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LONDRINA
2011
MEIRE ORLANDO SERAPIÃO
LONDRINA
2011
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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Na era informativa e crítica, o folhetim que fazia parte dos jornais aos
poucos foi se afastando e constituindo-se como gênero literário, a linguagem se
tornou mais leve, com uma elaboração interna complexa, carregando a força da
poesia, do humor e da ironia. Os jornais diariamente publicam crônicas, contudo,
seu aspecto literário já é incontestável, fato de conviver com o transitório propicia
uma comunicação que deve ser reveladora, sensível, agradável e sem pretensão
assim como só a literatura pode ser.
Por volta de 1930, a crônica se consolidou no Brasil, e vem adquirindo
uma importância maior em nossa literatura graças aos grandes escritores que se
dedicaram exclusivamente a ela, como Rubem Braga e Luís Fernando Veríssimo,
além de outros grandes autores brasileiros, como Machado de Assis, José de
Alencar e Carlos Drummond de Andrade, que também resolveram dedicar seus
talentos a esse gênero, tornando-a extremamente significativa no Brasil.
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Desde o princípio, deve ter sido difícil dizer, com precisão crítica, o que
eram aquelas crônicas. Pareciam esconder a complexidade pressentida sob
límpida naturalidade. Disfarçavam a arte da escrita numa prosa divagadora
de quem conversa sem rumo certo, distraído com o balanço da rede,
passando o tempo,
mais para se livrar do ócio e do tédio, sem se preocupar com o jeito de falar.
E, no entanto, uma prosa cheia de achados de linguagem, conseguida a
custo, pelejando-se com as palavras: um vocabulário escolhido a dedo para
o lugar exato; uma frase em geral curta, com preferência pela coordenação,
sem temer, porém, curvas e enlaces dos períodos mais longos e
complicados; uma sintaxe, enfim, leve e flexível, que tomava liberdades e
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Rubem Braga foi "o primeiro a elevar a crônica ao nível da mais alta
categoria literária", como o colocaram Antonio Candido e José Aderaldo Castello
(1964, p.359). Poeta bissexto, Braga foi o primeiro escritor brasileiro a notabilizar-se
única e exclusivamente através das crônicas. Seus poemas só foram reunidos em
volume em 1980, quando já era um escritor consagrado. Nunca escreveu contos ou
romances, e mesmo o livro “Melhores Contos” de Rubem Braga reúne
exclusivamente crônicas.
2- Crônica narrativa
Menor que um conto e maior que uma piada, a crônica narrativa conta um
episódio cativante cuja trama é leve e digestiva, envolvendo muita ação, poucas
personagens e uma conclusão inusitada. O humor anedótico ou a crítica mordaz são
os traços mais comuns da crônica narrativa. Geralmente, não há intromissão do
narrador (digressões, comentários, apontamentos dissertativos).
Choro, veia e cachaça
3- Crônica narrativo-descritiva
4- Crônica lírica
5- Crônica reflexiva
Se a interioridade do autor projeta-se sobre a realidade que o cerca,
interpretando-a e registrando-a através de conjecturas, inferências e associações de
idéias, temos a crônica reflexiva.
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Vitória nossa
O que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia?
Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se
entende porque não queremos ser tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por
não nos termos, nem aos outros. Não temos nenhuma alegria que tenha sido
catalogada. Temos construído catedrais e ficado do lado de fora, pois as catedrais
que nós mesmos construímos tememos que sejam armadilhas. (Clarice Lispector)
Disponível: <www.coladaweb.com/redacao/cronica>
6- Crônica metalinguística
7- Crônica comentário
certo o que era um robô. Mas a professora delas, que mandara fazer as perguntas,
devia ser um deles. (Mário Quintana)
Disponível: <coladaweb.com/redacao/crônica>
VIDA MODERNA
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de
chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o
que consome o dobro do tempo. (Luís Fernando Veríssimo)
Disponível: <http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=8518>
9 - Crônica poética
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
mais agradável e cativante porta de entrada para o mundo da leitura. Embora não
seja necessária essa divisão serial, a justificativa de optar por desenvolver o trabalho
com a oitava série encontra-se no fato de priorizar o estudo do conto e de obras
literárias nas séries posteriores; pois, os alunos estarão mais próximos de iniciar
análises literárias no Ensino Médio. Dessa forma, o estudo da charge e da crônica
ocorrerá num contexto significativo, o que possibilitará que os alunos desenvolvam a
leitura desse gênero. Neste projeto serão trabalhados os gêneros Crônica Charge,
através de textos xerocados, jornais, revistas, TV pen drive e internet. A seguir a
relação de algumas Crônicas e Charges a serem trabalhados e também sugestões
de atividades.
Num segundo momento, a sala será dividida em grupos para serem feitas
leituras de algumas crônicas de Moacyr Scliar, que se aproximam mais da nossa
realidade, retiradas dos livros “O Imaginário Cotidiano”, “ Histórias que os jornais não
Contam”, e da “Coletânea de Crônicas das Olimpíadas de Língua Portuguesa 2010”
e as “Crônicas humorísticas” de Luiz Fernando Veríssimo escolhidas posteriormente.
As charges deste trabalho serão retiradas do portal “Charge.com.br” e apresentadas
em sala de aula através da TV pen drive, serão trabalhadas também as charges de
jornais para que se faça uma relação entre charge e crônica.
Feitas as leituras acima, vamos entender melhor os aspectos das crônicas
fazendo a análise de algumas crônicas e charges, nas atividades a seguir:
Parte 1
MOACYR SCLIAR
foi tirar a roupa de Papai Noel: estava muito quente, suava em bicas. Também
queixou-se de dor na coluna. Isso é por causa do saco que você carrega, observou
a mulher. De fato pesava bastante, o tal saco. A razão ficou óbvia quando ele
esvaziou o conteúdo sobre a mesa: revólveres, granadas, submetralhadoras, vários
pentes de munição. Já não dá para sair de casa sem um arsenal resmungou. 0 seu
mau humor era tão óbvio que ela tentou amenizá-lo, puxando conversa. Como foi o
seu dia, perguntou. — Um desastre foi a azeda resposta. — Mais uma vez errei a
pontaria. Já é a segunda vez nesta semana. — Isto é o cansaço — disse ela. —
Você precisa de um repouso. - Disponível < http://sitenotadez.net/cronicas >
1.1. Após a apresentação das charges e imagens natalinas na TV pen drive será
feita uma leitura individual e silenciosa . Depois, os alunos, farão a leitura oral da
mesma. O professor observará a fluência, ritmo e uso da pontuação.
- acesso
e) Qual a relação que existe entre a situação vivida pela personagem da crônica e
do nosso dia a dia?
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Moacyr Scliar
Parte 2
Atividades:
a) Compare a linguagem das duas crônicas lidas e faça análise: o cronista foi
engraçado, irônico, poético ou crítico? Justifique sua resposta com um trecho de
cada uma das crônicas.
Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém
andando sorrateiramente no quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham
lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.
Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas
internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar
um ladrão ali,espiando tranqüilamente.
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Parte 3
As duas crônicas analisadas nesta parte são humorísticas, porém, não
deixam de relatar os acontecimentos do cotidiano, e elas trazem assuntos que
envolve o sentimento das pessoas.
a) Dividir a classe em dois grupos, um irá analisar a crônica :“Como aprendi a
chamar a policia” e o outro a Crônica “Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava
sua vida...” ambas de Luis Fernando Veríssimo.
b) Após a leitura das Crônicas serão propostos os seguintes tópicos para discussão:
2 - A crônica é um texto curto e leve, escrito com objetivo de divertir o leitor ou levá-
lo a refletir sobre a vida e o comportamento humano. Como estas características
estão presentes na crônica escolhida?
Fernando Sabino
Parte 4
Agora uma Crônica para reflexão. Nesta Crônica, Fernando Sabino, faz
uma discreta referência ao racismo que era predominante no início do século
passado.
d) Qual a relação que existe entre a situação vivida pela família da crônica e a
família de nossos dias?
e) O texto “A Última Crônica” narra um cena pitoresca entre uma tradicional família,
celebrando o aniversário da filha. Busque no seu dia a dia, momentos emocionantes
de beleza e fraternidade vividos por você, e relate-os.
e) O título da crônica: “A Última Crônica” é passível de algumas interpretações. Por
que esse título? Que outro nome você daria a essa crônica?
f) Produção de texto: Fernando Sabino escreveu “A Última Crônica”, agora é a sua
vez. Escreva uma crônica com o titulo: “A Primeira Crônica”
<www.sitedeliteratura.com/Teoria/Caracteristicas.htm>
- Espírito Natalino:
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2- Que fato levou o autor a escrever esta crônica? Ilustre sua resposta com uma
frase de texto.
- Espírito Natalino:
- A noite em que os hotéis estavam cheios:
- Como aprendi a chamar a policia:
- Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida...:
- A Última Crônica
3- Com base nas informações do texto, formule uma frase que possa servir de
ideia principal para as crônicas abaixo:
- Espírito Natalino:
- A noite em que os hotéis estavam cheios:
- Como aprendi a chamar a policia:
- Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida...:
- A Última Crônica:
ARRIGUCCI JR., Davi. Braga de novo por aqui. 11. ed. São Paulo: Global, 2001.
COUTINHO Afrânio. A literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1964.
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