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MAURÍCIO SILVA
Itapecuru Mirim
2023
MAURÍCIO SILVA
Itapecuru Mirim
2023
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4
2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 5
2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 5
2.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 5
3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 5
3.1 A literatura infantojuvenil e o fortalecimento de uma identidade nacional.............. 5
3.2 Cazuza, a obra e seu autor ............................................................................................. 6
3.3 A topoanálise em Cazuza ................................................................................................ 8
4 METODOLOGIA .................................................................................................................. 9
5 CRONOGRAMA ................................................................................................................. 10
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 10
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1 INTRODUÇÃO
oportunidade singular. Assim, além de analisar os espaços que constituem o romance Cazuza e
compreender o papel que estes desempenham no desenrolar da narrativa, almeja-se divulgar a
produção de tão grande literato.
2 OBJETIVOS
3 REFERENCIAL TEÓRICO
A partir do século XIX, o nacionalismo foi um fenômeno social que se fez presente
em várias partes do mundo e que se manifestou no meio escolar de diversas formas, “mas,
sobretudo, com o desenvolvimento de uma literatura escolar que se ampliou no período inicial
do regime republicano” (Oriá, 2009, p.77). Essa literatura de viés didático voltada às crianças
deste período, é denominada por Alain Choppin como “livro-instituição”, isso porque,
“veiculavam valores morais, cívicos e patrióticos – imprescindíveis ao fortalecimento de uma
identidade da Nação” (ORIÁ, 2009, p. 71).
Um grande sucesso de livro institucional é o romance Cuore (Coração), do escritor
italiano Edmundo de Amicis, lançado no ano de 1886.
influência sobre nossos autores de livros de leitura, conforme se pode constatar nas
obras de Romão Puiggari e Arnaldo de Oliveira Barreto, Bilac, Júlia Lopes de
Almeida, Scaramelli e outros (PFROMM NETO, 1974, p. 174 apud ORIÁ, 2009,
p.78)
Essa obra, lida por várias gerações de brasileiros, foi referenciada por vários autores
consagrados da literatura em suas obras memorialísticas, como, por exemplo, José Lins do
Rego, que por meio do personagem Carlinhos, no romance Doidinho, faz a seguinte menção:
Seria para mim uma vitória abandonar aqueles cadernos amarelos. Mas o meu grande
ideal de aluno estava no Coração. [...] E como era diferente a escola de lá da do
professor Maciel! Distribuíam prêmios, os professores falavam manso, não existiam
palmatórias. O nosso colégio não se parecia com as escolas da Itália. [...] todo esse
livro delicioso me chamava para as suas páginas (REGO, 2011, s.p).
Mas essa obra também despertou opiniões negativas de literatos brasileiros, como
a tecida por Monteiro Lobato em carta endereçada a seu amigo Godofredo Rangel, no ano de
1916: “é de tal pobreza e tão besta a nossa literatura infantil, que nada acho para a iniciação de
meus filhos. Mais tarde, só poderei dar-lhes o Coração, de De Amicis – um livro tendente a
formar italianinhos [...] (LOBATO, 2010, s.p)
Entre menções positivas e críticas, o romance serviu também de inspiração para a
criação de novas obras. Viriato Corrêa, em diversas entrevistas a jornais, destacou: “quando li
o ‘Coração’, de De Amicis, já era homem formado, e achei o livro uma obra-prima, embora
contivesse dois graves defeitos para a criança brasileira: era muito triste e fazia amar a Itália
(CORRÊA, 1960 apud ORIÁ, 2009, p.79).
Focalizando no segundo defeito, o autor, em carta destinada a seu amigo e editor
Ribeiro Couto, anuncia: “[...] estou a trabalhar num outro livro infantil. O título ainda não achei.
É um livro, não digo nos moldes, mas nas intenções do Coração, de Amicis, mas um Coração
verde e amarello, bem brasileiro, bem nosso. Deverá estar concluído em abril, para sair lá pelo
Natal” (CORRÊA, 1936 apud ORIÁ, 2009, p.85). Assim, o autor destaca a importância do livro
Coração para a produção de um clássico da literatura nacional, o romance Cazuza: memórias
de um menino de escola, publicado no ano de 1938.
Quando se fala o nome de Viriato Corrêa, a primeira associação que se faz é relacioná-
lo ao seu livro de maior sucesso, Cazuza: memórias de um menino de escola, um
clássico da literatura infantil lido por várias gerações de brasileiros que passaram
pelos bancos escolares de outrora, sobretudo entre as décadas de 40 e 70 do século
passado (ORIÁ, 2009 p.84).
O livro, lançado no ano de 1938, é marcado pelo tom leve e humorado e pela
apresentação de aspectos históricos característicos da época em que foi produzido e é
considerado por muitos estudiosos literários como uma produção que não envelhece por ser
reeditado continuamente. Além disso, é caracterizado como uma autobiografia, sendo narrado
em um tom memorialístico, no qual, por meio da personagem principal Cazuza, Corrêa
apresenta suas vivências no estado do Maranhão, relatando suas aventuras de meninice até a
conclusão dos seus estudos primários. Sobre esse ponto, o próprio autor destaca:
Pensei, então, em fazer um livro que inspirasse amor ao Brasil e fosse lido com agrado
pelas crianças. Levei mais de dez anos pensando nisto. Fazia e desfazia planos. Afinal,
depois de várias tentativas, resolvi fazer um livro que saísse de dentro de mim, fosse
eu mesmo... E assim, surgiu o ‘Cazuza’, que é a minha vida de criança, com os meus
companheiros, as nossas brigas, as nossas festas... Tôdas as figuras do livro viveram
comigo – arremata o escritor maranhense: o livro fez sucesso porque escrevi com
sinceridade [...] (CORRÊA, 1960).
traz, em suas páginas, fatos relacionados à História do Brasil, e seu objetivo maior
é inculcar nas crianças determinados valores morais, cívicos e patrióticos. E, apesar
de não ser um manual didático de História, o livro cita alguns personagens e fatos
históricos que deveriam servir de inspiração para que os alunos seguissem seus
exemplos edificantes, em prol da Nação brasileira (ORIÁ, 2009, p.90).
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Assim, segundo Borges Filho, para além da vida íntima, a topoanálise busca
analisar a vida social e todas as relações do personagem, tanto no meio cultural quanto no
natural e, ultrapassando a abordagem psicológica, adentra também nas interpretações
sociológicas, filosóficas, estruturais, dentre outras, a fim de desvendar os vários efeitos de
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4 METODOLOGIA
O presente projeto visa articular uma pesquisa de natureza bibliográfica, sendo que,
todo o estudo será desenvolvido mediante textos literários e teóricos relacionados ao tema,
incluindo também a obra que será estudada, Cazuza. Segundo Lakatus (2003, p.158), “a
pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados,
revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados
com o tema”. Assim, o autor enfatiza que as literaturas já desenvolvidas se constituem como
uma fonte riquíssima de informações que ajudam a planificar uma nova pesquisa e orientar
indagações.
Como base teórica para desenvolver o estudo espacial do romance Cazuza, serão
utilizados materiais como os livros A poética do espaço (2003) de Gaston Bachelard, Espaço e
literatura: introdução à topoanálise (2007) de Ozíris Borges Filho, Espaço e romance (1985)
de António Dimas, Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente
(1980) e Espaço e lugar: a perspectiva da experiência (1983) de Yi-Fu Tuan, a tese de
doutorado O Brasil contado às crianças: Viriato Corrêa e a literatura escolar para o ensino
de história (2009), de José Ricardo Oriá Fernandes; além de outros artigos, monografias, sites
e teses que contemplam o tema a ser abordado.
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5 CRONOGRAMA
Redação do
trabalho X X
Entrega da
monografia X
Defesa da
monografia X
REFERÊNCIAS
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Trad. Antonio de Pádua Danesi. São Paulo:
Martins Fontes, 2008.
BORGES FILHO, Ozíris. Espaço e literatura: introdução à topoanálise. Franca, São Paulo,
Ribeirão Gráfica e Editora, 2007.
CORRÊA, Viriato. Cazuza. 43. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
FERNANDES, José Ricardo Oriá. O Brasil contado às crianças: Viriato Corrêa e a literatura
escolar para o ensino de história (1934 – 1961). 2009. 359 f. Tese (Doutorado em Educação) –
Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Editora
Atlas S.A, 2003.
LOBATO, Monteiro. A barca de Gleyre. São Paulo: Editora Globo, 2010. Disponível em:
https://doceru.com/doc/5x1.
REGO, José Lins. Doidinho. 47. ed. Rio de Janeiro: Editora José Olympio LTDA, 2011.
Disponível em: https://doceru.com/doc/n8exc.
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TUAN, Yi-Fu. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Trad. Lívia de Oliveira. São
Paulo: Difel, 1983.