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Lei n.º 1.

059, de 10 de outubro de 2006

Dispõe sobre o Plano Diretor Participativo, o


Sistema e o Processo de Planejamento e Gestão do
Desenvolvimento do Município de Poxoréu.

O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE POXORÉU, no uso das prerrogativas que lhe


são estabelecidas no seu art. 30, inciso I, combinado com os arts. 182 e 183 da CF/88 e na Lei n°
10.257, de 10/07/2001, bem como no art. 55, § 3º, inciso IV, combinado com o art. 68, V e XIII e o
§1° e §4°, do art. 211, da Lei Orgânica Municipal, faz saber que a Câmara Municipal de Poxoréu
aprovou e ele sanciona a seguinte:

LEI:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS PRELIMINARES

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E ABRANGÊNCIA DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO

Art. 1.º O Plano Diretor Participativo é o instrumento global e participativo de


implementação da política municipal de desenvolvimento econômico, social, urbano e ambiental do
Município de Poxoréu, integra o processo de planejamento e gestão municipal, sendo vinculante
para todos os agentes públicos e privados.

§ 1.º O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporarão e


observarão as diretrizes e prioridades estabelecidas nesta lei.

§ 2.º Além do Plano Diretor Participativo, o processo de planejamento municipal


abrange as seguintes matérias:

I. Disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo;


II. Zoneamento ambiental;
III. Plano plurianual;
IV. Diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
V. Gestão orçamentária participativa;
VI. Planos, programas e projetos setoriais;
VII. Planos e projetos de bairros e distritos;
VIII. Programas de desenvolvimento econômico e social;
IX. Gestão democrática da cidade.

§ 3.º O processo de planejamento municipal deverá considerar também os planos


nacionais, estaduais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e
social.

Art. 2.º O Plano Diretor Participativo abrange a totalidade do território do Município,


definindo:

I. A política de desenvolvimento econômico, social, urbano, rural e ambiental;


II. A função social da propriedade urbana;
III. As políticas públicas;
IV. O plano urbanístico-ambiental;
V. A gestão democrática.
Art. 3.º Entende-se por sistema de planejamento e gestão o conjunto de órgãos, normas,
recursos humanos e técnicos, visando à coordenação das ações dos setores público e privado, e da
sociedade em geral, a integração entre os diversos programas setoriais, a dinamização e a
modernização da ação governamental.

Parágrafo único. O sistema de planejamento e gestão deverá funcionar de modo


permanente, viabilizar e garantir a todos o acesso a todas as informações necessárias, de modo
transparente, e a participação dos cidadãos e de entidades representativas.

Art. 4.º Este Plano Diretor Participativo rege-se pelos seguintes princípios:

I. Justiça social e redução das desigualdades sociais e regionais;


II. Inclusão social, compreendida como garantia do exercício efetivo dos direitos
humanos fundamentais e de acesso a bens, serviços e políticas sociais a todos os munícipes;
III. Direito universal à cidade, compreendendo o direito à terra urbana, à moradia digna,
ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho
e ao lazer;
IV. Realização das funções sociais da cidade e cumprimento da função social da
propriedade;
V. Transferência para a coletividade de parte da valorização imobiliária inerente à
urbanização;
VI. Universalização da mobilidade e acessibilidade;
VII. Prioridade ao transporte coletivo público de passageiros;
VIII. Preservação e recuperação do ambiente natural e construído;
IX. Fortalecimento do setor público, recuperação e valorização das funções de
planejamento, articulação e controle;
X. Descentralização da administração pública;
XI. Participação da população nos processos de decisão, planejamento, gestão,
implementação e controle do desenvolvimento urbano.

Art. 5.º As diretrizes e demais disposições deste Plano Diretor Participativo serão
implantadas dentro do prazo de dez anos contados da data de sua publicação.

CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES

Art. 6.º Para efeito de aplicação desta lei, serão adotadas as seguintes definições:

1) AÇÕES ESTRATÉGICAS são os atos que criam meios ou desencadeiam processos destinados a
alcançar os objetivos participativos;
2) ÁREA BRUTA de um loteamento é a sua área total, inclusive ruas, espaços livres institucionais;
3) ÁREA EDIFICADA OU CONSTRUÍDA é a soma das áreas de todos os pavimentos de uma
edificação;
4) ÁREA NÃO COMPUTÁVEL NO COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO é a parcela da
área construída de uma edificação não considerada para efeito do cálculo do coeficiente de
aproveitamento, nos termos dispostos na legislação pertinente;
5) ÁREAS DE INTERVENÇÃO URBANA são porções do território de especial interesse para o
desenvolvimento urbano nas quais se aplicam os instrumentos de intervenção previstos na Lei
Federal n° 10.257, de 10 de Julho de 2001, – Estatuto da Cidade para fins de regularização
fundiária, execução de programas e projetos habitacionais de interesse social, constituição de
reserva fundiária, ordenamento e direcionamento da expansão urbana, implantação de equipamentos
urbanos e comunitários, criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes, criação de unidades de
conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental.
6) ÁREAS são porções do território do Município delimitadas por lei para fins específicos;
7) BENEFÍCIO ECONÔMICO AGREGADO AO IMÓVEL é a valorização do terreno decorrente
da obtenção de Potencial Construtivo acima daquele devido ao Coeficiente de Aproveitamento
Básico e/ou de outros benefícios urbanísticos concedidos, como exceção à legislação urbanística
ordinária, pelo Poder Público;
8) COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO é a relação entre a área edificada e a área do lote,
excluída a área não computável.
9) CONTRAPARTIDA FINANCEIRA é um valor econômico pago ao Poder Público pelo
proprietário de imóvel;
10) DIRETRIZES são opções estratégicas de longo prazo, feitas nesta lei sob a forma de restrições,
prioridades e estímulos indutores no sentido de serem alcançados os objetivos gerais participativos
de promoção do desenvolvimento urbano e das funções sociais da cidade;
11) ESTOQUE definido para setor ou bairro, é a quantidade de metros quadrados de área
construída, acima daquela igual a uma vez a área do terreno, passível de ser adquirida mediante
outorga onerosa ou por outro mecanismo previsto em lei;
12) HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL é aquela destinada à população que vive em
condições precárias de habitabilidade ou que aufere renda familiar igual ou inferior a três salários
mínimos;
13) INDICADORES DE DESEMPENHO são valores que medem o grau de progresso de um
processo ou obra, ou a posição relativa da prestação de um serviço;
14) ÍNDICE DE COBERTURA VEGETAL é a relação entre a parte permeável do lote ou
loteamento coberto por vegetação e sua área total;
15) OBJETIVOS PARTICIPATIVOS são os resultados que se pretende alcançar dentro do menor
prazo possível;
16) ORÇAMENTO-PROGRAMA é a definição dos recursos alocados a cada projeto e atividade,
assim como a discriminação das fontes desses recursos;
17) OUTORGA ONEROSA é uma concessão, pelo Poder Público, de potencial construtivo acima
do Coeficiente de Aproveitamento, ou de alteração de uso mediante pagamento de contrapartida
pelo interessado;
18) PARCERIA é o acordo de trabalho conjunto em face de um objetivo de interesse comum entre
a Prefeitura e os eventuais parceiros, pessoas naturais, órgãos públicos de outras esferas de governo,
empresas privadas ou públicas, nacionais ou estrangeiras, fundações, autarquias e organização não
governamentais constituídas sob a forma de associações civis ou sociedades cooperativas.
19) PLANO OU PROGRAMAS DE AÇÃO é o conjunto de programas e projetos estabelecidos por
uma gestão municipal;
20) PLANO PLURIANUAL DE INVESTIMENTOS é a definição de recursos financeiros e
dispêndios de investimentos para um qüinqüênio;
21) POTENCIAL CONSTRUTIVO DE SATURAÇÃO é o total de área construída permitida pela
legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo vigente.
22) POTENCIAL CONSTRUTIVO de um lote ou loteamento não edificado é o produto resultante
da sua área multiplicada pelo coeficiente de aproveitamento;
23) POTENCIAL CONSTRUTIVO VIRTUAL é o potencial construtivo dos imóveis de
preservação cultural, ambiental ou de produção agrícola, passível de ser transferido para outras
áreas, conforme o disposto em lei;
24) PROGRAMAS são conjuntos de atividades que compõem uma ação estratégica;
25) PROJETOS são partes detalhadas de um programa, compreendendo: levantamento, detalhes
construtivos ou funcionais, meta a alcançar, cronograma e fases, orçamentos, recursos necessários e
acompanhamento de sua implantação;
26) TAXA DE OCUPAÇÃO é a relação entre a área da projeção horizontal da edificação ou
edificações e a área do lote ou loteamento;
27) TAXA DE PERMEABILIDADE é a relação entre a parte do lote ou loteamento que permite a
infiltração de água no solo, livre de qualquer edificação, e sua área total.

CAPÍTULO III
DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA
Art. 7.º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos nesta lei, no mínimo, aos
seguintes requisitos:

I. O atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça


social, o acesso universal aos direitos fundamentais individuais e sociais e ao desenvolvimento
econômico e social;
II. A compatibilidade do uso da propriedade com a infra-estrutura, equipamentos e
serviços públicos disponíveis;
III. A compatibilidade do uso da propriedade com a preservação da qualidade do
ambiente urbano e natural;
IV. A compatibilidade do uso da propriedade com a segurança, bem estar e a saúde de
seus moradores, usuários e vizinhos.

Art. 8.º A propriedade urbana deve atender a sua função social mediante sua adequação
às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas nesta lei, compreendendo:

I. A distribuição de usos e intensidades de ocupação do solo de forma equilibrada em


relação à infra-estrutura disponível, aos transportes e ao meio ambiente, de modo a evitar
ociosidade e sobrecarga dos investimentos coletivos;
II. A intensificação da ocupação do solo condicionada à ampliação da capacidade de
infra-estrutura;
III. A adequação das condições de ocupação do loteamento às características do meio
físico, para impedir a deterioração e degeneração de áreas do Município;
IV. A melhoria da paisagem urbana, a preservação dos recursos naturais e, em especial,
dos mananciais de abastecimento de água do Município;
V. A recuperação de áreas degradadas ou deterioradas visando à melhoria do meio
ambiente e das condições de habitabilidade;
VI. O acesso à moradia digna, com a ampliação da oferta de habitação para as faixas de
renda baixa;
VII. A regulamentação do parcelamento, uso e ocupação do solo de modo a ampliar a
oferta de habitação para a população de baixa renda;
VIII. A promoção de sistema de circulação e rede de transporte que assegure
acessibilidade satisfatória em todo perímetro urbano e rural.

Art. 9.º Para os fins estabelecidos no art. 182, da Constituição da Federal, não cumprem
a função social da propriedade urbana, por não atender às exigências de ordenação da cidade, os
terrenos, áreas ou lotes, totalmente desocupados, sendo passíveis, sucessivamente, de parcelamento,
edificação e utilização compulsórios, imposto predial e territorial urbano progressivo no tempo e
desapropriação com pagamentos em títulos, com base nos artigos 5°, 6°, 7° e 8° da Lei federal
10.257, de 10 de Julho de 2001, Estatuto da Cidade.

Parágrafo único. Os critérios de enquadramento dos imóveis não edificados,


subtilizados ou não utilizados estão definidos nos artigos 6º, 66 e 67 desta lei, que disciplinam os
instrumentos citados no caput deste artigo, e delimitam as áreas do Município onde serão aplicados.

CAPÍTULO IV
DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES GERAIS

Art. 10. São objetivos gerais do Plano Diretor Participativo:


I. Desenvolver de forma sustentável atividades econômicas no Município mediante sua
diversificação, priorizando o turismo, a pecuária, a agricultura, a agricultura familiar, o
agronegócio, a mineração e outras atividades geradoras de emprego, trabalho e renda;
II. Preservar a qualidade e quantidade dos recursos hídricos, especialmente mediante o
uso racional e a recuperação da vegetação junto às nascentes, nos topos de morros, áreas de reserva
legal e das matas ciliares;
III. Ordenar a ocupação, parcelamento e uso do solo, impedindo a ampliação dos vazios
urbanos e revertendo os existentes, mediante a indução à ocupação compatível com a função social
da propriedade urbana, incentivando a ocupação das áreas dotadas de infra-estrutura e reforçando a
identidade da paisagem urbana;
IV. Realizar melhorias nas condições de moradia e de saneamento básico e ambiental
dos assentamentos urbanos precários;
V. Elevar a qualidade de vida de toda a população;
VI. Compatibilizar o desenvolvimento de atividades econômicas com a preservação
ambiental;
VII. Manter permanentemente o processo de planejamento municipal mediante a
articulação e a integração institucional e setorial;
VIII. Fornecer instrumentos de políticas públicas adequadas aos problemas específicos
do Município;
IX. Divulgar permanentemente os objetivos e as diretrizes do plano diretor a fim de
torná-lo efetivo instrumento de política urbana e rural.

Art. 11. Para a consecução dos objetivos gerais, serão adotadas as seguintes diretrizes:

I. Implantação gradualmente da reforma administrativa, promovendo a redução das


fases seqüenciais dos processos administrativos, a integração dos diversos órgãos públicos e
priorizando o atendimento adequado aos cidadãos;
II. Implementação e modernização do sistema de informações geo-referenciadas - SIG,
garantindo o processo permanente de planejamento e gestão urbana;
III. Atualização permanente do mapeamento do uso do solo do município com a
identificação e delimitação das áreas ambientalmente frágeis e daquelas dotadas de potencial de
exploração agrícola, para desencadear e manter o processo permanente de planejamento ambiental;
IV. Elaboração de diretrizes para o Plano Diretor de Desenvolvimento Rural
Sustentável;
V. Promoção da preservação do patrimônio cultural, paisagístico e arquitetônico do
Município;
VI. Implantação de programas, projetos e ações participativos que atribuam qualidade e
modernidade à cidade, fortalecendo a atratividade do turismo com o conseqüente aumento da oferta
de trabalho, emprego e renda;
VII. Fortalecimento da identidade do Município, sua cultura, história, paisagem,
inclusive como meio de aumentar a atratividade turística;
VIII. Aplicação dos instrumentos de gestão da política urbana do Estatuto da Cidade
para a implantação de políticas fundiárias e dos programas, projetos e ações participativos;
IX. Revisão, atualização e aperfeiçoamento das leis que se referem ao uso e ocupação
do solo para sua melhor adequação à cidade que se deseja construir com base nesta lei;
X. Dinamização das atividades econômicas, estimulando e apoiando vocações como
artesanato e turismo;
XI. Ampliação da oferta de espaços públicos qualificados de uso comum do povo,
integrados ao ambiente natural, adequados à circulação de pedestres e ao convívio, lazer e cultura
da comunidade local, buscando a inserção social e um uso mais qualificado do solo urbano;
XII. Garantia da oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços
públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;
XIII. Promoção da justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
desenvolvimento urbano;
XIV. Recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a
valorização de imóveis urbanos;
XV. Promoção do tombamento dos recursos naturais para a proteção dos recursos
hídricos, morros, cachoeiras e outros definidos em lei.

TÍTULO II
DA PROMOÇÃO HUMANA

Art. 12. A política de promoção humana objetiva integrar e coordenar ações de saúde,
educação, habitação, ação social, esportes e lazer, universalizando o acesso e assegurando maior
eficácia aos serviços sociais indispensáveis ao combate às causas da pobreza e à melhoria das
condições de vida da população.

Art. 13. São diretrizes gerais da política de Promoção Humana:

I. Universalização do atendimento e garantir adequada distribuição e expansão das


políticas sociais a todas as classes sociais e áreas do município;
II. Articulação e integração das ações de políticas sociais em nível programático,
orçamentário e administrativo;
III. Garantia de meios de participação e controle popular sobre as ações e resultados de
política social;
IV. Promoção de iniciativas de cooperação com agentes sociais, organizações
governamentais e não governamentais, com apoio das instituições de ensino e pesquisa para a
contínua melhoria da qualidade das políticas sociais.

CAPÍTULO I
DA POLÍTICA DE SAÚDE

Art. 14. A política de saúde no município de Poxoréu adotará as seguintes diretrizes:

I. Cumprimento das legislações Federal, Estadual e Municipal, que definem o


arcabouço político-institucional do Sistema Único de Saúde;
II. Gestão participativa do sistema municipal de saúde;
III. Promoção da adequada distribuição espacial de recursos, serviços e ações de saúde;
IV. Promoção de programas que garanta o atendimento médico-hospitalar de qualidade
à população;
V. Desenvolvimento de políticas de prevenção de doenças.

Art. 15. Para implementação das diretrizes da política de saúde o município deverá
desenvolver as seguintes ações:

1. Realizar as Conferências Municipais de Saúde;


2. Garantir o funcionamento em caráter permanente e deliberativo do Conselho
Municipal de Saúde;
3. Executar as ações do Plano Municipal de Saúde;
4. Articular iniciativas entre a saúde e áreas afins, com vistas a implementar ações
integradas de Vigilância à Saúde;
5. Implantar e adequar as unidades de atendimento à saúde conforme demanda e
critérios estabelecidos em legislação específica;
6. Desenvolver programas de saúde que contemplem promoção, prevenção e
reabilitação;
7. Implementar equipe multi-profissional permanente para educação em saúde;
8. Promover parcerias que assegurem melhor atendimento à saúde;
9. Promover programas de educação sanitária;
10. Criar o Código Sanitário;
11. Promover programas para o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis;
12. Promover programas de prevenção contra o consumo de bebidas alcoólicas, drogas e
cigarros;
13. Implementar um sistema de informações para gestão da saúde;
14. Garantir o atendimento a todos os cidadãos;
15. Promover e ampliar a área de atendimento do Programa Saúde da Família;
16. Promover o Programa Educativo de Doenças Infecto-contagiosas;
17. Estender o Programa Saúde da Família aos moradores da área rural;
18. Reforçar as ações de vigilância epidemiológica e sanitária;
19. Promover a implementação das plantas medicinais nos programas de saúde;
20. Garantir atendimento médico hospitalar com estrutura de trabalho, controle de
qualidade, especialidades, disponibilidade de medicamentos, agenda eficiente para consultas e
exames;
21. Definir a função dos agentes de saúde, capacitando-os e instrumentalizando–os para
programa preventivo;
22. Definir política odontológica, implementando programas para garantir a qualidade
de atendimento.

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO

Art. 16. A política de educação no município de Poxoréu adotará as seguintes


diretrizes:

I. Promoção de programas para a integração família - escola - comunidade;


II. Capacitação dos profissionais da educação;
III. Promoção de programas que garanta a permanência dos alunos na escola;
IV. Definição de política especifica no meio rural;
V. Erradicação do analfabetismo.

Art. 17. Para implementação das diretrizes da política de educação o município deverá
desenvolver as seguintes ações:

1. Instituir o programa Escola Aberta para a comunidade, abrindo suas portas para
atividades extracurriculares, eventos, comemorações festivas, cursos, palestras e integrando os
moradores do bairro em suas atividades e em seus espaços de lazer e esporte;
2. Informatizar a rede municipal de ensino;
3. Desenvolver programas de treinamento e aperfeiçoamento profissional específico;
4. Estimular e garantir a permanência do aluno na escola, oferecendo-lhe infra-estrutura
física, equipamentos, recursos materiais básicos necessários ao desenvolvimento das atividades de
ensino e ao pleno atendimento da população;
5. Desenvolver uma educação de boa qualidade, de forma a garantir o sucesso do aluno
na escola e na vida, inclusive assegurando sua inserção na sociedade e no mercado de trabalho;
6. Promover atividades extracurriculares mantendo por um período mais longo o aluno
na escola com aulas de pintura, música, dança, teatro, culinária, tapeçaria, reforço escolar, e
atividade de esporte e lazer entre outros;
7. Valorizar e qualificar o profissional da educação para efetivar a melhoria da
qualidade do ensino e a garantia do sucesso dos escolares, permitindo a esse profissional condições
que lhe possibilitem o bom desempenho de suas funções, incluída a oportunidade de atualização e
aperfeiçoamento continuados;
8. Garantir infra-estrutura física adequada, equipamentos, recursos e materiais básicos
necessários ao desenvolvimento e à prática de modalidades esportivas e atividades culturais e de
lazer;
9. Criar um espaço próprio para funcionamento da Biblioteca Pública municipal, com
estrutura de funcionamento técnica e moderna;
10. Criar o sistema de bibliotecas rotativas nas escolas;
11. Capacitar técnica e administrativamente os profissionais envolvidos na área de
formação dos portadores de deficiência e adequar os espaços físicos;
12. Ampliar, reformar e manter campos, quadras, ginásios esportivos e áreas de lazer;
13. Realizar o Cadastro e o Censo Escolar;
14. Garantir o transporte escolar da rede municipal de ensino para os alunos da área
rural;
15. Reduzir a evasão escolar através da implantação de programas de apoio aos
estudantes (merenda, assistência médica e social), articulado com a Secretaria de Promoção Social,
Secretaria de Saúde, Conselho Tutelar, Promotoria e o Conselho Municipal da Criança e do
Adolescente e melhorar as condições de trabalho e o acompanhamento pedagógico;
16. Promover a integração com o UNEMAT, UFMT e demais universidades para o
desenvolvimento de cursos, estágios e projetos nas diversas áreas, inclusive para a requalificação
dos professores;
17. Definir uma política especifica para o ensino no meio rural, objetivando a fixação do
jovem no campo;
18. Valorizar e qualificar o profissional da educação, garantindo o Plano de Cargos,
Carreira e Salários, respeitando a legislação federal e estadual;
19. Criar o Centro de Treinamento e Capacitação de profissionais da educação;
20. Erradicar o analfabetismo, em convênio com a União e o Estado;
21. Intermediar politicamente a negociação e firmação de convênio entre os orgãos
federais e estaduais de modo a assegurar a implantação de cursos superiores;
22. Institucionalizar e garantir o prédio que abriga a Secretaria de Educação,
adequando-o e ampliando-o com garagem para todos os veículos do transporte escolar;
23. Garantir profissionais habilitados para desenvolver as atividades extracurriculares
dentro do ambiente escolar;
24. Viabilizar a criação de uma videoteca, hemeroteca e cedeteca municipal;
25. Assegurar convênios com entidades governamentais e não governamentais que
garantam assistências educacionais ao município desde que sejam autorizados pelos conselhos e o
Poder Legislativo;
26. Garantir transporte escolar para a Educação Infantil no perímetro urbano.

Parágrafo único. O Poder Executivo deverá elaborar o Plano Municipal de Educação


no prazo máximo de 01 (um) ano a partir da data de publicação desta lei.

CAPÍTULO III
DA POLÍTICA DE AÇÃO SOCIAL

Art. 18. A política de ação social no município de Poxoréu adotará as seguintes


diretrizes:

I. Desenvolvimento de políticas sociais que garanta a inclusão social das famílias em


situação de vulnerabilidade e risco social;
II. Articulação e integração entre o poder público e as organizações não governamentais
que atuam na área de ação social;
III. Promoção de ações orientadas para a defesa permanente dos direitos humanos.

Art. 19. Para implementação das diretrizes da política de ação social o município
deverá desenvolver as seguintes ações:

1. Incluir as famílias em situação de vulnerabilidade e risco social em programas


governamentais e não governamentais que visem à melhoria das condições de vida desta população;
2. Garantir, incentivar e fortalecer a participação das organizações não governamentais
nas decisões ligadas à Ação Social;
3. Promover estudos sistemáticos para orientar ações de política de ação social;
4. Incentivar a participação de empresas privadas nas ações sociais;
5. Promover programas que visem à reabilitação e reintegração social;
6. Promover programas de capacitação profissional para melhoria da condição de vida
da população;
7. Criar centros de lazer social em todos os setores do município;
8. Acompanhar e apoiar o programa de renda mínima vinculado à permanência escolar;
9. Estimular parcerias entre a iniciativa pública e privada nas atividades comunitárias e
de inclusão social;
10. Diminuir a segregação social com programas de inclusão;
11. Desenvolver programas de atendimento às pessoas portadoras de deficiência, de
amparo às crianças e adolescentes, e de proteção à família, à maternidade e à velhice.

SEÇÃO I
DO TRABALHO E DO EMPREGO

Art. 20. A política do trabalho e emprego no município de Poxoréu adotará a seguinte


diretriz:

I. Estimulo e apoio à ampliação de oferta de emprego.

Art. 21. Para implementação da diretriz da política do trabalho e emprego o município


deverá desenvolver as seguintes ações:

1. Incentivar o artesanato;
2. Incentivar a produção, escoamento e comercialização artesanal de doces, leite e seus
derivados, polpas e sucos de frutas, compotas e outros, garantindo orientação quanto à higiene,
prazo de validade, conservação e origem destes produtos;
3. Oferecer pontos de venda permanentes para os pequenos produtores;
4. Estimular as parcerias com o setor privado para a instalação de cursos
profissionalizantes e programas de treinamento para o turismo;
5. Facilitar os cursos profissionalizantes para as empresas que demandam mão de obra
local mediante convênios com o SINE, o SENAC, o SESI, o SENAI, o SEBRAE, o SENAR, o
SESC e outros;
6. Ampliar a oferta de cursos profissionalizantes adequados à demanda local,
especialmente no setor de turismo receptivo de modo a garantir emprego aos estudantes formandos;
7. Firmar convênios com empresas particulares e municipais para a oferta de estágios
destinados à melhoria da formação profissional sem sobrepor vagas de estagiário às de profissionais
formados de maneira a garantir o treinamento;
8. Apoiar a ampliação de cursos universitários, atendendo, quando possível, os setores
de desenvolvimento local como Geologia, Meio Ambiente, Gastronomia, Turismo Histórico, Rural,
Ecológico e outros;
9. Criar programa de intercomunicação Empresa/Escola a fim de que alunos que
concluam o curso superior tenham uma experiência profissional e possam enquadrar-se mais
facilmente no mercado de trabalho;
10. Criar o Centro de Qualificação e Requalificação de mão de obra e serviços gerais;
11. Incentivar a instalação de cooperativas de produção no setor rural e urbano.

CAPÍTULO IV
DA POLÍTICA DE ESPORTES E LAZER
Art. 22. O Poder Executivo promoverá o esporte e o lazer de acordo com as seguintes
diretrizes:

I. Fomento de uma nova cultura urbana voltada para o lazer e o prazer do convívio
informal e espontâneo;
II. Promoção de programas para o desenvolvimento do esporte escolar;
III. Ampliação de atendimento ao esporte e ao lazer;
IV. Promoção do esporte e do lazer como instrumento de inclusão social.

Art. 23. Para implementação das diretrizes da política de esportes e lazer o município
deverá desenvolver as seguintes ações:

1. Desenvolver e implantar projetos para melhorar o acesso ao esporte;


2. Promover atividades de lazer nas áreas públicas;
3. Apoiar a LEP – Liga Esportiva de Poxoréu e as equipes de futebol locais;
4. Promover a formação de jogadores profissionais e de uma escola de iniciação
esportiva;
5. Dar oportunidade ao estudante para participar de equipes inter-escolares;
6. Promover campeonatos infanto juvenis municipais e estaduais;
7. Promover a atividade esportiva nas escolas.
8. Promover atividades esportivas diversificadas extracurriculares;
9. Ampliar o atendimento com a criação de centros esportivos em bairros onde há
maiores carências;
10. Equipar melhor os espaços destinados ao esporte;
11. Promover os jogos entre bairros, distritos, fortalecendo sua identidade e o espírito
comunitário;
12. Promover o esporte como forma de prevenção à marginalidade social;
13. Ter o esporte como forma de divulgação e captação de eventos e recursos para o
município;
14. Criar espaços para a prática das diversas modalidades esportivas conforme o
potencial do município;
15. Incentivar a prática da educação física nas escolas como forma de descobrir aptidões
e desenvolver talentos para a prática desportiva diversificada;
16. Criar o Conselho Municipal de Esportes;
17. Realizar o inventário esportivo do município;
18. Criar as condições estruturais (físico, material e humano) para a prática das
atividades esportivas nas escolas;
19. Elaborar o calendário de atividades esportivas envolvendo a sociedade;
20. Capacitar os profissionais de educação física para desenvolver com qualidade as
atividades esportivas nas escolas;
21. Construir quadras poliesportivas cobertas nas escolas Odete Oliveira Souza e
Epaminondas Correia de Oliveira e no Centro de Educação Infantil José Dias Coutinho.

CAPÍTULO V
DA POLÍTICA DA CULTURA

Art. 24. A política de cultura no município de Poxoréu adotará as seguintes diretrizes:

I. Promoção e desenvolvimento de programas de acesso à cultura e as manifestações


culturais das comunidades em seu próprio espaço;
II. Promoção de programas de tombamento de espaços culturais, históricos,
arquitetônicos, paisagísticos e arqueológicos;
III. Promoção de eventos culturais e artísticos como forma de divulgação e valorização
dos potenciais culturais;
IV. Oficialização e preservação do produto cultural e da identidade cultural do
município;
V. Divulgação dos produtos culturais do município.

Art. 25. Para implementação das diretrizes da política da cultura o município deverá
desenvolver as seguintes ações:

1. Criar o Centro Cultural de Poxoréu, prevendo:


a) A construção de um auditório municipal para apresentações culturais;
b) A construção de um teatro de arena;
c) A construção de uma biblioteca e arquivo público para abrigar em condições ideais o
acervo histórico-cultural municipal de Poxoréu;
d) Construir salas para desenvolvimento de atividades culturais e educativas,
oferecendo maiores opções de cursos para a população: teatro, dança, pintura, artesanato, história da
arte, história de Poxoréu, e criando um espaço de manifestações culturais multi-disciplinares;
e) Criar espaço de exposições temporárias e permanentes: museu e casa da memória.
2. Criar uma banda e um coral municipal e investir, através de convênios e doações na
compra de instrumentos musicais para a formação da banda e do coral, de forma a incentivar as
atividades artísticas e culturais;
3. Promover o tombamento de imóveis de interesse histórico arquitetônico,
arqueológico, paisagístico e cultural, conforme as seguintes ações:
a) Criar um programa de incentivo à manutenção de fachadas dos edifícios públicos ou
privados de interesse histórico;
b) Promover a preservação das fachadas dos edifícios no centro histórico, sem que seja
necessário tombamento específico;
c) Dar incentivos fiscais aos proprietários de bens imóveis tombados que estejam
preservando seus imóveis;
d) Estimular usos adequados tanto pelo Poder Público como por particulares dos
imóveis de interesse histórico;
e) Desenvolver uma política de incentivo à preservação do patrimônio histórico
apoiando à atividade de turismo.
4. Promover a implantação de um Circo Cultural Itinerante, que ofereça atividades
culturais e de lazer diversificadas nos bairros da cidade e nos distritos;
5. Desenvolver projeto de recuperação e resgate das raízes culturais, religiosas e do
folclore;
6. Tombar a comunidade de garimpeiros da Raizinha, transformando-a em sitio
histórico – cultural – ambiental do município de Poxoréu;
7. Criar o memorial do garimpo na comunidade da Raizinha;
8. Oficializar o produto histórico-cultural e turístico do município, através de veiculo de
comunicação escrito e visual em um periódico informativo;
9. Identificar e preservar o poste da antiga linha telegráfica, que está no pátio da Escola
Estadual Pe. César Albisetti;
10. Identificar e preservar a tubulação da antiga usina hidrelétrica de Poxoréu, situada
em terras da Escola Agropecuária Cidade dos Meninos;
11. Criar um espaço, em parceria com o senhor Marinho Akioshi Kaba, para exposição
permanente da sua coleção de pedras (minério e minerais) e o acervo fotográfico;
12. Inventariar oficialmente e preservar o produto cultural do município;
13. Criar a Feira Cultural do Sol e da Lua como fomento do artesanato e da cultura
locais;
14. Levantar, registrar e preservar os sítios arqueológicos do município;
15. Preservar a identidade cultural de cada distrito;
16. Oficializar a cuieira (Coité) como ícone cultural do Distrito de Alto Coité, criando
um programa de preservação da espécie, multiplicando esta planta da família das Bignoniáceas nos
projetos de paisagismo local;
17. Criar um programa de preservação de espécie local em extinção: pequi, mangaba,
gabiroba (“guavira”), bocaiuveira, buriti, coroa-de-frade como produto cultural;
18. Criar o Memorial do Índio e do Nordestino;
19. Promover econômico e estruturalmente:
a) Encontro de Violeiros Amador e Profissional;
b) Recital de Poesias em parceria com a UPE – União Poxorense de Escritores e
entidades culturais/educacionais durante as festividades alusivas ao aniversário do município;
c) Festival de Teatro Escolar e Comunitário;
d) Festival Estudantil da Canção e Festival Municipal da Canção;
e) Atividades culturais desenvolvidas pelas entidades afins;
f) Festas religiosas, carnaval, festa junina e festa folclórica.
20. Oficializar calendário de atividades culturais de Poxoréu;
21. Preservar a pavimentação original (paralelepípedos) da Praça da Liberdade, Rua
Minas Gerais, trecho da Rua Paraíba e da Rua Piauí;
22. Integrar a Coordenadoria de Cultura à Secretaria de Turismo;
23. Fomentar a criação de uma escolinha de iniciação musical (viola, flauta doce, gaita,
etc.);
24. Criar o Centro de Inclusão Digital;
25. Estabelecer a identidade cultural do município concernente à literatura, à pintura, à
música, à dança, ao artesanato e às festas;
26. Apoiar a realização das feiras culturais e agropecuárias de Poxoréu.

CAPÍTULO VI
DA POLÍTICA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Art. 26. A política de habitação de interesse social no município de Poxoréu adotará as


seguintes diretrizes:

I. Elaboração e implementação de uma política habitacional de interesse social;


II. Promoção de programas que garanta a função social da propriedade.

Art. 27. Para implementação das diretrizes da política de habitação de interesse social o
município deverá desenvolver as seguintes ações:

1. Implantar áreas de lazer e preservação na beira dos córregos e monitorar a ocupação a


fim de evitar novas ocorrências de ocupações irregulares;
2. Coibir a ocupação de áreas públicas institucionais, impedindo construções irregulares
e dando imediatamente o uso mais adequado a estas áreas, de acordo com a função social da
propriedade;
3. Firmar convênio com conselhos e entidades de classe para garantir a qualidade das
construções da população de baixa renda mediante:
a) a aplicação de um programa de engenharia pública;
b) a orientação à população quanto às normas legais de construção;
c) a aprovação de projetos, de forma a alcançar melhor resultado na construção
habitação de qualidade e na paisagem urbana;
4. Apoiar e desenvolver programas de cooperativas de habitação popular mediante
assessoramento para a obtenção de melhores padrões de assentamento, o aperfeiçoamento técnico
de suas equipes e a consecução dos objetivos de proporcionar moradia de qualidade e custo justo;
5. Definir áreas urbanizadas especiais de interesse social (AUEIS), conforme Mapa de
Zoneamento Urbano anexo a esta lei, para a promoção de habitação de interesse social,
reurbanização e regularização fundiária de áreas com moradias precárias ocupadas por população de
baixa renda;
6. Desenvolver programas de transferência das habitações localizadas em áreas de risco,
de proteção e preservação ambiental;
7. Criar e operacionalizar o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social,
conforme Lei n° 11.124, de 16 de junho de 2005;
8. Criar o Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social;
9. Assinar o Termo de Adesão ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social.

§ 1.º O Poder Executivo criará o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social e o


Conselho Gestor do fundo no prazo máximo de 60 (sessenta) dias a partir da data da publicação
desta lei.

§ 2.º O Poder Executivo assinará o termo de adesão ao Sistema Nacional de Habitação


de Interesse Social no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias a partir da data da publicação desta
lei.

TÍTULO III
DA POLÍTICA URBANA, INFRA-ESTRUTURA E MEIO AMBIENTE

Art. 28. A política urbana objetiva o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade e o uso socialmente justo e ecologicamente equilibrado do seu território, de
forma a assegurar o bem estar de seus habitantes.

Art. 29. São diretrizes gerais da política urbana, infra-estrutura e meio ambiente:

I. Promoção do desenvolvimento integrado e racional do espaço urbano;


II. Organização do território municipal;
III. Garantia do provimento da infra-estrutura urbana, universalizando-a a toda
população;
IV. Garantia da distribuição e intensidade de uso e ocupação do solo de forma
equilibrada em relação à infra-estrutura disponível, ao transporte e ao meio ambiente, de modo a
evitar a ociosidade e sobrecarga dos investimentos coletivos;
V. Promoção da ocupação dos vazios urbanos;
VI. Garantia da justa distribuição dos ônus e benefícios decorrentes das obras e serviços
de infra-estrutura;
VII. Garantia da recuperação, para a coletividade, da valorização imobiliária resultante
da ação do poder público;
VIII. Promoção da regularização fundiária e urbanização específica de áreas ocupadas
pela população urbana dos seguintes bairros: Lagoa I e II, Maria André, Jardim Irantinópolis I e II,
Granja Linda Flor, Jardim Poxoréu, Centro Esportivo, João Pessoa, Higienópolis, Mandulândia,
Vila Operária, Jardim das Américas, Vila Bela Vista, Santa Luzia, Dom José Selva, Jardim
Democracia, Cidade de Poxoréu, Alameda Monchão Dourado e Vila Santa Maria;
IX. Incorporação da iniciativa privada no financiamento dos custos de urbanização e de
transformação dos espaços coletivos da cidade;
X. Promoção hierarquização das ruas em função de suas características e uso;
XI. Estabelecimento de parcerias com o governo do Estado de Mato Grosso, com a
União e com outros municípios e agentes sociais, tendo em vista promover ações de interesse
comum, em especial às relativas ao sistema viário, ao abastecimento de água, ao tratamento de
esgotos, ao meio ambiente, à destinação final do lixo, à implantação industrial, à energia, às
telecomunicações, ao parcelamento e uso do solo.
XII. Proteção das áreas municipais dos impactos ambientais resultantes das atividades
mineradoras.

CAPÍTULO I
DA POLÍTICA URBANA

SEÇÃO I
DO ZONEAMENTO URBANO

Art. 30. Para efeito de aplicação desta lei, o território do Município de Poxoréu, fica
dividido nas três áreas discriminadas neste artigo e delimitadas nos mapas anexos a esta lei.

I. AR - Área Rural: onde desenvolvem as atividades agropecuárias: produção de


alimentos, madeira, extração de minérios e formação de aglomerados que caracterizam as
comunidades rurais.
II. APEA - Áreas de Proteção Especial Ambiental: compreende as áreas de interesse
ambiental que o poder público deseje criar, preservar, conservar ou recuperar, destinadas a proteger
ocorrências ambientais isoladas, paisagens naturais ou remanescentes de vegetação significativa,
flora, fauna e mananciais, dividindo em, conforme o Mapa n° 01:

a) APEAMCr – Área de Proteção Especial Ambiental do Morro do Cruzeiro.


b) APEAMM – Área de Proteção Especial Ambiental do Morro da Mesa.
c) APEAMMO – Área de Proteção Especial Ambiental do Morro do Mano.
d) APEAMMS – Área de Proteção Especial Ambiental do Morro Maria Sabina.
e) APEAUJF – Área de Proteção Especial Ambiental da Usina José Fragélli.
f) APEAMC – Área de Proteção Especial Ambiental do Morro dos Currais.

III. AU - Área Urbanizada: delimitada por um perímetro urbano demarcatório e onde


acontecem as atividades residenciais, comerciais, de serviços, industriais e onde estão os
equipamentos públicos, conforme mapa n° 02.

Art. 31. A área rural por sua vez divide-se em quatro áreas distintas e se define como:

I. ARC - Área Rural Consolidada: corresponde as áreas ocupadas por proprietários


rurais em atividade e áreas ociosas com potencial produtivo, na qual a diretriz de ocupação é
desenvolver a produção agropecuária do município.

a) ARCBR_070 – Área rural consolidada da região da rodovia BR-070.


b) ARCRM – Área rural consolidada das margens do rio das mortes.
c) ARCAC - Área rural consolidada da região de alto coité.
d) ARCAL – Área rural consolidada de Aparecida do leste.
e) ARCPL – Área rural consolidada da região de Paraíso do Leste.
f) ARCJ – Área rural consolidada da região do Jarudore.
g) ARCAP – Área rural consolidada do Alto Paraíso.
h) ARCRP – Área rural consolidada do Ro dos Peixes.
i) ARCSA – Área rural consolidada da serra das Araras.
j) ARCMP – Área rural consolidada do Morro dos Pingas.
k) ARCA – Área rural consolidada da Aparecidinha.
l) ARCN – Área rural consolidada do Naboreiro.
m) ARCPA – Área rural consolidada do Poço Azul.
n) ARCC – Área rural consolidada do Corguinho.
o) ARCCO – Área rural consolidada do Corgão.
p) ARCAE – Área rural consolidada da Água Emendada.
q) ARCBB – Área rural consolidada Barro Branco.
r) ARCBP – Área rural consolidada da Barra do Paraíso.
s) ARCCJ – Área rural consolidada do Córrego do Jácomo.
t) ARCB – Área rural consolidada do Buritizal.
u) ARCQ – Área rural consolidada da Região do Quidorobo.
v) ARCL – Área rural consolidada da Região do Lambari.
II. ARE - Área Rural Extrativista: corresponde as áreas ocupadas por proprietários
rurais que utilizou parte da propriedade para o extrativismo mineral.

a) AREAC – Área rural extrativista do Alto Coité.


b) AREB – Área rural extrativista do buritizal.
c) AREAE – Área rural extrativista Água Emendada.
d) ARECB – Área rural extrativista do Córrego dos Bororos.
e) ARECJ – Área rural extrativista do Córrego do Jácomo.
f) ARECA – Área rural extrativista da região da Caieira.
g) ARERA – Área rural extrativista da Raizinha.

III. ARD - Área Rural Distrital: são áreas da zona rural com aglomerados e
equipamentos urbanos comunitários, localizados estrategicamente nas regiões produtoras.

a) ARDPL – Área rural distrital de Paraíso do Leste.


b) ARDJA – Área rural distrital de Jarudore.
c) ARDAC – Área rural distrital de Alto Coité.

IV. ARUE - Área Rural de Urbanização Específica: São áreas da zona rural situadas em
regiões produtoras destinadas aos assentamentos de reforma agrária e comunidades rurais.

a) ARUERI – Área rural de urbanização especifica das reservas Indígenas.


b) ARUEPA – Área rural de urbanização especifica do Poço Azul.
c) ARUEJO – Área rural de urbanização especifica de Joanesburgo.
d) ARUEAL - Área rural de urbanização especifica de Aparecida do Leste.
e) ARUEISPACJ - Área rural de urbanização especifica de interesse social do Projeto
do Assentamento Casulo do Jácomo.
f) ARUEPACV - Área rural de urbanização especifica do Projeto de Assentamento
Colina Verde.
g) ARUEPAA - Área rural de urbanização especifica do Projeto de Assentamento
Alminhas.
h) ARUEPAJB - Área rural de urbanização especifica do Projeto de Assentamento João
de Barro.
i) ARUEPASA - Área rural de urbanização especifica do Projeto de Assentamento
Santo Antonio da Aldeia.
j) ARUEPACM - Área rural de urbanização especifica do Projeto de Assentamento
Carlos Mariguella.
k) ARUEECM - Área rural de urbanização especifica da Escola Agropecuária Cidade
dos Meninos.
l) ARUEAP – Área rural de urbanização especifica Aeroportuária.

Art. 32. A área urbanizada por sua vez divide-se em três áreas de urbanização distintas
e se define como:

I. AUC - Área Urbanizada de Consolidação: corresponde a área urbanizada,


consolidada que apresenta um número grande de lotes vagos e infra-estrutura ociosa na qual a
diretriz de ocupação é melhorar o aproveitamento da infra-estrutura, ocupando os vazios urbanos e
lotes vagos, conforme mapa n° 03.

a) AUCI II – Área Urbanizada de Consolidação do Irantinópolis II.


b) AUCJB – Área Urbanizada de Consolidação do Jardim Brilhante.
c) AUCSL – Área Urbanizada de Consolidação do Bairro Santa Luzia.
d) AUCJP – Área Urbanizada de Consolidação do Jardim Popular.
e) AUCJD – Área Urbanizada de Consolidação do Jardim Democracia.
f) AUCJNH – Área Urbanizada de Consolidação do Jardim Novo Horizonte.
g) AUCCP – Área Urbanizada de Consolidação da Cidade de Poxoréu.
h) AUCJC – Área Urbanizada de Consolidação do Jardim Cândido.
i) AUCJT – Área Urbanizada de Consolidação do Jardim Tropical.
j) AUCDJS I – Área Urbanizada de Consolidação do Dom José Selva I.
k) AUCBV – Área Urbanizada de Consolidação da Bela Vista.
l) AUCDA – Área Urbanizada de Consolidação do Diamante Azul.

Parágrafo único. Os instrumentos a serem utilizados na consecução dos objetivos


propostos serão o IPTU progressivo no tempo, parcelamento, edificação ou utilização compulsórios
e direito de preempção.

II. AUE - Área Urbanizada de Expansão: corresponde à área reservada para expansão
da cidade e de chácaras a se desenvolverem no momento em que a área de consolidação estiver
adensada, conforme mapa n° 04.

a) AUEJD – Área Urbanizada de Expansão do Jardim Democracia.


b) AUEDA – Área Urbanizada de Expansão do Diamante Azul.
c) AUEDJS I – Área Urbanizada de Expansão Dom José Selva I.
d) AUEPP – Área Urbanizada de Expansão do Parque Panorama.
e) AUEPB – Área Urbanizada de Expansão da Pedra Branca.
f) AUEVSM – Área Urbanizada de Expansão da Vila Santa Maria.
g) AUEBV – Área Urbanizada de Expansão da Bela Vista.

Parágrafo único. Os instrumentos a serem utilizados na consecução dos objetivos


propostos serão o IPTU progressivo no tempo, parcelamento, edificação ou utilização compulsórios,
direito de preempção e operações urbanas consorciadas.

III. AUUR - Área Urbanizada de Urbanização Restrita: refere-se à área de topografia


acidentada próximo a morros e formações rochosas propensas a desmoronamento, erosão e
alagamento, conforme mapa n° 05.

a) AUURBL II – Área Urbanizada de Urbanização Restrita do Bairro Lagoa II.


b) AUURI I – Área Urbanizada de Urbanização Restrita da Vila Irantinópolis I.
c) AUURPR – Área Urbanizada de Urbanização Restrita do Parque Rodoviário.
d) AUURVST – Área Urbanizada de Urbanização Restrita da Vila Santa Terezinha.
e) AUURMD – Área Urbanizada de Urbanização Restrita do Monchão Dourado.
f) AUURVSJ – Área Urbanizada de Urbanização Restrita da Vila São José.
g) AUURVMS – Área Urbanizada de Urbanização Restrita da Vila Maria Sabina.
h) AUURBL I – Área Urbanizada de Urbanização Restrita do Bairro Lagoa I.
i) AUURCP – Área Urbanizada de Urbanização Restrita da Cidade Poxoréu.
j) AUURJP – Área Urbanizada de Urbanização Restrita do Jardim Popular.

Parágrafo único. Os instrumentos a serem utilizados na consecução dos objetivos


propostos será o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios.

Art. 33. Ficam criadas as seguintes áreas de uso e unidades de conservação:

I. AUC - Área Urbanizada Comercial.

II. AUEIS - Áreas Urbanizadas Especiais de Interesse Social: As áreas de interesse


social são destinadas primordialmente à produção e manutenção de habitação de interesse social.
Essas áreas especiais visam incorporar os espaços urbanos e a cidade clandestina, favelas,
assentamentos urbanos populares, loteamentos irregulares e habitações coletivas, à cidade legal,
conforme mapa n° 06.

a) AUEISJC – Área Urbanizada Especial de Interesse Social Jardim Cândido.


b) AUEISJT – Área Urbanizada Especial de Interesse Social Jardim Tropical.
c) AUEISJD – Área Urbanizada Especial de Interesse Social do Jardim Democracia.
d) AUEISDA – Área Urbanizada Especial de Interesse Social Diamante Azul.
e) AUEISPP – Área Urbanizada Especial de Interesse Social do Parque Panorama.
f) AUEISCSM – Área Urbanizada Especial de Interesse Social do Casulo Santa Maria.

Parágrafo único. Os instrumentos a serem utilizados na consecução dos objetivos


propostos serão o IPTU progressivo no tempo, parcelamento, edificação ou utilização compulsórios,
direito de preempção e operações urbanas consorciadas.

III. AUII - Área Urbanizada de Interesse Industrial: Tem como objetivo a manutenção
do uso desde que restrito definindo as atividades industriais compatíveis e não compatíveis, frente
às características ambientais, conforme mapa n° 07.

Parágrafo único. Os instrumentos a serem utilizados na consecução dos objetivos


propostos serão o IPTU progressivo no tempo, parcelamento, edificação ou utilização compulsórios,
direito de preempção e operações urbanas consorciadas.

IV. AUPP - Áreas Urbanizadas de Preservação Permanente: Área de preservação


permanente de acordo com o Código Florestal Brasileiro, são faixas de terrenos nas quais não é
permitido construir e não podem ser computadas no cálculo das áreas a serem reservadas para uso
público, áreas verdes, áreas institucionais e arruamentos, loteamentos conforme exige a lei de
parcelamento do solo, conforme mapa n° 01.

a) AUPPME – Área Urbanizada de Preservação Permanente do Morro da Escadaria.


b) AUPPCB – Área Urbanizada de Preservação Permanente do Córrego Bororo.
c) AUPPRA – Área Urbanizada de Preservação Permanente do Rio Areia.
d) AUPPRP – Área Urbanizada de Preservação Permanente do Rio Poxoréu.
e) AUPPCVST – Área Urbanizada de Preservação Permanente do Córrego da Vila
Santa Terezinha.
f) AUPPCA – Área Urbanizada de Preservação Permanente do Córrego do Araújo.

V. AUIHC - Área Urbanizada de Interesse Histórico-Cultural: é responsável pelo inicio


da ocupação e do município com arquitetura característica e com tradições culturais que marcaram a
história e o comportamento de uma comunidade essencialmente garimpeira, conforme mapa n° 08.

Parágrafo único. Os instrumentos a serem utilizados na consecução dos objetivos


propostos serão os definidos na Lei n° 997, de 19 de outubro de 2005.

VI. AUR - Áreas Urbanizadas Residenciais: Têm como objetivo compatibilizar usos e
atividades, incentivar as ocupações de lotes vazios nas áreas de infra-estrutura e definir parâmetros
de ocupação que considerem as condições físico-ambientais.

VII. AURi - Áreas Urbanizadas de Riscos: São áreas, cuja formação geológica
compromete a segurança, conformidades estrategicamente localizadas em regiões úmidas às
margens de nascentes, córregos e rios, sopé de morros, propensas a enchentes, deslizamentos e
erosões, conforme mapa n° 09.

a) AURiVSJ – Área Urbanizada de Risco da Vila São José.


b) AURiVST – Área Urbanizada de Risco da Vila Santa Terezinha.
c) AURiVMS – Área Urbanizada de Risco da Vila Maria Sabina.
d) AURiABEG – Área Urbanizada de Risco da Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes.
e) AURiRG - Área Urbanizada de Risco da Rua Goiânia (a partir da R. Curitiba).
f) AURiRGo - Área Urbanizada de Risco da Rua Goiás (desde o antigo Hospital Dr.
João até o final da rua).
g) AURiRA - Área Urbanizada de Risco da Rua Aracaju (nas proximidades do Morro
da Escadaria);
h) AURiRCG – Área Urbanizada de Risco da Rua Campo Grande.
i) AURiRSP – Área Urbanizada de Risco da Rua São Paulo.

Parágrafo único. Os instrumentos a serem utilizados na consecução dos objetivos


propostos serão parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, direito de preempção e direito
de superfície.

VIII. AUUm - Áreas Urbanizadas Úmidas: São áreas de solo hidromórfico, sem
drenagem que apresentam ponto de saturação constante com características de minadouros e olhos
d’água, inseridas em regiões de várzeas, sopé de morros, baixadas e áreas de mananciais, conforme
mapa n° 10.

a) AUUmVI I – Área Urbanizada Úmida da Vila Irantinópolis I (Manancial da Lagoa).


b) AUUmL I – Área Urbanizada Úmida da Lagoa I (Manancial da Lagoa).
c) AUUmL II – Área Urbanizada Úmida da Lagoa II (Manancial da Lagoa).
d) AUUmVMS – Área Urbanizada Úmida do Vila Maria Sabina – (Manancial da
Lagoa).
e) AUUmJP – Área Urbanizada Úmida do Jardim Poxoréu.
f) AUUmRP – Área Urbanizada Úmida da Rua Piauí.
g) AUUmPR - Área Urbanizada Úmida do Parque Rodoviário.
h) AUUmJPO - Área Urbanizada Úmida do Jardim Popular.
i) AUUmCP - Área Urbanizada Úmida da Cidade Poxoréu.

Parágrafo único. Os instrumentos a serem utilizados na consecução dos objetivos


propostos serão o IPTU progressivo no tempo, parcelamento, edificação ou utilização compulsórios,
direito de preempção e direito de superfície.

IX. AUURe - Área Urbanizada de Utilização Restrita: São áreas localizadas nos entorno
das regiões de preservação permanente, conforme mapa n° 11.

a) AUUReRA – Área Urbanizada de Utilização Restrita do Rio Areia .

X. AUV - Áreas Urbanizadas Verdes: São o conjunto de praças, jardins e espaço de


lazer aberto e demais áreas de loteamentos com destinação legal, com perspectivas de serem
revegetadas, seguindo o planejamento urbanístico local, conforme mapa n° 12.

a) AUVPL – Área Urbanizada Verde da Praça da Liberdade.


b) AUVPMD – Área Urbanizada Verde da Praça Manoel Diós.
c) AUVPJCX – Área Urbanizada Verde da Praça Joaquim da Cruz Xavier.
d) AUVAMS – Área Urbanizada Verde da Praça Antônio Mandú da Silva.
e) AUVCX – Área Urbanizada Verde da Cohab Xavante I.
f) AUVCX II – Área Urbanizada Verde da Cohab Xavante II.
g) AUVJT – Área Urbanizada Verde do Jardim Tropical.
h) AUVPP I – Área Urbanizada Verde do Parque Panorama I.
i) AUVPP II – Área Urbanizada Verde do Parque Panorama II.
j) AUVPP III – Área Urbanizada Verde do Parque Panorama III.
k) AUVPP IV – Área Urbanizada Verde do Parque Panorama IV.
l) AUVPP V – Área Urbanizada Verde do Parque Panorama V.
m) AUVJC – Área Urbanizada Verde do Jardim Cândido.
n) AUVI I – Área Urbanizada Verde do Irantinópolis I.
o) AUVI II – Área Urbanizada Verde do Irantinópolis II
p) AUVJA - Área Urbanizada Verde do Jardim das Américas.
q) AUVEDV - Área Urbanizada Verde do Estádio Diamante Verde.
r) AUVPM - Área Urbanizada Verde do Paço Municipal.
s) AUVGC - Área Urbanizada Verde do Ginásio Cinquentão.
t) AUVCE - Área Urbanizada Verde do Centro Esportivo.
u) AUVPJRS – Área Urbanizada Verde da Praça Jesualdo Ribeiro Souza.
v) AUVPJD – Área Urbanizada Verde do Jardim Democracia.
x) AUVPDA – Área Urbanizada Verde do Diamante Azul.

XI. AUIA – Áreas Urbanizadas de Interesse Ambiental: São espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, destacando flora, fauna e recursos hídricos, cuja
alteração e suspensão serão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem uma proteção, conforme mapa n° 01.

a) AUIAPEML – Área Urbanizada de Interesse Ambiental do Parque Ecológico do


Manancial da Lagoa.
b) AUIAPELA – Área Urbanizada de Interesse Ambiental do Parque Ecológico da
Lagoa do Areia.

Parágrafo único. Os instrumentos a serem utilizados na consecução dos objetivos


propostos serão o IPTU progressivo no tempo, parcelamento, edificação ou utilização compulsórios,
direito de preempção e direito de superfície.

Art. 34. Não será permitida qualquer ação ou construção capaz de prejudicar o aspecto
visual da paisagem da linha do horizonte da encosta dos morros da Mesa, do Mano, dos Currais, da
Vila Maria Sabina, do Jardim Poxoréu (Morro da Escadaria).

Art. 35. São consideradas Áreas Urbanizadas de Preservação Permanente – AUPP as


matas ciliares e demais formas de vegetação natural situadas:

a) Ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, numa largura mínima de 30 metros
para cada lado;
b) Ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios naturais ou artificiais, numa largura
mínima de 50 metros;
c) Nas nascentes, ainda que intermitentes, e nos chamados olhos d’água, qualquer que
seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 metros;

Parágrafo único. As áreas de preservação permanente, de acordo com o Código


Florestal Brasileiro, são faixas de terreno nas quais não é permitido construir e não podem ser
computadas no cálculo das áreas a serem reservadas para uso público, áreas verdes, áreas
institucionais ou arruamentos, em loteamentos conforme exige a lei de parcelamento do solo.

Art. 36. O Departamento de Água e Esgoto (DAE) – promoverá a delimitação,


recuperação, preservação e conservação das nascentes situadas no perímetro urbano, e definirá,
atendendo à determinação expressa do poder público e sociedade civil, o aproveitamento dos
respectivos recursos hídricos:

I. Manancial da Lagoa;
II. Nascentes do finado José Eugênio (Biquinha do Jogênio);
III. Lagoa do Rio Areia;
IV. Nascente à margem esquerda do Bororo (Rua Piauí e Rua Rosa Bororo);
V. Nascente do córrego da Vila Santa Terezinha;
VI. Nascente do Morro do Mano;
VII. Nascente do Morro dos Currais;

Art. 37. No prolongamento do Rio Areia e do Rio Poxoréu, do Córrego do Bororo, do


Córrego do Araújo, Córrego do Matias Baiano, Córrego da Vila Santa Terezinha serão projetados e
implantados parques lineares ao longo de suas margens.

Art. 38. Fica proibida, por parte do Poder Municipal, a aprovação de novos projetos de
loteamentos urbanos até quando forem adensados ou consolidados os lotes vazios dos inúmeros
loteamentos da cidade, conforme mapa n° 13. (Revogado pela Lei Municipal n.º 1.629, de 09 de
outubro de 2013)

Art. 39. As diretrizes urbanísticas para o parcelamento do solo para fins urbanos são as
seguintes:

I. A reserva de área verde nos novos loteamentos será igual a 10% (dez por cento) da
área total do loteamento;

II. A reserva de áreas institucionais em terrenos com declividades menores de 30%


(trinta por cento);

III. A observância das diretrizes viárias estabelecidas nesta lei do Plano Diretor;

IV. A reserva de áreas institucionais para instalação de equipamentos previstos no Plano


Diretor, especialmente na Área de Expansão Urbana;

V. Não é permitida a implantação de novos loteamentos sem a instalação de rede de


água ligada ao sistema de abastecimento de água, assim como de rede de esgotamento sanitário
ligada ao sistema de tratamento de esgoto e rede de energia elétrica.

Parágrafo único. No caso de existir áreas de preservação permanente no loteamento, a


exigência de áreas verdes será no mínimo, de 10% (dez por cento), sendo que o total das áreas,
nunca será inferior a 15% (quinze por cento) da área total do loteamento.

Art. 40. Em todo território municipal, nos termos da lei municipal serão realizadas as
obras e ações necessárias e adequadas para garantir a acessibilidade das pessoas com deficiência ou
mobilidade reduzida a todas as edificações comerciais e públicas do município, em atendimento à
Lei Federal nº. 10.098/2000 e em conformidade à NBR 9.050/94, e ao transporte coletivo, com um
sistema especial de atendimento a ser desenvolvido.

Art. 41. Dentro do período de 24 meses serão revistas, atualizadas e aperfeiçoadas, para
adequação às prescrições desta lei, a Lei de Uso e Ocupação do Solo, a Lei de Parcelamento do
Solo para fins urbanos, o Código de Posturas Municipais e o Código Tributário.

Parágrafo único. No prazo de 12 meses o Poder Executivo elaborará o Código


Municipal do Meio Ambiente e revisará o Código de Obras.

CAPÍTULO II
DA ORDENAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO

Art. 42. O Poder Executivo promoverá a ordenação do uso e ocupação do solo de


acordo com a seguinte diretriz básica:
I. Planejamento do desenvolvimento, da distribuição espacial da população e das
atividades econômicas de modo a prevenir e a corrigir as distorções do crescimento urbano e seus
efeitos negativos sobre o meio ambiente.

Art. 43. Para implementação das diretrizes da ordenação do uso e ocupação do solo o
município deverá desenvolver as seguintes ações:

1. Oferecer equipamentos urbanos e comunitários, transporte e outros serviços públicos


adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;
2. Integrar as atividades urbanas e rurais tendo em vista o desenvolvimento sócio-
econômico sustentável;
3. Adotar padrões de produção e consumo compatíveis com os limites de
sustentabilidade ambiental, social e econômica;
4. Distribuir com justiça os benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;
5. Recuperar os investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de
imóveis urbanos;
6. Proteger, preservar e recuperar o meio ambiente natural e construído, do patrimônio
cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;
7. Evitar:
a) A utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) A proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) O parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivo ou inadequado em relação à
infra-estrutura urbana;
d) A instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos
geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente;
e) A retenção especulativa de imóvel urbano que resulte na sua subutilização ou não
utilização;
f) Deterioração de áreas urbanizadas;
g) A poluição e a degradação ambiental.

Art. 44. O Poder Executivo desenvolverá programas de regularização de loteamentos


nos termos da legislação federal aplicável, exigindo a modificação do respectivo projeto, no que
couber, para adequação às diretrizes e demais preceitos desta lei, da lei do parcelamento do solo e
da lei de uso e ocupação do solo, e construções com atualização do cadastro imobiliário com base
no sistema geo-referenciado.

Art. 45. O Poder Executivo desenvolverá um plano de ocupação efetiva de AUCU -


Áreas Urbanizadas de Consolidação Urbana para evitar a ociosidade da infra-estrutura instalada,
incentivando a substituição por outros usos nos casos em que esta ocupação seja inviável em
articulação com os respectivos proprietários e adquirentes de lotes de acordo com as seguintes
ações:

1. Incentivar a ocupação dos lotes vagos com a aplicação dos instrumentos do Estatuto
da Cidade de forma a, sucessivamente, aplicar a utilização compulsória do lote; o aumento do IPTU
progressivo e, finalmente, a desapropriação do lote caso esse não tenha sido utilizado nos
parâmetros da lei de uso e ocupação do solo;
2. Incentivar a manutenção dos lotes limpos e abertos, como áreas verdes, para usufruto
da comunidade;
3. Permitir a abertura de novos loteamentos somente nas Áreas Urbanizada de
Consolidação e Expansão definida pelo zoneamento no mapa nº. 01, anexo a esta lei, de forma a
aproveitar os investimentos públicos feitos em infra-estrutura urbana nessa área;
4. Criar áreas verdes e de lazer nos bairros consolidados que carecem de espaços com
essa característica: Vila Santa Terezinha, Irantinópolis I e II, Vila Santa Maria, Alameda Monchão
Dourado, Lagoa I e II, Novo Horizonte, Dom José Selva, Jardim Brilhante, jardim Popular e Bela
Vista.

CAPÍTULO III
DA INFRA-ESTRUTURA BÁSICA

SEÇÃO I
DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Art. 46. O Poder Executivo desenvolverá a seguinte diretriz em relação ao esgotamento


sanitário:

I. Criação de um programa de saneamento básico.

Art. 47. Para implementação da diretriz do esgotamento sanitário o município deverá


desenvolver as seguintes ações:

1. Implantar o projeto de tratamento do esgoto doméstico;


2. Promover a ampliação da rede de esgotamento sanitário para atendimento universal
de toda a população, inclusive nos novos loteamentos, chácaras, distritos, comunidades rurais e
assentamentos;
3. Fiscalizar as ligações de esgoto impedindo que as mesmas se façam nas redes de
águas pluviais;
4. Fiscalizar e coibir a ligação de água pluvial nas redes de esgoto;

SEÇÃO II
DOS RECURSOS HÍDRICOS E DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Art. 48. O Poder Executivo observará a seguinte diretriz em relação aos recursos
hídricos e ao abastecimento de água:

I. Criação de um programa de uso dos recursos hídricos e abastecimento de água.

Art. 49. Para implementação da diretriz dos recursos hídricos e abastecimento de água o
município deverá desenvolver as seguintes ações:

1. Buscar alternativas de captação de água para abastecimento urbano;


2. Impedir a abertura de novos loteamentos em áreas onde não há água canalizada
tratada;
3. Demarcar, recuperar e preservar as fontes e nascentes de água e vegetação natural no
perímetro urbano (prolongamento do Rio Areia e do Rio Poxoréu, do Córrego do Bororo, do
Córrego do Araújo, Córrego do Matias Baiano, Córrego da Vila Santa Terezinha);
4. Criar reservatórios de água nos bairros.

Art. 50. O Poder Executivo desenvolverá a seguinte diretriz em relação à drenagem


urbana:

I. Criação de programa de implantação do sistema de drenagem urbana.

Art. 51. Para implementação da diretriz da drenagem urbana o município deverá


desenvolver as seguintes ações:

1. Garantir a manutenção das várzeas dos córregos urbanos como áreas de preservação,
de maneira a suportar as cheias dos córregos sem prejuízos humanos;
2. Manter as áreas de preservação permanente destinadas a esta finalidade, privilegiando
usos compatíveis com os atributos que justificam a preservação, como parques lineares, passeios
para pedestre (pista de cooper), ciclovias e outros;
3. Manter os leitos naturais dos córregos e rios, mesmo em área urbana, evitando as
canalizações fechadas, construções de vias em cima dos córregos, procedimentos estes que podem
provocar enchentes;
4. Impedir a ocupação das margens por habitações irregulares com o monitoramento e
vigilância contínuas;
5. Desenvolver projeto de comunicação com as associações de moradores dos bairros e
das áreas ribeirinhas para conscientizar da importância da manutenção dessas áreas ambientalmente
frágeis.

SEÇÃO III
DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Art. 52. O Poder Executivo observará a seguinte diretriz em relação à iluminação


pública:

I. Criação de programa que garanta o uso adequado da iluminação pública.

Art. 53. Para implementação da diretriz da iluminação pública o município deverá


desenvolver as seguintes ações:

1. Implantar programas de redução dos gastos com iluminação pública;


2. Garantir a iluminação das vias, logradouros e equipamentos públicos;
3. Conscientizar a população para a preservação do patrimônio elétrico.

SEÇÃO IV
DO SISTEMA VIÁRIO E DO TRANSPORTE COLETIVO

Art. 54. O Poder Executivo observará a seguinte diretriz em relação ao sistema viário:

I. Criação de programa para o sistema viário.

Art. 55. Para implementação da diretriz do sistema viário o município deverá


desenvolver as seguintes ações:

1. Revitalizar o sistema viário tradicional da Vila Santa Terezinha, trecho da Av.


Bandeirantes até a MT 130, planejando a entrada de forma urbanística e turística;
2. Promover a regulamentação do tráfego de motos e similares no sistema viário da
cidade;
3. Planejar o traçado das ruas e avenidas adequando-as a um projeto urbanístico;
4. Criar espaços para pedestres, garantindo o bem estar e a segurança dos transeuntes;
5. Sinalizar e identificar bairros, ruas e avenidas;
6. Garantir iluminação para ruas e avenidas;
7. Restringir tráfego de veículos pesados no sistema viário urbano;
8. Criar projeto urbanístico diferenciado nas entradas da cidade pelo bairro Pedra
Branca, pela Vila Irantinópolis e anel viário da MT 130 com a Brigadeiro Eduardo Gomes;
9. Implantar arborização adequada para ruas e avenidas;
10. Identificar as divisas do município com placas de sinalização;
11. Municipalizar o sistema de trânsito.

Art. 56. O Poder Executivo observará as seguintes ações em relação ao transporte


coletivo:
1. Garantir o atendimento público com transporte coletivo de qualidade;
2. Conceder os serviços de transportes coletivos;
3. Criar um itinerário circular passando pelas avenidas e pelas ruas perimetrais;
4. Garantir o atendimento em horários especiais, como nos finais de semana e feriados;
5. Implantar equipamentos públicos adequados aos que possuem necessidades especiais;

Parágrafo único. Não havendo interesse particular a terceirização do transporte


coletivo urbano, o Poder Público fica obrigado a fazê-lo no âmbito dos serviços municipais,
instituindo a tarifação correspondente.

SEÇÃO V
DO CEMITÉRIO MUNICIPAL

Art. 57. O Poder Executivo observará a seguinte diretriz em relação ao cemitério


público municipal:

I. Criação de programa para regulamentação do uso e ocupação do cemitério público


municipal.

Art. 58. Para implementação da diretriz do cemitério público municipal o município


deverá desenvolver as seguintes ações:

1. Regulamentar o uso e a ocupação do cemitério público;


2. Instalar uma câmara fria para a conservação temporária de cadáveres;
3. Criar um sistema de comunicação interna (quadras, ruas, lotes, números dos lotes,
jazigos);
4. Informatizar os registros estatísticos;
5. Desenvolver um projeto paisagístico para o cemitério;
6. Demarcar a área de expansão do cemitério, além da área instituída, utilizando o
instituto jurídico direito de preempção;
7. Melhorar as instalações de água e luz;
8. Criar um fundo de manutenção do cemitério;
9. Cobrar uma taxa de manutenção, regulamentada em lei;
10. Criar normas de supervisão para acompanhar o bom funcionamento do logradouro;
11. Melhorar as condições de atendimento técnico do necrotério;
12. Propor a utilização racional do espaço com a verticalização dos jazigos tipo gaveta;
13. Criar uma área social para o cemitério, com banheiros, água potável, sala de estar,
sala de administração;
14. Regulamentar os serviços funerários;
15. Atribuir à Coordenadoria de Serviços Públicos a gestão do cemitério municipal.

CAPÍTULO IV
DAS AÇÕES ESTRATÉGICAS

SEÇÃO I
DA PRESERVAÇÃO DOS MANANCIAIS

Art. 59. São ações estratégicas relacionadas com a proteção dos mananciais:

1. Delimitar as áreas de mananciais, o estabelecimento de restrições ao uso do solo em


reforço à lei de preservação dos mananciais, limitando o crescimento urbano do vetor leste, e o
estímulo ao desenvolvimento de atividades compatíveis com a proteção nessas áreas;
2. Proteger as nascentes e os córregos, formando parques lineares nas AUPPs em área
urbana;
3. Elaborar um Plano Diretor de desenvolvimento Rural compatibilizando o
desenvolvimento do setor rural com a preservação dos mananciais;
4. Desenvolver estudos destinados a viabilizar alternativas de mananciais de água e a
melhoria da recarga do aqüífero;
5. Restringir a abertura de novos poços artesianos no Perímetro Urbano;
6. Aumentar a permeabilidade do solo urbano.

SEÇÃO II
DA OCUPAÇÃO DOS VAZIOS URBANOS

Art. 60. O Poder Executivo promoverá a notificação dos proprietários dos terrenos
vagos em áreas dotadas de infra-estrutura urbana delimitados nesta lei para que promovam a
edificação e o uso de seus imóveis, sob pena de incidência sucessiva do imposto predial e territorial
urbano progressivamente no tempo pelo prazo de cinco anos e da desapropriação com pagamento
da indenização em títulos da dívida pública, nos termos autorizados no parágrafo quarto, do art.
182, da Constituição Federal, e na Lei n°. 10.257 - Estatuto da Cidade, art. 5° e 6°.

SEÇÃO III
DAS OCUPAÇÕES IRREGULARES

Art. 61. Implementar programas de transferência das habitações localizadas em áreas de


risco, unidades de conservação ambiental e áreas de preservação permanente.

CAPÍTULO V
DO MEIO AMBIENTE

Art. 62. O Poder Executivo promoverá a valorização, o planejamento e o controle do


meio ambiente de acordo com as seguintes diretrizes:

I. Garantia do meio ambiente como elemento fundamental do sistema do planejamento


e desenvolvimento sustentável do Município, incluindo a área rural;
II. Promoção do zoneamento ambiental da área não urbanizada;
III. Ampliação da oferta de áreas verdes públicas qualificadas;
IV. Criação de um sistema municipal de coleta de entulho.

Art. 63. Para implementação das diretrizes do meio ambiente o município deverá
desenvolver as seguintes ações:

1. Criar os instrumentos necessários ao exercício das funções de planejamento, controle


e fiscalização de todas as atividades que tenham interferência no meio ambiente do Município;
2. Rever e aperfeiçoar a legislação ambiental municipal para sua atualização e
adequação aos preceitos desta lei, onde qualidade de vida e qualidade ambiental significam saúde
para a população;
3. Monitorar e controlar o uso dos solos urbano e rural, a poluição do ar, água, solo, dos
mananciais e dos recursos hídricos, conforme Lei Federal 1469 de dezembro de 2000.
4. Proceder ao mapeamento do uso do solo a partir de geo-referenciamento de maneira a
gerar insumos para a revisão do macrozoneamento e do zoneamento;
5. Mapear as áreas ambientais frágeis, de forma a especificar os usos adequados
relativos ao solo, procurando preservar ou restabelecer a vegetação original;
6. Especificar áreas com potencial agrícola e para a atividade pecuária;
7. Delimitar as áreas de interesse para a preservação ecológica, as áreas com
características originais de cerrado e as áreas de proteção aos mananciais;
8. Compatibilizar usos e conflitos de interesses nas áreas de preservação ambiental e
agrícola, especialmente nas de proteção dos mananciais;
9. Capacitar funcionários para o exercício do licenciamento ambiental dos
empreendimentos a serem implantados no Município, especialmente nas áreas de maior
vulnerabilidade, onde a ocupação será controlada por meio de diretrizes do poder público, através
da exigência de PCA - Plano de Controle Ambiental Preliminar, EIA/Rima - Estudo de Impacto
Ambiental/Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente ou através do EIVI/RIV - Estudo de
Impacto de Vizinhança/Relatório de Impacto de Vizinhança a ser criado;
10. Implantar equipamentos de lazer, esportes e infra-estrutura nos bairros;
11. Criar praças nos bairros, carentes de área verde, com mobiliário urbano adequado e
tratamento paisagístico, garantindo o acesso a toda população;
12. Preservar as áreas ambientalmente frágeis ocupadas e recuperar as degradadas,
especialmente as margens dos córregos urbanos;
13. Desenvolver Programa de Educação Ambiental junto às escolas da rede pública e
particular;
14. Implantar usina de triagem e criar Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos;
15. Dar apoio a iniciativas particulares de coleta seletiva associada a programas de
reciclagem de lixo, desenvolvidos eventualmente em consórcio com municípios vizinhos;
16. Divulgar o programa de coleta de entulho, de maneira a evitar que o entulho de
construções e de poda de vegetação seja disposto irregularmente em terrenos vazios e sítios rurais;
17. Desenvolver projeto de reciclagem do entulho para a construção civil, adotando
tecnologia já desenvolvida em outros municípios e possibilitando a redução de custos para os
projetos de habitação popular;
18. Incrementar a arborização viária com espécies adequadas;
19. Restringir a abertura de poços artesianos no perímetro urbano e rural;
20. Propor aos gestores da usina José Fragélli a restrição da abertura da comporta, como
também a construção de um canal de ligação da barragem com o rio Poxoréu, visando o
repovoamento da montante, com espécies de peixes da região.
21. Criar as unidades de conservação ambiental do manancial da Lagoa e da Lagoa do
Areia.

Art. 64. O Poder Executivo promoverá a implantação de áreas verdes desenvolvendo as


seguintes ações:

1. Implantar programa de ampliação das áreas verdes urbanas para atingir até 2017 o
índice de 12 m² (doze metros quadrados) de área verde por habitante conforme recomendo pela
ONU;
2. Garantir reserva de área verde nos novos loteamentos para uso da comunidade de no
mínimo de 10% (dez por cento) da área total do loteamento, com projeto de paisagismo e
equipamentos urbanos apropriados, mediante a doação dessa área para o município que se
encarregará de fazer a manutenção, vedada a contagem e a inclusão das áreas de preservação
permanente como áreas verdes;
3. Garantir a preservação dos rios e córregos urbanos definindo parques lineares nas
áreas de preservação permanente, inclusive como parte dos programas de remoção da população
instalada irregularmente;
4. Criar uma equipe técnica para desenvolvimento e manutenção das áreas verdes.

Parágrafo único. No caso de existir áreas de preservação permanente no loteamento, a


exigência de áreas verdes será no mínimo, de 10% (dez por cento), sendo que o total das áreas,
nunca será inferior a 15% (quinze por cento) da área total do loteamento.

CAPÍTULO VI
DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO URBANA E AMBIENTAL
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 65. Para o planejamento, controle, indução e promoção do desenvolvimento


urbano, o Município de Poxoréu implementará as diretrizes de parcelamento, uso e ocupação do
solo e implantará projetos e ações participativos mencionados nesta lei, utilizando, isolada ou
combinadamente, dentre outros, os instrumentos previstos no Estatuto da Cidade, na legislação
nacional de proteção e recuperação do meio ambiente, e também mediante:

1. Disciplina do parcelamento, do uso e ocupação do solo;


2. Parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
3. Imposto progressivo sobre a propriedade predial e territorial urbana – IPTU em razão
do valor, da localização, do uso ou no tempo;
4. Incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
5. Contribuição de melhoria;
6. Desapropriação;
7. Tombamento de imóveis;
8. Instituição de áreas urbanizadas especiais de interesse social;
9. Concessão de direito real de uso;
10. Concessão de uso especial para fins de moradia;
11. Direito de superfície;
12. Usucapião especial coletivo de imóvel urbano;
13. Consórcio imobiliário;
14. Concessão urbanística;
15. Operação urbana consorciada;
16. Direito de preempção;
17. Outorga onerosa de potencial construtivo;
18. Transferência de potencial construtivo;
19. Reurbanização e regularização fundiária;
20. Assistência técnica e jurídica gratuita destinada a assegurar o direito à moradia para
as comunidades e grupos sociais menos favorecidos;
21. Referendo popular e plebiscito;
22. Iniciativa popular legislativa;
23. Iniciativa popular de planos, programas e projetos;
24. Avaliação de impactos ambientais;
25. Estudo prévio de impacto ambiental e de impacto de vizinhança;
26. Fundo de Urbanização;
27. Gestão orçamentária participativa;
28. Assistência técnica e jurídica gratuita, destinada a assegurar a continuidade da
exploração de imóveis rurais, aos pequenos produtores e também às Associações Rurais do
Município.

Parágrafo único. A Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral - SEPLAN fica


incumbida de dar continuidade ao processo de planejamento urbano e garantir a aplicação das
diretrizes, programas e demais prescrições desta lei.

SEÇÃO II
DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS

Art. 66. O Executivo exigirá do proprietário do solo urbano não edificado, não
parcelado, sub-utilizado, ou não utilizado delimitado nesta lei, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios,
Imposto Predial e Territorial Urbano progressivo no tempo a ser fixado em lei própria e
desapropriação com pagamento da indenização mediante títulos da dívida pública.
Parágrafo único. As áreas sujeitas à incidência da obrigação legal de parcelamento,
edificação ou utilização compulsórios são aquelas delimitadas pela Área Urbanizada de
Consolidação.

Art. 67. O Poder Executivo promoverá a notificação dos proprietários dos imóveis
sujeitos ao parcelamento, à edificação ou à utilização compulsórios, intimando-os a dar o
aproveitamento adequado para os respectivos imóveis de acordo com esta lei do Plano Diretor
Participativo dentro do prazo de três anos, contados a partir da data inicial de vigência desta lei, sob
pena de sujeitar-se o proprietário, sucessivamente, ao pagamento do imposto predial e territorial
progressivo no tempo (IPTU) e à desapropriação com pagamento em títulos, conforme disposições
do Estatuto da Cidade.

§ 1.º Fica facultado aos proprietários dos imóveis de que trata este artigo propor ao
Poder Executivo o Consórcio Imobiliário conforme disposto no art. 46, da Lei Federal citada no
caput deste artigo.

§ 2.º O proprietário de imóvel afetado pela obrigação legal mencionada no caput deste
artigo pode propor sua doação integral ou parcial ao Poder Público para a implantação de
equipamentos urbanos ou comunitários, para preservação, quando for considerado de interesse
histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural, ou para servir a programas de regularização
fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse
social em troca de autorização para a transferência do respectivo potencial construtivo para outro
imóvel situado em área de interesse estratégico, nos termos desta lei, para aplicação das diretrizes
do plano diretor.

§ 3.º São considerados solo urbano não edificado, os lotes de terrenos com área superior
a 250 m2 (duzentos e cinqüenta metros quadrados), onde o coeficiente de aproveitamento utilizado é
igual a zero nas áreas delimitadas por lei.

§ 4.º São considerados solo urbano sub-utilizado os lotes de terrenos com área superior
2
a 250 m (duzentos e cinqüenta metros quadrados), onde o coeficiente de aproveitamento não
atingir o mínimo definido para o lote na área onde se situam, excetuando:

1. Os imóveis utilizados como instalações de atividades econômicas que não necessitam


de edificações para exercer suas finalidades;
2. Os imóveis utilizados como postos de abastecimento de veículos;
3. Os imóveis integrantes do sistema de áreas verdes do Município.

§ 5.º É considerado solo urbano não utilizado todo tipo de edificação localizada nas
áreas delimitadas por esta lei que tenham, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de sua área
construída desocupada há mais de cinco anos.

§ 6.º Independentemente do IPTU progressivo no tempo, a que se refere este artigo, o


Município poderá aplicar alíquotas progressivas ao IPTU em razão do valor, da localização e do uso
do imóvel como autorizado no § 1º, do art. 156, da Constituição Federal.

Art. 68. Em caso de descumprimento das etapas e dos prazos estabelecidos no artigo
anterior, o Poder Executivo aplicará alíquotas progressivas de IPTU, majoradas anualmente, pelo
prazo de 05 (cinco) anos consecutivos até que o proprietário cumpra com a obrigação de parcelar,
edificar ou utilizar conforme o caso.

§ 1.º Lei específica, baseada no Estatuto da Cidade, estabelecerá a gradação anual das
alíquotas progressivas.
§ 2.º Caso a obrigação de parcelar, edificar e utilizar não esteja atendida no prazo de 05
(cinco) anos, o Poder Executivo manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a
referida obrigação, garantida a aplicação da medida prevista no desta lei.

§ 3.º É vedada a concessão de isenções ou de anistias relativas à tributação progressiva


de que trata este artigo.

Art. 69. Decorridos os cinco anos de cobrança do IPTU progressivo no tempo sem que
o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação e utilização, o Município
poderá proceder à desapropriação do imóvel com pagamento da indenização em títulos da dívida
pública observada a legislação nacional pertinente.

§ 1.º O valor real da indenização:

I. Refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado o montante incorporado em


função de obras realizadas pelo Poder Público na área onde o mesmo se localiza após a notificação;
II. Não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios.

§ 2.º Os títulos de que trata este artigo não terão poder liberatório para o pagamento de
tributos.

§ 3.º O Poder Executivo, diretamente ou por meio de alienação ou concessão a terceiros,


observando-se o procedimento licitatório pertinente, promoverá ao adequado aproveitamento do
imóvel no prazo máximo de cinco anos, contados a partir da sua incorporação ao patrimônio
público.

§ 4.º O adquirente de imóvel sujeito à incidência do parcelamento, edificação ou


utilização compulsório fica sujeito às mesmas obrigações legalmente impostas ao respectivo
alienante.

SEÇÃO III
DO DIREITO DE PREEMPÇÃO

Art. 70. O Poder Executivo poderá exercer, pelo prazo de 05 (cinco) anos, renovável a
partir de um ano após o decurso do prazo inicial de vigência, o direito de preferência para aquisição
de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre terceiros localizados nas áreas de consolidação
urbana, de extensão urbana e nas áreas urbanizadas especiais de interesse social (AUEIS), baseada
nesta lei do plano diretor e no Estatuto da Cidade.

Parágrafo único. O direito de preferência será exercido sempre que o Poder Executivo
necessitar de áreas para:

I. Regularização fundiária;
II. Execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;
III. Constituição de reserva fundiária;
IV. Ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V. Implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
VI. Criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
VII. Criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse
ambiental;
VIII. Proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico.
Art. 71. Os imóveis colocados à venda nas áreas de incidência do direito de preempção
deverão ser obrigatoriamente oferecidos ao Poder Executivo, que terá preferência para aquisição
pelo prazo de cinco anos nos termos da lei.

Art. 72. O Executivo deverá notificar o proprietário do imóvel localizado em área


delimitada e o Cartório de Registro de Imóveis, para o exercício do direito de preferência.

§ 1.º No caso de existência de terceiros interessados na compra do imóvel nas condições


mencionadas no caput, o proprietário deverá comunicar imediatamente, ao órgão competente, sua
intenção de alienar onerosamente o imóvel.

§ 2.º A declaração de intenção de alienar onerosamente o imóvel, deve ser apresentada


com os seguintes documentos:

I. Proposta de compra apresentada pelo terceiro interessado na aquisição do imóvel, da


qual constarão preço, condições de pagamento e prazo de validade;
II. Endereço do proprietário, para recebimento de notificação e de outras comunicações;
III. Certidão recente de inteiro teor da matrícula do imóvel, expedida pelo cartório de
registro de imóveis da circunscrição imobiliária competente;
IV. Declaração assinada pelo proprietário, sob as penas da lei, de que não incidem
quaisquer encargos e ônus sobre o imóvel, inclusive os de natureza real, tributária ou executória.

Art. 73. Recebida a notificação a que se refere o artigo anterior, o Poder Executivo
poderá manifestar, por escrito, dentro do prazo legal, o interesse em exercer a preferência para
aquisição do imóvel.

§ 1.º A Prefeitura fará publicar, em órgão oficial e, em pelo menos um jornal local ou
regional de grande circulação, edital de aviso da notificação recebida, e da intenção de aquisição do
imóvel nas condições da proposta apresentada.

§ 2.º O decurso de prazo de 30 (trinta) dias após a data de recebimento da notificação do


proprietário sem a manifestação expressa da Prefeitura de que pretende exercer o direito de
preferência faculta o proprietário a alienar onerosamente o seu imóvel ao proponente interessado
nas condições da proposta apresentada sem prejuízo do direito da Prefeitura exercer a preferência
em face de outras propostas de aquisições onerosas futuras dentro do prazo legal de vigência do
direito de preempção.

Art. 74. Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica obrigado a entregar ao


órgão competente da Prefeitura cópia do instrumento particular ou público de alienação do imóvel
dentro do prazo de 30 (trinta) dias após sua assinatura, sob pena de pagamento de multa conforme
disposto em lei.

§ 1.º O Executivo promoverá as medidas judiciais cabíveis para a declaração de


nulidade de alienação onerosa efetuada em condições diversas da proposta apresentada, a
adjudicação de imóvel que tenha sido alienado a terceiros apesar da manifestação do Executivo de
seu interesse em exercer o direito de preferência e cobrança da multa a que se refere o artigo
anterior.

§ 2.º Em caso de nulidade da alienação efetuada pelo proprietário, o Executivo poderá


adquirir o imóvel pelo valor base de cálculo do imposto predial e territorial urbano ou pelo valor
indicado na proposta apresentada, se este for inferior àquele.

SEÇÃO IV
DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS
Art. 75. As Operações Urbanas Consorciadas são o conjunto de medidas coordenadas
pelo Município com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e
investidores privados, representados no Conselho Gestor da Operação, com o objetivo de alcançar
transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental, notadamente
ampliando os espaços públicos, organizando o transporte coletivo, implantando programas
habitacionais de interesse social e de melhorias de infra-estrutura e sistema viário, num determinado
perímetro.

§ 1.º Cada operação urbana consorciada será criada por lei específica de acordo com as
disposições no Estatuto da Cidade.

§ 2.º São áreas de operações urbanas consorciadas:

a) As unidades de conservação ambiental;


b) Áreas de preservação permanente;
c) Nova rodoviária;
d) Nova cadeia pública;
e) Feira livre;
f) Área de proteção histórico cultural;
g) Áreas urbanizadas especiais de interesse social (Moradia);
h) Memorial do garimpeiro;
i) Centro cultural;
j) Urbanização das entradas da cidade.

SEÇÃO V
DO FUNDO DE URBANIZAÇÃO

Art. 76. Fica criado o Fundo de Urbanização com a finalidade de apoiar ou realizar
investimentos destinados a concretizar os objetivos, diretrizes, planos, programas e projetos
urbanísticos e ambientais integrantes ou decorrentes da lei do Plano Diretor Participativo, em
obediência às prioridades nele estabelecidas.

Parágrafo único. O Fundo de Urbanização será administrado pelo Conselho Municipal


de Desenvolvimento Urbano.

Art. 77. O Fundo de Urbanização, de natureza contábil e orçamentária, será constituído


de recursos provenientes de:

I. Dotações orçamentárias e créditos adicionais suplementares a ele destinados;


II. Repasses ou dotações de origem orçamentária da União ou do Estado de Mato
Grosso a ele destinados;
III. Empréstimos de operações de financiamento internos ou externos;
IV. Contribuições ou doações de pessoas físicas ou jurídicas;
V. Contribuições ou doações de entidades internacionais;
VI. Acordos, contratos, consórcios e convênios;
VII. Rendimentos obtidos com a aplicação do seu próprio patrimônio;
VIII. Contribuição de melhoria decorrente de obras públicas realizadas com base no
Código Tributário;
IX. Receitas provenientes de concessão urbanística;
X. Retornos e resultados de suas aplicações;
XI. Multas, correção monetária e juros recebidos em decorrência de suas aplicações;
XII. De transferência do direito de construir;
XIII. Outras receitas eventuais.
Art. 78. Os recursos do Fundo de Urbanização serão depositados em conta corrente
especial mantida em instituição financeira designada pela Secretaria Municipal de Finanças
especialmente aberta para esta finalidade.

Art. 79. Os recursos do Fundo de Urbanização serão aplicados com base no Estatuto da
Cidade e nesta lei.

SEÇÃO VI
DA CONCESSÃO URBANÍSTICA

Art. 80. O Poder Executivo fica autorizado a delegar, mediante licitação, à empresa,
isoladamente ou a conjunto de empresas, em consórcio, a realização de obras de urbanização ou de
reurbanização de região da cidade, inclusive loteamento, re-loteamento, demolição, reconstrução e
incorporação de conjuntos de edificações para implementação de diretrizes desta lei do Plano
Diretor Participativo.

§ 1.º A empresa concessionária obterá sua remuneração mediante exploração, por sua
conta e risco, dos terrenos e edificações destinados a usos privados que resultarem da obra
realizada, da renda proveniente da cobrança de contribuição de melhoria, da renda derivada da
exploração de espaços públicos e de outras alternativas conexas, nos termos que forem fixados no
respectivo edital de licitação e contrato de concessão urbanística.

§ 2.º A empresa concessionária ficará responsável pelo pagamento, por sua conta e
risco, das indenizações devidas em decorrência das desapropriações e pela aquisição dos imóveis
que forem necessários à realização das obras concedidas, inclusive o pagamento do preço de imóvel
no exercício do direito de preempção pela Prefeitura ou o recebimento de imóveis que forem
doados à Municipalidade por seus proprietários para viabilização financeira do seu aproveitamento,
nos termos do Estatuto da Cidade, cabendo-lhe também a elaboração dos respectivos projetos
básico e executivo, o gerenciamento e a execução das obras objeto da concessão urbanística.

§ 3.º A concessão urbanística a que se refere este artigo reger-se-á pelas disposições da
Lei Federal N° 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, com as modificações que lhe foram introduzidas
posteriormente.

SEÇÃO VII
DOS INSTRUMENTOS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Art. 81. O Poder Executivo com base nas atribuições previstas no inciso VIII, do artigo
30, da Constituição da República, no Estatuto da Cidade e na legislação municipal, deverá
promover, direta ou indiretamente, a melhoria dos loteamentos precários consolidados e
loteamentos irregulares com ocupação existente, mediante, onde couber, a execução de sua
reurbanização, reforma ou implantação ou melhoria de sua infra-estrutura urbana capaz de propiciar
moradia digna aos seus moradores, abrangendo sua regularização urbanística, ambiental e fundiária
por meio da utilização de instrumentos urbanísticos próprios, tais como:

I. Criação de Áreas Urbanizadas Especiais de Interesse Social, previstas nesta lei e na


legislação dela decorrente;
II. Concessão do direito real de uso, individual ou coletiva, de acordo com o Decreto-lei
271, de 20 de fevereiro de 1967 e no Estatuto da Cidade;
III. Concessão de uso especial para fins de moradia nos termos da Medida Provisória
n.º 2.220, de 04 de setembro de 2001;
IV. Usucapião especial coletivo de imóvel urbano nos termos do Estatuto da Cidade;
V. Direito de preempção;
VI. Assistência técnica urbanística, jurídica e social gratuita para as comunidades e
grupos sociais menos favorecidos.

Art. 82. O Poder Executivo deverá articular os diversos agentes envolvidos no processo
de reurbanização e regularização dos loteamentos precários, como representantes do Ministério
Público, do Poder Judiciário, dos Tabelionatos e Cartórios de Registro de Imóveis, dos Governos
Estadual e Federal, bem como dos grupos sociais envolvidos visando equacionar e agilizar os
processos de regularização fundiária.

Art. 83. O Poder Executivo concederá o uso especial para fins de moradia do imóvel
público utilizado, unicamente para esta finalidade e enquanto ela perdurar, àquele que, até 30 de
junho de 2001, residia em área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco
anos, ininterruptamente e sem oposição, desde que não seja proprietário ou concessionário de outro
imóvel urbano ou rural, de acordo com art. 1°, da Medida Provisória 2.220, de 04 de setembro de
2001.

§ 1.º O Executivo deverá assegurar o exercício do direito de concessão de uso especial


para fim de moradia, individual ou coletivamente, em local diferente daquele que gerou esse direito,
na hipótese de a moradia estar localizada em área de risco à vida ou à saúde, cuja condição não
possa ser equacionada e resolvida por obras e outras intervenções.

§ 2.º O Executivo poderá assegurar o exercício do direito de concessão de uso especial


para fins de moradia, individual ou coletivamente, em local diferente daquele que gerou esse
direito, nas hipóteses de:

I. Ser área de uso comum do povo com outras destinações prioritárias de interesse
público, definidas no plano diretor;
II. Ser área onde houver necessidade de desadensamento por motivo de projeto e obra
de urbanização com base nesta lei;
III. Ser área de comprovado interesse da preservação ambiental e da proteção dos
ecossistemas naturais;

§ 3.º Para atendimento do direito previsto nos parágrafos anteriores, a moradia deverá
estar localizada próxima ao local que deu origem ao direito que trata este artigo, e em casos de
impossibilidade, em outro local desde que haja manifesta concordância do beneficiário.

§ 4.º A concessão de uso especial para fins de moradia poderá ser solicitada de forma
individual ou coletiva, através da Associação Comunitária a que o bairro pertença.

§ 5.º Serão respeitadas, quando de interesse da comunidade, as atividades econômicas


locais promovidas pelo próprio morador, vinculadas à moradia, como pequenas atividades
comerciais, indústria doméstica, artesanato, oficinas de serviços e outros similares.

§ 6.º Extinta a concessão de uso especial para fins de moradia por motivo de
descumprimento de sua finalidade, o Poder Executivo recuperará a posse e o domínio pleno sobre o
imóvel.

§ 7.º O Poder Executivo promoverá as obras de urbanização que forem necessárias nas
áreas, onde objeto de concessão de uso especial para fins de moradia, para assegurar moradia digna
aos respectivos concessionários.

Art. 84. O Poder Executivo realizará a reurbanização e a regularização fundiária a que


se refere o art. 76 desta lei, conforme plano de organização a ser elaborado com a participação dos
moradores e Associações Comunitárias.
§ 1.º Na hipótese de imóvel usucapido coletivamente, o Poder Executivo notificará os
moradores ocupantes para apresentarem, no prazo de 01 (um) ano, o respectivo plano de
urbanização.

§ 2.º Na hipótese do parágrafo anterior, se o plano de urbanização não for apresentado,


o Poder Executivo procederá a sua elaboração com a participação dos moradores.

Art. 85. Cabe ao Executivo garantir assessoria técnica, urbanística, jurídica e social
gratuita à população, indivíduos, entidades, grupos comunitários e movimentos na área de
Habitação de Interesse Social, buscando promover a inclusão social, jurídica, ambiental e
urbanística da população de baixa renda à cidade, na garantia da moradia digna, particularmente nas
ações visando à regularização fundiária e qualificação dos loteamentos existentes.

SEÇÃO VIII
DO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO

Art. 86. O Poder Executivo Municipal poderá receber por transferência, imóvel que a
requerimento dos seus proprietários lhe seja oferecido como forma de viabilização financeira do
melhor aproveitamento do imóvel.

§ 1.º A Prefeitura poderá promover o aproveitamento do imóvel que receber por


transferência nos termos deste artigo, direta ou indiretamente, mediante concessão urbanística ou
outra forma de contratação.

§ 2.º O proprietário que transferir seu imóvel para a Prefeitura nos termos deste artigo
receberá, como pagamento, unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas.

§ 3.º O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao proprietário será


correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras.

§ 4.º O valor real desta indenização deverá:

I. Refletir o valor da base de cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano,


descontado o montante incorporado em função das obras realizadas, direta ou indiretamente, pelo
Poder Público, na área onde o mesmo se localiza;

II. Excluir do seu cálculo expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros


compensatórios.

§ 5.º O disposto neste artigo aplica-se tanto aos imóveis sujeitos à obrigação legal de
parcelar, edificar ou utilizar nos termos desta lei, quanto àqueles por ela não abrangidos, mas
necessários à realização de intervenções urbanísticas previstas nesta lei.

SEÇÃO IX
DO DIREITO DE SUPERFÍCIE

Art. 87. O município poderá receber em concessão, diretamente ou por meio de seus
órgãos, empresas ou autarquias, o direito de superfície, nos termos do art. 21, do Estatuto da
Cidade, para viabilizar a implementação de diretrizes constantes desta lei, inclusive mediante a
utilização do espaço aéreo e subterrâneo.
Parágrafo único. Este instrumento poderá ser utilizado onerosamente pelo Município
também em imóveis integrantes dos bens dominiais do patrimônio público, destinados à
implementação das diretrizes desta lei.

SEÇÃO X
DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) E ESTUDO DE IMPACTO DE
VIZINHANÇA (EIV)

Art. 88. A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de


empreendimentos e atividades, utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou
potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos e atividades capazes, sob qualquer
forma, de causar significativa degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento do Poder
Executivo Municipal, que receberá recomendação prévia do CONSEMA, de acordo com a
legislação federal, estadual e municipal pertinentes, sem prejuízo de outras licenças legalmente
exigidas.

§ 1.º A licença ambiental para empreendimentos ou atividades consideradas efetiva ou


potencialmente causadoras de significativa degradação do meio, será emitida somente após a
avaliação do prévio Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio
Ambiente (EIA/RIMA).

§ 2.º Para os empreendimentos ou atividades cujos impactos ambientais, efetivos ou


potenciais, tenham caráter menos abrangente, o Poder Executivo Municipal disporá sobre os
procedimentos e critérios para o licenciamento urbanístico e ambiental com observância da
legislação nacional e municipal, definindo:

I. Os empreendimentos e atividades, públicos e privados, referidos neste parágrafo;


II. Os estudos ambientais pertinentes;
III. Os procedimentos de licenciamento urbanístico e ambiental.

§ 3.º O estudo a ser apresentado para a solicitação da licença urbanística e ambiental


deverá contemplar, entre outros, os seguintes itens:

I. Diagnóstico ambiental da área;


II. Descrição da ação proposta e suas alternativas;
III. Identificação, análise e previsão dos impactos significativos, positivos e negativos;
IV. Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, bem como daquelas
intensificadoras dos impactos positivos.

§ 4.º Até a aprovação de lei que defina os empreendimentos e atividades sujeitos ao


licenciamento urbanístico e ambiental, bem como os procedimentos e critérios aplicáveis, deverão
ser aplicadas as Resoluções n.º 001, de 23 de janeiro de 1986, e 237, de 22 de dezembro de 1997, do
Conselho Nacional do Meio Ambiente, considerando especialmente o disposto no art. 6º desta
última.

§ 5.º Para o licenciamento ambiental serão analisados simultaneamente os aspectos


urbanísticos implicados com base nesta e em outras leis municipais de modo que o ato
administrativo decorrente seja único, produzindo igualmente todos os efeitos jurídicos urbanísticos
e ambientais.

Art. 89. Quando o impacto ambiental previsto corresponder, basicamente, a alterações


das características urbanas do entorno, os empreendimentos ou atividades especificados em lei
municipal estarão sujeitos à avaliação do Estudo de Impacto de Vizinhança e seu respectivo
Relatório de Impacto de Vizinhança (EIVI/RIV), por parte do Poder Executivo, previamente à
emissão das licenças ou alvarás de construção, reforma ou funcionamento nos termos da legislação
municipal.

§ 1.º A elaboração da legislação ambiental definirá os empreendimentos e atividades,


públicos ou privados, referidos no caput deste artigo, bem como os parâmetros e os procedimentos
a serem adotados para sua avaliação, conforme disposto na legislação municipal.

§ 2.º O Estudo de Impacto de Vizinhança referido no caput deste artigo deverá


contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de
vida da população residente na área e em suas proximidades, bem como a especificação das
providências necessárias para evitar ou superar seus efeitos prejudiciais, incluindo a análise, dentre
outras, no mínimo, das seguintes questões:

I. Adensamento populacional;
II. Equipamentos urbanos e comunitários;
III. Uso e ocupação do solo;
IV. Valorização imobiliária;
V. Geração de tráfego e demanda por transporte público;
VI. Ventilação e iluminação;
VII. Paisagem urbana e patrimônio natural e cultural;
VIII. Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, bem como daquelas
intensificadoras dos impactos positivos.

§ 3.º Os empreendimentos sujeitos ao Estudo de Impacto Ambiental e respectivo


Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente, no que couber, deverão contemplar também os
aspectos exigidos no parágrafo segundo deste artigo para dispensa do Estudo de Impacto de
Vizinhança e seu respectivo Relatório de Impacto de Vizinhança.

§ 4.º A elaboração do Estudo de Impacto de Vizinhança e seu respectivo Relatório de


Impacto de Vizinhança (EIVI/RIV) não substitui a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e
respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA/ RIMA), quando este último for
necessário.

Art. 90. O Poder Executivo, com base na análise dos estudos impactos de vizinhança e
ambientais apresentados, poderá exigir do empreendedor, a execução, às suas expensas, das
medidas adequadas para evitar ou, quando for o caso, superar os efeitos prejudiciais do
empreendimento, bem como aquelas atenuadoras e compensatórias relativas aos impactos
decorrentes da implantação da atividade, além de poder negar a autorização para a realização da
respectiva atividade.

Art. 91. O Poder Executivo colocará à disposição da população por meio eletrônico,
pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, e dará publicidade na imprensa local em resumo aos
documentos integrantes dos estudos e respectivos relatórios urbanísticos e ambientais mencionados
nos artigos 84 e 85 desta lei, os quais deverão ficar à disposição da população para consulta, por
qualquer interessado, no órgão municipal competente.

§ 1.º Cópia do Relatório de Impacto de Vizinhança (RIV) será fornecida gratuitamente,


quando solicitada pelos moradores da área afetada ou suas associações.

§ 2.º O órgão público responsável pelo exame dos Relatórios de Impacto Ambiental
(RIMA) e de Vizinhança (RIV) deverá realizar audiência pública, antes da decisão sobre o projeto,
sempre que sugerida, na forma da lei, pelos moradores da área afetada ou por suas associações.

SEÇÃO XI
DOS CONFLITOS DE INTERESSES

Art. 92. Os conflitos de interesses expressos por diferentes grupos em determinada área
que não envolvam legislação de uso e ocupação do solo, nem infrinjam lei vigente, poderão ser
resolvidos por meio de Acordo de Convivência, mediado e homologado pelo Executivo mediante
decreto.

Parágrafo único. Caso a composição dos conflitos a que se refere este artigo exija
alteração legislativa, o Poder Executivo elaborará a respectiva proposta, debatendo-a previamente
nos órgãos que compõem as instâncias de participação previstas no art. 137 desta lei, antes de seu
encaminhamento à Câmara Municipal para apreciação.

SEÇÃO XII
DO IPTU PROGRESSIVO

Art. 93. O imposto predial e territorial urbano poderá ter alíquotas progressivas em
razão do valor, da localização e do uso do imóvel também como instrumento de indução ao
cumprimento de diretrizes constantes desta lei.

Parágrafo único. Para o cumprimento de suas finalidades, o Poder Executivo


providenciará a atualização da Planta Genérica de Valores com base no cadastro unificado e na
nova lei de zoneamento e a modernização de sua cobrança mediante a implantação de sistema
informatizado de arrecadação e, eventualmente, geo-referenciado para controle e cobranças de
dívidas não pagas.

TÍTULO IV
DO DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL

Art. 94. A política de desenvolvimento municipal objetiva a promoção do


desenvolvimento sustentável do Município, devendo orientar-se pelos seguintes diretrizes:

I. Promoção humana como fim de todo o desenvolvimento;


II. Busca permanente da eqüidade social;
III. Utilização racional dos recursos naturais;
IV. Consideração das demandas da comunidade e das reais potencialidades e limitações
do Município;
V. Promoção dos meios de acesso democrático à informação;
VI. Priorização de atividades geradoras de dinamismo econômico sustentável.

CAPÍTULO I
DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Art. 95. A política de desenvolvimento econômico visa promover a racionalização e o


pleno emprego dos recursos produtivos do Município, tendo em vista assegurar condições de
ocupação e rendimento para a contínua melhoria da qualidade de vida da população.

SEÇÃO I
DAS DIRETRIZES GERAIS PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO
MUNICÍPIO

Art. 96. São diretrizes gerais para o desenvolvimento econômico do Município:

I. Fomento das atividades econômicas baseadas em tecnologia, uso dos recursos


existentes e uso intensivo de conhecimento;
II. Apoio às iniciativas para a expansão do sistema de educação superior e profissional;
III. Implementação e apoio aos programas e iniciativas de geração de oportunidades de
trabalho e renda;
IV. Elevação do nível de escolarização e promover a melhoria da qualificação
profissional da população;
V. Promoção do Município no contexto regional, nacional e internacional;
VI. Provimento das condições para orientar e capacitar o sistema produtivo local para
atender as demandas por bens e serviços sociais;
VII. Incentivo da organização associativa e cooperativa dos agentes envolvidos na
produção rural e urbana de bens e serviços;
VIII. Promoção de cursos de capacitação e aperfeiçoamento para fortalecimento,
geração e atração de atividades produtivas de maior potencial e dinamismo econômicos;
IX. Promoção da melhoria do ambiente informacional para orientação e apoio às
decisões dos agentes públicos e privados do município.

Art. 97. O Poder Executivo dará prioridade ao desenvolvimento de atividades de apoio


ao turismo, de acordo com as seguintes diretrizes:

I. Fomento da abertura de comércio e serviços como restaurantes e atividades culturais,


com incentivos fiscais;
II. Investimento na manutenção do patrimônio histórico do município, a ser
classificado, incentivando os proprietários à preservação;
III. Incentivo à instalação de comércios de doces, queijos e iguarias artesanais locais em
espaço próprio reservado a atividades turísticas;
IV. Incentivo ao desenvolvimento do artesanato local: de doces, queijos, tapeçaria,
cerâmica, bordado, pintura, trabalho em madeira, marchetaria e outros;
V. Criação de um centro de atendimento para o turista;
VI. Incentivo ao desenvolvimento de uma culinária local, melhorando a qualidade dos
serviços dos restaurantes;
VII. Dotação das áreas de maior fluxo, de equipamentos de apoio ao turista e a
população local, consistindo na implantação de bebedouros, banheiros e bancos com cobertura;
VIII. Capacitação dos agentes envolvidos no turismo.

Art. 98. Para o desenvolvimento da atividade agropecuária, o Poder Executivo adotará


as seguintes diretrizes:

I. Incentivo ao aumento e a melhoria da qualidade do leite e derivados produzidos;


II. Incentivo à produção comercial dos subprodutos do leite com controle de qualidade;
III. Diversificação da produção agropecuária;
IV. Elaboração de um plano diretor de desenvolvimento rural;
V. Criação de programa de estímulo à fixação do pequeno produtor no campo;
VI. Criação de condições para implantar a ”educação do campo”;
VII. Criação de programas de incentivo à piscicultura e criação de pequenos animais;
VIII. Criação de programas de implantação e incentivo a criação de pequenos, médios e
grandes animais;
IX. Instalação de um abatedouro e um frigorífico no município.

Art. 99. Para as demais atividades econômicas, o Poder Executivo adotará as seguintes
diretrizes:

I. Incentivo à instalação de indústrias no distrito industrial;


II. Concessão de incentivos diferenciados à implantação de microempresas;
III. Criação de condições para a formalização do trabalho;
IV. Incentivo à implantação de indústrias complementares à atividade da mineração,
que não agridam o meio ambiente;
V. Criação de um programa de controle de qualidade para incentivar o comércio local.

CAPÍTULO II
DO TURISMO

Art. 100. O Poder Executivo promoverá e incentivará o turismo como fator estratégico
de desenvolvimento econômico e social do Município de Poxoréu de acordo com as seguintes
ações:

1. Dar apoio às iniciativas particulares na abertura de estabelecimentos de comércio


voltado ao turismo como: restaurantes de comidas típicas, hotéis, pousadas, lojas de conveniência e
feiras.
2. Dar apoio às associações de artesãos na criação de um circuito de visitação aos ateliês
e estabelecimentos com divulgação dos endereços e fomentar o seu estabelecimento em um local
apropriado;
3. Criar um sistema de identificação visual de informações sobre locais de turismo que
facilite a identificação dos pontos turísticos;
4. Criar uma identidade visual para o mobiliário urbano;
5. Criar uma área de eventos, dotando-a de área esportiva e de atividades culturais;
6. Incentivar o turismo rural aproveitando o potencial regional.
7. Incentivar o Ecoturismo, possibilitando a exploração racional da beleza cênica
cultural da região.
8. Realizar o inventário turístico oficial, criando um banco de dados atualizado e
dinâmico.
9. Incentivar o turismo histórico-cultural sistematizando a tradição local e o talento do
povo ao processo turístico.
10. Incentivar o turismo educacional criando um intercâmbio com as universidades.
11. Elaborar o plano municipal participativo oficial de turismo do município de
Poxoréu;
12. Considerar a Rodovia MT 130 como ponto estratégico para vitrine de produtos
turísticos;
13. Viabilizar a implantação do turismo nas reservas indígenas;
14. Criar estrutura para o turismo receptivo internacional;
15. Criar agenda de eventos turísticos distribuídos ao longo do ano;
16. Criar a trilha do romeiro para a festa do Bom Jesus de Alto Coité.

Parágrafo Único – O Poder Executivo elaborará o plano municipal do turismo no prazo


de 01 (um) ano a partir da publicação desta lei.

SEÇÃO I
DO INCENTIVO AO TURISMO

Art. 101. O Poder Executivo incentivará o turismo com os seguintes projetos e ações:

1. Implantar projeto urbanístico/paisagístico para embelezar as entradas oficiais da


cidade de Poxoréu (MT).
2. Restaurar e revitalizar praças e jardins.
3. Criar projetos urbanísticos / paisagísticos para o paço municipal e todo seu
envoltório.
4. Criar infra-estrutura adequada com projeto paisagístico esportivo para prática
diversificada de esportes, e promovendo competições regionais.
5. Implantar equipamentos urbanos como bancos de praça, orelhões, totens
informativos, pontos de ônibus e outros, de forma a criar uma característica singular de Poxoréu.
6. Explorar os ícones regionais como simbologia turística.
7. Implantar um sistema de aproveitamento de áreas verdes, qualificando os espaços,
com base em projetos de paisagismo, destinados a lazer, recreação e a preservação da vegetação
natural do qual dentre outros destacamos os seguintes áreas, mostradas no mapa:
a) Rio Areia
b) Rio Bororo
c) Usina José Fragélli
d) Lagoa do Areia
e) Manancial da Lagoa
f) Morro do Mano
g) Morro da Mesa
h) Morro dos Currais
i) Rio Poxoréu
j) Morro do Cruzeiro

8. Criar uma área verde e de recreação em cada bairro, garantindo o acesso universal a
estas áreas.
9. Instituir mediante Lei, a possibilidade de acesso público às áreas com vegetação
original particulares, com contrapartida fiscal, com isenção de IPTU ou eventual tombamento das
áreas vegetadas urbanas.
10. Criar parques lineares nas AUPPs
11. Desenvolver estudos e projetos para a construção dos seguintes equipamentos
urbanos:

a) Centro cultural
b) Mercado municipal
c) Nova rodoviária
d) Terminal de turismo
e) Portal turístico
f) Memorial do garimpo
g) Construção da nova cadeia pública.

12. Implantar sistema próprio de comunicação visual.


13. Criar programa de marketing e propaganda turística.
14. Implantar sistema de sinalização turística.
15. Mapear os pontos turísticos regionais.
16. Garantir a manutenção da malha viária turística.
17. Promover cursos permanentes de qualificação para o setor turístico.
18. Buscar integração com os municípios vizinhos no desenvolvimento de ações
turísticas.

CAPÍTULO III
DO DESENVOLVIMENTO RURAL

Art. 102. O desenvolvimento rural no município de Poxoréu adotará as seguintes


diretrizes:

I. Estímulo e apoio ao desenvolvimento das atividades rurais;


II. Promoção do desenvolvimento econômico e social rural;
III. Ampliação da oferta de trabalho, emprego e a geração de renda;
IV. Reorganização dos sistemas de produção;
V. Orientação ao produtor rural para o uso racional do extrativismo em área agrícola;
VI. Criação de condições para que os produtos regionais tenham controle de qualidade;
VII. Criação de condições de capacitação para o produtor e sua família e ao mesmo
tempo permitir a sua fixação no campo;
VIII. Garantia da preservação de nascentes;
IX. Garantia do abastecimento e a qualidade da água na área rural;
X. Fomento do Turismo Rural, aproveitando o potencial local, caracterizado pelo
talento do homem do campo e pela beleza cênica natural;
XI. Promoção da extensão rural.

Art. 103. Para a implementação das diretrizes de desenvolvimento rural o município


deverá desenvolver as seguintes ações:

1. Disciplinar o uso e ocupação do solo na área rural através do mapeamento da sua


vocação agrícola;
2. Elaborar o Código de Posturas da área rural, em desenvolvimento, para que as
relações de vizinhança sejam orientadas e estabelecidas, garantindo o acesso às propriedades, a
manutenção de estradas, a eletrificação das residências e das vias públicas, uso da água, destinação
do lixo e esgoto;
3. Desenvolver projetos de apoio ao pequeno e médio produtor com programas de
desenvolvimento tecnológico para melhor aproveitamento da terra, financiamento para agregação
de valor do produto local;
4. Estabelecer convênios com as empresas estaduais e federais de pesquisas,
universidades e faculdades ligadas ao setor rural;
5. Elaborar e executar projetos, aproveitando os recursos naturais, como frutas nativas,
plantas medicinais e flores;
6. Implantar cooperativas e melhoria do desempenho de associações existentes;
7. Criar o Programa de Controle de Qualidade da Produção Agropecuária;
8. Implantar programas de qualificação para os produtores rurais, nas escolas rurais;
9. Criar e implementar banco de dados com informações estatísticas atualizadas de
propriedades e proprietários rurais, produtos e produção;
10. Integrar programas e projetos de extensão rural para o homem do campo;
11. Qualificar a equipe técnica local nos setores de administração e economia rural,
extensão rural, associativismo e cooperativismo;
12. Melhorar a infra-estrutura de atendimento técnico ao setor rural;
13. Implantar unidades de experimentação e demonstração para divulgação de pesquisas
voltadas para o desenvolvimento rural;
14. Criar programas de educação ambiental para a área rural;
15. Criar um sistema de comunicação com o setor rural utilizando os veículos de
comunicação de massa (jornais, rádio, etc.).

Parágrafo único. O Poder Executivo deverá elaborar o Plano Municipal de


Desenvolvimento Rural no prazo máximo de 01 (um) a partir da data de publicação desta Lei.

CAPÍTULO IV
DOS TRIBUTOS

Art. 104. O Poder Executivo desenvolverá a sua competência na instituição e cobrança


de impostos, taxas e contribuição de melhoria com as seguintes diretrizes:

I. Revisão do Código Tributário Municipal;


II. Revisão da planta Genérica de Valores com base na atualização do cadastro;
III. Desenvolvimento de programa de regularização imobiliária e fundiária de acordo
com as demais disposições desta lei.
Art. 105. Para implementação das diretrizes dos tributos o município deverá
desenvolver as seguintes ações:

I. Renegociar as dívidas decorrentes de não pagamento do IPTU;


II. Definir a área de cobrança do IPTU progressivo dentro do perímetro urbano, como
sendo a Área de Consolidação Urbana e também sobre as áreas que já sofreram parcelamento, a
partir de dois anos da data de aprovação do parcelamento pelo Poder Público Municipal;
III. Otimizar o sistema de cadastramento e informação e o sistema de informatização
tributária;
IV. Criar campanhas de incentivo ao pagamento do IPTU e demais taxas tributárias
municipais;
V. Oferecer curso de capacitação para os agentes tributários;
VI. Organizar melhor o espaço físico do setor de tributação.

CAPÍTULO V
DOS DISTRITOS

Art. 106. O poder executivo adotará a seguinte diretriz para o desenvolvimento


sustentável dos distritos de Paraíso do Leste, Jarudore e Alto Coité:

I. Promoção do desenvolvimento sustentável dos distritos, de maneira que viabilize a


promoção humana e a qualidade de vida.

Art. 107. Para implementação da diretriz dos distritos o município deverá desenvolver
as seguintes ações:

1. Garantir atendimento médico/odontológico com estrutura de trabalho, controle de


qualidade, especialidades, disponibilidade de medicamentos, agenda eficiente para consultas e
exames;
2. Implantar programa de medicina alternativa, explorando plantas medicinais;
3. Definir a função dos agentes de saúde, capacitando-os e instrumentalizando–os para
programa preventivo;
4. Garantir educação de qualidade, com espaço físico adequado a uma estrutura de
ensino moderno;
5. Introduzir a educação do campo;
6. Dotar as escolas com laboratórios diversos e biblioteca;
7. Capacitar periodicamente os profissionais da educação;
8. Desenvolver a educação física nas escolas, em quadras poliesportivas, com pedagogia
para descobrir talentos;
9. Garantir transporte escolar de qualidade;
10. Definir o zoneamento para a educação na área rural;
11. Melhorar o atendimento no comércio, diversificando os produtos, controlando
qualidade e biosseguridade, promovendo campanhas promocionais, fiscalizando e controlando
preços;
12. Garantir segurança, com contingente de policia comunitária destacada, estrutura de
trabalho, rondas e abordagens permanentes;
13. Garantir a atuação do conselho tutelar da criança e do adolescente na prevenção dos
problemas infanto/juvenis;
14. Garantir assistência técnica e extensão rural;
15. Garantir transporte coletivo local e regional;
16. Incentivar e orientar a regularização fundiária;
17. Pavimentar ruas e avenidas, definindo meios-fios, calçadas, drenagem urbana,
identificando ruas e numerando residências;
18. Urbanizar os cemitérios, com projeto paisagístico, infra–estrutura adequada e com
controle de informações, registros, delimitações de ruas e quadras;
19. Criar posto de recebimento e pagamento de taxas e correspondências;
20. Implantar áreas verdes, definindo espaço de recreação, esporte e lazer;
21. Pavimentar rodovias MT–260 e MT-458, conservando e criando estradas vicinais,
com manutenção de pontes e bueiros nos locais estratégicos;
22. Criar representação local de serviço funerário;
23. Reestruturar centros comunitários com projetos urbanísticos/paisagísticos
diferenciados;
24. Melhorar distribuição de água, com ampliação de reservatório e garantindo a
qualidade da água;
25. Melhorar a distribuição e iluminação pública;
26. Criar programa de saneamento básico com destino correto dos resíduos sólidos e
líquidos;
27. Construir clube social, com área esportiva, recreação e de lazer;
28. Construir mini-estádio esportivo, e definir espaço cultural;
29. Reformar o ginásio coberto de Alto Coité, criando um programa de utilização com
agenda de eventos;
30. Dar utilidade comunitária às escolas municipais desativadas;
31. Criar programa de educação ambiental;
32. Criar programa de recuperação de áreas degradadas;
33. Quantificar e qualificar estatisticamente as nascentes e fontes hidrotermais da
região;
34. Criar programa de preservação ambiental para áreas de preservação permanente;
35. Arborizar ruas e avenidas com espécies adequadas;
36. Solucionar o passivo ambiental oriundo da abertura da comporta da Usina Dr. José
Fragélli;
37. Criar programa de preservação de espécie do bioma cerrado, dando destaque as
frutíferas e plantas medicinais;
38. Criar programa de preservação de espécies medicinais e madeiras nobres das matas;
39. Manter terrenos baldios cercados, limpos e cultivados;
40. Instalar viveiro de mudas nativas, frutíferas, medicinais e ornamentais;
41. Cumprir a legislação ambiental para queimadas, caça e pesca predatória;
42. Evitar esgoto a céu aberto, fossas com sumidouro, e lixão próximo à mananciais;
43. Repovoar rios e córregos com alevinos nativos;
44. Evitar garimpagem na área urbana;
45. Coibir a ação das pedreiras em locais propensos aos impactos prejudiciais ao meio
ambiente e à comunidade;
46. Fiscalizar e monitorar impactos ambientais;
47. Evitar animais soltos, e a presença de animais doentes na área urbana;
48. Criar o setor de monitoramento e manutenção de áreas verdes (praças e jardins);
49. Criar programa de preservação de micro bacias dos Rio Paraíso, Dourado,
Vermelho, Coité e Jarudore e outros;
50. Promover cursos e palestras ambientais permanentes;
51. Monitorar e fiscalizar o fornecimento e a qualidade da água dos poços artesianos;
52. Preservar a cultura da Cuieira (Coité), transformando–a em ícone cultural e
ambiental, utilizando-o no paisagismo, no artesanato;
53. Adequar o processo turístico ao potencial cultural e natural, locais;
54. Criar no município, espaço pra feira livre/mercado municipal com estrutura cultural
e turística;
55. Implantar cadeia produtiva de hortigranjeiros e pequenos e médios animais;
56. Disponibilizar cursos da capacitação;
57. Dinamizar e apoiar a festa do Bom Jesus do Alto Coité;
58. Criar programa de aproveitamento econômico dos frutos do cerrado;
59. Apoiar com estrutura humana qualificada a obra filantrópica do Lar do Menino
Jesus de Alto Coité;
60. Desenvolver pesca turística;
61. Fortalecer associações e criar cooperativas;
62. Agregar valor à produção fomentando instalação de agroindústrias;
63. Dar apoio à festa do Milho Verde do Paraíso do Leste, transformando – a em
produto turístico;
63. Instalar unidades de demonstração;
64. Definir cadeias produtivas e agropolos;
65. Oficializar e divulgar o perímetro urbano dos distritos;
66. Desenvolver culinária local, resgatando tradições e folclore;
67. Regularizar e orientar a economia informal;
68. Garantir transporte e mercado para a produção;
69. Criar programas habitacionais;
70. Implantar uma equipe volante de fiscalização para controle de riquezas e investir o
resultado no desenvolvimento das comunidades locais;
71. Incentivar o artesanato local;
72. Criar canal de comunicação permanente com as lideranças do distrito sede,
provocando interação e integração;
73. Efetivar a assistência técnica nos distritos.

CAPÍTULO VI
DOS ASSENTAMENTOS RURAIS

Art. 108. O executivo municipal dará amplo apoio aos projetos de assentamento Santo
Antonio d’ Aldeia, João–de–Barro, Carlos Marighella, Alminhas, Colina Verde, Casulo Santa
Maria, Casulo do Jácomo, cumprindo a seguinte diretriz:

I. Promoção do desenvolvimento sustentável dos assentamentos, de maneira que


viabilize a promoção humana e a qualidade de vida.

Art. 109. Para implementação da diretriz dos assentamentos rurais o município deverá
desenvolver as seguintes ações:

1. Garantir atendimento do sistema único de saúde, universalizado com estrutura


adequada de atendimento local, disponibilidade de primeiros socorros e medicamentos básicos,
especialidades médico/odontológicas, efetividade no transporte do atendimento de emergência,
introdução da medicina alternativa no programa de saúde;
2. Garantir apoio ao sistema educacional, com manutenção dos espaços físicos das
escolas, transporte escolar de qualidade, calendário diferenciado, introdução de cursos de 5ª a 8ª
séries, criação de estruturas didático/pedagógica moderna com laboratório de informática, biologia,
biblioteca, aulas de educação física direcionadas para descobrir talentos, utilizando espaço esportivo
quadras, piscinas, campo de atletismo, implantação do ensino modular e educação do campo;
3. Disponibilizar comércio varejista local;
4. Efetivar a presença do INCRA, EMPAER, Secretaria de Agricultura no
monitoramento e atualização de impactos dos projetos de assentamento;
5. Garantir assistência técnica e extensão rural eficiente e permanente;
6. Implantar o P.D.A, instrumento norteador de desenvolvimento;
7. Introduzir médico veterinário no sistema para atender o setor de zootecnia dos
assentamentos, principalmente a parte clinica;
8. Disponibilizar programa de telefonia rural;
9. Fazer a recuperação e manutenção sistemática da malha viária, com a inclusão de
bueiros e pontes em locais estratégicos;
10. Implantar centro social com projeto paisagístico/urbanístico, definindo área verde,
salão de reuniões, igreja, posto de saúde, área de lazer, campo de futebol, quadra de esportes;
11. Instalar computador completo no centro social;
12. Solucionar com o INCRA, B.B. S/A e assentados, a inadimplência dos assentados
do P.A. Casulo do Jácomo e P.A. Santa Maria;
13. Concluir a construção de casas e o acabamento das que estão prontas no P.A. Casulo
do Jácomo;
14. Criar programa de saneamento básico rural para dar destino correto para os resíduos
sólidos e líquidos;
15. Criar programa de recuperação de áreas degradadas;
16. Criar programa de preservação de mananciais;
17. Locar e demarcar as áreas de preservação ambiental permanente;
18. Instalar viveiros de mudas nativas, frutíferas, medicinais e ornamentais;
19. Criar programa de educação ambiental para a comunidade;
20. Cumprir a legislação ambiental para queimadas, caça e pesca predatória;
21. Evitar abertura da comporta da Usina Dr. José Fragélli, que provoca grande impacto
ambiental;
22. Repovoar com alevinos nativos, os rios e córregos das regiões;
23. Criar zoneamento agrícola local, delineando o uso e ocupação do solo;
24. Agregar valor a produção local, incentivando instalação de pequenas
agroindústrias;
25. Diversificar a produção local, efetivando cadeia produtiva e agropolo;
26. Garantir transporte e mercado para a produção local;
27. Promover cursos de capacitação;
28. Fortalecer as lideranças com a finalidade de dinamizar associações locais e criação
de futuras cooperativas;
29. Oportunizar a participação dos assentamentos na feira livre do município;
30. Criar canal de comunicação com as lideranças da sede do município promovendo
interação e integração;
31. Recuperar, preservar e identificar o rego d’água do Dr. Martins do P.A. Casulo
Santa Maria;
32.Desenvolver o turismo rural nos assentamentos.

CAPÍTULO VII
DAS COMUNIDADES RURAIS

Art. 110. O Poder Executivo municipal promoverá o desenvolvimento sustentável das


comunidades rurais de Aparecida do Leste, Johanesburgo e Poço Azul, cumprindo a seguinte
diretriz:

I. Promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades rurais, de maneira que


viabilize a promoção humana e a qualidade de vida.

Art. 111. Para implementação da diretriz das comunidades rurais o município deverá
desenvolver as seguintes ações:

1. Garantir um sistema de saúde eficiente, eficaz, universalizado, com profissionais da


área médica/odontológica com especialidades, capacitando e instrumentalizando os agentes do
PACS, introduzindo medicina alternativa no sistema, realizando palestras permanentes,
possibilitando estrutura de trabalho para cumprir a demanda das comunidades, com agenda,
consultas, exames clínicos, transporte de doentes, disponibilidade de medicamentos da farmácia
básica;
2. Garantir eficiência de desempenho na atuação da vigilância sanitária e FUNASA;
3. Garantir transporte escolar de qualidade, evitando aumentar o trajeto dos alunos,
melhorar a estrutura física e pedagógica das escolas, com mudanças técnicas no mobiliário,
introduzindo laboratórios de informática, química, física, biologia, aulas de educação física com
pedagogia para descobrir talentos desenvolvidas em espaços poliesportivo, implantação de
biblioteca com bibliotecário, horta escolar para balancear a merenda, capacitação de profissionais
da área, valorização do magistério e gestão da educação do campo;
4. Desenvolver o comércio local implantando programa de controle de qualidade,
campanhas promocionais, atendimento ao cliente, fiscalização e controle de preços, disponibilidade
de financiamentos com incentivos para empresários e diversificação de produtos;
5. Garantir segurança, disponibilizando contingente de policiais destacados com
estrutura de trabalho, com rondas e abordagens permanentes, com delegado no local e sem
interferências políticas nas ações policiais;
6. Garantir transporte coletivo de qualidade, local e regional;
7. Garantir assistência técnica e extensão rural eficiente e permanente;
8. Desenvolver políticas públicas para o setor rural;
9. Possibilitar acesso ao programa de telefonia rural;
10. Criar posto de recebimento e pagamento de taxas, correspondências;
11. Incentivar e orientar a regularização fundiária;
12. Pavimentar, identificar, sinalizar, construir pontes, canais de drenagem, nas
rodovias, estradas vicinais, ruas e avenidas;
13. Melhorar a iluminação pública e a disponibilidade de energia elétrica;
14. Melhorar a disponibilidade e a distribuição de água potável;
15. Criar projeto urbanístico/paisagístico para as comunidades;
16. Reestruturar os centros comunitários com estrutura funcional para reuniões, eventos,
cursos, esporte, recreação e lazer;
17. Informatizar os centros comunitários;
18. Criar áreas verdes, definindo praças, jardins, equipe de manutenção, espaços de
lazer, esporte e recreação;
19. Criar clube social, definindo espaço cultural;
20. Urbanizar o cemitério local com projeto paisagístico, infra-estrutura adequada,
controle de informações, registros, delimitação das ruas e quadras;
21. Criar programa de preservação de mananciais, quantificando e qualificando
nascentes, protegendo e revegetando áreas degradadas;
22. Criar programa de saneamento básico para dar destino correto aos resíduos sólidos e
líquidos;
23. Instalar viveiro de mudas nativas, frutíferas, medicinais e ornamentais;
24. Cumprir a legislação ambiental para queimadas, caça e pesca predatória;
25. Realizar repovoamento com alevinos nativos nos rios, córregos e lagos da região;
26. Promover cursos de educação ambiental e palestras permanentes;
27. Criar projeto de conservação de solo, direcionando para prevenção e controle de
erosões em voçorocas;
28. Preservar o ecossistema do cerrado, matas ciliares e de encostas;
29. Implantar programa de desenvolvimento do turismo, com destaque para turismo
rural, ecoturismo e turismo histórico-cultural;
30. Diversificar a economia local, multidisciplinando a exploração agropecuária;
31. Agregar valor a produção, incentivando agroindústrias;
32. Desenvolver talentos com oportunidade de financiamento com incentivo para
economia informal;
33. Criar programa de incentivo ao artesanato local;
34. Garantir mercado e transporte da produção, principalmente para feira-livre;
35. Criar associações e cooperativas;
36. Capacitar e fortalecer lideranças locais;
37. Promover cursos de capacitação permanentes;
38. Criar canal de comunicação com o distrito sede, promovendo interação e integração.
CAPÍTULO VIII
DAS COMUNIDADES INDÍGENAS

Art. 112. O poder executivo priorizará apoio às etnias indígenas cumprindo as seguintes
diretrizes:

I. Garantia de atendimento da equipe de saúde, com estrutura local adequada em postos


de saúde, desenvolvendo as seguintes ações:

a) Capacitar profissionais para desempenho com atendimento eficaz na cultura


indígena;
b) Disponibilizar medicamentos básicos;
c) Criar agenda de atendimento clínico;
d) Realizar cursos e palestras;
e) Disponibilizar agentes comunitários de saúde;
f) Disponibilizar transporte para doentes;
g) Criar modelos de atenção especial ao índio com fomento à medicina alternativa do
uso de plantas medicinais;
h) Disponibilizar atendimento médico/odontológico com especialidades.

II. Disponibilização de nutricionistas para desenvolver programa nutricional de controle


alimentar;

III. Garantia de educação de qualidade, adequada à pedagogia indígena, desenvolvendo


as seguintes ações:

a) Disponibilizar espaço físico adequado com equipamentos pedagógicos modernos;


b) Criar biblioteca adequada à etnia, com televisão e DVD;
c) Criar laboratório de informática;
d) Introduzir horta escolar para enriquecimento da merenda;
e) Capacitar profissionais da área;
f) Inserir no quadro técnico e de professores efetivos, representantes da etnia;
g) Disponibilizar transporte escolar de qualidade;
h) Cumprir a agenda de distribuição de merenda escolar;
i) Desenvolver programa de recreação escolar.

IV. Garantia de prioritariamente o acesso ao Programa Luz para Todos;


V. Garantia de assistência técnica e extensão rural para as comunidades;
VI. Introdução à criação de animais silvestres;
VII. Introdução à exploração agropecuária diversificada, dando ênfase a de
subsistência;
VIII. Introdução à piscicultura em tanques-rede;
IX. Garantia da preservação da malha viária das aldeias;
X. Garantia da participação nos programas do setor de promoção social;
XI. Promoção de curso de educação ambiental;
XII. Criação de programa de preservação ambiental;
XIII. Quantificação e qualificação dos recursos hídricos;
XIV. Recuperação de áreas degradadas;
XV. Discussão da implantação do processo turístico nas aldeias.

CAPÍTULO IX
DA MINERAÇÃO
Art. 113. O poder executivo apoiará as atividades de mineração seguindo a diretriz:

I. Promoção de programas que garantam a exploração racional dos recursos minerais do


município.

Art. 114. Para implementação da diretriz da mineração o município deverá desenvolver


as seguintes ações:

1. Diagnosticar e mapear as jazidas minerais do município;

2. Dar apoio à cooperativa dos garimpeiros através das seguintes ações:


a) Melhorar a infra-estrutura;
b) Disponibilizar atendimento médico/odontológico;
c) Criar mercado de gêneros de necessidades básicas;
d) Promover cursos de capacitação e palestras;
e) Conscientizar a classe garimpeira da importância do cooperativismo;
f) Criar escola de gemologia para agregar valor à exploração.

3. Regulamentar a atividade garimpeira com a emissão de licença de operação de lavra


por órgão competente;

4. Regulamentar o mercado de compra e venda de diamantes;


5. Criar banco de dados para disponibilizar registros estatísticos;
6. Regulamentar a exploração dos subprodutos do garimpo (areia, pedra e minerais
semi-preciosos);
7. Regulamentar a exploração de argila para cerâmica e olarias;
8. Regulamentar a exploração das fontes hidro-termais;
9. Levantar as possíveis fontes de água mineral;
10. Criar programa de recuperação de áreas degradadas dando ênfase no aproveitamento
das catras para piscicultura;
11. Coibir garimpagem na área urbana;
12. Criar o memorial do garimpo na localidade da “Raizinha”;
13. Estruturar a coordenadoria de mineração para o desempenho eficiente e eficaz das
funções;
14. Registrar em livro a história do garimpo e do garimpeiro.

TÍTULO V
DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO PÚBLICA

CAPÍTULO I
DA GESTÃO PÚBLICA

Art. 115. A política de planejamento e gestão pública tem por objetivo orientar a
atuação do poder público e dotá-lo de capacidade gerencial, técnica e financeira para o pleno
cumprimento de suas funções.

Art. 116. São diretrizes da política de gestão pública:

I. Reestruturação e implantar o sistema municipal de gestão e planejamento;


II. Descentralização dos processos decisórios;
III. Dotação das unidades operacionais do governo de competência técnica e capacidade
financeira para o exercício de suas funções;
IV. Aperfeiçoamento dos sistemas de arrecadação, cobrança e fiscalização tributárias;
V. Provimento condições efetivas para garantir a participação popular nos processos de
decisão;
VI. Valorização, motivação e promoção da qualificação profissional dos servidores
públicos;
VII. Atuação de forma articulada com outros agentes sociais, parceiros ou órgãos
governamentais, sobretudo nas ações de maior impacto social e econômico;
VIII. Garantia de transparência nas ações administrativas e financeiras, inclusive
mediante divulgação regular de indicadores de desempenho.

SEÇÃO I
DA REFORMA ADMINISTRATIVA

Art. 117. Priorizar a implantação de reforma administrativa de acordo com as seguintes


ações:

I. Criar a Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral em substituição a Assessoria


de Planejamento e Coordenação Geral, assegurando o seu funcionamento com dotações
orçamentárias municipais e quadro de pessoal técnico;
II. Garantir a implantação e o funcionamento do sistema de informações geo-
referenciadas e o Sistema Municipal de Informações centralizado na Secretaria a que se refere o
inciso anterior;
III. Adequar as competências institucionais dos órgãos municipais aos objetivos,
diretrizes e demais preceitos desta lei.
IV. Criar o Conselho de acompanhamento e fiscalização do orçamento do município de
Poxoréu de forma paritária com a participação das entidades não governamental.

Parágrafo único. O Poder Executivo deverá revisar a Lei n° 652/97 – Estrutura


Administrativa no prazo máximo de 01 (um) ano a partir da data de publicação desta lei.

SEÇÃO II
DA SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

Art. 118. Fica criada a Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação Geral –


SEPLAN em substituição a Assessoria de Planejamento e Coordenação Geral, com a incumbência
de aprimorar e supervisionar o processo de planejamento da administração municipal, tendo em
vista assegurar melhor desempenho, articulação e equilíbrio às ações das várias áreas e níveis da
gestão.

Art. 119. Compete ao SEPLAN, sem prejuízo de outras atribuições de caráter


provisório ou permanente que lhe forem designadas pela administração municipal:

1. Assessorar a Administração Municipal;


2. Coordenar a aplicação do Plano Diretor Participativo, a avaliação e suas revisões;
3. Zelar pela compatibilização, aperfeiçoamento, compreensão, divulgação e aplicação
das normas urbanísticas que compõem o ordenamento jurídico do Município;
4. Orientar e assegurar a efetiva integração, articulação e coordenação das ações de
governo em nível programático, orçamentário e gerencial;
5. Coordenar o Sistema Municipal de Informações de que trata esta Lei;
6. Propor e/ou realizar, em caráter permanente, estudos e pesquisas voltados para o
aprimoramento do conhecimento sobre os aspectos físico-ambientais, sócio-econômicos e
gerenciais do Município;
7. Zelar, em colaboração com os demais órgãos do governo e com a comunidade, pela
permanente promoção do Município no contexto regional, nacional e internacional;
8. Elaborar e apreciar propostas urbanísticas, sócio-econômicas, físico-ambientais ou
gerenciais de interesse para o desenvolvimento do Município;
9. Propor, apreciar ou coordenar iniciativas e programas de cooperação ou parceria de
interesse do Município;
10. Propor, apoiar ou coordenar a realização de fóruns sobre assuntos de interesse da
administração municipal;
11. Propor e apoiar formas de participação efetiva e eficaz da população na gestão
pública;
12. Elaborar, apreciar, analisar e encaminhar propostas de alteração das Legislações de
Parcelamento do Solo, Ocupação, Uso do Solo e Zoneamento, Código de Obras e demais leis
municipais correlatas;
13. Propor, apreciar e coordenar programas de reestruturação e modernização da gestão
pública;
14. Elaborar e coordenar projetos de arquitetura e urbanismo de interesse público;
15. Apreciar projetos de parcelamento do solo, ocupação e uso do solo e de obras e
edificações;
16. Fiscalizar a execução das ações provenientes dos projetos de parcelamento do solo,
ocupação e uso do solo e de obras e edificações;
17. Colaborar na elaboração do Plano Plurianual, do Orçamento e do Plano Anual de
Ação do Governo Municipal, e supervisionar a aplicação dos mesmos;
18. Assessorar as Unidades de Gestão na elaboração dos Planos Anuais de Trabalho;
19. Acolher e coordenar propostas de Operações Urbanas;
20. Assessorar o órgão municipal de meio ambiente em questões de Estudos de Impacto
Ambiental – EIAs - e Relatórios de Impactos Ambiental – RIMAs;
21. Elaborar o seu Regimento Interno, o Plano Anual de Trabalho e o Relatório Anual;
22. Dar continuidade ao processo de planejamento e monitoramento do
desenvolvimento econômico, social, urbano e ambiental do Município, compatibilizando ações na
condução do desenvolvimento sustentável;
23. Garantir e promover, direta ou indiretamente, a implantação dos programas e
projetos estratégicos do Plano Diretor Participativo;
24. Desenvolver e, no que couber, implantar as diretrizes do Plano Diretor Participativo;
25. Ordenar o desenvolvimento urbano para consecução das funções sociais da cidade,
com a distribuição adequada das atividades urbanas, formando parcerias e fiscalizando o
desenvolvimento urbano;
26. Criar soluções integradas, visando melhores condições sociais e econômicas da
população;
27. Articular e integrar políticas e diretrizes setoriais, que interfiram na estruturação
urbana;
28. Implantar banco de informações e dados necessários ao desenvolvimento,
planejamento e gestão do município;
29. Implantar e desenvolver o cadastro de registro e informações dos imóveis urbanos;
30. Dar suporte técnico e administrativo ao Conselho Municipal do Meio Ambiente –
CONSEMA;
31. Dar suporte técnico para implantação de um banco de dados e informações
específico do cadastro dos imóveis urbanos e rurais;
32. Propor, apreciar e coordenar programas, projetos e políticas públicas de
desenvolvimento municipal.

Art. 120. A SEPLAN terá a seguinte composição:

I. Um Secretário;
II. Um Coordenador de Assuntos Fundiários;
III. Um Coordenador Técnico;
IV. Um Coordenador de Serviços Topográficos;
V. Um Coordenador de Processamento de Dados;
VI. Um Coordenador de Organização e Métodos;
VII. Um grupo operacional, composto por engenheiros, topógrafos, desenhistas e outros
técnicos da área de planejamento e gestão.

§ 1.º Todos os cargos em comissão, excetuando o secretário, deverão ser ocupados por
servidores municipais de carreira a ser lotados na secretaria.

§ 2.º As demais coordenadorias pertencentes à Assessoria de Planejamento e


Coordenação Geral, conforme Lei n° 652/97, serão transpostas a Secretaria de Administração.

Art. 121. Cabe à Prefeitura Municipal garantir as condições para o funcionamento


adequado da SEPLAN, destinando no orçamento anual recursos orçamentários para viabilização das
ações de planejamento e gestão.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO URBANO

Art. 122. A elaboração, a revisão, o aperfeiçoamento, a implementação e o


acompanhamento do Plano Diretor Participativo e de planos, programas e projetos setoriais,
regionais, locais e específicos serão efetuados mediante processo de planejamento, implementação e
controle, de caráter permanente, descentralizado e participativo, como parte do modo de gestão
democrática para a concretização das funções sociais da cidade.

Art. 123. O Executivo promoverá a adequação da sua estrutura administrativa, quando


necessário, para a incorporação dos objetivos, diretrizes e ações previstas nesta lei às atribuições
dos diversos órgãos municipais, mediante a reformulação e aperfeiçoamento das suas competências
institucionais.

Parágrafo único. Cabe ao Executivo garantir os recursos e procedimentos necessários


para a formação e manutenção dos servidores municipais necessários para a implementação das
diretrizes e aplicação desta lei.

Art. 124. O Executivo promoverá entendimentos com municípios vizinhos de sua


micro-região, podendo formular políticas, diretrizes e ações comuns que abranjam a totalidade ou
parte de seu território, baseadas nesta lei, destinadas à superação de problemas setoriais ou regionais
comuns, bem como firmar convênios ou consórcios com este objetivo, sem prejuízo de igual
articulação com o Governo do Estado de Mato Grosso para a integração, planejamento e
organização de funções públicas de interesse comum.

Art. 125. Os planos, programas e projetos integrantes do processo de gestão


democrática da cidade deverão ser compatíveis entre si e seguir as políticas de desenvolvimento
urbano contidas nesta lei, bem como considerar os planos intermunicipais, micro-regionais ou de
bacias hidrográficas, de cuja elaboração a Prefeitura tenha participado.

Parágrafo único. As leis municipais do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e


do orçamento anual incorporarão e observarão as diretrizes e prioridades estabelecidas nesta lei e
serão elaboradas mediante processo participativo em cumprimento da diretriz de gestão democrática
da cidade estabelecida no inciso II do art. 2º do Estatuto da Cidade.

CAPÍTULO III
DO SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAÇÕES
Art. 126. O Executivo, por meio da Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral,
manterá atualizado, permanentemente, o Sistema Municipal de Informações – SIMI, nas áreas
sociais, culturais, econômicas, financeiras, patrimoniais, administrativas, físico-territoriais,
inclusive cartográficas e geológicas, ambientais, imobiliárias e outras de relevante interesse para o
Município, progressivamente georeferenciadas em meio digital.

§ 1.º O Poder Executivo dará ampla e periódica divulgação dos dados do sistema
municipal de informações por meio de publicação anual, disponibilizada na página eletrônica da
Prefeitura Municipal de Poxoréu na Internet, bem como facilitará seu acesso aos munícipes por
outros meios possíveis.

§ 2.º O sistema a que se refere este artigo deve atender aos princípios da simplificação,
economicidade, eficácia, clareza, precisão e segurança, evitando-se a duplicação de meios e
instrumentos para fins idênticos.

§ 3.º O sistema municipal de informações adotará a divisão administrativa em setores ou


aquela que a suceder, em caso de modificação, como unidade territorial básica.

§ 4.º O sistema municipal de informações terá cadastro único, multi-utilitário, que


reunirá informações de natureza imobiliária, tributária, judicial, patrimonial, ambiental e outras de
interesse para a gestão municipal, inclusive sobre planos, programas e projetos.

§ 5.º O sistema municipal de informações deverá oferecer indicadores de qualidade dos


serviços públicos, da infra-estrutura instalada e dos demais temas pertinentes a serem anualmente
aferidos publicados na imprensa oficial e divulgados por meio eletrônico na Internet a toda a
população, em especial aos conselhos municipais de política urbana, às entidades representativas de
participação popular e às instâncias de participação e representação regional.

Art. 127. Compete à SEPLAN coordenar o planejamento, a implantação e a gestão do


Sistema Municipal de Informações.

Art. 128. Na estruturação e na gestão do Sistema Municipal de Informações deverão ser


observados os seguintes atributos associados à informação:

I. Relevância;
II. Atualidade;
III. Confiabilidade;
IV. Abrangência;
V. Disponibilidade, em freqüência e formato adequados ao uso;
VI. Comparabilidade temporal e espacial;
VII. Facilidade de acesso e uso;
VIII. Viabilidade econômica.

Art. 129. São instrumentos relevantes para a operacionalização do Sistema Municipal


de Informações:

1. A Biblioteca Pública Municipal;


2. Os sistemas automatizados de gestão e de informações geo-referenciadas;
3. A rede municipal de informações para comunicação e acesso a bancos de dados por
meios eletrônicos;
4. O Anuário Municipal de Informações;
5. A Internet, mediante o site oficial do município;
6. Arquivo Público.
Art. 130. São ações para o desenvolvimento do Sistema Municipal de Informações:

1. Organizar, aprimorar, incrementar e disponibilizar publicamente informações e


conhecimentos sobre o Município;
2. Garantir adequado suprimento, circulação e uso de informações indispensáveis à
articulação, coordenação e desempenho da administração municipal;
3. Facilitar as condições de acesso dos agentes locais às informações indispensáveis à
promoção do desenvolvimento municipal;
4. Fomentar a extensão e o desenvolvimento de redes de interação eletrônicas para
comunicação, acesso, disponibilização e compartilhamento de informação, especialmente para
articular e envolver a população organizada na gestão do Município;
5. Melhorar a qualidade do atendimento público à população, eliminando simplificando
ou agilizando rotinas burocráticas;
6. Priorizar as demandas de informações relacionadas às atividades fins, sobretudo as de
maior impacto sobre a qualidade das políticas públicas;
7. Fomentar a cooperação entre agentes públicos, privados e comunitários nas
atividades relevantes à geração e à difusão de informações de interesse comum;
8. Incentivar comportamentos pró-ativos em termos de produção, compartilhamento e
uso da informação no ambiente de trabalho;
9. Garantir transparência às ações da administração municipal;
10. Assegurar o efetivo envolvimento dos usuários e de outros interessados em todas as
fases de desenvolvimento do SIMI;
11. Estruturar e implantar o SIMI de forma gradativa e modulada;
12. Assegurar a compatibilidade entre prioridades informacionais, requisitos técnicos e
recursos disponíveis;
13. Promover parcerias com agentes públicos ou privados para a manutenção e contínuo
aperfeiçoamento do sistema municipal de informações.

Art. 131. Os agentes públicos e privados, em especial os concessionários de serviços


públicos que desenvolvem atividades no município deverão fornecer ao Executivo Municipal, no
prazo que este fixar, todos os dados e informações que forem considerados necessários ao sistema
municipal de informações.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se também às pessoas jurídicas


concessionárias, permissionárias ou autorizadas de serviços públicos federais ou estaduais, mesmo
quando submetidas ao regime de direito privado.

Art. 132. O Executivo Municipal dará ampla publicidade a todos os documentos e


informações produzidos no processo de elaboração, revisão, aperfeiçoamento e implementação do
Plano Diretor Participativo, de planos, programas e projetos setoriais, regionais, locais e
específicos, bem como no controle e fiscalização de sua implementação, a fim de assegurar o
conhecimento dos respectivos conteúdos à população, devendo ainda disponibilizá-las a qualquer
munícipe que requisitá-la por petição simples.

Art. 133. O sistema municipal de informações deverá ser estruturado e regulamentado


prazo de 12 meses, a partir da data de publicação desta lei.

Art. 134. É assegurado, a qualquer interessado, o direito a ampla informação sobre os


conteúdos de documentos, informações, estudos, planos, programas, projetos, processos e atos
administrativos e contratos, ressalvadas as situações em que o sigilo seja imprescindível à segurança
do individuo, da sociedade, do município e do Estado.

CAPÍTULO IV
DA MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Art. 135. O Poder Executivo se compromete a adequar o Plano Diretor Participativo às
gestões setoriais da Administração Pública, conforme a seguinte diretriz:

I. Implantação de programa de modernização administrativa.

Art. 136. Para implantação da diretriz da modernização administrativa, o município


desenvolverá as seguintes ações:

1. Reformular a estrutura organizacional da Prefeitura, adequando-a as exigências das


novas diretrizes do Plano Diretor Participativo;
2. Promover qualificação permanente de pessoal;
3. Revisar o Plano de Cargos, Carreira e Salários dos servidores municipais;
4. Criar infra-estrutura básica de funcionamento das secretarias;
5. Informatizar todos os setores da administração;
6. Criar rede de computadores (Intranet), interligando os setores da administração;
7. Criar central de processamento de dados, vinculado a Secretaria de Planejamento e
Coordenação Geral;
8. Regulamentar o Centro de Formação Técnico Administrativo, criado pela Lei n°
995/2005;
9. Criar a Casa dos Conselhos Municipais com infra-estrutura administrativa e
funcional;
10. Rever a legislação de criação dos conselhos municipais, adequando-os à realidade
do município.

CAPÍTULO V
DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO MUNICIPAL

SEÇÃO I
DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO

Art. 137. O sistema e o processo municipal de planejamento será integrado por:

I. Órgãos da administração municipal, que serão responsáveis pelas informações e pelo


suporte técnico;
II. Planos, programas e projetos, gerais, setoriais, distritais ou de bairros, orientadores
das ações, intervenções e operações urbanas e rurais;
III. Sistema Municipal de Informações;
IV. Participação popular, por meio de conselhos municipais e de conferências ou
assembléias municipais de política urbana.

Art. 138. Além do Plano Diretor Participativo, fazem parte do sistema e do processo de
planejamento as leis, planos e disposições que apliquem o Estatuto da Cidade e as especificas
previstas na presente lei.

CAPÍTULO VI
DA PARTICIPAÇÃO POPULAR NA GESTÃO DA POLÍTICA URBANA

SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 139. É assegurada a participação direta da população em todas as fases do processo


de gestão democrática da política urbana da cidade mediante as seguintes instâncias de participação:
I. Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano;
II. Audiências públicas;
III. Conselhos reconhecidos pelo Poder Executivo Municipal;
IV. Iniciativa popular de projetos de lei, de planos, programas e projetos de
desenvolvimento urbano;
V. Assembléias e reuniões de elaboração participativa do orçamento municipal;
VI. Programas e projetos com gestão popular;
VII. Ouvidoria pública.

Art. 140. Anualmente até 31 de março, o Conselho Municipal de Desenvolvimento


Urbano divulgará relatório de gestão do Plano Diretor e plano de ação para o próximo período, o
qual será publicado na Imprensa local e divulgado por meio eletrônico.

SEÇÃO II
DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Art. 141. Serão promovidas pelo Poder Executivo as audiências públicas referentes a
empreendimentos ou atividades públicas ou privadas em fase de projeto, de implantação, suscetíveis
de impacto urbanístico ou ambiental com efeitos potencialmente negativos sobre a vizinhança no
seu entorno, o meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população, para
os quais serão exigidos estudos e relatórios de impacto ambiental e de vizinhança nos termos que
forem especificados em lei municipal.

§ 1.º Todos os documentos relativos ao tema da audiência pública, tais como estudos,
plantas, planilhas e projetos, serão colocados à disposição de qualquer interessado para exame e
extração de cópias, inclusive por meio eletrônico, com antecedência mínima de cinco dias úteis da
realização da respectiva audiência pública.

§ 2.º As intervenções realizadas em audiência pública serão registradas por escrito e


gravadas para acesso e divulgação públicos, e deverão constar no processo.

§ 3.º O Poder Executivo regulamentará os procedimentos para realização das audiências


públicas e os critérios de classificação do impacto urbanístico ou ambiental.

SEÇÃO III
DO PLEBISCITO E DO REFERENDO

Art. 142. O plebiscito e o referendo serão convocados e realizados com base na


legislação federal pertinente e nos termos da Lei Orgânica Municipal.

SEÇÃO IV
DA INICIATIVA POPULAR

Art. 143. A iniciativa popular de planos, programas e projetos de desenvolvimento


urbano poderá ser tomada por, no mínimo, 5% (cinco por cento) dos eleitores do Município em caso
de planos, programas e projetos de impacto estrutural sobre a cidade.

Art. 144. Qualquer proposta de iniciativa popular de planos, programas e projetos de


desenvolvimento urbano e ambiental deverá ser apreciada pelo Executivo em parecer técnico
circunstanciado sobre o seu conteúdo e alcance, no prazo de 120 (cento e vinte) dias a partir de sua
apresentação.

§ 1.º O prazo previsto no caput deste artigo poderá ser prorrogado, desde que solicitado
com a devida justificativa.
§ 2.º A proposta e o parecer técnico a que se refere este artigo deverão ser amplamente
divulgados para conhecimento público inclusive por meio eletrônico.

TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 145. O Executivo poderá encaminhar à Câmara Municipal os projetos de alteração


do Plano Diretor Participativo, adequando os programas e ações estratégicas nele previstos e, se for
o caso, acrescentando áreas passíveis de aplicação dos instrumentos previstos no Estatuto da
Cidade.

Parágrafo único. O Executivo coordenará e promoverá os estudos necessários para a


revisão prevista no caput deste artigo.

Art. 146. O Plano Diretor Participativo de Poxoréu será avaliado anualmente, por
audiências públicas, convocada pela Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral.

Art. 147. O Plano Diretor Participativo de Poxoréu será revisto em 2.012.

Art. 148. O Poder Executivo, no prazo de 60 (sessenta) dias, encaminhará a Câmara


Municipal projeto de lei criando o Conselho Municipal da Cidade em substituição ao Conselho
Municipal de Desenvolvimento Urbano.

Art. 149. O Poder Executivo encaminhará, no prazo de 01 (um) ano, à Câmara


Municipal projeto de lei criando a ouvidoria pública municipal e a procuradoria municipal.

Art. 150. O Poder Executivo, por meio das secretarias, elaborará ou revisará, no prazo
de 01 (um) ano, planos setoriais para a saúde, educação, esporte, cultura e lazer, promoção social,
agricultura, turismo e meio ambiente, conforme preceitos deste Plano Diretor.

Art. 151. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.

Paço Municipal Dr. Joaquim Nunes Rocha, em Poxoréu, MT, 10 de outubro de 2006.

ANTÔNIO RODRIGUES DA SILVA


Prefeito Municipal

Esta Lei foi publicada por afixação no saguão da Prefeitura de Poxoréu, em 10 de outubro de 2006,
no Jornal Oficial dos Municípios e no site oficial do município, de conformidade com o art. 106 da
Lei Orgânica de Poxoréu e Lei nº 1.041/2006.

Prof. Gaudêncio Filho Rosa de Amorim


Secretário de Administração

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