porá
sempre em movimento e sempre em ação.

VIII. Acaso estais conformados com este mundo?


O mundo moderno vos agrada, acaso vos fortalece,

170
acaso aprimora vosso espírito, vos incentiva no
fortalecimento de vosso corpo? Zela por vossa
saúde, zela por vossa inteligência? Acaso a cultura
moderna lhes incentiva nas virtudes, lhes incentiva
em vossos talentos, lhes cria um caráter melhor ou
lhes estimula no aprimoramento de vossas
personalidades?

IX. Se vossa resposta é a negativa para todos estes


questionamentos, vós sois parte de nós. Que
movimento lhes é tão abrangente? Que movimento
lhes preza tanto em vossas capacidades e talentos?
Quem lhes atribui tanto potencial? A nossa causa é
superior em todos estes aspectos. A nossa bandeira
é superior em todos estes pontos, pois ela
transmite mais força, mais vigor, mais virtude; não
é um símbolo vazio, é a significação materializada
de nossos mais sublimes ideais.

X. Acaso nós tomamos o lobo como um animal


simbólico sem nenhum propósito ou significado?
Nós mesmos desejamos seguir esta fera como um

171
exemplo vivo do que há de mais refinado no
espírito combativo e heroico, no caminho do
guerreiro e no despertar da ira interior, da revolta
contida em cada um de nós, incendiando nossas
mentes e nossos corações e cerrando os nossos
punhos para a luta.

XI. Nós jamais conquistamos vossas mentes e


vossos corações com discursos suaves, com uma
voz mansa ou com promessas de pacifismo inócuo.
Afinal, nós não nos dirigimos aos fracos, àqueles
que optam constantemente em serem dominados
pelos próprios desejos e vícios. Nós dirigimos o
nosso chamado a todos aqueles que desejam
reascender a chama interior, que escutam o uivo
dos lobos, que ouvem o chamado para a batalha e
desejam encontrar um significado ainda maior para
suas vidas.

XII. Que não se conformam com o atual sistema,


que não se agradam do mundo moderno, que
desejam retomar aquele caminho milenar traçado

172
pelos samurais, traçado pelos cavaleiros, pelos
guerreiros antigos. Estes são os alvos de nosso
chamado, estes são aqueles os quais a nossa
mensagem encontrará maior aceitação.

XIII. As nossas bandeiras e as nossas fileiras serão


imensas, um número que não poderemos contar.
Mas cada um de nós, ainda um bando de irmãos,
poucos, mas valentes, já pode ser considerado
como um exército. De fato, somos mais valentes e
corajosos do que muitos dos milhares que optam
pelo conformismo. Como os espartanos não se
admiraram perante a imensidão de seus inimigos,
não devemos temer os nossos adversários. Eles
foram criados com o único propósito de serem
derrotados, com a finalidade de tornar a nossa
vitória ainda mais poética e gloriosa. O caminho
vos será difícil. Não lhes fizemos um convite fácil
ou suave. As dificuldades serão contínuas e a
provação será uma constante. Exigimos muito de
vós, mas se exigimos muito é pelo fato de que a

173
glória e a honra que lhes aguarda são muito
maiores do que qualquer uma dessas provações.

XIV. A nossa vitória é concretizada dia após dia,


com vossas ações honrosas. O nosso maior triunfo
será o de construir homens mais honrados, mais
capacitados. Desejamos criar em cada um uma
força inexorável, uma resistência vívida, uma ação
contínua. O que nós desejamos criar e aquilo que
temos lutado para construir é um movimento forte,
um movimento falangista espelhado na forma
perfeita das legiões; e o nosso modelo de adepto é
aquele que segue a figura do legionário, se
espelhando em seu preparo, em sua força e em sua
capacidade combativa.

XV. A nossa proposta é uma total negação do


mundo moderno, uma contracultura completa e
uma alternativa a todos aqueles descontentes, a
todos aqueles que desejam reavivar seu ânimo e
retomar o seu espírito combativo. Nós cresceremos
e tomaremos cada estado, cada cidade, cada rua,

174
cada coração e cada mente, e nossos inimigos
deverão lidar com o fato de que esse processo será
irreversível.

AVANTE!

SEMPER ANIMVS INSIGNIA!

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Sobre o Autor
Jean Augusto Carvalho é estudante de
Licenciatura Plena em História. Trabalha
como professor de História, língua Inglesa e
Filosofia em cursos pré-vestibulares e leciona
Filosofia no sistema educacional para turmas
de ensino fundamental e médio. É o fundador
do movimento Legio Rex, inicialmente um
movimento estudantil, e posteriormente um
movimento de enfoque filosófico legionário e
de ação social. É estudioso do tradicionalismo
e da geopolítica atual, das alternativas ao
capitalismo e dos modos variados de
organização social, defendendo a
multipolaridade em oposição ao globalismo.
Ocasionalmente contribui escrevendo artigos
para o blogue dissidente Legio Victrix.

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