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SLC

Agrícola:
uma agrotech
de perfil
singular

Gustavo
Almeida
O ativo que trago como recomendação hoje é de uma
empresa brasileira bastante sólida em seu segmen-
to: SLC Agrícola.

Desde a construção da minha tese e recomendação,


em dezembro de 2019, a ação da SLC3 já subiu mais
de 30%. Tenho convicção de que, independentemen-
te das pedras que possam surgir no meio do caminho,
ela ainda vai se valorizar muito ao longo do tempo.
Estou falando de um potencial de alta da ordem de
70%!

02.
Para colher os melhores frutos deste investimento,
entretanto, é importante ressaltar que você deve ter
em vista o longo e longuíssimo prazo. E, claro, SLC
não deve ser a única ação de seu portfólio. O aconse-
lhável é alocar no máximo 5% a 10% de sua carteira
de ações no papel. Teremos outras oportunidades de
contato para complementar o seu portfólio!

03.
Antes de começar, quero
falar um pouquinho da Spiti
e do meu trabalho
No segundo semestre de 2019, a Luciana Seabra,
analista e planejadora financeira especialista em fun-
dos, assinou um memorando de entendimento com
o Guilherme Benchimol para criar a Spiti, uma casa
de análise cujo objetivo principal é trazer as melhores
recomendações de investimentos para você, na sua
língua, seja você quem for.

Decidi fazer parte do projeto desde o seu começo por-


que o propósito da Luciana combinava muito com o
meu: desmistificar o mundo da Bolsa de Valores para
as pessoas físicas.

04.
Invisto em Bolsa há mais de 15 anos, como trader,
investidor do meu próprio patrimônio e agora analis-
ta CNPI. Já passei por muitas crises, assim como por
momentos bons da Bolsa, nos quais construí a maior
parte do meu patrimônio financeiro. E agora quero
ajudar você a construir o seu, sem correr riscos des-
necessários.

Antes da recomendação em si, vou compartilhar com


você um pouco da minha forma de pensar em investi-
mentos e mostrar como analiso uma empresa da Bol-
sa de Valores.

A cabeça do analista
Antes de entrar na tese de investimento em si, quero
falar um pouco sobre mim e minha forma de pensar
em investimentos.

Ao que tudo indica, o brasileiro finalmente está come-


çando a dar os primeiros passos na direção de inves-
timentos mais rentáveis. Talvez esteja engatinhando
ainda, mas ainda assim é um movimento relevante
para fugir da inércia da poupança e de outros investi-
mentos atrelados a uma taxa básica de juros tão bai-
xa como a que vivemos hoje, os míseros 4,5% ao ano.

05.
Para alcançarmos rentabilidades mais relevantes e ir
em direção à nossa tão sonhada liberdade financeira,
não existe caminho melhor do que a compra de boas
empresas na Bolsa de Valores, tendo em vista o lon-
go prazo.

Demorei um tempo pra alcançar a maturidade de


pensar dessa forma, mas, depois de mais de 15 anos
como investidor e profissional na área, fui entenden-
do que o ato de investir, a tomada de decisão na hora
de comprar um ativo, envolve muitas outras coisas
que às vezes estão aquém da nossa compreensão.

Somente o tempo nos traz maturidade e esse apren-


dizado. Quando investimos, todo movimento negati-
vo gera questionamento e dúvida. É de nossa nature-
za querer otimizar nossos ganhos e, no momento da
tomada de decisão, nossa confiança em excesso faz
com que pensemos que somos mais espertos do que
o mercado. É um movimento natural.

Foi aí que comecei, então, a me enveredar também


pelas searas das finanças comportamentais. Buscar
respostas completas aos meus questionamentos,
aqueles que apenas o estudo de gráficos ou dos fun-
damentos de uma empresa não sanava.

06.
Nosso cérebro, para tomar decisões de forma práti-
ca, recorre às heurísticas, que nada mais são do que
atalhos mentais, soluções simples, não muito elabo-
radas, para resolução de temas complexos. Usamos
esses atalhos para poupar tempo de raciocínio, e isso
funciona muito bem para algumas atividades do dia a
dia, quando algumas atividades precisam ser “auto-
matizadas”. Há, entretanto, riscos de não se tomar a
melhor decisão dependendo em que campo de nos-
sas vidas elas são empregadas.

A heurística da disponibilidade foi uma valiosa con-


tribuição de Daniel Kahneman, prêmio Nobel de Eco-
nomia, e de Amos Tversky, psicólogo e pesquisador,
parceiro de longa data de Kahneman nos estudos das
finanças comportamentais. Segundo esse conceito,
fazemos julgamentos acerca da probabilidade de algo
acontecer com base na facilidade com que identifica-
mos outros acontecimentos de mesma natureza. Ou
seja, quanto mais um evento se mostra presente no
nosso cotidiano, mais julgamos que ele é provável de
acontecer novamente.

E isso leva a um comportamento bastante comum


e nocivo do investidor de Bolsa: acreditar que o que
está caindo vai cair para sempre e o que está subindo
vai subir eternamente.

07.
Esse tipo de atalho pode nos trazer um problema na
hora de analisar uma ação. Acabamos não conseguin-
do raciocinar com clareza a respeito das potenciali-
dades e oportunidades existentes no mercado.

Temos justificativas muito fortes, focadas no passa-


do, em eventos que já ocorreram, o que nos impede
de pensar naquilo que ainda pode acontecer. É difícil
acreditar e apostar em algo que não “enxergamos”.


Conhecer nossos
vieses nos ajuda a ser
investidores melhores.

08.
Como concluo que uma
ação fará sentido para
investimento no longo
prazo?

Acredito que empresas são formadas por pessoas e


estas são capazes de inovar e transformar um negó-
cio. Há uma busca verdadeira por crescimento, um
alinhamento de expectativas entre essas pessoas e a
cultura da empresa.

Para fazer minha análise, gosto de olhar para três pi-


lares, os quais julgo fundamentais na escolha de uma
ação com potencial de crescimento no longo prazo.
São eles:

09.
1
1. Tamanho do mercado: não adianta negociar
um mercado que ainda precisa ser desenvolvi-
do. Um mercado em que muitas pessoas con-
somem é mais fácil de crescer, principalmente
quando eles começam a apresentar algumas
ineficiências;

2
2. Ineficiências do mercado: resolver as ineficiên-
cias é fundamental, pois será ali que a receita da
empresa vai ser criada por meio de um produto,
o qual vai gerar um valor percebido através de
inovação;

3
3. Inovação: é a capacidade constante de gerar
valor percebido. Uma inovação não é uma in-
venção, por isso precisa ser algo que as pes-
soas desejem ou algo de que precisem. Deve
ser exequível tecnicamente e viável financei-
ramente.

Foi com base na análise desses três pilares e levando


em consideração que vivemos num país com vocação
para o agronegócio que cheguei à minha recomenda-
ção para comprar SLC Agrícola (SLCE3).

10.
Onde tudo que
se planta cresce
Vivemos num país onde tudo que se planta cresce:
quase um quarto do nosso PIB provém do agronegó-
cio. Em contrapartida, há poucas empresas do setor
de agricultura com capital aberto na B3, e a SLC é a
mais eficiente entre elas.

Não é preciso ressaltar, então, que esse mercado é


gigante no Brasil. Todos nós consumimos produtos
provenientes do agronegócio, nas suas mais diversas
formas. Se pensarmos no mercado externo, a China
é uma grande consumidora de soja e de seus deriva-
dos, tanto para a alimentação humana como para a
pecuária. E o país importa essa e outras commodities
do nosso país.

Breve histórico
da empresa
A SLC Agrícola nasceu em 1977 e, ao longo dos anos,
desenvolveu um modelo de negócio subdividido em
três abordagens com forte sinergia entre si, orienta-

11.
das por uma cultura de melhoria contínua. Esse mo-
delo é baseado em um sistema de produção moderno,
com alta escalabilidade, padronização das unidades
de produção, tecnologia de ponta, controle rigoroso
dos custos e responsabilidade socioambiental.

Trata-se de uma das maiores produtoras mundiais de


grãos e fibras, que produz especificamente algodão,
soja e milho em quase 458 mil hectares divididos em
16 unidades espalhadas por seis estados do cerrado
brasileiro.

As unidades estão divididas em áreas próprias e ar-


rendadas, e a SLC Agrícola vende seus grãos para as
tradings de ração animal, tradings da indústria ali-
mentícia e as fibras para as tradings da indústria têx-
til.

Desde a sua abertura de capital na Bolsa de Valores, a


companhia decidiu seguir as regras necessárias para
entrar no Novo Mercado, o segmento da B3 em que
estão as empresas com maior nível de governança
corporativa, ou seja, aquelas que oferecem, por von-
tade própria, maior transparência e direitos para os
investidores.

12.
Ao visitar o site da SLC, é possível ver o belo trabalho
que a empresa faz para deixar os investidores muito
bem informados a respeito de tudo que acontece in-
ternamente.

Modelo de negócio
A SLC Agrícola tem um modelo de negócio que se
subdivide basicamente em três abordagens:

13.
1
1. Operação agrícola em terras próprias no cer-
rado: a maior parte da operação, em que hou-
ve a compra de áreas em estado bruto, com
tratamento do solo através da produção agrí-
cola sustentável;

2
2. Ganho de escala 1: operação agrícola em ter-
ras arrendadas e parcerias, na qual se bus-
ca maximizar a utilização da sua capacidade
instalada, arrendando áreas vizinhas ou pró-
ximas às suas fazendas e realizando contra-
tos de sete a oito anos indexados ao preço do
saco da soja em reais. Isso permite…

3
3. ganho de escala 2: aquisição de terras brutas
para transformação e venda através da SLC
LandCo, uma parceria criada em 2012 com
um fundo de private equity inglês, o Valiance.
É um braço imobiliário utilizando-se da exper-
tise adquirida ao longo dos anos na prospec-
ção e aquisição de terras com alto potencial
produtivo e de valorização devido às vanta-
gens competitivas que as terras agricultáveis
no Brasil possuem em relação aos principais
produtores agrícolas do mundo, tais como
EUA, China, Índia e Argentina.

14.
Esse modelo me chama muita atenção, pois ele cria
eficiência em ambientes de ineficiência. Em 57% da
área plantada, os resultados vêm da agricultura e da
apreciação da terra. Já nos outros 43%, eles vêm da
agricultura com baixo investimento somados à taxa
de administração das áreas.

FAZENDAS POSICIONADAS ESTRATEGICAMENTE


Um portfólio resiliente a variações climáticas

5
6
7
15 8
9
13
12 10

Fazendas da SLC Agrícola 1 16 14


17
1. Paiaguás – 67.024 ha ¹ 2

2. Planorte – 31.812 ha 3 Fazendas da SLC LandCo


3. Pamplona - 21.601 ha ¹ 4 11
(SLC Agrícola 82%, Valiance 18%)
4. Planalto - 22.279 ha ¹ 15. Planeste – 54.664 ha ¹ ²
5. Parnaíba - 44.162 ha ¹ ² 16. Panorama – 21.735 ha ²
6. Palmeira – 22.530 ha1 17. Piratini – 7.506 ha ²
7. Parnaguá – 9.389 ha
8. Paineira – fazenda arrendada
9. Parceiro – 14.334 ha ² Joint Venture com
10. Palmares – 23.854 ha ¹ Grupo Roncador
11. Pantanal – 41.343 ha HQ – Porto Alegre 12. Pioneira – 27.950 ha ¹

Área Plantada: Safra 18/19. (1) Unidades com 2ª safra. (2) Inclui terras da SLC LandCo. Joint Venture com
Mitsui Co.
13. Perdizes – 27.400 ha ¹
Fonte: site da SLC Agrícola 14. Paladino – 20.117 ha

15.
Riscos, ineficiências
e oportunidades de
diferenciação
Por ser uma empresa que atua especificamente com
commodities agrícolas, a SLC Agrícola acaba sujeita
a riscos de diversas naturezas, os quais impactam o
seu resultado. São impactos que afetam o setor como
um todo e geram as ineficiências que tanto gosto de
buscar quando o assunto é escolher uma empresa
para se investir.

Escolher um ativo para investir em um mercado no


qual os produtos e serviços são extremamente com-
petitivos em qualidade e valor percebido faz com
que percamos a margem. Porém, quando temos um
mercado que apresenta riscos e uma empresa que é
apaixonada por eficiência, cria-se um ambiente per-
feito para o crescimento exponencial que procura-
mos como investidores.

16.
Que riscos são esses?
Temos, entre eles, fatores como clima, câmbio, cus-
tos, preços das commodities e produtividade.

E como a SLC Agrícola


os mitiga?
A companhia desenvolveu, ao longo de mais de 40
anos de história, um modelo de negócios baseado na
eficiência operacional e na alta escala de produção.

Clima
• posicionamento geográfico distribuído em seis es-
tados, com distâncias que chegam a 1.500 quilôme-
tros entre as unidades;
• plantam três culturas diferentes com janelas espe-
cíficas de plantio e colheita;
• utilizam culturas de diversas variedades, com três
ciclos de características bem específicas para cada
região: superciclo, precoce e normal.

17.
CICLO DE PRODUÇÃO
Calendário específico de plantio e colheita para cada cultura. Reduz a exposição ao clima

Fonte: site da SLC Agrícola

Câmbio

A empresa possui uma política clara de hedge.

Custo

64% da formação total é em dólar, o que é altamente


correlacionado aos preços dos grãos.

18.
5%
5% Arrendamentos
Depreciações USD
e Amortizações
23%
4%
Combustíveis e Defensivos
Lubrificantes
USD
COMPOSIÇÃO 7%
DO CUSTO Outros
DE PRODUÇÃO
10%
Preços de insumos Benefic./Manutenção
altamente correlacionados de máquinas e
implementos
aos preços dos grãos 23%
Média, safra 2019/2020 Fertilizantes
10% USD
Mão de Obra
12%
Sementes
USD

Fonte: site da SLC Agrícola

Preço das commodities

diferencia-se por usar a política de hedge, armazena-


gem para a comercialização na entressafra e diferen-
ciação por certificação, o que exige uma maior quali-
dade do produto e, consequentemente, uma melhor
cotação.

Na produtividade, a SLC Agrícola se destaca


com o uso de terras diferenciadas e de qualidade
com as melhores práticas. Além disso, a companhia
é early-user de novas tecnologias.

19.
A SLC vem evoluindo estrategicamente e se prepara
para, a partir deste ano, iniciar uma nova fase total-
mente tecnológica. Olhando as fases pelas quais a
empresa passou, após o seu IPO em 2007, iniciou-se
um movimento de crescimento. Foi quando percebeu
que era mais rápido e eficiente parar de adquirir no-
vas terras e começar, então, a arrendar e realizar par-
cerias (joint ventures).

Em 2015, entrou na atual fase, que é apoiada por


quatro pilares de oportunidade, os quais direcionam
as decisões da empresa, como a priorização do tem-
po e da alocação de capital.

1. Alta eficiência
2. Migração para o modelo asset light
3. Crescimento em culturas de maior
valor agregado
4. Consolidação das certificações
e rastreabilidade da produção

20.
Fonte: site de RI da SLC Agrícola

Em termos de eficiência na agricultura, o que se bus-


ca é uma redução no custo de produção e um aumen-
to de produtividade por hectare plantado.

Área plantada por cultura 2017/18 x 2018/19


Área plantada Área Plantada Participação
Mix de culturas 2017/18 2018/19 (1) 2018/19 Δ%
------------------ ha ------------------ %
Algodão 95.124 123.727 27,0 30,1
Algodão 1ª safra 57.832 72.852 15,9 26,0
Algodão 2ª safra 37.292 50.875 11,1 36,4
Soja (Comercial +Semente) 230.164 243.149 53,1 5,6
Milho 2º safra 76.931 89.311 19,5 16,1
Outras culturas (2) 2.227 1.912 0,4 -14,2
Área Total 404.446 458.099 100,0 13,3
(1)
Fatores climáticos poderão afetar a projeção de área plantada.
(2)
Trigo, milho 1º safra, milho semente.

21. Produtividades realizadas na safra 2017/18 x 2018/19 (Orçado e Forecast)


(a)Safra (b)Safra (c) Safra
∆% ∆%
Algodão 2ª safra 37.292 50.875 11,1 36,4
Soja (Comercial +Semente) 230.164 243.149 53,1 5,6
Milho 2º safra 76.931 89.311 19,5 16,1
Outras culturas (2) 2.227 1.912 0,4 -14,2
Área Total 404.446 458.099 100,0 13,3
(1)
Fatores climáticos poderão afetar a projeção de área plantada.
(2)
Trigo, milho 1º safra, milho semente.

Produtividades realizadas na safra 2017/18 x 2018/19 (Orçado e Forecast)


(a)Safra (b)Safra (c) Safra
∆% ∆%
Produtividade (kg/ha) 2017/18 2018/19 2018/19
cxa cxb
Realizado Orçado Forecast
Algodão em pluma 1ª safra 1.929 1.749 1.679 -13,0% -4,0
Algodão em pluma 2º safra 1.622 1.621 1.623 0,1% 0,1%
Caroço de algodão 2.351 2.174 2.088 -11,2% -4,0%
Soja 3.692 3.525 3.725 0,9% 5,7%
Milho 2º safra 5.715 6.815 7.021 22,9% 3,0%

O 3T19 foi marcado pela conclusão da colheita do algodão, em 123.727 ha (1ª e 2ª safra),
milho de 2ª safra (89.311 ha).

Fonte: site de RI da SLC Agrícola

Diante dessa visão da eficiência, ou seja, na tentativa


de diminuir custo e aumentar a produtividade, a SLC
Agrícola vem reduzindo drasticamente tanto o inter-
valo de tempo médio de plantio quanto de colheita.
Pense bem: se você gasta menos tempo com pesso-
as e menos tempo de uso das máquinas e de equipa-
mentos para realizar a mesma tarefa de anos atrás, é
sinal que isso gerará uma economia e, consequente-
mente, um aumento de margem.

É exatamente isso que a companhia tem feito, redu-


zindo em torno de 50% o tempo médio de plantio e
em torno de 35% o tempo médio de colheita, tanto
da soja como do algodão, nos últimos cinco anos.

22.
ALTA EFICIÊNCIA
COLHEITA MAIS RÁPIDA
PLANTANDO NO INTERVALO IDEAL PARA EVITAR PERDAS
TEMPO MÉDIO DE PLANTIO TEMPO MÉDIO DE COLHEITA
(dias) (dias)

Soja
81
49 48 78
74 Algodão

37
71 63
37 36 31
64
22 60 52
26 24
50
18
45

14/15 15/16 16/17 17/18 18/19* 14/15 15/16 16/17 17/18 18/19*

* Estimativa

Fonte: site de RI da SLC Agrícola

Quando olhamos para a produtividade da SLC Agríco-


la, notamos que ela está tanto acima da média brasi-
leira quanto da média mundial nas três culturas.

No algodão, supera em 7% a média brasileira e em


125% a média mundial. Na soja, supera também em
7% a média brasileira e em 26% a mundial, enquanto
no milho está 24,5% acima da média nacional.

A migração para o modelo asset light, ou seja, a rea-


lização do ganho imobiliário obtido ao longo das úl-
timas décadas combinado à taxa de retorno atrativa

23.
apurada nas áreas arrendadas, tem elevado os níveis
de retorno sobre o capital investido (ROIC) do negó-
cio.

Fonte: site de RI da SLC Agrícola

Já quanto ao cultivo de culturas de maior valor agre-


gado, a empresa tem dado prioridade ao algodão:
iniciou o plantio em 1997 e, atualmente, é uma das
maiores produtoras da fibra no mundo.

24.
Ainda na agregação de valor aos produtos, em 2018
realizou as primeiras vendas de sementes de soja,
com a SLC Sementes, e, da produção, utilizou para
consumo próprio um montante de 170 mil sementes,
trazendo economia nesse custo.

RELEVÂNCIA DAS CULTURAS


Um portfólio diversificado e flexível

ÁREA PLANTADA RECEITA EBITDA

7% 1%
20% Corn
Milho Corn
Milho
Corn
Milho Cotton
27%
Algodão 40%
42% Cotton Soja
Soja Cotton

Soybean 52% Soybean


53% Algodão 59%
Soybean
Soja Algodão

* Informação para 2018.

Fonte: site de RI da SLC Agrícola

Área plantada Área Plantada Participação


Mix de culturas 2017/18 2018/19 (1) 2018/19 Δ%
------------------ ha ------------------ %
Algodão 95.124 123.727 27,0 30,1
Algodão 1ª safra 57.832 72.852 15,9 26,0
Algodão 2ª safra 37.292 50.875 11,1 36,4
Soja (Comercial +Semente) 230.164 243.149 53,1 5,6
Milho 2º safra 76.931 89.311 19,5 16,1
Outras culturas (2) 2.227 1.912 0,4 -14,2
Área Total 404.446 458.099 100,0 13,3
(1)
Fatores climáticos poderão afetar a projeção de área plantada.
(2)
Trigo, milho 1º safra, milho semente.

Fonte: site de RI da SLC Agrícola

25.
A companhia, ao perceber a tendência global de bus-
ca por produtos certificados e rastreados, obteve
uma série de selos que diferenciam os seus produtos
e colocam a SLC Agrícola em uma escala de demanda
diferenciada.

CERTIFICAÇÃO DA SOJA

CERTIFICAÇÃO DO ALGODÃO

Fonte: site de RI da SLC Agrícola

26.
Valorização das
terras brasileiras
Quando olhamos para as terras brasileiras e o negócio
da SLC Agrícola, percebemos que existe um grande
potencial de valorização em função de alguns pontos:

1. Potencial valorização do cerrado: as terras no


Brasil se valorizaram 8,5% nos últimos três anos
e 159% nos últimos dez anos;

2. Perspectiva de melhora de logística, o que dá um


melhor acesso às áreas;

3. Taxa de juros baixa, o que torna atrativo o inves-


timento em terras;

4. Liberação
no Brasil.
para estrangeiros comprarem terras

27.
Resultados
da SLC Agrícola
Eu sei que resultado passado não é garantia de re-
sultado futuro. Sei ainda que existe uma taxa de va-
riação que traz algumas incertezas para o resultado
da companhia quando analisamos somente o curto
prazo.

Como investidores, temos a tendência de querer com-


prar um ativo que se valoriza ao longo dos dias. Quan-
do há a valorização após uma compra, nos questiona-
mos e pensamos: “deveria ter comprado mais”; assim
como quando há uma desvalorização após uma com-
pra, pensamos: “ainda bem que não comprei mais”.

Nossa racionalidade é limitada e a nossa capacidade


de entender o que é e o que não é bom baseia-se em
premissas passadas, e não futuras. Estamos susce-
tíveis ao viés de confirmação, temos aversão à perda
e, para superar tudo isso, entender o negócio e seu
momento ao longo do tempo é fundamental.

O que vejo para a SLC Agrícola é uma transformação


de um negócio agro para um negócio agrotech, mas

28.
estou aqui não só para expor minhas convicções, mas
também para mostrar os números que motivam ges-
tores e analistas a darem suas recomendações.

Eu quero que você veja os diferenciais que vão te aju-


dar a monitorar a evolução do ativo ao longo dos anos
e, assim, conseguir aceitar e surfar os altos e baixos
que o mercado vai te apresentar.

O Ebitda Ajustado do 3T19 avançou 23,3% sobre o


mesmo período de 2018, em função do aumento nos
volumes faturados e expansão de margens de todas
as culturas. Apesar do forte aumento no resultado
bruto (sem o efeito dos ativos biológicos) frente ao
3T18, no 3T19 o resultado líquido foi negativo em
R$ 96,9 milhões, e o lucro líquido acumulado para os
9M19 é de R$ 226,3 milhões.

Para consultar o release completo do 3T19 da SLC


Agrícola, clique aqui.

29.
COMERCIALIZAÇÃO (mil toneladas)

FINANCEIROS (R$ milhões)

Fonte: site de RI da SLC Agrícola

30.
Fonte: site de RI da SLC Agrícola

31.
Inovação
A inovação em processos produtivos da agricultura é
o ponto-chave para a diminuição de custos e aumen-
to de produtividade. A SLC Agrícola está iniciando a
sua quarta fase em 2020, em que pretende conectar
todas as áreas com sensores que enviam dados das
máquinas para a central de inteligência, a qual, por
sua vez, envia mapas de prescrição para as máqui-
nas.

Além disso, o planejamento agrícola vai se utilizar de


inteligência artificial para fazer a escolha de semen-
tes para cada ambiente de produção. Essa inteligên-
cia analisa dados de mais de 1.000 lavouras mane-
jadas nos últimos 20 anos, compara-os com dados
climáticos dos últimos 40 anos e realiza 10.357.746
combinações para chegar ao modelo ideal de produ-
tividade.

32.
Como o mercado está
vendo a SLC Agrícola
(SLCE3)?
Todo investimento é uma grande tese. Quando estu-
damos a empresa, entendemos o seu potencial e sa-
bemos para onde ela está caminhando, fica mais fácil
de aceitarmos o movimento de valorização e desva-
lorização do preço das ações no dia a dia.

Quando, ao entrar no mercado, a única coisa que ob-


servamos é a cotação, um vazio de crenças toma con-
ta de nós e cometemos o erro mais comum de todos,
que é o de olharmos a alta com euforia e vontade de
comprar mais, e a baixa com desespero e vontade de
vender.

Precisamos entender que o investimento em ações é


para o longo prazo. A SLC Agrícola não tem condições
de adquirir todas as fazendas do mundo no ano que
vem para vender toda a sua produção pelo melhor
preço da Bolsa.

As commodities vão subir e vão cair, é um movimen-


to natural. É importante que você saiba que, quando

33.
tudo está ruim, as coisas tendem a melhorar e, quan-
do tudo está bom, tendem a perder eficiência.

Por isso, a partir de agora, eu quero entrar em outro


campo da análise, que é: o que podemos esperar da
variação da cotação da SLC Agrícola à frente.

Se pegarmos o início das negociações na Bolsa, em


2007, até o dia de hoje, a cotação da SLCE3 subiu
aproximadamente 260%. Neste período, a empresa
passou pelas fases 2 e 3; nesta última, houve um des-
travamento de valor da companhia e, se pegarmos a
alta que ocorreu da metade de 2016 até o topo de
2018, chegamos a uma valorização de quase 500%
do papel.

Desde então, iniciou-se um período de ajustes, em


que a cotação chegou a ser corrigida em até 50% até
agora. Acredito, então, ser esta uma grande janela de
oportunidade para os próximos anos, com valoriza-
ção de algo em torno de 65% em um horizonte de 12
a 24 meses.

34.
Vejo várias situações que
poderiam ocasionar essa
valorização:
1. Desfecho da guerra comercial entre China e EUA;

2. Crescimento por arrendamento;

3. Melhora do preço das commodities de grãos;

4. Crescimento da demanda pelo milho, tanto para


uso como biocombustível quanto para a ração
animal, impulsionado pelo mercado chinês;

35.
5. Baixo endividamento líquido, abaixo de 2 vezes
o Ebitda, com foco em investimento nos mode-
los de negócios atuais e em inovação;

6. Maturação logística do país.

Nesse sentido, acredito que a cotação no curto pra-


zo da SLCE3 tenda a ficar acima dos R$ 22,50 e, em
caso extremo de queda, se houver alguma surpresa
no cenário macro, e a Bolsa de Valores como um todo
sofrer realização, um retorno para os níveis de R$
20,00.

Mas, pensando de forma positiva e entendendo que


o preço não se desenvolve em linha reta – e tendo
em vista que teremos altos e baixos e alguns desafios
pela frente que trarão dúvida e oscilação –, o que en-
xergo para SLCE3 é uma volatilidade entre R$ 24,00
e R$ 28,00. Após superar essa região, poderemos vi-
venciar uma mudança de paradigma e um rali até os
R$ 42,00.

36.
Quando montei a tese desta operação no fim de no-
vembro de 2019, a cotação estava em torno de R$
18,00. De lá para cá, a ação se valorizou mais de 30%.
Ainda assim, vejo um potencial de crescimento da or-
dem de 70%.

37.
Gostou deste conteúdo? Ficou com alguma dúvida?
Mande um e-mail para mim no
guga@invistaspiti.com.br

Bons negócios!
Um abraço,
Gustavo Almeida

Gustavo Almeida é especialista em Bolsa de Valores da Spiti, economista


comportamental e tem mais de 15 anos de experiência como investidor e trader na
Bolsa de Valores. Tem como missão traduzir a complexidade do mercado e fazer
com que qualquer pessoa possa, sem medo, tomar decisões de investimentos
em ações. Atuou na XP Investimentos bem no início de sua história e agora está
comprometido a trazer todo o seu conhecimento para construir um novo legado
para investidores na Bolsa.

38.
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