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DOI – Declaração sobre Operações Imobiliárias

Base Legal

Artigo 8º da Lei Federal nº 10.426/2002

Art. 8o Os serventuários da Justiça deverão informar as operações imobiliárias anotadas,


averbadas, lavradas, matriculadas ou registradas nos Cartórios de Notas ou de Registro de
Imóveis, Títulos e Documentos sob sua responsabilidade, mediante a apresentação de
Declaração sobre Operações Imobiliárias (DOI), em meio magnético, nos termos estabelecidos
pela Secretaria da Receita Federal.

§ 1º A cada operação imobiliária corresponderá uma DOI, que deverá ser apresentada até o
último dia útil do mês subseqüente ao da anotação, averbação, lavratura, matrícula ou registro
da respectiva operação, sujeitando-se o responsável, no caso de falta de apresentação, ou
apresentação da declaração após o prazo fixado, à multa de 0,1% ao mês-calendário ou fração,
sobre o valor da operação, limitada a um por cento, observado o disposto no inciso III do § 2o.

§ 2º A multa de que trata o § 1º:

I - terá como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a
entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não-
apresentação, da lavratura do auto de infração;

II - será reduzida:

a) à metade, caso a declaração seja apresentada antes de qualquer procedimento de ofício;

b) a setenta e cinco por cento, caso a declaração seja apresentada no prazo fixado em intimação;

III - será de, no mínimo, R$ 500,00 (quinhentos reais).

III – será de, no mínimo, R$ 20,00 (vinte reais). (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004)

§ 3º O responsável que apresentar DOI com incorreções ou omissões será intimado a


apresentar declaração retificadora, no prazo estabelecido pela Secretaria da Receita Federal, e
sujeitar-se-á à multa de R$ 50,00 (cinqüenta reais) por informação inexata, incompleta ou
omitida, que será reduzida em cinqüenta por cento, caso a retificadora seja apresentada no
prazo fixado.

INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 969, DE 21 DE OUTUBRO DE 2009


Art. 1º É obrigatória a assinatura digital efetivada mediante utilização de certificado digital válido,
para a apresentação, por todas as pessoas jurídicas, exceto as optantes pelo Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas
de Pequeno Porte (Simples Nacional), das declarações e dos demonstrativos a seguir
relacionados:

(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 995, de 22 de janeiro de 2010)

(...)
X - Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) para fatos geradores ocorridos a partir de maio
de 2010;
(Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 995, de 22 de janeiro de 2010)

(...)
§ 2º O disposto no caput (Obrigatoriedade da Assinatura Digital), em relação à Declaração
sobre Operações Imobiliárias (DOI) para fatos geradores ocorridos a partir de janeiro de 2011,
aplica-se aos serventuários da Justiça, responsáveis por Cartórios de Notas ou de
Registro de Imóveis,Títulos e Documentos.

(Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1036, de 01 de junho de 2010)

INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1112, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2010

O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso das atribuições que


lhe conferem os incisos III e XVI do art. 273 do Regimento Interno da Secretaria da Receita
Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF Nº 587, de 21 de dezembro de 2010, e tendo em
vista o disposto na Instrução Normativa RFB Nº 969, de 21 de outubro de 2009, resolve:
Art. 1º Aprovar o programa e as instruções para preenchimento da Declaração sobre
Operações Imobiliárias (DOI), versão 6.1, para uso obrigatório pelos Serventuários da Justiça,
responsáveis por Cartórios de Notas, de Registro de Imóveis e de Títulos e Documentos, relativa
às operações imobiliárias anotadas, averbadas, lavradas, matriculadas ou registradas.
Parágrafo único. O programa gerador da DOI estará disponível no sítio da Secretaria
da Receita Federal do Brasil (RFB) na Internet a partir de 3 de janeiro de 2011, no endereço
CAPÍTULO I DA DECLARAÇÃO
Art. 2º A declaração deverá ser apresentada sempre que ocorrer operação imobiliária
de aquisição ou alienação, realizada por pessoa física ou jurídica, independentemente de seu
valor, cujos documentos sejam lavrados, anotados, averbados, matriculados ou registrados no
respectivo cartório.
§ 1º Deverá ser emitida uma declaração para cada imóvel alienado ou adquirido.
§ 2º o valor da operação imobiliária será o informado pelas partes ou, NA
AUSÊNCIA DESTE, o valor que servir de base para o cálculo do imposto sobre a transmissão
de bens imóveis (itbi) ou para o cálculo do imposto sobre transmissão causa mortis e doação de
quaisquer bens ou direitos (itcd).
§ 3º O preenchimento da DOI deverá ser feito:
I - pelo Serventuário da Justiça titular ou designado para o Cartório de Ofício de
Notas, quando da lavratura do instrumento que tenha por objeto a alienação de imóveis, fazendo
constar do respectivo instrumento a expressão "EMITIDA A DOI";
II - pelo Serventuário da Justiça titular ou designado para o Cartório de Registro de
Imóveis, quando o documento tiver sido:
a) celebrado por instrumento particular;
b) celebrado por autoridade particular com força de escritura pública;
c) emitido por autoridade judicial (adjudicação, herança, legado ou meação);
d) decorrente de arrematação em hasta pública; ou
e) lavrado pelo Cartório de Ofício de Notas e não constar a expressão "EMITIDA A
DOI";
e) lavrado pelo Cartório de Ofício de Notas, independentemente de ter havido emissão
anterior de DOI;
(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1239, de 17 de janeiro de 2012)
III - pelo Serventuário da Justiça titular ou designado para o Cartório de Registro de
Títulos e Documentos, quando promover registro de documentos que envolvam alienações de
imóveis celebradas por instrumento particular, fazendo constar do respectivo documento a
expressão "EMITIDA A DOI".
CAPÍTULO II DA UTILIZAÇÃO DO PROGRAMA GERADOR DA DECLARAÇÃO
Art. 3º O programa aprovado por esta Instrução Normativa deve ser utilizado para
declarar as operações imobiliárias:
I - referentes aos documentos anotados, averbados, lavrados, matriculados ou
registrados a partir de janeiro de 2011;
II - relativas a exercícios anteriores, inclusive as retificadas e canceladas,
quando a entrega for efetuada a partir de janeiro de 2011.
CAPÍTULO III DO PRAZO E DO MEIO DE ENTREGA
Art. 4º A DOI deverá ser apresentada até o último dia útil do mês subsequente ao
da lavratura, anotação, averbação, matrícula ou registro do documento, por meio da Internet,
utilizando-se a última versão do programa Receitanet disponível no endereço mencionado no
parágrafo único do art. 1º.
§ 1º Para a apresentação da DOI relativa a fatos geradores ocorridos a partir de
janeiro de 2011, é obrigatória a assinatura digital da declaração mediante utilização de
certificado digital válido.
§ 2º As declarações listadas no recibo de entrega, impresso pelo programa gerador
da DOI, serão processadas posteriormente pela RFB, estando sujeitas a rejeição.
§ 3º Após 48 (quarenta e oito) horas da transmissão do arquivo pelo programa
Receitanet, o Relatório de Erros da DOI estará disponível no sítio da RFB da Internet
(Declarações/DOI/Consulta da DOI - Relatório de Erros).
§ 4º Para consultar o Relatório de Erros da DOI, o cartório deverá informar o seu
número no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e o número do recibo de entrega.
CAPÍTULO IV DA DISPENSA DE APRESENTAÇÃO DA DECLARAÇÃO
(REVOGADO(A) PELO(A) INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1193, DE 15 DE SETEMBRO
DE 2011)
Art. 5º Os Serventuários da Justiça ficam dispensados de preencher a DOI quando:
(Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1193, de 15 de setembro de 2011)
I - tratar-se de desapropriação para fins de reforma agrária, conforme disposto no §
5º do art. 184 da Constituição Federal;
(Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1193, de 15 de setembro de 2011)
II - a lavratura, a anotação, a matrícula, o registro ou a averbação decorrem de
instrumentos celebrados há mais de 5 (cinco) anos, contados da data:
(Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1193, de 15 de setembro de 2011)
a) da lavratura, se instrumento público;
(Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1193, de 15 de setembro de 2011)
b) do registro, se instrumento particular; ou
(Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1193, de 15 de setembro de 2011)
c) da emissão do documento, se emitido por autoridade judicial (adjudicação, herança,
legado ou meação) ou em decorrência de arrematação em hasta pública;
(Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1193, de 15 de setembro de 2011)
III - a lavratura, a anotação, a matrícula, o registro ou a averbação tiverem sido
comunicados à RFB e no documento apresentado constar a expressão "EMITIDA A DOI";
(Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1193, de 15 de setembro de 2011)
IV - o imóvel financiado retornar ao agente financeiro; ou
(Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1193, de 15 de setembro de 2011)
V - a transferência do imóvel se der por usucapião.
(Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1193, de 15 de setembro de 2011)
CAPÍTULO V DA MULTA POR ATRASO NA ENTREGA
Art. 6º No caso de falta de apresentação ou apresentação da declaração após o
prazo fixado, o Serventuário da Justiça sujeitar-seá à multa de 0,1% (um décimo por cento)
ao mês-calendário ou fração sobre o valor da operação, limitada a 1% (um por cento),
observado o disposto no inciso III do § 2º deste artigo.
§ 1º A multa terá como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente
fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de
não apresentação, da lavratura do auto de infração.
§ 2º A multa de que trata o caput será:
I - reduzida à metade, caso a declaração seja apresentada antes de qualquer
procedimento de ofício;
II - reduzida a 75% (setenta e cinco por cento), caso a declaração seja apresentada
no prazo fixado em intimação;
III - de no mínimo R$ 20,00 (vinte reais).
§ 3º O Serventuário da Justiça que apresentar DOI com incorreções ou omissões
será intimado a apresentar declaração retificadora, no prazo estabelecido pela RFB, e
sujeitar-se-á à multa de R$ 50,00 (cinquenta reais) por informação inexata, incompleta ou
omitida, que será reduzida em 50% (cinquenta por cento) caso a retificadora seja
apresentada no prazo fixado.
CAPÍTULO VI DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 7º As declarações referentes aos documentos anotados, averbados, lavrados,
matriculados ou registrados até 31 de dezembro de 2010, bem como as relativas a exercícios
anteriores, inclusive as retificadoras e canceladoras, quando a entrega for efetuada a partir de
1º de janeiro de 2011, devem ser gravadas na versão 6.1 do programa aprovado por esta
Instrução Normativa e entregues pelo Receitanet.
Parágrafo único. As declarações referidas no caput poderão ser entregues sem
certificado digital.
Art. 8º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9º Fica revogada, a partir de 1º de janeiro de 2011, a Instrução Normativa SRF Nº
473, de 23 de novembro de 2004.

OTACÍLIO DANTAS CARTAXO

QUESTÕES RESOLVIDAS NO QCONCURSOS

Q371241
Direito TributárioObrigação Tributária ,Obrigação Principal e Acessória
Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: TJ-PE Prova: FCC - 2013 - TJ-PE - Titular de Serviços de Notas e de
Registros - Remoção
Resolvi certo!
A emissão de Declaração sobre Operações Imobiliárias - DOI

 A

é obrigação acessória que tem como sujeito passivo o Oficial do Registro de


Imóveis e o Tabelião de Notas, dentre outros.

 B

é obrigação acessória que tem como sujeito passivo o alienante e o adquirente de


imóvel rural, como forma de fiscalizar a incidência do Imposto Sobre Propriedade
Territorial Rural - ITR.
 C

é obrigação principal conferida aos adquirentes de bens imóveis, como forma de


fiscalizar o recolhimento do Imposto sobre a Renda incidente sobre o ganho de
capital.

 D

deve ser apresentada pelo adquirente conjuntamente com a Declaração de Ajuste


Anual para fins de Imposto sobre a Renda.

 E

está dispensada de ser emitida quando a transmissão imobiliária tiver caráter


gratuito, pois, neste caso, não haverá ganho de capital pelo alienante.

Q397698
Direito Notarial e Registral
Ano: 2012 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2012 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de
Registros - Remoção
Resolvi certo!
A respeito da Declaração Sobre Operações Imobiliárias (DOI), pode-se afirmar que

 A

os Tabeliães de Notas e Oficiais de Registro de Imóveis e de Títulos e Documentos estão


obrigados a fazer comunicação à Receita Federal do Brasil dos documentos lavrados e
registrados em suas serventias e que caracterizem aquisição ou alienação de imóveis,
realizada por pessoa física ou jurídica, independentemente de seu valor, exceto quando tiver
origem em título por autoridade judicial (adjudicação, herança, legado ou meação).

 B

será considerado valor da operação imobiliária o que serviu de base para o cálculo do
Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis – ITBI ou do Imposto sobre
Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens e Direitos – ITCMD. (Em regra
deve ser considerado o valor informado pelas partes, ou na falta, o valor considerado
para pagamento de ITBI ou ITCMD)

 C

os Oficiais de Registro de Imóveis ficam dispensados de preencher a DOI quando a


transferência do imóvel se der por usucapião.

 D

o preenchimento da DOI deverá ser feito pelo Oficial do Registro de Títulos e


Documentos, quando promover registro de documentos que envolvam alienações de
imóveis celebradas por instrumento particular, fazendo constar do respectivo
documento a expressão “EMITIDA A DOI”.
RECORTES INTERESSANTES SOBRE DOI

A obrigação acessória de apresentar a DOI e a respectinva multa pelo descumprimento estão previstas
na LEI Nº 10.426, DE 24 DE ABRIL DE 2002:

Art. 8o Os serventuários da Justiça deverão informar as operações imobiliárias anotadas,


averbadas, lavradas, matriculadas ou registradas nos Cartórios de Notas ou de Registro de Imóveis,
Títulos e Documentos sob sua responsabilidade, mediante a apresentação de Declaração sobre
Operações Imobiliárias (DOI), em meio magnético, nos termos estabelecidos pela Secretaria da
Receita Federal.

§ 1º A cada operação imobiliária corresponderá uma DOI, que deverá ser apresentada até o último
dia útil do mês subseqüente ao da anotação, averbação, lavratura, matrícula ou registro da respectiva
operação, sujeitando-se o responsável, no caso de falta de apresentação, ou apresentação da
declaração após o prazo fixado, à multa de 0,1% ao mês-calendário ou fração, sobre o valor da
operação, limitada a um por cento, observado o disposto no inciso III do § 2o.

http://www.notariado.org.br/index.php?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=MzM0Nw==&filtro=9&
Data=

5) Preenchimento da Declaração sobre Operações Imobiliárias – DOI

A constituição e extinção do usufruto apresenta reflexos também no preenchimento da Declaração


sobre Operações Imobiliárias – DOI, obrigação instituída pelo Decreto-Lei nº 1.510, de 1976, e hoje
disciplinada, em caráter normativo, pela IN-SRF nº 324, de 28 de abril de 2003.

Quando o usufruto é constituído pela reserva, ou retenção, mediante contrato, através do qual o
proprietário cede a nua propriedade, reservando para si o uso e o gozo da coisa, o reflexo na DOI
relativa à transmissão apenas da nua propriedade surgirá quando do preenchimento do campo
“Percentual de Participação do(s) Adquirente(s)”. O nu-proprietário tem 100% (cem por cento) da
propriedade do imóvel ou o percentual de participação é menor em razão da retenção feita do
usufruto ? E se for menor, quanto menor é esse percentual?

É importante que não nos afastemos dos objetivos que a Secretaria da Receita Federal tem com a
DOI, sendo que, entre eles está o interesse de conhecer quem transmitiu o quê, para quem, em que
data e por quanto.

No caso da Doação com Reserva de Usufruto nem todos os direitos inerentes à propriedade
acompanham a coisa cedida a título gratuito. Como vimos, ocorre a retenção dos direitos de uso e
gozo. Então, não há dúvidas que se deve informar, nesses casos, que “A” cedeu para “B” o
imóvel “X” reservando para si o usufruto sobre esse imóvel. O problema é: qual o valor dessa
operação? Para os fins fiscais, qualquer que seja o ente tributante, o valor não será o atribuído à
propriedade plena pois esta depende da extinção do usufruto para consolidar-se na pessoa do nu-
proprietário. E essa extinção é evento incerto, embora o usufruto seja tido como direito
temporariamente destacado da propriedade. Tanto assim é que a legislação paulista do ITCMD
estabele como prazo para pagamento do imposto sobre o valor do usufruto a data em que ocorrer a
consolidação da propriedade plena, ainda que faculte ao contribuinte fazê-lo na data da transmissão
da nua-propriedade.

Avançamos na análise. Já dá para que se depreenda do racicíonio acima esposado que o valor é o
correspondente ao da nua-propriedade. Mas que valor é esse ?

Levando-se em conta a ficção jurídica que divide a propriedade em duas partes para fins de
incidência do imposto de transmissão, uma representada pela nua-propriedade e outra pelo usufruto,
no Estado de São Paulo a primeira corresponde a 2/3 (dois terços) da propriedade plena, enquanto
que a segunda ao que resta do todo, ou seja, 1/3 (um terço). Em outros estados a divisão pode ser
diferente. Aliás, sabe-se que em alguns são atribuídos percentuais iguais (50%), tanto para a nua-
propriedade como para o usufruto.

Por que não usá-los para informar os percentuais exigidos pela DOI ?

Na verdade, a Receita não se manifestou sobre o assunto, porém, por outro lado, não consta que algum
interessado, “cartório” ou entidade representativa da classe dos notários e registradores, tenha provocado
posicionamento oficial do Fisco, de tal sorte que, considerando tudo quanto foi dito aqui é válida a
alternativa que considera 66,66% (sessenta e seis por cento e sessenta e seis décimos), divididos entre os
adquirentes da nua-propriedade como percentual de suas respectivas participações.

Contudo, a questão mais difícil de ser enfrentada não é essa. Reside na necessidade, ou não, de se
emitir a DOI na instituição e na extinsão do usufruto.

Por tudo quanto acima foi apresentado ao leitor do JN (nota do CNB: JN é Jornal do Notário,
publicação do Colégio Notarial do Brasil -Seção São Paulo), tanto na instituição como na extinção
do usufruto há a transmissão de um direito relativo a imóvel, o que, com base na legislação
específica que rege a matéria, é fato ensejador da comunicação ao órgão fazendário federal, senão
vejamos:

Decreto-Lei nº 1.510/1976 – art. 15 - “Os serventuários da Justiça responsáveis por Cartório de


Notas ou de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos, ficam obrigados a fazer comunicação à
Secretaria da Receita Federal dos documentos lavrados, anotados, averbados ou registrados em seus
Cartórios e que caracterizam aquisição ou alienação de imóveis por pessoas físicas, conforme
definidos no art. 2º § 1º do Decreto-lei nº 1.381, de 23 de dezembro de 1974”. (Grifei)

Decreto-lei nº 1.381/1974 – art. 2º, § 1º - “Caracterizam-se a aquisição e a alienação pelos


atos de compra e venda, de permuta, de transferência do domínio útil de imóveis foreiros, de cessão
de direitos, de promessas dessas operações, de adjudicação ou arrematação em hasta pública, pela
procuração em causa própria, ou por outros contratos afins em que haja transmissão de imóveis ou
de direitos sobre imóveis.” (Grifei)

A clareza da redação atribuída aos dispositivos acima transcritos não deixava qualquer dúvida, mas
o que tinha tudo para ser simples tornou-se complexo a partir da inclusão de entendimento da
Receita Federal no Perguntas e Respostas, editado pelo próprio órgão, que contraria, de maneira
frontal, o que acima se vê e que muitas vezes foi repetido ao contribuinte nos atos adminitrativos
assinados pelas autoridades competentes.
Reproduzo, abaixo, a íntegra da Pergunta nº 134, do trabalho acima referido, para que se possa
fazer atenta leitura de seus termos:

Pergunta 134 – Usufruto

É obrigatória a apresentação da DOI quando da lavratura de escritura de usufruto sem alteração dos
proprietários do imóvel ?

R: Não. Escritura de usufruto não caracteriza a transferência do imóvel.

Pra quem não tava por dentro de DOI, dava pra matar a questão por exclusão.

Com relação à Declaração Sobre Operações Imobiliárias – DOI, é lícito afirmar que

A) Não pode ser a letra A, porque multa é obrigação tributária PRINCIPAL ($$$), sendo assim tem
que estar prevista em lei (ou ato com estatura de lei), nos termos do art. 97, III c/c art. 113, § 1º,
ambos do CTN; logo, uma instrução normativa da Receita não pode criar uma multa;

B) Não pode ser a letra B, porque a obrigação tributária acessória, se não observada, não se converte
em tributo, mas sim em multa (nos termos do art. 113, § 3º do CTN), sendo que a multa é uma das
espécies de obrigação PRINCIPAL (conforme já mencionado na análise da alternativa anterior)
enquanto que o tributo é a outra espécie de obrigação principal;

C) Não pode ser a letra C, porque sujeito passivo da obrigação acessória correspondente ao
preenchimento da DOI é a pessoa obrigada pela legislação tributária a tal preenchimento (art. 122 do
CTN); no caso, é o tabelião de notas, e não o adquirente do imóvel;

Assim, só restaria a letra D pra marcar.

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