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1 Análise visual
Para facilitar o trabalho de reconhecimento e descrição dos vinhos foi criada uma
técnica de degustação que é dividida basicamente em três etapas: a visual, a olfativa
e a gustativa.
Por exemplo: vinhos brancos jovens – de safras recentes – no geral tendem a ser
bem claros, quase transparentes. Se nos deparamos com um Sauvignon Blanc de
2010 com uma coloração bem dourada é de se suspeitar que o vinho esteja oxidado
e, portanto, impróprio para o consumo.
Os vinhos brancos seguem a mesma lógica da maçã: quando você corta e a deixa
exposta, ela começa a escurecer, em virtude da oxidação. No entanto é cheirando e
provando que constataremos que o vinho perdeu as suas qualidades originais e está
“avinagrado”.
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normalmente produzem vinhos violáceos intensos, enquanto Cabernet Sauvignon e
Sangiovese originam caldos mais avermelhados.
Com respeito às lágrimas que correm as paredes internas da taça de vinho – que
muitas pessoas gostam de admirar e comentar a respeito – elas podem ser um
indício da graduação alcoólica ou do teor de açúcar do vinho. Mas é só provando que
saberemos se o vinho é seco, doce ou mais alcoólico.
2 Análise olfativa
É provável que poucas coisas consigam gerar de maneira tão espontânea uma
sensação de conforto como o cheiro da comida preferida feita pelas nossas mães ou
do perfume de alguém gostamos e temos saudades. São aromas familiares que nos
remetem a coisas boas e quase instintivamente geram sensação de bem-estar.
Uma informação interessante sobre o olfato é que ele é uma das áreas mais
primitivas do cérebro, ou seja, a primeira que desenvolvemos quando somos bebês
para identificar nossos pais e pessoas próximas.
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Porém, à medida que crescemos nos esquecemos de dar a devida atenção ao olfato
e passamos a absorver pelos olhos a maior parte da informação que memorizamos.
Em outras palavras, deixamos de treinar a memória olfativa. Na maioria das vezes,
quando não estamos vendo o que cheiramos, fica mais difícil associar o aroma a sua
origem. Você sofre para descobrir qual é o cheiro em questão, mesmo ele sendo
muito familiar; mas quando alguém diz do se trata, a reação é sempre a mesma:
“Mas é óbvio, como é que eu não me dei conta?”.
Aprender sobre vinhos envolve justamente essa parte tão primitiva e pouco treinada
do nosso cérebro: a memória olfativa. Não é preciso ter um supernariz nem focinho
canino para entender e identificar os aromas de uma bebida: é questão de treino.
Muitas vezes, a nossa impressão de determinado vinho será influenciada pelo juízo
de valores que fazemos de aromas que, para nós, são considerados bons ou ruins.
Da próxima vez em que você for a um mercado comprar frutas, ervas especiarias ou
flores, escolha uma mercadoria, feche os olhos por alguns segundos, concentre-se e
inspire! Este exercício será de grande ajuda no futuro.
Surge aí a clássica questão: Elabora-se o vinho com frutas para que ele tenha esses
aromas “frutados”?
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Antes de mais nada essa pergunta segue um raciocínio lógico: como um vinho pode
cheirar a pêssego se não se misturou a fruta junto? Pode-se misturar?
A resposta é não. Ao contrário das cervejas, os vinhos não podem ser acrescidos de
nenhum tipo de fruta ou erva. Tal prática é proibida por lei em qualquer país
produtor no mundo, mas antigamente isso era permitido. Costumava-se consumir
vinho misturado com mel, ervas e inclusive água do mar. Segundo os gregos, esta
era a maneira civilizada de consumir a bebida. Tomar vinho puro (ou cerveja) era
hábito de bárbaros.
Na Idade Média, os vinhos eram adulterados com frutas do bosque para reforçar a
cor e o sabor em virtude da baixa qualidade de muitos caldos comercializados na
época. No entanto, depois de descoberta, essa foi proibida.
Então se não se pode adicionar nada, de onde vêm todos esses aromas?
Além disso, aromas podem ser transmitidos pela madeira, no caso de vinhos com
envelhecimento em barril. Neste ponto a questão fica mais complexa já que,
dependendo de quanto o barril foi tostado (o quanto se queima a madeira por
dentro) e a proveniência do carvalho (se é francês, americano, português ou
húngaro), os aromas transmitidos ao vinho são diferentes. Aqui entram baunilha,
coco, caramelo, chocolate, tabaco, entre outros.
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Alguns aromas encontrados no vinho: coco, baunilha, cravo, chocolate e café.
Existem algumas situações nas quais há consenso, como o caso das cores, que na
maioria das vezes são absolutas: isso é vermelho, aquilo é laranja e aquele outro é
roxo; os aromas tornam-se mais abstratos e as a percepção de várias pessoas
dificilmente serão idênticas. O importante é que as pessoas se animem a descobrir o
quão interessante pode ser um vinho pelos seus aromas.
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Perguntas úteis a ser fazer enquanto cheiramos o vinho:
• É um vinho aromático/perfumado?
• Qual o caráter marcante? Frutado, floral, amadeirado, especiarias, herbáceo?
• Se for frutado, que tipo de fruta? Cítrica, tropicais, silvestres/do bosque?
• Como está a fruta? Fresca, madura, compota, passas?
Exemplo: É um vinho com aromas frutados, com notas de frutas tropicais como
abacaxi maduro e carambola.
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3 Análise gustativa
O peso do vinho na boca, de leve a encorpado. Neste caso é útil compararmos com a
densidade do leite desnatado, semidesnatado e integral.
Para percebermos tudo isso, é necessário “passearmos” o vinho um pouco pela boca.
Caso tenha ficado alguma dúvida, prova-se mais um pouco. Quando se degustam
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muitos vinhos o ideal é cuspir, assim não nos embriagamos e temos senso de
distinção entre um vinho e outro. Depois no final escolha seus vinhos favoritos e
tome tranquilo, o quanto quiser.
Uma vez provado o vinho, é importante resumir quais foram os aspectos que mais
chamaram a atenção e que falam sobre esse vinho de maneira clara e objetiva. A
seguir, alguns termos úteis, comumente usados:
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Faça você mesmo
Deguste dois vinhos brancos feitos a partir de diferentes uvas de um mesmo país e
anote as observações relevantes, seguindo os esquemas de análise olfativa e
gustativa que foram apresentados. Por exemplo: Um Chardonnay e um Sauvignon
Blanc do Chile de uma faixa de preço semelhante, entre 20 e 25 reais. Busque
identificar as nuances de aromas e sabores entre os dois vinhos, qual deles é o mais
ácido, mais encorpado e mais persistente.
Após degustar um vinho, pergunte-se sempre se ele vale o preço que pagou, ou
seja, se possui uma boa relação custo-benefício. Você se surpreenderá muitas vezes
com excelentes vinhos baratos, e vinhos medíocres a preços altíssimos. Muitas vezes
usa-se a expressão “vinho honesto” ou “justo” para aquele que corresponde às
expectativas dentro da sua faixa de preço. Nos EUA é comum o uso da expressão
“best buy” (melhor compra), para aqueles vinhos que oferecem uma qualidade
excepcional a um custo inferior ao da média.
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Faça você mesmo
Deguste dois vinhos brancos de diferentes regiões do mundo. Por exemplo: um
Vinho Verde Português e um Torrontés Argentino, também de preços similares.
Avalie se eles são vinhos frescos, fáceis de tomar e qual, em sua opinião, possui a
melhor relação custo-benefício.
6 Degustações às cegas
Existe uma técnica interessante para aprendermos sobre vinhos que é a degustação
às cegas. Ela proporciona um suspense, pois não temos noção do que estamos
provando. Assim, as sensações que recebemos do vinho provado são muito naturais
e imparciais, já que não temos informações que possam influenciar nosso paladar e
nosso julgamento.
Para estudar os vinhos você deve tomá-los com frequência, se possível provando
mais de um para poder comparar e perceber as sutilezas que os diferenciam – que
sempre existirão – e, acima de tudo, sem fazer pré-julgamentos.
Não podemos tomar certas opiniões de terceiros como verdades absolutas, logo não
é porque o vinho é europeu que ele necessariamente é complexo e elegante ou
um Cabernet Sauvignon está condenado para sempre a ser encorpado. Os estilos de
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vinhos são variados e podemos encontrar aspectos interessantes de todos os lados e
em todas as faixas de preço.
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Referências
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