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Publicado em nosso site em 03/05/2017


IR, CSLL, PIS e COFINS - Hedge - Tributação - Roteiro de Procedimentos
DOC\2011\91
Roteiro - Federal - 2017/3915
Sumário
Introdução
I Conceito de "hedge"

II Classificação
II.1 Hedge Perfeito ou Puro
II.2 Hedge Imperfeito

II.3 Hedge Operacional


II.4 Hedge Especulativo
III Tributação
III.1 Imposto de Renda - Incidência

III.1.1 Antecipação do IR
III.1.2 Tributação pelo Lucro Real

III.1.3 Tributação pelo Lucro Presumido


III.1.4 Tributação pelo Simples Nacional
III.1.5 Operações de Cobertura em Bolsa do Exterior
III.1.6 Remessas para o Exterior

III.2 CSLL
III.3 Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS
III.3.1 Regime Cumulativo e discussão acerca da inconstitucionalidade da Lei nº 9.718

III.3.1.1 Reflexos das decisões

III.3.1.2 Regras válidas a partir de 2015


III.3.2 Regime Não-cumulativo

III.3.2 Regras válidas a partir de 2015

III.3.2 Alíquota para PIS e COFINS


IV Mercado de liquidação futura - Momento de reconhecimento dos resultados

V Decisões Administrativas

Introdução
Neste Roteiro, trataremos sobre a tributação incidente sobre os ganhos obtidos com as operações realizadas com a finalidade de "hedge", em relação ao
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), à Contribuição para o PIS/PASEP, e à Contribuição para
Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Além do aspecto dos ganhos, será tratada também a questão da dedutibilidade ou não das perdas.
Nota:
O foco principal deste roteiro são as operações realizadas por instituições não financeiras (pessoas jurídicas em geral).
I Conceito de "hedge"
De acordo com o glossário do Banco Central do Brasil, hedge pode ser conceituado de duas formas: a) operação realizada com o objetivo de obter
proteção contra o risco de variações de taxas de juros, de paridade entre moedas e do preço de mercadorias; ou b) estratégia utilizada com o objetivo de
reduzir o risco do portfólio, indicando neutralização de uma posição comprada/vendida em um ativo com uma posição vendida/comprada no mesmo ativo.
Trata-se, portanto, de operações que visam reduzir riscos decorrentes de variações, podendo ser entendida como instrumento que objetiva a administração
de riscos, minimizando o risco de mercado (redução da incerteza quanto aos resultados futuros). O hedge pode, assim, evitar ou diminuir a concretização
de riscos.
Normalmente as operações com a finalidade de hedge são realizadas por meio de derivativos, comumente, por meio de swaps. Conforme conceitua Elidie
Palma Bifano, em seu livro “O Mercado Financeiro e o Imposto sobre a Renda”, essas operações compõem um contrato atípico “formado por dois
diferentes contratos que se contrapõem em seus objetivos e resultados, permitindo que dessa contraposição nasça fruto novo, que é a proteção ao risco”.
Nota:
Referido termo, oriundo do inglês, pode ser traduzido para o português como cercar, limitar, restringir; safar-se, escapar, ou ainda, proteção e cobertura.
Daí porque conhecemos o hedge, como sendo um contrato de cobertura.
É importante ressaltar que o conceito financeiro de hedge pode não corresponder com exatidão ao conceito trazido pela legislação tributária.
Nota:
1. De acordo com a legislação do Imposto de Renda, Lei nº 8981/1995, hedge pode ser conceituado como sendo a operação destinada, exclusivamente, à
proteção contra riscos inerentes às oscilações de preço ou de taxas, quando o objeto do contrato negociado: a) estiver relacionado com as atividades
operacionais da pessoa jurídica; b) destinar-se à proteção de direitos ou obrigações da pessoa jurídica ( Lei nº 8981/1995, art. 77, § 1º).
2. Sobre Hedge, vide também:
a) Ofício Circular CVM/SEP/SNC nº 1/2004 (LGL\2004\7826)(item 18);
b) Circular BACEN nº 3.082/2002(LGL 2002\785) (estabelece e consolida critérios para registro e avaliação contábil de instrumentos financeiros
derivativos);
c) Deliberação CVM nº 550/2008 (LGL 2009\5292) (dispõe sobre a apresentação de informações sobre instrumentos financeiros derivativos em nota
explicativa às informações trimestrais - ITR);
d) Deliberação CVM nº 565/2008 (LGL 2008\9709) (aprova o Pronunciamento Técnico CPC 13 emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis que
trata da Adoção Inicial da Lei nº 11.638/2007(LGL 2007\2819) );
e) Deliberação CVM nº 565/2008 (LGL 2008\9718) (aprova os Pronunciamentos Técnicos CPC 38, 39 e 40, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que
tratam do reconhecimento e mensuração, da apresentação e da evidenciação de instrumentos financeiros);
f) Instrução CVM nº 475/2008 (LGL 2014\2141) (dispõe sobre a apresentação de informações sobre instrumentos financeiros, em nota explicativa
específica, e sobre a divulgação do quadro demonstrativo de análise de sensibilidade);

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g) Resolução CFC nº 1.199/2009 (LGL 2011\4808) (aprova a NBC T 19.18 - Adoção Inicial da Lei Nº 11.638/2007(LGL 2017\2746) e da Medida Provisória
Nº 449/2008 (LGL 2008\52) convertida na Lei 11.941/2009(LGL 2009\4357) );
h) NBC TG 48(LGL\2016\88219) (dispõe sobre instrumentos financeiros);
i) Instrução Normativa RFB nº 1.585/2015 (LGL 2015\6832) (trata sobre a retenção na fonte em operações de cobertura (hedge)).
3. Atente-se que a sigla e a numeração "NBC T 19.18" passaram a ser "NBC TG 13", e a sigla e a numeração "IT 02" passaram a ser "CTG 03", conforme a
Resolução nº 1.329/2011(LGL 2011\2259).
Fundamentação: art. 71, § 3º da Instrução Normativa RFB nº 1.585/2015; art. 77, § 1º da Lei nº 8981/1995.
II Classificação
Em que pese as classificações em geral dependerem basicamente do critério escolhido, e ainda, da sua utilidade, torna-se importante expor algumas
classificações das operações de hedge, que nos ajudarão a compreender a forma de tributação de seus resultados.
Assim, discorreremos de forma breve acerca das seguintes modalidades de operação de hedge:
- hedge perfeito ou puro;
- hedge imperfeito;
- hedge operacional;
- hedge especulativo.
II.1 Hedge Perfeito ou Puro
Um hedge perfeito ou puro é aquele que elimina a possibilidade de ganhos ou perdas futuras de forma perfeita. Trata-se, na verdade, de operação em que
os instrumentos financeiros têm mesmo valor, índice, e prazo, ou seja, a operação, ao final, não representará nenhum ganho, tampouco, nenhuma perda.
II.2 Hedge Imperfeito
Podemos classificar como hedge imperfeito aquelas operações cujos instrumentos financeiros possuem divergências com relação ao item protegido, seja
de prazo, ou de valor. Em decorrência da diferença, haverá sempre um ganho ou uma perda, em virtude do descasamento da transação.
Nota:
Caso o risco seja inferior à operação de hedge, pode-se dizer que além de imperfeito, estamos diante de um hedge especulativo (vide tópico a seguir).
II.3 Hedge Operacional
O hedge operacional é aquele que objetiva garantir a operação contra riscos efetivos. Esses riscos devem estar diretamente relacionados à atividade
operacional do investidor, qual seja, a atividade para a qual aquela empresa foi criada, e que, em tese, é a fonte geradora de receitas.
Para ser operacional, costuma-se entender ainda, que a cobertura não pode ser superior à operação que se quer proteger, sob pena de ser tratado como
hedge especulativo.
II.4 Hedge Especulativo
O hedge especulativo seria aquele que não tem relação com a atividade operacional do investidor. Objetiva, em verdade, a geração de ganhos.
É importante salientar que esse conceito é discutível, pois em que pese o ponto de vista fiscal, do ponto de vista do administrador da pessoa jurídica,
mesmo o hedge dito "especulativo", pode ser necessário à atividade da empresa. Ou seja, o conceito do que seja "atividade operacional" pode ser distinto
para o administrador, e para a legislação fiscal.
III Tributação
As operações de hedge podem ocasionar ganhos ou perdas, originando lucros ou prejuízos. Dessa forma, há que se preocupar com a tributação incidente
quando dos ganhos, e de outro lado, com a dedutibilidade das perdas, no caso de pessoa jurídica tributada pelo regime do Lucro Real.
Essas operações, em verdade, são operações financeiras cujo objetivo é a proteção. Assim, ao analisar a tributação dos ganhos, bem assim, a
dedutibilidade das perdas, é imprescindível verificar o tipo de aplicação financeira que foi realizada. Essas aplicações podem ser realizadas com a
finalidade especulativa, ou com a finalidade de hedge, de forma que havendo enquadramento nessa última hipótese, o tratamento tributário será o disposto
neste Roteiro.
Nos subitens abaixo, trataremos da incidência do Imposto de Renda, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, da Contribuição para o PIS/PASEP e da
Contribuição para Financiamento da Seguridade Social, bem como sobre a dedutibilidade das perdas, sobre os resultados das operações com finalidade de
hedge.
Sobre Avaliação de Títulos, Valores Mobiliários e outros Ativos Financeiros a Preço de Mercado, vide art. 35 da Lei nº 10.637/2002; Instrução Normativa
SRF nº 334/2003; art. 105 da Instrução Normativa RFB nº 1.700/2017.
III.1 Imposto de Renda - Incidência
O imposto sobre a renda tem como fato gerador o aumento patrimonial, de forma que, ao auferir renda decorrente de ganhos obtidos nas operações
financeiras com finalidade de hedge, haverá incidência do IR.
Fundamentação: art. 25 da Lei nº 8981/1995; arts. 1º e 55 da Lei nº 9.430/1996.
III.1.1 Antecipação do IR
Até 31.12.1998, por força do disposto no art. 77 da Lei nº 8981/1995, não havia retenção na fonte ou tributação em separado sobre os ganhos líquidos em
operações de hedge realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão, desde que essas operações fossem
destinadas, exclusivamente, à proteção contra riscos inerentes às oscilações de preços ou de taxas, quando o objeto do contrato negociado: a) estivesse
relacionado com as atividades operacionais da pessoa jurídica; b) fosse destinado à proteção de direitos ou obrigações da pessoa jurídica.
Tal dispensa, contudo, foi revogada pelo art. 5º da Lei nº 9.779/1999, de forma que a partir de janeiro de 1999 os rendimentos decorrentes das operações
de cobertura (hedge), realizadas por meio de operações de swap e outras, nos mercados de derivativos, passariam a sujeitar-se à incidência do Imposto de
Renda na Fonte.
Nota:
A retenção permaneceu não sendo aplicada no caso de beneficiário relacionado no inciso I do art. 77 da Lei nº 8981/1995qual seja, instituição financeira,
inclusive sociedade de seguro, previdência e capitalização, sociedade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedade distribuidora de títulos e
valores mobiliários ou sociedade de arrendamento mercantil.
Apesar do disposto na Lei nº 9.779/1999, o art. 71 da Instrução Normativa RBF nº 1.585/2015 determina que não haverá pagamento do Imposto de Renda
em separado (aplicável às aplicações de renda variável), ressalvado o caso de swap (sujeito à retenção na fonte do IR), devendo o resultado positivo ser
acrescido à base de cálculo estimada ou presumida, e considerado para fins de apuração do IRPJ pelo Lucro Real.
Nota:
Para fins da dispensa de antecipação acima prevista, consideram-se de cobertura (hedge) as operações destinadas, exclusivamente, à proteção contra
riscos inerentes às oscilações de preços ou de taxas, quando o objeto do contrato negociado:
a) estiver relacionado com as atividades operacionais da pessoa jurídica; ou
b) destinar-se à proteção de direitos ou obrigações da pessoa jurídica.

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Os rendimentos auferidos nas operações de cobertura (hedge), realizadas através de operações de swap por pessoa jurídica que não seja instituição
financeira, sociedade de seguro, de previdência e de capitalização, sociedade corretora de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedade distribuidora de
títulos e valores mobiliários ou sociedade de arrendamento mercantil, sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda na fonte às seguintes alíquotas:
a) 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias;
b) 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181 (cento e oitenta e um) dias até 360 (trezentos e sessenta) dias;
c) 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de 361 (trezentos e sessenta e um dias) até 720 (setecentos e vinte)
dias;
d) 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo acima de 720 (setecentos e vinte) dias.
Fundamentação: art. 71 da Instrução Normativa RFB nº 1.585/2015 .
III.1.2 Tributação pelo Lucro Real
Conforme verificamos, havendo acréscimo patrimonial, haverá incidência do Imposto de Renda. Dessa forma, no lucro real deverá ser computado eventual
ganho obtido nas operações financeiras com finalidade de hedge.
No caso de apuração pela Estimativa Mensal, não serão acrescidos à base de cálculo os rendimentos e ganhos líquidos produzidos por aplicação
financeira de renda fixa e de renda variável, quando já tiverem sofrido tributação (na fonte ou em separado).
Determina o art. 39, § 1º da Instrução Normativa RFB nº 1.700/2017, que devem ser acrescidos à base de cálculo estimada os ganhos auferidos em
operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão organizado.
No que se refere às perdas, determina o § 6º do art. 71 da Instrução Normativa RFB nº 1.585/2015, que estas poderão ser deduzidas independentemente
dos ganhos em mesma operação. Isso significa que mesmo que não existam ganhos nas operações financeiras com finalidade de hedge, as perdas serão
dedutíveis para o lucro real.
É importante lembrar, que as operações com finalidade de hedge, em verdade, são operações financeiras cujo objetivo, é a proteção. Assim, se se tratar de
swap, o tratamento que se dá às perdas, em princípio é o tratamento previsto para esse tipo de operação. A diferença quando o swap for realizado para fins
de cobertura - e não em caráter especulativo, é justamente, que a totalidade da perda, mesmo que não exista ganho nessa operação, será dedutível.
Nota:
Vide tópico III.1.5 (DOC 2011\91) - "Operações de Cobertura em Bolsa do Exterior".
Fundamentação: art. 71, § 6º da Instrução Normativa RFB nº 1.585/2015; art. 39, § 1º da Instrução Normativa RFB nº 1.700/2017.
III.1.3 Tributação pelo Lucro Presumido
Quando o contribuinte for optante pelo Lucro Presumido, os ganhos obtidos com operações financeiras para fins de hedge deverão ser acrescidos à base
de cálculo presumida do trimestre.
Fundamentação: art. 25, II da Lei nº 9.430/1996, alterado pelaLei nº Lei nº 12.973/2014(LGL 2014\68), conversão da Medida Provisória nº 627/2013(LGL
2013\68).
III.1.4 Tributação pelo Simples Nacional
III.1.4 - Tributação pelo Simples Nacional
Em conformidade com o previsto no art. 13 da Lei Complementar nº 123/2006, os contribuintes optantes pelo Simples Nacional estarão sujeitos ao Imposto
de Renda relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável, de acordo com as normas aplicáveis aos demais
contribuintes. Determina ainda o § 2º do referido dispositivo legal, que a incidência do imposto de renda na fonte, nesse caso, será definitiva.
Considerando ainda o disposto no art. 71 da Instrução Normativa RFB nº 1.585/2015, podemos concluir que:
a) as empresas optantes pelo Simples que realizarem operações com finalidade de hedge sofrerão tributação na fonte no caso de swap - sendo que essa
tributação será definitiva;
b) as empresas do Simples, no caso de operações com finalidade de hedge classificadas como renda variável, deverão tributar os ganhos mediante
recolhimento do IR em separado até o último dia útil do mês subseqüente ao da apuração do ganho.
Nota:
Esses rendimentos não devem ser considerados para fins de tributação pelo regime unificado (aplicação das alíquotas constantes nos Anexos I a V da Lei
Complementar nº 123/2006), restringindo, sua tributação, ao disposto nas letras “a” e “b” acima.
Fundamentação: art. 13 da Lei Complementar nº 123/2006.
III.1.5 Operações de Cobertura em Bolsa do Exterior
Conforme determina o art. 17 da Lei nº 9.430/1996, devem ser computados na determinação do lucro real os resultados líquidos, positivos ou negativos,
obtidos em operações de cobertura (hedge), realizadas em mercados de liquidação futura, diretamente pela empresa brasileira, em bolsas no exterior.
O art. 5º da Instrução Normativa SRF nº 633/2006 dispõe que no caso de operações para fins de hedge realizadas em mercados de liquidação futura em
bolsas no exterior, as receitas ou as despesas serão apropriadas pelo resultado:
a) da soma algébrica dos ajustes apurados mensalmente, no caso de contratos sujeitos a ajustes de posições;
b) auferido na liquidação do contrato, no caso dos demais derivativos.
Em relação ao IRPJ e à CSLL:
a) poderão ser computados na determinação da base de cálculo os resultados líquidos, positivos ou negativos, obtidos em operações de cobertura (hedge)
realizadas em mercados de liquidação futura, diretamente pela empresa brasileira, em bolsas no exterior, observadas as instruções expedidas pelo Banco
Central do Brasil e pela Secretaria da Receita Federal;
b) os prejuízos e perdas decorrentes das demais operações realizadas no exterior somente poderão ser deduzidos até o limite dos ganhos auferidos no
exterior, não podendo ser compensados com lucros e ganhos auferidos no Brasil, observada a exceção abaixo.
Admite-se, até 31 de dezembro de 2004, no caso do IRPJ, a dedução de prejuízos e perdas nas operações de cobertura de riscos realizadas em outros
mercados futuros, no exterior, além de bolsas, desde que admitidas pelo Conselho Monetário Nacional e com observância das normas e condições por ele
estabelecidas.
Fundamentação: art. 17 da Lei nº 9.430/1996; art. 5º da Instrução Normativa SRF nº 633/2006.
III.1.6 Remessas para o Exterior
No caso de rendimentos decorrentes de operações de cobertura de riscos de variações, no mercado internacional, de taxas de juros, de paridade entre
moedas e de preços de mercadorias (hedge), auferidos por residentes ou domiciliados no exterior, a alíquota do IRRF foi reduzida a zero, pelo art. 1º da Lei
nº 9.481/1997.
A alíquota zero, no entanto, não se aplica para rendimentos de beneficiário residente ou domiciliado em país que não tribute a renda ou que a tribute à
alíquota máxima inferior a vinte por cento (paraíso fiscal), a que se refere o art. 24 da Lei nº 9.430/1996. Nesse caso, que passa a abranger também países
cuja legislação não permita o acesso a informações relativas à composição societária de pessoas jurídicas, à sua titularidade ou à identificação do
beneficiário efetivo de rendimentos atribuídos a não residentes, haverá tributação na fonte à alíquota de 25%, em conformidade com o art. 8º da Lei nº
9.779/1999.
Para fins de aplicação da redução a zero da alíquota do imposto de renda, é necessário que as operações sejam comprovadamente caracterizadas como
necessárias, usuais e normais, inclusive quanto ao seu valor, para a realização da cobertura dos riscos e das despesas deles decorrentes, obedecida a
regulamentação pertinente.

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Nota:
Vide também Instrução Normativa RFB nº 1.037/2010, que relaciona países ou dependências com tributação favorecida ou oponha sigilo relativo à
composição societária de pessoas jurídicas.
O Decreto nº 6.761/2009, regulamentou esse assunto, dispondo, para fins da aplicação da alíquota zero, que a remessa será efetuada pela instituição
autorizada a operar no mercado de câmbio, mediante comprovação da regularidade tributária e da legalidade e fundamentação econômica da operação. A
Instrução Normativa RFB nº 1.455/2014 também apresentou tal disposição.
Nota:
Cabe à instituição interveniente verificar o cumprimento dessas condições, mantendo a documentação arquivada na forma das instruções expedidas pelo
Banco Central do Brasil.
Dispõe o art. 7º do Decreto nº 6.761/2009, que a pessoa física ou jurídica que efetuar pagamento de rendimento a beneficiário da redução a zero da
alíquota do imposto sobre a renda deverá manter em seu poder, pelo período determinado pela legislação tributária, o documento comprobatório
equivalente da realização das operações, bem como contrato de câmbio e os documentos relativos ao pagamento, crédito, emprego, entrega ou remessa a
residentes ou domiciliados no exterior. Além disso, na hipótese de pagamento com utilização de recursos mantidos no exterior, em moeda estrangeira, de
que trata a Lei nº 11.371/2006, deverão ser observadas as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional e pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil, quanto à prestação de informações e à conservação dos documentos comprobatórios das operações realizadas no exterior.
Nota:
O descumprimento dessas disposições sujeitará a fonte pagadora ao recolhimento do imposto sobre a renda na fonte, acrescido dos encargos legais e
acarretará o impedimento à utilização do benefício, enquanto não regularizada a situação.
A fonte pagadora, pessoa física ou jurídica, deverá, a partir do ano-calendário de 2009, prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil informações sobre
os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a residentes ou domiciliados no exterior, identificando o beneficiário do rendimento,
bem como o país de residência.
Nota:
As remessas serão efetuadas pela instituição autorizada a operar no mercado de câmbio, observadas as instruções expedidas pelo Banco Central do
Brasil.
Fundamentação: art. 1º da Lei nº 9.481/1997; art. 24 da Lei nº 9.430/1996; art. 8º da Lei nº 9.779/1999; Decreto nº 6.761/2009; art. 5º da Instrução
Normativa RFB nº 1.455/2014.
III.2 CSLL
Os ganhos obtidos com as operações tratadas neste Roteiro também sofrerão a incidência da CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A
incidência é similar à do IRPJ, com exceção das antecipações, que não ocorrem com este tributo (não há pagamento em separado, tampouco retenção de
CSLL sobre aplicações financeiras).
Quando se tratar de tributação pelo Lucro Presumido ou pelo Lucro Real com cálculo por Estimativa, os ganhos obtidos com as operações visando hedge
deverão ser acrescidos à base de cálculo presumida ou estimada. No Lucro Real apurado por meio de balanço, referidos ganhos deverão compor a base
de cálculo da CSLL.
No caso de empresa optante pelo Simples Nacional, por falta de disposição expressa determinando a forma de tributação da CSLL sobre esses ganhos, e
ainda, o disposto no art. 13 da Lei Complementar nº 123/2006, pode-se concluir que não haverá incidência desse tributo para o investidor do Simples
Nacional (que sofrerá a tributação somente do IR, na forma demonstrada acima).
Nota:
Sobre Avaliação de Títulos, Valores Mobiliários e outros Ativos Financeiros a Preço de Mercado, vide art. 35 da Lei nº 10.637/2002; Instrução Normativa
SRF nº 334/2003.
Fundamentação: Instrução Normativa RFB nº 1.700/2017.
III.3 Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS
Analisando a Lei nº 9.718/1998(LGL 1998\127), as Leis Complementares nº 70/1991 (LGL 1991\15)e nº 7/1970(LGL 1970\6) , e ainda, as Leis nº
10.637/2002 (LGL 2002\598) e 10.833/2003(LGL 2003\670) , pode-se concluir que o fato gerador da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS é auferir
receita. Assim, sempre que uma pessoa jurídica auferir receitas, ressalvadas as exclusões, isenções, ou outros benefícios, estará sujeita ao pagamento de
PIS e de COFINS.
As operações financeiras com finalidade de hedge podem gerar um ganho para o investidor, e esse ganho, por ser receita, pode ser tributado pelo PIS e
pela COFINS.
Nota:
A empresa optante pelo Simples Nacional, por falta de disposição expressa determinando a forma de tributação da contribuição para o PIS/PASEP e da
COFINS sobre esses ganhos, e ainda, considerando o disposto no art. 13 da Lei Complementar nº 123/2006, não sofrerá a incidência dessas contribuições
(que sofrerá a tributação somente do IR, na forma demonstrada acima).
Fundamentação: Leis Complementares nº70/1991 (LGL 1991\15)e nº 7/1970(LGL 1970\6) ; Lei nº 9.718/1998(LGL 1998\127) ; Lei nº 10.637/2002 (LGL
2002\598) ; 10.833/2003(LGL 2003\670) .
III.3.1 Regime Cumulativo e discussão acerca da inconstitucionalidade da Lei nº 9.718
Em princípio, tributarão as receitas pelo regime cumulativo, aquelas empresas tributadas pelo Lucro Presumido. As empresas do Lucro Real, deverão
observar do tópico seguinte, relativas ao regime não-cumulativo.
Sobre as receitas auferidas, devem ser aplicadas as alíquotas de 0,65% para o PIS/PASEP e de 3% para a COFINS.
Há que se observar que por meio da Lei nº 9.718/1998(LGL 1998\127) foi aumentada a base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS.
Anteriormente, a base de cálculo compreendia o faturamento da pessoa jurídica, e, após a referida Lei, passou a ser a receita bruta, muito mais
abrangente, entendida como a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a
classificação contábil adotada para as receitas (§ 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998(LGL 1998\127) ). Ou seja, a lei estendeu o conteúdo semântico da
palavra faturamento, "equiparando-a" a receita bruta.
Ocorre que à época da edição da Lei nº 9.718/1998(LGL 1998\127) , a Constituição Federal(LGL 1988\3), quando tratava do financiamento da seguridade
social, somente previa a incidência das contribuições sobre o faturamento, de forma que não era possível a tributação incidir sobre a receita bruta, por falta
de permissivo constitucional.
Posteriormente, a "equiparação" entre faturamento e receita bruta das pessoas jurídicas seria introduzida no Texto Supremo pela Emenda nº 20/1998(LGL
1998\68) , ou seja, o governo pretendeu validar constitucionalmente a lei ordinária, em momento posterior à sua edição.
Para os doutrinadores e juristas, nunca houve dúvidas: a lei que aumentou a base de cálculo das contribuições é inconstitucional, pois lei que "nasce"
inconstitucional, não pode se tornar válida, posteriormente, sob pena de desrespeito a vários fundamentos e princípios, inclusive a segurança jurídica, de
forma que abrindo esse precedente, poder-se-ia ser alvo de inúmeras leis inconstitucionais, que poderiam ser validadas posteriormente através de
emendas constitucionais.
A partir daí, passaram-se aproximadamente 7 anos, até que o Supremo Tribunal Federal - STF, decidisse por fim sobre a constitucionalidade ou não da Lei.
E assim, no julgamento dos Recursos Extraordinários (REs) 357950, 390840, 358273 e 346084 o Plenário decidiu pela inconstitucionalidade do § 1º do
artigo 3º da norma.(LGL 1998\127)
Fundamentação: Lei nº 9.718/1998(LGL 1998\127) .

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III.3.1.1 Reflexos das decisões


As decisões favoráveis aos contribuintes em princípio somente beneficiavam as empresas autoras das ações já julgadas. De qualquer forma, o caminho
para aqueles que possuíam ações pendentes, bem como os contribuintes que ainda pretendiam iniciar a ação no Judiciário, devia ser de êxito. Conforme
previsão constitucional, o Supremo também poderia comunicar ao Senado a decisão, para que o Legislativo providenciasse a suspensão da parte
declarada inconstitucional, e aí sim, o disposto na decisão valeria para todos.
Assim, conforme exposto acima, as decisões proferidas não davam fundamento para que de imediato todas as empresas tributadas com amparo da Lei nº
9.718(LGL 1998\127) deixassem de recolher a contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS sobre as receitas decorrentes de operações financeiras com
finalidade de hedge, sob pena de autuação do fisco federal. Até que o § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998(LGL 1998\127) fosse retirado do nosso
ordenamento jurídico, salvo se amparado por decisões específicas, na qual a empresa era parte, as contribuições deveriam continuar a serem recolhidas
na forma definida na lei. Ou seja, as receitas decorrentes de operações financeiras de hedge deveriam ser oferecidas à tributação relativamente ao PIS e à
COFINS cumulativas.
O § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998(LGL 1998\127) , que dispunha que a receita bruta compreendia a totalidade das receitas auferidas pela pessoa
jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas, foi revogado pela Lei nº 11.941/2009
(LGL 2009\68) .
Isso significa que, em regra, não mais é preciso discutir em juízo a inconstitucionalidade do alargamento de base de cálculo promovido pela Lei nº
9.718/1998(LGL 1998\127), não sendo garantida, por outro lado, a possibilidade de compensação dos valores pagos em anos anteriores, em conformidade
com o dispositivo revogado.
Assim, a partir de 28 de maio de 2009, não são mais devidas, pelas empresas tributadas pelo regime cumulativo, a tributação da Contribuição para o
PIS/PASEP e da COFINS sobre receitas não decorrentes da atividade da empresa, como por exemplo, as receitas financeiras.
Nota:
1.A partir 1º.01.2015 ou a contar de 1º.01.2014, no caso de adoção antecipada das disposições constantes da Lei nº 12.973/2014(LGL 2009\68) ,
conversão da Medida Provisória nº 627/2013(LGL 2013\68) , o PIS/PASEP e a COFINS serão calculadas com base no seu faturamento, que compreende a
receita bruta de que trata o art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598/1977(LGL 1977\68) .
2. De acordo com o art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598/1977(LGL 1977\68) , a receita bruta compreenderá:
a) o produto da venda de bens nas operações de conta própria;
b) o preço da prestação de serviços em geral;
c) o resultado auferido nas operações de conta alheia; e
d) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não compreendidas nas letras "a" a "c".
Fundamentação: Lei nº 9.718/1998(LGL 1998\127) ,Lei nº Lei nº 12.973/2014(LGL 2014\68), conversão da Medida Provisória nº 627/2013(LGL 2013\68).
III.3.1.2 Regras válidas a partir de 2015
A partir de 1º.01.2015 começa a vigorar o novo regime especial introduzido pela Lei nº 12.973/2014, conversão da Medida Provisória nº 627/2013 .
Entretanto, conforme estabelecem os arts. 75 e 119, I da Lei nº 12.973/2014, a pessoa jurídica poderá optar pela aplicação antecipada das disposições
contidas nos seus arts. 1º e 2º e 4º a 70 a partir de 1º.01.2014, observando-se que a opção será irretratável e acarretará a aplicação de todas as alterações
trazidas pelos artigos mencionados anteriormente e os efeitos das revogações previstas no art. 117, caput, I a VI e VIII e X, serão também a partir de
1º.01.2014, na forma, no prazo e nas condições editadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).
Desse modo, a partir 1º.01.2015 ou a contar de 1º.01.2014,o PIS/PASEP e a COFINS serão calculadas com base no seu faturamento, que compreende a
receita bruta de que trata o art. 12 do Decreto-Lei no 1.598/1977.
De acordo com o art. 12 do Decreto-Lei no 1.598/1977, a receita bruta compreenderá:
a) o produto da venda de bens nas operações de conta própria;
b) o preço da prestação de serviços em geral;
c) o resultado auferido nas operações de conta alheia; e
d) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não compreendidas nas letras "a" a "c".
Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições, excluem-se da receita bruta:
I) as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos;
II) as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da
avaliação de investimento pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido computados
como receita bruta;
III) as receitas de que trata o art. 187, IV da Lei nº 6.404/1976, decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado como investimento,
imobilizado ou intangível; e
Nota:
A Lei nº 14.043/2014 , conversão da Medida Provisória nº 651/2014 que deu nova redação ao item "III", também dispôs que a pessoa jurídica poderá
excluir da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita decorrente da alienação de participação societária o valor despendido para
aquisição dessa participação, desde que a receita de alienação não tenha sido excluída da base de cálculo das mencionadas contribuições na forma do
item "III" mencionada.
IV) a receita reconhecida pela construção, recuperação, ampliação ou melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível
representativo de direito de exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos.
Nota:
1. Para efeito da adoção inicial da Lei nº 12.973/2014, as operações ocorridas até 31.12.2013, para os optantes do novo regime especial, ou até 31.12.2014
para os não optantes, permanece a neutralidade tributária (Regime Tributário de Transição - RTT), estabelecida nos arts. 15 e 16 da Lei nº 11.941/2009, e
a pessoa jurídica deverá proceder, nos períodos de apuração a partir de janeiro de 2014, para os optantes, ou a partir de janeiro de 2015, para os não
optantes, aos respectivos ajustes nas bases de cálculo do IRPJ, da CSLL, da contribuição para o PIS/PASEP e da Cofins, observado os seguintes
procedimentos:
a) a diferença positiva, verificada em 31.12.2013, para os optantes, ou em 31.12.2014 para os não optantes, entre o valor de ativo mensurado de acordo
com as disposições da Lei nº 6.404/1976, e o valor mensurado pelos métodos e critérios vigentes em 31.12.2007, deve ser adicionada na determinação do
lucro real e da base de cálculo da CSLL em janeiro de 2014, para os optantes, ou em janeiro de 2015 para os não optantes, salvo se o contribuinte
evidenciar contabilmente essa diferença em subconta vinculada ao ativo, para ser adicionada à medida de sua realização, inclusive mediante depreciação,
amortização, exaustão, alienação ou baixa. O mesmo se aplica à diferença negativa do valor de passivo e deve ser adicionada na determinação do lucro
real e da base de cálculo da CSLL em janeiro de 2014, para os optantes, ou em janeiro de 2015 para os não optantes, salvo se o contribuinte evidenciar
contabilmente essa diferença em subconta vinculada ao passivo para ser adicionada à medida da baixa ou liquidação;
b) a diferença negativa, verificada em 31.12.2013, para os optantes, ou em 31.12.2014 para os não optantes, entre o valor de ativo mensurado de acordo
com as disposições da Lei nº 6.404/1976,e o valor mensurado pelos métodos e critérios vigentes em 31.12.2007, não poderá ser excluída na determinação
do lucro real e da base de cálculo da CSL, salvo se o contribuinte evidenciar contabilmente essa diferença em subconta vinculada ao ativo para ser
excluída à medida de sua realização, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa. O mesmo se aplica à diferença positiva
no valor do passivo e não pode ser excluída na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, salvo se o contribuinte evidenciar contabilmente
essa diferença em subconta vinculada ao passivo para ser excluída à medida da baixa ou liquidação.

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2. Por meio da Instrução Normativa RFB nº 1.469/2014, ficou, inicialmente, estabelecido que a opção pela aplicação antecipada das disposições contidas
na Lei nº 12.973/2014deveria ser manifestada na DCTF referente aos fatos geradores ocorridos no mês de maio de 2014. Entretanto, com a publicação da
Instrução Normativa RFB nº 1.484/2014, a opção será feita na DCTF referente aos fatos geradores ocorridos no mês de agosto de 2014.
3. No caso de início de atividade ou de surgimento de nova pessoa jurídica em razão de fusão ou cisão, no ano-calendário de 2014, a referida opção
deverá ser manifestada na DCTF referente aos fatos geradores ocorridos no 1º mês de atividade. Todavia, no caso de o 1º mês de início de atividade ou de
surgimento de nova pessoa jurídica em razão de fusão ou cisão ocorrer no período de janeiro a julho de 2014, as opções devem, nesse caso, ser exercidas
na DCTF referente aos fatos geradores ocorridos no mês de agosto de 2014.
4. O exercício ou o cancelamento da opção pelas novas regras não produzirá efeito na hipótese de entrega da DCTF fora do prazo.
5. As regras do pagamento do IRPJ e da CSLL, bem como, o tratamento tributário do PIS/PASEP e da COFINS estão previstas na Instrução Normativa
RFB nº 1.700/2017, publicada em 16.3.2017. A RFB esclareceu que a referida IN reproduz os dispositivos da Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, ora
revogada, e incorpora os dispositivos relacionadas à CSLL.
Fundamentação: Lei nº 9.718/1998 , alterada pela Lei nº 13.043/2014, arts. 64 a 67 da Lei nº 12.973/2014; Instrução Normativa RFB nº 1.469/2014.
III.3.2 Regime Não-cumulativo
As leis que criaram o regime não-cumulativo, quais sejam, as Leis nº 10.637/2002 (LGL 2002\598) e 10.833/2003(LGL 2003\670) , já estavam, desde sua
edição, amparadas pela Emenda Constitucional nº 20/1998(LGL 1998\68) . Dessa forma, não há dúvidas acerca da validade da tributação de toda e
qualquer receita (inclusive aquelas não contempladas no faturamento da pessoa jurídica), pela contribuição para o PIS/PASEP e pela COFINS quando se
tratar do regime não-cumulativo, ressalvados os benefícios instituídos pela legislação (alíquota zero, isenção, suspensão, dentre outros).
Fundamentação: Lei nº 10.637/2002 (LGL 2002\598) ; Lei nº 10.833/2003(LGL 2003\670) .
III.3.2 Regras válidas a partir de 2015
A partir 1º.01.2015 ou a contar de 1º.01.2014, no caso de adoção antecipada das disposições constantes da Lei nº 12.973/2014(LGL 2014\3934), o
PIS/PASEP e a COFINS incidirá sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação
contábil.
O total das receitas compreenderá a receita bruta de que trata o art. 12 do Decreto-Lei no 1.598/1977, e todas as demais receitas auferidas pela pessoa
jurídica com os respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente (VIII do caput do art. 183 da Lei no 6.404/1976.
De acordo com o art. 12 do Decreto-Lei no 1.598/1977, a receita bruta compreenderá:
a) o produto da venda de bens nas operações de conta própria;
b) o preço da prestação de serviços em geral;
c) o resultado auferido nas operações de conta alheia; e
d) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não compreendidas nas letras "a" a "c".
Não integrarão a base de cálculo, as receitas:
a) decorrentes de saídas isentas da contribuição ou sujeitas à alíquota zero;
b) auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na
condição de substituta tributária;
c) referentes a:
c.1) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos;
c.2) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da
avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido computados
como receita;
d) de que trata o inciso IV do caput do art. 187 da Lei no 6.404/1976, decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado como investimento,
imobilizado ou intangível;
e) decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação;
f) financeiras decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do a art. 183 da Lei no 6.404/1976, referentes a receitas excluídas
da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep;
g) relativas aos ganhos decorrentes de avaliação de ativo e passivo com base no valor justo;
h) de subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de
empreendimentos econômicos e de doações feitas pelo poder público;
i) reconhecidas pela construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo
de direito de exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos;
j) relativas ao valor do imposto que deixar de ser pago em virtude das isenções e reduções de que tratam as alíneas "a", "b", "c" e "e" do § 1º do art. 19 do
Decreto-Lei no 1.598/1977; e
k) relativas ao prêmio na emissão de debêntures.
Nota:
Observar os efeitos da adoção inicial e a forma de manifestação para aplicação antecipada das disposições contidas na Lei nº 12.973/2014(LGL 2014
\3934), constante na nota do subtópico III.3.1.2(LGL 2011\91) .
Fundamentação: Lei nº 10.637/2002(LGL 2002\598); Lei nº 10.833/2003(LGL 2013\670); Lei nº 12.973/2014(LGL 2014\3934).
III.3.2 Alíquota para PIS e COFINS
A) De 02 de agosto de 2004 a 31 de março de 2005
O Decreto nº 5.164/2004 (LGL 2004\2147)reduziu a zero as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social - COFINS incidentes sobre as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de incidência não-cumulativa das
referidas contribuições.
Essa redução não se aplicava às receitas financeiras oriundas de juros sobre capital próprio e as decorrentes de operações de hedge.
Nota:
A redução a zero aplica-se, também, às pessoas jurídicas que tenham apenas parte de suas receitas submetidas ao regime de incidência não-cumulativa.
Portanto, no período compreendido entre 02.08.2004 e 31.03.2005, as receitas auferidas com operações financeiras com finalidade de hedge, sofriam
tributação da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS.
B) De 1º de abril de 2005 até 30 de junho de 2015
O Decreto nº 5.442/2005 (LGL 2005\2736)promoveu alterações no que se refere à alíquota zero para receitas financeiras. A principal alteração consistiu
justamente na inclusão das receitas decorrentes de operações com finalidade de hedge para fins do benefício. A partir de 1º.4.2005, as receitas
decorrentes de hedge não sofrerão a tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS, em virtude da alíquota zero prevista noDecreto nº 5.442/2005 (LGL 2005
\2736). Atente-se que tal benefício restringe-se às empresas tributadas pelo regime não-cumulativo das contribuições.
Fica revogado o Decreto nº 5.164/2004 (LGL 2004\2147).
C) A partir de 1º de julho de 2015

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1. O Decreto nº 8.426/2015 (LGL 2015\2294), publicado no DOU Ed. Extra de 1º.4.2015, restabelece as alíquotas do PIS/PASEP e da COFINS, incidentes
sobre receitas financeiras para 0,65% e 4%, respectivamente, e determina que tais alíquotas aplicam-se inclusive às receitas financeiras decorrentes de
operações realizadas para fins de hedge, auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não-cumulativa das contribuições.
Referido ato complementa que tais disposições também se aplicam às pessoas jurídicas que tenham apenas parte de suas receitas submetidas ao regime
de apuração não-cumulativa do PIS/PASEP e da COFINS.
Nota:
O Decreto 8.451/2015(LGL 2015\3563) alterou o Decreto 8.426/2015(LGL 2015\2294), para dispor, com efeitos a partir de 1º.7.2015, que são mantidas em
zero as alíquotas do PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre as receitas financeiras decorrentes de:
a) variações monetárias, em função da taxa de câmbio, de: a.1) operações de exportação de bens e serviços para o exterior; a.2) obrigações contraídas
pela pessoa jurídica, inclusive empréstimos e financiamentos;
b) operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão organizado, destinadas
exclusivamente à proteção contra riscos inerentes às oscilações de preço ou de taxas quando, cumulativamente, o objeto do contrato negociado: b.1)
estiver relacionado com as atividades operacionais da pessoa jurídica; b.2) destinar-se à proteção de direitos ou obrigações da pessoa jurídica.
2. Por meio do Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 8/2015 (LGL\2015\9408), foi esclarecido que para fins da manutenção em zero das alíquotas das
contribuições incidentes sobre as receitas financeiras decorrentes de variações monetárias, em função da taxa de câmbio, de operações de exportação de
bens e serviços para o exterior a que se refere a letra "a.1" do item 1 desta nota devem ser consideradas as variações cambiais ocorridas até a data do
recebimento pelo exportador dos recursos decorrentes da exportação. Desse modo, tal benefício não alcança as variações cambiais ocorridas a após a
data de recebimento pelo exportador dos recursos decorrentes da exportação.
Em razão desta disposição, estão modificadas as conclusões em contrário constantes em Soluções de Consulta ou em Soluções de Divergência emitidas
antes da publicação do referido ato, independentemente de comunicação aos consulentes.
Ressalta-se que as alíquotas aplicáveis aos juros sobre o capital próprio foram mantidas em 1,65% e 7,6%, para o PIS/PASEP e COFINS respectivamente.
Fica revogado, com efeitos a partir de 1º.7.2015, o Decreto nº 5.442/2005(LGL 2005\2736).
Fundamentação: Decreto 8.426/2015 (LGL 2015\2294), alterado pelo Decreto 8.451/2015(LGL 2015\3563).
IV Mercado de liquidação futura - Momento de reconhecimento dos resultados
O art. 32 da Lei nº 11.051/2004 determina que para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, da Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social - Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, os resultados positivos ou negativos incorridos nas operações realizadas em mercados
de liquidação futura, inclusive os sujeitos a ajustes de posições, serão reconhecidos por ocasião da liquidação do contrato, cessão ou encerramento da
posição.
Determina ainda seu § 1º, que o resultado positivo ou negativo será constituído pela soma algébrica dos ajustes, no caso das operações a futuro sujeitas a
essa especificação, e pelo rendimento, ganho ou perda, apurado na operação, nos demais casos.
Nota:
No caso de operações realizadas no mercado de balcão, essas disposições se aplicam somente àquelas registradas nos termos da legislação vigente.
Considerando que essas disposições abrangem somente operações de bolsa e operações de balcão registradas, pode-se afirmar que as operações com
finalidade de hedge realizadas fora de bolsa ou de balcão sofrerão incidência do imposto pelo regime de competência - ou seja, antes de sua liquidação.
Fundamentação: art. 32 da Lei nº 11.051/2004.
V Decisões Administrativas
A seguir, são transcritas algumas decisões de consulta emanadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil sobre o assunto:
a) SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 43 de 10 de Agosto de 2010
ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
EMENTA: Na espécie, a associação civil que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição do grupo de pessoas a que
se destinam, sem fins lucrativos, desde que preencha as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997, é isenta da Cofins em relação às
receitas derivadas de suas atividades próprias. Consideram-se receitas derivadas das atividades próprias tão somente aquelas decorrentes de
contribuições, doações, anuidades ou mensalidades fixadas por lei, assembleia ou estatuto, recebidas de associados ou mantenedores, sem caráter
contraprestacional direto, destinadas ao seu custeio e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais. Nesse sentido, ressalte-se que tais entidades não
podem se servir da exoneração tributária para, em condições privilegiadas e extravasando a órbita de seus objetivos, praticar atos de natureza econômico-
financeira, concorrendo com organizações que não gozem da isenção. Desvirtuada a natureza das atividades ou tornados diversos o caráter dos recursos e
condições de sua obtenção, deixa de atuar o favor legal. Cumpre esclarecer que a Cofins incidirá sobre as receitas não decorrentes das atividades próprias
da entidade em questão, segundo o regime de apuração não cumulativa, desde que esta não seja tributada pelo Imposto de Renda com base no lucro
presumido ou arbitrado (quando couber); caso contrário, apurará a Cofins de acordo com a sistemática cumulativa. Sucede, porém, que está reduzida a
zero a alíquota da Cofins incidente sobre as receitas financeiras (com exceção dos juros sobre o capital próprio), inclusive decorrentes de operações
realizadas para fins de "hedge", auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas, ainda que parcialmente, ao regime de incidência não cumulativa da Cofins. Por
outro lado, a Cofins, no regime cumulativo, incidirá sobre as receitas de aplicações financeiras, auferidas antes de 28 de maio de 2009, com fundamento no
§ 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, visto que o Excelso Supremo Tribunal Federal declarou, em 09 de novembro de 2005, a inconstitucionalidade desse
dispositivo com efeitos meramente "inter partes" (RE nº 357.950-9/RS). No entanto, a partir de 28 de maio de 2009, as pessoas jurídicas submetidas ao
regime cumulativo não deverão recolher a Cofins sobre receitas não decorrentes da atividade que constitui seu objeto social, a exemplo, especificamente
no caso consultado, das receitas financeiras, face à expressa revogação do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, pelo art. 79, XII, da Lei nº 11.941, de
2009.
b) SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 119 de 15 de Abril de 2009
ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
EMENTA: SINDICATOS. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. RECEITA FINANCEIRA. Os sindicatos mencionados no art. 13, V, da Medida Provisória nº
2.158-35, de 2001, estão sujeitos à incidência não-cumulativa da Cofins em relação às receitas não decorrentes de suas atividades próprias. Portanto, a
partir de 02 de agosto de 2004, a alíquota da contribuição incidente sobre as receitas financeiras (exceto as oriundas de juros sobre capital próprio e, até
31/03/2005 também as decorrentes de operações de "hedge"), auferidas por estes sindicados, estão reduzidas a 0% (zero por cento).
c) SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 168 de 10 de Junho de 2008
ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
EMENTA: As receitas financeiras auferidas por associações civis sem fins lucrativos que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os
coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997, visto não serem relativas às suas
atividades próprias, são tributadas pela Cofins. Consideram-se receitas derivadas das atividades próprias somente aquelas decorrentes de contribuições,
doações, anuidades ou mensalidades fixadas por lei, assembléia ou estatuto, recebidas de associados ou mantenedores, sem caráter contraprestacional
direto, destinadas ao seu custeio e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais. Tais entidades sujeitam-se à incidência não-cumulativa da contribuição
em apreço, vez que dela não foram legalmente excluídas. Porém, a partir de 02 de agosto de 2004, fica reduzida a zero a alíquota da citada exação
incidente sobre as mencionadas receitas financeiras (exceto as oriundas de juros sobre capital próprio e, até 31/03/2005, também as decorrentes de
operações de "hedge"), desde que auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas, ainda que apenas em parte, ao regime de cobrança não-cumulativa da
contribuição, situação na qual as associações em pauta encontram-se enquadradas.

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