Você está na página 1de 5

RESUMO EXECUÇÃO CIVIL

PROCESSO DE CONHECIMENTO:
 Visa reconhecer determinado direito
 Há debate de mérito
 Dilação probatória

PROCESSO DE EXECUÇÃO:
 Inicia-se a partir de uma certeza – a quem pertence o direito
 Não há debate de mérito
 Não há dilação probatória
 Atos executivos contra o patrimônio do devedor objetivando a satisfação da dívida.
 “execução forçada” – Aquela realizada contra a vontade do devedor
 TODA a execução DEVE ter SEMPRE um título executivo

 Ação de cobrança / Monitória (Art. 700, CPC) – quando o documento comprobatório da dívida não tiver
eficácia de título executivo.
 Desconsideração da personalidade jurídica (Art. 134, caput e §3°, CPC) – quando ocorre abuso da
personalidade jurídica, o sócio que cometeu o ato pode responder pelo débito.

PROCESSO PROCESSO SINCRÉTICO


(antes de 2005) (depois de 2005/Reforçado por CPC/15)
 Ação de Conhecimento  Fase de Conhecimento
 P.I  Citação  Sentença ilíquida  P.I  Citação  Sentença ilíquida

 Ação de Liquidação  Fase de Liquidação (Arts. 509/512, cpc)


 P.I  Citação  Sentença líquida (R$)  Intimação  Decisão interlocutória (R$)

Ação de Execução  Fase de Execução (Arts. 513/527, cpc)


 P.I  Citação  Sentença  Intimação  Sentença

PROCESSO SINCRÉTICO: reúne a fase de conhecimento, liquidação e execução.


 O que antes era resolvido em ações autônomas, fase de conhecimento, liquidação e execução separadamente,
agora foi aglutinado, uma única ação.

Processo de conhecimento:

Procedimento:  Petição inicial  Citação do Réu  Sentença ilíquida  intimação do réu  decisão
interlocutória (liquidando o devido)  intimação do réu  petição intermediária  execução do
título judicial ou cumprimento de sentença.

 Defesa do cumprimento de sentença  IMPUGNAÇÃO

TÍTULO EXECUTIVO:

JUDICIAL (Art. 515, CPC): Documento formado no âmbito do poder judicial, a execução se dá através de
um cumprimento de sentença.
 Magistrado não age de ofício para execução
É uma fase subsequente, uma continuidade no processo, chamado de processo sincrético – e por isso o
devedor não é citado para execução e sim INTIMADO.
 Exceções (§1) – são títulos judiciais que precisam de processo autônomo e de uma nova citação para a
execução do título:
 Sentença estrangeira
 Sentença Penal condenatória transitada em julgado
 Sentença arbitral

 EXTRAJUDICIAL (Art. 784, CPC): são todos aqueles documentos em que a lei determina como sendo um
título executivo extrajudicial.
Ex: cheque / nota promissória / documento particular com assinatura do devedor e de 2 testemunhas
ART 784 CPC / ART 771

Execução de título executivo extrajudicial

Procedimento:  Petição inicial  Citação do Réu (para título judicial é intimação)  Penhora /
avaliação e depósito (caso não pague na citação/intimação)  expropriação (transformar os bens
penhorados em pecúnia/dinheiro, baseado no princípio da patrimonialidade)  sentença (quando ocorre o
pagamento ao credor, não resolve o mérito, apenas declara que a dívida foi sanada).

 Requisito (Arts. 783 e 786, CPC) – título de obrigação certa, líquida e exigível.
 Atos executivos (Art. 782, CPC) – são cumpridos pelo oficial de justiça.
 “execução forçada” – Aquela realizada contra a vontade do devedor
 Defesa – Embargos à execução.
 Natureza jurídica: ação
 Suspensão da execução: para ser requerida, deve ser garantido ao Juízo um pagamento prévio, sendo
também verificada a plausibilidade do pedido, bem como a existência do fumus boni iuris e do periculim in
mora.

824 CPC / 206 CC – PRESCRIÇÃO / 771 CPC

PRINCÍPIOS:
1) Autonomia do processo de execução: com o processo sincrético, só se fala em autonomia do processo
de execução para títulos executivos extrajudiciais.

2) Patrimonialidade: Art. 789, CPC - PROVA


Devedor responde com o seu patrimônio e não com a sua pessoa.

3) Exato adimplemento: (Arts. 899 e 907, CPC - Art. 876, §4, I, CPC)
Será cobrado exatamente aquilo e nos limites do que estiver disposto no título executivo. Nem a mais, nem a
menos.

4) Disponibilidade do processo pelo credor: Art. 775 do CPC PROVA - necessidade ou não, quando for
formulado o pedido pelo desistente, para que o devedor se manifeste sobre se concorda ou não.
 Opinião do devedor só é válida se já tiver havido manifestação e que tenha sido sobre materia de
merito.
 Se ainda não tiver se manifestado ou tiver sido unicamente processual, não leva em consideração a
opinião do devedor para a desistência)
 Exequente pode desistir de toda ação ou apenas de alguma medida executiva.

Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva.
(credor pode dispor do processo, no sentido de que pode desistir de toda a ação ou apenas de parte)
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o
exequente as custas processuais e os honorários advocatícios; ex: incompetência do juízo
II - nos demais casos (qualquer outra matéria que envolva debate de mérito), a extinção dependerá da
concordância do impugnante ou do embargante. ex: eu não devo, a dívida que está sendo executada já foi
paga, já prescreveu.

 Execução de título judicial (cumprimento de sentença) -> impugnação ao cumprimento de sentença


(defesa)
 Ação de execução de título extrajudicial -> embargos à execução/embargos do devedor (defesa) -
não há debate de mérito.
 Exequente ---------------- executado ------------------ atos executivos

NOVA AÇÃO que depende de ação executiva anterior – Art. 914, CPC - PRAZO DE 15 DIAS: embargante
(executado) ----------------- embargado (exequente) ---------------- debate de mérito (ex: devo mas não devo
tudo que o exequente está executando - excesso de execução )
Distribuídos por dependência - é pedido na petição para que seja distribuída para mesma vara em que se
encontra o processo de execução.
 A ação de embargos NÃO suspende a execução do título extrajudicial/execução. Na petição dos
embargos deve demonstrar que as alegações são plausíveis e que a execução pode lhe causar algum dano.
Prévia garantia do juízo.
 A DIFERENÇA entre elas é que os embargos são ao mesmo tempo uma defesa e uma ação.

5) Menor onerosidade do devedor: Art. 805 e 847, CPC


Execução deve ser equilibrada, no sentido de que deve-se utilizar dos meios menos onerosos para o devedor,
contudo, sem que prejudique os interesses do credor seja na forma de pagamento ou no tempo que pode ser
exigido para penhorabilidade do bem substituído na penhora.
 Se tiver apenas uma forma de executar, por mais gravoso, forçado ou injusto, vai ser feito.
 Só pode invocar este princípio quando houver mais de um meio para executar.

Art. 806, CPC - execução para entrega de coisa


Art. 814, CPC - fazer ou não fazer
Art. 824, CPC - por quantia certa

Começar o processo a partir da liquidação por já ter o título executivo - Art. 515, §1°, CPC

6) Do título executivo: “Nulla executio sine titulo”


Toda execução deve ser embasado em um título executivo.
 Contrato de abertura de crédito rotativo / cheque especial - não constituí título executivo - súmula 233 e
247 do STJ - porque falta liquidez, o valor devido pelo devedor não está no contrato devidamente assinado
pelas duas testemunhas, depende do extrato bancário. Mas é passível de ser objeto de ação monitória.
 Confissão de dívida (súmula 300 do stj) – constituí título executivo extrajudicial, ainda que originário de
cheque especial.

7) Princípio da utilidade: Art. 836, CPC


O produto da execução não pode ser irrisório, faz-se necessária uma satisfação mínima do débito para
penhora (ex: penhorar R$20,00 da conta de um devedor cuja dívida consiste em R$10.000,00)

8) Princípio da lealdade: dever de boa-fé processual


 Ato atentatório à dignidade da justiça (Art. 772,II e Art. 774, I, CPC): multa de até 20% sobre o valor
da execução em favor do exequente
Ato atentatório à dignidade da justiça:

Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
I - fraude a execução; (transfere o patrimônio após a citação não resguardando patrimônio que consiga
efetivar o pagamento e frauda a execução) - se a fraude for reconhecida (através da forma incidental,
independe de uma ação própria - através de decisão interlocutória), juiz pode determinar a penhora do bem
mesmo o bem já estando com terceiros. / Art. 828, CPC - para antecipar o momento para caracterizar a
fraude à execução.
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
III - dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores,
nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior a vinte por
cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível
nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material.

Art. 921. Suspende-se a execução

Bem de família convencional diferente de bem de família legal (lei 8009/90)

 Competência:
-> Título executivo judicial (ART 516, cpc)
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; COLOCAR NO CÓDIGO - CARTA DE
ORDEM
(carta de ordem - ela se destina basicamente para o magistrado de uma instância superior “ordenar” um juiz
de instância inferior para que cumpra a carta de ordem, a penhora, a avaliação do bem - é cumprido pelo juiz
inferior, mas quem decide se foi cumprido o pagamento e etc é o ministro do STJ, por exemplo - ministro
STJ Brasília para comarca Florianópolis - não há deslocamento de competência)
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; (mesmo que tenha havido interposição de
recurso para as instâncias superiores, se foi ajuizada em primeiro grau, o inicio do cumprimento de sentença
será no juízo de primeiro grau) PROVA
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória TRANSITADA EM
JULGADO (ERRO DO CÓDIGO), de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido
pelo Tribunal Marítimo. - ART 109, X, CF sentenças estrangeiras (deve passar por procedimento de
homologação perante o STJ - executa na justiça FEDERAL)
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio
do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde
deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será
solicitada ao juízo de origem.

-> Título executivo extrajudicial (ART 781, CPC)


Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente,
observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição (foro de eleição – Art. 63, §
3 - Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz,
que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.) constante do título ou, ainda, de
situação dos bens a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde
for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer
deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que
deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.

 Legitimidade: Arts. 778 e 779, CPC

Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. (POLO ATIVO)
§ 1 Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário:
o
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio (momento anterior a partilha), os herdeiros (após a partilha dos bens) ou os sucessores do
credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário (quem passa a ter o direito do crédito - cessão de crédito), quando o direito resultante do
título executivo lhe for transferido por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação (casos em que o fiador assume o papel de credor e realiza o
pagamento do débito - satisfaz uma dívida alheia) legal ou convencional. - ANOTAR CÓDIGO 794, §2
§ 2 A sucessão prevista no § 1 independe de consentimento do executado.
o o

 Garantias:
 Pessoal / fidejussória – referente à pessoa.
Fiador  Possui responsabilidade subsidiária (art. 818, CC) mas se transforma em solidária quando ele se
obriga solidariamente (Art. 26, CC) ou quando fiador expressamente renuncia ao direito ao benefício de
ordem
 Benefício de ordem: fiador é indicado para pagar o débito do credor inadimplente, mas tem a
possibilidade de indicar bens do devedor principal que possam satisfazer o pagamento dessa dívida –
Quando renuncia ao direito, obriga-se solidariamente.

 Real / coisa – referente à coisa.

Art. 779. A execução pode ser promovida contra: (POLO PASSIVO)


I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; ART 796, CPC
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
Cessão do débito.
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; aval
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.

 Classificação:
 Originária e derivada;
Originária - o credor ou devedor vincula-se de forma direta ao título que apoia a ação executiva,
confundindo-se as partes da execução com os protagonistas do processo de conhecimento (autor e réu) ou
com os que tomaram parte no negócio jurídico que gerou a criação do título extrajudicial.

Derivada - ao contrário, o protagonista da execução não é o mesmo da ação de conhecimento, assumindo o


status em decorrência de ato entre vivos ou causa mortis.

 Ato Entre vivos - cessão de crédito (transferir o valor de um crédito a outra pessoa, a outra pessoa passa a
ter competência - para que a cessão seja feita de forma eficaz o devedor tem que ser cientificado, devedor
não precisa concordar)).
cessão de débito - tiro uma divida do meu nome e passo para outro - precisa da anuência do credor
 Causa Mortis – executado morre após a sentença de conhecimento, sendo a execução realizada contra o
espólio, herdeiros.

 Ordinária e extraordinária.
Ordinária - credor pleiteia, em nome próprio, um direito próprio.

Extraordinária - credor pleiteia, em nome próprio, direito alheio. (Ex: MP atuando em juízo como parte,
sindicatos e associações)

Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o
executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o
procedimento.
Súmula 27 - STJ

Você também pode gostar