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RELATÓRIO E
PARECER PRÉVIO DO TCE
SOBRE AS CONTAS
DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO
DO ESTADO DA BAHIA
EXERCÍCIO DE 2015
João Bonfim
Conselheiro Relator
SALVADOR
JUNHO – 2016
Tribunal de Contas do Estado da Bahia
COPYRIGHT© 2016 TCE
PEDIDOS E CORRESPONDÊNCIAS:
Tribunal de Contas do Estado da Bahia
Avenida 04, Plataforma V – CAB
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Ficha catalográfica
CDU 336.148(813.8)
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA
TRIBUNAL PLENO:
PRIMEIRA CÂMARA:
SEGUNDA CÂMARA:
SUBSTITUTOS DE CONSELHEIRO:
SECRETARIA GERAL
Soraia de Oliveira
DIRETORIA ADMINISTRATIVA
Veralucia Oliveira Lima
GABINETE DA PRESIDÊNCIA
Cláudia Maria Rocha Colavolpe da Silva
ASSESSORIA TÉCNICO-JURÍDICA
Wendel Régis Ramos
AUDITORIA INTERNA
Daniel Gomes Arruda
COORDENAÇÃO DE CONTABILIDADE
Daniela Couto
OUVIDORIA
Paulo Sérgio Pacheco de Figueiredo
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 13
2 SEÇÃO ANALÍTICA ..................................................................................................................... 17
2.1 PLANEJAMENTO E GESTÃO DAS AÇÕES DE POLÍTICA PÚBLICA ................................... 23
2.1.1 ESTRUTURA DE PLANEJAMENTO ESTADUAL PARA ELABORAÇÃO DO PPA ............. 23
2.1.2 PLANO PLURIANUAL 2012-2015 ................................................................................................... 27
2.1.3 PLANO PLURIANUAL 2016-2019 ......................................................................................... 31
2.1.4 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) ................................................................... 33
2.1.5 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) .................................................................................... 35
2.1.6 COMPATIBILIDADE ENTRE AS PEÇAS DE PLANEJAMENTO .......................................... 40
2.1.7 ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO ................................................. 42
2.1.7.1 Estrutura Estadual de acompanhamento, monitoramento e avaliação do PPA ................... 42
2.1.7.2 Relatório de Avaliação da Execução do Plano Plurianual (RAPPA) .................................... 46
2.1.7.2.1 Desempenho do PPA por Eixo Estruturante, Áreas Temáticas e Programas ................... 46
2.1.7.2.2 Desempenho dos Programas em relação à Execução Física do Exercício ...................... 47
2.1.7.2.3 Distribuição das Fontes de Recursos por Programas ....................................................... 50
2.1.7.2.4 Indicadores do PPA 2012-2015......................................................................................... 51
2.1.7.3 Relatório Anual de Governo (RAG) ...................................................................................... 56
2.2 CONTROLE INTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL ................................... 61
2.2.1 AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA BÁSICA DAS UNIDADES DE CONTROLE INTERNO ...... 63
2.2.1.1 A Auditoria Geral do Estado (AGE) ...................................................................................... 64
2.2.1.2 As Coordenações de Controle Interno (CCIs) e as demais estruturas de Controle Interno
existentes ............................................................................................................................ 66
2.2.2 AVALIAÇÃO QUANTO AO CUMPRIMENTO DAS ATRIBUIÇÕES CONSTITUCIONAIS
DO CONTROLE INTERNO ................................................................................................... 69
2.2.3 INSTRUMENTOS DE CONTROLE INTERNO........................................................................ 71
2.2.3.1 Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças (FIPLAN) .......................... 71
2.2.3.2 Sistema Integrado de Material, Patrimônio e Serviços (SIMPAS) ........................................ 73
2.2.3.3 Sistema de Apropriação de Custos Públicos (ACP) ............................................................. 73
2.2.4 CONTROLE INTERNO E TRANSPARÊNCIA PÚBLICA ....................................................... 74
2.2.4.1 Contextualização .................................................................................................................. 74
2.2.4.2 O esforço de normatização da Transparência em âmbito estadual ..................................... 75
2.2.4.3 Ações de promoção da Transparência do Executivo Estadual ............................................ 77
2.2.4.4 O Estado da Bahia em avaliações de Transparência ........................................................... 78
2.2.4.4.1 Índice de Transparência .................................................................................................... 78
2.2.4.4.2 Avaliação Estado Brasileiro e Transparência .................................................................... 79
2.2.4.4.3 Índice de Transparência do Contencioso Administrativo Tributário dos Estados
Brasileiros (ICAT) .............................................................................................................. 79
2.2.4.4.4 Escala Brasil Transparente................................................................................................ 79
2.2.4.4.5 Ranking Nacional de Transparência ................................................................................. 80
2.2.4.4.6 Ranking de Competitividade dos Estados ......................................................................... 80
2.2.4.4.7 Avaliações realizadas por Tribunais de Contas................................................................. 80
2.3 LIMITES CONSTITUCIONAIS E LEGAIS ................................................................................ 85
2.3.1 SAÚDE .................................................................................................................................... 85
2.3.2 EDUCAÇÃO ........................................................................................................................... 88
2.3.2.1 Apuração dos limites constitucionais.................................................................................... 89
2.3.3 PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS ..................................................................................... 91
2.3.4 PREVIDÊNCIA OFICIAL DO ESTADO .................................................................................. 99
2.3.4.1 Limite de gastos com inativos e pensionistas....................................................................... 99
2.3.4.1.1 Criação ou majoração de benefícios previdenciários ........................................................ 101
2.3.4.2 Compensação previdenciária ............................................................................................... 103
2.3.5 DÍVIDA PÚBLICA ................................................................................................................... 107
2.3.6 PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS (PPPs) .......................................................................... 112
2.3.7 RESULTADO NOMINAL ........................................................................................................ 115
2.3.8 RESULTADO PRIMÁRIO ...................................................................................................... 115
2.4 GESTÃO ORÇAMENTÁRIA, FINANCEIRA E PATRIMONIAL DO ESTADO DA BAHIA –
EXAME DAS CONTAS DO PODER EXECUTIVO ................................................................... 123
2.4.1 RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E RELATÓRIO DE
GESTÃO FISCAL ................................................................................................................... 126
2.4.2 GESTÃO ORÇAMENTÁRIA ................................................................................................... 128
2.4.2.1 Receitas Tributárias – Imposto de Renda na Fonte (repasse automático)........................... 128
2.4.2.2 Receita contabilizada no FUNPREV .................................................................................... 129
2.4.2.3 Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) ........................................................................... 131
2.4.2.3.1 Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) no Poder Executivo ........................................ 134
1 INTRODUÇÃO
O Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA), órgão incumbido de auxiliar o controle
externo, a cargo da Assembleia Legislativa, dotado de autonomia administrativa e
independência funcional, em conformidade com o disposto no art. 91, inciso I, da
Constituição Estadual (CE), aprecia as contas prestadas anualmente pelo Chefe do Poder
Executivo do Estado, sendo produzidos Relatório e Parecer Prévio no prazo de 60 dias a
partir da data de seu recebimento. O Parecer Prévio, documento de natureza técnica, auxilia
a Assembleia Legislativa no exercício da fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial do Estado quanto à legalidade, legitimidade, economicidade na
gestão dos recursos públicos.
Tem-se que os primeiros vestígios de controle via atividade auditorial foram encontrados em
Uruk, na Suméria, cerca de 8.000 a.c., ou seja, há 10.016 anos, quando fichas de barro
eram utilizadas na contagem do patrimônio, auxiliando o exercício do controle. Agora
estamos apreciando as contas governamentais do exercício de 2015, ano no qual o TCE/BA
completou 100 anos de criação.
Desde a sua fundação, o Tribunal de Contas tem envidado esforços para estimular a prática
da transparência das ações estatais e o aperfeiçoamento da gestão pública. Neste sentido,
em 10/12/2015, foi aprovada a Resolução n.º 164/2015, que dispõe sobre a Normatização
dos Procedimentos para Emissão do Relatório e Parecer Prévio das Contas de Governo no
âmbito do TCE/BA. Não obstante à Resolução encontrar-se vigente, foi prevista regra de
transição, estabelecendo que suas disposições somente se aplicarão aos processos de
contas de governo a partir do exercício de 2016.
A seção analítica é formada pelo relatório consolidado das CCEs e a seção conclusiva é
formada pelo relatório sintético, a cargo do conselheiro relator, que analisará os resultados
auditoriais da seção analítica, com a exposição dos fatos e fundamentos que suportam a
sua proposta de Parecer Prévio.
O item 2.1 promoveu a análise do planejamento e gestão das ações de política pública que
nortearam e viabilizaram a atuação do Governo Estadual. O estudo mapeou as fragilidades
relativas ao processo de elaboração, monitoramento e avaliação do Plano Plurianual e suas
repercussões sobre as demais leis orçamentárias.
No item 2.2, foi abordado o controle interno, englobando a concepção de sistema adotado
no Estado, com avaliação das estruturas primárias de controle interno das diversas
unidades administrativas, suas fragilidades e o impacto sobre a elaboração, execução,
acompanhamento e avaliação das ações de política pública. Também foi verificado se tais
elementos, em conjunto, atendem às exigências constitucionais. Os esforços ainda foram
empregados na análise dos instrumentos de controle, com foco nos sistemas corporativos,
bem como na aferição do cumprimento da transparência pública.
São registradas, no item 2.6, as ações adotadas pelo Governo Estadual para a correção das
falhas apontadas nas recomendações do Relatório sobre as Contas do Chefe do Poder
Executivo relativas ao exercício de 2014. Em consonância com o esforço de aprimoramento
da gestão pública, foi elaborado o quadro resumo que apresenta o nível de implementação
das deliberações constantes do Parecer Prévio do TCE/BA para o exercício de 2014.
Em razão das inovações promovidas, cabe destacar que a seção analítica é um documento
encaminhado pelo Superintendente Técnico e Titulares das CCEs, que foi produzido pelos
Auditores relacionados no item 2.8 deste Relatório. Após o exame aprofundado, o
mencionado trabalho foi apresentado a esta Relatoria, o que permitiu a elaboração da seção
conclusiva, proposta de Parecer Prévio e parecer do Ministério Público de Contas. Esta
nova metodologia faz jus a qualidade técnica dos Auditores e contribui para a segregação de
responsabilidades, contribuindo de forma significativa para a evolução do controle externo a
cargo desta Casa. A seguir, é apresentado quadro com o histórico de apreciação e
julgamento dos últimos cinco exercícios:
2 Seção Analítica
2 SEÇÃO ANALÍTICA
Em conformidade com a Resolução n.º 168, de 15/12/2015, deste Tribunal de Contas, que
aprovou as diretrizes para o Plano Operacional do TCE de 2016, e em consonância com a
Resolução n.º 164, aprovada em 10/12/2015, que normatizou os procedimentos para
emissão do Relatório e Parecer Prévio das Contas de Governo no âmbito do TCE/BA, foi
elaborada a presente Seção Analítica, contendo a consolidação dos exames dos elementos
componentes da prestação de contas do Chefe do Poder Executivo do Estado, objetivando
subsidiar a emissão do Relatório e do Parecer Prévio sobre as Contas de Governo do
exercício de 2015.
A análise técnica promovida pelas Coordenadorias de Controle Externo (CCEs) foi realizada
com base nas peças contidas no processo de prestação das contas governamentais, bem
como nos resultados das auditorias, inspeções e outros procedimentos, atentando para os
aspectos de consistência, integridade, objetividade, transparência e relevância. As
informações, observações, constatações e recomendações foram consolidadas pela 7ª
CCE.
Cabe salientar o caráter inovador do presente exame, tendo em vista a Resolução n.º
164/2015, editada em dezembro de 2015, não se encontrar em plena vigência, inclusive não
sendo exigida neste exercício, dentre outros elementos, a apresentação pelo Poder
Executivo de diversos documentos.
As contas foram prestadas pelo Excelentíssimo Senhor Governador Rui Costa dos Santos à
Assembleia Legislativa em 15/02/2016, através do Ofício GE n° 15/2016, na forma prevista
no art. 105, XV, da Constituição Estadual. Foram anexados, o discurso proferido pelo
Governador, o Relatório Anual de Atividades do Governo 2015, as Demonstrações
Contábeis Consolidadas do Estado (DCCEs), exercício de 2015, o Relatório Imobiliário do
Estado exercício 2015, e o RAPPA do PPA 2012-2015: ano 2015.
Posteriormente, foram anexados aos autos o Plano de Ação e, em abril de 2016, o Relatório
de Acompanhamento deste Plano, elaborados pela Comissão Estadual de Ações Corretivas
e Preventivas de Ressalvas relativas às Contas Governamentais (criada pelo Decreto
Estadual n.º 12.474, de 24/11/2010, alterado pelo Decreto Estadual n.º 14.582, de
04/07/2013), em atendimento às recomendações propostas no citado Parecer Prévio.
• Procedimentos Auditoriais
f) Avaliação das ações adotadas pelo Governo Estadual para a correção das falhas
apontadas nas recomendações do Relatório sobre as Contas do Chefe do Poder
Executivo, relativas ao exercício de 2014 e do respectivo Plano de Ação proposto.
À luz da Carta Magna, a Constituição do Estado da Bahia, no seu art. 159, explicita os
instrumentos norteadores da Administração Pública, que formam a tríade orçamentária, o
Plano Plurianual (PPA), as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais, a serem
estabelecidos por meio de leis de iniciativa do Poder Executivo.
A Lei Complementar Federal n.º 101, de 04/05/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),
por sua vez, em seu art. 1º, correlaciona a responsabilidade na gestão pública com a ação
planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar
o equilíbrio das contas públicas. Assim, no seu domínio, a LRF, além de introduzir novos
elementos às peças orçamentárias, reforça a compatibilização entre elas quando, no seu
art. 16, inciso II, condiciona a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação
governamental, que acarrete aumento da despesa, à declaração do seu ordenador de que o
aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e
compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.
Ressalta, ainda, que se considera compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes
orçamentárias, a despesa que esteja de acordo com as diretrizes, objetivos, prioridades e
metas previstos nesses instrumentos e não infrinja quaisquer de suas disposições.
Contudo, para que estes instrumentos possam de fato assumir o papel a eles atribuído pela
Constituição Estadual, não basta que sejam simplesmente elaborados, é imperioso que
apresentem condições de direcionar a administração pública na boa aplicação dos recursos
e, sobretudo, que ofereçam condições de demonstrar com transparência o alcance dos
resultados almejados, o que faz do ambiente de controle do planejamento a base para
assegurar, nos instrumentos previstos, essas características.
O Tribunal de Contas do Estado da Bahia tem apontado diversas fragilidades nos planos
plurianuais elaborados pelo Estado, as quais vão desde a existência de metas quantitativas,
sem definição de valores a serem alcançados durante o plano, e entregas de caráter
genérico com baixa transparência do bem ou serviço a ser ofertado, ao estabelecimento de
indicadores sem definição de parâmetros mínimos de validade e qualidade, dentre outros
aspectos.
seja da própria administração, quanto das instituições de controle interno e externo, bem
como no exercício do controle social, refletindo-se na qualidade dos resultados
apresentados pelas políticas públicas.
A LRF estabelece que a transparência da gestão fiscal deve ser assegurada também
mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os
processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e
orçamentos.
As versões finais dos documentos “Recortes Territoriais para Políticas Públicas de Combate
à Pobreza” e “Avaliação do PPA 2012-2015” foram apresentadas apenas em 21/08/2015, o
que corroborou com as percepções dos participantes da SEPLAN, que responderam à
pesquisa eletrônica, informando a necessidade de conhecimento da situação atual e das
necessidades do Estado, para estarem melhores capacitados a participarem do processo de
elaboração do PPA.
Ressalte-se, também, que não houve a identificação de capacitações para o público interno,
voltadas para a lógica de construção de programas, as quais são consideradas relevantes
para construção de modelos teóricos, com encadeamento lógico adequado para direcionar a
execução e o alcance dos objetivos pretendidos.
Foi identificada pela auditoria fragilidade na metodologia utilizada para elaboração do PPA.
A ausência da norma legal prevista para regulamentar a elaboração do PPA, conforme
estabelece o parágrafo 9º do art. 159 da Constituição Estadual, foi um dos fatores citados
pela auditoria que compromete o processo de construção do Plano, vez que deixa sob a
discricionariedade da gestão a determinação da metodologia a ser utilizada para elaboração
do PPA, bem como a definição dos elementos que comporão sua estrutura, ainda que a
Constituição Estadual determine o estabelecimento de diretrizes, objetivos e metas e que o
Decreto Federal n.º 2.829/1998, que estabeleceu normas para a elaboração e execução do
Plano Plurianual e fomentou o gerenciamento por programas, tenha trazido a figura dos
indicadores, num avanço para a gestão voltada a resultados.
Por ser uma peça fundamental no âmbito do planejamento governamental e por seu
processo de elaboração ser revestido de um alto grau de complexidade, faz-se necessário
que todos os atores envolvidos estejam devidamente capacitados a participarem do
processo.
Com relação ao processo de elaboração do PPA 2016-2019, 76,92% dos gestores das
secretarias/órgãos/entidades e 77,72% dos participantes das secretarias/órgãos/entidades
do processo de elaboração, respondentes à pesquisa, demonstraram algum nível de
insatisfação em relação à disponibilização da documentação base que fundamentaria a
elaboração/seleção dos indicadores.
programas, sinalizam o quão frágil ainda é o ambiente de controle estadual para o processo
de planejar, o que se reflete na qualidade dos PPAs elaborados. Registre-se, ainda, que a
rotatividade das pessoas envolvidas nesse processo, também compromete o aprimoramento
do processo de planejamento.
Desta forma, embora possam ser observados avanços no processo de realização das
escutas sociais para elaboração do PPA Participativo, na modelagem mais estratégica para
o Plano e na capacidade crítica da SEPLAN, em relação à estrutura e operacionalização do
PPA 2012-2015, o Estado ainda carece de condições básicas para viabilizar a construção
de um instrumento que efetivamente norteie a condução das ações do governo e das
diversas secretarias, órgãos e entidades do Poder Executivo, com vistas ao alcance dos
anseios da sociedade e ao desenvolvimento do Estado.
Desde a edição do Decreto Federal n.º 2.829, de 29/10/1998, que estabeleceu normas para
a elaboração e execução do Plano Plurianual, fomentando o gerenciamento por programas
no âmbito de todas as esferas de governo, que os planos plurianuais subsequentes do
governo estadual têm sido estruturados no modelo de gerenciamento por programas.
A Lei Estadual n° 12.504/2011 instituiu o Plano Plurianual para o Estado da Bahia, referente
ao quadriênio de 2012-2015, estabelecendo as diretrizes, objetivos e metas da
Administração Pública Estadual para as despesas de capital e outras delas decorrentes,
assim como as relativas aos programas de duração continuada, visando atender ao art. 159
da Constituição Estadual. O PPA 2012-2015, embora mantenha a estruturação por
programas, trouxe modificações significativas em relação aos três últimos planos
plurianuais.
Diferentemente dos anos anteriores, a metodologia para construção do PPA 2012-2015 não
mais contempla no seu escopo as ações orçamentárias, que passaram a figurar apenas nos
orçamentos anuais, vinculando-se ao Plano por meio das entregas/iniciativas. O referido
Plano estabeleceu, ainda, que a criação de ações no orçamento fosse orientada para o
alcance das metas dos compromissos e pela viabilização da execução das
entregas/iniciativas, conforme descrito nos arts. 6º e 7º da referida Lei.
De acordo com o parágrafo 1º, art. 161, da Constituição do Estado, “nenhum investimento,
cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão
no plano plurianual, ou sem lei que a autorize, sob pena de crime de responsabilidade.”
De acordo com a Lei Estadual n.º 12.504, de 29/12/2011 que instituiu o PPA 2012-2015, os
programas são compostos por Ementa, Indicadores, Recursos do Programa e
Compromissos, assim definidos:
Outrossim, cabe destacar que o Parecer Prévio de 2014 recomendou que somente se altere
o Plano Plurianual 2012-2015 após a aprovação do Projeto de Lei de revisão encaminhado
ao Poder Legislativo, como determina o art. 10, § 1°, da Lei Estadual n.º 12.504/2011.
Contudo, verificou-se nova revisão do PPA, sem a submissão de Projeto de Lei de revisão
ao Poder Legislativo, tendo em vista que o Anexo I da Lei Orçamentária/2015, denominado
“Demonstrativos Orçamentários Consolidados”, trouxe o item “Atualização do Plano
Plurianual – PPA”, onde são informadas as Entregas/Iniciativas Atuais, por Programa,
destacando-se em negrito as que foram incluídas para o exercício.
Ressalte-se que a não submissão das revisões do Plano a Projeto de Lei específico,
aprovado pelo Poder Legislativo, foi objeto de apontamento da auditoria operacional no
Projeto de Lei n.º 21.474/2015, que institui o PPA 2016-2019.
1
Convertida na Lei Estadual n.º 13.468/2015.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias está prevista no art. 159, § 2º, da Constituição Estadual,
que estabelece:
Art. 159
[…]
§ 2º – A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e
prioridades da Administração Pública, incluindo despesas de capital para o
exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a
política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Conforme o art. 3º, Parágrafo único da LDO, as prioridades do Anexo I devem ter
precedência na alocação dos recursos no orçamento e na sua execução, respeitado o
atendimento das despesas dispostas no art. 22 do mesmo instrumento legal, a saber: a)
transferências e aplicações vinculadas constitucionais e legais; b) pessoal e encargos
sociais; c) juros, encargos e amortizações da dívida; d) precatórios judiciários; e)
contrapartidas previstas em contratos de empréstimos, convênios ou outros instrumentos
similares; e f) outras despesas administrativas e operacionais.
Não obstante ao que dispõe o mencionado art. 22, a LDO determina que em caso de
necessidade de limitação de empenho e movimentação financeira, os órgãos, fundos e
entidades devem ressalvar, sempre que possível, as ações vinculadas às metas e
prioridades estabelecidas no Anexo I (art. 3º, Parágrafo único, II).
A Constituição do Estado, no seu art.159, assim estabelece para a Lei Orçamentária Anual:
Art. 159
[...]
§ 5º – A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal, incluindo todas as receitas e despesas, referente aos
Poderes do Estado, seus fundos, órgãos da administração direta,
autarquias, fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que o Estado, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
Dos 61 Programas de Governo que integram a LOA 2015, 48, agrupados e especificados
como “outros” na Tabela 2, tiveram participação individual abaixo de 1% nos montantes do
orçamento inicial e atual. Somados, representaram menos de 9% dos recursos totais. Entre
esses 48 Programas, encontram-se 19 Programas dos 25 que foram contemplados como
prioritários pela LDO/2015. Portanto, para 76% dos programas prioritários (19) os créditos
orçamentários alocados ficaram abaixo de 1% do montante da LOA/2015 e, em alguns
casos, com recursos abaixo daqueles destinados a Programas não prioritários.
Assim, com exceção dos Programas 502 – Ações de Apoio Administrativo do Poder
Executivo e 900 – Operação Especial, que se referem a créditos orçamentários destinados à
manutenção do Poder Executivo e outros compromissos financeiros do Estado, pode-se
observar a existência de Programas não prioritários que obtiveram participação percentual
maior que os prioritários contemplados na LDO/2015, sendo estes: 100 – Bahia Saudável
(9,84%); Fortalecimento da Educação Básica (8,46%); Educação superior no século XXI
(2,23%) e Ações de apoio Administrativo do poder Judiciário (1,26%).
Quanto à execução dos demais Programas de Governo, não contemplados como prioritários
pela LDO 2015, a Tabela a seguir apresenta a respectiva execução orçamentária.
% %
Código Descrição Orçado Inicial (A) Orçado Atual (B) Liquidado ( C ) Variação Execução
(B/A) (C/B)
153 Relação Governo-Sociedade 104.539.000,00 111.777.246,00 109.864.853,74 6,92 98,29
154 Pacto Federativo 170.000,00 69.797,00 56.457,79 (58,94) 80,89
165 Modernização do Ministério Público 256.674.000,00 352.089.048,00 347.948.707,19 37,17 98,82
Ações de Apoio Administrativo do Poder
500
Legislativo 423.203.000,00 456.563.700,00 444.054.122,29 7,88 97,26
Ações de Apoio Administrativo do Poder
501
Judiciário 481.920.000,00 564.045.275,00 513.293.082,14 17,04 91,00
Ações de Apoio Administrativo do Poder
502
Executivo 11.651.620.600,00 11.816.811.235,11 11.276.376.389,57 1,42 95,43
Ações de Apoio Administrativo do
503
Ministério Público 168.756.000,00 179.707.798,00 176.322.835,83 6,49 98,12
Ações de Apoio Administrativo da
504
Defensoria Pública 148.114.000,00 166.560.098,00 160.873.807,86 12,45 96,59
900 Operação Especial 7.512.813.073,00 8.278.387.116,82 7.966.093.564,87 10,19 96,23
999 Reserva de Contingência 22.066.883,00 64.403,00 – (99,71) –
TOTAL 30.042.298.398,00 33.302.892.064,81 30.987.610.132,59 10,85 93,05
Fonte: FIPLAN Gerencial. Relatório emitido em 07/04/2016.
Some-se a essa situação o fato de que o modelo teórico definido no PPA para os
Programas de Governo apresenta fragilidade, também, na descrição de Entregas/Iniciativas,
ou seja, nas ações que serão empreendidas pelo Poder Público para realizar os
compromissos assumidos, bem como, na descrição de ações orçamentárias e produtos,
apresentando caráter genérico que não evidencia o que está sendo ofertado/produzido à
sociedade, situação que foi objeto de apontamento por parte da auditoria operacional na
sistemática de elaboração, acompanhamento, monitoramento e avaliação do PPA 2012-
2015 e de elaboração do PPA 2016-2019.
[...]
Considerando o ciclo PDCA (Plan, Do, Check and Act), ferramenta de gestão amplamente
divulgada na década de 50, fazem parte da gestão o planejamento, a execução, a
checagem e a ação, que de maneira cíclica permitem a melhoria contínua dos processos e
produtos para alcance dos objetivos pretendidos. Nesse sentido, acompanhar, monitorar e
avaliar configuram-se premissas básicas das quais a gestão pública não deve prescindir.
Ademais, por meio das Diretorias de Monitoramento e de Avaliação, nas suas respectivas
áreas de atuação, ressalta-se, ainda, a proposição, implementação e manutenção de
normas, métodos e instrumentos de monitoramento e avaliação dos planos plurianuais,
programas e ações governamentais, em articulação com as demais unidades do Sistema
Estadual de Planejamento, bem como a elaboração dos relatórios anuais de atividades do
Governo e relatórios gerenciais relacionados com os planos plurianuais, programas e
projetos governamentais.
Nesse contexto, cabe registrar que somente em 2012, quase um ano após a elaboração do
PPA 2012-2015, é que foram publicados instrumentos regulamentadores das atividades de
monitoramento e avaliação: a Instrução Normativa SEPLAN n.º 002, de 20/11/2012, que
instituiu o Processo de Monitoramento e Avaliação dos Programas de Governo do Plano
Plurianual no âmbito do Poder Executivo Estadual e normatizou seus procedimentos, e o
Decreto n.º 14.219, de 27/11/2012, que instituiu o Modelo de Governança para Programas
Integrantes do Plano Plurianual, com a finalidade de assegurar a transversalidade, a
integração, a coordenação e o compartilhamento de responsabilidades entre os executores
para o cumprimento dos compromissos e metas fixados.
Não obstante o sistema FIPLAN gerar relatório que demonstre a vinculação das ações
orçamentárias, do exercício, às entregas/iniciativas constantes no PPA 2012-2015, a
mencionada auditoria constatou a ausência de publicidade desta vinculação, de forma a dar
transparência da compatibilização entre as duas peças.
Quanto aos relatórios produzidos pela SEPLAN, provenientes das atividades de M&A do
PPA, a auditoria ressalvou que os mesmos não produzem as informações necessárias ao
processo decisório, no que diz respeito ao resultado de uma análise do desempenho dos
programas e seu impacto para a população beneficiada. O Relatório Anual de Governo
(RAG) e Relatório Anual de Avaliação da Execução do PPA (RAPPA) constituem-se em
relatórios informativos e descritivos da execução orçamentária, financeira e das ações
realizadas, e não apresentam análises comparativas entre o planejado e executado, dos
contingenciamentos, das suplementações e seus reflexos nos resultados obtidos, bem como
os pontos críticos/gargalos porventura verificados na execução dos programas.
Nesse quesito, a auditoria faz referência ao texto legal do PPA 2012-2015, que trouxe,
expressamente, a participação social como um dos seus princípios norteadores, a ser
inserida em todo o ciclo de gestão, inclusive no processo de monitoramento e avaliação do
Plano, viabilizando, através da publicação dos resultados alcançados, o exercício do
controle social:
Quanto ao sítio Transparência Bahia, a análise da auditoria informa que o mesmo apresenta
apenas a execução orçamentária e financeira da ação e dos programas, e que somente
estavam disponíveis para consulta pública os dados de 20 dos 47 programas do PPA.
Deste modo, torna-se pertinente o alinhamento do Plano de Ação apresentado pelo Governo
do Estado, para atendimento às recomendações deste Tribunal no Parecer Prévio sobre as
Contas do Chefe do Poder Executivo, exercício 2014, ao quanto acordado no âmbito da
auditoria operacional na sistemática de elaboração, acompanhamento, monitoramento e
avaliação do PPA 2012-2015 e de elaboração do PPA 2016-2019, também, no que diz
respeito às questões relativas ao acompanhamento, monitoramento, avaliação e
governança do PPA.
A Lei n.º 12.504/2011, que instituiu o PPA 2012-2015, dispõe sobre a obrigatoriedade do
encaminhamento e da divulgação do RAPPA, conforme descrito em seu art. 11:
Não obstante a republicação da Tabela I, ainda persiste no Capítulo 1, página 12, uma
imprecisão na citação do valor resultante da execução do quadriênio, uma vez que fora
utilizado o valor de 114,44%, calculado equivocadamente, quando deveria ter sido utilizado
o valor de 104,48%.
Este capítulo do RAPPA demonstra a situação da execução física das Ações Orçamentárias
(Projeto, Atividade e Operação Especial – PAOE) dos Programas no exercício e os valores
da execução física finalizada nos anos anteriores. Contudo, a análise dos resultados
apresentados evidenciam as seguintes fragilidades:
Em diversas ações orçamentárias do RAPPA 2015 não foi apresentada a série histórica da
execução física, impossibilitando o acompanhamento da evolução dos produtos entregues
ao longo do quadriênio. Ressalte-se que o RAPPA 2014 apresentava essas informações.
Em relação ao executado no exercício de 2015, também foi constatada a ausência de
informação relativa às metas físicas para diversas ações orçamentárias.
De acordo com o Manual de Orçamento Público (MOP) do Estado da Bahia, toda ação do
Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos objetivos
estratégicos definidos para o período do PPA. As ações integrantes do PPA transformam-se
em ações orçamentárias e cada ação terá um único produto, que corresponde ao bem ou
serviço resultante da ação, destinado ao público-alvo.
física muito superior a média de execução dos anos anteriores, chegando a ser, em alguns
casos, mil vezes maior. Realizada a análise das informações apresentadas no RAPPA 2014,
verificou-se que houve alterações nos produtos entregues pelas ações orçamentárias, como
pode ser observado no Quadro a seguir:
Ainda que a alteração dos produtos interfira nos quantitativos da execução, não parece
razoável a existência de discrepâncias tão grandes entre exercícios. A descontinuidade de
informações relativas aos produtos acarreta maior dificuldade para verificar a correlação do
que foi executado com o alcance do previsto no PPA para os compromissos. A seguir,
outros exemplos de ações orçamentárias com alteração dos produtos a serem ofertados:
Cabe salientar que no Relatório em comento não há a descrição dos produtos dos anos
anteriores ou informações que sinalizem mudanças. A apresentação da série histórica da
execução física sem informação relativa a alterações no produto de um ano para o outro
comprometem a interpretação das informações apresentadas.
Sobre a omissão das informações referentes aos exercícios anteriores e a alteração dos
produtos, a SEPLAN afirmou, por meio do Ofício GASEC n° 074/2016, que, especificamente
para o PPA 2012-2015, ocorreram várias situações que causaram descontinuidade na
codificação, descrição da ação e seu produto ou na unidade de medida.
Por fim, a Secretaria ressaltou que, “em relação ao Capítulo 2, será customizado o relatório
que o produz, e no prazo de 30 dias será republicado no sítio da SEPLAN.” Em que pesem
os esclarecimentos do gestor, a ausência das informações da execução física dos anos
anteriores e as alterações nos produtos das ações orçamentárias prejudicam a verificação
Na leitura deste capítulo, verificou-se uma divergência entre os valores das Fontes de
Recursos apresentados para os Programas Fortalecimento da Educação Básica, Autonomia
das Mulheres e Indústria e Mineração, comparando-os com os valores presentes no
FIPLAN, como demonstra o Quadro a seguir:
O último capítulo do RAPPA 2015 traz informações sobre a evolução dos indicadores dos
programas no quadriênio.
De acordo com o §2º do art. 3° da Lei n.º 12.504/2011, que instituiu o PPA 2012-2015, “Os
indicadores são instrumentos que permitem identificar e aferir a efetividade do Programa,
auxiliando o seu monitoramento e avaliação”.
A análise das informações apresentadas no RAPPA 2015, relativas aos indicadores do PPA
2012-2015, evidencia que as fragilidades apontadas no Relatório e Parecer Prévio sobre as
Contas do Chefe do Poder Executivo, do exercício anterior, relacionadas a seguir, ainda
permanecem:
A priori, é importante destacar o §2º do art. 3º da Lei n.º 12.504/2012, que define os
indicadores como “instrumentos que permitem identificar e aferir a efetividade do Programa,
Ainda por meio do referido Ofício, a SEPLAN antecipa os esclarecimentos que se seguem,
em relação aos indicadores apontados:
A Secretaria informa que a divergência dos valores se deve à atualização dos dados no
Sistema de Nascidos Vivos e ao fato da publicação de 2014 ser parcial, sendo que os
valores corretos só estariam disponíveis em março do ano seguinte. Todavia, cabe ressaltar
que a 2ª versão revisada e atualizada foi publicada no final do ano de 2015, muito posterior
ao mês de atualização dos dados. Ademais, os valores da cobertura de vacina
apresentados são referentes a 2012 e 2013, não tendo sido exposto o valor referente a
2014.
Além disso, os valores publicados no RAPPA de 2015 para a série histórica 2012 e 2013,
correspondentes aos percentuais de municípios com cobertura adequada de vacina, são
muito inferiores aos apresentados no RAPPA de 2014 para a mesma série histórica. Assim,
não se justifica a diferença ocasionada por uma publicação parcial em 2014, quando os
Cabe destacar que a forma de cálculo do indicador “Patentes Depositadas” está explícita no
Anexo do PPA, como demonstra a figura a seguir. Isto posto, não se justifica a ausência de
lançamento dos valores referentes a este indicador, por interpretações diferentes da sua
descrição.
Diante do exposto, não obstante a declaração do gestor sobre as deficiências nos registros
dos indicadores, deve-se ressaltar ser de imposição legal o acompanhamento e publicação
dos resultados do PPA. Assim, não há como se falar em monitoramento ou avaliação do
Plano sem a regular mensuração dos indicadores.
Desta forma, além de não haver o dimensionamento das metas por exercício, de forma a
melhor direcionar a operacionalização anual do Plano, o que se observa é a inexistência, no
Relatório de Avaliação da Execução do último ano do PPA, de demonstração do grau de
cumprimento das metas estabelecidas para o quadriênio.
Vale salientar que a Constituição Estadual, em seu art. 90, estabelece a obrigação de
manutenção de controle interno, com o objetivo de avaliar o cumprimento das metas e
execução dos programas do PPA, conforme descrito abaixo:
Assim, diante das fragilidades verificadas em todo o Relatório de Avaliação do PPA 2012-
2015, RAPPA 2015, verifica-se que a avaliação do cumprimento das metas dos
compromissos do PPA não foi apresentada e que o sistema de controle interno do Poder
Executivo mostra-se frágil para avaliar a execução dos Programas de Governo, bem como
seus resultados na aplicação dos recursos públicos, como preceitua o supracitado art. 90 da
Constituição Estadual.
Saliente-se, que um sistema de controle interno eficiente é indispensável para a boa gestão
pública, sendo este responsável pela avaliação e orientação das ações dos administradores,
de modo a assegurar o eficiente e adequado emprego dos recursos públicos. O exercício da
função de controle, desenvolvida pelo controle interno, é tão fundamental, que, se não for
desempenhado efetivamente, as demais funções de planejar, organizar e administrar, por si
só, não serão capazes de garantir o alcance dos resultados desejados.
O Relatório Anual de Gestão, referente ao exercício de 2015, está divido em três capítulos:
Capítulo 1 – Contexto: Indicadores socioeconômicos e perspectivas, Capítulo 2 – Gestão
Financeira e Capítulo 3 – Principais realizações de Governo por eixos.
Para verificação das informações fornecidas pela SEPLAN, foram feitos os cálculos com as
correções indicadas, entretanto, os valores apurados ainda se mostraram diferentes dos
apresentados no FIPLAN. Ainda na análise do RAG, constatou-se, no Capítulo 3, que a
demonstração das realizações governamentais somente abrange a descrição dos bens e
serviços realizados, não há, entretanto, nenhuma correlação com as metas estabelecidas no
PPA.
[…]
Assim, embora o controle interno seja uma função inerente à atividade administrativa,
quando se fala em fiscalização contábil, financeira e orçamentária, por exemplo, este
controle assume uma especificidade mais definida, com um direcionamento aos atos de
gestão dos bens e valores públicos, buscando uma atuação administrativa mais eficiente e
com regularidade legal.
Além disso, a Constituição Estadual, seguindo a CF, também extrapolou o mero exame da
legalidade, ao exigir que o sistema de controle interno, ainda, seja dotado de competência
para avaliar o resultado da gestão, observados os aspectos da eficiência e da eficácia.
A Lei Complementar n.º 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), em seu art. 59, também
confere ao sistema de controle interno de cada Poder, além do Poder Legislativo, com o
auxílio dos Tribunais de Contas, a competência para a fiscalização do cumprimento de suas
normas. Portanto, dá-se ênfase ao sistema de controle interno como sujeito indispensável
ao monitoramento da gestão fiscal do Estado Brasileiro.
Segundo essa ótica, a fiscalização a ser exercida deverá verificar se os ditames da referida
norma estão sendo obedecidos, notadamente no que se refere aos seguintes parâmetros
(art. 59):
I – atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias;
Na LRF, a importância do controle interno é tão evidente que os responsáveis pelo referido
sistema também deverão assinar o Relatório da Gestão Fiscal, cabendo-lhes avaliar a
consistência e a confiabilidade dos dados nele contidos (art. 54, parágrafo único). Além
disso, a referida Lei também prevê as sanções que podem ser aplicadas ao ente público que
não obedecer aos parâmetros estabelecidos em caso de se manter gastos com inativos e
pensionistas acima do limite definido em lei (LRF, arts. 18 a 20; art. 24, § 2º; art. 59, § 1º,
inciso IV).
A partir dessa previsão legal, objetivou-se uma avaliação do sistema de controle interno do
Poder Executivo do Estado da Bahia, especificamente, dos fins a que se destina, tendo em
vista que o dever de controle, além de compor o núcleo essencial da própria atividade de
administrar, decorre do princípio jurídico-constitucional da eficiência ou da boa
administração, estabelecido no art. 37, caput, da CF/88.
Encontra-se na Assembleia Legislativa, desde 2007, o Projeto de Lei n.º 16.942, que institui
o Sistema Estadual de Controle Interno do Poder Executivo, com a finalidade de avaliar a
ação governamental, a gestão dos administradores públicos estaduais, e promover a
articulação e integração dos diversos órgãos responsáveis pelo controle interno, de modo a
aumentar a efetividade da sua atuação, a eficiência no uso dos recursos e a eficácia dos
seus mecanismos e resultados, por intermédio da fiscalização financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial.
Enquanto a criação de um órgão central de controle diretamente subordinado ao Chefe do
Poder Executivo e dotado de quadro próprio de servidores admitidos mediante concurso
público específico, é a tendência verificada nacionalmente, cujo modelo tem sido
considerado mais adequado para conferir máxima efetividade à função controladora do
Estado, o projeto de Lei da Bahia não prevê, entretanto, concurso público para provimento
de quadro próprio.
O Relatório das Contas de Governo de 2014 já trazia a informação de que a Bahia é o único
estado da região Nordeste que não possui uma “unidade controladora central” nos moldes
de uma Controladoria Geral (autônoma e independente), como é o caso da Controladoria
Geral da União (CGU), com atribuições próprias e desvinculadas das Pastas de Estado.
Em 2015, as ações para fortalecimento do controle interno foram intensificadas com a
criação das Coordenações de Controle Interno (CCIs), instituídas pela Lei Estadual n.º
13.204, de 11/12/2014, que passaram a integrar a estrutura básica das Secretarias de
Estado. Essas CCIs são consideradas pela SEFAZ como um marco significativo para uma
nova política de governança pública, voltada para a mitigação de riscos inerentes à gestão e
à priorização do exercício do controle preventivo e concomitante, constituindo um avanço no
sentido do fortalecimento e consolidação de um sistema mais abrangente de controle
interno, nos moldes preconizados pela Carta Magna e pela Constituição da Bahia.
O Decreto n.º 16.059, editado em 2015 pelo Exmo. Sr. Governador Rui Costa, disciplinou as
competências das CCIs, assim como das demais estruturas de controle interno equivalentes
nos órgãos e entidades da administração indireta do Poder Executivo Estadual, que
passaram a ser desenvolvidas de forma integrada e em articulação sistêmica com a
Auditoria Geral do Estado (AGE), que tem a competência de orientar tecnicamente e
coordenar os trabalhos destas unidades.
Segundo informações obtidas junto à AGE, o controle interno atual do Poder Executivo,
além de englobar a auditoria (a AGE atua no campo da auditoria operacional, as CCIs
setoriais e as unidades equivalentes da administração indireta realizam auditoria de
conformidade), também envolve ações de correição e ouvidoria, realizadas pela
Corregedoria Geral do Estado da Bahia (CGR) e Ouvidoria Geral do Estado da Bahia,
respectivamente, junto com suas unidades setoriais.
Em 2015, o Exmo. Sr. Governador do Estado Rui Costa editou o Decreto n.º. 16.059,
atribuindo à AGE o papel central de promover a articulação sistêmica das atividades
desempenhadas pelas recém-criadas Coordenações de Controle Interno, conforme a seguir
transcrito:
2
Regulamentada pelo Decreto Estadual n° 7.884, de 27/12/2000.
Verifica-se, portanto, que o referido ato normativo conferiu uma roupagem sistêmica ao
controle interno do Poder Executivo do Estado da Bahia, conferindo à AGE, na condição de
órgão central, a responsabilidade por promover a articulação, coordenação, supervisão e
orientação técnica das diversas unidades setoriais de controle interno.
Acrescente-se que, no final do exercício de 2015, o Exmo. Sr. Governador do Estado editou
o Decreto n.º 16.406, de 13/11/2015, que aprova o novo Regimento da SEFAZ, tendo
ampliado mais ainda as competências da AGE, tais como: normatizar e monitorar as
atividades de acompanhamento, controle e fiscalização da execução orçamentária,
financeira e patrimonial a serem realizadas pelas CCIs dos órgãos; elaborar manuais e
procedimentos de auditoria governamental; desenvolver e implementar metodologias de
análise de risco e detecção de fraudes, bem como implantar ferramentas eletrônicas de
auxílio à auditoria governamental.
Ademais, a AGE, também, atuando no novo contexto das unidades setoriais de controle
interno, expediu sua primeira solicitação de inspeção às CCIs, em 2015, na área de
convênios. Foram selecionados 54 instrumentos no montante de R$175.618.501,80, dos
quais, 26, no valor de R$89.659.312,36, foram regularizados até 31/12/2015, mediante
atuação das CCIs.
Contando com uma equipe de apenas 24 auditores e oito cargos comissionados, a AGE
afirma que há limitação de pessoal para desempenhar todas as suas atribuições definidas
em lei.
O Decreto n.º 16.059/2015, que disciplinou as competências das CCIs, estabeleceu que as
suas atividades, bem como as das demais estruturas de controle interno equivalentes,
existentes nos órgãos e entidades da administração indireta do Poder Executivo Estadual,
serão desenvolvidas de forma integrada e em articulação sistêmica com a AGE, a qual
deverá exercer o papel de orientação técnica, sem prejuízo da subordinação administrativa
e hierárquica das CCIs e demais estruturas de controle interno ao titular de seus respectivos
órgãos ou entidades. Neste sentido, cada órgão ou entidade do poder executivo estadual é
responsável pelos meios administrativos e financeiros necessários ao desenvolvimento das
atividades de controle interno.
3
“Consolidação de trabalhos de auditoria – 2015”, “Programação Anual de Auditorias X Auditorias Realizadas 2015” e
“Avaliação das Coordenações de Controle Interno e das Demais estruturas Equivalentes”.
4
CONDER, SESAB, SEAGRI/BAHIAPESCA, SETRE/SUDESB, SJDHDS/FEAS, DETRAN, SEAP, Hospital Manoel Vitorino,
FUNSERV, FUNDAC, CAR, UEFS, LACEN/SESAB, UNEB, Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) e SEC.
• elevado número de servidores sem vínculo com o Estado (de 146 servidores que
estavam atuando nas referidas unidades, apenas 65 possuíam vínculo com o
Estado); e
Para fins de diagnóstico das alterações ocorridas em 2015 com a criação das CCIs,
demonstra-se, a seguir, os resultados da pesquisa obtida a partir da coleta 6 das informações
constantes dos Anexos V e VI da Resolução TCE/BA n.º 192, de 14/10/2014 7, modificada
pela Resolução TCE/BA n.º 153, de 05/11/2015, cujos documentos foram apresentados nas
prestações de contas de gestão das unidades jurisdicionadas, relativas ao exercício de
2015, algumas das quais, inclusive, terão seus processos submetidos ao julgamento deste
TCE:
• dos 94 servidores lotados nas CCIs e unidades equivalentes, cerca de 60% são
ocupantes de cargo comissionado, terceirizados ou sob REDA;
• para 60% dos respondentes, a CCI não utiliza indicadores para acompanhamento,
controle e fiscalização da execução orçamentária, financeira e patrimonial da
unidade jurisdicionada, apesar de 96% informarem que a AGE vem orientando
tecnicamente o planejamento e os procedimentos operacionais das CCIs;
5
“Avaliação das Coordenações de Controle Interno e das demais estruturas equivalentes”.
6
Total de 45 jurisdicionados (27 unidades da adm. direta, 12 autarquias, 05 fundações e 01 órgão em regime especial).
7
Dispõe sobre normas para prestação de contas pelos responsáveis por Unidades Jurisdicionadas da Administração Direta
e Indireta Estadual para fins de julgamento pelo Tribunal de Contas do Estado da Bahia.
Neste sentido, ainda que não exista a CCI, 50% deles afirmaram que existe atividade de
Controle Interno formalmente instituída na unidade jurisdicionada.
8
A partir da investigação que contou com uma amostra de 53 unidades jurisdicionadas da administração direta e indireta.
Este item busca verificar, a partir dos achados constantes do presente Relatório, se o
sistema de controle interno do Poder Executivo Estadual cumpriu, no exercício de 2015,
com as funções que lhe são destinadas legalmente.
Registre-se, quanto ao inciso III da LRF, que no presente Relatório não foram abordadas
quais as medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo
limite, e quanto ao inciso IV, não se aplica, uma vez que os montantes das dívidas
consolidadas e mobiliária encontram-se abaixo do limite legal.
Com a institucionalização das unidades setoriais de controle interno, operada pelo advento
da Lei Estadual n.º 13.204/2014, apesar de tratar-se de medida de aprimoramento da gestão
da administração pública, buscando a estruturação do sistema de controle interno no âmbito
do Estado da Bahia, tal como reclamado pela Constituição Federal, verifica-se que o
sistema de controle interno está muito distante do conceito de “órgão de controle interno”,
ainda que essa nova estrutura tenha se encontrado em fase de implantação em 2015.
• pouca autonomia dos servidores lotados nas CCIs, uma vez que grande parte é
ocupante de cargo comissionado, em detrimento da independência proporcionada
pela sujeição ao regime impessoal e isonômico da seleção por concurso público;
• formação técnica precária e pouca experiência dos servidores lotados nas CCIs, em
desacordo com a recomendação constante da própria Orientação Técnica AGE n.º
01/2015, de que os servidores lotados nessas unidades devem ter capacitação
profissional necessária e desejável formação de nível superior;
• planejamento das atividades sem visão estruturada, pela falta e uso adequado de
ferramentas de TI apropriadas;
Em 25/11/2015, foi realizada nova reunião do TCE com a equipe técnica da SEFAZ, a fim
de reestabelecer novos prazos para a disponibilização da totalidade das informações,
especialmente no tocante ao registro no Sistema da ocorrência de prestação de contas, bem
assim do registro das providências adotadas pela administração para os convênios
apontados como irregulares.
Segundo a SEFAZ, tais demandas seriam submetidas aos dirigentes e gestores do FIPLAN
para avaliação de impacto nos processos de trabalho e nas funcionalidades desse Sistema
de modo a incluí-las em cronograma. Entretanto, até término deste Relatório, o TCE/BA
continua não tendo acesso às informações, de forma sistematizada e estruturada, nos
sistemas corporativos, para fins de planejamento do seu controle externo.
É importante reafirmar que tais dados também são relevantes para um melhor
acompanhamento da gestão e do controle de recursos financeiros descentralizados pelos
órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta para os municípios baianos e as
organizações não governamentais.
Tal iniciativa permitiu a melhoria das atividades de controle interno sobre a compra,
contratação de serviços, controle de estoque, cadastramento de fornecedores, aquisição,
catalogação, distribuição e controle de material, serviços e bens patrimoniais e o
acompanhamento das licitações, dispensas e inexigibilidades.
Com efeito, tais informações também passaram a ser disponibilizadas para o TCE, de forma
estruturada, o que permitiu um melhor planejamento e execução das atividades de controle
externo.
Insta observar, entretanto, que está em curso, através da Ordem de Serviço n.º 048/2016
auditoria de tecnologia da informação a cargo da 6ª CCE e do Centro de Estudos e
Desenvolvimento de Tecnologias para Auditoria (CEDASC) do TCE, objetivando avaliar o
nível de maturidade dos processos de tecnologia da informação que suportam o Sistema
SIMPAS, bem como sua eficiência em relação ao cumprimento da finalidade para qual foi
desenvolvido, especificamente em relação ao gerenciamento dos processos de aquisição de
materiais, bens patrimoniais e serviços pela Administração Pública Estadual, na forma
estabelecida no Decreto n.º 7.919/2001.
2.2.4.1 Contextualização
Merecem destaque também as Leis Federais n.º 9.507, de 12/11/1997 (Habeas Data), Lei
n.º 9.784, de 12/01/1999 (Processo Administrativo), e Lei n.º 12.965, de 12/04/2014 (Marco
Civil da Internet), dentre outras, cuja aplicação é de fundamental importância para a
transparência na Administração Pública.
Em 2012, entrou em vigor a Lei n.º 12.527, também conhecida como Lei de Acesso à
Informação. A norma veio regulamentar o direito constitucional de acesso dos cidadãos a
informações governamentais e se tornou um dos principais instrumentos de garantia da
transparência na gestão pública.
Em conformidade aos ditames constitucionais, estabeleceu, em seu art. 5º, que “é dever do
Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante
procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil
compreensão”.
Com a publicação da Lei de Acesso à Informação (LAI), Lei n.º 12.527/2011, o Brasil passou
a ter um marco normativo voltado à transparência governamental. A LAI abrange União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, os órgãos públicos integrantes da administração
direta dos Poderes Executivo, Legislativo (âmbito em que foram incluídas as Cortes de
Contas), Judiciário e do Ministério Público, além das autarquias, fundações públicas,
empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades controladas.
Também estão alcançadas as entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos
públicos.
Embora a Lei n.º 12.527/2011 seja aplicável ao Estado da Bahia, o Governador do Estado
sancionou em 2012 a Lei n.º 12.618, que regula o acesso a informações no âmbito do Poder
Executivo estadual, conforme prevê o art. 45 da Lei Federal. Ante a abrangência da Lei
Estadual, coube também às instituições do Legislativo, Judiciário, Ministério Público e
Tribunais de Contas baianos editar normas de regulamentação específicas.
Por conta disso, a Presidência da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (AL/BA) editou
o Ato n.º 38.469, de 15/05/2012. Já o Ministério Público Estadual expediu o Ato Normativo
n.º 020, de 19/10/2012, cujo texto encontra amparo na Lei Complementar Estadual n.º 24,
de 04/01/2006.
capítulo "Auditorias Realizadas", que tratará de trabalho feito por este Tribunal de Contas
cujo objeto foi a LAI.
À semelhança do que dispõe a Lei de Acesso à Informação, a Lei Estadual n.º 12.618/2012,
em seu art. 20, define como dever do Estado a tarefa de controlar o acesso e a divulgação
de documentos sigilosos produzidos por seus órgãos e entidades. No § 3º do mesmo artigo,
a referida lei atribui ao Estado a responsabilidade de regulamentar os procedimentos a
serem adotados para o tratamento das informações sigilosas. Já o art. 25 é mais específico
e traz disposições sobre manipulação e controle de informações pessoais. Em seu § 5º, o
legislador informa a necessidade de detalhamento sobre a matéria, reservando ao Executivo
Estadual a incumbência de publicar norma que regulamente os procedimentos para o
tratamento de informação pessoal. Tais conteúdos, entretanto, tal como ocorre com o CGAI,
não foram devidamente regulamentados.
Além dos aspectos relativos à regulamentação, verificam-se alguns esforços estaduais para
realizar a transparência ativa. De acordo com a Secretaria de Comunicação (SECOM), em
resposta ao Ofício n.º 001658/2015/TCE/GAPRE/SEG, constante no processo
TCE/013091/2014, sua Coordenação de Internet iniciou, em 2015, Projeto de Identidade
Digital de Governo, destinado a conferir unidade visual e atender a critérios de
“acessibilidade, transparência, acesso à informação e normas de segurança” em sítios
estaduais. Dentre as premissas elencadas, destacam-se as seguintes: “atender aos critérios
de acessibilidade (Padrão Federal e-Mag)”; “atender à Lei Federal de Acesso à Informação”;
e “garantir a integridade dos dados”. Da arquitetura de informação anunciada, destaca-se a
inclusão de sistemas de busca, um dos requisitos obrigatórios pela Lei de Acesso. De
acordo com o órgão, a primeira etapa do projeto foi concluída em setembro de 2015,
contemplando 48 sítios. Nota-se, portanto, tratar-se de avanço do Estado quanto ao aspecto
visual destes sítios, muito embora os órgãos estaduais ainda careçam de orientações sobre
como publicar as informações mínimas definidas na LAI.
Adicionalmente, verifica-se que a Bahia ainda não implementou sistema de informática para
divulgação de convênios e outros instrumentos para transferências de recursos estaduais,
inclusive licitações, contratações e obras a elas associadas, também objeto de
recomendação das contas governamentais de 2014. Ademais, observou-se que, quanto à
transparência ativa de convênios, item a ser beneficiado pela ação, não houve, até a
conclusão deste Relatório, a despeito de mudanças visuais, alteração de conteúdo no
módulo “Convênios Concedidos” do sítio Transparência Bahia, que continua a permitir
consultas somente até o ano de 2012.
Alguns trabalhos realizados desde a publicação da Lei n.º 12.527/2011 buscaram situar a
Bahia em classificações de transparência. Observa-se que, conforme o critério adotado e o
foco do trabalho, o Estado pode ser avaliado em melhor ou pior grau, como se registra a
seguir.
Este índice corresponde a uma nota atribuída com base em parâmetros técnicos por comitê
de especialistas em contas públicas, sob a liderança da Associação Contas Abertas. Como
resultado, produz-se uma classificação dos portais brasileiros conforme o grau de
transparência.
Na última avaliação divulgada, referente ao exercício 2014, a Bahia foi situada no 21º lugar,
com nota 4,24, em escala de zero a dez, abaixo das médias geral (5,67) e do Nordeste
(5,34).
O ICAT é produzido pelo Núcleo de Estudos Fiscais (NEF) da Fundação Getúlio Vargas.
Trata-se de avaliação de transparência das instâncias administrativas que julgam processos
tributários nos estados brasileiros. O ICAT é considerado um instrumento da transparência
ativa e do controle social, por aferir a disponibilidade de documentos e informações fiscais
nos sítios das referidas instâncias, além de estimular formas de regulação com participação
cidadã, bem como uma espécie de "competição saudável" entre estados por mais
transparência.
9
Disponível em: <http://transparencyaudit.net/node/16>.
Neste ranking, o Estado da Bahia ficou na 24ª posição entre os governos estaduais, obtendo
a pontuação 5,0, enquanto a média nacional ficou em 6,9 pontos, numa escala que varia
entre zero e dez.
Após divulgação, em 22/01/2016, de nota técnica que informou a revisão de notas de 2015,
observou-se que o Estado da Bahia alcançou 41 pontos e foi classificado em 20º lugar para
o indicador Índice de Transparência, que compõe o pilar Eficiência da Máquina Pública.
Neste indicador, que avaliou “portais de acesso a informação de gastos estaduais”, a média
nacional foi de 58 pontos e os três estados mais bem colocados, Espírito Santo,
Pernambuco e São Paulo, tiveram notas 100, 89 e 87, respectivamente.
Ante aquela orientação, observou-se que grande parte dos Tribunais de Contas Nacionais
tem empreendido esforços no sentido de adequar a sua infraestrutura interna para atender
aos comandos legais, tanto no que se refere à transparência passiva como ativa 10.
Entretanto, o trabalho para a fiscalização dos jurisdicionados no cumprimento da Lei ainda é
10
No âmbito da auditoria relativa ao processo TCE/013091/2014, que avaliou o cumprimento da LAI por parte de órgãos e
entidades do Poder Executivo Estadual, fez-se levantamento, por meio de contatos presenciais, e-mail e telefone, de ações
implementadas por órgãos públicos de controle interno e externo, dentre os quais 16 Tribunais de Contas.
Com a promulgação da Lei Complementar (LC) n.º 141, de 13/01/2012, que regulamenta o
§3º do art. 198 da Constituição Federal, além de estabelecer os critérios de rateio dos
recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização e controle das
despesas com saúde, foi mantida, em seu art. 6º, a regra anterior de aplicação em ações e
serviços públicos de saúde, pelos Estados e Distrito Federal, de percentual mínimo de 12%
da receita de impostos líquida e transferências constitucionais e legais, como se observa na
transcrição a seguir:
Para o monitoramento das aplicações realizadas pelos entes da Federação, a LC n.º 141, de
13/01/2012, em seu art. 39, dispõe que o Ministério da Saúde (MS) deverá manter um
sistema de registro eletrônico centralizado das informações de saúde referentes aos
orçamentos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de
estabelecer as diretrizes para o funcionamento desse sistema e os prazos para registro e
homologação das informações.
Assim, observa-se que o Estado da Bahia vem atendendo ao limite mínimo estabelecido,
conforme demonstram os dados apresentados na tabela Evolução do Percentual da
Despesa Própria com Saúde em relação à Receita Líquida de Impostos, no período de 2005
a 2015, de acordo com o Demonstrativo das Receitas e Despesas com Ações e Serviços
Públicos de Saúde, elaborado pela SEFAZ.
É pertinente destacar que o Estado da Bahia, por força da Ação Cautelar n.º 268-1, de
19/05/2004, no STF contra a União (Fazenda Nacional), vem excluindo a receita obtida com
o Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (FUNCEP) da base de cálculo da
dívida pública do Estado com a União, bem como do cômputo do valor mínimo a ser
aplicado em saúde e educação. Assim, do valor da Receita de Impostos, apresentado no
Anexo 12, publicado pela SEFAZ, foi deduzido o montante de R$455.619.315,50,
relacionado tanto à alíquota de ICMS do FUNCEP (R$455.221.489,76) como também aos
seus encargos (multas e juros de mora R$397.825,74).
Art. 29. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios excluir
da base de cálculo das receitas de que trata esta Lei Complementar
quaisquer parcelas de impostos ou transferências constitucionais vinculadas
a fundos ou despesas, por ocasião da apuração do percentual ou montante
mínimo a ser aplicado em ações e serviços públicos de saúde.
2.3.2 EDUCAÇÃO
A Constituição Federal, em seu Título VIII – Da Ordem Social, dispõe em seu art. 212 que o
Estado deve aplicar anualmente, na manutenção e desenvolvimento do ensino, no mínimo,
25% da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências e excluídos os
valores repassados constitucionalmente aos municípios.
A Lei Federal n.º 9.394, de 20/12/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –
LDB), em seu art. 72, estabelece que as receitas e despesas com manutenção e
desenvolvimento do ensino sejam apuradas e publicadas nos Balanços do Poder Público.
O Estado da Bahia encontra-se respaldado pela Ação Cautelar n.º 268-1, de 19/05/2004, no
STF contra a União (Fazenda Nacional), para que a receita obtida com o FUNCEP não seja
incluída na base de cálculo da dívida pública do Estado com a União, nem no cômputo do
valor mínimo a ser aplicado em saúde e educação.
O texto da 6ª edição do Manual de Demonstrativos Fiscais, aprovada pela citada Portaria n.º
553/2014 da STN, na apresentação do Anexo 8 – Demonstrativo das Receitas e Despesas
com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), informa quanto ao registro das
receitas resultantes do ICMS:
11
Este valor é composto a partir do valor da Conta ICMS sem incluir o os valores relativos às subcontas referentes à restituição
de ICMS e referente ao FUNCEP, somados os itens. 1.1.2. 1.1.3 e 1.1.4, constantes do respectivo Anexo.
Item 1.1.6 – Nessa linha, registrar pelo valor bruto, o total arrecadado por
meio de alíquota adicional do ICMS para o Fundo Estadual de Combate à
Pobreza, incluindo as respectivas multas, juros de mora e outros encargos e
os valores referentes à Dívida Ativa.
Com base nos critérios a serem considerados no cômputo dos gastos com manutenção e
desenvolvimento do ensino, estabelecidos pela LDB e pela Portaria no 553/2014 da STN,
foram realizados cálculos pela auditoria deste Tribunal com o objetivo de verificar o
cumprimento do limite de gastos dessa natureza. A seguir são apresentados os resultados
obtidos:
28,5
28,09
27,96
28
27,63
27,5
27
26,45
26,5
25,89 25,92
26
25,5
25
24,5
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fontes: Relatório Resumido da Execução Orçamentária – Demonstrativo das Receitas e Despesas Com Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino.
Nota: Os valores referentes aos anos de 2010 e 2012 foram objeto de republicação, sendo, respectivamente, os valores
anteriores de 26,61 e 25,51. As alterações do percentuais mínimos, nos exercício de 2010 e 2012, de 26,61% para
26,45%, e de 25,51% para 25,92% foram objeto de republicação, conforme Ofício SAF n.º 16/2016.
A Lei Federal n.º 11.494, de 20/06/2007, que regulamenta o FUNDEB, definiu como limite
mínimo a ser aplicado em despesas com a remuneração dos profissionais do Magistério na
Educação Básica o percentual de 60% das receitas desse Fundo.
O Demonstrativo das Receitas e Despesas com MDE informa que o Estado da Bahia
desembolsou recursos da ordem de R$2.378.893.892,36, para pagamento de profissionais
do magistério, conforme demonstra a tabela a seguir, o que corresponde a 84,41% dos
recursos recebidos do FUNDEB no exercício de 2015:
A Constituição Federal, em seu art. 169, estabelece que “a despesa com pessoal ativo e
inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os
limites estabelecidos em lei complementar”.
A LRF, no seu art. 19, fixa o limite da despesa total com pessoal, em percentuais da Receita
Corrente Líquida (RCL), para todos os entes da Federação, estabelecendo-o em 60% para
os Estados.
PODER/ÓRGÃO %
Poder Executivo 48,60
Poder Legislativo 3,40
Poder Judiciário 6,00
Ministério Público 2,00
TOTAL 60,00
Fonte: Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
ÓRGÃO %
Assembleia Legislativa (AL/BA) 1,87
Tribunal de Contas do Estado (TCE/BA) 0,90
Tribunal de Contas dos Municípios (TCM/BA) 0,63
Fonte: Lei Estadual n.º 12.039/2010.
Cabe salientar o que diz o Manual de Demonstrativos Fiscais da STN acerca desse assunto
que “A Lei de Diretrizes Orçamentárias de cada ente não tem poderes para estabelecer
limites superiores aos estatuídos pela lei complementar prevista constitucionalmente como
instrumento para fazê-lo”.
De acordo com o art. 18 da LRF, o cálculo da despesa com pessoal deve incluir todos os
gastos do Estado com servidores ativos, inativos e pensionistas, sob quaisquer tipos de
remuneração e vantagem, além de encargos sociais e contribuições recolhidas pelo Estado
às entidades de previdência.
Por meio da Nota n.º 1.097, de 26/06/2007, a STN afirma que os Tribunais de Contas têm
acertadamente conduzido essa controvérsia com certa cautela. Para alguns Tribunais, a
inclusão ou não dessas parcelas fica sujeita à verificação da temporalidade de sua
concessão. Outros entendem que depende da lei que as instituiu, atribuindo-lhes natureza
indenizatória ou remuneratória. A interpretação com maior adesão foi esta última.
A seguir apresenta-se tabela-resumo com os valores das despesas relativas aos itens
citados para os Poderes Executivo e Judiciário, Ministério Público e Assembleia Legislativa,
que totalizam R$395.617.103,47, correspondentes ao período de apuração de janeiro a
dezembro de 2015, nos termos do § 2.o do art. 18 da LRF:
O Tribunal Pleno deste TCE, em sessão plenária de 28/04/2016, por meio da Resolução n.º
31/2016 referente ao Processo TCE/009670/2015, decidiu, à unanimidade, conhecer da
Consulta, com o oferecimento por maioria de votos, da seguinte resposta:
Considerando que os sistemas corporativos ainda não estão aptos a segregar por elemento
e subelementos os referidos gastos, não foi possível identificar os valores de todos os
Órgãos/Poderes englobados nas despesas retrocitadas, a exceção apenas do Poder
Executivo e da Defensoria Pública que no Sistema de Observação das Contas Públicas
(MIRANTE) – Módulo Pessoal foi apurado o montante de R$184.664.004,54 nas vantagens
de Abono Pecuniário, licença prêmio indenizada, férias vencidas e abono de permanência.
Cabe registrar que os valores dessas despesas devem ser objeto de consulta junto às
respectivas unidades jurisdicionadas, podendo constar no escopo de próximas auditorias
realizadas pelo TCE.
A LRF, em seu art. 18, § 1°, estabeleceu que devem ser contabilizados como “Outras
Despesas de Pessoal” os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se
referem à substituição de servidores e empregados públicos.
A Portaria Interministerial n.o 519/2001 da STN preceitua, na alínea “a” do inciso I do art. 1o,
que as despesas com contratos de terceirização de mão de obra que se refiram à
substituição de servidores e empregados públicos devem ser incluídas no cálculo da
despesa total de pessoal, em atendimento ao disposto no art. 18, § 1o, da LRF.
Dessa forma, todos os contratos de locação de mão de obra que configurem substituição de
servidores e empregados públicos, consubstanciados em terceirização de serviço,
excetuados aqueles que se destinem à execução de atividade-atividade não abrangidas
pelos planos de cargos do quadro de pessoal, devem ter registrados seus valores como
“Outras Despesas de Pessoal” e devem ser inseridos no cálculo da despesa com pessoal.
Como esses gastos estão registrados no elemento de despesa Outros Serviços de Terceiros
– Pessoa Física, não foram considerados pelo Estado no cálculo do limite da Despesa com
Pessoal.
A SEFAZ, por meio do Ofício Conjunto SAF n.o 06/2016, informou que o FIPLAN não
possuía no ano de 2015 o detalhamento do aporte dos Outros Poderes referente aos
Inativos e Pensionistas e que a SUPREV enviou as informações baseadas nos seus
controles internos. Já a SUPREV por meio do Ofício DIGEF/SUPREV n.o 154, de
17/03/2016, assim se pronunciou:
o
1 ) Os valores correspondentes aos Outros Poderes, quais sejam: ALBA,
TCE, TCM, TJBA e MP, relacionados na descrição “SUPREV”, referem-se a
informações que emitimos à SEFAZ, após sermos solicitados, e
correspondem a dados de inativos e pensionistas vinculados ao FUNPREV.
Esclarecemos ainda que repassamos tais informações, conforme planilha já
em posse desse Tribunal.
o
2 ) Na DESCRIÇÃO “FIPLAN GERENCIAL”, além das despesas do
FUNPREV, mencionadas acima, estão também, adicionadas, as do
BAPREV, portanto não havendo como compará-las.
A auditoria também verificou que nas planilhas da SUPREV, que serviram de base para a
segregação do aporte das despesas com Inativos e Pensionistas, foram considerados
valores pagos no elemento 92 (DEA) subelementos 01 – Aposentadoria e 03 – Pensões no
montante de R$99.580,67. Os órgãos que tiveram despesa com pessoal nesta rubrica foram
o Tribunal de Contas do Estado, a Assembleia Legislativa e o Ministério Público, nos valores
de R$57.342,30, R$10.890,65 e R$31.347,72, respectivamente.
Os esclarecimentos não foram suficientes para dirimir a questão posta pela auditoria.
Ademais, não foi possível compor a referida diferença cotejando os dados registrados no
sistema FIPLAN com os informados pela SUPREV, conforme antecipado na resposta
apresentada.
Neste sentido, considerando que os valores publicados nas rubricas “Inativos e Pensionistas
com Recursos Vinculados” e “Pessoal Inativo e Pensionistas” dos demonstrativos dos
Poderes/Órgãos tiveram como fonte de dados planilhas gerenciais fornecidas pela
SUPREV, foram requeridos esclarecimentos à SEFAZ, buscando conhecer se há alguma
limitação do referido sistema na obtenção das despesas com inativos e pensionistas
segregados por Poder/Órgão. Por meio do Ofício n.o DICOP 020/2016, de 20/04/2016, foram
prestadas as seguintes justificativas:
o
1. Por meio do Ofício n. 011/2015 à Solicitação TCEMF01/2015, a DICOP
informou que "havendo segregação por Poder/Órgão das despesas na
referida peça orçamentária", as informações dos montantes por
Poder/Órgão poderiam ser evidenciadas na Contabilidade;
Esclarecido pela SEFAZ, órgão gestor do sistema, que não existe óbice para o registro das
informações necessárias para evidenciar os valores dos pagamentos de Inativos e
Pensionistas segregados por Órgão/Poder nos moldes da legislação vigente. Restando
concluir que a deficiência de controle e a não observância às orientações oferecidas pela
SEFAZ vem gerando a utilização de planilhas para o registro dos valores pela SUPREV
fragilizando as informações gerenciais.
O total dos gastos realizados pelo Estado da Bahia com pessoal de todos os Poderes e
Órgãos correspondeu a 58,71% da RCL, estando dentro do limite global estabelecido pela
LRF, que é 60%, conforme demonstrado a seguir:
Em relação ao Tribunal de Justiça cabe salientar que foi o único Poder/Órgão que não
publicou no Demonstrativo das Despesas com Pessoal relativo ao 3o quadrimestre de 2015,
os gastos com Pessoal Inativo e Pensionistas. A justificativa apresentada pelo ente consta
em Nota Explicativa n.o 05, anexa ao referido demonstrativo, onde aduz que a parcela do
aporte do Regime Próprio de Previdência não foi registrada pois a exclusão dos valores do
Demonstrativo de Despesa de Pessoal do Poder Executivo foi informada
intempestivamente.
Convém ressaltar que situação semelhante ocorreu com o Tribunal de Contas dos
Municípios e com a Assembleia Legislativa, porém estes entes republicaram seus
demonstrativos, com a inclusão das despesas com inativos e pensionistas.
A decisão proferida na Resolução n.º 031/2016 deste TCE, que entende pela exclusão das
despesas com pessoal relativas ao Abono Permanência, Abono de Férias e Abono
Pecuniário está em desalinho com a Portaria n.º 553, de 22/09/2014, expedida pela STN do
Ministério da Fazenda, que orienta pela inclusão desses gastos. Ressalte-se que, até a
presente data, apenas, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça apresentaram seus
demonstrativos com a exclusão das despesas em comento.
Registre-se que o conceito da citada Portaria consigna no item 04.01.02.02 – Despesa com
Pessoal a listagem dos itens considerados despesa bruta com pessoal, que mesmo não
sendo exaustiva mas de cunho exemplificativo, destaca a rubrica do gasto Férias – Abono
Pecuniário, Abono de Permanência e Férias – Abono Constitucional.
Cabe pontuar que ainda que se exclua do cômputo das despesas com pessoal os valores
registrados pelo Ministério Público e Tribunal de Justiça, relativos aos Abonos de
Permanência, Férias e Pecuniário, e aqueles identificados pela auditoria, pertencentes ao
Poder Executivo, o limite das despesas com pessoal do Poder Executivo e do consolidado
permaneceriam acima do limite prudencial (47,65% e 58,49%, respectivamente).
A LRF, art. 59, § 1º, IV, dispõe que os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos
referidos no art. 20, quando constatarem “que os gastos com inativos e pensionistas se
encontram acima do limite definido em lei”.
A Lei Federal n.º 10.887, de 18/06/2004, introduziu importantes modificações na Lei Federal
n.º 9.717, de 27/11/1998, que dispõe sobre regras gerais para a organização e o
funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos.
A principal modificação atingiu um dos limites de gastos com inativos e pensionistas, que
era definido como 12% da RCL de cada ente estatal, pois a Lei n.º 10.887/2004 alterou o
texto da norma excluindo o valor percentual e desvinculando o cálculo do limite das
despesas previdenciárias da RCL.
Pela nova redação dada ao § 1º do art. 2º da Lei n.º 9.717/1998, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios são responsáveis pela cobertura de eventuais insuficiências
financeiras dos respectivos regimes próprios decorrentes do pagamento de benefícios
previdenciários. Durante o exercício de 2015, o Tesouro Estadual repassou para o Fundo
Financeiro da Previdência Social dos Servidores Públicos do Estado da Bahia (FUNPREV),
para cobertura do seu déficit financeiro, recursos da ordem de R$1.842.737.716,66.
Com a publicação da Lei Estadual n.º 9.444, de 26/04/2005, com efeitos financeiros
retroagidos a 01/01/2005, a contribuição do Estado da Bahia para o custeio do FUNPREV
passou de 15% para 24%. Em 2012, foi publicada a Lei Estadual n.º 12.597, de 22/11/2012,
alterando dispositivos da Lei Estadual n.º 11.357, de 06/01/2009, que organiza o Regime
Próprio de Previdência dos Servidores Públicos do Estado da Bahia.
Dentre os dispositivos alterados, convém destacar a nova redação dada ao art. 68 da Lei n.º
11.357/2009, que manteve a alíquota de contribuição mensal do Estado para Regime
Próprio de Previdência Social (RPPS), de 24% para o FUNPREV e estabeleceu a alíquota
de 15% para o Fundo Previdenciário dos Servidores Públicos do Estado da Bahia
(BAPREV). Releva informar que a modificação introduzida pelo referido artigo passou a
viger a partir de 01/01/2013.
Releva destacar que o montante apurado pela auditoria em relação à contribuição do Estado
difere em R$300.000.000,00 daquele apresentado na Tabela 7.05, à fl. 111, do Balanço
Geral do Estado de 2015, no valor de R$2.513.688 mil. Trata-se de recurso proveniente da
Cessão de Direito de Operacionalização da Folha de Pagamento decorrente do Contrato n.º
01/2014 de prestação de serviços financeiros e outras avenças, entre o Banco do Brasil S.A.
(BB) e o Estado da Bahia, registrado como Receita Intraorçamentária – Outras Receitas
Correntes no FUNPREV em julho de 2015.
não refere-se a uma Contribuição Patronal”. Conclui informando que os dados da aludida
Tabela 7.05 deverão ser revistos nas próximas publicações, para atender com precisão o
objetivo informativo a que se propõe. No item 2.4.2.2 Receita contabilizada no FUNPREV
deste relatório são abordados os aspectos contábeis acerca dos registros dessa receita na
contabilidade do Estado da Bahia.
Em seu art. 17, § 1º, a LRF condiciona a criação e/ou a majoração de benefícios
previdenciários à elaboração de estimativa de impacto orçamentário-financeiro, com a
indicação da origem dos recursos para o custeio do acréscimo das despesas.
As despesas criadas com o reajuste das remunerações e dos benefícios, por força das Leis
n.os 13.342, 13.343, 13.347, 13.349 e 13.372, enquadram-se na regra do § 6º do art. 17 da
LRF, que isenta o ente de cumprir as exigências legais no caso de reajustamento de
remuneração de pessoal prevista no inciso X do art. 37 da Constituição Federal, in verbis:
revisão anual constitui direito dos servidores, o que não impede revisões
outras, feitas com o objetivo de reestruturar ou conceder melhorias a
carreiras determinadas, por outras razões que não a de atualização do
poder aquisitivo dos vencimentos e subsídios. (Grifou-se)
Por outro lado, a despesa criada pela Lei Estadual n.º 13.370 que trata da criação de cargos
ou vantagens, ou do aumento de seus valores, não se enquadra na regra do § 6º do art. 17
da LRF, por não se tratar do reajustamento disciplinado pelo inciso X do art. 37 da CF/88,
mas de aumento nos vencimentos/vantagens, com a criação de gratificação ou de cargo
para uma determinada categoria de servidor público.
A presidência deste TCE, por meio do Ofício GAPRE n.º 1041, de 13/10/2015, atendendo ao
quanto requerido pelo Exmo. Conselheiro Vice-presidente Gildásio Penedo Filho, na 59a
Sessão Ordinária, realizada em 29/09/2015 reiterou a supracitada solicitação.
Cabe salientar que o ato normativo em análise deve ser acompanhado da estimativa do
impacto orçamentário-financeiro para o exercício de 2015 e para os dois subsequentes, bem
como da comprovação de que a despesa criada ou majorada não afetará as metas de
resultados fiscais previstas, inclusive com as premissas e metodologia de cálculos
utilizados, nos termos exigidos pela LRF.
Ressalte-se que o art. 17, § 5º da LRF dispõe que a despesa não será executada antes da
implementação das medidas referidas anteriormente, as quais integrarão o instrumento que
a criar ou aumentar, tendo como consequência pelo seu descumprimento a nulidade do ato
que deu causa ao aumento de despesa com pessoal, nos termos do art. 15 e caput do art.
21 da referida Lei.
Assim, deve a Assembleia Legislativa, ao cumprir uma das suas atribuições de controle, por
meio da Comissão de Constituição e Justiça, da Comissão de Finanças, Orçamento,
Fiscalização e Controle e da Divisão de Controle do Processo Legislativo, exercer o regular
acompanhamento das normas citadas da LRF no tocante ao cotejamento dos elementos
norteadores que devem acompanhar as propostas de lei que criarem ou aumentarem as
despesas obrigatórias de caráter continuado que tramitam naquela Casa, competindo ao
TCE, consoante o caput do art. 59 da LRF, auxiliar o Poder Legislativo na fiscalização do
cumprimento da referida Lei Complementar.
Ademais, com vistas a dar transparência aos atos normativos que tratam das majorações na
remuneração dos servidores em atividade e nos benefícios da previdência social, é
necessário não apenas o controle acerca da elaboração, mas também a ampla divulgação
das estimativas de impacto orçamentário-financeiro acompanhadas dos seus respectivos
estudos.
O Estado da Bahia, em cumprimento ao art. 4º, § 2º da LRF, fez integrar à Lei Estadual n.º
13.369, de 14/07/2015, que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o exercício de
2016, o Anexo de Metas Fiscais consignando no Demonstrativo da Margem de Expansão
das Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado valores relativos ao impacto financeiro de
novas despesas de pessoal de R$262,7 milhões e do aumento do salário mínimo na ordem
de R$666,9 milhões, prevendo um saldo líquido no período de R$3,6 milhões.
A disciplina do § 9° do art. 201 da Constituição, incluída pela citada Emenda, foi feita pelos
seguintes normativos: Lei Federal n.° 9.796, de 05/05/1999; Decreto Federal n.° 3.112, de
06/07/1999; Portaria do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) n.° 6.209, de
16/12/1999; e Portaria Interministerial MPS-MF n.° 410, de 29/07/2009, que estabelecem os
Como citado no item 2.4.4.3 Despesas relacionadas com seguridade social dos servidores
deste relatório, o RPPS da Bahia apresenta situação deficitária, mas já iniciou o processo de
compensação previdenciária com o RGPS, em busca de outros créditos para custeio dos
benefícios previdenciários e do equilíbrio financeiro e atuarial do RPPS.
250
212,43
199,92
200 192,21
180,65 185,03
150 128,54
104,81
100
50 30,54
21,11 24,2 21,55 20,93 25,25
2,49 6,99 6,62
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Em 01/07/2015 foi publicada a Portaria MPS n.° 288, que alterou o art. 19-B, da Portaria
MPAS n° 6.209, 16/12/1999, e estabeleceu que o repasse do fluxo mensal de compensação
financeira entre regimes poderá ser suspenso caso o credor deixe de decidir ou decida
processos em quantidade proporcionalmente inferior aos decididos pelo devedor. Por tal
razão, a partir de tal marco os RPPS estão obrigados a analisarem os requerimentos do
RGPS/INSS sob pena de terem suspensos os repasses feitos a título de compensação
previdenciária.
No que pertine ao INSS, a Autarquia possui 120 pagamentos ativos, 8 cessados e 1.524
foram indeferidos pela Coordenação de Compensação da SAEB.
Ressalta, ainda, que existe uma massa de aproximadamente 2.008 (dois mil e oito)
processos acumulados do INSS pendentes de análise deste Ente Federativo e outros 544
aguardando avaliação de médico perito quanto ao laudo de aposentadoria por invalidez.
Sendo assim, para o ano de 2016 projeta-se o valor de 210 milhões a ser
arrecadado pela compensação previdenciária, considerando que a previsão
de arrecadação pelo INSS da compensação inversa ficará em torno de 3
milhões.
Nesse sentido, o Presidente deste TCE constituiu, por meio do Ato n.º 040/2016 13, de
09/03/2016, comissão sindicante com vistas a apresentar proposta com ações capazes de
reduzir o estoque de processos em diligência externa.
Ademais, em junho de 2002, a STN publicou o Manual para Instrução de Pleitos (MIP), com
o objetivo principal de informar aos Estados, Distrito Federal e Municípios sobre os
procedimentos gerais para contratação, vedações, punições, limites, condições gerais e
forma de apresentação dos documentos necessários ao exame dos pleitos pela STN.
13
O Ato n.º 040/2016 foi alterado pelos Atos nos 068/2016 e 069/2016 e, reti-ratificado por meio do eDOTCE de 16/03/2016.
Consoante essa legislação, o Estado da Bahia encontrava-se dentro desse limite, conforme
demonstrado a seguir:
Art. 7º
[…]
II – o comprometimento anual com amortizações, juros e demais encargos
da dívida consolidada, inclusive relativos a valores a desembolsar de
operações de crédito já contratadas e a contratar, não poderá exceder a
11,5% (onze inteiros e cinco décimos por cento) da receita corrente líquida;
[…]
O Estado da Bahia utilizou como critério todos os exercícios financeiros em que há previsão
de pagamentos (2015 a 2049). A auditoria apurou o valor de R$961.066.257,51 para a
média anual do comprometimento previsto, enquanto a média da RCL projetada ano a ano
alcançou o montante de R$50.157.924.475,42.
O art. 3º, I, parágrafo único, da Resolução do Senado Federal n.º 40, de 20/12/2001 dispõe:
De acordo com o MDF, as deduções da dívida consolidada são compostas pelo somatório
da disponibilidade de caixa bruta e dos demais haveres financeiros, descontados os restos a
pagar processados (exceto precatórios). A Disponibilidade de Caixa Bruta, por sua vez,
representa o montante formado por caixa, bancos, aplicações financeiras e outras
disponibilidades financeiras, ao passo que os demais haveres financeiros totalizam os
valores a receber líquidos e certos.
A Lei n.º 11.079/2004 instituiu normas para a licitação e a contratação de Parceria Público-
Privada (PPP) no âmbito da Administração Pública. A mencionada Norma, em seu art. 2º,
define PPP como “o contrato administrativo de concessão na modalidade patrocinada ou
administrativa”. No mesmo dispositivo, estabeleceu-se o conceito de concessões
patrocinadas, que são concessões de serviços públicos ou de obras públicas disciplinadas
pela Lei Federal n.º 8.987, de 13/02/1995, quando envolverem, adicionalmente à tarifa
cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado,
diferenciando-as das concessões administrativas, que são aquelas em que a Administração
Pública é a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento
e instalação de bens.
Como forma de controle do endividamento público, o art. 28 da Lei Federal n.º 12.766, de
27/12/2012, que alterou a Lei n.º 11.079/2004, estabeleceu a proibição de a União conceder
garantia e realizar transferência voluntária aos entes federativos cujas despesas de caráter
continuado com PPPs tiverem excedido, no ano anterior, o correspondente a 5% da RCL do
exercício, ou que excedam, nos 10 anos subsequentes, o mesmo percentual da RCL
projetada para os respectivos exercícios.
Ademais, para fins de transparência, a Portaria STN n.º 553/2014, que aprovou a sexta
edição do Manual de Demonstrativos Fiscais, declara a necessidade da publicação
bimestral de demonstrativo das PPPs no Relatório Resumido da Execução Orçamentária, o
que vem sendo atendido pelo Estado, conforme observado nos exames auditoriais.
Quanto ao Contrato n.º 04/2015 (Diagnóstico por Imagem), o valor publicado nesse
Demonstrativo para o período de 2016 foi de R$91.823.858,95, que também diverge do
valor apurado pela auditoria. A Secretaria de PPP informou, mediante Ofício n.º 15/2016,
que houve um “equívoco” e que essa divergência já havia sido sanada desde a publicação
do Demonstrativo das PPPs do 1º bimestre de 2016, fato a ser comprovado em trabalhos
posteriores.
Da análise da tabela anterior, pode-se observar que o Estado da Bahia atende ao limite
estabelecido. Há de se mencionar que os cálculos foram realizados tomando-se as
despesas pelos valores atuais, tendo a receita sido projetada com base no índice
estabelecido pela STN. Entretanto, ainda que se mantivesse a RCL projetada de 2016 como
referência para fins de análise, o Estado continuaria cumprindo o limite para todos os
exercícios avaliados.
Em 27/12/2012, a Lei Estadual n.º 12.610 autorizou a criação do Fundo Garantidor Baiano
de Parcerias (FGBP), que tem como competência a prestação de garantias de pagamento
de obrigações assumidas pela Administração Direta e Indireta do Estado da Bahia, em
virtude das PPPs celebradas. Em 11/02/2015, foi realizada mais uma integralização ao
O resultado nominal apresenta a diferença entre os saldos da Dívida Fiscal Líquida (DFL)
relativos a dois períodos. A LRF determina que o Demonstrativo do Resultado Nominal
acompanhará o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (art. 53, III), devendo esse
resultado ser apresentado bimestral e anualmente, demonstrando a variação acumulada da
DFL ao longo do ano. É apresentado, a seguir, o resultado nominal do exercício de 2015:
No exercício sob análise, como ficou evidenciado na tabela anterior, houve Déficit Primário
no total de R$570.487.456,12. Cabe observar que a meta fiscal do Resultado Primário
estabelecida na Lei Estadual n.º 13.190/2014 (LDO 2015) foi de R$812.581.000,00, tendo
sido alterada mediante a Lei n.º 13.225/2015 (LOA 2015) para R$686.416.000,00 negativos.
Posteriormente, a Lei 13.463, de 16/12/2015, alterou novamente a referida meta para
R$1.254.000.000,00, também negativos.
No tocante à alteração da meta do Resultado Primário mediante Lei Orçamentária, este TCE
já manifestou entendimento que essa prática não é acertada, visto que, embora possuam a
mesma estatura jurídica, a LDO e a LOA não têm a mesma finalidade. E ainda que
autorizada pela LDO, como tem sido utilizado pelo Estado, a Lei Orçamentária deve se
pautar no que prevê a Constituição Federal. No caso em questão, houve desobediência ao
princípio constitucional da exclusividade, que é tema pacífico na doutrina e que se
fundamenta no § 8o, do art.165 da Constituição Federal, in verbis:
[...]
§ 8º
legislativa foi tardia no que se refere ao ideário do termo planejamento, o qual está
conectado à noção de previsão. Desse modo, a promulgação da referida lei denota o
cumprimento formal da obrigação de atender à meta estabelecida, mas se afasta da
finalidade precípua do estabelecimento de limites de gastos orçamentários.
Por fim, ao observar os números apresentados na tabela anterior, pode-se inferir que houve
uma piora nas contas públicas do Estado, reflexo da crise econômica vivenciada pelo Brasil
no exercício de 2015. Em 2014, obteve-se um Resultado Primário positivo para pagamento
dos serviços das dívidas interna/externa, embora no 3º quadrimestre a situação já tenha
sido desfavorável e em 2015 ele foi negativo, o que é preocupante, vez que o déficit primário
indica financiamento de gastos não financeiros que excedem as receitas não financeiras,
gerando crescimento da dívida.
121
Relatório e Parecer Prévio do TCE sobre as
Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia – Exercício de 2015
Nos demonstrativos constantes às fls. 601/647 das DCCEs, há indicação de que foram
elaborados com referência às disposições contidas na 5ª edição do MCASP, contudo, a
partir de 2015 já vigorava a 6ª edição, por força da Portaria STN n.º 700, de 10/12/2014.
Entretanto, tal inobservância, a priori, não compromete a análise das DCCEs de 2015.
14
Disponível em: http://www.SEFAZ.ba.gov.br/administracao/contas/balanco _anual/balancogeral_2015.pdf.
Registre-se, também, que a STN editou, em 2015, normativo disciplinando, dentre outros
assuntos, o “Plano de Implantação dos Procedimentos Contábeis Patrimoniais” e indicou
prazos limites para implantação de determinados procedimentos contábeis (Portaria n.º 548,
de 24/09/2015). Embora tais prazos tenham sido observados na elaboração das citadas
demonstrações, não constam informações sobre o assunto em notas explicativas, bem
como o registro adequado quanto ao estágio de implementação dos procedimentos
contábeis em seu conjunto, indicando aqueles porventura não incorporados ou pendentes
de aplicação em sua plenitude. Ademais, à medida que os procedimentos contábeis forem
plenamente incorporados, contribuirão para a transparência de todos os efeitos econômicos
e financeiros sobre o patrimônio estatal.
Nos próximos tópicos deste capítulo será apresentada a análise técnica sobre os aspectos
mais relevantes contidos nas Demonstrações Contábeis Consolidadas de todos os Poderes,
além do Ministério Público, porém com ênfase nos números representativos da execução
orçamentária e dos bens e direitos do Poder Executivo, principalmente, em relação às
informações necessárias à avaliação da gestão Orçamentária e Patrimonial do Estado.
• Notas Explicativas
No item “Resumo das Práticas e Critérios Contábeis” (fls. 23) consta a seguinte afirmação:
Nesse sentido, a Resolução do CFC n.º 1.134, de 21/11/2008, que aprovou a NBC T 16.7,
relativa à Consolidação das Demonstrações Contábeis, assim dispôs:
Em linha com esse entendimento, o MCASP, na sua 6ª edição, Parte V, item 8, reforça a
importância das Notas Explicativas:
Seu objetivo é facilitar a compreensão das demonstrações contábeis a seus
diversos usuários. Portanto, devem ser claras, sintéticas e objetivas.
O Código de Boas Práticas para a Transparência Fiscal 15, editado em 2007, pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI), enumera alguns princípios de governança, recomendando
que o “público deve ser plenamente informado sobre as atividades fiscais passadas,
presentes e programadas e sobre os principais riscos fiscais”. Além disso, as informações
publicadas sobre o Governo devem conter “detalhes sobre a dívida, os haveres significativos
em ativos financeiros e recursos naturais, os passivos não relacionados à dívida e os
passivos contingentes”.
• Procedimentos de Consolidação
Da análise das DCCEs, verificou-se que não foram observadas tais orientações,
acarretando distorções comentadas no item 2.4.5.3 – Investimentos.
15
Capítulo integrante do Manual de Transparência Fiscal.
Vale informar que os Demonstrativos Fiscais alterados foram inicialmente publicados no sítio
eletrônico da SEFAZ. Após questionamento da auditoria, os demonstrativos constantes do
Relatório de Gestão Fiscal do Poder Executivo e Relatório de Gestão Fiscal Consolidado
foram republicados também no DOE de 02/04/2016 e 13/05/2016, enquanto que, para os
demonstrativos dos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária, foi publicada apenas
uma nota no DOE de 05/04/2016, informando que foram alterados e estão disponíveis no
sítio eletrônico da SEFAZ. Mediante Ofício conjunto SAF n.º 09/2016, de 05/04/2016, a
Secretaria da Fazenda informou que procedeu aos ajustes dessa forma “no intuito de reduzir
os custos de republicação dos mesmos”.
Além de terem sido demandados esclarecimentos acerca da forma utilizada pela SEFAZ
para as republicações, também foi questionada a prática reiterada de alteração de
Demonstrativos Fiscais após a sua publicação. Sobre essa ocorrência, por meio do Ofício
SAF n.º 12/2016, datado de 15/04/2016, foi informado por essa Secretaria:
[…]
Em relação à republicação dos Demonstrativos Ficais, esclarecemos que
estas ocorreram, em quase sua totalidade, em função de divergências na
utilização de contas contábeis na memória de cálculo, da parte dos técnicos
do TCE e da SEFAZ. A análise dos fatos e respectiva identificação de
inconsistências já foram realizadas pela Diretoria de Contabilidade Pública –
DICOP. Estamos trabalhando no sentido de providenciar os ajustes
necessários nas contas contábeis em questão, a fim de evitar os erros que
tem provocado republicação dos Relatórios.
Recomenda-se que seja apurada a causa para as rotineiras alterações dos Demonstrativos
Fiscais após a sua publicação, evitando, assim, essas ocorrências que podem comprometer
a consistência das informações prestadas.
Nas DCCEs de 2015, os comentários quanto à Gestão Orçamentária constam às fls. 55-81,
enquanto as Demonstrações exigidas pela Lei n.º 4.320/1964, dos Balanços Orçamentários
Consolidado do Estado e do Poder Executivo, estão apresentadas nas fls. 593-595 e 631-
633, respectivamente. Além desses informes, integra as DCCEs – Exercício 2015 um
conjunto de demonstrativos analíticos das receitas e de execução das despesas detalhado
por unidade orçamentária.
Além destes pontos, verificaram-se, neste exercício, outros aspectos que influenciaram o
Resultado Orçamentário, porém carecem de avaliação mais aprofundada quanto à sua
pertinência, corresponderem a reconhecimento de receitas auferidas em exercícios
anteriores, consideradas como receita de 2015, quais sejam: receitas pela venda de direitos,
auferidos financeiramente em 2014 pelo Estado, e receitas de Imposto de Renda na Fonte,
reconhecidas a menor em 2013 e 2014. Em virtude da relevância dos valores e do impacto
no Resultado Orçamentário, esses aspectos serão objeto dos comentários a seguir.
Nos esclarecimentos prestados pela DICOP, através de Ofício n.º 237/2016, foi justificado o
seguinte:
O incremento em 2015 da Receita de Imposto de Renda Retido nas Fontes
sobre Rendimentos do Trabalho, se refere a receitas do Fundo de
Previdência do Servidor Público – FUNPREV do exercício de 2013 de
R$259.554.152,63 e 2014 no total de R$314.265.391,26 não contabilizadas
no FIPLAN, sendo contabilizadas no exercício de 2015, conforme
documentos em anexo.
Saliente-se que não foi consignado, no histórico dos lançamentos, o fato de se tratarem de
regularização ou de receitas reconhecidas a posteriori, de competência dos exercícios de
2013 e 2014, bem como ser relativa à parcela retida sobre a folha dos inativos.
Cabe registrar que o procedimento de reconhecer a receita em outro exercício, que não
aquele em que ocorreu sua efetiva arrecadação, contraria o inciso I, do art. 35 da Lei
4.320/64, o qual determina que pertencem ao exercício financeiro as receitas nele
arrecadadas, bem como o art. 39, que orienta: “os créditos da Fazenda Pública, de natureza
tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem
arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias”.
Quanto ao Imposto de Renda Retido na Fonte da folha de inativos, em virtude dos registros
ocorrerem entre subcontas no FIPLAN, a caracterização do evento administrativo de
“arrecadação” se materializou nos anos de 2013 e 2014, porém o reconhecimento da receita
no sistema orçamentário não se efetivou nos exercícios competentes, por inconsistência nos
procedimentos de contabilização.
• Cláusula primeira (do Objeto) – onde são descritos os serviços bancários a serem
prestados pelo banco em caráter de exclusividade (18 incisos), dentre estes, a
centralização e processamento de 100% da folha; centralização e processamento da
movimentação financeira da Conta Única do Tesouro (CUT); das transferências
constitucionais, centralização de recebimentos e das aplicações financeiras do
Estado, bem como serviços “sem caráter de exclusividade” (11 incisos), sendo
alguns com isenção de tarifa, e outros com “utilização de cobrança bancária”, na
forma especificada, ou com “precificação a ser negociada”. Saliente-se que apenas
dois incisos tratam de serviços relativos ao Funprev, transcritos a seguir:
Ocorre que a receita já havia sido objeto de registro orçamentário e patrimonial na Unidade
Encargos Gerais no ano anterior, consoante comentário constante nas contas de Governo
do ano de 2014.
Neste sentido, cabe registrar a fundamentação do pleito formulado pela SEFAZ à PGE
(Ofício GASEC n.º 032/2015), onde informa que “o valor ajustado ingressou efetivamente
nos cofres públicos, ocasião em que foram feitos os indispensáveis e necessários registros
contábeis e financeiros, configurando-se em superávit”, e requer da Procuradoria
manifestação quanto à possibilidade legal de proceder a transferência do recurso financeiro
para o FUNPREV, “a título de receita própria”.
Nesta linha o contrato em tela foi firmado pelo Estado da Bahia para contratar
o Banco do Brasil S.A, com exclusividade, dentre outros serviços, a
centralização da movimentação e aplicações financeiras de titularidade do
Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e a contratação de regimes
previdenciários ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), mediante
precificação a ser negociada na forma das disposições do Anexo XI.
Cabe informar que, através do Decreto Financeiro n.º 88, de 28/07/2015, foram abertos
créditos suplementares, mediante remanejamento de dotações orçamentárias, excesso de
arrecadação do Estado, superávit financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
da Bahia (FAPESB) e excesso de arrecadação de diversas Entidades, dentre as quais se
destaca o FUNPREV, no montante de R$300.000 mil.
Conforme registrado às fls. 72-75 das DCCEs, em 2015 foram pagas despesas no elemento
92 – Despesas de Exercícios Anteriores no montante R$1.678.113 mil, correspondente a
6,2% da RCL do exercício (4,3% da receita total arrecadada), realizadas por todos os
Poderes e nos diversos órgãos componentes da Estrutura do Poder Executivo, inclusive no
Ministério Público e na Defensoria Pública, conforme pode ser resumido na tabela a seguir:
Saliente-se que, apesar de o procedimento ser amparado por dispositivos legais, deve ser
considerado na condição de exceção, pois a regra-geral é o reconhecimento dentro do
período de competência da despesa, devendo ser respeitadas as disposições da legislação,
em especial as de natureza orçamentária insculpidas na Lei n. 4.320/1964, principalmente o
descrito no art. 37, que define as circunstâncias para a formalização de despesas na
condição de DEA, quais sejam:
Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento
respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las,
que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a
Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o
encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de
dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos,
obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.
Alinhado com os ditames da Lei Federal n.º 4.320/1964, o Poder Executivo regulamentou os
procedimentos para processamento deste tipo de despesa através do Decreto Estadual n.º
181-A, de 09/07/1991, no qual estabeleceu, em seu artigo primeiro, as seguintes condições
a serem observadas:
Apesar da natureza de excepcionalidade dos gastos com DEA, observa-se que o montante
de despesas realizadas vem crescendo nos últimos anos, sendo em 2015 superior em
72,4% ao montante executado no ano anterior, tendência também observada no primeiro
trimestre de 2016, de forma mais acentuada no Poder Executivo, conforme demonstrado na
tabela abaixo:
Da análise da tabela, observa-se que há crescimento de pagamentos por meio DEA nas três
categorias de gastos indicadas. Ressalte-se que o pagamento por DEA é mais acentuado
com Pessoal e Encargos Sociais no Poder Executivo do que nos outros Poderes e Entes.
Diante do crescimento considerável dos pagamentos por meio de DEA, do seu impacto nas
análises da execução orçamentária, patrimonial e fiscal, e ante a complexidade para a
efetiva avaliação quanto à pertinência e observância das disposições legais ao seu
pagamento/liquidação, fez-se necessário o exame de uma amostra de processos,
objetivando, a priori, avaliar os reflexos na consolidação das contas públicas.
[...]
1. O presente procedimento ocorreu por conta da Secretaria da Fazenda do
Estado da Bahia – SEFAZ, orientar as unidades gestoras a empenhar,
liquidar e regularizar a folha de férias de 2014, no exercício financeiro
de 2015, conforme Oficio Circular DICOP / GECOR n° 014/2014 e Oficio
Circular DICOP n° 002/2015 anexos.
[…]
Quanto a evidência de reconhecimento de débito, não será indicada nesta
resposta, por não ter sido realizado pelo Gestor.
[...]
Ante a tais elementos, percebe-se que o pagamento desses valores era previsível antes da
elaboração do orçamento de 2015, portanto, deveria ser reservada dotação orçamentária
para fazer face a estes compromissos, possibilitando, consequentemente, a execução da
despesa de forma regular.
Saliente-se que nas DCCEs de 2015 inexistem informações sobre o volume de gastos
realizados pelo Estado relacionados com os acréscimos moratórios, sendo observada na
Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP), na coluna de Variações Patrimoniais
Diminutivas, no item relativo às despesas com Juros e Encargos de Mora, a apresentação
de saldo zero.
Ante tais evidências, objetivando verificar o volume de despesas relacionadas com multas e
juros de mora, foi realizada consulta ao FIPLAN Gerencial (sistema orçamentário),
identificando-se que foram contabilizadas liquidações que totalizaram o valor de R$8.962
mil, nos subelementos de despesa 16 (Tributos e Multas Quando Previstos em Contrato) e
51 (Multas não Decorrentes de Obrigação Contratual ou Relativas a Tributos), conforme
tabela a seguir:
Com base em amostragem, foi promovido exame nos registros das Unidades Orçamentárias
com maior volume de lançamentos nestas rubricas, quais sejam: 19601 (Fundo Estadual de
Saúde) e 80101 (Encargos Gerais do Estado). Consoante descrito no histórico dos
lançamentos, verificou-se que foram relativos a encargos pelo atraso no pagamento de
tributos e contratos, conforme exemplos a seguir:
Ademais, os dispêndios de recursos para pagamento de multas e juros de mora, por não
atender à finalidade pública, devem ser objeto da devida apuração, mediante processo
administrativo próprio, para a verificação dos fatores que contribuíram para sua ocorrência,
bem como apuração, se decorrentes, ou não, de ação ou omissão de agente público, e da
responsabilidade do gestor público para a sua consecução.
Dos exames realizados, pode-se inferir que o não reconhecimento das despesas no Balanço
Orçamentário do exercício correto decorre, em parte, por deficiência de controle interno de
execução e por insuficiência de saldo orçamentário em determinado elemento, programa,
dentre outros. Contudo, a inexistência de dotação orçamentária para fazer face a
determinadas despesas no próprio exercício, e consequente limitação do gestor em
reconhecer no ano a despesa corretamente, não se revela como suficiente para justificar o
“represamento” de despesas.
Nesse sentido, percebe-se que as falhas nas estimativas do total de despesas, utilizadas na
elaboração da Lei Orçamentária Anual, contribuem, de forma determinante, para o
processamento da despesa como DEA.
A LDO de 2015 (Lei Estadual n.º 13.190/2014) dispõe, de forma semelhante à dos
exercícios anteriores, dentre outros regramentos, o que segue:
Ressalte-se que tais disposições estão alinhadas com as melhores práticas de elaboração
orçamentária, que requerem elementos adequados de controle e acompanhamento das
receitas e despesas, bem como com os princípios orçamentários, indicados expressamente
no art. 2º da Lei Federal n.º 4.320/1964, in verbis:
Da mesma forma, a Constituição Estadual em seu art. 159, que trata das Leis de iniciativa
do Poder Executivo, reforça a necessidade de observância a tais princípios, destacando,
dentre outros aspectos que:
Os exames realizados pela Auditoria, quando da análise das presentes contas de Governo,
foram desenvolvidos a partir de critério amostral. Para a confirmação da exatidão dos saldos
de DEA em 2015 e 2016, considerando-se as despesas liquidadas durantes os exercícios
em comento e tendo como critério os requisitos legais aplicáveis, faz-se necessário que a
Administração promova um reexame aprofundado para determinar o impacto total nas
DCCEs de 2015 e de 2016.
A receita pública representa a totalidade dos recursos arrecadados pelo Estado, sendo
gerida pelo Poder Executivo por meio da SEFAZ, que tem como finalidade formular,
coordenar e executar as funções de administração tributária do Estado, exceto quanto às
taxas cartorárias, arrecadadas e geridas pelo Poder Judiciário, mas escrituradas como
receitas tributárias pela SEFAZ.
O valor bruto arrecadado foi inferior à previsão atualizada, ocasionando uma diferença de
R$236.646.654,63, o que representa, em termos relativos, uma frustração de receita de
1,04%.
Além disso, no exercício de 2015 houve queda da ordem de 66,06% em relação ao de 2014,
o que demonstra uma diminuição do nível dos recursos transferidos a título de convênios.
[…]
Na Lei Orçamentária referente ao exercício de 2015, Lei Estadual n.º 13.225/2015, consta o
Demonstrativo da Estimativa e Compensação da Renúncia de Receita, em atendimento ao
inciso II do art. 5º da LRF. Nesse demonstrativo é informado que, na estimativa das receitas
orçamentárias, tais renúncias já foram expurgadas para o cálculo dos tributos
correspondentes, de modo a não se observar impacto na receita.
A previsão de renúncia de receita constante no Anexo das Metas Fiscais da Lei Estadual n.°
13.190/2014 (LDO), para o exercício de 2015, foi de R$3.213.363.000,00. O demonstrativo
da renúncia de receita prevista e da realizada para o exercício de 2015, por quadrimestre, é
apresentado a seguir:
[...]
Por meio do Ofício CG n.º 135, de 26/06/2015, a SDE informou que essas visitas técnicas
não estavam sendo realizadas, em razão de insuficiência orçamentária.
Já por meio do Ofício GASEC n.º 008, de 17/02/2016, o Secretário da SDE informou que o
ambiente de produção do novo Módulo de Acompanhamento no SAI foi validado em
dezembro de 2015. E complementou:
Ressalte-se que essas medidas estão previstas no Plano de Ação para Atendimento às
Recomendações do TCE das Contas de Governo do Exercício de 2014, encaminhado pela
Auditoria Geral do Estado (AGE).
Conclui-se, portanto, que não foram realizadas visitas técnicas ao longo de 2015 pela SDE.
Desse modo, verifica-se que a Secretaria continuou descumprindo a obrigação de fiscalizar
os empreendimentos incentivados, em desatendimento ao que determina o art. 2º da
Portaria Conjunta n.° 78/2004, in verbis:
Ainda com esse desiderato, foram realizadas visitas in loco aos referidos empreendimentos.
Como resultado, tem-se a destacar:
A política adotada pelo Estado da Bahia para atração de novas indústrias, bem como para a
ampliação de unidades já implantadas, mediante concessão de benefícios fiscais (renúncia
de receita), configura-se efetivamente como diminuição da arrecadação tributária, tornando
assim a fiscalização do cumprimento dos protocolos um poder-dever do Estado concedente
desses benefícios, especialmente no que se refere aos investimentos realizados pelas
empresas beneficiadas e aos empregos gerados.
Recomenda-se que a SDE envide esforços para implementar no mais curto prazo possível o
mencionado Módulo de Acompanhamento do Sistema de Atração de Investimentos, visando
à efetiva fiscalização e monitoramento dos protocolos de intenções firmados com o Estado.
Esta providência, aliada a visitas in loco, deve ser adotada de modo a prevenir possíveis
prejuízos aos cofres públicos na execução desses acordos.
A despesa do Poder Executivo Estadual para o exercício financeiro de 2015, fixada pela Lei
Estadual n.º 13.225/2015 (LOA/2015), foi de R$33.809 milhões. Com a abertura de créditos
adicionais no montante de R$4.616 milhões, representando 13,65% da previsão inicial, a
despesa autorizada alcançou R$38.425 milhões.
A despesa liquidada por função de governo, demonstrada por grandes áreas de aplicação
de recursos, encontra-se na tabela a seguir:
As funções mais representativas por volume de recursos foram Encargos Especiais, Saúde,
Previdência Social, Educação e Segurança Pública, que, juntas, participaram com 75,06%
da despesa executada.
Nesse sentido, a LRF, em seu art. 50, § 3º, estabeleceu que “a Administração Pública
manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial”, devendo a LDO apresentar normas relativas ao
controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos
dos orçamentos (art. 4º, I, alínea “e”).
O total líquido das despesas com pessoal e encargos sociais aumentou em 18,94%,
comparadas às do exercício de 2014 (R$13.964.904.358,33).
A Portaria STN n.º 688, de 14/10/2005, introduziu na estrutura da despesa pública (Anexo II
da Portaria Interministerial STN/SOF n.º 163, de 04/05/2001) a modalidade de aplicação “91
– Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes
dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social”, com o objetivo de eliminar a dupla
contagem no recolhimento da contribuição patronal efetuado pelos entes públicos ao
Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
A referida norma também disciplinou que a aplicação da nova modalidade pelos entes
públicos seria optativa, podendo os repasses aos regimes de previdência serem feitos de
acordo com os procedimentos constantes da Portaria STN n.º 504, de 03/10/2003.
O Estado da Bahia optou por utilizar a modalidade 91 para registro das contribuições
patronais realizadas pelos órgãos ou entidades ao Fundo Financeiro da Previdência Social
dos Servidores Públicos do Estado da Bahia (FUNPREV) e ao Fundo Previdenciário dos
Servidores Públicos do Estado da Bahia (BAPREV), não sendo mais contabilizadas na
modalidade “90 – Aplicações Diretas”.
O Poder Executivo alocou recursos orçamentários para pagamento da despesa com Regime
Especial de Direito Administrativo (REDA), em 2015, no montante de R$369.709.666,85,
cerca de 12,26% a mais do que no exercício anterior (R$329.327.933,26).
QUANTIDADE (1)
PODER EXECUTIVO
2015 2014 2013
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
SEC 8.856 8.434 7.100
SESAB 215 307 661
SETRE 326 340 377
SAEB 1.112 1.251 1.240
SJCDH 85 112 178
SEAP 770 779 442
SEAGRI 466 685 909
SSP 211 265 355
SEMA 22 35 53
SEDES 17 36 45
SDE (Antiga Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração) 38 52 86
SECULT 129 162 158
SETUR 57 75 94
PGE 46 53 83
SEDUR 45 60 69
SECTI 13 16 17
Casa Civil 8 11 13
SEPROMI 22 28 25
SEDIR – 7 12
SERIN 12 15 16
SEPLAN 41 44 38
SECOPA – 37 37
SECOM 9 12 14
GABGOV 21 29 39
SPM 16 12 15
SEFAZ 10 12 15
SDR 284 – –
SJDHDS 134 – –
SEINFRA 16 – –
QUANTIDADE (1)
PODER EXECUTIVO
2015 2014 2013
SUBTOTAL 12.981 12.869 12.091
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
UNEB 206 248 203
ADAB 383 481 550
INEMA 45 73 157
UEFS 259 296 283
FUNDAC 01 136 209
UESB 125 145 171
IPAC 187 200 345
FUNCEB 135 177 129
DETRAN 386 385 301
UESC 57 77 98
HEMOBA 201 221 88
IRDEB 73 101 115
FPC 108 137 167
SEI – – 05
SUDESB 92 121 119
AGERBA 75 88 94
JUCEB 21 26 33
IBAMETRO 121 139 69
DERBA 16 20 32
MAUÁ 24 31 49
SUCAB 10 14 20
FAPESB 14 20 19
AGERSA 8 8 –
SUBTOTAL 2.547 3.144 3.256
TOTAL 15.528 16.013 15.347
Fonte: Sistema de Observação das Contas Públicas (MIRANTE).
(1)
Refere-se às contratações realizadas no período.
Coube ao legislador baiano, por meio da Lei Estadual n.º 6.677, de 26/09/1994, alterada
pelas Leis Estaduais n.o 7.992, de 28/12/2001 e Lei n.º 8.889, de 01/12/2003, indicar o rol
das hipóteses previstas como ensejadoras de contratações temporárias, conforme
regramento fixado no art. 253, in verbis:
Como se pode observar, do total dos servidores admitidos por REDA, cerca de 69,15%
encontram-se lotados nas Secretarias da Educação, da Administração e de Administração
Penitenciária e Ressocialização, cuja análise sobre a adequação e a legalidade dessas
contratações é objeto de apreciação específica por parte da Egrégia Primeira Câmara deste
Tribunal.
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa
total com pessoal […]
Em que pese a Constituição Federal estabelecer como princípio para ingresso no serviço
público a realização de concurso, verifica-se que a Administração Estadual tem se valido da
contratação via REDA e, neste último exercício, conforme comentado anteriormente,
também por meio de PST, não se verificando, quanto a este último, marco legal que
discipline a sua utilização no âmbito do Estado da Bahia.
As despesas com Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Física não foram consideradas
pelo Estado no cálculo do limite da Despesa com Pessoal. O impacto da inclusão dessas
despesas, na apuração dos limites da despesa com pessoal foi objeto de comentário no
item 2.3.3 Pessoal e Encargos Sociais deste Relatório.
Faz-se oportuno recomendar a correta classificação das despesas com pagamentos dos
prestadores de serviços temporários, que se refiram à substituição de servidores, incluindo-
se o percentual relativo à cota patronal calculado com base nesse valor, a fim de que sejam
incluídas no cálculo das despesas com pessoal do Poder Executivo, sem prejuízo da
adoção de providências que visem a descontinuar a política de contratação de pessoal, sob
a forma de PST.
Ressalte-se que os referidos gastos devem ser auditados pelas CCEs, de acordo com a
programação anual estabelecida por este TCE, momento em que serão verificados o
montante pago e o quantitativo de prestadores de serviço em substituição, ou não, de
servidores e empregados públicos.
O total das despesas com seguridade social dos servidores aumentou em 13,89% em
relação a 31/12/2014 (R$6.091.084.962,10).
Nos gastos ocorridos no âmbito do FUNPREV, constantes na tabela anterior, está incluso o
valor de R$1.842.737.716,66 relativo a despesas da Administração Direta para cobertura do
déficit financeiro do FUNPREV no referido exercício.
O PLANSERV, instituído pela Lei Estadual n.º 7.435, de 30/12/1998, compreende o conjunto
de serviços de saúde, no âmbito da promoção, prevenção, assistência curativa e
reabilitação, prestados diretamente pelo Estado ou por instituições credenciadas. Cabe à
Coordenação de Assistência à Saúde do Servidor (CAS), órgão da SAEB, exercer a gestão
do PLANSERV.
A última avaliação atuarial promovida pelo PLANSERV ocorreu no ano de 2007 e foi
realizada pelo Escritório Técnico de Assessoria Atuarial S/S Ltda. (ETAA). O estudo teve a
finalidade de estabelecer o custo mensal e o valor da mensalidade a ser aplicado aos
produtos disponibilizados pelo plano de saúde. O parecer final apresentado indicou que “os
planos de assistência à saúde do FUNSERV, no seu todo, demonstram insuficiência na
arrecadação quando considerada a grade completa de receitas e despesas, incluindo, além
dos custos assistenciais, as despesas administrativas e provisões técnicas”.
No entanto, a auditoria que examinou as contas de 2013, verificou, no sistema FIPLAN, que
o saldo da Reserva Técnica do FUNSERV em 31/12/2012, que era de R$70.000.000,00,
havia passado, em 31/12/2013, para R$50.000.000,00. Constatou-se, na documentação
disponibilizada pelo PLANSERV, que, em 13/12/2013, utilizou-se mais R$20.000.000,00
para pagamentos. Em 31/12/2015, o saldo da reserva foi de R$673.513,00, conforme
consulta realizada no FIPLAN por meio do Relatório FIP 630 – Razão Analítico da Conta
Contábil n.o 1.1.1.1.1.05.01.00.
Este Tribunal recomendou ao Governo do Estado que constituísse provisão para reserva
técnica, conforme sugerido pelos cálculos atuariais, para a cobertura do PLANSERV. A
Auditoria Geral do Estado (AGE) também vinha recomendando nesse sentido conforme se
verificou nos Relatórios de Auditoria n.º 32/2012 e n.º 17/2014, emitidos por essa unidade.
Sobre o assunto, no Balanço Geral do Estado, relativo ao exercício de 2015, foi publicada
nota explicativa nos seguintes termos:
Informa ainda que o PLANSERV tem se mostrado financeiramente equilibrado ao longo dos
anos mantendo em média reserva técnica equivalente a dois meses de despesas, que
aliada às medidas de aperfeiçoamento da gestão adotadas, fazem do PLANSERV “[...] um
dos mais sustentáveis do mercado de assistência à saúde”.
Não obstante as considerações trazidas pelo gestor acerca do equilíbrio do Fundo, da falta
de necessidade de constituição de reserva legalmente constituída e do patrocínio do
Estado, verificamos que em 2015 a situação patrimonial do FUNSERV foi negativa,
conforme demonstrado no item 2.4.4.3.2 Fundo de Custeio do Plano de Saúde dos
Servidores Públicos Estaduais (FUNSERV).
A Coordenação de Assistência à Saúde do Servidor (CAS), conforme art. 17, Seção XII, do
Regimento da SAEB, aprovado pelo Decreto Estadual n.º 16.106, de 29/05/2015, exerce a
gestão da assistência à saúde dos servidores públicos do Estado da Bahia.
Da tabela anterior, verifica-se que houve uma redução significativa no saldo da conta Caixa
entre os exercícios de 2014 e 2015, o que demandou questionamentos à coordenação do
PLANSERV, por meio da Solicitação n.o 03-VC/2016. Em resposta, mediante o Ofício
FUNSERV n.o 222, de 05/05/2016, o gestor assim se pronunciou:
A tabela a seguir contempla os valores liquidados relativos aos gastos com propaganda e
publicidade, segregados por finalidade:
Essa diferença decorre, principalmente, do pagamento de despesas por meio das rubricas
Restos a Pagar (RP) e DEA, valor que foi considerado pelas empresas nos levantamentos
efetuados e informados a este TCE.
Dessa forma, a despesa realizada com propaganda, promoção e divulgação das ações do
Estado, inclusive aquela destinada à publicação legal, para o exercício de 2015,
considerando-se as empresas que integram o Orçamento de Investimentos, totalizou
197,01
200
196,89
185,97
183,66
150 171,74
159,27
150,67
139
120,99
100
78,07
50
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: Relatórios de exame das Contas de Governo.
Como se pode observar no gráfico anterior, em relação ao exercício de 2014, houve uma
redução real de 19,06% nos gastos com propaganda, promoção e divulgação das ações do
Estado e na publicação legal. Torna-se relevante mencionar que, para fins de atualização
dessas despesas, foi adotado como indexador – por limitação de dados – o Índice Geral de
Preços do Mercado (IGP-M) acumulado até dezembro de 2015.
Em consonância com o entendimento desta auditoria sobre o tema, o Tribunal Pleno emitiu
no Acórdão n.º 396, de 18/12/2014, sobre as contas da DG/SECOM do exercício de 2011, a
recomendação de que a Administração “elabore um plano de comunicação do governo e
planos anuais de comunicação, na forma exigida pelo citado decreto [...]”.
A SECOM, criada pela Lei Estadual n.º 12.212, de 04/05/2011, e alterada pela Lei Estadual
n.º 13.204, de 11/12/2014, tem por finalidade propor, coordenar e executar a Política de
Comunicação Social do Governo, bem como coordenar as atividades da Ouvidoria Geral do
Estado.
Dentre as competências regimentais atribuídas pelo Decreto Estadual n.º 16.283/2015, que
aprovou o Regimento Interno desta Secretaria, destacam-se as diretamente relacionadas
com as Ações de Gastos com Propaganda e Publicidade:
[…]
XI – analisar, aprovar e controlar as campanhas publicitárias de todos os
órgãos e entidades do Poder Executivo Estadual, bem como acompanhar a
execução dessas despesas;
De acordo com informações obtidas da SECOM por meio do Ofício GASEC/SECOM n.º 74,
de 12/04/2016, o referido grupo encerrou suas atividades com o término da gestão do biênio
2014/2016, e que na posse da nova gestão, realizada em 28/03/2016, formou-se um novo
grupo de trabalho para dar prosseguimento à proposta do Plano Estadual de Comunicação
Social.
Decorridos cinco anos das primeiras recomendações dessa auditoria, a SECOM não
concluiu a elaboração dos instrumentos de planejamento para uma eficiente e eficaz
execução de suas ações de comunicação pública conexas com o controle e transparência
dos gastos do Estado com propaganda e publicidade.
Cabe ressaltar que a despesa executada pela SECOM em 2015 atingiu o montante de
R$125.427.158,45, sendo que os gastos com propaganda e publicidade alcançaram o
montante de R$98.814.474,76, ou seja, 78,78% do total empenhado pela Secretaria.
Entretanto, das análises promovidas nos principais bens, direitos e obrigações apresentados
no Balanço Patrimonial, verificou-se a ausência de comentários importantes sobre a
composição, os procedimentos contábeis adotados e a evolução dos saldos apresentados,
bem como inconsistências ou falhas de controle interno que repercutem na adequada
interpretação da real situação de realização dos créditos a receber, da efetiva
representatividade financeira dos investimentos e bens de propriedade do Estado, além da
integridade e consistência do montante das obrigações existentes ao final do exercício de
2015.
• Balanço Patrimonial
Para fins de facilitar o entendimento das análises promovidas por este TCE em relação aos
Ativos e Passivos do Estado, foi reproduzido, na tabela a seguir, o Balanço Patrimonial
consolidado de todos os Poderes e aquele representativo do conjunto de órgãos
componentes do Poder Executivo, com indicação dos itens nos quais constam os
comentários sobre a composição dos saldos e outros aspectos identificados, relacionados
às principais rubricas contábeis:
• Balanço Financeiro
O citado Manual esclarece que a classificação por natureza da receita busca a melhor
identificação da origem do recurso segundo seu fato gerador, indicando que, no Governo
Federal, foi instituído o “mecanismo denominado fonte/destinação de recursos”. As
fontes/destinações de recursos constituem-se no agrupamento de receitas, atendendo a
uma determinada regra de destinação legal, e servem para indicar como são financiadas as
despesas orçamentárias. É necessário, portanto, individualizar esses recursos de modo a
evidenciar não apenas as origens e as aplicações, mas, principalmente, o fluxo dos recursos
no tempo.
Para análise do saldo de Caixa e Equivalentes de Caixa, faz-se necessário expurgar desse
subgrupo as contas que não representam efetivamente disponibilidades.
[…]
Embora tenha sido esclarecida a função da conta Suprimento, inclusive sobre o seu caráter
dedutivo das disponibilidades do Estado, não foi elucidada a sua falta de movimentação no
exercício de 2015.
Em 30/04/2015, mediante o Ofício n.º 124/2015, a SEFAZ informou que já tinha concluído
pela necessidade de ajustar as contas classificadas no subgrupo Caixa e Equivalentes de
Caixa, porém estava tendo dificuldade de entendimento de contabilização de alguns fatos
contábeis aprimorados na Contabilidade Aplicada ao Setor Público. No entanto, no decorrer
do exercício, o montante das deduções deveria ser reduzido, em função das providências
que estavam sendo implementadas.
A existência de saldos em contas migradas do SICOF sem Conta Bancária de Órgão (CBO)
equivalente no FIPLAN vem sendo questionada à SEFAZ desde o exercício de 2014.
Mais uma vez questionada sobre o fato, a SEFAZ, por meio do Ofício DEPAT n.º 168/2016,
de 08/04/2016, informou que fez constar essa orientação no citado Manual de Encerramento
do Exercício de 2015, além da expedição do Ofício Circular DICOP n.º 007/2015, solicitando
às unidades, que possuíam saldo em contas oriundas da migração do sistema SICOF para
o sistema FIPLAN, que realizassem os devidos ajustes para a sua completa extinção.
Segundo a SEFAZ, os recursos não classificados estão compostos dos valores resultantes
da migração do sistema SICOF para o FIPLAN, que não tiveram as fontes de recursos
identificadas.
Ressalte-se que, ao final de 2013, quando passou a incluir essa linha no Demonstrativo da
Disponibilidade de Caixa, o saldo disponível era positivo em R$200.530.267,42. No entanto,
ao final de 2015, os recursos não classificados alcançaram um saldo disponível negativo de
R$784.938.482,65, conforme demonstrado na tabela anterior, sem a devida apuração de
sua origem e classificação adequada.
Além disso, o valor apresentado da disponibilidade de caixa bruta negativo reflete, em vez
de um direito, na verdade em obrigação, assim como as obrigações financeiras negativas se
revelam em direito.
Em relação a essa alteração, a SEFAZ, mediante o Ofício n.º 294/2106, informou que:
Art. 8º […]
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica
serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação,
ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
Da análise desse novo demonstrativo, verificou-se que, das nove fontes de recursos
vinculados que apresentaram inicialmente disponibilidade de caixa líquida negativa, uma
passou a apresentar saldo líquido disponível positivo de R$18.191.895,54 (116/316 Taxas
Vinculadas ao Fundo Especial de Aperfeiçoamento dos Serviços Policiais), quatro
mantiveram o montante dos seus saldos negativos (169/369, 233/633, 257/657 e 888) e
quatro tiveram os seus saldos negativos reduzidos (107/307, 114/314, 242/642 e 248/648),
além de os recursos ordinários passarem a apresentar saldo líquido disponível negativo,
conforme demonstrado a seguir:
Vale informar que, dentre os erros contábeis, existem falhas que ocorreram em 2013,
evidenciando, mais uma vez, a ausência de acompanhamento dos recursos por fontes e de
crítica no sistema FIPLAN.
Embora o Estado disponha do registro dos recursos por fonte, por meio do FIPLAN,
constatou-se a partir do apontado, que ainda não há funcionalidades que assegurem o
monitoramento permanente dos saldos contábeis, inclusive com mecanismos de bloqueio
que impeçam os gestores de realizarem despesas sem disponibilidade na fonte de recurso
específica.
Também foi disponibilizada, por meio do referido Ofício, a composição das fontes 107/307 e
169/369. Entretanto, em razão da intempestividade de seu fornecimento não foi possível
realizar a análise.
O art. 42 da LRF impôs aos titulares dos poderes ou órgãos a necessidade de preservar
uma suficiência de caixa ao final dos mandatos, de modo a não deixar aos sucessores
obrigações financeiras sem a devida cobertura para o pagamento, in verbis:
É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não
possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a
serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade
de caixa para este efeito.
Apresentou também a posição em 2016 dos Restos a Pagar não Processados de recursos
vinculados, informando que, dos R$20.482.339,37 inscritos em 2015, foram pagos
R$16.125.230,74, cancelados R$1.680.072,21, restando um saldo a pagar de
R$2.677.036,42.
Vale informar que, além da inscrição de despesas orçamentárias em restos a pagar não
processados em fontes com saldo disponível líquido negativo (100/300, 107/307, 114/314 e
242/642), até 16/05/2016, já foram pagas despesas, por meio do elemento de DEA, nas
fontes 100/300, 114/314 e 242/642, nos valores de R$301.858.530,63, R$94.144.273,82 e
R$126.496.594,32, respectivamente.
Finalmente, recomenda-se que o Estado elabore um plano de recomposição das fontes não
vinculadas, o que impõe a programação de um esforço fiscal, associada a uma gestão
orçamentária e financeira mais eficiente. E, como forma de perenizar as soluções
implementadas, também é recomendável a inclusão de dispositivos específicos nas normas
de encerramento de exercícios, além da edição de Decreto com diretrizes e procedimentos
para prevenir ou minimizar os desequilíbrios entre as fontes de recursos do Estado.
Quanto ao fato de a EBDA não possuir saldo no FIPLAN, a DEPAT/SEFAZ, por meio do
Ofício n.º 240/2016, informou que esta Empresa encontrava-se em processo de liquidação
no exercício de 2015, além de não ter sido contemplada com autorização orçamentária no
Orçamento Fiscal e da Seguridade Social, não se enquadrando, portanto, no conceito de
Empresa Estatal Dependente, e consequentemente, não deveria realizar a execução
orçamentária, no Sistema FIPLAN.
Foram solicitadas para análise conciliações bancárias das disponibilidades das Unidades
mais representativas do Poder Executivo, com saldos na data-base de 31/12/2015, tendo
sido identificadas as falhas a seguir.
Assim como no ano anterior, foi apurado que a DEPAT/SEFAZ não vem realizando
sistematicamente as conciliações bancárias da Conta CUTE, cujo saldo contábil, em
31/12/2015, era de R$321.803 mil enquanto o constante no extrato bancário, na mesma
data (conta corrente n.º 929.661-1), era de R$417.491 mil, apurando-se uma diferença de
R$102.453 mil. Essa divergência, assim como a representatividade dos valores envolvidos,
reforçam a necessidade do acompanhamento desses saldos.
Entretanto, considerando-se o volume de recursos que transitam pela citada conta, o que
demonstra ser esta uma área de risco, deveria ser mantida uma estrutura de controle mais
robusta, evitando-se possíveis incorreções nos registros contábeis, nos lançamentos
oriundos da instituição financeira no extrato. Dessa forma, pode-se concluir que, apesar do
esforço relatado pela Diretoria responsável, verifica-se que os controles internos ainda não
são suficientemente estruturados de forma a permitir, com razoável nível de segurança,
avaliar a adequação do saldo contábil apresentado, deficiência que permanece desde a
implantação do FIPLAN, em 2013, portanto, há mais de 3 anos.
Foram solicitadas à SEFAZ em março de 2016, tendo havido reiteração em abril de 2016, as
conciliações bancárias relativas a outras contas bancárias com saldo em 31/12/2015.
Entretanto, não foram apresentadas as conciliações para contas cujo saldo contábil
representava o montante de R$322.304 mil como disponibilidades nas DCCEs de 2015, a
exemplo das indicadas a seguir:
Outro aspecto objeto de comentário nas contas do exercício anterior, ilustrativo das falhas
de controle interno sobre as disponibilidades, é a permanência de pendências antigas e de
valor significativo em conciliações bancárias. Como exemplo, podem ser citadas aquelas
verificadas em conciliações elaboradas pela DEPAT/SEFAZ e pela FAPESB, indicadas nas
tabelas a seguir:
Cabe registrar que, no Decreto n.º 16.452/2015, que aprova o Manual de Encerramento do
Exercício de 2015, de forma semelhante ao dos anos precedentes, consta disposição que
obriga as unidades gestoras a elaborarem as respectivas conciliações bancárias, além das
análises e ajustes das contas contábeis, indicando, como norma orientadora do
procedimento a Instrução Normativa SAF n.º 016, de 09/09/2015, da SEFAZ, que assim
dispõe:
[…]
Dos exames realizados por amostragem nas contas contábeis cujo saldo foi “zerado” no
ano, na unidade orçamentária 98101 DEPAT, verificou-se a ocorrência de baixa indevida de
saldo contábil em conta bancária, oriunda do SICOF, no montante de R$9.455 mil, a qual
havia permanecido sem movimento na escrituração contábil durante os anos de 2013 e
2014. Questionado sobre o documento probante da referida contabilização, foi justificado
pela DEPAT/ SEFAZ, mediante do Ofício n.º 166/2016:
2.4.5.1.3 Royalties
A Lei Estadual n.º 9.281, de 07/10/2004, que estabelece a distribuição dos recursos
financeiros de que trata o art. 204 da Constituição Estadual, com as alterações efetuadas
pela Lei Estadual n.º 13.144, de 03/04/2014, dispõe em seu art. 1º que:
I – de 25% (vinte e cinco por cento) a 30% (trinta por cento) na gestão,
pesquisa, prospecção e lavra de recursos minerais, na geração de energia e
energização rural, na gestão, aproveitamento e preservação de recursos
hídricos, inclusive na preservação do meio ambiente, assegurando-se, no
mínimo, 5% (cinco por cento) para o setor mineral;
II – de 70% (setenta por cento) a 75% (setenta e cinco por cento) a serem
utilizados para aportes junto ao Fundo Financeiro da Previdência Social dos
Servidores Públicos do Estado da Bahia – FUNPREV.
Os valores dos repasses do Governo Federal, extraídos do sítio do Banco do Brasil, estão
inferiores aos registrados no FIPLAN Gerencial em R$14.374.091,69, uma vez que os
relatórios de receita realizada, extraídos desse sistema, apresentaram o total de
R$258.150.368,34 de receita arrecadada a título de royalties no exercício. Essa diferença foi
identificada nos lançamentos referentes ao 1º quadrimestre de 2015.
A respeito dessa divergência, por meio do Ofício n.º 370, de 28/08/2015, a SEFAZ informou
que:
[…]
De fato, segundo o sítio do Banco do Brasil, o valor integral repassado, em 29/12/2014, foi
de R$19.359.046,03. Entretanto, verificou-se que, em dezembro de 2014, apenas a parcela
correspondente à destinação de recursos 0109000000 foi contabilizada, sendo o valor
correspondente à destinação de recursos 0209000000 efetivamente registrado no FIPLAN
em 2015.
À época, as justificativas apresentadas pela SEFAZ, por meio do Ofício n.º 041, de
12/03/2015, não foram capazes de esclarecer as divergências detectadas pela auditoria.
Os valores recebidos pelo Estado da Bahia a título de royalties nos últimos cinco exercícios,
assim como a variação anual, em termos nominais, são apresentados na tabela a seguir:
Embora seja possível verificar, nos dados da tabela acima, que nos exercícios anteriores há
variação nominal positiva, é nítida a tendência de decréscimo na receita de royalties.
I – educação e saúde;
Dos valores contabilizados como receita de royalties em 2015, a tabela seguinte apresenta a
sua distribuição por fonte de recursos, excluindo-se o valor de R$14.374.091,69 da fonte
209, arrecadado em 2014, mas só contabilizado em 2015, conforme mencionado
anteriormente.
Questionada acerca da baixa aplicação, a SEFAZ, por meio do Ofício n.º 212/2016, informou
que a receita líquida de royalties em 2015 correspondeu ao montante de R$116.420.728,53,
tendo em vista a contabilização do valor de R$141.729.639,81 como "dedução de receita na
conta 9721223002 – Cota Parte pela Produção de Petróleo", correspondente à parcela de
2015 do contrato de cessão de crédito firmado com o Banco do Brasil, em 2014 (Contrato
N.º SF/CCC/DA/01/14).
[...] direitos de crédito a que faz jus a partir de AGOSTO DE 2014 até
DEZEMBRO DE 2018, referentes à parte dos royalties e participações
especiais incidentes sobre a exploração de petróleo e gás natural, de que
tratam o art. 7º da Lei n.º 7.990, de 1989, os arts. 47 a 49 da Lei n.º 9.478,
de 1997, e da Lei n.º 12.734, de 2012, representados em valores nominais
anuais, na data base de JULHO DE 2014, definidos na forma da tabela a
seguir:
Por sua vez, a aplicação de recursos advindos de royalties na fonte 109 totalizou
R$52.443.541,37 (83,32%), nos percentuais demonstrados na tabela a seguir:
Para verificar a transferência dos recursos de royalties para as Secretarias executoras das
ações, a auditoria gerou no FIPLAN um relatório contendo informações sobre Autorizações
de Repasse de Receita (ARR), cujo valor totalizou R$104.721.093,42, sendo
R$51.622.656,20 na fonte 209 (transferências para o FUNPREV) e R$53.098.437,22 na
fonte 109 (transferências para as demais Secretarias executoras de ações, incluindo
Encargos Gerais).
De acordo com o Balancete Mensal de Verificação por Conta Corrente (FIP 215A), gerado
no FIPLAN, constam informações sobre o saldo financeiro de royalties, ao final do exercício,
por Secretaria, como apresentado na tabela a seguir:
Recomenda-se que o Executivo Estadual conjugue esforços para que haja ações integradas
entre as Secretarias responsáveis pela execução de ações financiadas por recursos de
royalties, objetivando a aplicação integral das receitas dessa rubrica nas áreas eleitas para
aplicação desses valores, tanto no dispositivo Constitucional quanto na Lei 9.281/2004,
anteriormente mencionados.
Os saldos em 31/12/2015 e 31/12/2014 dos Créditos de Curto Prazo podem ser resumidos
como segue:
O FUNDESE é um fundo administrado pela DESENBAHIA, regido pela Lei Estadual n.º
6.445, de 07/12/1992, com a finalidade de financiar programas de interesse do
desenvolvimento econômico e social do Estado, observadas as diretrizes do PPA. Conforme
a citada Lei, os financiamentos com recursos desse Fundo destinam-se, única e
exclusivamente, ao setor privado da economia e estão sujeitos, obrigatoriamente, ao
pagamento de encargos financeiros.
Da comparação dos saldos do FIPLAN, base das DCCEs de 2015, com o balancete de
31/12/2015 do Fundo, verificou-se divergências, conforme demonstrado a seguir:
2.4.5.2.1 Estoque
Das análises na composição dos saldos em 2015 não foram identificadas variações
anormais em relação à posição de 2014, diferentemente do ocorrido entre os exercícios de
2013 e 2014, no saldo da unidade orçamentária do FES/BA.
Preliminarmente, cabe registrar que não foi observado, na elaboração das DCCEs, o
disposto no item 3.5.4 do MCASP (6ª edição) quanto à recomendação de que as contas
com designação genérica de “Outros(as)” devem estar “limitados a 10% do total do grupo”,
tendo em vista que o saldo desta rubrica representa 15% do saldo do Ativo Circulante.
Registre-se que a Resolução deste TCE n.º 144/2013 estabeleceu que as unidades
jurisdicionadas devem informar ao Tribunal a situação dos convênios, classificando-os em
execução, concluído ou com irregularidade. Neste último caso, deve ser indicada a natureza
das inconsistências, o valor pendente de restituição e as providências adotadas pela
Administração, objetivando a regularização das ocorrências. Entretanto, o referido sistema
não dispõe, ainda, de relatório ou ferramentas que possibilitem a adequada identificação dos
convênios, considerando as datas de vencimento dos pactos, os dados relacionados com a
análise das prestações de contas, para atender ao quanto requerido pelo TCE, bem como
para viabilizar o efetivo controle e o gerenciamento dos pactos firmados.
Apesar das melhorias implementadas nas rotinas do sistema FIPLAN, relativas aos
convênios, verificou-se através do sistema MIRANTE, em consulta à base de dados dos
convênios com desembolso superior a R$1.000 mil, que apenas uma prestação de contas
tinha sido recepcionada, enquanto 79 convênios estavam vencidos há mais de 90 dias na
data-base de 31/12/2015, com a seguinte distribuição: “ativos” (27) e “Suspenso por
Encerramento do Exercício” (52). Registre-se que o montante desembolsado em tais
convênios perfizeram o total de R$211.133 mil.
As fragilidades nos controles internos do Estado quanto à prestação de contas dos recursos
repassados, principalmente às prefeituras e instituições não governamentais, sob a égide de
convênios, ou ajustes assemelhados, prejudicou a avaliação da gestão no que se refere ao
cumprimento do disposto na Lei Estadual n.º 9.433/2005, em seu art. 175, in verbis:
• Tomadas de Contas
Das análises promovidas, verificou-se, também, que inexiste nas DCCEs informações sobre
os convênios em situação de tomada de contas, como quantidade de termos, valores e
situação/fase da cobrança, dentre outras. Cabe registrar que, até onde foi possível verificar,
o FIPLAN não dispõe de relatórios específicos para este tipo de situação dos convênios. As
providências da Administração, dentre essas a deflagração dos procedimento de Tomada de
Contas, deveria ser objeto de divulgação, complementarmente às relações dos convenentes
inadimplentes, por se revelar importante para avaliação da eficiência da gestão no controle
dos recursos repassados através de convênios.
Registre-se que, em 2015, foram propostas pelo Ministério Público da Bahia, em virtude da
“falta de comprovação da utilização de recursos públicos em convênios”, cerca de “60 ações
por ato de improbidade administrativa e de 14 ações penais em 56 municípios baianos” que
conforme noticiado no sítio deste órgão “somam mais de R$23 milhões”. Tais ações
decorreram de “apuração conduzida pelo Ministério Público de Contas”, onde “foi constatado
que mais de 300 convênios celebrados entre os anos de 2011/2012 pelo Estado da Bahia
Portanto, a ausência de informações nas DCCEs de 2015 sobre a situação dos recursos
repassados através de convênios e termos assemelhados, principalmente, em relação
àqueles considerados inadimplentes, e os comentários anteriores que evidenciam a
fragilidade dos controles internos relacionados com o gerenciamento dos convênios,
repercutem negativamente no grau de confiabilidade dos saldos contábeis das contas
representativas dos créditos dessa natureza.
16
Notícia disponível no site (https://www.mpba.mp.br/noticia/30039), acessado em 28/04/2016.
Cabe registrar que o MCASP (6ª edição) indica, de forma explícita, na parte IV, tópico 3.5.4,
sobre a Consistência dos Registros e Saldos de Contas “Cada unidade que realize a gestão
de recursos públicos deverá ser responsável pelo acompanhamento, análise e consistência
dos registros e saldos das contas contábeis, bem como os reflexos causados nos
respectivos demonstrativos”.
No caso da DAT, o ajuste feito para se chegar à parcela considerada recuperável, conforme
as DCCEs, exercício 2015 (fls. 35), foi de R$13.054.599.205,82, equivalente a 99,85% do
montante de créditos fiscais de longo prazo existente na data de 31/12/2015.
Como tem sido mostrado por este TCE em relatórios precedentes, as provisões para perdas
com créditos tributários inscritos na Dívida Ativa situam-se geralmente acima de 99,80% do
saldo total ao fim de cada mês, como ocorre também na provisão feita em relação à posição
de 31/12/2015. O montante mensal considerado recuperável, ao final do último exercício, foi
de R$19.511.740,96, o que corresponde a 0,15% do saldo da DAT.
Este é o percentual médio mensal do triênio 2012-2014 calculado pela GCRED/DARC, com
base nos valores mensais efetivamente recuperados naqueles exercícios e utilizado,
portanto, para previsão dos valores recuperáveis mensalmente ao longo do exercício de
2015, conforme as instruções constantes do Manual de Procedimentos da Dívida, instituído
pela Portaria STN n.º 564, de 27/10/2004.
A seguir, faz-se uma comparação entre a evolução da DAT e da recuperação dos créditos
inscritos, com base nas informações contábeis.
A Lei Estadual n.º 12.903, de 05/09/2013, permitiu a quitação de débitos fiscais do Imposto
sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (ICM) e do ICMS cujos fatos
geradores tivessem ocorrido até 30/06/2013, com dispensa de até 100% do pagamento de
multas e acréscimos moratórios.
No último exercício, medida assemelhada foi tomada pelo Estado, uma vez que, por
intermédio da Lei Estadual n.º 13.449, de 21/10/2015, o governo voltou a conceder amplos
benefícios aos devedores de tributos, desta feita sem restrição de data-limite para fatos
geradores e incluindo débitos do IPVA e do ITD. Destacam-se, a seguir, os principais
dispositivos desta lei:
[...]
[…]
Mais importante, porém, é ressaltar que a estratégia de frequentes anistias fiscais se mostra
de baixa eficácia, como demonstra a grande diferença entre o montante recuperado em
2013 e o que se alcançou dois anos depois.
O resultado, como visto, foi muito inferior ao obtido em 2013. Como tem observado este
Tribunal, o frequente recurso a esse tipo de medida também cria para o devedor a
expectativa de periódica redução significativa de seus débitos com o Fisco. Esta política
tende a alimentar nos contribuintes uma relativa despreocupação com eventual autuação
fiscal e posterior inscrição do débito na Dívida Ativa, além de incentivar comportamento
semelhante na parcela de contribuintes que se comportam usualmente conforme às normas
tributárias.
Verifica-se na tabela anterior que o valor total de processos em cobrança judicial situava-se
em R$11.311.615.193,29, no final do exercício, montante que equivalia a 86,52% do saldo
total da DAT naquele momento.
Acerca da necessidade de um esforço da gestão para cobrança da Dívida Ativa, por meio do
Ofício DARC n.º 02, de 08/06/2015, em que o gestor respondeu à Notificação n.º 858/2015
deste Tribunal, no âmbito do processo relativo à análise das prestações de contas da
SEFAZ do exercício de 2013 (TCE/0001098/2014), a DARC assim se posicionou:
[...]
[...]
Oitivas de contribuintes previamente notificados, na condição de
responsáveis penais de empresas tipificados como devedores contumaz
e/ou que praticam crime contra ordem tributária: apresentados 18
procedimentos com débito total de R$258.903.178,82 e débito de valor
inscrito em dívida ativa de R$130.511.017,58 que resultaram em valores
recuperados na ordem de R$110.592.625,21.
Não há indicação da fonte de dados nem qualquer nota explicativa a esta tabela no
supramencionado Ofício. Os dados relativos a processos fiscais inscritos na Dívida Ativa até
31/12/2014, fornecidos à auditoria pela DARC quando do exame das contas da SEFAZ
daquele exercício, mostravam apenas 3.413 PAFs com saldo parcelado, os quais somavam
R$76.602.144,46. Segundo a mesma fonte existiam, em 31/12/2015, 4.186 processos
fiscais com débitos parcelados, somando R$125.412.657,96. Os dados apresentados na
resposta da SEFAZ talvez englobem processos que ainda não foram inscritos na Dívida
Ativa, o que, neste caso, impede qualquer comparação.
Pelos dados que dispõe a auditoria, tem-se que a taxa de crescimento da quantidade de
parcelamentos de processos inscritos entre 31/12/2014 e 31/12/2015 foi de 22,65%,
enquanto que a do valor total parcelado aumentou 63,72%. Neste caso, porém, o aumento
do montante parcelado advém tanto do fato de que mais processos aderiram ao
parcelamento do débito, quanto dos acréscimos moratórios que se somam aos saldos
preexistentes.
Acerca da influência que poderia ter o maior prazo dado para defesa de auto de infração
com o propósito de diminuir o volume de inscrições em Dívida Ativa, a SEFAZ, ainda
mediante o Ofício DARC n.º 02/2015, forneceu as seguintes explicações:
[...]
Entendemos que a extensão do prazo de defesa contribui para que o
contribuinte avalie a precisão do lançamento fiscal além de estender o prazo
para que a carteira de cobrança esclareça a autuação. Identificamos
também que as Empresas de grande porte, por possuírem Setor Tributário e
Setor Jurídico, dado à exiguidade do prazo para esclarecimentos e
convencimento da Matriz (por muitas vezes fora do Estado e até fora do
País) tinham como prática comum a judicialização do processo
administrativo fiscal. Este prazo maior é utilizado como um esforço de
convencimento da ação fiscal para diminuir o contencioso administrativo,
extrajudicial e judicial.
Com relação ao projeto conjunto de saneamento das Varas da Fazenda Pública, entre a
SEFAZ, a PGE e o Tribunal de Justiça, a Secretaria da Fazenda foi questionada se, além de
tornar os processos eletrônicos, envolveria também outras metas, como a de acelerar o
julgamento de processos fiscais em tramitação nessas Varas.
Trata-se de questão pertinente e de grande relevância, pois um dos fatores que estimulam a
preferência dos devedores, sobretudo os de maior porte, pela judicialização da cobrança
fiscal é justamente, como já comentado, a morosidade de seu andamento nas Varas da
Fazenda Pública.
Tomando-se apenas os 1.876 processos ajuizados com saldo acima de um milhão de reais,
como demonstrado anteriormente na Tabela 105, constata-se que 871 deles tiveram seu
último trâmite realizado entre 1999 e 2012, isto é, não só deram entrada na Justiça
provavelmente há bastante tempo, como estão sem movimentação há, pelo menos, quatro
anos.
Não se trata, ressalte-se, de problema restrito ao Estado da Bahia: por intermédio de sua
Assessoria de Comunicação Social em Nota à Imprensa, datada de 16/12/2015, o Ministério
da Fazenda informa ao público a seguinte iniciativa, dentre outras metas da Procuradoria
Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para o ali denominado Novo Plano de Cobrança da
Dívida Ativa:
[…]
2. Assinatura de Termo de Cooperação Técnica entre o Ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, e o Presidente do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), Ricardo Lewandowski, para fomentar e aplicar soluções em regime
de parceria entre Poder Judiciário e Poder Executivo, visando permitir a
recuperação ágil de créditos em favor do Estado. O convênio a ser
assinado estabelece a criação de um plano de trabalho para, dentre
outros objetivos, criar mecanismos para que os processos de
devedores com maior perspectiva de pagamento possam ter
andamento mais célere. Inclusive, nessa linha, a PGFN já encaminhou ao
CNJ lista dos mil maiores processos em execução fiscal, com garantia e
fiança, para que o julgamento seja agilizado. (Grifou-se).
[…]
Fonte: http://fazenda.gov.br/assuntos/destaques/nota-a-imprensa-2015-12-
16-divida-ativa-1-1.pdf/view
Acerca de medidas para reduzir a judicialização de processos fiscais e/ou dar um tratamento
específico aos de maior valor, a DARC/SEFAZ informou que:
[…]
Existe como prática, o encaminhamento de Notícias-Crime de Processos
Administrativos Fiscais inscritos em dívida ativa cujas infrações são
tipificadas como Crime Contra Ordem Tributária ao MP, e que passaram em
2015 a ser objeto também de oitivas no âmbito do CIRA. [...] Os
contribuintes são notificados e são agendadas diversas reuniões. As NC
são elaboradas após a análise dos Autos de Infração que possuem os
débitos mais vultosos. Em 2016 haverá um esforço para aumentar o número
de reuniões.
No Relatório das Contas do Chefe do Poder Executivo, exercício 2014, foram apontadas
diferenças entre o SIGAT e o FIPLAN, no que diz respeito a valores relativos a fatos que
aumentam ou diminuem o montante de créditos fiscais inscritos na Dívida Ativa. Estas
fragilidades persistem, de modo que os saldos da DAT, referentes ao exercício de 2015,
registrados na contabilidade não coincidem com os que resultam dos dados obtidos no
SIGAT.
Atendendo ao questionamento da auditoria, a SEFAZ informou que ajustes teriam que ser
feitos em 2016 a fim de corrigir erros de lançamento ocorridos em 2015. A tabela a seguir
demonstra a evolução da DAT em 2015, tal como registrada na contabilidade (FIPLAN), em
comparação com esses dados, conforme constam do SIGAT:
Mesmo com os ajustes que a SEFAZ informou que iria realizar em 2016, a fim de corrigir
diferenças apontadas pela auditoria em relação a acréscimos moratórios, receita,
cancelamentos e pagamentos por meio de certificado de crédito, os saldos finais dos dois
sistemas não coincidem, restando uma diferença de R$3.293.099,57.
Pelo que aqui se relatou, fica evidenciado que persistem problemas acerca dos quais a
SEFAZ informou à auditoria, por ocasião do exame das contas do Chefe do Poder Executivo
Entretanto, como demonstrado na tabela 106 – Saldos Inicial e Final da DAT no Exercício de
2015, houve também equívocos de contabilização relativos a outros fatos que não apenas
os relacionados a receitas. Em 2015, o maior deles diz respeito ao montante dos acréscimos
moratórios, havendo uma diferença de R$3.379.882,79 a mais no valor registrado
contabilmente em relação ao dado do SIGAT, o que terá que ser também ajustado em 2016.
O exame dos lançamentos efetuados no razão da conta contábil patrimonial da Dívida Ativa
Tributária que cabem à DARC, a saber, os relativos a todos os fatos que impactam o saldo
da DAT, exceção feita às receitas, mostrou que, em 2015, de fato, a contabilização se deu
com defasagem bem menor em relação ao mês do fato gerador do que vinha ocorrendo em
exercícios anteriores. Este fato pode ser um indicador indireto de que a extração de dados
do SIGAT vem sendo realizada com mais frequência, reduzindo o lapso de tempo entre a
ocorrência dos fatos geradores de modificações no saldo da DAT e sua contabilização, o
que vai ao encontro de uma das recomendações da auditoria: a de busca de
tempestividade.
Ainda assim, como visto, ocorrem falhas que comprometem a exatidão dos números, o que,
por sua vez, reforça a recomendação de que a melhor solução, no caso, seria a integração
entre os dois sistemas, de modo a possibilitar a criação de rotinas que automatizassem os
lançamentos.
Outro aspecto que motivou as recomendações por parte deste Tribunal após o exame das
contas do Chefe do Poder Executivo, relativas ao exercício de 2014, foi a ausência de
adequação dos registros contábeis da Dívida Ativa Tributária às normas contábeis aplicáveis
ao setor público constantes do MCASP. A auditoria apontou que a SEFAZ ainda não criara
no plano de contas do Estado as contas de controle da Dívida Ativa, nem tampouco
realizara os lançamentos que constavam como obrigatórios do MCASP.
5.3.1 Inscrição
A inscrição em dívida ativa deverá ser realizada por meio de um dos dois
procedimentos a seguir, conforme o nível de controle desejado pelo ente:
In casu, todas as unidades responsáveis pela inscrição de créditos na Dívida Ativa Tributária
são diretorias da própria SEFAZ, já que a PGE, embora possua a competência de “opinar no
processo administrativo fiscal, procedendo ao controle de legalidade, para a inscrição na
Dívida Ativa estadual” e, inclusive, de “inscrever a Dívida Ativa tributária e não-tributária do
Estado” (Lei Complementar Estadual n.º 34/2009, art. 2º, XXVI e XXXII), efetivamente não
efetua registros contábeis de inscrições.
2.4.5.3 Investimentos
• Participações em Fundos
• Investimentos em Empresas
Na Nota Explicativa n.º 4 às DCCEs (fls. 35/36) foram apresentadas tabelas demonstrativas
da composição dos investimentos e do montante do resultado da equivalência patrimonial
contabilizada, contudo os totais não são coincidentes com os constantes no Balanço, bem
como não indicam outras informações necessárias à adequada interpretação dos
investimentos, tais como: o percentual de participação do Estado em cada empresa, o
resumo do resultado do exercício destas, os saldos das transações realizadas entre estas e
o Governo do Estado, etc.
Das análises promovidas pela auditoria, verificou-se que os saldos nas contas de
“Adiantamento para futuro aumento de capital” e “Investimentos em estatais dependentes”,
no montante de R$1.188.473 mil, referem-se aos saldos em investimentos nas estatais
dependentes constantes da estrutura do Estado da Bahia, devendo, portanto, serem objeto
de eliminação/exclusão no procedimento de consolidação das contas, consoante orientação
contida no MCASP, em sua 6ª Edição (item 9):
Nas três principais entidades EMBASA, BAHIAGÁS e DESENBAHIA, foi observado que,
considerando-se os valores constantes nas Demonstrações Contábeis dessas Empresas,
referentes ao exercício findo em 31/12/2015, mais especificamente nas respectivas
Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido de cada uma, bem como o percentual
de participação do Estado e que o cálculo de equivalência foi promovido com base em
informações contidas em balancete de outubro de 2015, não foram identificadas
inadequações significativas nos saldos apresentados nas DCCEs.
Entretanto, verificou-se que não foi considerado, para fins de consolidação, a eliminação dos
efeitos decorrentes das transações entre tais empresas e o Estado da Bahia, denominadas
contabilmente de “Partes Relacionadas”. Como exemplo, podem ser citados os saldos,
constantes nas demonstrações da Embasa, relativas aos créditos a receber do Estado da
Bahia, no montante de R$81.963 mil, e da DESENBAHIA, relativos às receitas obtidas com
a administração do FUNDESE, de R$41.045 mil, que nas DCCEs são consideradas como
despesa.
Da análise das Demonstrações da EGBA, assim como da PRODEB, observa-se que parte
significativa das receitas, também, são oriundas de transações com entes da estrutura do
Estado da Bahia, sendo a carga tributária de impostos federais e municipais incidentes
sobre a receita de, aproximadamente, 7,5%.
A Lei Complementar n.º 101/2000, LRF, define no art. 2º, III, que estatal dependente é
aquela empresa controlada que recebe do órgão controlador recursos financeiros para
pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no
último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.
Por sua vez, a Resolução n.º 43/2001 do Senado Federal dispõe que empresa estatal
dependente é aquela controlada pelo órgão público que tenha, no exercício anterior,
recebido recursos de seu controlador para pagamento das despesas supracitadas e tenha,
no exercício corrente, autorização orçamentária para recebimento de recursos financeiros
com idêntica finalidade, especificando, dessa forma, a abrangência temporal.
A Portaria n.º 589 da STN, de 27/12/2001, dispõe que o repasse de recursos previsto no
inciso III, do art. 2º, da LRF destina-se exclusivamente à cobertura de déficits de empresas e
devem ser alocados diretamente no orçamento da empresa beneficiária. Além disso,
determina que a transferência permanente de recursos de capital para empresa controlada
deficitária será considerada subvenção econômica.
[…]
A referida Comissão informou ainda que, conforme Decreto n.º 16.339/2015, já foi definida a
alienação total da participação acionária do Estado da Bahia no capital social da EBAL,
atendendo à Lei n.º 13.204/2014 e que, caso o Estado viesse a atender a recomendação do
TCE, considerando que a EBAL deixará de pertencer ao Estado, incorreria em custos
desnecessários e injustificados com as alterações das peças orçamentárias do Estado.
2.4.5.4 Imobilizado
Os comentários constantes na Nota Explicativa n.º 5 do Balanço Patrimonial (fls. 37) contêm
apenas informações sobre as taxas de depreciação dos bens móveis, sem indicar outros
dados e comentários recomendados pela Resolução CFC n.º 1.136, de 21/11/2008, que
aprovou a NBC T 16.9, sobre depreciação, amortização e exaustão, e pelo MCASP (6ª
edição – item 5.7. letras 'd' e 'e'), in verbis:
Os valores das contas contábeis representativos dos Bens Móveis do Imobilizado do Estado
da Bahia podem ser apresentados, de forma resumida, como segue.
Da análise da evolução dos saldos dessa conta, identificou-se, como situação incomum,
sem que fossem apresentados comentários esclarecedores nas DCCEs, a continuidade do
saldo na rubrica de Importações em Andamento, sendo que cerca de R$31.100 mil são
oriundos do exercício de 2013, bem como a evolução crescente do saldo da conta Bens
Móveis em Almoxarifado.
Registre-se que nas Contas do Poder Executivo do exercício anterior, mediante comparação
dos saldos do FIPLAN com os apresentados nos Balanços das Empresas CAR e CERB,
verificou-se distorções que indicavam possível superavaliação do saldo contábil desta
rubrica, situação que, até onde foi possível analisar, não foi objeto de retificação ou
identificação quanto à sua pertinência, no exercício de 2015.
Ademais, em anexo às Contas do Governo, assim como no exercício anterior, foi remetido
caderno contendo o “Relatório Imobiliário do Estado”, onde constam informações sobre
cerca de 7.400 imóveis, segregados por cidade, controlados pelo Sistema de Controle de
Bens Imóveis do Estado da Bahia. Cabe informar que tal relatório representa apenas a
relação dos imóveis registrados na unidade orçamentária Diretoria Geral da SAEB, cujos
saldos finais em 31/12/2015, demonstram o custo e a depreciação acumulada dos bens, que
montam em R$3.138.652 mil e R$1.951.125 mil, respectivamente. Portanto, este relatório
representava apenas cerca de 27% do saldo contábil relativo ao custo dos imóveis
consignados nas DCCEs.
Registre-se que a STN, através da Portaria n.º 548/2015, facultou aos Estados a
incorporação de procedimentos de “Reconhecimento, mensuração e evidenciação dos bens
de infraestrutura; respectiva depreciação, amortização ou exaustão; reavaliação e redução
ao valor recuperável”, a partir do exercício de 2021.
Em relação aos bens imóveis, foi realizado em 2015 auditoria operacional pela 6ª CCE,
visando avaliar os controles operacionais nesta área (processo TCE/011170/2015). No
relatório emitido em dezembro de 2015, os auditores indicaram a ocorrência de diversas
falhas de controle interno, as quais foram objeto de notificação ao titular da SAEB, bem
como aos gestores das unidades responsáveis. Registre-se que o referido processo, até
30/04/2016, não havia sido apreciado pelo Plenário deste Tribunal.
2.4.5.4.3 Intangível
Observa-se nas DCCEs de 2015 que foram baixados os saldos representativos dos ativos
intangíveis. Contudo, nas Demonstrações Contábeis oficiais de algumas estatais
dependentes ainda constam saldos representativos dos ativos desta natureza, dentre os
quais destacam-se os direitos de exploração de jazidas minerais, verificados no balanço
patrimonial de 2015 da CBPM, no montante de R$111.412 mil.
Cabe registrar que, no Passivo Circulante, além da subconta indicada na tabela anterior,
constam passivos de exercícios anteriores na conta de Obrigações de Exercícios Anteriores
– SICOF (código 2188103.17 e 19) no montante de R$103.207 mil em 2015 (R$111.179 mil
em 2014), que não foram objeto de comentários ou demonstrativo analítico de sua
composição nas Notas Explicativas às demonstrações.
O montante de R$44.052 mil, apresentado como obrigações junto à EMBASA, foi inferior ao
constante nas Demonstrações Contábeis da Empresa de 2015 na rubrica de créditos a
receber, decorrentes de transações efetuadas com entidades do próprio Estado da Bahia,
no total de R$81.963 mil, o que indica diferença a menor do Passivo no Balanço Patrimonial
no montante de R$37.641 mil. Observou-se, também, no balancete base das DCCEs, que a
rubrica relativa às despesas com Água e Esgoto (código 332313901) apresenta um saldo de
R$63 milhões, inferior ao consignado como receitas com “Partes Relacionadas” nas
Demonstrações da EMBASA, no total de R$117 milhões.
Das análises promovidas, verificou-se não constar o registro nas DCCEs de 2015, assim
como nas de 2014, obrigação oriunda de acordo firmado entre a CERB e a Construtora
Norberto Odebrecht, firmado em outubro de 2014, para extinção de pendência judicial
decorrente de dívida confessada oriunda de 1991, na qual o Estado da Bahia é interveniente
devedor. O montante pendente de pagamento em 31/12/2015 era de, aproximadamente,
R$214.500 mil, relativo a 78 parcelas mensais de R$2.750 mil, sendo 3 vencidas e 75 a
vencer a partir de 2016, sem incluir os encargos e implicações decorrentes das condições
pactuadas e do atraso no pagamento. Registre-se que as 3 parcelas vencidas até dezembro
de 2015 foram pagas em 2016 como DEA.
mil) e ao contrato de Diagnóstico por Imagem (R$1.223 mil), as quais foram pagas em
fevereiro de 2016 como Despesas de Exercícios Anteriores (DEA).
Nas DCCEs de 2015, como no exercício anterior, não foram apresentados demonstrativos
que evidenciassem o comportamento dos recebimentos, prestações de contas, por
natureza, Programa de Governo, órgão repassador ou outra classificação, bem como
informações necessárias para a interpretação da situação fática desse tipo de obrigação,
derivada dos pactos firmados com os agentes repassadores, como por exemplo:
• com relação aos recursos financeiros, saldos disponíveis em conta bancária ao final do
exercício, parcela aplicada no ano e acumulado, contrapartida depositada, receitas de
aplicações, etc.
Não foi possível promover uma avaliação crítica quanto à pertinência do saldo, pela
ausência das informações anteriormente citadas, assim como em função da diversidade e
do volume de operações firmados entre o Estado e a União. Em pesquisa promovida em
convênios e contratos de repasse, selecionados por amostragem, nos sítios do Governo
Federal “portal da transparência” e “portal dos convênios” (SICONV), foi possível identificar
que a maioria dos pactos possui prazo de prestação de contas posterior a 2015, estando,
por conseguinte, adimplentes em relação a este aspecto. Contudo, não foi possível certificar
quanto ao saldo total apresentado na referida conta do Balanço do Estado.
A composição das dívidas por credor, excluindo-se a parcela de juros e encargos a pagar
(R$52.771.707,43), pode ser demonstrada como segue:
Ocorre que, apesar dos pagamentos efetuados nos vários exercícios, inclusive em 2015,
pagos sob a rubrica de Despesas de Exercícios Anteriores no item 2.4.3 Despesas de
Exercícios Anteriores (DEA), ao final do exercício, ainda persistiam saldos a pagar
decorrentes da citada decisão, conforme esclarecimentos apresentados:
As Obrigações reconhecidas pelo Estado em favor dos servidores devem ser objeto de
apropriação contábil no Passivo em rubrica específica, caso decorram de decisão judicial
em rubrica própria designada comumente como “Precatórios”. Porém, se oriunda de acordo
ou decisão administrativa como “Pessoal a Pagar” e, se derivada da relação laborativa, tais
como: férias, décimo terceiro salário, licenças, dentre outros, devem ser identificadas como
“Provisões”, em virtude do seu caráter estimativo e consoante orientação do MCASP (6ª
edição, parte II, item 9.2.1.) a qual indica:
As vantagens devidas aos servidores decorrentes do tempo de trabalho devem, com base
no critério de registro por competência, ser reconhecidas contabilmente, considerando-se a
parcela devida proporcionalmente ao tempo decorrido da relação empregatícia. Convém
registrar que as provisões devem ser objeto de reconhecimento mensal, para apuração de
resultados parciais de forma adequada, o que não vem ocorrendo, distorcendo, por
exemplo, os saldos apurados nos relatórios quadrimestrais da LRF.
Nas DCCEs de 2015, não constam saldos representativos das provisões para férias e
gratificações, devidas proporcionalmente a cada servidor, em relação ao período aquisitivo,
bem como em relação à licença-prêmio ainda não gozada. Ademais, devido à ausência de
mecanismos de mensuração das parcelas devidas, individualizada por servidor, não foi
possível quantificar o montante da obrigação em 31/12/2015.
Cabe alertar que a STN, através da Portaria n.º 548/2015, facultou aos Estados a
implementação, a partir do exercício de 2017, dos procedimentos contábeis relacionados
com o “Reconhecimento, mensuração e evidenciação das obrigações por competência
decorrentes de benefícios a empregados (ex.: 13º salário, férias, etc.)”.
No Estado da Bahia, a Lei n.º 9.446, de 09/05/2005 define que são consideradas de
pequeno valor, para os fins do disposto nos §§ 3º e 4º do art. 100 da Constituição Federal,
as obrigações desse ente, suas autarquias e fundações públicas, por decisão judicial
transitada em julgado, atualizadas na data da respectiva requisição, que não excederem a
20 salários-mínimos.
No que se refere aos precatórios, o Estado da Bahia, ao final do exercício de 2015, não
estava em conformidade com todas as regras e procedimentos contábeis previstos no
MCASP. A adoção dos Procedimentos Contábeis Específicos (Parte III da 6ª edição do
MCASP), em que se encontra o disciplinamento contábil de precatórios, estava prevista
desde o exercício de 2013.
Contudo, apesar das alterações promovidas pela OT n.º 052/2015, foram observadas
desconformidades no registro de precatórios em 2015.
Segundo o MCASP, o reconhecimento da dívida com precatórios deve ser feito pelo ente
devedor, mediante um único lançamento no Passivo Não Circulante, tendo como
contrapartida uma conta de Variação Patrimonial Diminutiva (VPD).
Assim, a não incorporação dos precatórios apresentados no exercício sob análise também
distorceu o resultado patrimonial do Poder Executivo. Vale informar que, de acordo com o
Manual, o resultado patrimonial no setor público é um medidor do quanto o serviço público
ofertado promoveu alterações quantitativas dos elementos patrimoniais.
Ressalte-se que, em 16/09/2014, por meio da Resolução n.º 184, que apreciou o Relatório
de Acompanhamento da LRF do 3º quadrimestre de 2013, o Plenário deste TCE determinou
à SEFAZ que realizasse os ajustes necessários para corrigir a subavaliação do Passivo
apurada naquela auditoria. Entretanto, embora essa Secretaria tenha efetuado lançamentos
de ajuste, estes não foram suficientes para a sua regularização.
Ressalte-se que, em 16/09/2014, por meio da Resolução n.º 184, que apreciou o Relatório
de Acompanhamento da LRF do 3º quadrimestre de 2013, o Plenário deste TCE determinou
à SEFAZ que regularizasse a despesa.
2.4.5.7.2.2.1 Precatórios
A LRF, no capítulo que trata da dívida e do endividamento, dispõe no seu art. 30, § 7°, que
os “precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houverem
sido incluídos integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites”.
Ademais, a Resolução do Senado Federal n.º 40/2001, em seu art. 1°, § 1º, III, que define
dívida pública consolidada, determina que sejam considerados os precatórios judiciais
emitidos a partir de 05/05/2000 e não pagos durante a execução do orçamento em que
foram incluídos.
O Estado da Bahia optou pelo regime especial de pagamento pelo prazo de até 15 anos, por
meio do Decreto Estadual n.º 11.995, de 05/03/2010.
Nas DCCEs do Exercício de 2015, no item 1.3 Ações Implementadas na Área Financeira,
Precatórios, a Tabela 1.03 Precatórios – Depósitos Realizados em 2015 apresenta
equivocadamente o montante de R$67.150.084,47, referente aos acordos futuros do TJ/BA.
Este valor diverge do montante apurado pela auditoria mediante as informações contidas no
Ofício NACP n.º 2881/215 do TJ/BA e o Ofício GAB n.º 495/2015 da PGE, já que foi
destinado ao pagamento de acordos a metade da parcela 1/10 (R$89.898.550,91) e devem
ser abatidos deste valor R$11.374.233,22, referentes aos pagamentos de acordos firmados
antes da EC n.º 62/2009, resultando num saldo de R$78.524.317,69.
No exercício de 2015 não foram fornecidas pelo TRT 5ª Região as informações referentes
aos pagamentos de precatórios ocorridos nesse período, impossibilitando que a auditoria
verificasse o cumprimento da ordem cronológica e preferencial, bem como a adequação
desses pagamentos. O montante considerado no cálculo do valor pago refere-se aos
pagamentos regularizados pela SEFAZ.
Em relação a este último, que reflete a grande maioria dos precatórios, percebe-se que sua
estruturação não é suficiente para atender aos objetivos do Sistema Único de Controle de
Precatórios. Essa constatação se baseia no fato de que o controle utiliza informações
originárias dos Tribunais, o que impede um acompanhamento efetivo dos precatórios
(controle estatístico, verificação de cálculos, deduções, amortizações, bem como
conferência da ordem em que os respectivos pagamentos foram ou serão realizados pelos
Tribunais).
Questionada sobre essa ocorrência no exame das Contas Governamentais do ano de 2013,
a SEFAZ informou que estava cumprindo o Decreto n.º 11.995/2010, mediante lançamentos
individualizados, e que, no registro e no pagamento dos precatórios, utilizava informações
originárias dos Tribunais, revisadas e apreciadas pela PGE.
Cumpre informar que, apesar de haver o registro individualizado, por precatório, na conta de
Provisão para Indenizações Trabalhistas – Precatórios, no Passivo Não Circulante, este
registro não abarca a Administração Indireta. Em relação ao controle, a SEFAZ menciona
utilizar as informações originárias dos Tribunais, as quais são revisadas e apreciadas pela
PGE. Entretanto, o referido Decreto incumbe também essa Secretaria da manutenção do
registro cadastral de todos os precatórios da Administração Direta e Indireta.
No que se refere ao controle a cargo da PGE, embora a Instituição deva dispor de controle
acerca dos precatórios, tanto da Administração Direta quanto da Indireta, não tem
apresentado esta documentação integralmente à auditoria.
O Plenário deste TCE, por meio da Resolução n.º 184, de 11/09/2014, que apreciou o
Relatório de Acompanhamento da LRF do 3º quadrimestre de 2013, determinou à SEFAZ e
ao Exmo. Sr. Procurador Geral do Estado, respectivamente, que exercesse o controle
efetivo dos precatórios, abarcando também a Administração Indireta, e que encaminhasse,
no prazo máximo de 90 dias, os controles a cargo da PGE relativos aos precatórios das
No exercício de 2015, a composição do saldo desta conta pode ser resumida da forma a
seguir:
O sistema de seguridade social, mantido pelo Estado e pelos seus segurados, é composto
pelo programa Ações de Apoio Administrativo, no qual estão inseridos o FUNSERV, que tem
por finalidade prover os recursos necessários à manutenção do PLANSERV, do FUNPREV
e do BAPREV, destinados a prover recursos para o pagamento de benefícios
previdenciários.
O FUNPREV, instituído por meio da Lei Estadual n.º 7.249, de 07/01/1998, tem por
finalidade prover recursos para pagamento dos benefícios previdenciários de aposentadoria,
reserva remunerada, reforma, salário-família, pensão e auxílio-reclusão, a que fazem jus os
servidores públicos e seus dependentes, bem como aplicar recursos provenientes das
contribuições e transferências do Estado e das contribuições dos seus segurados ativos,
inativos e pensionistas.
Com o advento da referida Lei, o FUNPREV foi remanejado da SEFAZ para a SAEB e
passou a denominar-se Fundo Financeiro da Previdência Social dos Servidores Públicos do
Estado da Bahia, cujos recursos seriam utilizados no pagamento dos benefícios
previdenciários dos servidores públicos estatutários, civis e militares, de quaisquer dos
Poderes do Estado, ingressos no serviço público até 31/12/2007.
Foi instituído, também, o BAPREV, com idêntica natureza do FUNPREV, porém tendo por
finalidade o pagamento de benefícios previdenciários para aqueles que ingressaram no
serviço público a partir de 1º de janeiro de 2008.
No exercício de 2015, foi realizada avaliação atuarial no FUNPREV e no BAPREV, em
cumprimento às disposições contidas na Lei n.º 9.717, de 27/11/1998, que determina a
adoção desse procedimento, em cada balanço, pelos órgãos que possuem Regimes
Próprios de Previdência Social, visando a promover o equilíbrio do sistema.
De acordo com o Parecer Atuarial emitido pelo Escritório Técnico de Assessoria Atuarial S/S
Ltda., empresa de consultoria contratada para efetuar o cálculo do regime de previdência
dos servidores públicos do Estado da Bahia, o déficit atuarial do FUNPREV foi de
R$165.968.374.564,09 com data-base das informações em agosto/2015 e de avaliação em
dezembro/2015, composto da seguinte forma:
Acerca do déficit atuarial, a SEFAZ informa que o Estado vem realizando anualmente a
avaliação atuarial do seu regime próprio de previdência e que o resultado do déficit técnico
apurado está sendo contabilizado pelo FUNPREV. Consignou, também, que os “estudos
têm demonstrado que o Passivo Atuarial do sistema encontra-se na casa dos bilhões de
reais”, e a “[...] cobertura do déficit tem sido feita, conforme previsto na legislação, com
recursos orçamentários”.
A partir dos indicadores propostos, demonstrados na tabela a seguir, foi realizada uma
análise da situação do FUNPREV:
Verificou-se no FIPLAN que a SUPREV, a partir julho/2014, passou a registrar como receita
de transferências intergovernamentais da União a compensação financeira pela exploração
de recursos naturais, por meio da Fonte 209 – Indenizações Extração Óleo Bruto, Xisto e
Gás, Utilização dos Recursos Hídricos e Exploração Mineral (EC n.º 19/2014) e que, no
período de janeiro a dezembro/2015, foi arrecadado o montante de R$53.479.632,27.
O modelo adotado com dois Fundos visa a reconhecer o Passivo Atuarial existente, a ser
custeado pelo FUNPREV, e, também, a constituir um regime financeiro de capitalização,
com recursos do BAPREV, para pagamento dos futuros benefícios previdenciários dos
novos servidores que ingressem no Estado.
Consoante o Decreto Estadual n.º 16.011, de 18/03/2015, foi instituído Grupo de Trabalho
com o objetivo de realizar estudos, visando à elaboração das minutas dos atos constitutivos
da PREVBAHIA e adotar todas as providências necessárias ao seu efetivo funcionamento.
O Estatuto da PREVBAHIA foi aprovado, em outubro de 2015, pela Superintendência
Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), que é uma entidade governamental
autônoma constituída sob a forma de autarquia especial vinculada ao Ministério da
Previdência Social e seu regulamento ainda está em análise.
Em 10/07/2015, foi publicada a Lei Complementar n° 42, que dispõe sobre a utilização de
parcela de depósitos judiciais e extrajudiciais para pagamento de precatórios e de
requisições judiciais de pequeno valor e para capitalização do Fundo Financeiro da
Previdência Social dos Servidores Públicos do Estado da Bahia (FUNPREV).
Posteriormente, foi editado o Decreto Estadual n.o 16.405, de 11/11/2015, dispondo sobre a
execução da referida lei complementar. O art. 1º dispõe que os depósitos judiciais e
extrajudiciais em dinheiro, existentes no Banco do Brasil, na data da publicação da Lei
Complementar n.o 42, de 09/07/2015, bem como os respectivos acessórios, e os depósitos
efetuados, poderão ser transferidos, até a proporção total de 50% de seu valor atualizado,
para os fins abaixo elencados, nas seguintes proporções: I – até o limite de 25% para conta
vinculada destinada ao pagamento de precatórios e de requisições judiciais de pequeno
valor, observada a ordem prevista na Constituição Federal; II – até o limite de 25%
exclusivamente para capitalização, pelo Estado, do FUNPREV – Fundo Financeiro da
Previdência Social dos Servidores Públicos do Estado da Bahia.
Entretanto, o STF, por maioria, e nos termos do voto do Relator, referendou a concessão da
medida liminar pleiteada na Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADIn 5.409, com eficácia
ex tunc, para fins de suspender os processos que versem sobre a aplicação e/ou a
constitucionalidade da Lei Complementar n.º 42/2015.
Cabe destacar que na rubrica “Outras Receitas Correntes” foi contabilizado o valor de
R$300.000.000,00 proveniente da Cessão de Direito de Operacionalização da Folha de
Pagamento decorrente do Contrato n.o 01/2014 de prestação de serviços financeiros e
outras avenças, entre o Banco do Brasil e o Estado da Bahia, conforme abordado no item
2.4.2.2 Receita contabilizada no Funprev.
Não obstante os valores contabilizados como provisões para indenizações pelo Estado,
constata-se que não foram incorporadas às DCCEs de 2015, informações e provisões sobre
as contingências contidas nas Demonstrações Contábeis das empresas estatais
dependentes, como a EBDA e a BAHIATURSA, nem o impacto financeiro decorrente das
determinações contidas na Lei Estadual n.º 13.204/2014, acerca da alienação de parte dos
ativos da EBAL e da extinção das autarquias DERBA e SUCAB. Registre-se que essas
mudanças na estrutura governamental requerem o levantamento e a avaliação para a
necessária evidenciação em notas explicativas ou provisionamento contábil sobre potenciais
contingências vinculadas.
Sobre as contingências das estatais dependentes, a SEFAZ, mediante Ofício DEPAT n.º
492/2015, informou que compete a cada órgão ou entidade efetuar os registros contábeis
dos atos e fatos que ocorreram sob a sua gestão, cabendo à Diretoria da Contabilidade
Pública (DICOP) a consolidação das informações por intermédio do FIPLAN,
complementando que, foram emitidos os Ofícios n.ºs 81/2015 (EBDA) e 82/2015
(BAHIATURSA), chamando a atenção para a obrigatoriedade de cada entidade fazer com
que os fatos contábeis estejam registrados tanto na Contabilidade Privada quanto na
Contabilidade Aplicada ao Setor Público.
Quanto ao impacto financeiro decorrente das determinações contidas na Lei Estadual n.º
13.204/2014, acerca da alienação de parte dos ativos da EBAL e da extinção das autarquias
DERBA e SUCAB, a SEFAZ informou que foi solicitado, mediante Ofício n.º 120/2015, o
parecer da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), da SEPLAN,
tendo em vista a natureza da análise/estudo pedido. Consoante informação da SEFAZ,
contida no Ofício DEPAT n.º 168/2016, de 09/04/2016, a SEI ainda não tinha se
manifestado.
Nesse sentido, o MCASP, 6ª edição, Parte II, item 9, conceitua e orienta, sobre o assunto,
nos seguintes termos:
[...]
Cabe alertar que a STN, através da Portaria n.º 548/2015, facultou aos Estados a
implementação, a partir do exercício de 2019, dos procedimentos contábeis relacionados
com a “Evidenciação de ativos e passivos contingentes em contas de controle e em notas
explicativas”. Contudo, a ausência de informações sobre as contingências passivas dificulta,
significativamente, a análise da situação patrimonial do Estado, repercutindo, por
consequência, na adequada avaliação da gestão e a accountability das contas públicas.
Além dos normativos contábeis citados, o Código de Boas Práticas para a Transparência
Fiscal, editado em 2007, pelo FMI, enumera alguns princípios de governança,
recomendando aos governos, dentre outras práticas, a divulgação dos passivos
contingentes, sendo descritos conceitos e critérios de registro e divulgação pelos governos
dos passivos significativos, além da dívida pública, os quais possam ter implicações
importantes para a sustentabilidade fiscal.
Ademais, por meio do Ofício n.º 06/2016, de 29/03/2016, este TCE solicitou à PGE a
apresentação de relatórios e/ou demonstrativos, sob a sua orientação, supervisão e
acompanhamento, inerentes a:
Da análise dos saldos apresentados nas contas de Patrimônio Social e Reserva de Lucros,
verifica-se que correspondem apenas aos saldos representativos do FUNDESE.
Portanto, o tratamento contábil do registro desse patrimônio, como dos demais fundos do
Estado, seria mais apropriado como Reservas. Nesse sentido, faz-se oportuno recomendar
que, para cada Fundo, seja apresentada, em nota explicativa, a posição ao final do exercício
de demonstração resumida da sua composição, detalhando-se, por natureza, suas origens,
aplicações e disponibilidades, de forma a melhorar a evidenciação quanto ao perfil dos
ativos e passivos vinculados a cada fundo.
• Outras Reservas
Registre-se que este tipo de reserva consta nas Mutações do Patrimônio Líquido da
DESENBAHIA e da EMBASA. Portanto, deveriam ser destacados no Balanço Consolidado.
No item 2.4.5.4.2 Bens Imóveis deste Relatório, são apresentados comentários acerca de
reavaliações promovidas em imóveis registrados na SAEB, consignados nos demonstrativos
operacionais, porém sem correspondência no sistema contábil, em subconta específica, que
apresente, de forma destacada, o montante financeiro de tais eventos.
O Plano de Contas do MCASP prevê que os eventos dessa natureza sejam registrados na
conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial, cuja função é a seguinte:
Neste exercício, foi apresentado, junto com a DVP, um conjunto de tabelas ilustrativas
indicando, de forma resumida, o impacto das receitas e despesas orçamentárias no
resultado patrimonial, bem como o tópico sobre “Índices da Gestão Patrimonial”. Contudo,
essas informações são insuficientes para a adequada interpretação do resultado econômico
traduzido pela DVP, elemento importante para a avaliação da razoabilidade dos números,
bem como para a transparência da gestão do patrimônio público.
Cabe registrar que, na introdução das DCCEs, foi afirmado pela SEFAZ que o conjunto de
demonstrativos e informações se consubstanciavam em “uma análise mais detalhada das
informações contábeis e fiscais, buscando o uso de uma linguagem de fácil
entendimento a todo cidadão dos vários segmentos da sociedade”.
Saliente-se que tal procedimento está previsto na Lei Federal n.º 4.320/1964 (art. 85), que
prevê a necessidade de “interpretação dos resultados econômicos e financeiros”, pois a
indicação, de forma estruturada, dos fatores que influenciaram as principais variações, seja
de receitas ou de despesas, contribuiriam para a avaliação quanto à razoabilidade do
montante e natureza dos eventos que influenciaram na sua evolução, permitindo, por
conseguinte, avaliar se foram decorrentes de ações da gestão ou derivados de fatores
externos, além de outras inferências.
Como exemplo, pode ser citada a ausência de comentários sobre a influência, na DVP, das
informações apresentadas no capítulo introdutório das DCCEs, denominado “Análise da
economia baiana no contexto da economia brasileira em 2015”, dentre as quais destacam-
se:
• inflação crescente (IPCA 10,67%), bem como a taxa de juros, que evoluem de
11,75% no início do ano, para 14,25% ao final, o valor do dólar de R$2,55 para
R$3,90;
• Produto Interno Bruto (PIB) baiano com retração em 1,9%, influenciado pela queda
do comércio de 9,4%, compensado, em parte, pela elevação nos seguimentos de
“água, energia elétrica, gás e esgoto, com taxa positiva de 3,2%”.
A área técnica deste TCE promoveu análises nas variações apenas no principal grupo de
receita e de despesa da DVP, tendo identificado aspectos relevantes que são apresentados
no tópico a seguir.
• Receita do ICMS
No demonstrativo da arrecadação do ICMS por segmento econômico (fls. 10 das DCCEs),
percebe-se a influência dos aumentos de preço (inflação) na arrecadação dos segmentos
relacionados com os produtos e serviços (petróleo, serviços de telefonia e de fornecimento
de água e energia), principalmente pelo fato de serem controlados/reajustados pelo
governo, bem como a redução da atividade comercial.
O incremento de 83% nesta receita, conforme comentário às fls. 62 das DCCEs, decorre do
fato “de receitas do FUNPREV ocorridas em 2013 e 2014, que não haviam sido apropriadas”
terem sido contabilizadas em 2015. Cabe registrar que, no sistema contábil Patrimonial, este
tipo de evento deveria ser registrado como Ajuste de Exercícios Anteriores, portanto não
deveria impactar o Resultado do Exercício de 2015.
• Demais receitas
O aumento de 25,10% foi influenciado pelo registro indevido nesta rubrica de Precatórios
Patrimoniais no montante estimado de R$1.357 milhões na Unidade Orçamentária Encargos
Gerais, quando o mais apropriado seria no grupo de Outras Variações Patrimoniais
Aumentativas (VPA). Sobre este procedimento, a DICOP/SEFAZ, através do Ofício DICOP
n.º 18/2016, informou que retificará a “OT 52/2015”. Portanto, a regularização do
procedimento está prevista para a partir de 2016.
Cabe consignar que tais despesas também sofrem influência do aumento nos vencimentos,
seja por força de leis de reestruturação de carreiras, das gratificações ou de outros tipos de
proventos, assim como do contingente de servidores, sejam comissionados ou efetivos,
informações estas que não foram objeto de comentários nas DCCEs, no que tange aos seus
impactos no referido grupo de despesas.
• Demais despesas
NÚMERO DO
ÓRGÃO/OBJETO DE AUDITORIA OU INSPEÇÃO
PROCESSO
TCE/001548/2015 Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (SEDIR)
TCE/001655/2015 Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (SEDES)
TCE/001781/2015 Fundação Cultural do Estado da Bahia / SECULT
TCE/001784/2015 Instituto de Artesanato Visconde de Mauá / SETRE
TCE/001946/2015 Secretaria Estadual para Assuntos da COPA do Mundo da FIFA Brasil 2014 (SECOPA)
TCE/004181/2015 Secretaria do Meio Ambiente (SEMA)
TCE/004345/2015 Empresa Baiana de Alimentos S.A (EBAL) / SICM
TCE/004426/2015 Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (CONDER) / SEDUR
TCE/004942/2015 Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (SEDES)
TCE/005010/2015 Diretoria-Geral / SESAB
TCE/005118/2015 Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (CONDER) / SEDUR
TCE/005120/2015 Secretaria de Ciência,Tecnologia e Inovação (SECTI)
TCE/006627/2015 Diretoria-Geral / SECTI
TCE/007741/2015 Secretaria do Planejamento (SEPLAN)
Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e
TCE/007771/2015
Comunicações da Bahia (AGERBA) / SEINFRA
TCE/008645/2015 Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE)
TCE/008840/2015 Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) / SICM
TCE/009110/2015 Secretaria da Administração do Estado da Bahia (SAEB)
TCE/009393/2015 Secretaria do Planejamento (SEPLAN)
Superintendência de Atenção Integral à Saúde (SAIS), Diretoria-Geral, Hospital Regional
TCE/009469/2015
Clériston Andrade, Hospital Geral de Camaçari / SESAB
TCE/010903/2015 Secretaria da Fazenda (SEFAZ)
TCE/011107/2015 Diretoria-Geral (SEAP)
TCE/011169/2015 Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (SUDESB) / SETRE
TCE/011197/2015 Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (SUDIC) / SICM
TCE/011407/2015 Secretaria da Fazenda (SEFAZ)
TCE/013091/2014 Secretaria de Governo do Estado da Bahia
Fonte: Sistema de Gerenciamento de Processos Documentos (PROInfo).
17
A informação sigilosa é aquela cuja restrição de acesso ocorre em virtude de sua classificação ou por hipótese legal de
sigilo (artigo 22 da Lei 12.527, de novembro de 2011).
Ao final dos trabalhos, o Exmo. Sr. Governador do Estado da Bahia foi notificado, através do
Ofício n.º 001658/2015/TCE/GAPRE/SEG, sobre as irregularidades identificadas que
seguem:
O Governo Estadual não publicou o decreto que regulamentará o dispositivo legal do CGAI,
fato que pode ser verificado através das declarações prestadas pela Casa Civil e pela
Ouvidoria Geral do Estado, que informaram que a minuta do decreto ainda está em fase de
elaboração. Em defesa, a Administração apenas informou ter definido prazo para a
regulamentação do referido comitê.
A Ouvidoria Geral do Estado (OGE) alegou que não houve esta designação até o momento.
Ressalte-se, ainda, que esta constatação foi comunicada à SECOM, para a qual não houve
contestação por parte do órgão. O gestor limitou-se a informar que já existe um prazo
estabelecido para a designação do órgão.
Por meio dos exames auditoriais, constatou-se que apenas 24 (35,82%) dos 67 órgãos e
entidades do Executivo Estadual apontaram a existência de agente de monitoramento da
LAI designado por ato formal. Vale ressaltar que parte das designações só ocorreu após o
encaminhamento do Ofício Circular n° 0009/2015, emitido pela SECOM no decurso da
auditoria, fora do prazo de 30 dias da entrada em vigor da Lei n.º 12.618/2012.
18
O CGAI foi instituído e teve suas competências definidas no art. 28 da Lei Estadual n.º 12.618/2012. De acordo com o § 6º
do mesmo dispositivo, “regulamento disporá sobre a composição, organização e funcionamento do Comitê Gestor de
Acesso à Informação.”
19
Segundo o art. 29 da Lei Estadual n.º 12.618/2012, o Poder Executivo Estadual designará órgão(s) da Administração
Pública responsável(is) por: treinamento; monitoramento, estabelecimento de padrões dos sítios na Internet;
regulamentação do tratamento das informações; e fomento da cultura de transparência.
20
Conforme o art. 7º da Lei Estadual n.º 12.618/2012, haverá em cada órgão ou entidade da Administração Pública Estadual
um agente público designado pelo seu dirigente máximo para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer
atribuições de monitoramento, orientação e acompanhamento da aplicação da LAI. Segundo o art. 31 do mesmo
normativo, “o dirigente máximo de cada órgão ou entidade designará, no prazo de 30 (trinta) dias de entrada em vigor
desta Lei, o agente público que exercerá as atribuições indicadas no art. 7º desta Lei.”
21
A Transparência Ativa é definida pelo Decreto Federal n.º 7.724/2012 como o dever dos órgãos e entidades de promover,
independente de requerimento, a divulgação em seus sítios oficiais na Internet de informações de interesse coletivo ou
geral por eles produzidas ou custodiadas.
22
A Lei n.º 12.527/2011, em seu art. 8º, § 3º, incisos I a IV e VIII, estabelece um rol de requisitos técnicos necessários ao
funcionamento dos sítios oficiais na Internet, como, por exemplo: ferramenta de pesquisa de conteúdo; possibilidade de
gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, como planilhas e texto; mecanismo que permitam o acesso
automatizado por sistemas externos; e recursos que assegurem a acessibilidade de conteúdo para pessoas com
deficiência.
23
A Transparência Passiva corresponde ao dever que órgãos e entidades da Administração Pública têm de atender aos
pedidos de informação feitos por cidadãos. Difere da Transparência Ativa por se caracterizar pelo requerimento ou
provocação feita por usuário ou interessado nos serviços públicos aos respectivos responsáveis.
24
O art. 6º da Lei Estadual n.º 12.618/2012 define que o Serviço de Informação ao Cidadão será exercido pelos órgãos e
entidades da Administração Pública Estadual, diretamente ou por intermédio da Ouvidoria Geral do Estado, sendo que o
atendimento presencial deverá ser realizado somente por meio da rede de Ouvidorias Especializadas do Estado ou, onde
não houver, pelo Serviço de Informação instituído pelos próprios órgãos ou entidades.
entidades do Poder Executivo, é dever do Estado indicar formalmente órgão(s) para atuar
na coordenação da LAI, os quais devem instruir e orientar as unidades da Administração
Pública Estadual quanto o direito fundamental de acesso à informação. Cabe assim a
mesma recomendação ao Governo do Estado já citada anteriormente: designar órgão(s)
responsável(is) pelo acompanhamento e monitoramento da aplicação da LAI, inclusive no
que diz respeito a disponibilização de local apropriado para o funcionamento do SIC.
A solução apresentada fere os dispositivos da Lei Federal n.º 12.527/2011, art. 9º, inciso I,
que obrigou órgãos e entidades de todo o país à criação do SIC, bem como o art. 6º da Lei
Estadual n.º 12.618/2012, que disciplinou o referido dispositivo da Lei Federal. Portanto, a
situação segue pendente.
Foi informado, em resposta à notificação, que já está disponível no TAG, utilizado pela OGE,
a possibilidade de impetrar recursos. A solução apresentada atende à recomendação do
TCE/BA, assim como à legislação vigente. O gestor, entretanto, não realizou o envio de
documentos que comprovem as informações prestadas, tais como imagens de capturas de
telas do sistema apresentando a funcionalidade e fluxograma que represente os
procedimentos necessários para a interposição de recurso.
25
No período de 10/03/2015 a 25/03/2015, foi realizada pesquisa de satisfação destinada a todos os solicitantes de
informação ao Governo do Estado da Bahia registrados na ferramenta TAG no ano de 2014, com o objetivo de levantar
dados sobre a percepção dos usuários a respeito da prestação do serviço que pudessem indicar procedimentos de
auditoria que deveriam ser aplicados, bem como identificar pontos na prestação do serviço que necessitassem de
melhoria.
Para as irregularidades em que a Administração alegou já ter determinado prazo para sua
resolução, a Auditoria destacou a importância do detalhamento das atividades
intermediárias a serem desenvolvidas, não sendo suficiente apenas a estipulação de um
prazo final para a sua implementação.
O processo referente a esta auditoria operacional, autuado sob o n.º TCE/013091/2014, foi
apreciado em sessão plenária do dia 28/04/2016, tendo o Tribunal Pleno, por meio da
Resolução n.º 32/2016, entre outras, exarado a seguinte determinação:
Ao Governo do Estado, para que encaminhe a este Tribunal de Contas, no prazo de 60 dias,
em articulação com as Secretarias afins, um novo Plano de Ação, contemplando as ações
necessárias para o alcance das medidas já identificadas pela Administração, com as
respectivas datas, bem como a indicação das unidades e/ou responsáveis pela execução,
visando, em especial, ações voltadas para:
• Revisões do PPA pelo Poder Executivo sem trâmite específico de apreciação pelo
Poder Legislativo;
Foram encaminhadas, por este Tribunal, notificações ao Exmo. Sr. Secretário da SEPLAN e
vice-governador do Estado da Bahia, Ofícios n.º 002241/2015 e
002242/2015/TCE/GAPRE/SEG, respectivamente, para ciência quanto ao apontado no
Relatório de Auditoria e apresentação de esclarecimentos e/ou documentos que
considerassem pertinentes em relação ao apresentado no referido Relatório.
A análise das justificativas apresentadas pelo Gestor quanto aos achados constantes no
Relatório de Auditoria, em razão da Notificação deste TCE, tornou pertinente a reiteração
das recomendações e que não foram acolhidas pelo Gestor, com vistas a tornar o PPA
Ademais, determinou ao Governo do Estado e ao atual gestor da SEPLAN para que observe
os apontamentos da Unidade Técnica, em especial, ao referente a revisar os indicadores
estabelecidos no PPA 2016-2019, de forma a projetar os índices esperados, para cada ano
e para o final do plano, que viabilize a mensuração do resultado obtido após a
implementação das ações de governo.
órgãos e entidades do Poder Executivo, com vistas ao alcance dos objetivos estratégicos
definidos pelo estado.
Tais fragilidades estão sumariadas a seguir e já devidamente abordadas no item 2.1 relativo
ao Planejamento e Gestão das Ações de Política Pública:
Foram encaminhadas, por este Tribunal, notificações aos Gestores das Secretarias, Órgãos
e Entidades do Poder Executivo que foram objeto da referida auditoria operacional,
processo TCE/007741/2015, bem como ao Exmo. Sr. Rui Costa, Governador do Estado da
Bahia, para ciência quanto ao apontado no Relatório de Auditoria, e apresentação de
justificativas ou esclarecimentos, bem como de Plano de Ação contemplando o cronograma
de adoção das medidas necessárias à implementação das recomendações, com indicação
dos responsáveis e prazo para adoção das medidas.
À SEPLAN:
O resultado desse trabalho foi submetido ao Pleno do Tribunal que, por meio da Resolução
n.º 022/2016, de 29/03/2016, recomendou aos atuais gestores da Secretaria de
Infraestrutura (SEINFRA) que promovam as ações necessárias quanto ao atraso na
desapropriação da nova área patrimonial do Aeroporto João Durval Carneiro, em Feira de
Santana; determinou aos atuais gestores da AGERBA que instaurem, no prazo de 30 dias,
tomada de contas, visando a quantificar o prejuízo causado ao erário e identificar os
responsáveis pela destruição do Terminal Rodoviário de Conceição da Feira; que
apresentem, dentro de até 120 dias, Plano de Ação contendo as providências e prazos para
regularizar os demais achados apontados no Relatório de Auditoria, referentes aos
Terminais Rodoviários de Irará, Serrinha, Alagoinhas, Feira de Santana, Cruz das Almas,
Santo Antônio de Jesus, Ilhéus, Itabuna, Salvador, Santa Barbara; Terminais Hidroviários de
Vera Cruz, Centro Náutico de Salvador e de Maragojipe, Atracadouro de São Roque do
Paraguaçu, Terminais Hidroviários de Ponta do Curral, Morro de São Paulo, Gamboa do
Morro; e Terminal Aeroviário de Porto Seguro, Valença e Feira de Santana.
O projeto do Instituto Couto Maia (ICOM) abrange a fusão do Hospital Couto Maia (HCM)
com o Hospital Especializado Rodrigo de Menezes (HEDRM), como proposta da SESAB
para: solucionar as limitações físicas estruturais inerentes a essas duas unidades de saúde;
requalificar a assistência a doenças infecciosas; ampliar a qualificação dos profissionais de
saúde no atendimento a estas doenças; fortalecer a produção tecnocientífica do Estado;
consolidar uma estrutura adequada para o enfrentamento a epidemias e surtos e tornar mais
eficiente o gasto público.
Para a sua viabilização, a SESAB optou pela concessão administrativa nos moldes da PPP,
abrangendo a construção de novo prédio em terreno de 111.353,40m² de propriedade da
SESAB, onde sediava o HEDRM, além do fornecimento dos equipamentos e mobiliários
necessários à sua operacionalização e à gestão dos serviços não clínicos, mantendo sob a
responsabilidade da própria SESAB a gestão clínica e administrativa da nova unidade.
Por todo exposto, a auditoria sugeriu que fosse recomendado à SESAB a adoção de
medidas para assegurar a devida agilização e transparência na execução do projeto do
Instituto Couto Maia e, especialmente, com relação à qualidade no atendimento aos
pacientes das unidades de saúde afetadas pelas adaptações provisórias decorrentes da sua
implantação.
O SIGAT é o sistema que controla a gestão tributária estadual, sendo composto pelos
módulos de crédito tributário, cobrança, arrecadação e controle de contas.
Após a comparação dos achados de 2015 com os de 2011 e 2007, foram analisadas as
informações prestadas pela Secretaria sobre as providências que foram ou estavam sendo
adotadas a fim de solucionar as constatações apontadas pela auditoria.
Dessa forma, concluído o exame auditorial no SIGAT, verificou-se que 12 pontos persistiam,
sendo que houve redução do número de ocorrências em sete casos, permanecendo os
seguintes achados:
• revisão e atualização das normas legais do Estado que regem a gestão, registro,
regularização e controle do patrimônio imobiliário do Estado da Bahia;
• efetivação das vistorias prévia e posterior (após dois anos) dos imóveis entregues
aos órgãos públicos e a terceiros, visando evitar utilizações irregulares e
inadequadas;
Ademais, sugeriu ao Exmo. Sr. Conselheiro Relator, notificar a SUPAT/SAEB, para que
remeta ao Tribunal de Contas do Estado da Bahia, com a maior brevidade possível, Plano
de Ação, contemplando cronograma de implementação das recomendações, com os
respectivos responsáveis.
Dentre as falhas verificadas pela auditoria, guarda relação com as presentes contas, a
situação das instalações do Centro de Memória e Arquivo Público da Bahia, que necessitam
de ações com vistas à preservação e salvaguarda do inestimável acervo histórico e cultural
custodiado, em razão das precárias condições de sua sede. Ademais, acresce-se as
seguintes inconsistências que demandam uma ação governamental do Poder Executivo, em
razão de:
263
Relatório e Parecer Prévio do TCE sobre as
Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia – Exercício de 2015
Registre-se que no Relatório das Contas do Chefe do Poder Executivo do ano anterior, foi
contextualizada a importância de apresentar medidas que visem solucionar as
recomendações, sob pena de agravamento das falhas e do comprometimento da máquina
estatal, indicando, como fonte de critério, a NAG 4000 (INSTITUTO RUI BARBOSA, 2010, p.
47), no sentido de que, para cada uma das recomendações e determinações emitidas no
Parecer Prévio, fossem observadas as seguintes medidas:
Cabe repisar, inclusive, a orientação contida no citado Relatório, o qual serviu de base para
emissão do Parecer Prévio:
contas deste exercício, avaliando até que ponto cada recomendação foi objetivamente
cumprida, ou se as iniciativas demonstram que poderão ser atendidas no prazo
estabelecido.
Esclarecimentos da Comissão:
No que se refere à 3ª ação a ser executada, informa que a atividade foi concluída com a
publicação do Relatório Anual de Avaliação da Execução do PPA 2012-2015 no sítio da
SEPLAN. Entretanto, por motivo de falhas identificadas na geração do relatório, mais
especificamente no seu capítulo 2, a edição será republicada, o que ocorrerá dentro do
prazo estabelecido de maio/2016.
Comentário da Auditoria:
Assim, diante das situações identificadas na referida auditoria operacional, que apontam
para fragilidades estruturais na sistemática de acompanhamento, monitoramento e
avaliação do PPA, a realização das ações 1 e 2, mencionadas no Plano de Ação, são
genéricas, necessitando de melhor detalhamento para atendimento à recomendação em
comento.
Deste modo, torna-se pertinente o alinhamento dessas ações ao quanto acordado no Plano
de Ação apresentado para a auditoria operacional (processo TCE/007741/2015).
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Indica como ação a executar, para atendimento à recomendação: “Avaliação final do PPA
2012-2015, com base na evolução dos indicadores dos Programas”. De acordo com o
relatório de acompanhamento do Plano de Ação, apresentado pela Comissão, posição
31/03/2016, a “atividade foi concluída com a publicação do Relatório Anual de Avaliação da
Execução do PPA 2012-2015 no sítio da SEPLAN, entretanto, por motivo de falhas
identificadas na geração do relatório, mais especificamente no seu capítulo 2, a edição será
republicada, o que ocorrerá dentro do prazo estabelecido de maio/2016”.
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
A Comissão informa, ainda, que serão executadas as seguintes ações para atendimento à
recomendação:
1. Publicação da 2ª versão, revista e atualizada, do Capítulo 4 do Relatório
Anual da Avaliação Parcial do PPA 2012-2015 – exercício 2014,
referente à evolução dos indicadores dos programas;
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da auditoria:
O que se verifica na análise do § 2º, do art. 10, da Lei n.º 12.504/2011, que institui o PPA
2012-2015, é o condicionamento de toda alteração no PPA à proposição ao Poder
Legislativo de projeto de lei de revisão. Contudo, foi apontado no Relatório das Contas de
Governo, exercício 2014, que as alterações no Plano foram extensivas aos indicadores
previstos para os Programas. Ademais, verificou-se que a LOA/2015 apresenta, no Anexo I,
item Atualização do Plano Plurianual – PPA, informando as Entregas/Iniciativas Atuais,
destacando as inseridas no exercício. Entretanto, não foi verificado o encaminhamento ao
Poder Legislativo de Projeto de Lei de revisão do PPA para este fim. Esta prática foi
observada, também, nas LOAs 2013 e 2014.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria
Assim, a Lei Orçamentária Anual, exercício 2015, não traz a qual Entrega/Iniciativa prevista
no PPA as ações orçamentárias estabelecidas estão vinculadas, de forma a avaliar a
compatibilidade do que deverá ser executado com o planejado.
Conclusão:
Recomendação não atendida, visto que a LOA/2015 não dá publicidade à vinculação entre
as ações orçamentárias e as Entregas/Iniciativas previstas no PPA, de forma a permitir
análise da compatibilidade dos instrumentos. Cabe registrar que a ausência de publicidade
dessa vinculação foi objeto de determinação deste Tribunal, no âmbito da auditoria
operacional no Projeto de Lei do PPA 2016-2019, processo TCE/009393/2015, Resolução
n.º 039/2016.
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
A ação 2, com prazo de conclusão previsto para Jan/2016, não foi iniciada e será
reprogramada posteriormente. Ressalte-se que esta ação é relevante para salvaguardar a
preferência da execução dos programas escolhidos como prioritários. Ademais, a análise da
execução da LOA/2015 evidencia a baixa execução dos Programas do Poder Executivo,
considerados prioritários.
Conclusão:
Recomendação não atendida, tendo em vista a execução em 2015 dos programas do Poder
Executivo definidos como prioritários.
Esclarecimentos da Comissão:
Informa, assim, a elaboração até junho de 2017 do Plano Estratégico para a Bahia.
Comentário da Auditoria:
A ação proposta, com data para sua conclusão em junho de 2017, não indica as etapas que
serão conduzidas em 2015 e 2016, de forma a possibilitar o acompanhamento e a avaliação
do quanto recomendado.
Cabe ressaltar, que um dos aspectos apontados pela auditoria operacional (processo
TCE/007741/2015) que comprometeu o processo de elaboração do PPA, foi a fragilidade da
organização administrativa da SEPLAN, em termos de estudos/diagnósticos para subsidiar o
processo de elaboração do Plano, a despeito da inexistência de um planejamento
estratégico do estado. Ademais, foram apresentados à auditoria diversos documentos que
subsidiariam o processo, ainda em forma de minuta. Ante o quadro encontrado, foi
recomendada, também pela referida auditoria, a realização de estudos/diagnósticos, com
vistas à elaboração do planejamento estratégico estadual.
Esclarecimento da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Ademais a auditoria operacional realizada no Projeto de Lei n.º 21.474/2015, que institui o
Plano Plurianual Participativo (PPA) do Estado da Bahia para o quadriênio 2016-2019,
sinalizou ajustes a serem realizados no âmbito desse instrumento, de modo a não
comprometer a sua gestão.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
• Ações propostas não abordam de forma clara como será promovida a integração
entre as unidades, que, a princípio, requerem iniciativas adicionais além do
atendimento individualizado e a emissão de orientações, como por exemplo, o
incentivo a ações integradoras, principalmente com as unidades da administração
• Não foi adequadamente indicada a forma como seria atendido o quesito “interagir em
completa sintonia com o controle externo”. Nesse sentido, a auditoria entende que,
dentre outros aspectos, poderiam ser indicados os procedimentos relacionados com
o envio, ao TCE, junto com as prestações de contas, dos relatórios produzidos pelas
diversas unidades de controle interno.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
O Plano de Ação deixa claro que a avaliação do cumprimento das metas previstas no PPA
são de responsabilidade das APGs, no âmbito setorial, e da SEPLAN, no âmbito estadual.
Porém, a auditoria, embora corrobore com o entendimento explicitado, considera que a
revisão promovida por estas Assessorias não se revela suficiente para evitar falhas nos
procedimentos de catalogação de informações e dados para elaboração do RAPPA.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Na contextualização foram citadas algumas ações promovidas nos últimos anos,
relacionadas com o controle dos contratos e convênios, sem efetivamente se constituir
numa estrutura coordenada, como idealizado na Lei n.º 9.433/2005. As relativas ao sistema
SICON não poderiam ser consideradas, tendo em vista que o referido sistema está em
desuso desde 2012. Da mesma forma a criação das CCIs, pelo fato de tais unidades de
controle encontrarem-se em fase de implementação em diversas secretarias e órgãos.
Portanto, tais ações não revelam-se como agregadoras de benefícios, tanto em 2014 ou
mesmo em 2015, em derredor do controle, acompanhamento e avaliação dos contratos e
convênios.
Conclusão:
Recomendação atendida parcialmente.
Esclarecimentos da Comissão:
Para atender à Recomendação, o Plano indica como única unidade responsável a SEFAZ,
sendo elencadas duas ações, cujo “status”, informado pela comissão, sobre o seu estágio
de implementação, era o seguinte:
Comentário da Auditoria:
Entretanto, a SEFAZ ainda carece de controles, seja no Sistema FIPLAN ou por meio de
soluções específicas, para o adequado acompanhamento da gestão de convênios, incluindo
o controle da inadimplência e dos repasses. Durante os exames nos saldos da conta do
Balanço Patrimonial, representativa dos repasses de recursos de convênios, ocorreram as
seguintes falhas de controle:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
No Plano elaborado pela Comissão não foram indicadas ações propostas específicas em
relação a este item, sendo contextualizado que “as APGs deverão estar à disposição das
unidades finalísticas para que estas estejam aptas a proceder de forma tempestiva a
alimentação sistemática do FIPLAN, especificamente do Submódulo de Acompanhamento
da Ação Governamental”.
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Foram enumeradas no Plano três ações objetivando atender a esta Recomendação, sendo
indicada como unidade responsável apenas a SEFAZ. Entretanto, no relatório de
acompanhamento consta o seguinte estágio (status) de andamento para quatro ações
propostas:
Comentário da Auditoria:
Cabe registrar que a ausência, de forma clara, dos produtos, marcos ou entregas a serem
produzidas pelas unidades responsáveis, com indicação das estimativas de evolução a
serem perseguidas no tempo (trimestral, semestral ou anualmente) dificultam o
acompanhamento da evolução ou regularização do quanto recomendado.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Em relação ao item 2.g, a Comissão alegou que: “a primeira etapa do Projeto de Identidade
Digital do Governo foi finalizada em 22/09/2015, com 48 sítios digitais dos órgãos da
Administração Direta e Indireta do Governo do Estado da Bahia”. O aludido projeto visa
garantir a padronização de sistema e a unidade visual dos portais do Governo Estadual.
Segundo a Comissão, “além da padronização, o projeto criou um conceito de comunicação,
atendendo a critérios de acessibilidade, transparência, acesso à informação e segurança”.
Para o item 2.i, foi contextualizado que “Considerando o disposto na Lei de Acesso à
Informação – Lei n.º 12.527, o Estado da Bahia editou a Lei n.º 12.618/2012, regulando o
acesso às informações previstas no inciso XXXIII, do art. 5º, no inciso II do §3º do art. 37 e
no §2º do art., 216 da Constituição Federal.”. No Plano foi indicada a seguinte ação e
informado posteriormente sobre o estágio de implementação (status):
Comentário da Auditoria:
Cabe informar que foi decidido por este TCE (Resolução n.º 032/2016), quando da
apreciação do processo TCE/013091/2014, o dever de apresentação de novo Plano de
Ação, concernente aos pontos identificados na auditoria relativa ao cumprimento da Lei de
Acesso à Informação pelo Executivo Estadual.
Quanto à ação compromissada para o item 2.i, verificou-se que foi indicada de forma
genérica, inexistindo a descrição de possíveis etapas ou procedimentos a serem conduzidos
pelas unidades responsáveis.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Não foram indicadas ações no Plano de Ação. Alegou-se, dentre outros aspectos que “o
modelo institucional atualmente em funcionamento no Estado da Bahia se caracteriza por
uma estrutura descentralizada, o que não significa ausência de um sistema integrado de
controle interno”. Acrescentou-se que “o Poder Executivo, por meio da AGE, vem atuando,
priorizando auditorias preventivas; usando técnicas de avaliação de risco”. Ponderou-se,
ainda, que “O quadro apontado no presente Parecer Prévio já se encontra superado, com a
criação das Coordenações de Controle Interno (CCIs) em 20 Secretarias de Estado e a
nomeação gradativa de seus respectivos Coordenadores” e “encontram-se em franco
processo de fortalecimento e consolidação”.
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
A Comissão alegou que “Do Plano de Ação apresentado no Ofício n.º 27/2013”, foram
atendidos um conjunto de elementos, já disponibilizados ao TCE. Sendo proposta a como
única ação a “Disponibilização das remessas periódicas de informações das NFe
relacionadas aos pagamentos de credores”, e considerada, no Relatório de
acompanhamento do Plano de Ação, como concluída.
Comentário da Auditoria:
Apesar do atendimento de parte das ações pactuadas no referido plano, ainda resta
pendente a disponibilização de remessas periódicas de:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Em relação ao item 2.n, foi comentado no Plano de Ação que as ações estariam
contextualizadas no item 2.f, contudo, neste tópico, somente foram tratados os aspectos
inerentes ao sistema de RH.
Com referência ao item 2.o, foi comentado que as ações estariam contempladas no item 1.a
do Plano de Ação, onde são informadas ações de customização de funcionalidades do
citado submódulo.
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Para atender à Recomendação, o Plano indica, como unidades responsáveis a Casa Civil e
a SEFAZ, sendo informado pela comissão no Relatório de acompanhamento, que o estágio
de implementação (status) era o seguinte:
Comentário da Auditoria:
Com relação às ações planejadas, nota-se que, além dos vencimentos não divulgados (ação
1), a produção do novo portal (ação 2) alterou apenas sua interface e modo de
disponibilização de informações. Quanto ao conteúdo a incluir (ação 3), observa-se que,
uma vez executada, a atividade atenderá parcialmente à recomendação, o que se deve à
expectativa de divulgação de convênios, prevista para junho de 2016. Quanto às
informações voltadas ao incremento do ITCDF, deve-se ressaltar seu caráter restrito e o fato
de não guardarem identidade com as exigências de transparência ativa da LAI.
Portanto, constatou-se que as alterações feitas no sítio institucional são insuficientes para
assegurar a uniformidade na exibição das informações de transparência ativa.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Recomendação atendida.
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Sobre a Recomendação 3.c, não foi identificada na publicação do relatório da LRF, relativo
ao 3º quadrimestre, inerente às Despesas com Pessoal do Poder Executivo, a indicação em
nota explicativa dos procedimentos adotados para reduzir os gastos desta natureza,
conforme previsto na legislação.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Para atender à Recomendação, o Plano indica como unidade responsável a SAEB, sendo
elencadas apenas uma ação, cujo “status”, informado pela comissão, sobre o seu estágio de
implementação:
1. Customização do novo sistema de publicações (SISATOS).
Status: Customização da publicação do atos, concluída em março de 2016,
pendente customização com o sistema do TCE de aposentadorias.
Comentário da Auditoria:
Tais fatores impossibilitam a avaliação do nível de implementação das ações, já que não há
a indicação de mecanismos claros que evidenciem a evolução da situação contextualizada
nas contas de governo.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
No Plano elaborado pela Comissão foram indicadas as seguintes ações propostas para
sanar esta Recomendação, atribuindo a responsabilidade apenas para a SAEB, sem
especificar os setores ou outros órgãos que porventura possuam demandas
interrelacionadas. Ademais, não há definição de prazo e metas para as mesmas.
1. Intensificação das ações de cooperação dos órgãos e Poderes do Estado
da Bahia.
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
A Comissão indicou duas ações para esta recomendação, a seguir descritas, sendo
informado, no Relatório de Acompanhamento, o estágio de implementação (status):
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Quanto à primeira ação indicada para o item 4.c.2, verifica-se que somente estariam
solucionadas após implantação do novo sistema de controle de elaboração da folha (RH
Bahia), com previsão para dezembro de 2019, permanecendo, sem solução nos próximos
três exercícios. A ausência de indicação das atividades a serem desenvolvidas de forma
escalonada no tempo, ou de possíveis etapas ou metas a serem atingidas pelas unidades
envolvidas na sua implementação, impossibilita a avaliação quanto ao nível de evolução da
situação existente quando da formulação da recomendação, bem como se as iniciativas em
curso proporcionarão a resolução no tempo definido.
Em relação à segunda ação, inerente à Recomendação do item 4.c.2, cabe lembrar que,
desde o exercício de 2014, a EMBASA já incorporou metodologia para registro contábil dos
efeitos decorrentes de contratos de PPP em suas Demonstrações Contábeis. Entretanto a
ação foi indicada no acompanhamento do Plano de Ação apenas como em “processo de
estudo”.
Com referência a ação para solucionar o recomendado no item 4.c.3, o Plano não indica, de
forma clara, como seria regularizada a falha objeto da Recomendação.
A ação proposta para a melhor evidenciação das obrigações inerentes aos convênios
federais, cujos saldos estão refletidos no Passivo do Estado, a previsão para corrigi-la ficou
apenas para dezembro de 2016, sem indicar quais providências seriam adotadas no
exercício de 2015.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Rever a ação proposta no Plano de Ação para atender ao quanto recomendado no Parecer
Prévio, pois apesar de considerada pela Comissão como “atendida”, foram identificados
aspectos que indicam não ter sido atendida em sua totalidade.
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Ademais, no exame das contas de 2015, foi observada repetição de uma série de
inconsistências nos saldos contábeis em diversas contas, principalmente quanto à conta de
Investimentos e em relação aos procedimentos de consolidação.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Quanto à recomendação 4.f, o Plano de Ação indica que a responsabilidade pela execução
das ações é da Casa Civil e da SAEB. Em relação aos itens 5.g e 4.i, atribui
responsabilidade à SEFAZ e, à SAEB, em relação ao item 4.h. Entretanto não foram
atribuídas metas ou prazos para sua consecução. Os esclarecimentos e justificativas para
as contratações mediante o Regime Especial de Direito Administrativo (REDA) e pelo
sistema de Prestação de Serviço Temporário (PST) se apresentam de forma genérica, não
sendo indicadas ações e/ou procedimentos a serem deflagrados pela Administração, a(s)
unidade(s) administrativa(s) responsável(eis) pela coordenação ou implementação das
ações, bem como a estimativa numérica de redução das contratações no tempo,
quadrimestralmente, semestralmente ou anualmente.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
A Comissão informou, dentre outros aspectos que foi “restabelecida a carga diária para o
TCE/BA, contemplando as informações de inadimplência dos convenentes do Estado
registrados no FIPLAN”.
Comentário da Auditoria:
Embora a Comissão informe a remessa regular das bases de dados ao TCE sobre as
informações constantes no FIPLAN quanto aos convênios, existem funcionalidades
implementadas, como as informações sobre a apresentação das prestações de contas pelos
convenentes, que não vêm sendo alimentadas adequadamente pelos jurisdicionados. Além
disto determinadas informações requeridas na Resolução n.º 144/2013 do TCE, cujas
funcionalidades ainda não foram implementadas no FIPLAN, impossibilitam o adequado
acompanhamento dos recursos repassados para prefeituras e instituições sem fins
lucrativos, por meio de convênios, mormente em relação à inadimplência.
As ações citadas não são suficientes para a regularização dos aspectos relacionados ao
adequado controle e gerenciamento dos recursos repassados através de convênios ou
termos assemelhados. Ademais, conforme comentado no item 2.4.5.2.2 Demais créditos a
curto prazo deste Relatório, permaneceram, em 2015, as falhas de controle interno que
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA 299
Relatório e Parecer Prévio do TCE sobre as
Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia – Exercício de 2015
Conclusão:
No Plano de Ação, não foram indicadas ações estruturadas que proporcionem a redução da
ocorrência de falhas contábeis e melhorem a qualidade nos procedimentos, mormente em
relação ao acompanhamento e controle das prestações de contas dos convênios e
consequentemente na apresentação das rubricas representativas dos ativos e despesas
relacionados a estas ações de governo.
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
A ação proposta é insuficiente para atender à recomendação, tendo em vista que esta
decorre da ausência de análises e informações em relação às três contas, conforme
comentado no item 2.4.5.2.3 Outros Valores Realizáveis a Longo Prazo deste Relatório, não
sendo indicadas providências para as demais contas.
Conclusão:
No Plano de Ação, não foram indicadas ações estruturadas que proporcionem a redução da
ocorrência de falhas contábeis e melhorem a qualidade nos procedimentos de revisão e
elaboração das análises e, consequentemente, das demonstrações contábeis, além de
outras providências como a apuração das responsabilidades por descumprimento de
normas.
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
No Plano de Ação elaborado pela Comissão, foram propostas três ações relativas à:
contratação de consultoria para desenvolvimento de sistemática de cálculo para aferição
mais precisa do impacto financeiro de todas as demandas; implantação de relatório de
contingenciamento a partir da revisão do COCAP; articulação PGE/SEFAZ para definição de
procedimentos adequados, em conformidade com as NCASP, sem, contudo especificar as
metas ou prazos para atendimento parcial ou total da recomendação.
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
No Plano de Ação, não foram indicadas ações estruturadas que proporcionem a redução da
ocorrência de falhas contábeis e melhorem a qualidade nos procedimentos, mormente em
relação ao levantamento das contingências com perspectivas de possíveis desembolsos
futuros a serem efetivados pelo Estado. A ausência de informações e avaliações de tal
natureza compromete a análise quanto aos potenciais passivos existentes, e em que
medida poderão impactar o caixa do Estado.
Esclarecimentos da Comissão:
No Plano de Ação elaborado pela Comissão, em relação às recomendações 4.n e 4.p, foram
propostas ações no sentido de Elaborar as Notas Explicativas nas DCCEs de 2015. Em
relação ao item 4.o, foram indicadas duas ações relativas à consolidação do custeamento
de unidades administrativas e ao custeamento de programas de governo, tendo por prazo
de atendimento os meses de junho de 2016 e junho de 2019, respectivamente.
Comentário da Auditoria:
Em relação à implementação do sistema ACP, cabe salientar que, apesar de corroborar com
o entendimento quanto à sua complexidade e natureza inovadora, tal sistema está em
desenvolvimento há mais de dez anos, sem que tenha produzido resultados efetivos.
Conclusão:
Esclarecimentos da Comissão:
[…]
já foi procedida a regularização de parte do patrimônio do Instituto Mauá e
do DERBA […]
Nas ações de regularização de imóveis do Estado, é notável a insuficiência
de referências em documentos […] Atualmente, estão cadastrados 7.422
imóveis, sendo 4.163 a legalizar e 3.259 legalizados.
A DICOP vem desenvolvendo estudos no sentido de adequar a
contabilização do Ativo não Circulante das Empresas dependentes no
Balanço Consolidado do Estado.
[…]
No Plano de Ação apresentado foi indicada como única ação a “Adequação do Sistema
FIPLAN para consolidar a contabilidade das empresas estatais dependentes.”, tendo prazo
de conclusão para dezembro de 2018 e como unidades responsáveis SAEB/SEFAZ/PGE.
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
A ação proposta no Plano requer aprimoramento no sentido de indicar, de forma clara, como
poderão ser atendidos os aspectos recomendados, considerando-se principalmente ser sua
implementação prevista para 2018 e com envolvimento de várias secretarias/órgãos. Nesse
sentido, deveriam ser indicados elementos que proporcionassem o adequado
acompanhamento de sua evolução, pelo menos, semestralmente, seja mediante a definição
de metas ou de produtos a serem apresentados.
Esclarecimentos da Comissão:
A Comissão contextualizou no Plano de Ação, dentre outros aspectos, que “[...] as medidas
que começaram a ser adotadas a partir de 2013 tendem a apresentar resultados graduais
ao longo do tempo e, portanto, espera-se que, nos próximos exercícios, essa performance
seja melhorada [...]”. Comenta, também, sobre a realização de mutirão entre os
procuradores da PGE e constituição “[...] de uma comissão permanente de estudo e de
proposição de medidas pertinentes.”. Entretanto, não foi estabelecido prazo para
atendimento à recomendação, nem enumeradas ações que pudessem ser acompanhadas
pelo TCE no sentido de avaliar o nível de atendimento ao quanto proposto na
Recomendação
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
O Plano de Ação deve indicar, de forma clara, como poderão ser atendidos os aspectos
recomendados, de forma a proporcionar o adequado acompanhamento de sua evolução,
pelo menos semestralmente, seja mediante a definição de metas ou de produtos a serem
apresentados, indicando em cada etapa os possíveis órgãos diretamente responsáveis pela
sua implementação.
Esclarecimentos da Comissão:
A Comissão informou no Plano de Ação sete ações já realizadas, dentre as quais a Edição
da Lei Complementar n.º 42, a criação, em 2013, de Grupo de Trabalho “responsável por
aperfeiçoar ações de auditoria sobre a folha de pagamento de previdência estadual e a
edição em 2015 da Lei n.º 13.222. Indica o Plano como “Ações em andamento” o
“Encaminhamento do Projeto de Lei n.º 21.435/2015 à Assembleia, sobre a alteração de
regras de pensão por morte”. Em relação ao item 4.t, informou que “a SAEB/SUPREV
adotou o procedimento de controle e comparação das informações […] evitando assim a
ocorrência de divergências como as apontadas em 2013 e 2014”, sem contudo indicar ação
específica para seu atendimento.
No Relatório de Acompanhamento deste Plano, o “status” desta única ação proposta foi a
“Publicação da Lei 13.447, em 08 de outubro de 2015, estabelecendo novas condições e
prazos para a concessão do referido benefício”.
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Devem ser ampliadas as ações na proposta de Plano de Ação no sentido de melhor atender
ao quanto recomendado no Parecer Prévio, pois, a implementação do quanto proposto não
será suficiente para resolver determinados aspectos contidos no Recomendação.
Esclarecimentos da Comissão:
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
Plano de Ação considerado insuficiente, por inexistir indicação de metas e prazos para o
atendimento à Recomendação.
Esclarecimentos da Comissão:
A Comissão informou, dentre outros aspectos, em relação ao item 4.v, que “O FIPLAN
possui os relatórios FIP 215, 215A e 630, com plenas condições de evidenciar as
movimentações dos recursos segregados por fonte/destinação de recursos” e que “foi
publicado o Decreto n.º 15.924 de 06/02/2015, que estabelece diretrizes para execução
orçamentária”, e quanto ao item 4.w que, “desde 2013, vem ocorrendo uma ação
permanente no sentido de recompor o saldo da Destinação de recurso 100, com relação aos
recursos não vinculados”.
Comentário da Auditoria:
Conclusão:
O Plano de Ação não indica, de forma clara, como poderão ser atendidos os aspectos
recomendados, de forma a proporcionar o adequado acompanhamento de sua evolução,
pelo menos, semestralmente, mediante a definição de metas ou de produtos a serem
apresentados, indicando em cada etapa os possíveis órgãos diretamente responsáveis pela
sua implementação.
Esclarecimentos da Comissão:
Foi estabelecido no Plano de Ação, como meta, a criação de grupo de trabalho para
desenvolvimento do estudo técnico, o qual, segundo o Relatório de Acompanhamento do
Plano, foi constituído através da Portaria Conjunta SAEB/SEFAZ/PGE n.º 001, de
22/12/2015.
Comentário da Auditoria:
A ausência de cronograma detalhado das ações e do que será deliberado pelo citado Grupo
de Trabalho inviabiliza a avaliação quanto à possibilidade de atendimento da
recomendação. Em que pese a instituição de Grupo para apresentação do estudo, conforme
recomendação do TCE, nota-se que sua instituição ocorreu no final do prazo de 180 dias.
Ademais, foi definido prazo adicional para apresentação de relatório, por meio de Portaria.
Conclusão:
O Plano de Ação não indica, de forma clara, como poderão ser atendidos os aspectos
recomendados, de forma a proporcionar o adequado acompanhamento de sua evolução,
pelo menos, semestralmente, mediante a definição de metas ou de produtos a serem
apresentados, indicando em cada etapa os possíveis órgãos diretamente responsáveis pela
sua implementação.
Dentre as inovações propostas pela referida Resolução, foi estabelecido que o Relatório das
Contas de Governo do TCE/BA deve ser composto, necessariamente, por uma seção
analítica e uma conclusiva.
A seção analítica é formada pelo relatório consolidado das CCEs e a seção conclusiva é
formada pelo relatório sintético, a cargo do conselheiro relator, que analisará os resultados
auditoriais da seção analítica, com a exposição dos fatos e fundamentos que suportam a
sua proposta de Parecer Prévio.
Na seção conclusiva, deverão ser abordados, em especial, nos termos da Resolução n.º
164/2015, os seguintes elementos: observância dos limites constitucionais e legais na
execução do orçamento público; gestão orçamentária, financeira e patrimonial do Estado da
Bahia, planejamento e gestão das ações de política pública, controle interno da
Administração Pública; auditorias e inspeções realizadas no exercício avaliado;
acompanhamento das deliberações constantes do parecer prévio sobre as contas do Chefe
do Poder Executivo do exercício anterior; e a apuração do atingimento de resultados
almejados por programas governamentais, considerados relevantes e prioritários, contidos
no PPA ao qual o exercício auditado está inserido, sob os aspectos da economicidade,
eficiência e eficácia da gestão pública, notadamente os situados nas áreas sociais e
econômicas.
Quando verifico a quantificação do Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado para o
ano de 2015, observo que ele foi negativo em 3,8%, sendo o único setor positivo o de
exportação de bens e serviços com 6,1%, e os piores índices foram dos setores importação
de bens e serviços (-14,3%) e formação bruta de capital fixo (-14,1%).
Com relação ao impacto desses índices na força de trabalho, o IBGE, por meio da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios, com dados do último trimestre de 2015, comparado ao
mesmo trimestre do ano anterior, apontou que houve um crescimento de 1,1% na população
apta a trabalhar. Em contraponto, foi observada redução de 3% nos empregados no setor
privado com carteira assinada, de 4,3% entre os sem carteira assinada, e de 2,2% dentre os
empregados públicos. Por seu turno, foi registrado um crescimento de 1,2% nos
empregadores e 5,2% nos trabalhadores por conta própria, havendo, assim, uma migração
de desempregados para setores autônomos que não possuem rendimentos nem direitos
trabalhistas totalmente garantidos.
O IBGE concluiu que a massa de rendimento real habitual foi reduzida em 2,4%, impactando
na redução do consumo das famílias, devido à perda de poder aquisitivo e na redução do
montante salarial, em razão do desemprego de integrantes do núcleo familiar, repercutindo
na queda das arrecadações tributárias dos entes federados.
Enfocando por setor de atividade em âmbito nacional, o único positivo foi o da agropecuária
que apresentou crescimento de 1,8%, tendo como subsetor também positivo a extrativa
mineral, 4,9%. No entanto, o índice mais importante para o Estado da Bahia, seja por conta
da arrecadação tributária estadual, seja pela cota-parte dos tributos federais, é o Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI), com percentual negativo de 7,3% ao final do quarto
trimestre, culminando com os valores para três trimestres anteriores de 3,8%, 4,8% e 6,0%,
todos negativos.
Neste contexto, à receita pública estadual, que representa a totalidade dos recursos
arrecadados pelo Estado, sendo gerida pelo Poder Executivo por meio da SEFAZ, exceto
quanto às taxas cartorárias, arrecadadas e geridas pelo Poder Judiciário, mas escrituradas
como receitas tributárias pela SEFAZ, apresentou um desempenho negativo, com
decréscimos comparativos nos últimos três exercícios nos valores de percentuais de 5,61%,
3,21% e 5,70%, conforme Tabela 48, fls. 141 deste Relatório.
Por seu turno, dentre as receitas tributárias, tem-se relevo àquela decorrente do Imposto
sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações (ICMS), que totalizou
R$18.317.776.172,57, representando 85,34% da receita total com impostos.
320 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA
Seção Conclusiva
No comparativo dos últimos quatro anos, a receita com o ICMS, conforme se observa na
Tabela 51, fls. 143 deste Relatório, vêm apresentando crescimento nominal, nos seguintes
percentuais 10,99 %,16,04%, 10,70%, e 5,48%.
Considerando o índice de inflação do IPCA de 10,67% em 2015, concluo que, mesmos nos
subgrupos de receita pública onde houve crescimento nominal, há queda real da
arrecadação estadual, que, apesar de se encontrar em consonância com o cenário
brasileiro, impõe a adoção de medidas para restabelecer o equilíbrio fiscal do Estado,
considerando o Resultado Primário negativo, conforme demonstrado no item 2.3.8 deste
Relatório.
Neste cenário atual de tendência decrescente na arrecadação estadual, além das medidas
de contenção de despesas, foi identificada, pelos auditores, a necessidade de
aprimoramento da fiscalização das empresas com benefícios fiscais (item 2.4.3.5.2 deste
Relatório) e da recuperação de créditos inscritos na Divida Ativa Tributária (item
2.4.5.2.3.1.1 deste Relatório).
Quanto à recuperação de créditos tributários, a Auditoria apontou que, a longo prazo, o uso
frequente da estratégia de anistias fiscais se mostra de baixa eficácia, como demonstra a
grande diferença entre o montante recuperado em 2013 e o que se alcançou dois anos
depois, gerando nos contribuintes uma relativa despreocupação com eventual autuação
fiscal e desestimulando os contribuintes que honram tempestivamente suas obrigações
tributárias.
O item 2.1 da seção analítica deste Relatório tratou de avaliar os instrumentos norteadores
do Planejamento da Administração Pública, que formam a tríade orçamentária: o PPA, a
LDO e a LOA, que devem guardar compatibilidade entre si, nos termos do art. 165 da CF,
com o objetivo de verificar se tais instrumentos direcionam a Administração Pública na boa
aplicação dos recursos e se oferecem condições de demonstrar com transparência o
alcance dos resultados almejados.
Para o PPA 2016-2019, após reuniões provocadas por esta relatoria com a SEPLAN e o
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da ALBA, relator do projeto de Lei para o
mencionado PPA, identifiquei avanços na elaboração do referido instrumento de
planejamento, permanecendo, contudo, algumas fragilidades, em especial as relacionadas
com a compatibilidade entre os instrumentos que formam a tríade orçamentária, a saber:
não explicitação do elemento vinculante entre PPA e LOA; deficiência no estabelecimento
das metas para os compromissos dos programas, comprometendo o monitoramento e a
avaliação do PPA; metas com características de ações a serem executadas e sem
especificações claras e mensuráveis; e estabelecimento de metas globais para os
compromissos, sem quantificação anual.
Outro instrumento avaliado foi o Relatório Anual de Governo (RAG), sendo apuradas
divergências nos valores informados no próprio Relatório, que também divergem dos valores
constantes no sistema FIPLAN. Constato, ainda, que a demonstração das realizações
governamentais somente abrange a descrição dos bens e serviços realizados, sem
nenhuma correlação com as metas estabelecidas no PPA. Ademais, não se verificou a
avaliação de desempenho dos programas considerados prioritários na LDO, bem como
aspectos de governança no âmbito do PPA 2012-2015.
Quanto à avaliação da estrutura básica das unidades de controle interno verifico que em
2015 foram desenvolvidas ações para o seu fortalecimento, com a criação das CCIs,
instituídas pela Lei n.º 13.204/2014, que passaram a integrar a estrutura básica das
Secretarias de Estado, à exceção das Secretarias de Promoção da Igualdade Racial, de
Relações Institucionais e de Políticas para as Mulheres e da Casa Militar do Governador.
Em seguida, o Decreto n.º 16.059/2015, disciplinou as competências das CCIs, assim como
das demais estruturas equivalentes de controle interno nos órgãos e entidades da
administração indireta do Poder Executivo Estadual, que passaram a ser desenvolvidas de
forma integrada e em articulação sistêmica com a Auditoria Geral do Estado (AGE), que tem
a competência de orientar tecnicamente e coordenar os trabalhos destas unidades.
Também foi editado o Decreto nº 16.406/2015, que aprovou o novo Regimento Interno da
SEFAZ, ampliando o rol de atribuições da AGE, de modo a consolidar a sua
responsabilidade em supervisionar e orientar as unidades de controle interno. Neste sentido,
por entender que as medidas são recentes e, portanto, necessitam de maturidade para aferir
o alcance da sua efetividade, não acompanho o opinativo do MPC em relação a expedição
de recomendação para que Poder Executivo do Estado da Bahia avalie a adoção de
providências, no âmbito de sua competência, para a criação e implantação de uma CGE.
Segundo informações prestadas pela AGE, durante 2015, foram realizadas as seguintes
atividades: edição de nove orientações técnicas voltadas para as recém-criadas CCIs,
conclusão de 28 auditorias, expedição da 1ª solicitação de inspeção às CCIs para exame de
54 convênios, com regularização de 26 deles. Informou, ainda, que até fevereiro de 2016, 49
unidades de controle interno foram implantadas, com 146 servidores, nos quais 80 já
passaram por treinamento.
Contando com uma equipe de apenas 24 auditores e oito cargos comissionados, a AGE
afirma que há limitação de pessoal para desempenhar todas as suas atribuições definidas
em lei.
No âmbito das CCIs e demais estruturas de Controle Interno existentes, a AGE informou
que das 42 entidades da administração indireta, não constatou registro de implantação de
unidade de controle interno em 16 delas. Destacou, ainda, que as fragilidades encontradas
nas CCIs estão relacionadas com a elevada rotatividade no quadro de pessoal; deficiência
no quantitativo de pessoal; elevado número de servidores sem vínculo com o Estado; e
pouca experiência técnica de parte dos servidores na área de controle interno.
Tais informações foram confirmadas por este Tribunal a partir do diagnóstico das alterações
ocorridas em 2015 com a criação das CCIs, no qual acrescento ainda: baixa utilização de
indicadores para acompanhamento, controle e fiscalização da execução orçamentária,
financeira e patrimonial pelas unidades jurisdicionadas; e significativa ausência de
acompanhamento das ações e programas do PPA, caracterizada pelo não monitoramento
dos resultados, através do uso de indicadores publicados no próprio PPA, nem de outros
indicadores.
está muito distante do conceito ideal de “órgão de controle interno”, pois a estrutura
sistêmica existente ainda é insuficiente e pulverizada, com baixa integração entre os
procedimentos adotados, tendo em vista as seguintes situações constatadas: baixa
valorização da alta gestão na seleção dos ocupantes das CCIs; formação técnica precária e
pouca experiência dos servidores; rotatividade de pessoal; quantidade de pessoal
incompatível com o volume de atividades das CCIs, principalmente nas grandes Secretarias;
planejamento das atividades sem visão estruturada, pela falta e uso adequado de
ferramentas de TI apropriadas; não avaliação dos aspectos operacionais e de eficiência;
baixa articulação com as unidades de controle interno da administração indireta e baixo
intercâmbio de experiências; e limitação de pessoal para a AGE desempenhar todas as
suas atividades definidas em lei.
Apesar das recomendações deste Tribunal, ainda não foi implantado do Órgão Central de
Controle, Acompanhamento e Avaliação Financeira de Contratos e Convênios (OCAAF),
sendo constatado que em dezembro de 2015 foi criado Grupo de Trabalho com o objetivo
de desenvolvimento de estudos e proposição de minutas para a implantação do referido
órgão, com prazo de conclusão de 180 dias.
Apesar de ter sido objeto de recomendação do Parecer Prévio das contas governamentais
do exercício de 2014, verifico que o Poder Executivo do Estado da Bahia ainda não divulga,
em seu portal eletrônico, informações relativas à remuneração dos servidores públicos
estaduais civis e militares, diferentemente do que ocorrem na esfera federal e, no âmbito
estadual, com o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas do Estado e dos Municípios, o
Ministério Público, que atendem plenamente o disposto na LAI.
Constato ainda que não foi implementado sistema de informática para divulgação de
convênios e outros instrumentos para transferências de recursos estaduais, subsistindo
deficiências no FIPLAN em razão da ausência de informações das fases de proposição,
celebração, execução e prestação de contas dos convênios, situação que compromete o
exercício do controle interno e externo. Ademais, o módulo “Convênios Concedidos” do sítio
Transparência Bahia somente permite consultas até o ano de 2012, o que impossibilita o
efetivo acompanhamento acerca dos recursos públicos repassados por meio dos convênios.
Abordado, neste item, a aplicação de recursos nas ações e serviços públicos de saúde e de
educação, tendo como referência os limites constitucionais mínimos de alocação de recurso,
bem como os limites legais impostos pela LRF para despesa com Pessoal e Encargos
Sociais, com Previdência Oficial e de endividamento do Estado.
Entendo, porém, que não é somente gastar o montante legal, devemos analisar a
qualificação destas despesas, pois, se no passado dizia-se que os melhores hospitais e
postos de saúde do interior eram as ambulâncias que traziam os pacientes aos hospitais de
Salvador, bastando para isso observar as placas dos veículos nas portas do HGE ou do
HGRS.
A despesa com educação superou o mínimo anual de 25% das Receitas de Impostos na
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino, previsto no art. 212 da Constituição Federal,
atingindo 27,96%. Já o mínimo anual de 60% do FUNDEB na Remuneração do Magistério
com Ensino Fundamental e Médio, também foi ultrapassado, atingindo 84,41%, conforme
confirmado pela Auditoria no item 2.3.2 deste Relatório, fls. 88 a 90.
Além dos limites mínimos constitucionais para gastos com educação, devemos analisar a
qualidade destes gastos como contrapartida da melhoria da educação, buscando utilizar
índices setoriais existentes ou propondo que o Governo elabore outros permitindo a
mensuração do grau de melhoria na qualificação do ensino. Isto já vem sendo feito por meio
das avaliações aplicadas no ensino médio, no ingresso nas escolas técnicas federais e nas
universidades públicas do País.
Registro que os limites definidos pela LRF são: alerta (54,00%), prudencial (57,00%) e
máximo (60,00%) para o consolidado, que representa o conjunto de todos órgãos e entes da
Administração. Somente para o Executivo, os limites são: alerta (43,74%), prudencial
(46,17%), e máximo (48,60%).
Por conveniente, cabe registrar a decisão proferida na Resolução n.º 031/2016 deste TCE,
que, em resposta a consulta formulada pela Administração, fixou entendimento pela
possibilidade de exclusão das despesas com pessoal relativas ao abono permanência,
abono de férias e abono pecuniário. Ressalte-se que, até o final deste Relatório, apenas, o
Ministério Público e o Tribunal de Justiça apresentaram seus demonstrativos com a
exclusão das despesas em comento.
A Auditoria registrou, ainda, que mesmo que se exclua do cômputo das despesas com
pessoal os valores registrados pelo Ministério Público e Tribunal de Justiça, relativos aos
abonos de permanência, férias e pecuniário, e aqueles identificados pela auditoria,
pertencentes ao Poder Executivo, o limite das despesas com pessoal do consolidado e do
A LRF, art. 59, § 1º, IV, dispõe que os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos
referidos no art. 20, quando constatarem “que os gastos com inativos e pensionistas se
encontram acima do limite definido em lei”.
Conforme demonstrado na Tabela 19 deste Relatório, fl. 100, a Auditoria obteve uma
proporção entre a contribuição do Estado em relação à dos segurados de 1,46, enquanto a
Administração apresentou o valor de 1,65. Não obstante à divergência, não restou dúvida
sobre o atendimento dos limites.
Em relação à divergência nos cálculos, cabe registrar que a Auditoria identificou uma
diferença de R$300.000.000,00 em relação ao apresentado na Tabela 7.05 das DCCEs (fl.
111), em relação à contribuição do Estado.
A SEFAZ, em resposta à Solicitação n.º MF04/2016, confirmou que não se trata de receita
de contribuição e informou que os dados da aludida Tabela 7.05 deverão ser revistos nas
próximas publicações, para atender com precisão o objetivo informativo a que se propõe.
A Auditoria, consoante se observa no item 2.3.5 e 2.3.6 deste Relatório, fls. 107 a 115,
ratificou o cumprimento pelo Estado dos limites para liberação de crédito, para o montante
global das operações de créditos realizadas, para dispêndios, para a dívida consolidada
líquida, e para a concessão de garantias de valores, relativos ao exercício de 2015.
Quanto às operações de créditos contraídas pelo Estado, analisando a natureza, taxas, fator
de atualização monetária e garantias destes créditos, identifico que a garantia dada é
sempre o repasse federal do FPE (cota-parte do Fundo de Participação dos Estados), os
indexadores externos são moedas estrangeiras, utilizadas inclusive nos contratos de
natureza interna, exceto aqueles oriundos da CEF, que utiliza a Unidade Padrão Referencial
Diária (UPRD).
Quanto às taxas de juros, nos contratos externos, poucas são fixas, sendo que a maioria
utiliza como variável a LIBOR 26 de três ou seis meses, além de um acréscimo dentro de um
intervalo pré-definido. Já nos contratos internos, quase todos são a taxas fixas, de 1,01% à
6% a.a., naqueles com variação cambial, e de 5% à 8% a.a. nos da CEF, que não possuem
variação cambial.
Recomendo, com base nos tipos de informações disponibilizadas pela STN ao público, que
se faça relatórios gerenciais de desembolsos mensais ao longo dos anos vindouros,
demonstrando os pagamentos a serem efetuados, de modo a balizar a SEPLAN no
provisionamento dos montantes necessários ao adimplemento, evitando-se possíveis
execuções das garantias, e, nos moldes efetuados pela STN, negociações com credores
visando a antecipação de pagamento com proporcional redução dos dispêndios,
permutando dívidas de juros maiores por menores, e de juros variáveis por juros fixos.
Como forma de controle do endividamento público, o art. 28 da Lei Federal n.º 12.766/2012,
que alterou a Lei n.º 11.079/2004, estabeleceu a proibição de a União conceder garantia e
realizar transferência voluntária aos entes federativos cujas despesas de caráter continuado
com PPP tiverem excedido, no ano anterior, o correspondente a 5% da Receita Corrente
Líquida do exercício, ou que excedam, nos 10 anos subsequentes, o mesmo percentual da
Receita Corrente Líquida projetada para os respectivos exercícios. Conforme se observa no
item 2.3.6 deste Relatório, na Tabela 32, o Estado da Bahia cumpriu o limite estabelecido.
26
LIBOR é a taxa média interbancária contra a qual um grupo representativo de bancos se propõe efetuar empréstimos
mutuamente no mercado monetário de Londres.
Conforme item 2.3.7 deste Relatório, o Resultado Nominal representa a diferença entre os
saldos da Dívida Fiscal Líquida (DFL) relativos a dois períodos. Em relação ao exercício em
comento, a meta era de redução em até R$566.170.000,00, conforme o Anexo de Metas
Fiscais da LDO/2015, enquanto que a LOA/2015 estabeleceu uma redução para a DFL em
até R$107.158.000,00.
No exercício de 2015, a meta de redução da Dívida Consolidada Líquida não foi alcançada,
apresentando um crescimento no valor de R$4.765.424.539,78. Com efeito, a Dívida
Consolidada Bruta passou para 21,38 bilhões de reais, tendo como Dívida Consolidada
Líquida cerca de 16,2 bilhões de reais, acarretando num acréscimo na divida publica liquida
em 2015.
Analisando, tendo 2014 como base 100, tivemos como amortizações o percentual de menos
6,01%, bem como 7,89% de acréscimo, referente a receitas de operações de crédito e
incorporações de dívidas. Porém, o maior impacto para o crescimento da dívida pública
decorreu das atualizações monetária e cambial no percentual de 24,55%, sem os quais a
dívida só cresceria 1,88%.
Em 2014, o Resultado Primário foi positivo para pagamento dos serviços das dívidas
interna/externa, embora no 3º quadrimestre a situação já tenha sido desfavorável. O déficit
primário indica financiamento de gastos não financeiros que excedem as receitas não
financeiras, gerando crescimento da dívida.
Registro que a meta fiscal do Resultado Primário estabelecida na Lei n.º 13.190/2014 (LDO
2015) era de R$812.581.000,00, tendo sido alterada mediante a Lei n.º 13.225/2015 (LOA
2015) para R$686.416.000,00 negativos. Posteriormente, a Lei 13.463/2015, alterou
novamente a referida meta para R$1.254.000.000,00, também negativos.
Conforme item 2.4 deste Relatório, o Estado da Bahia, nos últimos exercícios, vem
incorporando os novos procedimentos de contabilização e de elaboração das
Demonstrações Contábeis, em linha com as orientações emanadas da Secretaria do
Tesouro Nacional (STN) e do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Não obstante as
implementações técnicas realizadas, a Auditoria identificou fragilidades que passo a
sumariar:
6) crescimento das despesas processadas com DEA, item 2.4.2.3 deste Relatório;
7) despesas com pagamento de multas e juros de mora, item 2.4.2.4 deste Relatório;
10) não elaboração dos instrumentos de planejamento para uma eficiente e eficaz
execução de suas ações de comunicação pública conexas com o controle e
transparência dos gastos do Estado com propaganda e publicidade, item 2.4.4.4
deste Relatório;
12) saldos em contas antigas, oriundas da migração do sistema SICOF para o FIPLAN,
sem correspondente conta bancária, letra ‘a’ do item 2.4.5.1.1 do Relatório;
19) ausência de conciliação bancária na Conta Única do Tesouro Estadual, letra ‘a’,
item 2.4.5.1.2 do Relatório;
20) não apresentação de conciliações bancárias de diversas contas, letra ‘b’, item
2.4.5.1.2 do Relatório;
22) conta migrada do SICOF – procedimento indevido de baixa, letra ‘d’, item 2.4.5.1.2
do Relatório;
27) questões contábeis da Dívida Ativa Tributária, item 2.4.5.2.3.1.3 deste Relatório;
31) deficiências de controle interno dos bens imóveis, item 2.4.5.4.2 deste Relatório;
32) obrigações a pagar não incluídas nas DCCEs, item 2.4.5.5 deste Relatório;
33) desconformidade do registro contábil de precatórios com o MCASP, letra ‘a’, item
2.4.5.7.2.1 deste Relatório;
38) Controle não efetivo de precatórios por parte da SEFAZ e remessa de controles
desatualizados pela PGE, item 2.4.5.7.2.2.1.2 deste Relatório;
A 7ª CCE realizou auditoria que teve como objetivo avaliar o cumprimento das leis que
regulamentam o acesso à informação por parte do poder Executivo Estadual. O supracitado
processo foi apreciado pelo Pleno, que determinou ao Governo do Estado, o
encaminhamento de um novo Plano de Ação, contemplando as ações necessárias para o
alcance das medidas já identificadas, com prazos e a indicação das unidades e/ou
responsáveis pela execução.
Esta auditoria, também realizada pela 7ª CCE, teve como objetivo analisar o modelo
apresentado pelo Poder Executivo para o PPA 2016-2019, por meio do Projeto de Lei n.º
21.474/2015. O processo foi apreciado pelo Pleno que decidiu, dentre outras medidas, por
sugerir ao Governo do Estado e a SEPLAN, a observação dos apontamentos da Unidade
Técnica, determinando a adoção de ações para a revisão dos indicadores estabelecidos no
PPA 2016-2019, de forma a projetar os índices esperados, para cada ano e para o final do
plano, que viabilize a mensuração do resultado obtido após a implementação das ações de
governo.
A auditoria promovida pela 2ª CCE, ainda sem apreciação por parte do TCE/BA, em razão
das constatações observadas sugeriu pela recomendação à SESAB a adoção de medidas
para assegurar a devida agilização e transparência na execução do projeto do Instituto
Couto Maia e, especialmente, com relação à qualidade no atendimento aos pacientes das
unidades de saúde afetadas pelas adaptações provisórias decorrentes da sua implantação.
A supramencionada auditoria foi realizada na SAEB para avaliar o controle exercido sobre
os imóveis do Estado da Bahia nos aspectos contábeis, operacionais, físicos e de
legalidade, considerando, ainda, os aspectos da gestão no cumprimento das competências
regimentais, envolvendo as informações contidas no SIMOV, examinadas por amostragem,
bem como a verificação in loco dos bens imóveis selecionados e a verificação documental
de 600 imóveis registrados no referido sistema.
As recomendações do TCE foram agrupadas em 48, cuja leitura nos informa que, das 61
recomendações indicadas no Parecer Prévio, 29 foram consideradas pela auditoria como
não atendidas, 24 atendidas parcialmente e duas atendidas. Além disso, verifico que, no
Plano de Ação, não foram identificadas iniciativas específicas para o atendimento de seis
recomendações.
No item 2.6.1 Planejamento e Gestão das Ações de Políticas Públicas, a auditoria coligiu em
12 grupos as 14 recomendações, avaliando como sendo 05 parcialmente atendidas e 09
não atendidas; no item 2.6.2 Controle Interno da Administração Pública, a auditoria coligiu
em 13 grupos as 16 recomendações, avaliando como sendo 07 parcialmente atendidas e 09
não atendidas ou sem indicação de ação; no item 2.6.3 Limites Constitucionais e Legais a
auditoria coligiu em 5 grupos as 7 recomendações, avaliando como sendo 02 parcialmente
atendidas e 05 não atendidas; no item 2.6.4 Controle Interno da Administração Pública, a
auditoria coligiu em 19 grupos as 24 recomendações, avaliando como sendo 02 atendidas,
10 parcialmente atendidas e 12 não atendidas ou sem indicação de ação. Porém
ponderando as justificativas da Comissão, vejo que mesmo as avaliadas como não
atendidas foram objeto de ações executadas pela administração, mas consideradas não
adequadamente interpretadas pela Comissão. A ação não surtiu o efeito desejado, mas
realmente houve uma ação direcionada ao que a administração entendeu que era solicitado
fazer, e deste modo percebo que algumas das falhas elencadas pela auditoria podem ser
enquadradas em um ou mais dos pressupostos citados anteriormente.
Não obstante entender que os exames auditoriais devem ser realizados, não vislumbro
necessidade de postergar a apreciação das presentes Contas de Governo, devendo, ao
meu sentir, inserir a realização destes trabalhos na programação para instrução das contas
vindouras, tendo em vista o cumprimento do prazo previsto no art. 91, inciso I, da
Constituição Estadual.
Por seu turno, entendo que a inserção de auditorias na programação desta Casa e a
autuação do Contrato n.º 01/2014, celebrado entre o Estado da Bahia e o Banco do Brasil
S.A, são matérias inter corporis, podendo ser objeto de decisão Plenária. Com efeito, deixo
de inserir na Proposta de Parecer Prévio.
3.8 CONCLUSÃO
Outrossim, na forma disposta no art. 59, parágrafo 1º, inciso II, da LRF, sugiro a expedição
de alerta ao Poder Executivo sobre o fato de que o montante da despesa total com Pessoal
e Encargos Sociais (Poder Executivo e Consolidado), em 31/12/2015, ultrapassou 95% do
limite de gastos, sendo obrigatória a observância da vedação prevista no art. 22 da LRF,
conforme demonstrado no item 2.3.3 deste Relatório.
Nestes termos, submeto à apreciação deste Tribunal Pleno a proposta de Parecer Prévio
com opinativo favorável à aprovação, pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, das
contas do Chefe do Poder Executivo, referentes ao período de 01 de janeiro a 31 de
dezembro de 2015, liberando de responsabilidade o Excelentíssimo Senhor Governador do
Estado da Bahia, Rui Costa, com as recomendações consignadas na aludida proposta e o
alerta previsto no art. 59, parágrafo 1º, inciso II, da LRF combinado com a vedação do art.
art. 22 da LRF.
341
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA
PROPOSTA DE PARECER PRÉVIO SOBRE AS CONTAS DO CHEFE
DO PODER EXECUTIVO DO ESTADO DA BAHIA
À
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA BAHIA
Opinião
Os fatos apresentados pelo Conselheiro Relator em seu Relatório Técnico, até onde foi
possível observar, demonstram que não possuem a relevância e materialidade para
macular, no seu mérito, a visão justa, equilibrada e prudente das Contas Governamentais,
Isso posto, este Tribunal opina favoravelmente à aprovação, por essa augusta Assembleia
Legislativa do Estado da Bahia, das contas do Chefe do Poder Executivo, referentes ao
período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2015, liberando de responsabilidade o
Excelentíssimo Senhor Governador do Estado da Bahia, Rui Costa, com as
recomendações enumeradas a seguir.
10) adote medidas para o incremento do quantitativo de pessoal lotado nas unidades
que compõem o sistema de controle interno estadual, sobretudo na Auditoria Geral
do Estado (AGE), a fim que estas unidades possam desempenhar todas as suas
atribuições definidas em lei, promovendo, ainda, ampla capacitação aos servidores
(item 2.2.1);
11) estimule na alta administração a valorização do perfil dos ocupantes das CCIs,
visando à redução da elevada rotatividade do quadro de pessoal daqueles que
exercem funções relacionadas ao controle interno (item 2.2.1);
12) promova ações voltadas para a criação de unidades de controle interno nas
entidades da administração indireta que porventura ainda não tenham sido
implantadas (item 2.2.1);
13) garanta, por meio das Coordenações de Controle Interno, a utilização de indicadores
para acompanhamento, controle e fiscalização da execução orçamentária, financeira
e patrimonial, bem como para o monitoramento das ações e programas do PPA (item
2.2.1);
14) agilize ações para a institucionalização do Órgão Central de Controle,
Acompanhamento e Avaliação Financeira de Contratos e Convênios – OCAAF,
previsto na Lei Estadual de Licitação e Contratos nº 9.433/2005 (item 2.2.2);
15) garanta o pleno funcionamento do Sistema Integrado de Planejamento,
Contabilidade e Finanças (FIPLAN) em relação ao acompanhamento da gestão dos
convênios, especialmente, no tocante ao registro da ocorrência de prestação de
contas e das providências adotadas pela Administração para os convênios tidos por
irregulares (item 2.2.3 e 2.2.4);
16) realize a alimentação sistemática do FIPLAN do Submódulo de Acompanhamento da
Ação Governamental (item 2.2.3);
17) regulamente e implemente o Conselho Gestor de Acesso à Informação - CGAI,
previsto pelo § 6º do art. 28 da Lei Estadual nº 12.618/12, objetivando adequar o
cenário da transparência baiana à legislação estadual e federal (item 2.2.4);
18) promova a designação dos órgãos responsáveis que exercerão as competências
estabelecidas nos incisos do art. 29 da Lei Estadual nº 12.618/2012 (item 2.2.4);
19) promova a designação formal de agentes de monitoramento, junto aos órgãos
componentes do Poder Executivo do Estado da Bahia, no sentido de realizar as
funções estabelecidas pelo art. 7º da LAI (item 2.2.4);
20) finalize o Projeto de Identidade Digital de Governo, de modo a promover a
padronização e publicação das informações mínimas contidas nos incisos I a IV, § 1º
do art. 8º da Lei n.º 12.527/2011 (item 2.2.4);
25) proceda à divulgação dos vencimentos dos servidores civis e militares, bem como
dos proventos dos agentes públicos aposentados e dos pensionistas, em obediência
ao princípio da transparência, com o fim de permitir o controle social sobre os gastos
públicos e viabilizar a concretização plena do direito fundamental de acesso à
informação pública (arts. 5º, inciso XXXIII, 37, § 3º e 216, § 2º da Constituição
Federal (item 2.2.4);
27) apure a causa para as rotineiras alterações dos Demonstrativos Fiscais após a sua
publicação, evitando, assim, que essas ocorrências possam comprometer a
consistência das informações prestadas (item 2.4.1);
29) proceda a correta classificação das despesas com pagamentos dos prestadores de
serviços temporários, que se refiram à substituição de servidores, incluindo-se o
percentual relativo à cota patronal calculado com base nesse valor, a fim de que
sejam incluídas no cálculo das despesas com pessoal do Poder Executivo, sem
prejuízo da adoção de providências que visem a descontinuar a política de
contratação de pessoal via de PST (item 2.4.4.2);
32) elabore um plano de recomposição das fontes não vinculadas, o que impõe a
programação de um esforço fiscal, associada a uma gestão orçamentária e
financeira mais eficiente, incluindo dispositivos específicos nas normas de
encerramento de exercícios, além diretrizes e procedimentos para prevenir ou
minimizar os desequilíbrios entre as fontes de recursos do Estado, em relação à
inscrição em restos a pagar não processados de despesas orçamentárias, relativas a
fontes vinculadas, sem suficiência de caixa (item 2.4.5.1.1);
35) apoie as ações do CIRA, fortalecendo o trabalho conjunto da SEFAZ, a SSP, o MPE,
a PGE e o TJ, para o aumento da recuperação de débitos fiscais (item 2.4.5.2.3.1.1);
37) realize estudos para a redução de custos fiscais da PRODEB e EGBA (item 2.4.5.3);
38) observe a Resolução CFC n.º 1.136/2008, que aprovou a NBC T 16.9, sobre
depreciação, amortização e exaustão do Imobilizado, vez que os comentários
constantes na Nota Explicativa n.º 5 do Balanço Patrimonial contêm apenas
informações sobre as taxas de depreciação dos bens móveis, sem indicar outros
dados e comentários (item 2.4.5.4);
41) apresente, em relação ao Patrimônio Social e Reserva de Lucros, para cada Fundo,
em nota explicativa, a posição ao final do exercício de demonstração resumida da
sua composição, detalhando-se, por natureza, suas origens, aplicações e
disponibilidades, de forma a melhorar a evidenciação quanto ao perfil dos ativos e
passivos vinculados a cada fundo (item 2.4.5.9).
• Recomendação especial:
• Expedição de Alerta do artigo 59, parágrafo 1º, inciso II, da LRF, combinado com a
vedação do artigo 22 da LRF:
Na forma disposta no art. 59, parágrafo 1º, inciso II, da LRF, fica alertado o Poder Executivo
sobre o fato de que o montante da despesa total com Pessoal e Encargos Sociais (Poder
Executivo e Consolidado), em 31/12/2015, ultrapassou 95% do limite de gastos, sendo
obrigatória a observância à vedação prevista no art. 22 da LRF (item 2.3.3).
LEGISLAÇÃO FEDERAL
BRASIL. Emenda Constitucional n.º 29, de 13 de setembro de 2000. Altera os arts. 34, 35, 156,
160, 167 e 198 da Constituição Federal e acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos
de saúde. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Emenda Constitucional n.º 41, de 19 de dezembro de 2003. Modifica os arts. 37, 40, 42,
48, 96, 149 e 201 da Constituição Federal, revoga o inciso IX do §3º do art. 142 da Constituição
Federal e dispositivos da Emenda Constitucional n.º 20, de 15 de dezembro de 1998, e dá outras
providências. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Emenda Constitucional n.º 62, de 09 de dezembro de 2009. Altera o art. 100 da
Constituição Federal e acrescenta o art. 97 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
instituindo regime especial de pagamento de precatórios pelos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Medida Provisória n.º 664, de 30 de dezembro de 2014. Altera as Leis nº 8.213, de 24 de
julho de 1991, nº 10.876, de 2 junho de 2004, nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e a Lei nº
10.666, de 8 de maio de 2003. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei Complementar n.º 24, de 7 de janeiro de 1975. Dispõe sobre os convênios para a
concessão de isenções do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, e dá
outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br.
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crédito das parcelas do produto da arrecadação de impostos de competência dos Estados e de
transferências por estes recebidos, pertencentes aos Municípios, e dá outras providências. Disponível
em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei Complementar n.º 87, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto dos
Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, e dá outras
providências. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei Complementar n.º 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Disponível em:
www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei Complementar n.º 131, de 27 de maio de 2009. Acrescenta dispositivos à Lei
Complementar n.º 101, de 4 de maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas
para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, a fim de determinar a
disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e
financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Disponível em:
www.planalto.gov.br.
o
BRASIL. Lei Complementar n.º 141, de 13 de janeiro de 2012. Regulamenta o § 3 do art. 198 da
Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os
critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação
os
e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis n
8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras providências.
Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei Complementar n.º 151, de 5 de agosto de 2015. Altera a Lei Complementar nº 148, de
os
25 de novembro de 2014; revoga as Leis n 10.819, de 16 de dezembro de 2003, e 11.429, de 26 de
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elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e
institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Disponível em:
www.planalto.gov.br.
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Municípios, compensação financeira pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, de recursos minerais em seus respectivos
territórios, plataformas continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, e dá outras
providências. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 8.987, de 13 de fevereiro de 1995. Dispõe sobre o regime de concessão e
permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras
providências. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 9.478, de 6 de agosto de 1997. Dispõe sobre a política energética nacional, as
atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a
Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 9.507, de 12 de novembro de 1997. Regula o direito de acesso a informações e
disciplina o rito processual do habeas data. Disponível em: www.planalto.gov.br.
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e o funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal.
Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 9.796, de 05 de maio de 1999. Dispõe sobre a compensação financeira entre o
Regime Geral de Previdência Social e os regimes de previdência dos servidores da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos casos de contagem recíproca de tempo de
contribuição para efeito de aposentadoria, e dá outras providências. Disponível em:
www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 10.303, de 31 de outubro de 2001. Altera e acrescenta dispositivos na Lei nº 6.404
de 15 de dezembro de 1976, que dispõe sobre as Sociedades por Ações, e na Lei nº 6.385, de 7 de
dezembro de 1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores
Mobiliários. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 10.887, de 18 de junho de 2004. Dispõe sobre a aplicação de disposições da
os
Emenda Constitucional n.º 41, de 19 de dezembro de 2003, altera dispositivos das Leis n. 9.717, de
27 de novembro de 1998, 8.213, de 24 de julho de 1991, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, e dá
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BRASIL. Lei n.º 11.079, de 30 de dezembro de 2004. Institui normas gerais para licitação e
contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública. Disponível em:
www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 12.024, de 27 de agosto de 2009. Dá nova redação aos arts. 4º, 5º e 8º da Lei n.º
10.931, de 2 de agosto de 2004, que tratam de patrimônio de afetação de incorporações imobiliárias;
dispõe sobre o tratamento tributário a ser dado às receitas mensais auferidas pelas empresas
construtoras nos contratos de construção de moradias firmados dentro do Programa Minha Casa,
Minha Vida - PMCMV, atribui à Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL as atribuições de
apurar, constituir, fiscalizar e arrecadar a Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública;
altera as Leis n.ºs 11.196, de 21 de novembro de 2005, 11.652, de 7 de abril de 2008, 10.833, de 29
de dezembro de 2003, 9.826, de 23 de agosto de 1999, 6.099, de 12 de setembro de 1974, 11.079,
de 30 de dezembro de 2004, 8.668, de 25 de junho de 1993, 8.745, de 9 de dezembro de 1993,
10.865, de 30 de abril de 2004, 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, e 11.941, de 27 de maio de 2009;
e dá outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações previsto no
inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal;
altera a Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei n.º 11.111, de 5 de maio de 2005, e
dispositivos da Lei n.º 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. Disponível em:
www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 12.734, de 30 de novembro de 2012. Modifica as Leis nº 9.478, de 6 de agosto de
1997, e nº 12.351, de 22 de dezembro de 2010, para determinar novas regras de distribuição entre os
entes da Federação dos royalties e da participação especial devidos em função da exploração de
petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, e para aprimorar o marco regulatório sobre a
exploração desses recursos no regime de partilha. Disponível em: www.planalto.gov.br.
s
BRASIL. Lei n.º 12.766, de 27 de dezembro de 2012. Altera as Leis n.º 11.079, de 30 de dezembro
de 2004, que institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito
da administração pública, para dispor sobre o aporte de recursos em favor do parceiro privado,
10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 12.058, de 13 de outubro
de 2009, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 10.420, de 10 de abril de 2002, 10.925, de 23 de julho
de 2004, 10.602, de 12 de dezembro de 2002, e 9.718, de 27 de novembro de 1998, e a Medida
Provisória n.º 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, e dá outras providências. Disponível em:
www.planalto.gov.br.
BRASIL. Lei n.º 12.965, de 12 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres
para o uso da Internet no Brasil. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução n.º 68, de 01 de julho de 1998. Autoriza o Estado da Bahia
a conceder garantias e contragarantias às operações de crédito a serem contratadas no âmbito do
programa de recuperação da lavoura cacaueira baiana, junto às instituições de crédito oficiais.
Disponível em: http://www25.senado.leg.br/web/atividade/legislacao
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução n.º 71, de 13 de dezembro de 1999. Autoriza o Estado da
Bahia a prestar garantia e contragarantia às operações de crédito contratadas no âmbito do programa
de recuperação da lavoura cacaueira baiana, regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional no
valor de R$15.000.000,00 (quinze milhões de reais), sendo R$14.400.000,00 (catorze milhões e
quatrocentos mil reais) referente a renovação da operação autorizada pela Resolução 105, de 1997,
do Senado Federal, e R$600.000,00 (seiscentos mil reais) relativos ao resíduo da margem não
utilizada da primeira etapa do programa. Disponível em:
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/legislacao
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução n.º 20, de 06 de setembro de 2001. Autoriza o Estado da
Bahia a renovar, ampliar e adequar as garantias prestadas às operações de crédito contratadas no
âmbito do programa de recuperação da lavoura cacaueira baiana, no valor global de
R$91.600.000,00 (noventa e um milhões e seiscentos mil reais), já autorizadas pelas Resoluções 68,
de 1998, e 71, de 1999, ambas do Senado Federal. Disponível em:
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/legislacao
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução n.º 23, de 17 de outubro de 2001. Dá nova redação ao art.
2º da Resolução nº 20, de 2001, do Senado Federal. Disponível em:
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/legislacao
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução n.º 40, de 20 de dezembro de 2001. Dispõe sobre os
limites globais para o montante da dívida pública consolidada e da dívida pública mobiliária dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em atendimento ao disposto no art. 52, VI e IX, da
Constituição Federal. Disponível em: http://www25.senado.leg.br/web/atividade/legislacao
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução n.º 43, de 21 de dezembro de 2001. Dispõe sobre as
operações de crédito interno e externo dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive
concessão de garantias, seus limites e condições de autorização, e dá outras providências.
Disponível em: http://www25.senado.leg.br/web/atividade/legislacao
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução n.º 25, de 13 de junho de 2002. Restabelece a Resolução
n.º 20, de 2001, do Senado Federal. Disponível em:
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/legislacao
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução n.º 20, de 07 de novembro de 2003. Amplia o prazo para
cumprimento dos limites de endividamento estabelecidos na Resolução nº 40, de 2001, do Senado
Federal, que dispõe sobre os limites globais para o montante da dívida pública consolidada e da
dívida pública mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Disponível em:
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/legislacao
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Cautelar 268–1 – Origem: BA. Relator: Ministro Marco
Aurélio. Reqte: Estado da Bahia. Reqdo: União. Decisão Ação Cautelar – Liminar – Referendo –
Agravo Regimental – Inadequação. 1. A decisão, de folha 39 a 41, está submetida ao Plenário, para o
cabível referendo (Folha 47). Tem se, por isso, a inadequação do agravo interposto. 2. Nego-lhe
seguimento. 3. Publique-se. Brasília, 23 de setembro de 2004. Disponível em: www.stf.jus.br.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade (Med. Liminar) 4425 –
Dispositivo Legal Questionado: Art. 002º (que acresce de um art. 097 o Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias), art 003º, art. 004º e art. 006º, todos da Emenda Constitucional n.º 062,
de 2009 além dos §§ 009º e 012 do art. 100 da Constituição, introduzidos pelo art. 001º da mesma
Emenda. Plenário, 14.03.2013. Disponível em: www.stf.jus.br
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade (Med. Liminar) 4357 –
Dispositivo Legal Questionado: Emenda Constitucional n.º 062, de 09 de dezembro de 2009,
publicada em 10 de dezembro de 2009. Plenário, 14.03.2013. Disponível em: www.stf.jus.br
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade (Med. Cautelar) 5.409 –
Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade. Decisão Monocrática Concessiva da Tutela
de Urgência. Referendo do Tribunal Pleno. Direito Constitucional. utilização da disponibilidade
financeira dos Depósitos Judiciais. Lei Complementar 42/15 do Estado da Bahia. Disponível em:
www.stf.jus.br
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário 227331 – Origem: RS. Relator: Ministro
Marco Aurélio. Proventos – Benefício outorgado ao pessoal da ativa – extensão. Disponível em:
www.stf.jus.br.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário 281015 – Origem: RS. Relator: Ministro
Moreira Alves. Reqte: Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Reqdo: João Batista Lima.
Auxílio-alimentação. Esta Corte tem entendido que o direito ao vale alimentação ou auxílio-
alimentação não se estende aos inativos por força do §4º do art. 40 da Constituição Federal,
porquanto se trata, em verdade, de verba indenizatória destinada a cobrir os custos de refeição
devida exclusivamente ao servidor que se encontrar no exercício de suas funções, não se
incorporando à remuneração nem aos proventos de aposentadoria (assim, a título exemplificativo,
nos RREE 220.713, 220.048, 228.083, 237.362 e 227.036). Dessa orientação divergiu o acórdão
recorrido. Recurso extraordinário conhecido e provido. Disponível em: www.stf.jus.br.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário com Agravo 652777 – Origem: SP.
Relator: Ministro Ayres Britto. Recte: Município de São Paulo. Recdo: Ana Maria Andreu Lacambra.
Constitucional. Administrativo. Divulgação, em Sítio Eletrônico Oficial, de Informações Alusivas a
Servidores Públicos. Conflito aparente de Normas Constitucionais. Direito à Informação de Atos
Estatais. Princípio da Publicidade Administrativa. Privacidade, Intimidade e Segurança de Servidores
Públicos. Disponível em: www.stf.jus.br.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução n.º 79, de 09 de junho de 2009. Dispõe sobre a
transparência na divulgação das atividades do Poder Judiciário brasileiro e dá outras providências.
Disponível em: www.cnj.jus.br. (Revogada)
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução n.º 102, de 15 de dezembro de 2009. Dispõe
sobre a regulamentação da publicação de informações alusivas à gestão orçamentária e financeira,
aos quadros de pessoal e respectivas estruturas remuneratórias dos tribunais e conselhos. Disponível
em: www.cnj.jus.br.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução n.º 115, de 29 de junho de 2010. Dispõe sobre a
Gestão de Precatórios no âmbito do Poder Judiciário. Disponível em: www.cnj.jus.br.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução n.º 123, de 9 de novembro de 2010. Acrescenta
e altera dispositivos da Resolução n.º 115 do CNJ, que dispõe sobre a Gestão de Precatórios no
âmbito do Poder Judiciário. Disponível em: www.cnj.jus.br.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução n.º 145, de 02 de março de 2012. Acrescenta e
altera dispositivos da Resolução n.º 115 do CNJ, que dispõe sobre a Gestão de Precatórios no âmbito
do Poder Judiciário. Disponível em: www.cnj.jus.br.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução n.º 151, de 05 de julho de 2012. Altera a
redação do inciso VI do artigo 3º da Resolução nº 102, de 15 de dezembro de 2009, do Conselho
Nacional de Justiça. Disponível em: www.cnj.jus.br.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução n.º 215, de 16 de dezembro de 2015. Dispõe, no
âmbito do Poder Judiciário, sobre o acesso à informação e a aplicação da Lei 12.527, de 18 de
novembro de 2011. Disponível em: www.cnj.jus.br.
BRASIL. Decreto n.º 2.829, de 29 de outubro de 1998. Estabelece normas para a elaboração e
execução do Plano Plurianual e dos Orçamentos da União, e dá outras providências. Disponível em:
www.planalto.gov.br.
BRASIL. Decreto n.º 3.112, de 06 de julho de 1999. Dispõe sobre a regulamentação da Lei n.º
9.796, de 5 de maio de 1999, que versa sobre compensação financeira entre o Regime Geral de
Previdência Social e os regimes próprios de previdência dos servidores da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, na contagem recíproca de tempo de contribuição para efeito de
aposentadoria, e dá outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Decreto n.º 6.900, de 15 de julho de 2009. Acresce o art. 14-A ao Decreto nº 3.112, de 6
de julho 1999, que regulamenta a Lei nº 9.796, de 5 de maio de 1999, e dá outras providências.
Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Decreto n.º 7.185, de 27 de maio de 2010. Dispõe sobre o padrão mínimo de qualidade do
sistema integrado de administração financeira e controle, no âmbito de cada ente da Federação, nos
termos do art. 48, parágrafo único, inciso III, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, e dá
outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br.
BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Portaria n.º 504, de 03 de outubro
de 2003. Altera a denominação contas contábeis e funções. Disponível em:
http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/gfm/legislacao/Portaria504.pdf
BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Portaria n.º 564, de 27 de outubro
de 2004. Aprova a 1ª Edição do Manual de Procedimentos da Dívida Ativa. Disponível em:
http://www3.tesouro.gov.br/contabilidade_governamental/legislacao_revogada.asp (Revogada)
BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Portaria Conjunta n.º 01, de 10 de
dezembro de 2014. Aprova a Parte I - Procedimentos Contábeis Orçamentários da 6ª edição do
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP). Disponível em:
http://www3.tesouro.gov.br/legislacao/leg_contabilidade_novosite.asp
BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Portaria n.º 10, de 07 de janeiro
de 2015. Altera o Manual de Demonstrativos Fiscais – MDF, 6ª edição, aprovado pela Portaria nº 553,
de 22 de setembro de 2014. Disponível em:
https://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/471139/CPU_Portaria_STN_10_2015_Altera_6
ª_edicao_MDF.pdf
BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Portaria Interministerial n.º 519,
de 27 de novembro de 2001. Altera o anexo II da Portaria Interministerial STN/SOF n.º 163, de 04 de
maio de 2001. Disponível em: http://www3.tesouro.gov.br/legislacao/leg_contabilidade_novosite.asp
BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Portaria Interministerial n.º 688,
de 14 de outubro de 2005. Altera o Anexo II da Portaria Interministerial STN/SOF n.º 163, de 4 de
maio de 2001, e dá outras providências. Disponível em:
http://www3.tesouro.gov.br/contabilidade_governamental/legislacao_revogada.asp. (Revogada)
BRASIL. Ministério da Previdência Social. Portaria n.º 6.209, de 16 de dezembro de 1999. Dispõe
sobre a compensação previdenciária. Disponível em: http://www.mtps.gov.br/legislacao
BRASIL. Ministério da Previdência Social. Portaria MPS n.º 403, de 10 de dezembro de 2008.
Dispõe sobre as normas aplicáveis às avaliações e reavaliações atuariais dos Regimes Próprios de
Previdência Social - RPPS da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, define
parâmetros para a segregação da massa e dá outras providências. Disponível em:
http://www.mtps.gov.br/legislacao
BRASIL. Ministério da Previdência Social. Portaria MPS n.º 288, de 30 de junho de 2015. Alteração
da Portaria MPAS nº 6.209 de 1999, que dispõe sobre a compensação previdenciária entre o Regime
Geral de Previdência Social - RGPS e os regimes próprios de previdência social. Disponível em:
http://www.mtps.gov.br/legislacao
BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério Público Federal. Portaria Interministerial MS/MPF n.º 529,
de 30 de abril de 1999. Designa Equipe, para desenvolverem, nos próximos dezoito meses, Projeto
para Implantação de um Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos para Saúde - SIOPS,
abrangendo União, Estados e Municípios, incluindo o estudo de normas para a elaboração
orçamentária do setor saúde dentro das Contas Públicas. Disponível em:
http://portal2.saude.gov.br/saudelegis/leg_norma_pesq_consulta.cfm (Revogada)
BRASIL. Ministério da Saúde. Procuradoria Geral da República. Portaria Conjunta MS/PGR/MPF n.º
1.163, de 11 de outubro de 2000. Estabelece diretrizes para a implementação do SIOPS no âmbito
do Ministério da Saúde, incluindo a criação da Câmara Técnica e dos Núcleos Estaduais de Apoio ao
SIOPS. Disponível em: http://portal2.saude.gov.br/saudelegis/leg_norma_pesq_consulta.cfm
(Revogada)
BRASIL. Ministério da Saúde. Procuradoria Geral da República. Portaria n.º 53, de 16 de janeiro de
2013. Estabelece diretrizes para o funcionamento do Sistema de Informações sobre Orçamentos
Públicos em Saúde (SIOPS) e fixa prazos para registro e homologação de informações, em
observância ao art. 39 da Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, e ao Capítulo I do
Decreto nº 7.827, de 16 de outubro de 2012. Disponível em:
http://portal2.saude.gov.br/saudelegis/leg_norma_pesq_consulta.cfm
BRASIL. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Resolução n.º 209, de 22 de dezembro de 2009.
Dispõe sobre os critérios de manutenção de Recursos Próprios Mínimos e constituição de Provisões
Técnicas a serem observados pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde.
Disponível em: http://www.ans.gov.br/legislacao/busca-de-legislacao
BRASIL. Agência Nacional de Aviação Civil. Resolução n.º 279, de 10 de julho de 2013. Estabelece
critérios regulatórios quanto à implantação, operação e manutenção do Serviço de Prevenção,
Salvamento e Combate a Incêndio em Aeródromos Civis (SESCINC). Disponível em:
http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
BAHIA. Emenda Constitucional n.º 19, de 12 de março de 2014. Dá nova redação ao art. 204 da
Constituição do Estado da Bahia. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei Complementar n.º 005, de 04 de dezembro de 1991. Dispõe sobre a Lei Orgânica do
Tribunal de Contas do Estado da Bahia. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei Complementar n.º 24, de 04 de janeiro de 2006. Regula a competência da Ouvidoria do
Ministério Público do Estado da Bahia, a escolha do Ouvidor, extingue e transforma cargos, e dá
outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei Complementar n.º 26, de 28 de junho de 2006. Dispõe sobre a Lei Orgânica e o
Estatuto da Defensoria Pública do Estado da Bahia e dá outras providências. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei Complementar n.º 34, de 06 de fevereiro de 2009. Dispõe sobre a Lei Orgânica da
Procuradoria Geral do Estado, e dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei Complementar n.º 42, de 09 de julho de 2015. Dispõe sobre a utilização de parcela de
depósitos judiciais e extrajudiciais para pagamento de precatórios e de requisições judiciais de
pequeno valor e para capitalização do Fundo Financeiro da Previdência Social dos Servidores
Públicos do Estado da Bahia - FUNPREV. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 6.445, de 07 de dezembro de 1992. Dispõe sobre o Fundo de Desenvolvimento
Social e Econômico - FUNDESE e dá outras providências. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 6.677, de 26 de setembro de 1994. Dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públicos
Civis do Estado da Bahia, das Autarquias e das Fundações Públicas Estaduais. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 7.014, de 04 de dezembro de 1996. Trata do Imposto sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), e dá outras providências. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 7.249, de 07 de janeiro de 1998. Dispõe sobre o Sistema de Seguridade Social dos
Servidores Públicos Estaduais, e dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 7.435, de 30 de dezembro de 1998. Dispõe sobre a organização e estrutura da
Administração Pública do Poder Executivo Estadual, e dá outras providências. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 7.992, de 28 de dezembro de 2001. Cria, nas estruturas da Secretaria da Educação e
da Superintendência de Construções Administrativas da Bahia - SUCAB, os cargos em comissão que
indica, altera disposições da Lei n.º 6.677, de 26 de setembro de 1994, e dá outras providências.
Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 8.889, de 01 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a estrutura dos cargos e
vencimentos no âmbito do Poder Executivo do Estado da Bahia e dá outras providências. Disponível
em: www.legislabahia.ba.gov.br
BAHIA. Lei n.º 8.893, de 12 de dezembro de 2003. Dá nova redação ao art. 1º da Lei n.º 8.598, de
28 de abril de 2003. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 9.281, de 07 de outubro de 2004. Estabelece a distribuição dos recursos financeiros
de que trata o art. 204 da Constituição Estadual e dá outras providências. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 9.290, de 27 de dezembro de 2004. Institui o Programa de Parcerias Público-
Privadas do Estado da Bahia - PPP Bahia e dá outras providências. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 9.433, de 01 de março de 2005. Dispõe sobre as licitações e contratos
administrativos pertinentes a obras, serviços, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes
do Estado da Bahia e dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 9.444, de 26 de abril de 2005. Altera a Lei n.º 7.249, de 07 de janeiro de 1998, que
dispõe sobre o Sistema de Seguridade Social dos Servidores Públicos Estaduais, e dá outras
providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 9.446, de 09 de maio de 2005. Define obrigação de pequeno valor, no âmbito da
Administração Pública Estadual, e dá outras providências. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 9.528, de 22 de junho de 2005. Reorganiza o Sistema de Assistência à Saúde dos
Servidores Públicos Estaduais e dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 10.845, de 27 de novembro de 2007. Dispõe sobre a Organização e Divisão
Judiciária do Estado da Bahia, a administração e o funcionamento da Justiça e seus serviços
auxiliares. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 10.955, de 21 de dezembro de 2007. Modifica a estrutura organizacional e de cargos
em comissão da Administração Pública do Poder Executivo Estadual, disciplina o Fundo Financeiro
da Previdência Social dos Servidores Públicos do Estado da Bahia e o Fundo Previdenciário dos
Servidores Públicos do Estado da Bahia, em observância ao art. 249, da Constituição Federal de
1988, e dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 11.357, de 06 de janeiro de 2009. Organiza o Regime Próprio de Previdência dos
Servidores Públicos do Estado da Bahia e dá outras providências. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 12.039, de 28 de dezembro de 2010. Dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o
exercício de 2011, e dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 12.212, de 04 de maio de 2011. Modifica a estrutura organizacional e de cargos em
comissão da Administração Pública do Poder Executivo Estadual, e dá outras providências.
Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 12.504, de 29 de dezembro de 2011. Institui o Plano Plurianual - PPA do Estado da
Bahia para o quadriênio 2012-2015. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
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BAHIA. Lei n.º 12.595, de 05 de novembro de 2012. Autoriza o Poder Executivo a contratar
operação de crédito interno junto à Caixa Econômica Federal e dá outras providências. Disponível
em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 12.597, de 22 de novembro de 2012. Altera dispositivos da Lei n.º 11.357, de 06 de
janeiro de 2009, que organiza o Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos do Estado
da Bahia. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 12.610, de 27 de dezembro de 2012. Autoriza o Poder Executivo a criar o Fundo
Garantidor Baiano de Parcerias - FGBP, altera as Leis n.º 9.290, de 27 de dezembro de 2004, e n.º
7.599, de 07 de fevereiro de 2000, e dá outras providências. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 12.617, de 28 de dezembro de 2012. Autoriza o não ajuizamento de execuções
fiscais de pequeno valor, e dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 12.618, de 28 de dezembro de 2012. Regula o acesso a informações no âmbito do
Estado da Bahia, conforme prevê o art. 45 da Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e
dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 12.814, de 22 de maio de 2013. Autoriza o Poder Executivo a contratar operações de
crédito interno junto à Caixa Econômica Federal, na forma que indica, altera a Lei nº 12.589, de 16 de
agosto de 2012, e dá outras providencias. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 12.903, de 05 de setembro de 2013. Reduz multas e acréscimos moratórios
incidentes sobre os créditos tributários do ICM e do ICMS, nas condições que estabelece. Disponível
em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 12.949, de 14 de fevereiro de 2014. Institui mecanismo de controle do patrimônio
público do Estado da Bahia, dispondo sobre provisões de encargos trabalhistas a serem pagos às
empresas contratadas para prestar serviços de forma contínua, no âmbito dos Poderes Públicos do
Estado da Bahia. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.144, de 03 de abril de 2014. Altera dispositivos da Lei nº 9.281, de 07 de outubro
de 2004, que estabelece a distribuição dos recursos financeiros de que trata o art. 204 da
Constituição do Estado da Bahia. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.153, de 16 de abril de 2014. Autoriza o Poder Executivo a ceder a instituições
financeiras públicas créditos decorrentes de royalties, participações especiais e compensações
financeiras relacionados à exploração de petróleo e gás natural, recursos hídricos e minerais.
Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.190, de 11 de julho de 2014. Dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o
exercício de 2015, e dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
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1996, e nº 11.631, de 30 de dezembro de 2009, e dá outras providências. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.214, de 29 de dezembro de 2014. Dispõe sobre os princípios, diretrizes e
objetivos da Política de Desenvolvimento Territorial do Estado da Bahia, institui o Conselho Estadual
de Desenvolvimento Territorial - CEDETER e os Colegiados Territoriais de Desenvolvimento
Sustentável - CODETERs. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.217, de 30 de dezembro de 2014. Altera dispositivos da Lei nº 13.145, de 03 de
abril de 2014, o art. 38 da Lei nº 10.845, de 27 de novembro de 2007, e dá outras providências.
Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.222, de 12 de janeiro de 2015. Institui o Regime de Previdência Complementar, no
âmbito do Estado da Bahia, fixa o limite máximo para a concessão de aposentadorias e pensões de
que trata o art. 40 da Constituição Federal, autoriza a criação de entidade fechada de previdência
complementar, na forma de Fundação, e dá outras providências. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.225, de 23 de janeiro de 2015. Estima a Receita e fixa a Despesa do Estado para
o exercício financeiro de 2015. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.342, de 07 de maio de 2015. Reajusta os vencimentos, subsídios, soldos e
gratificações dos cargos efetivos, cargos em comissão e funções gratificadas, proventos e pensões
da Administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo, na forma que indica, e dá
outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.343, de 07 de maio de 2015. Altera a estrutura remuneratória dos cargos efetivos,
cargos em comissão, funções comissionadas e gratificadas, da Administração direta, autárquica e
fundacional do Poder Executivo Estadual, na forma que indica, e dá outras providências. Disponível
em: www.legislabahia.ba.gov.br.
os
BAHIA. Lei n.º 13.346, de 12 de maio de 2015. Altera as Leis n 4.826, de 27 de janeiro de 1989, e
10.955, de 21 de dezembro de 2007, e dá outras providências. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.347, de 15 de maio de 2015. Dispõe sobre o reajuste dos vencimentos dos
servidores ocupantes dos cargos de provimento efetivo e temporário e dos proventos de
aposentadoria da Assembleia Legislativa, na forma que indica. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.349, de 22 de maio de 2015. Reajusta os vencimentos, gratificações e proventos
dos servidores, as funções de confiança e os cargos em comissão do Ministério Público do Estado da
Bahia. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.369, de 14 de julho de 2015. Dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o
exercício de 2016, e dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.370, de 27 de julho de 2015. Cria cargos comissionados de Assessor de
Desembargador e Assistente de Gabinete, no Quadro de Pessoal do Poder Judiciário do Estado da
Bahia. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.372, de 17 de setembro de 2015. Reajusta os vencimentos e vantagens dos
cargos efetivos e dos cargos em comissão, no âmbito do Poder Judiciário do Estado da Bahia.
Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.447, de 07 de outubro de 2015. Altera dispositivos da Lei nº 11.357, de 06 de
janeiro de 2009, que organiza o Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos do Estado
da Bahia. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
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Extrajudicial de Créditos Tributários - Programa CONCILIA BAHIA e dá outras providências.
Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.450, de 26 de outubro de 2015. Altera dispositivos da Lei nº 9.528, de 22 de junho
de 2005, que reorganiza o Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos Estaduais.
Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Lei n.º 13.463, de 16 de dezembro de 2015. Altera a Lei nº 13.190, de 11 de julho de 2014,
que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o exercício de 2015, na forma que indica.
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Estado, o Sistema Estadual de Controle Interno e dá outras providências. Disponível em:
www.al.ba.gov.br.
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06 de janeiro de 2009, que organiza o Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos do
Estado da Bahia. Disponível em: www.al.ba.gov.br.
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PPA do Estado da Bahia para o quadriênio 2016-2019. Disponível em: www.al.ba.gov.br.
BAHIA. Decreto n.º 181-A, de 09 de julho de 1991. Dispõe sobre o processamento de despesas de
exercícios encerrados e dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
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de Auditoria no âmbito do SUS/BA. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Decreto n.º 7.919, de 30 de março de 2001. Institui o Sistema Integrado de Material,
Patrimônio e Serviços - SIMPAS, no âmbito da Administração Pública Estadual, e dá outras
providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Decreto n.º 7.921, de 02 de abril de 2001. Aprova o Regimento da Secretaria da Fazenda.
Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br. (Revogado)
BAHIA. Decreto n.º 8.444, de 07 de fevereiro de 2003. Institui o Sistema de Apropriação de Custos
Públicos - ACP, no âmbito da Administração Pública do Poder Executivo Estadual, e dá outras
providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Decreto n.º 11.995, de 05 de março de 2010. Dispõe sobre a opção pelo Regime de
Pagamento de Precatórios previsto no art. 97, § 1º, inciso II, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias da Constituição Federal de 1988 com as alterações da Emenda Constitucional n.º
62/2009 e dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Decreto n.º 12.474, de 24 de novembro de 2010. Institui a Comissão Estadual de Ações
Corretivas e Preventivas de ressalvas relativas às Contas Governamentais destinadas ao
aprimoramento das atividades estatais mencionadas nas conclusões de Pareceres Prévios do
Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE–BA). Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Decreto n.º 14.219, de 27 de novembro de 2012. Institui o Modelo de Governança para
Programas Integrantes do Plano Plurianual - PPA, define instâncias de coordenação multisetorial, e
dá outras providências. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br. (Revogado)
BAHIA. Decreto n.º 14.582, de 04 de julho de 2013. Altera o Decreto nº 12.474, de 24 de novembro
de 2010. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Decreto n.º 14.811, de 13 de novembro de 2013. Dispõe sobre os procedimentos referentes
ao Encerramento do Exercício 2013 e aprova a 6ª edição do Manual de Encerramento do Exercício
Financeiro. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Decreto n.º 15.924, de 06 de fevereiro de 2015. Dispõe sobre a execução orçamentária dos
órgãos, dos fundos e das entidades integrantes da Administração Pública do Poder Executivo
Estadual. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Decreto n.º 15.959, de 12 de fevereiro de 2015. Constitui Comissão Especial para o fim que
especifica. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Decreto n.º 16.011, de 18 de março de 2015. Institui Grupo de Trabalho com o objetivo de
realizar estudos, visando à elaboração das minutas dos atos constitutivos da Fundação de
Previdência Complementar dos Servidores Públicos do Estado da Bahia - PREVBAHIA e adotar
todas as providências necessárias ao seu efetivo funcionamento. Disponível em:
www.legislabahia.ba.gov.br.
BAHIA. Decreto n.º 16.014, de 20 de março de 2015. Dispõe sobre a elaboração do Plano
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www.legislabahia.ba.gov.br.
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BAHIA. Decreto n.º 16.405, de 11 de novembro de 2015. Dispõe sobre a execução da Lei
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e extrajudiciais para pagamento de precatórios e de requisições judiciais de pequeno valor e para
capitalização do Fundo Financeiro da Previdência Social dos Servidores Públicos do Estado da Bahia
- FUNPREV. Disponível em: www.legislabahia.ba.gov.br.
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congêneres destinados à descentralização de recursos estaduais. Disponível em: www.tce.ba.gov.br.
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www.tce.ba.gov.br.
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Juntar às contas da Diretoria Geral da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) e da
Superintendência de Organização e Atendimento da Rede Escolar (SUPEC), exercício de 2013, em
tramitação. Disponível em: www.tce.ba.gov.br.
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normas para prestações de contas pelos responsáveis por Unidades Jurisdicionadas da
Administração Direta e Indireta Estadual para fins de julgamento pelo Tribunal de Contas do Estado
da Bahia. Disponível em: www.tce.ba.gov.br.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Resolução n.º 230, de 02 de dezembro de 2014. Aprova o
Plano de Diretrizes do Tribunal de Contas do Estado da Bahia para o exercício de 2015 e dá outras
providências. Disponível em: www.tce.ba.gov.br.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Resolução n.º 153, de 05 de novembro de 2015. Modifica a
Resolução nº 192, de 14 de outubro de 2014. Disponível em: www.tce.ba.gov.br.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Resolução n.º 164, de 10 de dezembro de 2015. Dispõe
sobre a Normatização dos Procedimentos para Emissão do Relatório e Parecer Prévio das Contas de
Governo no âmbito do TCE/BA. Disponível em: www.tce.ba.gov.br.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Resolução n.º 168, de 15 de dezembro de 2015. Aprova as
Diretrizes para o Planejamento Operacional do exercício 2016 e dá outras providências. Disponível
em: www.tce.ba.gov.br.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Resolução n.º 22, de 29 de março de 2016. Inspeção.
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www.tce.ba.gov.br.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Resolução n.º 28, de 12 de abril de 2016. Contrato de
Parceria Público Privada na Modalidade Concessão Administrativa para Reconstrução e Exploração
do Estádio da Fonte Nova. Disponível em: www.tce.ba.gov.br.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Resolução n.º 31, de 28 de abril de 2016. Consulta.
Despesas com pessoal. Apuração dos limites fixados nos artigos 19 e 20 da Lei de Responsabilidade
Fiscal nº 101/2000. Exclusão das parcelas relativas às verbas pagas a título de abono pecuniário de
férias (conversão de 1/3 das férias em pecúnia), abono de permanência, indenização de férias e
licenças-prêmio. Disponível em: www.tce.ba.gov.br.
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Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia. Juntar as Contas do Governador de 2015.
Expedição de recomendação e determinação. Decisão unânime. Disponível em: Disponível em:
www.tce.ba.gov.br.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Ato nº 040, de 09 de março de 2016. Resolve nomear, para
iniciar os trabalhos em 10 de março de 2016, Comissão Sindicante, composta por servidores. In:
Diário Eletrônico do Tribunal de Contas do Estado da Bahia, Salvador, 10 mar.2016. Reti-
ratificado 16/03/2016.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Ato nº 068, de 07 de abril de 2016. Altera o Ato nº 040, de 09
de março de 2016. In: Diário Eletrônico do Tribunal de Contas do Estado da Bahia, Salvador, 08
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BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Ato nº 069, de 11 de abril de 2016. Prorroga o prazo
referente ao Ato nº 040, de 09 de março de 2016. In: Diário Eletrônico do Tribunal de Contas do
Estado da Bahia, Salvador, 12 abr.2016.
BAHIA. Tribunal de Justiça. Decreto Judiciário n.º 162, de 11 de março de 2013. Unifica as
Comissões Permanentes de Avaliação Documental e dá outras providências. In: Diário da Justiça
Eletrônico, Salvador, 12 mar.2013.
BAHIA. Tribunal de Justiça. Resolução n.º 15, de 10 de outubro de 2008. Aprova o Regimento
Interno da Ouvidoria do Poder Judiciário do Estado da Bahia, regulamentando a sua composição,
funcionamento e dando outras providências. In: Diário do Poder Judiciário, Salvador, 13 out.2008.
BAHIA. Tribunal de Justiça. Resolução n.º 02, de 20 de fevereiro de 2013. Estabelece o Programa
de Gestão Documental no âmbito do Poder Judiciário do Estado da Bahia. In: Diário da Justiça
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BAHIA. Ministério Público do Estado. Ato Normativo n.º 020, de 19 de outubro de 2012.
Regulamenta o acesso à informação e cria o Serviço de Informação ao Cidadão - SIC, no âmbito do
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Dispõe sobre a movimentação financeira em Instituições Bancárias pelos Órgãos, Fundos e
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Disponível em:
http://www.sefaz.ba.gov.br/administracao/pdf_saf/IN_016_2015_MOVIMENTACAO_FINANCEIRA.pdf
BAHIA. Secretaria da Fazenda. Orientação Técnica nº 034/2013. Procedimentos para o registro dos
processos referentes à Dívida Ativa Tributária. Disponível em: http://www.sefaz.ba.gov.br/
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Referências
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http://www.sefaz.ba.gov.br/scripts/default/manual_encerramento_fiplan_6ed_2013.pdf>. Acesso em:
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BAHIA. Secretaria da Fazenda. Manual de encerramento do exercício. 7. ed. Disponível em: <
http://www.sefaz.ba.gov.br/scripts/default/manual_encerramento_fiplan_7ed_2014.pdf>. Acesso em:
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BAHIA. Secretaria da Fazenda. Manual de encerramento do exercício. 8. ed. Disponível em: <
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BAHIA (Estado). Transparência Bahia. Site. Disponível em: < http://www.transparencia.ba.gov.br/ >.
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Poder Executivo do Estado da Bahia: exercício de 2014. Conselheira-Relatora Carolina Costa.
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BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Relatório e Parecer Prévio do TCE sobre as Contas do
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BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Relatório e Parecer Prévio das Contas do Poder Executivo
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2010.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Relatório e Parecer Prévio das Contas do Estado da
Bahia: Poder Executivo exercício de 2008. Conselheiro-Relator Pedro Lino. Salvador: TCE/BA, 2009.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Relatório e Parecer Prévio das Contas do Estado da
Bahia: Poder Executivo exercício de 2007. Conselheiro-Relator Zilton Rocha. Salvador: TCE/BA,
2008.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Relatório e Parecer Prévio Contas do Estado da Bahia:
Poderes Legislativo, Judiciário, Executivo e Ministério Público exercício de 2006. Conselheiro-Relator
Antonio França Teixeira. Salvador: TCE/BA, 2007.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Relatório e Parecer Prévio Contas do Estado da Bahia:
Poderes Legislativo, Judiciário, Executivo e Ministério Público exercício de 2005. Conselheiro-Relator
Manoel Figueiredo Castro. Salvador: TCE/BA, 2006.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Relatório e Parecer Prévio Contas do Estado da Bahia:
Poderes Legislativo, Judiciário, Executivo e Ministério Público exercício de 2004. Conselheiro-Relator
Filemon Matos. Salvador: TCE/BA, 2005.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Relatório e Parecer Prévio Contas do Estado da Bahia:
Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo e Ministério Público exercício de 2003. Conselheiro-
Relator Ursicino Pinto de Queiroz. Salvador: TCE/BA, 2004.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Relatório e Parecer Prévio Contas do Estado da Bahia:
Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo e Ministério Público exercício de 2002. Conselheira-
Relatora Ridalva Correa de Melo Figueiredo. Salvador: TCE/BA, 2003.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Relatório e Parecer Prévio Contas do Estado da Bahia:
Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo e Ministério Público exercício de 2001. Conselheiro-
Relator Antonio Honorato de Castro Neto. Salvador: TCE/BA, 2002.
BAHIA. Tribunal de Contas do Estado. Relatório e Parecer Prévio Contas do Estado da Bahia:
Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo e Ministério Público exercício de 2000. Conselheiro-
Relator Pedro Henrique Lino de Souza. Salvador: TCE/BA, 2001. 2v.
BRASIL. Controladoria Geral da União (CGU). Manual da Lei de Acesso à Informação para
Estados e Municípios. Brasília: CGU/Secretaria de Prevenção de Corrupção e Informações
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Municípios. Brasília: CGU. 2013.
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2003.
MOTTA, Carlos Pinto Coelho; SANTANA, Jair Eduardo; FERRAZ, Luciano Ferraz. Lei de
Responsabilidade Fiscal: abordagens pontuais: doutrina e legislação. Belo Horizonte: Del Rey,
2001.
Glossário
Saldo Patrimonial
O Saldo Patrimonial ou Patrimônio Líquido
é apurado pelo confronto do Ativo com o
Passivo, e pode apresentar as seguintes
situações:
Superávit Orçamentário
Ocorre quando a despesa realizada é
menor que a receita arrecadada.
Transferência Corrente
Subcategoria econômica da receita. É o
ingresso proveniente de outros entes ou
entidades, referentes a recursos
pertencentes ao ente ou entidade
recebedora ou ao ente ou entidade
transferidora, efetivados mediante
condições preestabelecidas ou mesmo
sem qualquer exigência, desde que o
objetivo seja a aplicação em despesas
correntes.
Transferência de Capital
Subcategoria econômica da receita. É o
ingresso proveniente de outros entes ou
entidades, referentes a recursos
pertencentes ao ente ou entidade
recebedora ou ao entre ou entidade
transferidora, efetivados mediante
condições preestabelecidas ou mesmo
sem qualquer exigência, desde que o
objetivo seja a aplicação em despesas de
capital.
PROCESSO: TCE/002434/2016
RELATORA: CONSELHEIRO JOÃO EVILÁSIO VASCONSELOS BOMFIM
NATUREZA: PRESTAÇÃO DE CONTAS DE GOVERNO DO CHEFE DO
PODER EXECUTIVO DO ESTADO DA BAHIA
RESPONSÁVEL: GOVERNADOR RUI COSTA
EXERCÍCIO: 2015
PARECER
1. RELATÓRIO
f) Avaliação das ações adotadas pelo Governo Estadual para a correção das
falhas apontadas nas recomendações do Relatório sobre as Contas do
Chefe do Poder Executivo, relativas ao exercício de 2014 e do respectivo
Plano de Ação proposto.
É o breve relatório.
2. FUNDAMENTAÇÃO
1
FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Tribunais de Contas do Brasil: jurisdição e competência. 2. ed. 1. reimpressão.
Belo Horizonte: Fórum, 2008, p. 345-346.
No que pertine aos indicadores, o §2º do art. 4º da Lei nº. 13.468/2015 fixa que
estes devem aferir “a variação da realidade como uma aproximação do resultado das ações
do programa de governo”. Logo, a mensuração adequada dos resultados obtidos na
execução dos programas de governo, consoante determinado pela Constituição Federal (art.
74, incisos I e II), pressupõe a existência de indicadores consistentes, que tenham sido
construído a partir de critérios tecnicamente sólidos.
Quanto a este ponto, importa registrar que o Poder Executivo estadual fixou suas
diretrizes orçamentárias para o exercício 2015 por meio da Lei Estadual n.º 13.190, de 11 de
julho de 2014 (LDO), elegendo, no seu Anexo I, as prioridades para o referido exercício
financeiro. Além disso, o referido diploma normativo também previu que, em caso de
necessidade de limitação de empenho ou de movimentação financeira, deverão ser
preservadas, sempre que possível, as dotações orçamentárias destinadas aos programas
considerados prioritários:
2
Oliveira, Regis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. 3ª Edição, revisada e atualizada. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2010. p 369.
i) pouca autonomia dos servidores lotados nas CCIs, uma vez que grande
parte é ocupante de cargo comissionado, em detrimento da independência
proporcionada pela sujeição ao regime impessoal e isonômico da seleção
por concurso público;
ii) formação técnica precária e pouca experiência dos servidores lotados nas
CCIs, em desacordo com a recomendação constante da própria Orientação
Técnica AGE n.º 01/2015, de que os servidores lotados nessas unidades
devem ter capacitação profissional necessária e desejável formação de
nível superior;
iv) para 60% dos respondentes, a CCI não utiliza indicadores para
acompanhamento, controle e fiscalização da execução orçamentária,
financeira e patrimonial da unidade jurisdicionada, apesar de 96%
informarem que a AGE vem orientando tecnicamente o planejamento e os
procedimentos operacionais das CCIs;
Nesse bojo, registre-se que o citado decreto regulamentador das atividades das
Coordenações de Controle Interno (Decreto Estadual nº. 16.059/2015) foi demasiadamente
tímido no detalhamento das atribuições das referidas unidades setoriais de controle,
limitando-se a dispor que atividades por elas desempenhadas compreendem
Segundo, porque o art. 4º, § 1º, do referido decreto estabelece que o controle
levado a cabo pelas Coordenações de Controle Interno inclui a avaliação da
economicidade da gestão quanto aos padrões normativos e operacionais aplicáveis,
abrangendo, na visão deste Órgão Ministerial, a avaliação do cumprimento das metas
previstas no plano plurianual, bem como dos resultados da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial quanto à eficácia, eficiência e efetividade.
Constituição Federal
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
(negritei)
4
Curso de direito administrativo. Belo Horizonte: Fórum, 2007, p. 112
Tal Projeto, contudo, encontra-se paralisado naquela Casa até a presente data.
Conforme consulta ao sítio eletrônico do parlamento baiano, verifica-se que a última
movimentação ocorreu em 17/06/2009 (quase 7 anos atrás). Observa-se também que já
houve manifestação favorável ao Projeto emitida pelas Comissões de Constituição e Justiça,
de Finanças, Orçamento, Fiscalização e Controle e de Educação, Cultura, Ciência e
Tecnologia e Serviço Público.
5
FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Tribunais de Contas do Brasil: jurisdição e competência. 2. ed. 1. reimpressão.
Belo Horizonte: Fórum, 2008, p. 89.
Art. 2º - […]
Parágrafo único - As Coordenações de Controle Interno e demais estruturas
de controle interno equivalentes ficam sujeitas à orientação técnica da
AGE, respeitada a subordinação administrativa e hierárquica ao titular do
seu respectivo órgão ou entidade.
Não é por outra razão que foi destacado no relatório das contas de governo que,
em função da limitação de pessoal, a Auditoria Geral do Estado, que só conta com “uma
6
BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia: uma defesa das regras do jogo. São Paulo: Paz e Terra, 1997. p.84.
7
Cartilha da Controladoria-Geral da União. Acesso à Informação Pública: Uma introdução à Lei nº 12.527, de 18 de
novembro de 2011. Disponível em: <www.cgu.gov.br>. Acesso em: 19 mai. 2016.
8
Princípios do Direito Administrativo. 2. ed. rev., atual. e ampl.. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2013.
p.102.
Diante desse cenário normativo, que impõe aos entes federativos a adoção e o
aperfeiçoamento de mecanismos que garantam o acesso às informações de interesse
público, é possível identificar que, no âmbito do Estado da Bahia, as informações sobre a
gestão dos recursos públicos são disponibilizadas por meio dos sítios eletrônicos
“Transp@rência Bahia” e “Ouvidoria Geral do Estado da Bahia”.
9
Sobre o tema, v. Juliano Heinen. Comentários à Lei de acesso à informação: Lei nº 12.527/2011. Belo Horizonte:
Fórum, 2014.
10
SERRANO; VALIM. Lei de Acesso à Informação Pública: um balanço inicial. Le Monde Diplomatique Brasil.
11
CLÈVE, Clèmerson Merlin; FRANZONI, Júlia Ávila. Administração pública e a nova Lei de Acesso à Informação.
Interesse Público, Belo Horizonte, v. 15, n. 79, maio/jun. 2013.
Com isso em mente, de acordo com avaliação feita pela Auditoria desse E.
Tribunal de Contas, no exercício examinado, foram constatadas algumas melhorias no que
pertine ao aspecto visual dos sítios institucionais, notadamente em razão das medidas
adotadas pela Secretaria de Comunicação, a qual, por meio de Coordenação de Internet,
iniciou o Projeto de Identidade Digital de Governo, visando uniformizar as referidas
plataformas em termos de “acessibilidade, transparência, acesso à informação e normas de
segurança” (consoante item 2.2.4.3 do relatório).
Outro ponto digno de nota diz respeito à não regulamentação do Comitê Gestor
de Acesso à Informação. Afinal, conforme destacado no relatório técnico acerca das
presentes contas, o Poder Executivo ainda “não publicou o decreto que regulamentará o
dispositivo legal do CGAI, fato que pode ser verificado através das declarações prestadas
pela Casa Civil e pela Ouvidoria Geral do Estado, que informaram que a minuta do decreto
ainda está em fase de elaboração” (consoante item 2.5.1 do relatório técnico).
12
A nova Administração Pública e o Direito Administrativo. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011, p. 312 e 315,
13
Teoria dos diretos fundamentais (traduzido por Virgílio Afonso da Silva). 2 ed. São Paulo: Malheiros, 2011, p. 90
De outro lado, no campo das possibilidades fáticas, vale mencionar que não há
obstáculos operacionais para a efetiva divulgação de tal informação na forma
pretendida, eis que a Administração já dispõe dos dados relativos à remuneração paga aos
seus servidores, por meio do sistema que confecciona os respectivos contracheques, bem
como já tem os meios próprios (sítio eletrônico “Transparência Bahia”) para divulgá-los. É de
se ver que eventual custo operacional para divulgação da informação será mínimo, não
guardando relevância capaz de afetar a possibilidade fática de sua implementação.
Logo, o fato de inexistir regra legal expressa impondo a divulgação desse tipo de
informação não exime o Estado do dever de fazê-lo.
14
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Princípios do Direito Administrativo. 2. ed. rev., atual. e ampl.. Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: Método, 2013. p.75-78.
15
BARROSO, Luís Roberto. O novo direito constitucional brasileiro: contribuições para a construção teórica e prática
da jurisdição constitucional no Brasil. Belo Horizonte: Fórum, 2012. p.223.
Saliente-se que essa concepção teórica vem sendo referendada pelo Supremo
Tribunal Federal, cabendo citar, como exemplo, a proibição de nomeação de parentes para
cargos comissionados e funções de confiança (vedação do nepotismo). Embora inexistisse
regra legal proibindo expressamente tal prática, o Pretório Excelso entendeu ser possível
extrair a vedação diretamente dos princípios constitucionais da impessoalidade e da
moralidade administrativa17, ante a sua eficácia normativa, reputando desnecessária a
existência de lei formal para mediar a relação entre a Administração Pública e a
Constituição.
Em plena consonância com tais diretrizes, o art. 8o, caput e § 2º, da LAI
estabelece que os órgãos e entidades públicas têm o dever de promover,
independentemente de requerimentos, e em local de fácil acesso, a ampla divulgação das
informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas, prevendo
ainda a obrigatoriedade da divulgação ser feita em sítios oficiais da rede mundial de
computadores (internet):
16
Uma teoria do direito administrativo. 2. ed. rev. e atual.. Rio de Janeiro: Renovar, 2008, p. 141.
17
EMENTA: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. VEDAÇÃO NEPOTISMO. NECESSIDADE DE LEI FORMAL. INEXIGIBILIDADE.
PROIBIÇÃO QUE DECORRE DO ART. 37, CAPUT, DA CF. RE PROVIDO EM PARTE. I - Embora restrita ao âmbito do
Judiciário, a Resolução 7/2005 do Conselho Nacional da Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é ilícita. II - A
vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática. III - Proibição que decorre diretamente dos
princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal. IV - Precedentes. V - RE conhecido e parcialmente provido
para anular a nomeação do servidor, aparentado com agente político, ocupante, de cargo em comissão. (RE 579951,
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 20/08/2008)
Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art.
48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou
jurídica o acesso a informações referentes a:
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades
gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua
realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número
do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à
pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o
caso, ao procedimento licitatório realizado;
18
“A Lei de Acesso à Informação constitui importante propulsor da cultura da transparência na Administração Pública
brasileira, intrinsecamente conectado aos ditames da cidadania e da moralidade pública, sendo legítima a divulgação dos
vencimentos dos cargos, empregos e funções públicas, informações de caráter estatal, e sobre as quais o acesso da
coletividade é garantido constitucionalmente (art. 5º, XXXIII, art. 37, § 3º, II e art. 216, § 2º, da CF/88)”. (MS 18.847/DF,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/11/2014, DJe 17/11/2014).
Com efeito, para fins de divulgação de uma despesa pública, não faz sentido
diferenciar (i) a situação da pessoa física contratada com base na Lei n. 8.666/93 para
prestar um serviço temporário à Administração (serviço de consultoria especializada, por
exemplo), e (ii) a situação da pessoa física admitida para prestar um serviço em caráter
permanente à Administração, a partir de vínculo jurídico de natureza funcional (estatutário ou
celetista). Se os recursos empregados são públicos, a despesa deve ser
detalhadamente divulgada, com a identificação de seus elementos essenciais (quanto
se pagou, a quem se pagou e por que se pagou), sendo absolutamente irrelevante a
natureza do vínculo entre o beneficiário e a Administração Pública.
19
Segundo Luís Roberto Barroso, “a eficácia dos princípios constitucionais, nessa acepção [da eficácia interpretativa],
consiste em orientar a interpretação das regras em geral (constitucionais e infraconstitucionais), para que o intérprete faça
a opção, dentre as possíveis exegeses para o caso, por aquela que realiza melhor o efeito pretendido pelo princípio
constitucional pertinente”. (Interpretação e aplicação da constituição. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 378)
20
TCU, Processo nº 020.365/2012-8, Rel. Min. Valmir Campelo, Acórdão: AC-0590-10/15-P, Sessão: 25/03/2015.
Mais adiante, em julho de 2009, o Ministro Gilmar Mendes deferiu pedido para
suspender a execução das decisões liminares, proferidas nos autos dos Mandados de
Segurança nºs 180.176-0/7-00 e 180.589-0/1-00 (este no Agravo Regimental nº 180.589-
0/3-01), em trâmite no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que haviam determinado
a suspensão da divulgação da remuneração bruta mensal vinculada ao nome de cada
servidor do Município de São Paulo, em sítio eletrônico na internet, denominado “De Olho
nas Contas”, de domínio da municipalidade. O eminente Ministro entendeu, em apertada
síntese, que legislação municipal abriu margem para a concretização da política de gestão
transparente da Administração Pública, possibilitando, pois, maior eficiência e ampliação do
controle social e oficial dos gastos municipais. Daí, em arremate, concluiu que a legislação
sob ataque não poderia sofrer as restrições requeridas, sob pena de se caracterizar grave
lesão à ordem pública.
Seguindo neste passo, ainda no mês de julho de 2012, a Ministra Rosa Weber,
nos autos da Reclamação nº 14.228 – Rio de Janeiro, deferiu a liminar requerida pela União,
para suspender o trâmite do Agravo de Instrumento nº 2012.02.01.011672-0 (TRF-2ª
Região) e os efeitos da decisão liminar ali proferida, que havia determinado “suspensão pelo
21
MS-24.725/DF, Rel. Min. Celso de Melo, DJ de 9/12/2003; Ag. Reg. MC – MS 28.177-4, Rel. Min. Marco Aurélio
Neste lanço, o Ministro Joaquim Barbosa, nos autos da Ação Cível Originária nº
1.993/DF, indeferiu a antecipação de tutela requerida pela Associação dos Juízes Federais
do Rio de Janeiro e Espírito Santo – AJUFERJES contra a União Federal, cujo objetivo era
evitar que a divulgação dos vencimentos de seus associados, determinada pela Resolução
151/2012 do CNJ, incluísse o nome e a lotação do magistrado correspondente.
Com base nos achados auditoriais apontados no exercício de 2014 e nas razões
expostas por este Órgão Ministerial naquela oportunidade, essa Corte de Contas expediu
diversas recomendações ao atual Chefe do Poder Executivo, com vistas a sanar ou mitigar
as irregularidades colocadas em evidência, as quais foram gravadas nos seguintes termos:
Com esteio nas informações apresentadas pela Auditoria, é possível concluir que
as novas funcionalidades implementadas no FIPLAN não alteraram ou mitigaram
substancialmente o quadro de deficiência no controle interno dos sobreditos instrumentos de
transferência voluntária de recursos públicos estaduais.
Ainda no item 2.4.5.2.2, a Unidade Técnica destaca que o FIPLAN também não
dispõe de relatórios específicos com informações a respeito das tomadas de contas
eventualmente instauradas pela Administração Pública Estadual, prejudicando a avaliação
da eficiência do controle interno dos recursos repassados por meio de convênios e
instrumentos simulares:
Das análises promovidas, verificou-se, também, que inexiste nas DCCEs
informações sobre os convênios em situação de tomada de contas, como
quantidade de termos, valores e situação/fase da cobrança, dentre outras.
Cabe registrar que, até onde foi possível verificar, o Fiplan não dispõe de
relatórios específicos para este tipo de situação dos convênios. As
providências da Administração, dentre essas a deflagração dos
procedimento de Tomada de Contas, deveria ser objeto de divulgação,
complementarmente às relações dos convenentes inadimplentes, por se
revelar importante para avaliação da eficiência da gestão no controle dos
recursos repassados através de convênios. (fl. 192)
Como se vê, as medidas até aqui adotadas pela Administração Pública estadual
não foram capazes de sanar as principais irregularidades relativas ao controle interno dos
convênios identificadas nas contas de governo do exercício de 2014, e que voltam a ser
apontadas pelas Unidades Técnicas desse TCE, com maior realce e profundidade, nas
contas atinentes ao exercício em apreço.
22
Como exemplo, além da plataforma da União (www.convenios.gov.br) pode-se citar os portais do Estado de São Paulo
(http://www.convenios.sp.gov.br/), Espírito Santo (http://www.convenios.es.gov.br/) e Minas Gerais
(http://saida.convenios.mg.gov.br/).
O relatório técnico do TCE (Item 2.4.4.2, fls. 154/156) aponta que, ao longo do
exercício 2015, o Poder Executivo alocou recursos orçamentários para pagamento da
despesa com Regime Especial de Direito Administrativo (REDA), no montante de R$
369.709.666,85, o que representa um acréscimo de aproximadamente 12,26% em relação
ao montante alocado no exercício 2014 (R$ 329.327.933,26). Em que pese o incremento do
montante de recursos orçamentários destinados ao pagamento de pessoal contratado via
REDA, no que diz respeito ao número de contratos firmados sob referido regime, o informe
auditorial dá conta de que, em 31/12/2015, nas diversas Unidades que integram a
Administração Direta e Indireta do Estado da Bahia, vigiam 15.528 contratos, representando
um decréscimo de 2,96% em relação ao exercício anterior.
A análise conjunta dos Relatórios Técnicos aqui destacados (emitidos por TCE-
BA e AGE) leva à conclusão de que, no exercício ora examinado, houve uma ínfima
diminuição do número de contratações temporárias pelo REDA em relação ao exercício de
2014, mas um pequeno incremento quando comparado com o número de servidores
temporários existentes em 2013, a evidenciar que inexiste tendência consistente de
redução dessa forma excepcional de arregimentação de pessoal.
Pelos fundamentos aqui expostos, o MPC entende e sugere que o TCE/BA deva
incluir no seu Parecer Prévio RESSALVA em relação a continuidade da utilização distorcida
da contratação temporária via Regime Especial de Direito Administrativo, em detrimento do
mandamento constitucional plasmado no art. 37, II, CF/88, ao tempo em que se
RECOMENDA a cobrança ao Chefe do Poder Executivo da aprovação e apresentação do
calendário (cronograma) de concursos públicos, a fim de que as necessidades permanentes
dos órgãos e entidades integrantes da Administração Pública estadual sejam supridas
mediante a arregimentação de servidores efetivos, nos termos proclamados pela
Constituição da República.
Embora não tenha aptidão para, por si só, alterar o quadro dos gastos com
pessoal divulgado pelo Poder Executivo no último quadrimestre de 2015 – que continuaria,
segundo a Auditoria (fl. 94), acima do limite prudencial, mas abaixo do limite máximo
previsto no art. 20, inciso, II, alínea “c”, da LRF –, a inobservância da norma prevista art. 18,
§ 1º, da LRF caracteriza irregularidade grave, vez que, a um só tempo, (i) afeta a segurança
e a confiabilidade da apuração despesa total com pessoal, distorcendo tais dados nos
demonstrativos contábeis do Estado, com evidentes prejuízo ao controle (interno, externo e
social) dos limites legalmente estabelecidos para o comprometimento da receita pública, e
(ii) foge à moldura normativa traçada com fins de nortear a responsabilidade fiscal da
gestão, pondo em risco, por consequência, o equilíbrio fiscal das contas públicas.
23
No primeiro quadrimestre do ano de 2015, os gastos com DEA atingiram a cifra de R$ 986.683 mil (fl. 153 do relatório
técnico das contas de governo relativas ao exercício de 2014), a evidenciar (i) que esses gastos tendem a se concentrar,
em grande medida, nos primeiros meses do ano, bem como (ii) que os valores apurados no início do exercício de 2016
guardam equivalência com aqueles pagos a título de DEA no primeiro quadrimestre de 2015, não sendo possível concluir, a
partir dos dados apresentados, que a trajetória crescente destas despesas será preservada em 2016.
Art. 1º [...]
Parágrafo único - As dívidas de que trata este artigo compreendem as
seguintes categorias:
I - despesas de exercícios encerrados, para os quais o orçamento
respectivo consignava crédito próprio, com saldo no final do exercício
suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época
própria;
24
CONTI, José Mauricio (Org.). Orçamentos Públicos: a Lei 4.320/64 comentada. 2. ed. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 131
Já a hipótese do inciso III deve ser interpretada cum grano salis, porquanto
autoriza a realização de despesas de exercícios anteriores “ainda que não tenha sido
prevista a dotação orçamentária própria ou não tenha esta deixado saldo no exercício
respectivo”. Uma exegese ampla desse preceito normativo colocará em risco o princípio da
legalidade orçamentária, porquanto permitirá que despesas previsíveis, relativas ao
adimplemento de obrigações pecuniárias constituídas no curso do exercício, deixem de ser
empenhadas para contornar a eventual ausência ou insuficiência dos créditos orçamentários
previstos, transferindo-se o seu reconhecimento e pagamento para o exercício seguinte, em
claro descompasso com a vedação contida no art. 167, inciso II, da CF.
Além disso, o Relatório Técnico aponta falhas na instrução da maior parte dos
processos de pagamento selecionados para exame, que dificultam a verificação da
regularidade do processamento das despesas pelo procedimento excepcional previsto no
art. 37 da Lei nº. 4.320/64, mais precisamente no que concerne:
25
Lei nº. 4.320/64, Art. 40: “São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente
dotadas na Lei de Orçamento”.
26
Curso de direito financeiro brasileiro. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015, pp. 289/290
27
Art. 18, § 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze
imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.
(iii) contabilize na Despesa Total com Pessoal, para fins de apuração dos limites
previstos nos arts. 19 e 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal, os gastos desta natureza
efetuados como Despesas de Exercícios Anteriores – DEA, quando a competência da
despesa estiver abrangida pelo período de apuração previsto no art. 18, § 2º, da LRF;
28
CONTI, José Mauricio (Org.). Orçamentos Públicos: a Lei 4.320/64 comentada. 2. ed. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 131.
Nesta linha o contrato em tela foi firmado pelo Estado da Bahia para
contratar o Banco do Brasil S.A, com exclusividade, dentre outros serviços,
a centralização da movimentação e aplicações financeiras de titularidade do
Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e a contratação de regimes
previdenciários ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), mediante
precificação a ser negociada na forma das disposições do Anexo XI.
Consoante já relatado, o referido contrato previu, ainda, o pagamento de
Além disso, ao proceder à análise por amostragem dos registros contábeis das
unidades orçamentárias com maior volume de lançamentos de despesas com encargos
moratórios, as Coordenarias de Controle Externo constataram a incidência reduzida de
lançamentos relativos a multa e juros de mora sobre contas de consumo (água e energia).
Após questionarem a Secretaria de Administração do Estado (SAEB) sobre o volume total
de despesas com encargos moratórios sobre contas desta natureza, as unidades técnicas
desta Corte obtiveram a informação de que, no exercício de 2015, foram incluídas nas
contas de consumo dos diversos órgãos componentes da estrutura do Poder Executivo
despesas com multa e juros de mora no montante de R$ 6.846mil, relativas a contas
emitidas pela EMBASA, e R$ 2.188 mil, referentes a contas da COELBA.
29
Como leciona Marcus Abraham, “[…] são usuários da contabilidade pública: os gestores do patrimônio público e das
políticas econômicas e sociais do país para a tomada de decisões; a população em geral, como instrumento de
transparência e confiabilidade da execução orçamentária e patrimonial da Administração Pública; os organismos nacionais
e internacionais de crédito e fomento; os órgãos de controle interno e externo nas suas funções institucionais”. (Curso de
direito financeiro brasileiro. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 230)
Outro tema que merece destaque é o regramento trazido pela LRF para a
tão mencionada renúncia de receita. Consiste na concessão de benefícios
fiscais por parte de alguns entes federativos com o fim maior de atrair
investimentos.
[...]
Ocorre que diversos benefícios foram concedidos sem análise acurada dos
seus efeitos orçamentários. É dizer, quando se concede um benefício,
fatalmente há reflexos no orçamento, na parte das receitas. E, se a receita é
afetada, poderá haver distúrbios em diversas áreas, incluindo-se as metas
de investimento, a necessidade de redução de gastos, a impossibilidade de
30
aumentos salariais, dentre tantos outros.
30
LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. Salvador: Ed. JusPodivm, p. 169.
Registre-se que, nos termos Lei Complementar nº. 24/75 – que regulamenta a
concessão de isenções do ICMS, em consonância com o quanto disposto no art. 155, § 2º,
inciso XII, alínea “g”, da Constituição Federal –, encontra-se compreendida pela exigência
de celebração prévia de convênio interestadual a outorga de “quaisquer outros incentivos ou
favores fiscais ou financeiro-fiscais, concedidos com base no Imposto de Circulação de
Mercadorias, dos quais resulte redução ou eliminação, direta ou indireta, do respectivo ônus”
(art. 1º, parágrafo único, inciso IV). Neste sentido, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que
não se afiguram compatíveis com o texto constitucional, mais precisamente com o quanto
preceituado no dispositivo acima mencionado, a edição de atos normativos “que outorguem
benefícios fiscais ou financeiros, bem assim incentivos compensatórios pontuais, dos
quais resulte redução ou eliminação, direta ou indireta, do respectivo ônus tributário, em
matéria de ICMS, sem que tais medidas sejam precedidas da necessária celebração de
convênio no âmbito do CONFAZ”.32
31
“Compete ao Conselho, promover a celebração de convênios, para efeito de concessão ou revogação de isenções,
incentivos e benefícios fiscais do imposto de que trata o inciso II do art. 155 da Constituição, de acordo com o previsto no §
2º, inciso XII, alínea g, do mesmo artigo e na Lei Complementar nº 24, de 7 de janeiro de 1975”. Disponível em:
<https://www.confaz.fazenda.gov.br/menu-de-apoio/competencias>. Acesso em: 19 mai. 2016.
32
Rcl 15819 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2014
Este tipo de acompanhamento que foi realizado por técnicos desta Instituição de
Controle em 6 (seis) projetos incentivados via renúncia de receitas deveria ter sido feito de
igual forma, e em maior amplitude, pelo controle interno da Administração Pública do Estado
da Bahia, tendo em vista o disposto no art. 89, caput, da Constituição Estadual, segundo o
qual:
33
Vide prestações de contas do Chefe do Poder Executivo relativas a exercícios anteriores. Disponível em:
<https://www.tce.ba.gov.br/controle-externo/contas-de-governo#conteudo>. Acesso em: 19 mai. 2016.
34
Atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). Disponível em:
3. CONCLUSÃO
35
Neste ponto, vale consignar que o poder do Tribunal de Contas de expedir determinações voltadas ao exato cumprimento da
lei dimana diretamente do texto constitucional, mais precisamente do art. 71, IX, da Constituição da República, segundo o
qual compete à Corte de Contas “assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade” (função corretiva). Trata-se de competência autônoma, veiculada em norma
constitucional de eficácia plena e aplicabilidade imediata, e que é passível, por conseguinte, de ser exercida em qualquer
processo no qual o órgão controlador identifique lesão ou ameaça de ofensa à ordem jurídica, abrangendo tanto a
determinação de abstenção de ato contrário à lei (tutela de natureza inibitória, vocacionada à prevenção do ilícito), quanto
a determinação para adoção de medidas necessárias à correção/eliminação de ilicitude identificada (tutela de remoção do
ilícito). Logo, o fato de a Lei Complementar n. 005/91 ter sido omissa em relação à possibilidade de o Tribunal expedir
determinações na oportunidade da apreciação de processos de contas (art. 24) jamais pode conduzir ao (equivocado)
entendimento de tal competência não pode ser exercida, sob pena de subversão do escalonamento hierárquico das
normas jurídicas e de clara violação ao princípio da supremacia da constituição.
Por fim, requer este Parquet que seja determinada a autuação do Contrato nº.
01/2014, celebrado entre o Estado da Bahia e o Banco do Brasil S.A, para fins de exame
individualizado de sua legalidade no âmbito da 2ª Câmara deste Tribunal, na forma
preconizada pelo art. 5º, inciso II, alínea “e” c/c arts. 152 e seguintes, todos do Regimento
Interno do TCE/BA, tendo em vista a materialidade dos valores envolvidos, o prazo de
vigência contratual, bem como a atipicidade do procedimento de sua celebração.
É o parecer.
PROCESSO: TCE/002434/2016
NATUREZA: RELATÓRIO E PROPOSTA DE PARECER PRÉVIO SOBRE AS CONTAS DO
CHEFE DO PODER EXECUTIVO DO ESTADO DA BAHIA
RESPONSÁVEL: GOVERNADOR RUI COSTA SANTOS
EXERCÍCIO: 2015
RELATOR: CONSELHEIRO JOÃO EVILÁSIO VASCONCELOS BONFIM
DECLARAÇÃO DE VOTO
Assim, o Relatório foi composto da seção analítica, elaborada pelos órgãos técnicos
desta Casa e da seção conclusiva, de lavra do Conselheiro Relator. Está acompanhado de
Proposta de Parecer Prévio sobre as contas do Chefe do Poder Executivo, exercício de
2015, opinando pela sua aprovação, com recomendações, e expedição de alerta quanto ao
atingimento do limite de gastos com despesas de Pessoal e Encargos Sociais, previstas na
Lei de Responsabilidade Fiscal.
O documento apresenta uma análise dos resultados auditoriais, com a exposição dos
fatos e fundamentos, abordando elementos relativos: a) à observância dos limites
constitucionais e legais; b) à gestão orçamentária, financeira e patrimonial; c) ao
planejamento e à gestão das ações de política pública; d) ao controle interno; e) às
auditorias e inspeções; f) ao acompanhamento das deliberações do parecer prévio anterior;
e, g) à apuração do atingimento de resultados almejados por programas governamentais.
Outro aspecto que destaco do Relatório diz respeito ao atendimento dos limites
constitucionais e legais, para gastos com saúde, educação, pessoal, previdência,
endividamento e parcerias público privadas.
Com efeito, a participação das despesas próprias com saúde na receita de impostos
líquida e transferências constitucionais e legais ultrapassou até o limite constitucional de
12%, atingindo 12,69%. Quanto à educação, superou o mínimo anual de 25% das receitas
de impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino, pontuando 27,96%.
E, por fim, o resultado primário realizado em 2015 foi negativo em cerca de R$570
milhões, em conformidade com a meta fiscal alterada da LDO que era de até 1 bilhão e 250
milhões de reais, negativo. Já a meta do resultado nominal8 não foi alcançada, acarretando
em um acréscimo da dívida pública líquida no valor aproximado de 4 bilhões e 700 milhões
de reais.
Assim, VOTO para que este Tribunal acolha a proposta de Parecer Prévio
apresentada pelo Exmo. Senhor Conselheiro Relator, João Evilásio Vasconcelos Bonfim, no
sentido de opinar favoravelmente quanto à aprovação, pela augusta Assembleia Legislativa
do Estado da Bahia, das contas do Chefe do Poder Executivo, referentes ao período de 01
de janeiro a 31 de dezembro de 2015, liberando de responsabilidade o Excelentíssimo
Senhor Governador do Estado da Bahia, Rui Costa Santos. No que se refere às
recomendações propostas, sugiro as alterações abaixo, e acompanho as demais, à exceção
da “Recomendação Especial”.
a) alteração redacional
b) inclusão de recomendação
É o VOTO.
Em 07 de junho de 2016.
VOTO EM SEPARADO
INTRODUÇÃO
Inicio meu voto destacando a iniciativa do Exmo. Sr. Cons. João Bonfim que resolveu
orientar sua Relatoria pelos ditames da Resolução nº 164/2015, que aprovou
"Procedimentos para Emissão do Relatório e Parecer Prévio das Contas de Governo no
âmbito do TCE/BA", embora suas disposições somente serão aplicadas a partir do exercício
de 2016.
Corroborando o registro do Exmo. Cons. Relator, esta nova metodologia faz jus a qualidade
técnica dos Auditores desta Casa e contribui para a segregação de responsabilidades e
consequente evolução do controle externo a cargo do TCE/BA.
Neste sentido, destaco, ainda, duas auditorias operacionais, dentre os trabalhos realizados
durante o exercício de 2015, cujo resultado contribuiu significativamente para o exame das
presentes contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo. São elas:
Assim, os auditores concluem que diante das fragilidades verificadas em todo o Relatório de
Avaliação do PPA 2012-2015, RAPPA 2015, verifica-se que a avaliação do cumprimento das
metas dos compromissos do PPA não foi apresentada e que o sistema de controle interno
do Poder Executivo mostra-se frágil para avaliar a execução dos Programas de Governo,
bem como seus resultados na aplicação dos recursos públicos, como preceitua o art. 90 da
Constituição Estadual.
Novamente, neste ano, volto a externar a imensa gravidade desta situação: que a
economicidade, eficiência e eficácia das ações dos programas governamentais, devem ser
objeto de controle por parte da administração, e esta é uma das principais diretrizes da Lei
de Responsabilidade Fiscal.
Portanto, resta patente que não se trata de mera infringência, mas de grave infração
administrativa à LRF, posto que, sem saber se quais metas, objetivos e resultados foram
atingidos pelo Estado, não há governo, por ausência de gestão e de controle efetivo das
metas, programas e diretizes - orçamentárias e programáticas.
Ademais, das análises promovidas nos principais bens, direitos e obrigações apresentados
no Balanço Patrimonial, os auditores verificaram a ausência de comentários importantes
sobre a composição, os procedimentos contábeis adotados e a evolução dos saldos
apresentados, bem como inconsistências ou falhas de controle interno que repercutem na
adequada interpretação da real situação de realização dos créditos a receber, da efetiva
representatividade financeira dos investimentos e bens de propriedade do Estado, além da
integridade e consistência do montante das obrigações existentes ao final do exercício de
2015.
O Poder Executivo estadual destinou ao FUNPREV o valor de R$ 300 milhões, obtidos por
meio do Contrato nº. 01/2014, celebrado com o Banco do Brasil S.A., em 19/12/2014, para a
prestação de diversos serviços relacionados à centralização e ao processamento da folha
de pagamento dos servidores do Estado, à centralização e processamento da
movimentação financeira da Conta Única do Tesouro (CUT), às transferências
constitucionais, e centralização de recebimentos e das aplicações financeiras do Estado,
dentre outros.
Considerando-se que o Contrato com o Banco do Brasil estabelece que apenas parte dos
serviços serão prestados aos fundos previdenciários, e, sendo as receitas contabilmente
registradas no exercício de 2014, acarretando nos respectivos efeitos no resultado
orçamentário e patrimonial para o Estado, a transferência financeira para o FUNPREV,
efetivada em 2015, deveria ser caracterizada como ato administrativo distinto, tendo em
vista as informações da própria Administração, que demonstram ser o principal elemento
motivador a redução do déficit do regime previdenciário relativo ao FUNPREV.
Acerca desse achado, reforça o Parecer do MPC, que os procedimentos contábeis devem
refletir o ato administrativo considerando-se sua essência, qual seja, aporte de recursos para
o Funprev para cobrir resultado deficitário. Assim, a apropriação integral dos valores obtidos
por meio do referido contrato como receita própria do FUNPREV, quando deveria sê-lo
apenas parcialmente, e no mês de sua efetiva arrecadação, pode – dentre outros possíveis
reflexos – eventualmente impactar na apuração dos limites da despesa total com pessoal
dos órgãos e poderes do Estado da Bahia, tendo em vista o disposto no art. 19, § 1º, inciso
VI, alínea “c”, da Lei de Responsabilidade Fiscal.
avença para fins de exame individualizado de sua legalidade no âmbito da 2ª Câmara deste
Tribunal, na forma preconizada pelo art. 5º, inciso II, alínea “e” c/c arts. 152 e seguintes,
todos do Regimento Interno do TCE/BA.
Apesar de o procedimento ser amparado por dispositivos legais, deve ser considerado na
condição de exceção, pois a regra-geral é o reconhecimento dentro do período de
competência da despesa, devendo ser respeitadas as disposições da legislação, em
especial as de natureza orçamentária previstas na Lei n. 4.320/1964, principalmente o
descrito no art. 37, que define as circunstâncias para a formalização de despesas na
condição de DEA.
Foram realizados exames pela Auditoria, quando da análise das presentes contas de
Governo, a partir de critério amostral, tendo sido verificado que houve crescimento de
pagamentos por meio DEA nas três categorias de gastos (Pessoal, despesas correntes e
investimentos).
Ademais, decorridos cinco anos das primeiras recomendações dos auditores deste TCE, o
Estado não concluiu, ainda, a elaboração dos instrumentos de planejamento recomendados
por normas da Administração Pública, para uma eficiente e eficaz execução de suas ações
de comunicação pública conexas com o controle e transparência dos gastos do Estado com
propaganda e publicidade.
Tal é a importância do controle desses gastos, que o montante aplicado em 2015 foi superior
aos recursos gastos na execução de programas de governo, inclusive definidos como
prioritários pela LDO, tais como: “Enfrentamento da Violência Contra as Mulheres” (R$ 5,3
milhões), “Autonomia das Mulheres” (R$ 5,7 milhões), “Regularização Fundiária e Reforma
Agrária” (R$ 5,7 milhões), “Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades
Tradicionais” (R$ 3,6 milhões) e “Proteção Social” (R$ 39,9 milhões).
Assim como no ano anterior, foi apurado também que não vem sendo realizado
sistematicamente as conciliações bancárias da Conta CUTE, cujo saldo contábil, em
31/12/2015, era de R$ 321,8 milhões enquanto o constante no extrato bancário, na mesma
data era de R$ 417,4 milhões. Essa divergência, assim como a representatividade dos
valores envolvidos, segundo os auditores, reforçam a necessidade do acompanhamento
desses saldos.
Ademais, considerando-se o volume de recursos que transitam pela citada conta, o que
demonstra ser esta uma área de risco, deveria ser mantida uma estrutura de controle mais
robusta, evitando-se possíveis incorreções nos registros contábeis, nos lançamentos
oriundos da instituição financeira no extrato. Concluem os auditores que os controles
internos ainda não são suficientemente estruturados de forma a permitir, com razoável nível
de segurança, a avaliação e adequação do saldo contábil apresentado, deficiência que
permanece desde a implantação do FIPLAN, em 2013, portanto, há mais de 3 anos.
• pouca autonomia dos servidores lotados nas CCIs, uma vez que grande parte é
ocupante de cargo comissionado, em detrimento da independência proporcionada
pela sujeição ao regime impessoal e isonômico da seleção por concurso público;
• formação técnica precária e pouca experiência dos servidores lotados nas CCIs, em
desacordo com a recomendação constante da própria Orientação Técnica AGE n.º
01/2015, de que os servidores lotados nessas unidades devem ter capacitação
profissional necessária e desejável formação de nível superior;
• planejamento das atividades sem visão estruturada, pela falta e uso adequado de
ferramentas de Tecnologia de Informação (TI) apropriadas;
De uma forma geral, concluem os auditores, o que se vê são ações de controle viabilizadas
por setores dispersos, de forma pulverizada e com baixa integração entre os procedimentos
adotados, que associadas à ausência de um órgão central dotado de competência para
promover a coordenação e articulação sistêmica das unidades setoriais, nos moldes de uma
Instituição autônoma e independente, com atribuições próprias e desvinculadas das Pastas
de Estado e com carreira de estado, acabaram comprometendo o alcance das finalidades
constitucionalmente atribuídas ao sistema de controle interno (art. 74 da CF), notadamente
no que concerne à avaliação dos resultados da gestão pública em termos de eficácia,
eficiência e efetividade.
Por meio dos exames auditoriais, constatou-se que apenas 24 (35,82%) dos 67 órgãos e
entidades do Executivo Estadual apontaram a existência de agente de monitoramento da Lei
de Acesso à Informação designado por ato formal e que parte dessas designações só
ocorreu no decurso da auditoria deste TCE.
E, ainda que se exclua do cômputo das despesas com pessoal os valores registrados pelo
2 TCE/013091/2014.
Acerca da exclusão das despesas com pessoal, relativas ao Abono Permanência, Abono de
Férias e Abono Pecuniário, com base na decisão, por maioria de votos, proferida na
Resolução n.º 031/2016 deste TCE, os auditores entendem que tal decisão está em
desalinho com a Portaria n.º 553, de 22/09/2014, expedida pela STN do Ministério da
Fazenda, que orienta pela inclusão desses gastos.
Ademais, de acordo com a avaliação atuarial, o déficit do FUNPREV foi de R$165,9 bilhões,
e no que concerne ao BAPREV, o relatório de avaliação atuarial apontou superávit no valor
de R$602,5 milhões.
Quanto ao Resultado Primário (ou fiscal) do exercício de 2015, decorrente das receitas e
despesas, em comparação com o exercício de 2014, concluem os auditores:
“pode-se inferir que houve uma piora nas contas públicas do Estado, reflexo da crise
econômica vivenciada pelo Brasil no exercício de 2015. Em 2014, obteve-se um
Resultado Primário positivo para pagamento dos serviços das dívidas interna/externa,
embora no 3º quadrimestre a situação já tenha sido desfavorável e em 2015 ele foi
negativo, o que é preocupante, vez que o déficit primário indica financiamento de
gastos não financeiros que excedem as receitas não financeiras, gerando crescimento
da dívida.”
Tal situação foi admitida pelo próprio Governador do Estado Rui Costa, em sua mensagem
na reabertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa, em 01/02/2016, a seguir transcrita:
“Posso afirmar que o ano de 2015 foi marcado por dificuldades. No meu discurso feito
aqui, um ano atrás, sublinhei a importância da crise econômica e política que nos
avizinhava e que, posteriormente, se demonstrou ainda mais forte que os prognósticos
iniciais. Isso teve rebatimento sobre a Bahia, tanto nas receitas do Estado como nas
finanças dos nossos municípios. São recursos que deixaram de entrar para fazer
frente às ações prioritárias, como nas áreas de saúde, de segurança, de infraestrutura
viária ou de educação.”
[…]
“Outro ponto sensível é que acabamos de publicar um relatório técnico que demonstra
que o nosso gasto com pessoal, no último quadrimestre de 2015, ultrapassou em
1,44% o limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de
46,17% das receitas correntes líquidas. Isso implica em restrições legais que podem
dificultar ainda mais as ações do Estado, como o impedimento de criar cargos,
reestruturar carreiras e realizar novas contratações”
Finalizando, ressalto, aqui, importante conclusão dos auditores de que a partir da análise
do Relatório de Acompanhamento das ações propostas no Plano de Ação, apresentado pela
Comissão coordenada pela AGE, verificou-se que das 61 recomendações indicadas no
Parecer Prévio, apenas 2 foram atendidas, 29 não foram atendidas, 24 foram atendidas
parcialmente, e não foram identificadas iniciativas específicas para o atendimento de 6
recomendações.
• processamento irregular em 2015 das despesas como DEA, à luz do que dispõe a
Lei 4.320/1964 e as formalidades do Decreto nº 181-A;
• falha na apropriação integral dos recursos obtidos por meio do Contrato nº. 01/2014,
celebrado entre o Estado da Bahia e o Banco do Brasil S.A., como receita intra-
orçamentária própria do FUNPREV no exercício de 2015;
Considerando que não cabe mais aqui expedir recomendações, tendo em vista que
as recomendações efetivadas nos pareceres prévios de exercícios anteriores não se
reverteram em ações objetivas por parte do Poder Executivo estadual, acompanho a
expedição de alerta sobre o fato das despesas de pessoal terem ultrapassado o limite
prudencial, e sugiro que sejam transformadas em DETERMINAÇÕES ao Exmo. Sr.
Governador do Estado, para correção das irregularidades apontadas pelos auditores deste
Tribunal, as demais recomendações propostas pelo Exmo. Sr. Conselheiro Relator João
Bonfim.
Acrescentando, ainda, as DETERMINAÇÕES propostas pelo MPC e transcritas a
seguir:
1) o Poder Executivo proceda, por meio das Coordenações de Controle Interno e
demais estruturas de controle interno, sob a articulação, coordenação e orientação técnica
da Auditoria Geral do Estado, à avaliação acerca cumprimento das metas previstas no plano
plurianual, bem como da eficácia, eficiência e efetividade da gestão orçamentária, financeira
e patrimonial;
2) adote as providências necessárias à devida institucionalização do Órgão Central
de Controle, Acompanhamento e Avaliação Financeira de Contratos e Convênios (OCAAF),
observando as atribuições e competências previstas na Lei Estadual n.º 9.433/2005;
3) adote as medidas concretas para a efetiva implantação do Comitê Gestor de
Acesso à Informação (CGAI), nos termos do art. 28 da Lei Estadual n. 12.618/2012, a fim de
que, enfim, o referido órgão cumpra o desiderato proposto pela norma, no sentido de suprir
lacunas em matéria de transparência pública estadual, mormente quanto ao processamento
dos recursos legais previstos, classificação e desclassificação de informações sigilosas e
padronização da publicidade das informações divulgadas;
4) o Poder Executivo divulgue, nos seus sítios eletrônicos oficiais, as informações
relativas aos valores detalhados das remunerações dos agentes públicos estaduais, de
forma nominal e individualizada, em cumprimento ao dever de transparência dimanado do
princípio da publicidade (art. 37, caput, da CF) e do direito fundamental à informação pública
(art. 5o , XXXIII, da CF), bem como ao comando legal inserto no art. 48-A, inciso I, da LRF
c/c art. 8o , caput e § 2º da Lei de Acesso à Informação, trilhando, assim, o caminho já
desbravado por diversos outros órgãos da Administração Pública brasileira;
5) para possibilitar a transparência que deve ser dada às ações públicas, como
forma de viabilizar o controle social e a bem do princípio da publicidade insculpido no art. 37
da Constituição Federal de 1988 c/c o art. 5º, inciso XXXIII, da mesma Carta Magna,
disponibilize no portal “Transparência Bahia” informações sobre convênios celebrados nos
exercícios 2013 e subsequentes;
6) adote as providências necessárias no sentido de descontinuar a política de
contratação de Prestadores de Serviços Temporários (PST) para o desempenho de
atividades próprias de servidores públicos;
7) adote, com urgência, as medidas administrativas necessárias ao aprimoramento
dos mecanismos específicos de controle interno relacionados ao processamento de
Despesas de Exercícios Anteriores – DEA, de modo a assegurar a utilização deste tipo de
procedimento em situações de estrita excepcionalidade, apurando-se, ademais, a
responsabilidade funcional dos agentes que eventualmente deem causa, de modo
injustificado ou sem justificativa razoável, ao não processamento de despesas públicas no
exercício de sua competência;
8) apresente a este Tribunal, por meio da Secretaria da Fazenda, no prazo máximo
de 120 (cento e vinte) dias, o resultado do reexame aprofundado e global das Despesas de
Exercícios Anteriores – DEA liquidadas nos anos de 2015 e 2016, avaliando a sua
adequação aos requisitos normativos aplicáveis e, especialmente, o impacto total de tais
despesas nas Demonstrações Contábeis Consolidadas do Estado referentes aos exercícios
de 2015 e 2016, com a consequente republicação dos demonstrativos devidamente
ajustados, e acompanhados de notas explicativas;
9) contabilize na Despesa Total com Pessoal, para fins de apuração dos limites
previstos nos arts. 19 e 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal, os gastos desta natureza
efetuados como Despesas de Exercícios Anteriores – DEA, quando a competência da
despesa estiver abrangida pelo período de apuração previsto no art. 18, § 2º, da LRF;
10) observe o regime legalmente previsto para a contabilização das receitas
públicas (regime de caixa), com a consequente correção da falha pontuada no item 2.4.2.1
(“Receitas Tributárias – Imposto de Renda Retido na Fonte”) do relatório técnico, avaliando
os seus impactos nos demonstrativos contábeis do Estado relativos aos exercícios de 2015
e de 2016, com a devida republicação acompanhada de notas explicativa;
11) adote as providências necessárias ao saneamento da irregularidade apontada
pela Auditoria no item 2.4.2.2 (“Receita contabilizada do FUNPREV”) do relatório técnico,
avaliando os seus impactos nas Demonstrações Contábeis do Estado relativas aos
exercícios de 2015 e de 2016, com a devida republicação acompanhada de notas
explicativas;
12) adote as medidas administrativas necessárias para aprimorar o planejamento e
a execução dos repasses de Quadro de Cotas Mensais (QMC) pela Secretaria da Fazenda,
de modo a garantir o adimplemento das obrigações pecuniárias assumidas pelo Estado
dentro do prazo legal ou contratualmente previsto, evitando, por consequência, o emprego
de recursos públicos para pagamento de encargos moratórios;
13) proceda à apuração, mediante processo administrativo próprio, das causas que
contribuíram para a realização de despesas públicas relacionadas ao pagamento de multas
e juros de mora, promovendo a responsabilização dos agentes públicos que eventualmente
tenham concorrido, por ação ou omissão, dolosa ou culposa, para a consecução de tais
dispêndios;
14) adote as providências administrativas necessárias para assegurar o adequado
registro, nas Demonstrações Contábeis Consolidadas do Estado, de informações relativas
aos gastos realizados pela Administração Pública estadual com pagamento de multas e
juros moratórios;
15) para que sejam adotados mecanismos de registros de despesas que promovam
a alocação fiel e precisa dos custos dos programas governamentais, em ordem a permitir o
cumprimento do quanto previsto nos arts. 90, caput e II, da Constituição Estadual e 50, § 3º,
da LRF; e
16) que seja determinada a autuação do Contrato nº 01/2014, celebrado entre o
Estado da Bahia e o Banco do Brasil S.A, para fins de exame individualizado de sua
legalidade no âmbito da 2ª Câmara deste Tribunal, na forma preconizada pelo art. 5º, inciso
II, alínea “e” c/c arts. 152 e seguintes, todos do Regimento Interno do TCE/BA, tendo em
vista a materialidade dos valores envolvidos, o prazo de vigência contratual, bem como a
atipicidade do procedimento de sua celebração.
É o voto.
PROCESSO: TCE/002434/2016
NATUREZA: Contas do Chefe do Poder Executivo Estadual
EXERCÍCIO: 2015
RESPONSÁVEL: Governador Rui Costa
RELATOR: Conselheiro João Evilásio Vasconcelos Bonfim
Valendo-me da prerrogativa prevista no art. 93, §1º, do Regimento Interno deste Tribunal de
Contas, apresento declaração de voto escrita, por meio da qual farei algumas considerações
sobre a prestação de contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia, referente ao
exercício de 2015.
A apreciação das contas prestadas anualmente pelo Chefe do Poder Executivo estadual,
para fins de emissão de parecer prévio, revela-se a competência constitucional mais
importante do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA). Embora seja a Assembleia
Legislativa da Bahia o órgão julgador das presentes contas, o parecer emitido por esse
Órgão de Controle contém elementos técnicos destinados a fundamentar o julgamento
político, orientar a gestão governamental e fornecer aos contribuintes informações para o
exercício do controle social.
1. PRELIMINAR
Data máxima e respeitosa vênia aos demais julgadores, invocando o art. 86, §§ 1º e 2º do
RITCE1, constato, na espécie, a necessidade da oitiva do Chefe do Executivo com a
finalidade de oportunizar o exercício constitucional do contraditório e da ampla defesa, no
que se referem aos apontamentos de irregularidades listados a seguir:
1 Art. 86. As questões preliminares ou prejudiciais serão resolvidas antes da apreciação do mérito. § 1º Levantada a
preliminar ou prejudicial, dar-se-á a palavra ao representante do Ministério Público para que se pronuncie a respeito.§ 2º
Versando a preliminar ou prejudicial sobre irregularidade sanável, o colegiado poderá converter o julgamento em diligência.
2 Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: I – as receitas nele arrecadadas;
A Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) apresenta saldo zero para o item
despesas com Juros e Encargos de Mora. Todavia, os exames auditoriais revelaram a
existência de despesas dessa natureza nos subelementos 16 (Tributos e Multas Quando
Previstos em Contratos) e 51 (Multas não Decorrentes de Obrigação Contratual ou Relativas
a Tributos), no total de R$ 8.962.290,00 (oito milhões, novecentos e sessenta e dois
milhões, duzentos e noventa milhões), fls. 137/138 do Relatório de Auditoria.
Consta nos autos que o Estado da Bahia, durante o exercício 2015, desonerou uma parcela
de contribuintes de recolher tributos na ordem de R$2.580.811.000,00 (dois bilhões,
quinhentos e oitenta milhões, oitocentos e onze mil reais), conforme Tabela 56, fls.146.
Contudo, além da constatação de que grande parte dos recursos públicos é
renunciada de forma incompatível com a Constituição Federal (art. 155, § 2º, XII, g) e à
3 Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com
saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com
prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser
pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que
possível, a ordem cronológica. […] Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.
margem do quanto exigido pela Lei Complementar n.º 24/1975 (art. 1º), os autos
também evidenciam que a fiscalização das empresas com benefícios fiscais, não vem
sendo realizada sob o argumento de insuficiência orçamentária (fls. 146/149 do
Relatório de Auditoria).
Ressalte-se que a análise de mérito a ser empreendida pode ocorrer sobre parâmetros
deficientes de completude e de profundidade, reverberando sobre o vindouro julgamento
político e também sobre o controle social.
Cumpre registrar que o Supremo Tribunal Federal, em sede de decisão monocrática, lavrada
pelo Excelentíssimo Min. Celso de Mello, admitiu que o Tribunal de Contas, mesmo
exercendo atribuição opinativa das contas anuais prestadas pelo Governador do Estado,
deve observar a cláusula constitucional do contraditório e da ampla defesa. Assim, confira-
se o precedente:
[…]
A circunstância de o Tribunal de Contas exercer atribuições desvestidas de
caráter deliberativo não exonera essa essencial instituição de controle –
mesmo tratando-se da apreciação simplesmente opinativa das contas
anuais prestadas pelo Governador do Estado – do dever de observar a
cláusula constitucional que assegura o direito de defesa e as demais
prerrogativas inerentes ao due process of law aos que possam, ainda
que em sede de procedimento administrativo, eventualmente expor-se aos
riscos de uma sanção jurídica.
Cumpre ter presente que o Estado, em tema de sanções de natureza
jurídica ou de limitações de caráter político-administrativo, não pode
exercer a sua autoridade de maneira abusiva ou arbitrária,
desconsiderando, no exercício de sua atividade institucional, o princípio da
plenitude de defesa, pois – não custa enfatizar – o reconhecimento da
legitimidade ético-jurídica de qualquer restrição imposta pelo Poder Público
exige, ainda que se cuide de procedimento meramente administrativo
(CF, art. 5º, LV), a fiel observância do postulado do devido processo
legal, consoante adverte autorizado magistério doutrinário (MANOEL
GONÇALVES FERREIRA FILHO, "Comentários à Constituição Brasileira de
1988", vol. 1/68-69, 1990, Saraiva; PINTO FERREIRA, "Comentários à
Constituição Brasileira", vol. 1/176 e 180, 1989, Saraiva; JESSÉ TORRES
PEREIRA JÚNIOR, "O Direito à Defesa na Constituição de 1988", p. 71/73,
item n. 17, 1991, Renovar; EDGARD SILVEIRA BUENO FILHO, "O Direito à
Defesa na Constituição", p. 47-49, 1994, Saraiva; CELSO RIBEIRO
BASTOS, "Comentários à Constituição do Brasil", vol. 2/268-269, 1989,
Saraiva; MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, "Direito Administrativo", p.
Tendo por base o citado aresto, o Tribunal de Contas da União emitiu o Acórdão nº
1464/2015, comunicando ao Congresso Nacional que as Contas do Governo referentes ao
exercício de 2014, não estavam em condições de serem apreciadas, demandando a
abertura de prazo para apresentação de contrarrazões por parte da Excelentíssima Senhora
Presidente da República Dilma Vana Rousseff, em nome do devido processo legal e em
respeito ao princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa (ACÓRDÃO
1464/2015 ATA 22 – PLENÁRIO – 17/06/2015).
Caso seja acolhida, o TCE/BA deverá emitir comunicação à augusta Assembleia Legislativa
da Bahia sobre a deliberação desse Colegiado.
2. MÉRITO
I – INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
4 Art. 86. As questões preliminares ou prejudiciais serão resolvidas antes da apreciação do mérito. (grifos)
O tratamento das regras de elaboração do PPA deve ser fixado em Lei Complementar, de
modo a conferir maior estabilidade e segurança ao planejamento público, em obediência ao
que estabelece o § 9º, I, do art. 159 da CE. A título de exemplo, confiram-se o que diz a Lei
Complementar nº 10.336/1994 editada pelo Estado do Rio Grande do Sul:
Como se vê, a efetividade das políticas públicas não depende apenas da alocação de
recursos, mas, sobretudo da gestão dos programas constantes no PPA, representada pelo
A Auditoria do TCE/BA assevera que a falta de uma sistemática instituída previamente, que
alcance tanto o processo de elaboração quanto a construção de modelo teórico para
programas do Plano Plurianual, indica o quão frágil ainda é o planejamento do Estado da
Bahia, refletindo, inevitavelmente, na qualidade dos PPAs elaborados (fls. 26/27 do Relatório
de Auditoria).
Todavia, a análise do Relatório do presente processo, bem como dos documentos que o
instruem, demonstram que a publicidade das informações de interesse público ainda se
mostra precária, tornando explícita a fragilidade do controle interno do Poder Executivo para
avaliar e corrigir a execução dos Programas de Governo. Os resultados da aplicação dos
recursos financeiros não são divulgados em linguagem simples e objetiva, conforme
diagnosticado às fls. 42/57 do Relatório de Auditoria.
(b) Ausência de procedimentos para validação dos dados de execução física das
ações orçamentárias registrados no Sistema Integrado de Planejamento,
Contabilidade e Finanças do Estado da Bahia (FIPLAN) pelas
secretarias/órgãos/entidades (fl. 43 do Relatório de Auditoria);
(c) Não apuração do desempenho dos programas e seu impacto para a população
beneficiada (fl. 44 do Relatório de Auditoria);
5 Art. 159 – Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: [… ] § 9º – Cabe à lei complementar: I – dispor sobre o
exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e organização do plano plurianual, da lei de diretrizes
orçamentárias e da lei orçamentária anual;
(e) Pouca transparência sobre a execução dos programas governamentais, bem como
acerca dos resultados do seu monitoramento e avaliação do PPA, em razão da
precariedade dos mecanismos de divulgação e da baixa clareza/insuficiência de dados
e informações disponibilizados (fls. 45 do Relatório de Auditoria);
II – CONTROLE INTERNO
O artigo 70 da Constituição Federal (CF) dispôs, em seu caput, que a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Por seu turno, o artigo
74 versou que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada,
sistema de controle interno, atribuindo-lhe finalidades.
Importante ressaltar que o órgão de controle interno, em razão da essência de sua atividade,
deve ser autônomo e independente, livre de ingerência de outros órgãos ou Poderes. Sobre
o tema, Maria Celeste Moraes Guimarães6 assevera que o controle interno deve ter
autonomia, administrativa e financeira, e independência, além de seus cargos deveres ser
providos por concurso de provas e título, sendo criadas carreiras para o exercício dessas
funções.
No âmbito do Estado da Bahia, observa-se que as ações de controle são viabilizadas por
setores dispersos, de forma pulverizada e com baixa integração entre as unidades de
controle interno, de modo que o planejamento das atividades das CCIs não se dá de
maneira estruturada e estrategicamente planejada. Nos termos do artigo 1º do Decreto
Estadual nº 16.059/2015, caberia à Auditoria Geral do Estado (AGE) promover a articulação
sistêmica das atividades desempenhadas pelas CCIs, as quais ficam sujeitas às suas
orientações técnicas.
Deste modo, faz-se necessário que a AGE realize um planejamento estruturado das
atividades das CCIs, bem como que proceda com a expedição de Orientação Técnica com
vistas a promover a integração entre as CCIs, permitindo o intercâmbio de conhecimento,
experiências, técnicas e rotinas.
Nesse bojo, registre-se que o citado decreto regulamentador das atividades das
Coordenações de Controle Interno (Decreto Estadual nº. 16.059/2015) foi demasiadamente
tímido no detalhamento das atribuições das referidas unidades setoriais de controle. Tal fato
acarretou uma ausência da avaliação dos aspectos operacionais e da eficiência das suas
atividades.
6 GUIMARÃES, Maria Celeste Moraes apud GUERRA, Evandro Martins; CASTRO, Sebastião Helvecio Ramos de. Controle
externo: estudos temáticos. Belo Horizonte: Fórum, 2012, p. 126.
prévio sobre as contas do Chefe do Poder Executivo – Exercício de 2014), que ainda
subsistem diversas irregularidades atinentes ao controle interno dos convênios, em função
das graves deficiências nas funcionalidades do FIPLAN.
No que pertine à transparência pública, cumpre destacar que a legislação não apenas obriga
a disponibilização das informações, mas também determina a facilidade no seu acesso, de
modo que este seja permitido a pessoas de diferentes níveis de instrução. Consagra
expressamente o direito de acesso à informação como direito fundamental e estabelece
diretrizes a serem observadas pela Administração Pública na sua consecução, quais sejam:
a) observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; b) divulgação
de informações de interesse público, independentemente de solicitações; c) utilização de
meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação; d) fomento ao
desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública; e) desenvolvimento
do controle social da administração pública.
O Relatório Técnico também apontou que o Poder Executivo do Estado da Bahia não
divulga, em seu portal eletrônico, informações relativas à remuneração dos servidores
públicos estaduais civis e militares, diferentemente do que ocorre no Poder Executivo
Federal e, no âmbito estadual, com o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas do Estado e
o Ministério Público.
Ademais, também foi possível constatar que no portal “Transparência Bahia” ainda não
foram implementadas melhorias que estavam previstas, tais como: a) consulta de ICMS por
região e atividade econômica; b) publicação de editais e contratos celebrados; c) divulgação
de vencimentos de servidores.
O artigo 8º, caput e § 2º, da LAI estabelece que os órgãos e entidades públicas têm o dever
de promover, independentemente de requerimentos, e em local de fácil acesso, a ampla
divulgação das informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou
custodiadas, prevendo ainda a obrigatoriedade da divulgação ser feita em sítios oficiais da
rede mundial de computadores (Internet).
• Receita de royalties:
Percebe-se que os registros das referidas receitas (IRRF de inativos e recursos de royalties)
não ocorreram nos exercícios em que foram efetivamente arrecadadas. A omissão da
contabilização em momento oportuno representa irregularidade. Todavia, o fato, por si só,
não autoriza que se reconheça como receita orçamentária do exercício seguinte. Conforme
preceitua o inciso I, do art. 35 da Lei. 4.320/64, a receita deve ser registrada no exercício em
que fora efetivamente arrecadada.
O mesmo diploma legal, agora em seu art. 398, dispõe que “os créditos da Fazenda Pública,
de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em
que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias”. Nessa mesma linha, o
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP (6ª edição), estabelece (p. 54
– versão digital):
8 Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do
exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.
[...]
Da análise dos autos, pode-se extrair que a receita orçamentária do exercício de 2015
encontra-se superavaliada em pelo menos R$ 588.193.635,58 (quinhentos e oitenta e oito
milhões, cento e noventa e três mil, seiscentos e trinta e cinco reais e cinquenta e oito
centavos), conforme tabela a seguir:
da LRF; Demonstrativo das Operações de Crédito, Anexo 4, art. 55, inciso I, alínea "d" e
inciso III alínea "c" da LRF; Demonstrativo Simplificado do Relatório de Gestão Fiscal,
Anexo 6, art. 48 da LRF); além do Balanço Orçamentário Receita Orçamentária, Receita
Corrente Líquida, Despesa com Pessoal x Receita Corrente Líquida, Dívida
Consolidada Líquida x Receita Corrente Líquida, Relação Operação de Crédito x
Receita Corrente Líquida, dentre outros. O fato apurado fragiliza as informações
fornecidas sobre o cumprimento de índices e metas fiscais do período.
Registre-se que a ora advertida contabilização imprópria reflete impactos nos exercícios de
2015 e 2016, tendo em vista que a receita corrente líquida é apurada pelo período de um
ano, ou seja, os demonstrativos apurados em períodos menores, tais como bimestre,
trimestre e quadrimestre, considerarão a referida receita por até 1 ano após a competência
na qual foi lançada.
No exercício ora analisado, os autos revelam que foram pagas a título de despesas de
exercícios anteriores (elemento 92) o montante R$1.678.113 (um bilhão, seiscentos e
setenta e oito milhões, cento e treze mil), sendo que 92,45% de valor foram executados pelo
Poder Executivo, conforme planilha a seguir (fl. 131 do Relatório de Auditoria):
Cumpre registrar que o desembolso com esse tipo de despesa correspondeu a 6,2% da
Receita Corrente Líquida e 4,3% da receita total arrecadada. Comparando o exercício de
2015 com o de 2014, percebe-se que houve um crescimento de 72,4% com pagamentos de
DEA (fls . 131/132 do Relatório de Auditoria).
Já no exercício corrente (2016), detecta-se a mesma prática, que parece ocorrer em grau
progressivo. A Tabela 40, fl. 133 do Relatório Técnico, demonstra que só no primeiro
trimestre já foi executado como DEA o montante de R$ 1.100.596.035,00 (um bilhão, cem
milhões, quinhentos e noventa e seis mil e trinta e cinco reais).
9 Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio,
com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a
Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício
correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos,
obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. (grifei) […] Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio
empenho. (grifei)
Cumpre ressaltar que a legislação pertinente (art. 37, da Lei. nº 4.320/64) apenas autoriza o
pagamento de DEA na ocorrência de uma das seguintes circunstâncias:
Percebe-se que a terceira situação dispensa a dotação orçamentária por uma questão de
impossibilidade temporal. A obrigação é gerada após o encerramento do exercício,
impossibilitando a emissão do empenho prévio, como determina o art. 60 da Lei nº 4.320/64.
Exemplos: leis e decisões judiciais que reconhecem direitos no exercício corrente com
efeitos retroativos.
O Relatório Técnico demonstra que muitas dessas despesas foram executadas de forma
irregular, fls. 134/135. Vide aresto transcrito a seguir:
10 PASCOAL, Valdecir. Direito Financeiro e Controle Externo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006, p. 74/75.
Ademais, ressalte-se que o Decreto Estadual nº 181-A/1991 exige que quando se tratar de
compromissos reconhecidos para os quais não se tenha deixado saldo orçamentário próprio
no respectivo exercício, a despesa deverá ser submetida à apreciação do Secretário ou
dirigente de órgão diretamente subordinado ao Governador. (alínea “a”, do inciso II, art 3º11).
Tal situação viola a determinação contida no art. 37 da Lei nº 4.320/64, a qual admite o
pagamento de despesas de exercícios anteriores apenas em situações específicas. A
excepcionalidade desse tipo de despesa é reforçada com a vedação imposta pelo art. 60,
também da Lei nº 4.320/64, que dispõe ser vedada a realização de despesa sem prévio
empenho. Dessa forma, tem-se que é obrigatória a efetuação do prévio empenho em
momento oportuno, inscrevendo a despesa em restos a pagar, não havendo o que se falar
em pagamento mediante DEA.
Impende asseverar que o § 1º, do art. 60 da Lei nº 4.320/6412, dispensa apenas emissão
da nota de empenho13, em casos especiais previstos na legislação específica. No entanto,
11 Art. 3º – Para reconhecimento dos débitos de exercícios encerrados, o ordenador de despesa de cada Unidade Gestora
adotará os seguintes procedimentos: I – nas hipóteses dos incisos I e II do art. 1º: a) ouvir a Inspetoria Setorial de
Finanças, ou órgão equivalente, quanto à existência de saldo orçamentário na respectiva dotação do exercício a que se
refere; b) fundamentar no seu despacho de reconhecimento de débito as razões pelas quais as despesas não foram
empenhadas no exercício de origem. II – na situação prevista no inciso III do art. 1º: a) fundamentar as razões do não
processamento no momento oportuno; b) submeter à apreciação do Secretário ou ao dirigente dos órgãos
diretamente subordinados ao Governador. (grifei)
12 Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. § 1º Em casos especiais previstos na legislação
específica será dispensada a emissão da nota de empenho.
13 Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome do credor,
a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.
IMPORTANTE
O empenho sempre será prévio. Porém, em alguns casos, PREVISTOS EM
LEI, poderá ser dispensada a emissão da nota de empenho, porém jamais
o empenho (a lei poderá dispensar a emissão da nota de empenho das
despesas oriundas de determinação constitucional ou legal, por exemplo).
Nesse caso, o empenho (reserva de dotação) poderá ser efetuado por
qualquer outro meio eficaz, como por exemplo, num “livro de controle de
14
dotações”.
Registre-se que, além do empenho ordinário (despesas com valores definidos, que devem
ser pagos numa única prestação), a Lei 4.320/6415 prevê mais dois tipos empenhos, quais
sejam: o empenho por estimativa (quando não se pode determinar, previamente, o
montante exato a ser pago, ex.: conta de luz) e o empenho global (despesas contratuais e
outras, sujeitas a parcelamento, ex: contratos de obra). Tal previsão legal abarca as diversas
situações passíveis de ocorrer no mundo fático, não havendo justificativas para a não
realização do empenho prévio.
Ressalte-se que a presente situação também impacta na análise do quanto disposto no art.
42 da LRF16, vez que despesas, em proporções cada vez maiores, vêm sendo transferidas
para exercícios seguintes, conferindo insegurança a realização do orçamento. Tal fato
decorre da ausência de empenhos e/ou liquidações no momento oportuno, fazendo com que
despesas de exercícios anteriores, conhecidas e ainda não contabilizadas, sejam
desconsideradas para fins de reconhecimento de obrigações contraídas nos respectivos
exercícios das prestações de contas.
Outra consequência percebida é a distorção no índice da despesa com pessoal, visto que
despesas de exercícios anteriores são deduzidas do índice do exercício em análise, mas,
devido o decurso do tempo, não são apropriadas ao índice do período a que se referem.
Explica-se:
14 PASCOAL, Valdecir. Direito Financeiro e Controle Externo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006, p. 74/75.
15 Art. 60 […] § 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar. § 3º É
permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento. (grifamos)
16 Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair
obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
Responsabilidade Fiscal17. Ocorre que, esse valor é expurgado em 2015, mas por já ter
ocorrido a análise do exercício de 2014, a referida despesa não será nele considerada, para
efeitos de índices de pessoal. Assim, não é contabilizada em nenhum dos períodos citados.
Cumpre asseverar que o inciso II, do art. 50 da LRF determina que na escrituração das
contas públicas a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o
regime de competência (mês), apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos
fluxos financeiros pelo regime de caixa (entradas e saídas).
Pelos motivos expostos, compreendo que esse Tribunal de Controle deve adotar medidas
para assegurar o cumprimento do quanto estabelecido nos dispositivos legais citados, tendo
em vista que a não observância distorce as informações apresentadas nos demonstrativos
contábeis, orçamentários e financeiros do Estado, dificultando a atuação do Controle
Externo, ao tempo que coloca em risco o equilíbrio e a sanidade das contas públicas.
C – Contrato nº 01/2014
No Relatório Técnico foi identificado o registro, em julho de 2015, como receita intra-
orçamentária do Funprev, o montante de R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões). Como
contrapartida da receita lançada, foi gerado um processo de despesa no elemento 93 –
Indenizações e Restituições, na Unidade 80101 – Encargos Gerais. Tal operação ocorreu
após consulta junto à Procuradoria-Geral do Estado, que se manifestou por meio do Parecer
n° GB-PGE-018/2015 (fl. 129 do Relatório de Auditor ia)18.
A Auditoria apontou que o valor em análise se refere ao Contrato nº. 01/2014, firmado entre
o Estado e Banco do Brasil em 19/12/2014, tendo como objeto serviços bancários a serem
prestados em caráter de exclusividade (18 incisos), além de outros serviços sem caráter de
exclusividade (11 incisos) (fl. 130 do Relatório de Auditoria) .
Consta dos autos que apenas 2 dos 29 incisos relativos ao objeto contratual tratam de
serviços relativos ao Funprev, quais sejam: centralização da movimentação e aplicação
financeira de titularidade do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e contratação
dos serviços previdenciários do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), mediante
precificação a ser negociada na forma das disposições do ANEXO XI (fl. 130 do Relatório de
Auditoria).
17 Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de
apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir
discriminados: […] § 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as
despesas: […] IV – decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se
refere o § 2o do art. 18; […] § 2o do art. 18 – A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês
em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência. (grifamos)
18 Processo Administrativo nº 023279/2015-0.
Do exposto, pode-se concluir, que, apenas, pequena parcela dos serviços contratados (2 de
29) refere-se aos Regimes de Previdência, razão pela qual o seu lançamento deveria
respeitar devidas proporções (Encargos Gerais x RPPS) e ser realizado no exercício de
2014, momento em que o recursos foram arrecadados. Todavia, os elementos constantes
dos autos informam que todo o valor (R$ 300.000.000,00) foi lançando como receita própria
do Funprev, em julho de 2015 (fl. 129 do Relatório de Auditoria).
A situação se reveste de intensa gravidade, haja vista que, além da contabilização indevida,
foi detectado pelos Auditores que, por meio do Decreto Financeiro nº 88, de 28/07/2015,
foram abertos créditos adicionais por excesso de arrecadação do Funprev, no valor exato de
R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões) (fl. 131 do Relatório de Auditoria).
Cumpre alertar sobre o dispêndio de valores expressivos por parte do Estado da Bahia com
o pagamento de multas e juros de mora pelo não adimplemento oportuno de suas
obrigações durante o exercício de 2015. A irregularidade descrita vem sendo reiteradamente
pontuada pelo Colegiado desse Tribunal ao longo do julgamento das contas anuais de
diversos órgãos e entidades que integram a estrutura da Administração Pública estadual20. A
19 Os extratos do Contrato nº 01/2014 e o termo de distrato do Contrato nº 01/2012 foram publicados no DOE de 20 e 21 de
dezembro de 2014 (fl. 130).
20 Auditoria de Prestação de Contas Consolidadas. Processo nº TCE/001150/2014. Exercício: 2013 – Secretaria do
Planejamento (Seplan); Prestação de Contas de Administrador. Processo: TCE/001238/2014. Exercício: 2013 –
Universidade do Estado da Bahia (UNEB); Acompanhamento da Execução Orçamentária e Financeira (AROF). Processo
nº TCE/012322/2014. Exercício: 2013 – Departamento de Polícia do Interior (DEPIN); Prestação de Contas de
Administrador. Processo nº TCE/005693/2014. Exercício: 2013 – Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM);
Prestação de Contas de Administrador. Processo: TCE/000808/2013. Exercício: 2012 – Fundação Pedro Calmon / Centro
de Memória e Arquivo Público da Bahia (FPC).
referida irregularidade é reflexo direto da fragilidade dos controles internos, bem como da
ineficiência do seu planejamento.
Consta dos autos que, em consulta ao Fiplan Gerencial, foi verificada a existência de
despesas dessa natureza nos subelementos 16 (Tributos e Multas Quando Previstos em
Contratos) e 51 (Multas não Decorrentes de Obrigação Contratual ou Relativas a Tributos),
no total de R$ 8.962.290,00 (oito milhões, novecentos e sessenta e dois milhões, duzentos e
noventa milhões) (fl. 138 do Relatório de Auditoria).
Não é só.
Registre-se que, do valor citado, R$ 3.415.000,00 (três milhões quatrocentos e quinze mil),
referem-se ao principal e R$ 4.207.000,00 (quatro milhões, duzentos e sete mil) a multa e
juros de mora.
de recursos, venha a realizar despesas que deveriam ser evitadas, por não
trazerem nenhum proveito ao interesse público a ser perseguido pelo
Estado no desempenho da sua função administrativa. Trata-se de despesa
ensejadora de prejuízo ao erário, que reclama, mormente no atual contexto
de recessão econômica e crise fiscal, a adoção de medidas por parte dos
órgãos competentes do Poder Executivo para que sejam implementados,
com urgência, mecanismos que possibilitem o adimplemento das
obrigações pecuniárias dentro do prazo legal ou contratualmente previsto,
em ordem a evitar o inaceitável emprego de recursos públicos para
pagamento de encargos moratórios.
De igual forma, deve ser apurada e corrigida nesse exercício e vindouros a constatação por
parte da Unidade Técnica de que, nas Demonstrações Contábeis Consolidadas do Estado,
não constam informações sobre gastos realizados com acréscimos moratórios, sendo
que a Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) apresenta saldo zero para o item
despesas com Juros e Encargos de Mora (fl. 138 do Relatório de Auditoria).
E – Renúncia de receita
A Lei Complementar nº. 24/75, no seu art. 1º, caput e parágrafo único, inciso IV estabelece a
exigência de celebração de convênio interestadual prévia de forma prévia a outorga de
“quaisquer outros incentivos ou favores fiscais ou financeiro-fiscais, concedidos com base
no Imposto de Circulação de Mercadorias, dos quais resulte redução ou eliminação, direta
ou indireta, do respectivo ônus”21, como bem registrado no parecer do Ministério Público de
Contas (fls. 71/72 do Parecer do MPC).
Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que não se afiguram compatíveis com
o texto constitucional a edição de atos normativos “que outorguem benefícios fiscais ou
financeiros, bem assim incentivos compensatórios pontuais, dos quais resulte redução ou
eliminação, direta ou indireta, do respectivo ônus tributário, em matéria de ICMS, sem que
tais medidas sejam precedidas da necessária celebração de convênio no âmbito do
CONFAZ”.22
Além da constatação de que grande parte dos recursos públicos é renunciada de forma
incompatível com a Constituição Federal (art. 155, § 2º, XII, g) e à margem do quanto
exigido pela Lei Complementar n.º 24/1975 (art. 1º), o exame dos presentes autos também
evidencia que a fiscalização das empresas com benefícios fiscais, quanto ao
cumprimento dos compromissos assumidos nos protocolos de intenções firmados
com o Estado da Bahia, especialmente em relação ao número de empregos gerados, de
investimentos realizados, níveis de produção alcançados e cronogramas de implantação,
não vem sendo realizada, sob o argumento de insuficiência orçamentária (fls. 147/149
do Relatório de Auditoria).
Consoante já assentado, a utilização instrumental dos efeitos da tributação, seja para onerar
ou desonerar, exige cautela e reflexão acerca dos resultados produzidos/pretendidos. A
questão relacionada à renúncia de receita é um tema tão sensível que a LRF lhe dedica
atenção em três capítulos diferentes, impondo a realização de estimativa do impacto
orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois exercícios
seguintes, atendendo ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e pelo menos uma das
seguintes condições: (i) demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa de
receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais (ii)
apresentação de medidas de compensação, por meio do aumento de receita, proveniente da
elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou
contribuição (art. 14 da LRF).
O tratamento da renúncia de receita não poderia ocorrer de forma diferente, pois o Estado
necessita de recursos financeiros para realizar o custeio das políticas públicas,
principalmente aquelas voltadas a realização dos direitos fundamentais, como saúde e
educação, que ao longo do tempo vêm exigindo cada vez mais aplicação de recursos
públicos, diante dos novos desafios impostos23.
Nesse cenário, impende assinalar que o Estado é governado com a baliza da Constituição e
em favor das necessidades de toda a sociedade. Se há tratamento diferenciado em relação
21 Art. 1º – As isenções do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias serão concedidas ou revogadas
nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal, segundo esta Lei. Parágrafo único
– O disposto neste artigo também se aplica: […] IV – à quaisquer outros incentivos ou favores fiscais ou financeiro-fiscais,
concedidos com base no Imposto de Circulação de Mercadorias, dos quais resulte redução ou eliminação, direta ou
indireta, do respectivo ônus;
22 Rcl 15819 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2014
23 Com o objetivo de avaliar os riscos de subfinanciamento de direitos fundamentais no Brasil, a Comissão de Defesa dos
Direitos Fundamentais (CDDF) do Conselho Nacional do Ministério Público realizou em 18/04/2016 “Audiência Pública
sobre o custeio constitucionalmente adequado da educação e da saúde e o papel do Ministério Público diante da crise
fiscal e da necessidade de equilíbrio federativo”. A íntegra da audiência pública encontra-se disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=e3JMxp9NtNc.
Pois bem, assim, cabe o registro, por oportuno e relevante, de que os recursos renunciados
em 2015 (R$2.580.811.000,00), equivalem a 85,74% dos gastos realizados com saúde e
38,92% dos gastos realizados com educação25. Portanto, a responsabilidade na gestão
fiscal sobre as condições da renúncia de receita exige, além do cumprimento das
condicionantes impostas pelo ordenamento jurídico, o acompanhamento dos acordos
celebrados com aqueles que são beneficiados pelo não recolhimento de tributos.
Outrossim, imperioso destacar, ainda que de forma breve, a expressividade dos gastos que
têm sido observados no âmbito da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) e em
suas unidades com servidores temporários, contratados pelo Regime Especial de Direito
Administrativo (REDA) e com os prestadores de serviço temporário (PST), os quais têm sido
utilizados para suprir considerável demanda por profissionais efetivos (professores e
assistentes administrativos), representando, portanto, afronta ao preceito constitucional que
determina a via da realização de concurso público para a investidura em cargo ou emprego
público (art. 37, II, CF), bem como violação às diretrizes fixadas pela LRF, uma vez que o
24 TORRES, Heleno Taveira. Transparência das finanças públicas é um direito coletivo. Disponível em:
<http://www.conjur.com.br/2014-nov-26/consultor-tributario-controle-financas-publicas-exige-transparencia>. Acesso em: 03
jun. 2016.
25 Considerando os valores de R$ 3.010.065.995,70 e de R$6.630.690.631,55 extraídos, respectivamente, das Tabela 6 –
DEMONSTRATIVO DAS RECEITAS E DESPESAS COM AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE e da Tabela 8 – DESPESAS
COM MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO (fls. 86 e 89 do Relatório).
26 Versam sobre a transparência fiscal os art. 1º, §1º, 48, 48 A e 49 da LRF: Art. 1º [...] § 1o A responsabilidade na gestão
fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o
equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a
limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras,
dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e
inscrição em Restos a Pagar. […] Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada
ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes
orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. […] Parágrafo único. A
transparência será assegurada também mediante: I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas,
durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; II – liberação ao
pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução
orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; III – adoção de sistema integrado de administração
financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto
no art. 48-A. Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação
disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a:I – quanto à despesa: todos os
atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a
disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço
prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos
extraordinários. Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o
exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação
pelos cidadãos e instituições da sociedade. […] (Grifamos).
27 ASSUNÇÃO, Matheus Carneiro. Incentivos fiscais em tempos de crise: Impactos econômicos e reflexos financeiros.
Disponível em: <http://www.sinprofaz.org.br/artigos/incentivos-fiscais-em-tempos-de-crise-impactos-economicos-e-reflexos-
financeiros/>. 03 jun. 2016.
suprimento de mão de obra necessária à continuidade dos serviços prestados pelo Estado
perpassa pelo correspondente e adequado planejamento orçamentário.
Ressalto que os autos registram que Poder Executivo alocou recursos orçamentários para
pagamento da despesa com REDA, em 2015, no montante de R$369.709.666,85 (fls.155 do
Relatório de Auditoria), cerca de 12,26% a mais do que no exercício anterior. Quanto ao
PST, os gastos atingiram R$147 milhões (fls. 156 do Relatório de Auditoria).
Ainda com relação à utilização indevida de PST, cabe advertir que esse tipo de contratação
não respeita a impessoalidade e a qualificação técnica, haja vista que não há processo
seletivo que permita avaliar o mérito dos candidatos. Ademais, os direitos trabalhistas dos
contratados também são negados, em razão da precariedade do vínculo firmado.
3. CONCLUSÃO
9. falha na apropriação integral dos recursos obtidos por meio do Contrato nº. 01/2014,
celebrado entre o Estado da Bahia e o Banco do Brasil S.A., como receita intra-
orçamentária própria do FUNPREV no exercício de 2015 (item 2.4.2.2);
28 É oportuno trazer a nota de rodapé nº 35 do parecer emitido pelo Ilutre Procurador-Geral do Ministério Público de Contas,
Dr. Danilo Ferreira Andrade, sobre a expedição de determinações pelo Tribunal de Contas: “Neste ponto, vale consignar
que o poder do Tribunal de Contas de expedir determinações voltadas ao exato cumprimento da lei dimana diretamente do
texto constitucional, mais precisamente do art. 71, IX, da Constituição da República, segundo o qual compete à Corte de
Contas “assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade” (função corretiva). Trata-se de competência autônoma, veiculada em norma constitucional de
eficácia plena e aplicabilidade imediata, e que é passível, por conseguinte, de ser exercida em qualquer processo no qual o
órgão controlador identifique lesão ou ameaça de ofensa à ordem jurídica, abrangendo tanto a determinação de abstenção
de ato contrário à lei (tutela de natureza inibitória, vocacionada à prevenção do ilícito), quanto a determinação para adoção
de medidas necessárias à correção/eliminação de ilicitude identificada (tutela de remoção do ilícito). Logo, o fato de a Lei
Complementar n. 005/91 ter sido omissa em relação à possibilidade de o Tribunal expedir determinações na oportunidade
da apreciação de processos de contas (art. 24) jamais pode conduzir ao (equivocado) entendimento de tal competência
não pode ser exercida, sob pena de subversão do escalonamento hierárquico das normas jurídicas e de clara violação ao
princípio da supremacia da constituição.”
Adiro a expedição de alerta proposta pelo Ilustre Conselheiro Relator, estabelecido no art.
59, § 1º, II, da Lei Complementar nº 101/2000, tendo em vista que a despesa total com
Pessoal e Encargos Sociais (Poder Executivo e Consolidado), em 31/12/2015, ultrapassou
95% do limite de gastos, sendo obrigatória a observância à vedação prevista no art. 22 da
LRF (item 2.3.3).
É o VOTO.
Em 07 de junho de 2016.
Carolina Costa
Conselheira
Exmo. Sr. Cons. João Bonfim, eminente Relator das Contas do Governo do Estado da
Bahia, exercício de 2015,
Exmos. Srs. Conselheiros,
Exmos. Representantes do Ministério Público de Contas e da Procuradoria Geral do Estado,
Servidoras e servidores da Casa,
Senhoras e senhores,
Dizem que não é pela capa que se conhece um grande livro. Mas, indubitavelmente, um
memorável trabalho auditorial precisa ser grandioso em todos os seus aspectos. E esse
exame das Contas Governamentais, referentes ao exercício de 2015, superou as nossas
expectativas. A começar pelo primor da sua capa, que se deveu, até onde fui informado, ao
esforço criativo de talentosos servidores do nosso Núcleo de Informação e Documentação.
Mas o mérito também é, sem dúvida alguma, do Exmo. Cons. João Bonfim, que, na
condição de Relator, soube muito bem escolhê-los.
O fato é que não se pode olvidar que os Relatórios e Pareceres Prévios produzidos pelos
Tribunais de Contas, ao trazerem elementos técnicos essenciais para a análise das Contas
Governamentais, em muito auxiliam o seu julgamento pelas Casas Legislativas. Pois entre
quem faz (Poder que executa) e quem tem a competência constitucional de julgar (Poder
que legisla) deve existir sempre uma opinião prévia, técnica, longe dos perigosos caminhos
da subjetividade, e, antes tudo, independente.
Tendo o seu papel fiscalizador assegurado pela Carta Magna de 1988, bem como pela
Constituição Estadual de 1989, o Tribunal de Contas do Estado da Bahia procura exercê-lo
com transparência, buscando, cada vez mais, o envolvimento do cidadão, cuidando com
zelo do dinheiro que ao povo pertence.
Afinal, em tempo de sedição, os Tribunais de Contas precisam ser, cada vez mais,
imparciais, circunspectos e dizer o que precisa ser dito, sempre pautados em exames
auditoriais, em momento e locais próprios.
Vale mencionar que, na relatoria destas contas referentes ao exercício de 2015, o Exmo.
Relator inovou ao já seguir o quanto disposto na Resolução nº 164/2015, obrigatória para os
processos de contas de governo dos exercícios de 2016 e 2017, a qual dispõe sobre a
Normatização dos Procedimentos para Emissão do Relatório e Parecer Prévio das Contas
de Governo no âmbito desta Corte, no que diz respeito à sua elaboração, prevista no Título
VII da citada norma.
Desse modo, tal Relatório passou a ser composto, também, de uma sessão analítica, além
de uma conclusiva: a primeira, formada pelo relatório consolidado das Coordenadorias de
Controle Externo (CCEs) e a segunda, pelo relatório sintético, a cargo do conselheiro-relator.
Outro aspecto de destaque foi o cuidado em manter o arcabouço técnico do Parecer Prévio,
observando os padrões internacionais, em perfeita sintonia com o recomendado pelas
Normas Brasileiras de Auditoria do Setor Público e pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Isso porque, é imperioso que se diga, o Parecer Prévio emitido pelos Tribunais de Contas,
para mim, sempre, Casas de Auditoria, é um documento de elevado teor técnico
especializado, sendo considerado um dos mais importantes instrumentos de transparência
da gestão governamental, uma vez que traz, materialmente, apreciação apolítica das contas
consolidadas e prestadas anualmente pelo Chefe do Poder Executivo, demonstrando ser,
por conseguinte, um importante instrumento para efetivar o mecanismo de “freios e
contrapesos” entre os poderes governamentais.
Inaldo Araújo
Conselheiro-presidente
controle externo a cargo desta Casa. Antes de iniciar a apreciação das Contas propriamente
dita, por reconhecimento e agradecimento, quero parabenizar, além dos auditores que
subscreveram a Seção Analítica, os servidores Ane Gleide da Conceição de Araújo, Edson
Silva Santos, Cristiano Pereira Rodrigues, Denilze Alencar Sacramento, Marcelo
Mascarenhas Liguori, Mário Sérgio Afonso Oliveira, Marystella da Silva de Souza, que,
juntos, não mediram esforços para a realização de todas as etapas necessárias à
elaboração deste trabalho. As contas foram prestadas pelo Excelentíssimo Senhor
Governador, Rui Costa, à Assembleia Legislativa, em 15/02/2016, na forma prevista no art.
105, XV, da Constituição Estadual. Por sua vez, a Assembleia Legislativa as enviou a este
Tribunal em 15/04/2016, tendo sido aqui autuadas sob o nº TCE/002434/2016, em
18/04/2016. Sua composição compreende: Relatório Anual de Atividades do Governo;
Demonstrações Contábeis Consolidadas do Estado; Inventário dos Bens Imóveis dos
Órgãos da Administração Direta do Poder Executivo (Relatório Imobiliário do Estado) e
Relatório Anual de Avaliação Parcial da Execução do PPA 2012-2015, ano 2015, volumes I e
II. Analisando a conjuntura brasileira atual, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em 2015, mensurando o índice de inflação, apurou que o Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 10,67%. Porém, mais importante que a variação dentro
do exercício, é a variação dos últimos 12 meses, que, para o ano de 2015, apresentou um
crescimento quase uniforme das taxas calculadas mês a mês, somente visualizada
graficamente a sua curva decrescente a partir de fevereiro de 2016. Quando verifico a
quantificação do Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado para o ano de 2015,
observo que ele foi negativo em 3,8%, sendo o único setor positivo o de exportação de bens
e serviços, com 6,1%, e os piores índices foram dos setores importação de bens e serviços
(-14,3%) e formação bruta de capital fixo (-14,1%). Com relação ao impacto desses índices
na força de trabalho, o IBGE, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios,
com dados do último trimestre de 2015, comparado ao mesmo trimestre do ano anterior,
apontou que houve um crescimento de 1,1% na população apta a trabalhar. Em
contraponto, foi observada redução de 3% nos empregados no setor privado com carteira
assinada, de 4,3% entre os sem carteira assinada, e de 2,2% dentre os empregados
públicos. Por seu turno, foi registrado um crescimento de 1,2% nos empregadores e 5,2%
nos trabalhadores por conta própria, havendo, assim, uma migração de desempregados
para setores autônomos que não possuem rendimentos nem direitos trabalhistas totalmente
garantidos. Analisando por grupamento de atividade, a força de trabalho da indústria geral
ficou reduzida em 7,9%, enquanto a agricultura, em 1,5%. Não obstante a redução da força
de trabalho também no setor agrícola, foi mensurado um desempenho positivo de 1,8% do
PIB na agropecuária e de 4,9%, na extrativa mineral. Esses dados apontam uma redução
nos setores agrícolas intensivos de mão de obra, em razão da diminuição da área plantada
e do aumento da mecanização. Portanto, constato que o incentivo ao agronegócio é
fundamental para o crescimento e a empregabilidade. O IBGE concluiu que a massa de
rendimento real habitual foi reduzida em 2,4%, impactando na redução do consumo das
famílias, devido à perda de poder aquisitivo, e na redução do montante salarial, em razão do
desemprego de integrantes do núcleo familiar, repercutindo na queda das arrecadações
tributárias dos entes federados. No entanto, o índice mais importante para o Estado da
Bahia, seja por conta da arrecadação tributária estadual, seja pela cota-parte dos tributos
federais, é o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), com percentual negativo de 7,3%
ao final do quarto trimestre, culminando com os valores para três trimestres anteriores de
3,8%, 4,8% e 6,0%, todos negativos. Abro aqui um parêntese para comentar que a redução
de IPI e de ICMS tem uma relação direta com o baixo desempenho do agronegócio, que
influencia diretamente, na medida em que quanto mais áreas são plantadas, mais máquinas
são adquiridas, mais insumos são consumidos e mais ICMS são pagos, através do consumo
de combustível e de energia. A diminuição do desempenho do agronegócio impacta
diretamente com a arrecadação de IPI e ICMS. Com relação à arrecadação tributária, o
Ministério da Fazenda informa que todas as divisões econômicas tiveram, em 2015,
comparando com o ano anterior, a preços corrigidos para dezembro de 2015, quedas de
arrecadação, culminando no total geral de menos 3,78%. A arrecadação das receitas
administradas pela Receita Federal, abrangendo todos os tributos federais, sofreu, em 2015,
uma redução total de 4,66%, sendo que o IPI, de interesse dos estados, devido às cotas
partes do Fundo de Participação dos Estados (FPE), decresceu em 16,07% sua
arrecadação. Neste contexto, a receita pública estadual, que representa a totalidade dos
recursos arrecadados pelo Estado, sendo gerida pelo Poder Executivo por meio da SEFAZ,
exceto quanto às taxas cartorárias, arrecadadas e geridas pelo Poder Judiciário, mas
escrituradas como receitas tributárias pela SEFAZ, apresentou um desempenho negativo,
com decréscimos comparativos nos últimos três exercícios nos valores de percentuais de
5,61%, 3,21% e 5,70%, conforme Tabela 48, fls. 141 do Relatório. Em termos absolutos, a
receita pública do Estado efetivamente arrecadada em 2015 atingiu o valor de
R$39.213.169.665,73, sendo receitas correntes o montante de R$36.342.627.176,27 e de
capital, de R$2.870.542.489,46. Dentre os tipos de receitas, destaca-se a tributária, que
representou R$19.630.984.102,66, já deduzida do valor relativo à conta retificadora, no
montante de R$2.804.252.722,71, correspondendo a 50,06% da receita arrecadada. Por seu
turno, dentre as receitas tributárias, tem-se relevo àquela decorrente do Imposto sobre
Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações (ICMS), que totalizou
R$18.317.776.172,57, representando 85,34% da receita total com impostos. No comparativo
dos últimos quatro anos, a receita com o ICMS, conforme se observa na Tabela 51, fls. 143
do Relatório, vem apresentando crescimento nominal, nos seguintes percentuais, de 10,99
%,16,04%, 10,70%, e 5,48%. No exercício de 2015, o Estado da Bahia recebeu
transferências constitucionais da União no montante de R$9.587.412.132,68, referentes às
transferências correntes e de capital. Deduzindo-se o valor da conta retificadora das
transferências correntes, obtém-se o valor líquido de R$7.959.833.467,01. O comportamento
dessas transferências, nos últimos dois exercícios, revelou um crescimento nominal de
2,32% em relação a 2014. No pertinente à receita proveniente de transferências de
convênios da União, que tinha apresentado um crescimento de 104,00% entre 2013 e 2014,
apresentou queda de 66,06% no comparativo entre 2014 e 2015, representando, em termos
absolutos, uma redução de R$847.338.152,29. Visando incrementar a arrecadação, o
Governo do Estado promoveu ações como a criação do Domicilio Tributário Eletrônico (canal
de comunicação direta on-line do contribuinte com o fisco estadual), a ampliação do Canal
Verde (canal eletrônico de fiscalização on-line, com maior eficácia e melhores condições
para o atendimento ao contribuinte), a criação do programa Sefaz On-line (inserindo o fisco
baiano na nova realidade de dados digitais), e a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica
(NFC-e). Considerando o índice de inflação do IPCA de 10,67% em 2015, concluo que,
mesmos nos subgrupos de receita pública nos quais houve crescimento nominal, há queda
real da arrecadação estadual, que, apesar de se encontrar em consonância com o cenário
brasileiro, impõe a adoção de medidas para restabelecer o equilíbrio fiscal do Estado,
considerando o Resultado Primário negativo, conforme demonstrado no item 2.3.8 do
Relatório das Contas de Governo. Neste cenário atual de tendência decrescente na
arrecadação estadual, além das medidas de contenção de despesas, foi identificada, pelos
auditores, a necessidade de aprimoramento da fiscalização das empresas com benefícios
fiscais (item 2.4.3.5.2 do Relatório) e da recuperação de créditos inscritos na Divida Ativa
Tributária (item 2.4.5.2.3.1.1 do Relatório). Em relação à fiscalização das empresas
beneficiárias de incentivos fiscais, a Auditoria recomendou à Secretaria de Desenvolvimento
Econômico (SDE) que envide esforços para implementar, no mais curto prazo possível, o
Módulo de Acompanhamento do Sistema de Atração de Investimentos, visando à efetiva
fiscalização e monitoramento dos protocolos de intenções firmados com o Estado, com
emprego de vistorias. Quanto à recuperação de créditos tributários, a Auditoria apontou que,
a longo prazo, o uso frequente da estratégia de anistias fiscais se mostra de baixa eficácia,
como demonstra a grande diferença entre o montante recuperado em 2013 e o que se
alcançou dois anos depois, gerando nos contribuintes uma relativa despreocupação com
eventual autuação fiscal, criando a cultura da inadimplência beneficiada ao invés da
valorização da adimplência, por meio de descontos por antecipação de pagamentos ou
outros meios de incentivos aos contribuintes. Neste contexto, verifica-se que a morosidade
Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), atualmente o quadro mudou, apesar de estarmos
longe do desejado, mas a criação e qualificação de hospitais regionais, capacitados para
suprir as necessidades dos postos de saúde e hospitais municipais, a implementação de
Unidades de Pronto Atendimento (UPA), especializadas e qualificadas em atendimentos de
média complexidade, possibilitando a avaliação dos casos clínicos dos pacientes,
encaminhando à Capital quando estritamente necessário, permitindo celeridade, rapidez e
eficiência no acolhimento e tratamento, demonstram que o rumo adotado é coerente com os
objetivos determinantes para uma saúde pública gratuita prevista pela Constituição Federal.
A despesa com educação superou o mínimo anual de 25% das Receitas de Impostos na
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino, previsto no art. 212 da Constituição Federal,
atingindo 27,96%. Já o mínimo anual de 60% do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) na
Remuneração do Magistério com Ensino Fundamental e Médio também foi ultrapassado,
atingindo 84,41%, conforme confirmado pela Auditoria no item 2.3.2 do Relatório, fls. 88 a
90. Além dos limites mínimos constitucionais para gastos com educação, devemos analisar
a qualidade destes gastos como contrapartida da melhoria da educação, buscando utilizar
índices setoriais existentes ou propondo que o Governo elabore outros, permitindo a
mensuração do grau de melhoria na qualificação do ensino. Isto já vem sendo feito por meio
das avaliações aplicadas no ensino médio, no ingresso nas escolas técnicas federais e nas
universidades públicas do País. No pertinente às despesas com Pessoal e Encargos
Sociais, verifico que o limite prudencial estabelecido na LRF foi ultrapassado tanto no
consolidado, que reúne todos os entes do Estado, quanto no referente ao Poder Executivo,
conforme demonstrativos publicados pelo Estado da Bahia, bem como nos cálculos
realizados pela Auditoria, item 2.3.3 do Relatório, fls. 91 a 99. Registro que os limites
definidos pela LRF são: alerta (54,00%), prudencial (57,00%) e máximo (60,00%) para o
consolidado, que representa o conjunto de todos órgãos e entes da Administração. Somente
para o Executivo, os limites são: alerta (43,74%), prudencial (46,17%), e máximo (48,60%).
Para o último quadrimestre de 2015, os valores publicados pela Administração e os
calculados pela Auditoria foram: para o consolidado, 57,44% e 58,17%, respectivamente; e
para o Poder Executivo, 47,61% e 48,33%, respectivamente. As divergências nos valores
decorrem: da não inclusão, pelo Poder Executivo, de despesas incorridas com prestadores
de serviços temporários em substituição a servidores, no valor de R$51.320.525,79, e de,
com Pessoal e Inativo, no montante de R$2.090.775,49. Também foi apurada divergência
nos valores da rubrica “Inativos com Recursos Vinculados”, no montante de
R$143.332.439,97; e da não inclusão, pelo Ministério Público, de verbas referentes aos
Abonos de Permanência e de Férias, no montante de R$29.156.093,51, e por valores de
despesas apuradas com Pessoal Inativo e Pensionista, no total de R$ 672.889.439,73,
Órgão/Poderes, na forma demonstrada na Tabela 16, fl. 98 do Relatório. Por conveniente,
cabe registrar a decisão proferida na Resolução n.º 031/2016 deste TCE, que, em resposta
à consulta formulada pela Administração, fixou entendimento pela possibilidade de exclusão
das despesas com pessoal relativas ao abono permanência, abono de férias e abono
pecuniário. Ressalte-se que, até o final do Relatório, apenas, o Ministério Público e o
Tribunal de Justiça apresentaram seus demonstrativos com a exclusão das despesas em
comento. A Auditoria registrou, ainda, que mesmo que se exclua do cômputo das despesas
com pessoal os valores registrados pelo Ministério Público e Tribunal de Justiça, relativos
aos abonos de permanência, férias e pecuniário, e aqueles identificados pela auditoria,
pertencentes ao Poder Executivo, o limite das despesas com pessoal do consolidado e do
Poder Executivo permaneceriam acima do limite prudencial, respectivamente, 58,49% e
47,65%. O Poder Executivo, ultrapassando o limite prudencial previsto no art. 22 da Lei
Complementar n.º 101/2010, está submetido às seguintes vedações previstas nesse mesmo
dispositivo: I – concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a
qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou
contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição; II – criação
de cargo, emprego ou função; III – alteração de estrutura de carreira que implique aumento
de despesa; IV – provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a
dos indicadores para os Programas, de forma a conter, pelo menos, a natureza do indicador
(resultado ou efeito), os índices de referência e os esperados anuais, a forma de cálculo, a
fonte das informações e a indicação dos responsáveis (item 2.1.1 e 2.1.2); 4. garanta a
compatibilização entre o Plano Plurianual e a Lei Orçamentária Anual, explicitando as
vinculações entre ações orçamentárias e as Iniciativas do PPA 2016-2019, nos termos dos
arts. 165 da Constituição Federal e 159 da Constituição Estadual (item 2.1.3); 5. revise os
indicadores estabelecidos no PPA 2016-2019, de forma a projetar os índices esperados,
para cada ano e para o final do Plano, para viabilizar a mensuração do resultado obtido após
a implementação das ações de governo, com vistas a garantir a efetiva avaliação e
acompanhamento dos resultados das políticas públicas implementadas; 6. revise as metas
estabelecidas no PPA 2016-2019, de forma a eliminar o caráter de ação a ser executada,
dando às mesmas aspecto mensurável, qualitativo ou quantitativo, bem como realize
projeções anuais, que permitam o monitoramento regular de seu cumprimento, e,
consequentemente, dos compromissos a elas atrelados (item 2.1.5); 7. garanta a execução
dos Programas Prioritários, visando ao cumprimento das salvaguardas estabelecidas na Lei
de Diretrizes Orçamentárias de cada exercício, alocando recursos necessários para a sua
execução, a fim de garantir um melhor desempenho das prioridades definidas por lei (item
2.1.6); 8. aprimore as metodologias e os processos de acompanhamento, de monitoramento
e de avaliação dos PPAs, através de melhorias a serem implementadas no Relatório de
Avaliação da Execução do Plano Plurianual e Relatório Anual de Governo, que permitam
identificar e aferir os resultados dos Programas definidos no PPA 2016-2019, bem como as
informações relativas à série histórica dos indicadores utilizados (item 2.1.7); 9. elimine os
entraves que impedem a maior competitividade do setor do agronegócio, permitindo atração
de mais investimentos para o Estado (item 3.1); Quanto ao controle interno da Administração
Pública: 10. adote medidas para o incremento do quantitativo de pessoal lotado nas
unidades que compõem o sistema de controle interno estadual, sobretudo na Auditoria Geral
do Estado (AGE), a fim que estas unidades possam desempenhar todas as suas atribuições
definidas em lei, promovendo, ainda, ampla capacitação aos servidores (item 2.2.1); 11.
estimule na alta administração a valorização do perfil dos ocupantes das CCIs, visando a
redução da elevada rotatividade do quadro de pessoal daqueles que exercem funções
relacionadas ao controle interno; 12. promova ações voltadas para a criação de unidades de
controle interno nas entidades da Administração indireta que porventura ainda não tenham
sido implantadas; 13. garanta, por meio das Coordenações de Controle Interno, a utilização
de indicadores para acompanhamento, controle e fiscalização da execução orçamentária,
financeira e patrimonial, bem como para o monitoramento das ações e programas do PPA
(item 2.2.1); 14. agilize ações para a institucionalização do Órgão Central de Controle,
Acompanhamento e Avaliação Financeira de Contratos e Convênios - OCAAF, previsto na
Lei Estadual de Licitação e Contratos nº 9.433/2005 (item 2.2.2); 15. garanta o pleno
funcionamento do Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças (FIPLAN)
em relação ao acompanhamento da gestão dos convênios, especialmente, no tocante ao
registro da ocorrência de prestação de contas e das providências adotadas pela
Administração para os convênios tidos por irregulares (item 2.2.3 e 2.2.4); 16. realize a
alimentação sistemática do FIPLAN do Submódulo de Acompanhamento da Ação
Governamental (item 2.2.3); 17. regulamente e implemente o Conselho Gestor de Acesso à
Informação - CGAI, previsto pelo § 6º, do art. 28 da Lei Estadual nº 12.618/12, objetivando
adequar o cenário da transparência baiana à legislação estadual e federal; 18. promova a
designação dos órgãos responsáveis que exercerão as competências estabelecidas nos
incisos do art. 29 da Lei Estadual nº 12.618/2012 (item 2.2.4); 19. promova a designação
formal de agentes de monitoramento, junto aos órgãos componentes do Poder Executivo do
Estado da Bahia, no sentido de realizar as funções estabelecidas pelo art. 7º da LAI (item
2.2.4); 20. finalize o projeto de identidade digital de governo, de modo a promover a
padronização e publicação das informações mínimas, contidas no inciso I, art. 4º, § 1 do art.
8º da Lei nº 12.527/2011 (item 2.2.4); 21. regulamente o procedimento de classificação e
desclassificação de informações sigilosas, em cumprimento aos arts. 22 a 24 da Lei n°
12.618/2012, com o objetivo de viabilizar que a autoridade máxima de cada órgão ou
entidade estadual publique tais informações em seus sítios da Internet (item 2.2.4); 22.
disponibilize de forma descentralizada, em cada órgão, de local para atendimento
presencial, conforme disposto no art. 6º e § 1º, inciso I do art. 9º da Lei Estadual n°
12.618/2012, devendo cada unidade adotar um plano de avaliação do crescimento da
demanda para aferir a necessidade de instalação de um espaço exclusivo para o
atendimento presencial do SIC (item 2.2.4); 23. regulamente os procedimentos para
tratamento de informação pessoal, conforme previsão do § 5º, art. 25 da Lei Estadual nº
12.618/2012 (item 2.2.4); 24. encaminhe a este Tribunal de Contas, no prazo de 60 dias,
documentação que comprove a possibilidade de interpor recursos pelo Sistema de Ouvidoria
e Gestão Pública - TAG, bem como imagens com captura de telas do sistema, evidenciando
a funcionalidade e o fluxograma que apresente os procedimentos necessários ao manejo da
via recursal (item 2.2.4); 25. proceda à divulgação dos vencimentos dos servidores civis e
militares, bem como dos proventos dos agentes públicos aposentados e dos pensionistas,
em obediência ao princípio da transparência, com o fim de permitir o controle social sobre os
gastos públicos e viabilizar a concretização plena do direito fundamental de acesso à
informação pública (arts. 5º, inciso XXXIII, 37, § 3º e 216, § 2º da Constituição Federal (item
2.2.4); 26. atualize no portal "Transparência Bahia" informações sobre os convênios
celebrados para possibilitar a transparência que deve ser dada às ações públicas, como
forma de viabilizar o controle social e a bem do princípio da publicidade, nos termos dos
arts. 5º, inciso XXXIII e XXXVII da Constituição Federal (item 2.2.4). Quanto à Gestão
Orçamentária, Financeira e Patrimonial do Estado da Bahia: 27. apure a causa para as
rotineiras alterações dos Demonstrativos Fiscais após a sua publicação, evitando, assim,
que essas ocorrências possam comprometer a consistência das informações prestadas
(item 2.4.1); 28. implemente o Módulo de Acompanhamento do Sistema de Atração de
Investimentos, visando à efetiva fiscalização e monitoramento dos protocolos de intenções
firmados com o Estado, das empresas com benefícios fiscais (item 2.4.3.5.2); 29. proceda à
correta classificação das despesas com pagamentos dos prestadores de serviços
temporários, que se refiram à substituição de servidores, incluindo-se o percentual relativo à
cota patronal calculado com base nesse valor, a fim de que sejam incluídas no cálculo das
despesas com pessoal do Poder Executivo, sem prejuízo da adoção de providências que
visem a descontinuar a política de contratação de pessoal via de PST (item 2.4.4.2); 30.
observe o princípio da prudência ao contrair obrigações para o Fundo de Custeio do Plano
de Saúde dos Servidores Públicos Estaduais (FUNSERV), sem recursos suficientes para
quitá-las (item 2.4.4.3.2); 31. elabore, em articulação com a SECOM, instrumentos de
planejamento para uma eficiente e eficaz execução de suas ações de comunicação pública,
conexas com o controle e transparência dos gastos do Estado com propaganda e
publicidade (item 2.4.4.4); 32. elabore um plano de recomposição das fontes não vinculadas,
o que impõe a programação de um esforço fiscal, associada a uma gestão orçamentária e
financeira mais eficiente, incluindo dispositivos específicos nas normas de encerramento de
exercícios, além de diretrizes e procedimentos para prevenir ou minimizar os desequilíbrios
entre as fontes de recursos do Estado, em relação à inscrição em restos a pagar não
processados de despesas orçamentárias, relativas a fontes vinculadas, sem suficiência de
caixa (item 2.4.5.1.1); 33. articule, com os órgãos afins, a tempestividade na contabilização
das receitas de royalties, evitando assim distorções nas informações contábeis e financeiras
(item 2.4.5.1.3); 34. promova ações integradas entre as Secretarias responsáveis pela
execução de ações financiadas por recursos de royalties, objetivando a aplicação integral
das receitas dessa rubrica nas áreas eleitas para aplicação desses valores, tanto no
dispositivo Constitucional quanto na Lei nº 9.281/2004 (item 2.4.5.1.3.1); 35. apoie as ações
do CIRA, fortalecendo o trabalho conjunto da SEFAZ, a SSP, o MPE, a PGE e o TJ, para o
aumento da recuperação de débitos fiscais (item 2.4.5.2.3.1.1); 36. intensifique a integração
entre os sistemas SIGAT e FIPLAN, visando a eliminação de falhas que comprometem a
exatidão dos números, possibilitando a criação de rotinas que automatize os lançamentos,
em relação aos Acréscimos e Baixas no Saldo da DAT (item 2.4.5.2.3.1.2); 37. realize
estudos para a redução de custos fiscais da PRODEB e EGBA (item 2.4.5.3); 38. observe a
Resolução CFC nº 1.136/2008, que aprovou a NBC T 16.9, sobre depreciação, amortização
sentido proposto pela Exma. Sra. Conselheira Carolina Costa, mas para que os autos
retornassem à unidade técnica competente a fim de que fossem aprofundados os exames
técnicos relativos a três dos cinco achados auditoriais que S. Exa. apresenta aqui na sua
preliminar, ressaltando que o prazo de sessenta dias para a apreciação das Contas de
Governo é, processualmente, qualificado como prazo impróprio, já que o seu
descumprimento, a sua inobservância não gera qualquer tipo de consequência processual,
ou seja, não há de se falar aqui em preclusão temporal para a realização do exame a cargo
do Tribunal de Contas". Pediu a palavra o Ilmo. Sr. Procurador do Núcleo de Atuação da
Procuradoria Geral do Estado junto a este Tribunal, Dr. Rogério Carvalho para, inicialmente,
parabenizar o Exmo. Sr. Conselheiro Relator pela precisão do seu relatório ao avaliar, de
maneira sistemática e bastante objetiva, todos os pontos da prestação de contas do
Excelentíssimo Senhor Governador, ressaltando que se trata de um trabalho árduo pelo
volume de informações e de ocorrências que existem. Ainda com a palavra, o Ilmo. Sr. Dr.
Rogério Carvalho fez registrar, "como representante do Estado da Bahia, que este entende
que as informações que já constam no processo são suficientes e as matérias levantadas
pela auditoria foram objeto de uma análise precisa do Ministério Público"; que a principal
questão apresentada por esse parquet foi muito bem enfrentada no parecer do nobre
Relator; e concluiu pela desnecessidade de oitiva do Excelentíssimo Senhor Governador
para trazer mais elementos aos autos. Pediu a palavra o Exmo. Sr. Conselheiro Vice-
Presidente Gildásio Penedo Filho para, após saudar o Exmo. Sr. Conselheiro Presidente
Inaldo Araújo, os demais Conselheiros, as representações das Procuradorias, e, de modo
especial, o Exmo. Sr. Conselheiro Relator, toda a sua equipe e o corpo auditorial do Tribunal
de Contas do Estado da Bahia, representado pelo Ilmo. Sr. Superintendente Técnico, Dr.
José Raimundo Bastos de Aguiar, pela qualidade técnica desse importante e robusto
trabalho de análise das Contas Governamentais do exercício de 2015, saudando, também,
os senhores e senhoras presentes, manifestar o seu posicionamento a respeito da
preliminar suscitada pela Exma. Sra. Conselheira Carolina Costa, no sentido de que
considera bastante razoável a ponderação do Ministério Público e também a possibilidade,
em tese, de abertura de diligência, sem, efetivamente, ferir o postulado do art. 91, inciso I, e
que nos últimos quatro anos sempre presenciou o respeito do prazo constitucional de
sessenta dias para a elaboração do Parecer Prévio, tendo o Exmo. Sr. Conselheiro
Presidente Inaldo Araújo acrescentado que nos últimos trinta anos, apenas em um exercício
o citado prazo não foi observado. Na oportunidade, o Exmo. Sr. Conselheiro Vice-Presidente
Gildásio Penedo Filho expressou o seu entendimento com relação aos pontos abordados
pela Exma. Sra. Conselheira Carolina Costa para justificar a proposta da preliminar, e,
entendendo que não há, neste momento, nenhum prejuízo ao enfrentamento do mérito, e
que há condições do Plenário apreciá-lo, uma vez que considera não haver ofensa nenhuma
ao princípio do contraditório e da ampla defesa, votou contra a preliminar. Pediu a palavra o
Exmo. Sr. Conselheiro João Bonfim para, ao também manifestar o seu voto contra a
preliminar, fazer registrar que a equipe responsável por este trabalho teve o cuidado de
buscar, junto a cada Secretaria de Estado, os esclarecimentos referentes aos pontos de
maior gravidade, e que a apreciação das Contas do Chefe do Poder Executivo, no seu ponto
de vista, está apta a ser julgada, não havendo necessidade de se oferecer ao Poder
Executivo a possibilidade de exercer o direito da ampla defesa e do contraditório. O Exmo.
Sr. Conselheiro Marcus Presídio e o Exmo. Sr. Conselheiro Corregedor Antonio Honorato
manifestaram-se contra a preliminar, acompanhando os votos do Exmo. Sr. Conselheiro
Vice-Presidente Gildásio Penedo Filho e do Exmo. Sr. Conselheiro João Bonfim, e o Exmo.
Sr. Conselheiro Pedro Lino acompanhou a Exma. Sra. Conselheira Carolina Costa na sua
proposta de preliminar, tendo o Exmo. Sr. Conselheiro Presidente Inaldo Araújo registrado
que, por maioria de votos, o Plenário deliberou contra a preliminar, restando vencidos a
Exma. Sra. Conselheira Carolina Costa, proponente, e o Exmo. Sr. Conselheiro Pedro Lino.
Durante a apreciação da preliminar acima, o Exmo. Sr. Conselheiro Presidente Inaldo
Araújo, com base no art. 48 do Regimento Interno desta Casa, submeteu à deliberação do
Plenário a prorrogação desta sessão até as vinte horas, com o que concordou o Tribunal
Pleno. Em seguida, o Exmo. Sr. Conselheiro Presidente Inaldo Araújo deu início à discussão
exercícios anteriores não se reverteram em ações objetivas por parte do Poder Executivo
estadual, acompanho a expedição de alerta sobre o fato das despesas de pessoal terem
ultrapassado o limite prudencial, e sugiro que sejam transformadas em DETERMINAÇÕES
ao Exmo. Sr. Governador do Estado, para correção das irregularidades apontadas pelos
auditores deste Tribunal, as demais recomendações propostas pelo Exmo. Sr. Conselheiro
Relator João Bonfim. Acrescentando, ainda, as DETERMINAÇÕES propostas pelo MPC e
transcritas a seguir: 1) o Poder Executivo proceda, por meio das Coordenações de Controle
Interno e demais estruturas de controle interno, sob a articulação, coordenação e orientação
técnica da Auditoria Geral do Estado, à avaliação acerca cumprimento das metas previstas
no plano plurianual, bem como da eficácia, eficiência e efetividade da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial; 2) adote as providências necessárias à devida institucionalização
do Órgão Central de Controle, Acompanhamento e Avaliação Financeira de Contratos e
Convênios (OCAAF), observando as atribuições e competências previstas na Lei Estadual
n.º 9.433/2005; 3) adote as medidas concretas para a efetiva implantação do Comitê Gestor
de Acesso à Informação (CGAI), nos termos do art. 28 da Lei Estadual n. 12.618/2012, a fim
de que, enfim, o referido órgão cumpra o desiderato proposto pela norma, no sentido de
suprir lacunas em matéria de transparência pública estadual, mormente quanto ao
processamento dos recursos legais previstos, classificação e desclassificação de
informações sigilosas e padronização da publicidade das informações divulgadas; 4) o
Poder Executivo divulgue, nos seus sítios eletrônicos oficiais, as informações relativas aos
valores detalhados das remunerações dos agentes públicos estaduais, de forma nominal e
individualizada, em cumprimento ao dever de transparência dimanado do princípio da
publicidade (art. 37, caput, da CF) e do direito fundamental à informação pública (art. 5o ,
XXXIII, da CF), bem como ao comando legal inserto no art. 48-A, inciso I, da LRF c/c art. 8o
, caput e § 2º da Lei de Acesso à Informação, trilhando, assim, o caminho já desbravado por
diversos outros órgãos da Administração Pública brasileira; 5) para possibilitar a
transparência que deve ser dada às ações públicas, como forma de viabilizar o controle
social e a bem do princípio da publicidade insculpido no art. 37 da Constituição Federal de
1988 c/c o art. 5º, inciso XXXIII, da mesma Carta Magna, disponibilize no portal
“Transparência Bahia” informações sobre convênios celebrados nos exercícios 2013 e
subsequentes; 6) adote as providências necessárias no sentido de descontinuar a política
de contratação de Prestadores de Serviços Temporários (PST) para o desempenho de
atividades próprias de servidores públicos; 7) adote, com urgência, as medidas
administrativas necessárias ao aprimoramento dos mecanismos específicos de controle
interno relacionados ao processamento de Despesas de Exercícios Anteriores – DEA, de
modo a assegurar a utilização deste tipo de procedimento em situações de estrita
excepcionalidade, apurando-se, ademais, a responsabilidade funcional dos agentes que
eventualmente deem causa, de modo injustificado ou sem justificativa razoável, ao não
processamento de despesas públicas no exercício de sua competência; 8) apresente a este
Tribunal, por meio da Secretaria da Fazenda, no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias,
o resultado do reexame aprofundado e global das Despesas de Exercícios Anteriores – DEA
liquidadas nos anos de 2015 e 2016, avaliando a sua adequação aos requisitos normativos
aplicáveis e, especialmente, o impacto total de tais despesas nas Demonstrações Contábeis
Consolidadas do Estado referentes aos exercícios de 2015 e 2016, com a consequente
republicação dos demonstrativos devidamente ajustados, e acompanhados de notas
explicativas; 9) contabilize na Despesa Total com Pessoal, para fins de apuração dos limites
previstos nos arts. 19 e 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal, os gastos desta natureza
efetuados como Despesas de Exercícios Anteriores – DEA, quando a competência da
despesa estiver abrangida pelo período de apuração previsto no art. 18, § 2º, da LRF; 10)
observe o regime legalmente previsto para a contabilização das receitas públicas (regime de
caixa), com a consequente correção da falha pontuada no item 2.4.2.1 (“Receitas Tributárias
– Imposto de Renda Retido na Fonte”) do relatório técnico, avaliando os seus impactos nos
demonstrativos contábeis do Estado relativos aos exercícios de 2015 e de 2016, com a
devida republicação acompanhada de notas explicativa; 11) adote as providências
necessárias ao saneamento da irregularidade apontada pela Auditoria no item 2.4.2.2
que: Quanto ao planejamento e gestão das ações de política pública: a) elabore norma legal
para regulamentação do processo de construção do Plano Plurianual (PPA), conforme
estabelece o parágrafo 9º do artigo 159 da Constituição Estadual (item 2.1.1); b) promova a
revisão dos indicadores estabelecidos no PPA 2016-2019, de forma a projetar os índices
esperados, para cada ano e para o final do plano, que viabilize a mensuração do resultado
obtidos com a implementação das ações de governo, com vistas a garantir a efetiva
avaliação e acompanhamento dos resultados das políticas públicas implementadas (item
2.1.3); c) adote as medidas necessárias ao aperfeiçoamento da metodologia de elaboração
da Lei Orçamentária Anual, especialmente no que concerne à estimativa das despesas, em
ordem a minimizar o risco de insuficiência das dotações orçamentárias previstas (item
2.1.5); d) adote as cautelas necessárias para assegurar, durante a execução orçamentária,
a alocação preferencial de recursos em programas de governo eleitos como prioritários na
Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, evitando, portanto, a reiteração das inadequações
verificadas no exercício financeiro de 2015 (item 2.1.6); Quanto ao controle interno da
Administração Pública: e) adote providências, no âmbito de suas competências, para
institucionalizar a Controladoria Geral do Estado, com autonomia, quadro de pessoal próprio
e devidamente instrumentalizado para atuar como unidade central de controle interno, sendo
capaz de avaliar a ação governamental nos moldes exigidos pela Carta Federal (itens 2.2 e
2.1.1); f) avalie, com o apoio técnico do Grupo de Trabalho (GT) criado pela Portaria
conjunta SAEB/SEFAZ/PGE nº 0001/2015, a conveniência e oportunidade de implantar ou
utilizar o Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (SICONV) adotado pela
União, apresentando a este Tribunal, em prazo razoável, as razões técnicas que
eventualmente justifiquem a não adesão ao referido sistema (itens 2.2.2, 2.4.5.2.2 e 2.6.1).
Quanto à Gestão Orçamentária, Financeira e Patrimonial do Estado da Bahia: g) constitua
provisão para reserva técnica, sugerida pelos cálculos atuariais, Relatório das Contas
Governamentais de 2013 e Auditoria Geral do Estado, para a cobertura do Plano de Saúde
dos Servidores Públicos Estaduais – PLANSERV (item 2.4.4.3.1); h) proceda à avaliação
quanto aos benefícios e as implicações da repactuação do valor das contraprestações a
vencer no Contrato de PPP n.º 02/2010, firmado entre a SETRE e a FNP Participações S.A.,
mediante o encontro de contas e a quitação antecipada da dívida dessa empresa junto ao
FUNDESE, relativa ao contrato de financiamento da obra de reconstrução da Arena Fonte
Nova, tendo em vista a perspectiva de economia para o Estado (item 2.6.4). 2. pela emissão
de determinações ao Poder Executivo no sentido de que: Quanto ao planejamento e gestão
das ações de política pública: a) proceda, por meio das Coordenações de Controle Interno e
demais estruturas de controle interno, sob a articulação, coordenação e orientação técnica
da Auditoria Geral do Estado, à avaliação acerca cumprimento das metas previstas no plano
plurianual, bem como da eficácia, eficiência e efetividade da gestão orçamentária, financeira
e patrimonial (item 2.2); Quanto ao controle interno da Administração Pública: b) adote, com
urgência, as medidas administrativas necessárias ao aprimoramento dos mecanismos
específicos de controle interno relaciona
ao processamento de Despesas de Exercícios Anteriores – DEA, de modo a assegurar a
utilização deste tipo de procedimento em situações de estrita excepcionalidade, apurando-
se, ademais, a responsabilidade funcional dos agentes que eventualmente deem causa, de
modo injustificado ou sem justificativa razoável, ao não processamento de despesas
públicas no exercício de sua competência (item 2.4.2.3); Quanto à Gestão Orçamentária,
Financeira e Patrimonial do Estado da Bahia: c) inclua notas explicativas nos Relatórios de
Gestão Fiscal a serem divulgados, na forma exigida no art. 55, II, da Lei Complementar n.º
101/2000, informando, além das medidas corretivas de recondução ao limite de pessoal
adotadas ou a adotar, se o Poder Executivo se encontra amparado pela situação prevista no
art. 66 da citada Lei (item 2.3.3); d) somente conceda a renúncia de receita no Programa
DESENVOLVE amparado por Convênio no âmbito do Conselho Nacional de Política
Fazendária (CONFAZ), como determina o art. 1º da Lei Complementar n.º 24/1975 (item
2.4.3.5.1); e) realize visitas técnicas às empresas beneficiadas com incentivos fiscais,
visando a monitorar se a quantidade de empregos gerados e os investimentos realizados
estão de acordo com o pactuado com o Estado, na forma do art. 2º da Portaria Conjunta n.º
78/2004, prevenindo, assim, possíveis prejuízos aos cofres públicos (item 2.4.3.5.2); f)
realize a implantação de rotinas administrativas e procedimentos contábeis objetivando a
correta evidenciação nas Demonstrações Contábeis, bem como a catalogação de
informações complementares a serem divulgadas por meio de notas explicativas (item 2.4);
g) realize o controle e o detalhamento dos recursos vinculados, em conformidade com o
previsto no art. 50, I, da LRF, de forma a possibilitar a análise adequada do fluxo dos
recursos com destinação específica (item 2.4.5); h) promova, nos sistemas de controle
financeiro dos convênios, a incorporação de mecanismos que possibilitem o adequado
acompanhamento das prestações de contas dos recursos repassados por convênios ou
instrumentos assemelhados firmados pelo Estado com entidades governamentais e não
governamentais, em consonância com as disposições da Resolução TCE n.º 144/2013 e do
art. 93 da Lei n.º 4.320/1964 (item 2.4.5.2.2); i) realize a apuração da natureza e da origem
das operações representativas dos saldos apresentados nas Demonstrações Contábeis
Consolidadas do Estado – Exercício 2015 nas contas de Créditos a Receber do FCVS,
Créditos Tributários a Receber e Investimentos e Aplicações de Longo Prazo, em
consonância com o art. 87 e 88 da Lei n.º 4.320/1964 (item 2.4.5.2.3); j) reconheça a EBAL
como estatal dependente na forma estabelecida pelo art. 2º, III, da Lei Complementar n.º
101/2000 (item 2.4.5.3.1); 3. pela emissão de determinações às Coordenadorias de Controle
Externo, para que: a) realize exames complementares, no âmbito da auditoria de
Acompanhamento da Lei de Responsabilidade Fiscal, relativa ao 3º Quadrimestre de 2015,
demonstrando os efeitos jurídico-contábeis sobre os demonstrativos e limites, decorrentes (i)
da contabilização indevida das receitas públicas atinentes ao IRRF, incidente sobre a folha
de inativos de 2013 e 2014, bem como da contabilização indevida de Royalties; e (ii) das
Despesas de Exercícios Anteriores – DEA, quando a competência da despesa estiver
abrangida pelo período de apuração previsto no art. 18, § 2º, da LRF; b) realize auditoria do
Contrato nº. 01/2014, celebrado entre o Estado da Bahia e o Banco do Brasil S.A, para fins
de exame individualizado de sua legalidade no âmbito da 2ª Câmara deste Tribunal, na
forma preconizada pelo art. 5º, inciso II, alínea “e” c/c arts. 152 e seguintes, todos do
Regimento Interno do TCE/BA, tendo em vista a materialidade dos valores envolvidos, o
prazo de vigência contratual, bem como a atipicidade do procedimento de sua celebração; c)
verifique, no âmbito da auditoria especial aprovada na Sessão Plenária do dia 29/10/2015,
durante a discussão do julgamento do processo TCE/001237/2014, o pagamento realizado
no bojo do Processo nº 1110100011500077714, identificando as circunstâncias que lhe
deram ensejo, bem como os seus responsáveis e possíveis danos. Adiro à expedição de
alerta proposta pelo Ilustre Conselheiro Relator, estabelecido no art. 59, § 1º, II, da Lei
Complementar nº 101/2000, tendo em vista que a despesa total com Pessoal e Encargos
Sociais (Poder Executivo e Consolidado), em 31/12/2015, ultrapassou 95% do limite de
gastos, sendo obrigatória a observância à vedação prevista no art. 22 da LRF (item 2.3.3).
Quanto ao Plano de Ação, relacionando as ações a serem empreendidas no sentido de
solucionar as recomendações contidas no Parecer Prévio, bem como aquelas pendentes de
implementação constantes do Parecer Prévio sobre as Contas de Governo de 2014 (item
2.6), adiro em parte ao encaminhamento proposto pelo Conselheiro Relator, uma vez que
VOTO como determinação para que o referido Plano seja encaminhando no prazo de 90
(noventa dias)". Encerrada a votação, o Exmo. Sr. Conselheiro Presidente Inaldo Araújo,
considerando que o Exmo. Sr. Conselheiro Pedro Lino, o Exmo. Sr. Conselheiro Vice-
Presidente Gildásio Penedo Filho e a Exma. Sra. Conselheira Carolina Costa votaram com
ressalvas e o Exmo. Sr. Conselheiro João Bonfim, Relator, o Exmo. Sr. Conselheiro
Corregedor Antonio Honorato e o Exmo. Sr. Conselheiro Marcus Presídio não propuseram
ressalvas, emitiu voto de desempate pela não emissão de ressalvas. A Exma. Sra.
Conselheira Carolina Costa, nesta oportunidade, converteu as suas determinações em
recomendações, no que foi acompanhada pelo Exmo. Sr. Conselheiro Pedro Lino. Ao final,
decidiu o Plenário emitir o Parecer Prévio sobre as Contas do Chefe do Poder Executivo do
Estado da Bahia, que opina, à unanimidade dos Exmos. Srs. Conselheiros, favoravelmente
à aprovação, pela augusta Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, das Contas do Chefe
do Poder Executivo, referentes ao período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015, com
transparência baiana à legislação estadual e federal; 18. promova a designação dos órgãos
responsáveis que exercerão as competências estabelecidas nos incisos do art. 29 da Lei
Estadual nº 12.618/2012 (item 2.2.4); 19. promova a designação formal de agentes de
monitoramento, junto aos órgãos componentes do Poder Executivo do Estado da Bahia, no
sentido de realizar as funções estabelecidas pelo art. 7º da LAI (item 2.2.4); 20. finalize o
projeto de identidade digital de governo, de modo a promover a padronização e publicação
das informações mínimas, contidas no inciso I, art. 4º, § 1 do art. 8º da Lei nº 12.527/2011
(item 2.2.4); 21. regulamente o procedimento de classificação e desclassificação de
informações sigilosas, em cumprimento aos arts. 22 a 24 da Lei n° 12.618/2012, com o
objetivo de viabilizar que a autoridade máxima de cada órgão ou entidade estadual publique
tais informações em seus sítios da Internet (item 2.2.4); 22. disponibilize de forma
descentralizada, em cada órgão, de local para atendimento presencial, conforme disposto
no art. 6º e § 1º, inciso I do art. 9º da Lei Estadual n° 12.618/2012, devendo cada unidade
adotar um plano de avaliação do crescimento da demanda para aferir a necessidade de
instalação de um espaço exclusivo para o atendimento presencial do SIC (item 2.2.4); 23.
regulamente os procedimentos para tratamento de informação pessoal, conforme previsão
do § 5º, art. 25 da Lei Estadual nº 12.618/2012 (item 2.2.4); 24. garanta a possibilidade de
interpor recursos por meio do Sistema de Ouvidoria e Gestão Pública – TAG, bem como a
sua devida análise, instrução e julgamento. (item 2.2.4); 25. proceda à divulgação dos
vencimentos dos servidores civis e militares, bem como dos proventos dos agentes públicos
aposentados e dos pensionistas, em obediência ao princípio da transparência, com o fim de
permitir o controle social sobre os gastos públicos e viabilizar a concretização plena do
direito fundamental de acesso à informação pública (arts. 5º, inciso XXXIII, 37, § 3º e 216, §
2º da Constituição Federal (item 2.2.4); 26. atualize no portal "Transparência Bahia"
informações sobre os convênios celebrados para possibilitar a transparência que deve ser
dada às ações públicas, como forma de viabilizar o controle social e a bem do princípio da
publicidade, nos termos dos arts. 5º, inciso XXXIII e XXXVII da Constituição Federal (item
2.2.4). Quanto à Gestão Orçamentária, Financeira e Patrimonial do Estado da Bahia:
27. apure a causa para as rotineiras alterações dos Demonstrativos Fiscais após a sua
publicação, evitando, assim, que essas ocorrências possam comprometer a consistência
das informações prestadas (item 2.4.1); 28. implemente o Módulo de Acompanhamento do
Sistema de Atração de Investimentos, visando à efetiva fiscalização e monitoramento dos
protocolos de intenções firmados com o Estado, das empresas com benefícios fiscais (item
2.4.3.5.2); 29. inclua no cálculo das despesas com pessoal do Poder Executivo, o montante
relativo à prestação de serviços temporários – PST, que se refira à substituição de
servidores, sem prejuízo da adoção de providências que visem a descontinuar este tipo de
contratação (item 2.4.4.2); 30. observe o princípio da prudência ao contrair obrigações para
o Fundo de Custeio do Plano de Saúde dos Servidores Públicos Estaduais (FUNSERV),
sem recursos suficientes para quitá-las (item 2.4.4.3.2); 31. elabore, em articulação com a
SECOM, instrumentos de planejamento para uma eficiente e eficaz execução de suas ações
de comunicação pública, conexas com o controle e transparência dos gastos do Estado com
propaganda e publicidade (item 2.4.4.4); 32. elabore um plano de recomposição das fontes
não vinculadas, o que impõe a programação de um esforço fiscal, associada a uma gestão
orçamentária e financeira mais eficiente, incluindo dispositivos específicos nas normas de
encerramento de exercícios, além de diretrizes e procedimentos para prevenir ou minimizar
os desequilíbrios entre as fontes de recursos do Estado, em relação à inscrição em restos a
pagar não processados de despesas orçamentárias, relativas a fontes vinculadas, sem
suficiência de caixa (item 2.4.5.1.1); 33. articule, com os órgãos afins, a tempestividade na
contabilização das receitas de royalties, evitando assim distorções nas informações
contábeis e financeiras (item 2.4.5.1.3); 34. promova ações integradas entre as Secretarias
responsáveis pela execução de ações financiadas por recursos de royalties, objetivando a
aplicação integral das receitas dessa rubrica nas áreas eleitas para aplicação desses
valores, tanto no dispositivo Constitucional quanto na Lei nº 9.281/2004 (item 2.4.5.1.3.1);
35. apoie as ações do CIRA, fortalecendo o trabalho conjunto da SEFAZ, a SSP, o MPE, a
PGE e o TJ, para o aumento da recuperação de débitos fiscais (item 2.4.5.2.3.1.1); 36.
índices esperados, para cada ano e para o final do Plano, para viabilizar a mensuração do
resultado obtido após a implementação das ações de governo, com vistas a garantir a
efetiva avaliação e acompanhamento dos resultados das políticas públicas implementadas
(item 2.1.3); 6) revise as metas estabelecidas no PPA 2016-2019, de forma a eliminar o
caráter de ação a ser executada, dando às mesmas aspecto mensurável, qualitativo ou
quantitativo, bem como realize projeções anuais, que permitam o monitoramento regular de
seu cumprimento, e, consequentemente, dos compromissos a elas atrelados (item 2.1.5); 7)
garanta a execução dos Programas Prioritários visando ao cumprimento das salvaguardas
estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias de cada exercício, alocando recursos
necessários para a sua execução, a fim de garantir um melhor desempenho das prioridades
definidas por lei (item 2.1.6); 8) aprimore as metodologias e os processos de
acompanhamento, de monitoramento e de avaliação dos PPAs, através de melhorias a
serem implementadas no Relatório de Avaliação da Execução do Plano Plurianual (RAPPA)
e Relatório Anual de Governo (RAG), que permitam identificar e aferir os resultados dos
Programas definidos no PPA 2016-2019, bem como as informações relativas à série
histórica dos indicadores utilizados (item 2.1.7); 9) elimine os entraves que impedem a maior
competitividade do setor do agronegócio, permitindo atração de mais investimentos para o
Estado (item 3.1); Quanto ao controle interno da Administração Pública: 10) adote
medidas para o incremento do quantitativo de pessoal lotado nas unidades que compõem o
sistema de controle interno estadual, sobretudo na Auditoria Geral do Estado (AGE), a fim
que estas unidades possam desempenhar todas as suas atribuições definidas em lei,
promovendo, ainda, ampla capacitação aos servidores (item 2.2.1); 11) estimule na alta
administração a valorização do perfil dos ocupantes das CCIs, visando à redução da
elevada rotatividade do quadro de pessoal daqueles que exercem funções relacionadas ao
controle interno (item 2.2.1); 12) promova ações voltadas para a criação de unidades de
controle interno nas entidades da administração indireta que porventura ainda não tenham
sido implantadas (item 2.2.1); 13) garanta, por meio das Coordenações de Controle Interno,
a utilização de indicadores para acompanhamento, controle e fiscalização da execução
orçamentária, financeira e patrimonial, bem como para o monitoramento das ações e
programas do PPA (item 2.2.1); 14) agilize ações para a institucionalização do Órgão Central
de Controle, Acompanhamento e Avaliação Financeira de Contratos e Convênios – OCAAF,
previsto na Lei Estadual de Licitação e Contratos nº 9.433/2005 (item 2.2.2); 15) garanta o
pleno funcionamento do Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças
(FIPLAN) em relação ao acompanhamento da gestão dos convênios, especialmente, no
tocante ao registro da ocorrência de prestação de contas e das providências adotadas pela
Administração para os convênios tidos por irregulares (item 2.2.3 e 2.2.4); 16) realize a
alimentação sistemática do FIPLAN do Submódulo de Acompanhamento da Ação
Governamental (item 2.2.3); 17) regulamente e implemente o Conselho Gestor de Acesso à
Informação - CGAI, previsto pelo § 6º do art. 28 da Lei Estadual nº 12.618/12, objetivando
adequar o cenário da transparência baiana à legislação estadual e federal (item 2.2.4); 18)
promova a designação dos órgãos responsáveis que exercerão as competências
estabelecidas nos incisos do art. 29 da Lei Estadual nº 12.618/2012 (item 2.2.4); 19)
promova a designação formal de agentes de monitoramento, junto aos órgãos componentes
do Poder Executivo do Estado da Bahia, no sentido de realizar as funções estabelecidas
pelo art. 7º da LAI (item 2.2.4); 20) finalize o Projeto de Identidade Digital de Governo, de
modo a promover a padronização e publicação das informações mínimas contidas nos
incisos I a IV, § 1º do art. 8º da Lei n.º 12.527/2011 (item 2.2.4); 21) regulamente o
procedimento de classificação e desclassificação de informações sigilosas, em cumprimento
aos arts. 22 a 24 da Lei nº 12.618/2012, com o objetivo de viabilizar que a autoridade
máxima de cada órgão ou entidade estadual publique tais informações em seus sítios da
Internet (item 2.2.4); 22) disponibilize de forma descentralizada, em cada órgão, de local
para atendimento presencial, conforme disposto no art. 6º e § 1º, inciso I do art. 9º da Lei
Estadual nº 12.618/2012, devendo cada unidade adotar um plano de avaliação do
crescimento da demanda para aferir a necessidade de instalação de um espaço exclusivo
para o atendimento presencial do SIC (item 2.2.4); 23) regulamente os procedimentos para
provisões, bem como as que requerem apenas a divulgação de informações relevantes para
uma adequada accountability das contas públicas (item 2.4.5.8.2); 41) apresente, em
relação ao Patrimônio Social e Reserva de Lucros, para cada Fundo, em nota explicativa, a
posição ao final do exercício de demonstração resumida da sua composição, detalhando-se,
por natureza, suas origens, aplicações e disponibilidades, de forma a melhorar a
evidenciação quanto ao perfil dos ativos e passivos vinculados a cada fundo (item 2.4.5.9).
Quanto às Auditorias e Inspeções Realizadas em 2015: 42) adote providências para a
regularização fundiária do aeroporto de Feira de Santana - João Durval Carneiro (item
2.5.4); 43) adote providências para a reforma e adequação das instalações do centro de
memória e arquivo público da Bahia (APEB), visando uma maior qualidade na preservação e
salvaguarda do acervo histórico e cultural do Estado (item 2.5.9); 44) Elaborar Plano de
Ação relacionando as ações a serem empreendidas no sentido de solucionar as
recomendações contidas neste Parecer Prévio, bem como aquelas pendentes de
implementação constantes do Parecer Prévio sobre as Contas de Governo de 2014 (item
2.6), estabelecendo prazos e responsáveis para o efetivo saneamento. Expedição de Alerta
do artigo 59, parágrafo 1º, inciso II, da LRF, combinado com a vedação do artigo 22 da
LRF: Na forma disposta no art. 59, parágrafo 1º, inciso II, da LRF, fica alertado o Poder
Executivo sobre o fato de que o montante da despesa total com Pessoal e Encargos Sociais
(Poder Executivo e Consolidado), em 31/12/2015, ultrapassou 95% do limite de gastos,
sendo obrigatória a observância à vedação prevista no art. 22 da LRF (item 2.3.3). Vencidos,
parcialmente, o Exmo. Sr. Conselheiro Vice-Presidente Gildásio Penedo Filho, nas ressalvas
contidas na sua proposta de voto; o Exmo. Sr. Conselheiro Pedro Lino, nas ressalvas e
determinações contidas na sua proposta de voto; e a Exma. Sra. Conselheira Carolina
Costa, nas recomendações específicas e ressalvas contidas na sua proposta de voto.
Vencidos, ainda, em parte, o Exmo. Sr. Conselheiro Pedro Lino e a Exma. Sra. Conselheira
Carolina Costa, que estabeleceram o prazo de noventa dias para o item "44" das
recomendações. Tribunal de Contas do Estado da Bahia, em 07 de junho de 2016.
Conselheiro INALDO DA PAIXÃO SANTOS ARAÚJO Presidente; Conselheiro
GILDÁSIO PENEDO FILHO - Vice-presidente; Conselheiro ANTONIO HONORATO DE
CASTRO NETO - Corregedor; Conselheira CAROLINA MATOS ALVES COSTA;
Conselheiro PEDRO HENRIQUE LINO DE SOUZA; Conselheiro JOÃO EVILÁSIO
VASCONCELOS BONFIM - Relator das Contas; Conselheiro MARCUS VINICIUS DE
BARROS PRESÍDIO". Ao final, o Exmo. Sr. Conselheiro Presidente Inaldo Araújo fez o
seguinte pronunciamento: "Senhores Conselheiros, eminente Relator, João Bonfim,
Conselheira Carolina Costa, representante do Ministério Público de Contas, Procurador-
Geral do Estado, aqui representado por Dr. Rogério, dizem que não é pela capa,
Conselheiro João Bonfim, que se conhece um grande livro. Mas, indubitavelmente, um
memorável trabalho auditorial precisa ser grandioso em todos os seus aspectos. E esse
exame das Contas Governamentais, referentes ao exercício de 2015, superou as nossas
expectativas. A começar pelo primor da sua capa, que se deveu, até onde fui informado, ao
esforço criativo de talentosos servidores do nosso Núcleo de Informação e Documentação.
Mas o mérito também é, sem dúvida alguma, de V.Exa., Conselheiro João Bonfim, que, na
condição de Relator, soube muito bem escolhê-los. O fato é que não se pode olvidar que os
Relatórios e Pareceres Prévios produzidos pelos Tribunais de Contas, ao trazerem
elementos técnicos essenciais para a análise das Contas Governamentais, em muito
auxiliam o seu julgamento pelas Casas Legislativas. Pois entre quem faz (Poder que
executa) e quem tem a competência constitucional de julgar (Poder que legisla) deve existir
sempre uma opinião prévia, técnica, longe dos perigosos caminhos da subjetividade, e,
antes tudo, independente. Tendo o seu papel fiscalizador assegurado pela Carta Magna de
1988, bem como pela Constituição Estadual de 1989, o Tribunal de Contas do Estado da
Bahia procura exercê-lo com transparência, buscando, cada vez mais, o envolvimento do
cidadão, cuidando com zelo do dinheiro que ao povo pertence. Afinal, em tempo de sedição,
os Tribunais de Contas precisam ser, cada vez mais, imparciais, circunspectos e dizer o que
precisa ser dito, sempre pautados em exames auditoriais, em momentos e locais próprios.
Vale mencionar, Conselheiro João Bonfim, que, na relatoria destas contas referentes ao
341
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA
553
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA